PPGZOOL Programa POS-GRADUACAO EM ZOOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA Telefone/Ramal: 3201/8413

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Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • LIA TORRES AMARAL
  • Potencial de contribuição de Tapirus terrestris (Tapiridae, Perissodactyla) na restauração florestal pós mineração de bauxita na Amazônia oriental

  • Orientador : ANA CRISTINA MENDES DE OLIVEIRA
  • Data: 18/01/2024
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  • A dispersão de sementes é um dos serviços ecossistêmicos com alto potencial para acelerar o
    processo de restauração florestal em áreas degradadas. Considerados os maiores herbívoros terrestres
    da América do Sul, as antas (Tapirus terrestris) L.1758 tem participação essencial nos processos de
    dispersão, herbivoria e ciclagem de nutrientes nas florestas neotropicais. Neste estudo investigamos
    o potencial da espécie Tapirus terrestris em contribuir no processo de restauração florestal, através
    da dispersão de sementes, em áreas em recuperação após a extração de bauxita. Para isso, coletamos
    30 amostras fecais e realizamos a triagem e identificação das sementes encontradas. No total,
    registramos 51.961 sementes de 33 espécies vegetais, distribuídas em 11 famílias. Do total de
    sementes registradas, 78% permaneceram fisicamente íntegras após passagem pelo trato digestivo
    das antas. A alta concentração de fezes em áreas de restauração florestal mostra que estas áreas são
    atrativas para as antas. Os taxa mais abundantes foram dos gêneros Cecropia, Byrsonima, Mimosa e
    Solanum. Nossos resultados contribuem para reforçar o papel dispersor de sementes atribuído à
    espécie Tapirus terrestris, além de acrescentar, pelo menos, sete novas espécies potencialmente
    dispersadas, à lista geral existente para os neotrópicos, na literatura.

2023
Descrição
  • GERALDO ALONSO GOES ROCHA
  • ANÁLISE FILOGENÉTICA DO GÊNERO NEOTROPICAL BONDARIELLA HUSTACHE & BONDAR, 1942 (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE: BARIDINAE), COM DESCRIÇÃO DAS PEÇAS BUCAIS, TERMINÁLIA FEMININA E DUAS ESPÉCIES NOVAS DA AMAZÔNIA

  • Orientador : GUSTAVO RODRIGO SANCHES RUIZ
  • Data: 31/12/2023
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  • O gênero Bondariella Hustache & Bondar, 1942 é composto por seis espécies de pequenos gorgulhos
    associados principalmente às flores de palmeiras do gênero Syagrus Mart. e foi recentemente revisado
    por Valente & Cordeiro (2015), que descreveram duas espécies associadas a palmeiras do gênero
    Euterpe Mart., e realizaram o primeiro estudo de tergitos e terminália masculina. Neste trabalho, nós
    ampliamos o conhecimento morfológico de Bondariella com a descrição da terminália feminina
    (esternito VIII, coxitos e espermateca) e peças bucais (mandíbula, maxilas e lábio) de todas as
    espécies já conhecidas, descrevemos duas espécies novas da Amazonia, Bondariella sp. nov. 1 (que
    pode ser identificada por meio do esternito VIII do macho semicircular portando três cerdas, esternito
    IX com braços furcais curtos e alargados, edeago romboidal alargado e espermateca da fêmea com
    ápice do corno truncado), associada a uma espécie não identificada de Euterpe, e Bondariella sp.
    nov. 2 (que pode ser identificada por seu corpo dorso-ventralmente achatado, élitro mais claro com
    margens escuras, esternito VIII do macho semicircular portando duas cerdas, esternito IX com braços
    furcais com ápice clavado, edeago romboidal alongado, e espermateca da fêmea com ápice do corno
    deflexo e muito projetado), associada à espécie Oenocarpus bacaba Mart., sendo um novo registro
    gênero de palmeira hospedeira para Bondariella. Também propusemos a primeira hipótese de
    relações filogenéticas para as espécies de Bondariella. Uma matriz de 243 terminais e 124 caracteres
    foi produzida com base na matriz de Davis (2011). Apesar de todas as espécies de Bondariella serem
    recuperadas proximamente relacionadas, o gênero não foi recuperado como monofilético. Nas 685
    árvores encontradas, o gênero Microforandia Casey, 1922 é recuperado dentro de Bondariella, ou
    como um clado-irmão de um clado formado por espécies de Bondariella associadas a Syagrus, ou
    como espécies muito derivadas desse mesmo clado. O clado formado por Bondariella +
    Microforandia é recuperado como grupo-irmão do gênero Hustachea, suportado por caracteres do
    rostro, coxas, pernas e asas. Apesar de Microforandia ter sido encontrado como um subgrupo dentro
    de Bondariella, ainda não faremos a proposição da sinonímia, pois acreditamos que ainda sejam
    necessário novos estudos para corroborar as relações encontradas.

  • MIDIA SILVA PEREIRA
  • Revisão sistemática e taxonômica do complexo Grallaria guatimalensis Prevost & Des murs, 1846 (AVES: GRALLARIIDAE)

  • Orientador : LINCOLN SILVA CARNEIRO
  • Data: 11/12/2023
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  • A família Grallariidae, conhecidos como antpittas, composta por espécies insetívoras, com baixa
    capacidade de voo que apresentam tamanhos variados. Trata-se de um grupo amplamente distribuído no
    Neotropico, ocorrendo em áreas de sub-bosque desde o sul do México até o leste da Colômbia. Esta
    família, abriga cinco gêneros, dentre eles Grallaria, que possui 32 espécies descritas, incluindo
    Grallaria guatimalensis, conhecida popularmente como tovacuçu-corujinha. Indivíduos desse complexo

    de espécies são reconhecidos por apresentarem os tarsos longos, a cauda curta e uma coloração marrom-
    acinzentada, habitando o estrato inferior das florestas. G. guatimalensis é composta por 10 subespécies

    descritas com base na morfologia e na coloração da plumagem. No presente estudo realizamos a revisão
    sistemática e taxonômica do complexo G. guatimalensis, usando dados morfológicos, vocais e
    moleculares. Para os dados morfológicos, foram considerados dados morfométricos e de plumagem; Os
    dados vocais incluíram as frequências e durações das vocalizações. As analises moleculares incluíram
    marcadores mitocondriais (ND2 e ND3) e nucleares (MUSK, BF5 e TGFB2), na geração das hipóteses
    filogenéticas. O resultado da análise molecular mostrou que o complexo G. guatimalensis, pode ser
    subdividido seis unidades evolutivas distintas, sendo cinco relacionadas ao grupo atualmente
    reconhecido com G. guatimalensis, e uma linhagem que se agrupou filogeneticamente com G. varia.
    Esses achados foram parcialmente confirmados pelos dados fenotípicos. Nossos resultados sugerem que
    essas seis linhagens recuperadas pela filogenia podem sem tratadas como táxons válidos, sendo que uma
    dessas linhagens não tem nome aplicável e deve ser formalmente descrita como uma nova espécie de
    Grallaria.

  • MARCELI BATISTA MARTINS LIMA
  • Efeito de curto a longo prazo da exploração madeireira de impacto reduzido (RIL) sobre mamíferos terrestres de médio e grande porte na  Amazônia

  • Orientador : ANA CRISTINA MENDES DE OLIVEIRA
  • Data: 30/11/2023
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  • O sistema de Exploração Madeireira de Impacto Reduzido (Reduced Impact Logging – RIL) que vem
    sendo aplicado por algumas empresas na região da Floresta Amazônica busca reduzir os efeitos da
    exploração madeireira e assegurar a sustentabilidade da produção florestal. No entanto, mesmo com
    medidas rigorosas de redução de impactos, ainda são observados danos à floresta, tais como abertura
    de clareiras, aberturas de pátios de estocagem e estradas, além de danos ao solo, que alteram a estrutura
    da floresta. Nesta pesquisa, investigamos qual o efeito do RIL sobre a assembleia de mamíferos
    terrestres de médio e grande porte em uma série histórica de 23 anos de exploração. Este estudo foi
    realizado na Fazenda Rio Capim, na Amazônia oriental. Instalamos 22 armadilhas fotográficas, que
    ficaram funcionando ininterruptamente, desde 2019 a 2023. Distribuímos as armadilhas em áreas de
    exploração madeireira de baixo impacto de diferentes anos de exploração, sendo: Áreas exploradas em
    2017, 2011, 2006 e 2000; além de áreas de Floresta primária conservada, sem exploração; e área de
    Floresta secundária, desmatada para pasto e abandonada há 30 anos. Além disso, realizamos medidas
    ambientais envolvendo variáveis que poderiam ser alteradas a partir da exploração madeireira, e que
    poderiam influenciar positiva ou negativamente a presença de mamíferos, como: porcentagem de
    cobertura de dossel, densidade de sub-bosque, quantidade de árvores mortas caídas, área basal, altura
    de serrapilheira, e distância de corpos d’água. Não observamos diferença na riqueza de espécies de
    mamíferos em nenhum dos habitats amostrados, no entanto, encontramos diferenças na composição e
    abundância da assembleia de mamíferos nos habitats mais recentemente explorados (2017). Apenas
    algumas espécies contribuíram para esta diferença, como Leopardus pardalis, Panthera onca e Puma
    concolor. Nossos resultados sugerem que o RIL pode ser uma alternativa viável de produção florestal
    compatível com a conservação da fauna de mamíferos terrestres na Amazônia.

  • JOSÉ ORLANDO DE ALMEIDA SILVA
  • SARCOFAGÍDEOS (DIPTERA, OESTROIDEA) ASSOCIADOS À CARCAÇAS SUÍNAS EM ÁREAS DE CERRADO stricto sensu DO NORDESTE DO BRASIL: DIVERSIDADE E SUBSÍDIOS PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS FORENSES

  • Data: 20/11/2023
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  • As moscas da família Sarcophagidae (Insecta: Diptera) são umas das mais utilizadas em estudos
    forenses, pois carcaças e cadáveres, desde os estágios iniciais de decomposição, são utilizados como
    sítios de alimentação, reprodução e larviposição pelos adultos e como local de desenvolvimento e
    alimentação pelas larvas. Informações sobre o tempo de desenvolvimento das larvas e composição,
    abundância e sucessão das espécies sarcosaprófagas de sarcofagídeos adultos são cruciais para
    investigações forenses. Estes fatores são influenciados pelas regiões e condições ambientais, já que
    afetam o processo de sucessão. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo geral conhecer a
    fauna e a sucessão ecológica dos sarcofagídeos que visitam e colonizam carcaças suínas em áreas de
    Cerrado no Nordeste do Brasil. Foram realizados dois experimentos usando seis carcaças suínas de
    12 kg, sendo três carcaças na estação seca (julho/agosto de 2010) e três na chuvosa (março/abril de
    2011). Os espécimes adultos de sarcofagídeos visitantes nas carcaças foram coletados diariamente
    com armadilhas do tipo suspensa. As larvas dos sarcofagídeos que se desenvolveram nas carcaças
    suínas e que, posteriormente, se dispersaram para empupar foram coletadas diariamente, com
    bandejas contendo serragem posicionadas sob cada gaiola contendo uma carcaça. A presente Tese é
    composta por quatro capítulos. No Capítulo 1 foi descrita uma espécie nova de sarcofagídeo,
    Helicobia neuzalmeidae Silva, Brasil, De-Souza & Carvalho-Filho, com base em dois espécimes
    machos adultos, sendo um obtido de uma larva que estava se desenvolvendo na carcaça suína. No
    Capítulo 2 foi realizado um inventário, baseado em espécimes machos e adultos, que amostrou 45
    espécies de sarcofagídeos (42 espécies na estação seca e 37 na chuvosa), que visitaram as carcaças
    suínas ao longo dos diferentes estágios de decomposição. Foram obtidos dois novos registros de
    espécies para o Cerrado, cinco novos registros para a região Nordeste do Brasil, oito novos registros
    para o estado do Maranhão e o primeiro registro de sete espécies visitando carcaças de suíno. Na
    estação seca, a maioria das espécies foi coletada nos estágios de putrefação escura (39 spp.) e
    fermentação butírica (30 spp.). Na estação chuvosa, foram obtidas mais espécies nos estágios de
    fermentação butírica (32 spp.) e putrefação (29 spp.). No Capítulo 3 foram amostradas cinco espécies
    de sarcofagídeos que se desenvolvem em carcaças de suínos em áreas de Cerrado na região Nordeste
    do país. Destas, H. neuzalmeidae, Oxysarcodexia timida (Aldrich), Peckia (Euboettcheria) collusor (Curran & Walley), Peckia (Squamatodes) ingens (Walker) e Peckia (Squamatodes) trivittata

    (Curran) se dispersaram das carcaças para empupar a partir do terceiro dia de decomposição das
    carcaças. No Capítulo 4 é apresentado um estudo sobre a sucessão de espécies de sarcofagídeos
    adultas ao longo do gradiente temporal de dias de decomposição das carcaças suínas a partir dos seus
    pontos de mudanças e direção do aumento da abundância, bem como da ocorrência das espécies. Na
    estação seca, três espécies Z+, Peckia (Sarcodexia) lambens (Wiedemann), Oxysarcodexia thornax
    (Walker) e Ravinia belforti (Prado & Fonseca), apresentaram os seus pontos de mudança entre 2,5 e
    3 dias. Na estação chuvosa, quatro espécies Z+, P. (E.) collusor, R. belforti, Tricharaea
    (Sarcophagula) canuta (Wulp) e Tricharaea (Sarcophagula) occidua (Fabricius), apresentaram os
    seus pontos de mudança entre 2,5 e 5,5 dias; enquanto duas espécies Z-, Dexosarcophaga carvalhoi
    (Lopes) e Peckia (Sarcodexia) tridentata (Hall), foi em 6,5 dias. Portanto, com o presente estudo
    trouxemos informações sobre a diversidade e sucessão das espécies de sarcofagídeos em carcaças de
    suínos em áreas de Cerrado na região Nordeste do Brasil que podem auxiliar em investigações
    forenses, principalmente na estimativa do intervalo pós-morte de cadáveres.

  • MELQUISEDEQUE VALENTE CAMPOS
  • Estudo taxonômico de Mischocyttarus synoecus Richards, 1940 (Hymenoptera: Vespidae, Mischocyttarini)

  • Data: 30/10/2023
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  • Mischocyttarus de Saussure é o único gênero da tribo Mischocyttarini. Possui mais de 250 espécies
    descritas, sendo o maior gênero de Polistinae, essencialmente neotropical. O grupo de espécies
    relacionadas a M. artifex foi elevado à categoria de subgênero por Silveira. Atualmente M. (Artifex)
    agrega 22 espécies neotropicais, entre elas, Mischocyttarus synoecus descrita por Richards, tendo
    como localidade tipo Rio Potaro, Amatuk na Guyana. A espécie foi comparada a M. oecothrix,
    descrita no mesmo trabalho e difere pelo padrão de coloração da cabeça, tórax, antenas, distância
    entre ocelos posteriores, coloração dos tarsos posteriores, e principalmente pelo padrão de tamanho
    do corpo, sendo uma espécie menor. A arquitetura de ninhos de M. synoecus também difere de M.
    oecothrix, sendo um pequeno favo oval com pecíolo no final de uma das fileiras. O último trabalho
    taxonômico, que incluiu a espécie, foi realizado por Cooper, que não analisou material da fauna
    brasileira. Somado a isso, exemplares depositados na Coleção Entomológica do Museu Paraense
    Emílio Goeldi, apresentam variações morfológicas, as quais merecem reconhecimento como espécies
    novas, e estas apresentam morfologia mais próxima de M. synoecus. Este trabalho teve como objetivo
    realizar uma revisão taxonômica de M. synoecus e espécies novas, morfologicamente afins, baseada
    na análise de caracteres de morfologia externa, principalmente das fêmeas, em material proveniente
    de coleções entomológicas. Como resultados, M. synoecus foi redescrita, e cinco novas espécies são
    descritas neste trabalho. Uma chave de identificação das espécies é apresentada, baseada em dados
    da morfologia externa das fêmeas, arquitetura de ninhos e genitália dos machos disponíveis. A
    distribuição geográfica de M. synoecus é ampliada, com novos registros para os estados do Acre,
    Amapá, Amazonas e Rondônia. As espécies morfologicamente afins de M. synoecus apresentam o
    ápice do clípeo estreito e bidentado, distância entre os ocelos igual a um diâmetro ocelar, tergo 1
    pouco alongado e menos campanulado, sendo espécies menores, com comprimento da asa posterior
    8.5 – 10.4 mm (com exceção de uma fêmea de Mischocyttarus sp. nov. 3, em que a asa posterior
    mede 11mm), e menos robustas que as demais incluídas em Artifex. Os machos têm o clípeo coberto
    com cerdas prateadas, antenas com cerdas eretas com os últimos artículos achatados ventralmente.
    Com exceção de Mischocyttarus sp. nov. 3 que foi coletado na região Sudeste do Brasil, as demais
    espécies de M. synoecus, são eminentemente amazônicas, e ocorrem em áreas de floresta. Três das
    espécies novas são provenientes de áreas em Unidades de Conservação (UCs); Mischocyttarus sp.
    nov. 1 e Mischocyttarus sp. nov. 2 da FLONA Caxiuanã e Mischocyttarus sp. nov. 4 da FLONA do
    Amapá.

  • PAULO AUGUSTO LIMA DA SILVA
  • SOBRE AS ESPÉCIES BRASILEIRAS DOS GÊNEROS COSTAROPLATUS NUMBERG 1963, NEOTRACHYOSTUS BROWNE 1962 E TELOPLATYPUS WOOD 1993 (CURCULIONIDAE: PLATYPODINAE: PLATYPODINI)

  • Orientador : JOSE ANTONIO MARIN FERNANDES
  • Data: 27/10/2023
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  • A subfamília Platypodinae (Coleoptera: Curculionidae) é um grupo predominantemente tropical, com mais de 1400 espécies conhecidas da Asia, África e Neotrópicos. Platypodinae são caracterizados pelos seus tarsos com o primeiro segmento muito alongado, prótibia com rugas transversais, antenas curtas, submento largo e triangular, e genitália masculina extremamente modificada. O histórico taxonômico de Platypodinae se inicia com a descrição de Bostrichus cylindrus Fabricius 1792. No ano seguinte Herbst reconheceu as características únicas desta espécie, e criou o gênero Platypus para ela. Ao longo dos próximos dois séculos centenas de espécies foram descritos para Platypodinae, majoritariamente para o gênero Platypus. No entanto a maior parte destas espécies não foram colocadas em gêneros, mas sim em grupos não-Linneanos de espécies. Uma revisão séria do grupo só ocorreria em 1993 com o trabalho de S. L. Wood. Apesar de inegavelmente importante, a revisão de Wood apresenta alguns problemas na identificação dos gêneros, não há imagens ou ilustrações que auxiliem na identificação dos gêneros, e as diagnoses e descrições acabam sendo pouco informativas para um contexto de comparação entre gêneros, os problemas encontrados no trabalho de Wood são quase um legado de Platypodinae, uma vez que eles podem ser encontrados em praticamente todos os trabalhos do histórico taxonômico do grupo. Sendo assim, a revisão taxonômica de Platypodinae à nível de subfamília e gêneros se torna extremamente necessária, para a correta identificação e diagnose dos mesmos. Tal revisão taxonômica é fundamental para que se entenda as relações entre os táxons principalmente em um contexto filogenético.

  • ALESSANDRA CAVALCANTE GUIMARÃES
  • Status taxonômico de Erythrolamprus carajasensis (Cunha, Nascimento & Ávila-Pires, 1985) (Serpentes: Xenodontinae): uma visão integrativa

  • Data: 16/10/2023
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  • Erythrolamprus é um dos gêneros mais especiosos e morfologicamente diverso de serpentes
    Neotropicais. A maioria das espécies do gênero consideradas válidas são reconhecidas
    principalmente com base no padrão de coloração, no entanto, muitas apresentam polimorfismos, o
    que pode acarretar problemas de identificação e delimitação dos táxons. Erythrolamprus
    carajasensis foi descrita para a Serra Norte, nas áreas de Canga da região de Carajás, Estado do
    Pará, com distribuição conhecida apenas para sua localidade-tipo. Historicamente, E. carajasensis
    foi relacionada morfologicamente à E. poecilogyrus, espécie politípica e amplamente distribuída na
    diagonal seca Sul-Americana, sendo E. p. schotti simpátrica à E. carajasensis. Também foi relatada
    similaridade no padrão de desenho de E. carajasensis e E. almadensis, principalmente em relação à
    presença da mancha clara parietal. Neste trabalho, testamos a validade taxonômica de
    Erythrolamprus carajasensis, com base em caracteres moleculares e morfológicos. Geramos
    sequências dos genes mitocondriais 12S e 16S para um topótipo de E. carajasensis e 11 espécimes
    de E. almadensis, assim como utilizamos sequências no GenBank. Examinamos 68 espécimes de E.
    carajasensis, incluindo sua série-tipo, e comparamos com espécimes de E. almadensis e E.
    poecilogyrus. Recuperamos o parafiletismo de E. almadensis com E. carajasensis, formando um
    clado fortemente suportado, com baixa divergência genética entre os táxons. Além disso, não
    observamos diferenças morfológicas significativas entre E. carajasensis e E. almadensis, com
    grande sobreposição no padrão de coloração, morfologia hemipeniana e craniana, assim como nos
    caracteres merísticos e morfométricos. Considerando a ausência de diferenças morfológicas e
    genéticas entre E. carajasensis e E. almadensis, reconhecemos E. carajasensis como sinônima de E.
    almadensis. Redescrevemos E. almadensis apresentando uma nova diagnose, incluindo a variação
    dos caracteres morfológicos, morfométricos e merísticos e apresentamos o mapa de distribuição.
    Este documento está organizado em Introdução Geral, Capítulo 1 (artigo que será submetido para
    publicação) e Conclusões Gerais.

  • EMMY FIORELLA MEDINA ESPINOZA
  • O papel da integridade do habitat e das províncias biogeográficas na especialização de habitat de Odonata na Amazônia

  • Orientador : LEANDRO JUEN
  • Data: 09/10/2023
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  • A Amazônia abriga a maior diversidade de espécies de água doce do mundo e várias áreas de
    endemismo. No entanto, devido às atividades antropogênicas, está acontecendo uma transformação
    de suas paisagens. Os Odonata são insetos que respondem a mudanças ambientais em ecossistemas
    aquáticos e terrestres. Suas habilidades de termorregulação e seu desempenho de voo influenciam
    sua permanência em um habitat. Este estudo tem como objetivo analisar a influência da integridade
    do córrego e da província biogeográfica na estrutura funcional das assembleias de Odonata e,
    consequentemente, em sua especialização de habitat. Também avaliamos se a resposta de
    especialização das espécies de Odonata à degradação ambiental depende da subordem e da
    província biogeográfica. Portanto, amostramos assembleias de Odonata adultos em 97 igarapés
    distribuídos em duas províncias biogeográficas diferentes da Amazônia e medimos a integridade do
    igarapé usando o Índice de Integridade do Habitat. Calculamos os componentes da estrutura
    funcional (riqueza, uniformidade, divergência e originalidade) e a especialização funcional das
    assembleias. Descobrimos que os componentes da estrutura funcional respondem de forma
    diferente à integridade do habitat e à província biogeográfica. A especialização funcional dos
    conjuntos é influenciada pela integridade do habitat, divergência funcional e originalidade. Isso
    implica que somente a avaliação dos diferentes componentes da diversidade funcional nos daria um
    entendimento mais compreensível da resposta das assembleias. Embora a especialização de habitat
    não tenha sido influenciada pela região biogeográfica, um efeito indireto dessa variável não é
    descartado, pois afeta a originalidade das características funcionais. Além disso, a resposta da
    especialização das espécies à integridade do habitat varia de acordo com sua subordem. Isso destaca
    a importância de avaliar diferentes aspectos da diversidade funcional para uma melhor compreensão
    da resposta dos conjuntos à mudança de habitat.

  • MARIA LUIZA CUNHA E SOUZA
  • Primeiro registro de contaminação microplástica em anuros amazônicos endêmicos sob diferentes vias de exposição: respiratória, digestiva e tegumentar

  • Orientador : THIAGO BERNARDI VIEIRA
  • Data: 03/10/2023
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  • O aumento da demanda mundial por produtos plásticos vem sendo acompanhado pelo descarte inadequado desses resíduos. Tal atividade produz o fenômeno global de contaminação por estres resíduos, sendo agravado pela alta dispersão de partículas plásticas menores, tal como os microplásticos (MPs). Partículas microplásticas já foram identificadas em diversos grupos animais por apresentarem alta taxa de bioacumulação e biomagnificação. Dentre os grupos expostos, destacam-se os anfíbios anuros, os quais são importantes bioindicadores de ambiente aquático em fase larvar e ambiente terrestre em fase adulta. Os trabalhos atuais com esse grupo durante a fase adulta se concentram na exposição por apenas uma via (digestiva), logo o nível de exposição desse grupo segue subestimado. Tendo isso em vista, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a contaminação por MP em duas espécies de anuros adultos endêmicos da Amazônia (Physalaemus ephippifer e Boana multifasciata), in situ, a partir de três vias de exposição: digestiva, tegumentar e respiratória. A partir disso, caracterizamos as partículas microplásticas identificadas quanto a forma e cor. Avaliamos os efeitos das variáveis morfométricas sobre o nível de contaminação total por MP e no trato gastrointestinal (TGI). Determinamos o nível de contaminação total para cada espécies e os índices de contaminação: MP total ponderador pela massa, MP total ponderado pelo comprimento rostro-cloacal e MP no TGI. Além disso, analisamos o nível de contaminação para cada via de exposição com o quantitativo absoluto de MP e ponderados pela massa total. A partir dos dados obtidos, identificamos que a forma predominante foi a fibra, enquanto as cores predominantes foram transparente e azul. As medidas de massa total e CRC não apresentaram efeito sobre o nível total de MP, já o nível de contaminação no TGI apresentaram relação das medidas morfométricas do TGI. Quanto aos índices de contaminação, a espécies P. ephippifer apresentou maior risco de exposição ao MP para os valores de MP total foram ponderados pela massa total. As vias de exposição digestiva e tegumentar foram as mais significativas para as duas espécies, cuja via respiratória apresentou menor nível de exposição. Já os níveis de contaminação para cada via ponderados pela massa total, a variação entre as espécies foi significativa, no qual o P. ephippifer apresentou maiores níveis de contaminação em todos as vias estudadas. Portanto, concluímos que as três vias de exposição estudadas são relevantes no processo de contaminação por MP em anfíbios anuros adultos. Sendo este o primeiro trabalho a indicar a contaminação por MP em ambiente terrestre na região amazônica a partir da analise das duas espécies modelo estudadas

  • CARLOS GERALDO GONCALVES DE ARAGAO
  • Revisão taxonômica do grupo de espécies lucasi de Dichotomius (Harold, 1869) (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae)

  • Orientador : FERNANDO AUGUSTO BARBOSA SILVA
  • Data: 29/09/2023
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  • O gênero Dichotomius Hope, 1838 apresenta uma rica diversidade na subfamília Scarabaeinae
    (Coleoptera: Scarabaeidae), com cerca de 170 espécies descritas, e possui uma ampla distribuição
    que abrange toda a América, desde os Estados Unidos até a Argentina. Este gênero é composto por
    quatro subgêneros, entre os quais se encontra o subgênero Selenocopris. Tradicionalmente, desde os
    trabalhos de Luederwaldt os subgêneros de Dichotomius são divididos em grupos de espécies. O
    subgênero Selenocopris apresenta 68 nomes específicos, organizados em 14 grupos de espécies.
    Dentre os quais, ainda não formalmente reconhecido, o grupo Dichotomius lucasi, cujas espécies são
    amplamente distribuídas por toda a região amazônica. Historicamente, foi descrito uma espécie:
    Pinotus lucasi Harold, 1869, e uma variação: Pinotus lucasi formosus Luederwaldt, 1931. Porém, o
    exame em coleções tem indicado a presença de novas espécies crípticas, indicando a necessidade de
    um tratamento taxômico adequado uma vez que são frequentemente identificadas como Dichotomius
    aff. lucasi. Com o propósito de reduzir impedimentos taxonômicos em estudos faunísticos e
    ecológicos na Amazônia, contribuindo para o reconhecimento das espécies e a delimitação de suas
    áreas de distribuição, o objetivo deste trabalho foi propor e revisar a taxonomia do grupo D.
    (Selenocopris) lucasi visando o estabelecimento dos caracteres chaves para identificação de suas
    espécies. Foram examinados 923 espécimes provenientes, principalmente, do Setor de Entomologia
    da Coleção Zoológica da Universidade Federal do Mato Grosso (CEMT), do Museu de Zoologia da
    Universidade Federal do Pará (MZUFPA), da Seção de Entomologia da Coleção Zoológica do Museu
    Paraense Emílio Goeldi (MPEG), do Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo (MZSP) e
    Muséum National d’Histoire Naturelle (MNHN). As espécies do grupo lucasi são reconhecíveis pelo
    ápice da metatíbia pontiagudo; processo cefálico do macho em forma de um pequeno corno; pelo
    ápice do tégmen achatado, antero-posteriormente; e pela LC reduzida, sem projeções em forma de
    gancho na região inferior. Foram reconhecidas cinco espécies válidas, quatro delas sendo novas
    espécies. Pinotus lucasi formosus Luederwaldt, 1931 é considerado aqui um novo sinônimo subjetivo
    júnior de Pinotus lucasi Harold, 1869 e seu lectótipo aqui designado. Os principais caracteres
    diagnósticos para as espécies foram os padrões de pontuação e miscroescultura da cabeça, pronoto,
    élitro, carena ventral da metatíbia com presença ou ausência de tufo de cerdas e os componentes da
    genitália masculina. As espécies estão distribuídas ao longo da Amazônia. Ainda são fornecidos uma
    revisão da literatura, chave de identificação, explanação sobre a sinonímia, ilustrações dos caracteres
    chaves e a distribuição das espécies.

  • SILVIA REGINA CARNEIRO DE PINHO
  • DIVERSIDADE E BIOLOGIA DE HEMOPARASITOS EM ANUROS HYLIDAE E LEPTODACTYLIDAE EM FRAGMENTOS FLORESTAIS DO LESTE AMAZÔNICO, BRASIL

  • Orientador : GLEOMAR FABIANO MASCHIO
  • Data: 29/09/2023
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  • Os anuros correspondem a um grupo diverso de animais que habitam variados micro-
    habitats, estando sujeitos a inúmeros tipos de pressões ambientais e antropogênicas. Devido às

    suas características biológicas, estão expostos à uma ampla variedade de vetores hematófagos que
    transmitem uma grande diversidade de parasitos sanguíneos os quais, quando em elevada taxa de
    infecção, podem levar à sua debilidade e, em muitos casos, à sua morte. Nosso objetivo nesse
    estudo foi identificar e caracterizar os hemoparasitos presentes em indivíduos de algumas espécies
    de anuros das famílias Hylidae (Boana multifasciata e Scinax x-signatus) e Leptodactylidae
    (Leptodactylus fuscus e Leptodactylus mystaceus), além de verificar as consequências do
    parasitismo nesses indivíduos, coletados em um fragmento florestal localizado na região leste da
    Amazônia. As coletas ocorreram durante os períodos caracterizados, aqui na região amazônica,
    com maiores índices de pluviosidade. Para a captura dos espécimes utilizamos o método de busca
    ativa visual, vistoriando todos os micro-habitats disponíveis, como serapilheira, vegetação
    arbustiva, troncos caídos, ocos de árvores e interior dos corpos d’água. Todos os anuros coletados
    foram levados ao laboratório e mortos através de aplicação de overdose de anestésico na região
    torácica. Em seguida realizamos a retirada, em cada indivíduo, de amostras de sangue por punção
    cardíaca, das quais realizamos esfregaços sanguíneos e imprint do fígado, para verificar a presença
    de parasitismo com o auxílio de microscópio, além da retirada de tecido para as análises e
    identificação molecular dos parasitos. Nossos resultados mostram como as populações de anuros
    abordadas estão parasitadas em ambientes diferentes e quanto a grande diversidade de espécies do
    gênero Trypanosoma encontrados nesses hospedeiros.

  • CAROLINE COSTA DE SOUZA
  • Tricharaea THOMSON, 1869 (DIPTERA: SARCOPHAGIDAE): REVISÃO TAXONÔMICA E ASPECTOS DE DISTRIBUIÇÃO

  • Data: 31/07/2023
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  • A família Sarcophagidae possui cerca de 3.100 espécies descritas em todos os continentes, exceto nos polos. São moscas geralmente saprófagas e apresentam a morfologia externa pouco variada, tendo como principal característica diagnóstica a terminália masculina. Sarcophagidae está subdivida em três subfamílias: Miltogramminae, Paramacronychiinae e Sarcophaginae. Sarcophaginae é uma subfamília muito diversa e por isso tem vários gêneros com problemas taxonômicos, que carecem de revisões. Dentre estes gêneros, está Tricharaea Thomson 1869. Tricharaea é um gênero amplamente distribuído, nativo nas regiões Neotropical e Neártica e introduzido na Australásia/Oceania. Essas moscas apresentam pequeno a médio porte, 2-8 mm, estando entre os menores sarcofagídeos. Quanto a biologia das espécies deste gênero, pouco é conhecido. Tricharaea é composto por três subgêneros, Tricharaea (Tricharaea) com uma espécie, Tricharaea (Sarcophagula), com 11 espécies e Tricharaea (Sarothromyia) com três espécies. Há um grande problema na delimitação de algumas espécies, não se sabe ao certo se alguns sinônimos são, de fato, sinônimos ou se são espécies válidas. As terminálias de muitas espécies estão mal caracterizadas e não permitem uma identificação precisa. Além disso, algumas espécies introduzidas possuem um potencial significativo de se tornarem invasoras devido a suas características adaptativas aos habitats tanto naturais como sinantrópicos e capacidade de colonização em novos ambientes. Assim, essa tese teve como objetivo 1) apresentar uma revisão taxonômica das espécies de Tricharaea, visando fornecer meios de identificação acurada para as espécies; 2) prever as áreas de distribuição fundamental ou potencial de Tricharaea a partir de variáveis ambientais climáticas; estimar os fatores ambientais mais influentes para cada uma das espécies; identificar as áreas de distribuição natural das espécies; e prever o potencial invasivo de T. occidua e T. canuta a nível mundial a partir de variáveis ambientais climáticas. Para isso, a tese resultou em dois capítulos, apresentados a seguir. O capítulo 1 de revisão taxonômica, resultou em 11 espécies válidas, sendo quatro espécies sinonimizadas (Tricharaea (Sarcophagula) brasiliensis, Tricharaea (Sarcophagula) indonata e Tricharaea (Sarcophagula) tenuis como sinônimo júnior de Tricharaea (Sarcophagula) canuta e Tricharaea (Sarcophagula) peruana como sinônimo júnior de Tricharaea (Sarcophagula) occidua) e uma nova combinação, Tricharaea (Sarothromyia) wygodyzinskyi, que previamente estava alocada no subgênero Sarcophagula. Assim, o subgênero Sarcophagula passa a ter seis espécies, o subgênero Sarothromyia quatro espécies e o subgênero Tricharaea continua sendo monotípico. Imagens das espécies foram apresentadas, bem como uma chave de identificação para espécimes machos. No capítulo 2 obtivemos os modelos de distribuição potencial, ausência e presença das espécies do gênero, bem como previsões de colonização de habitats no futuro, até 2100, obtendo importantes resultados que implicam na conservação da biodiversidade.

  • LUCIANA LAMEIRA DOS SANTOS
  • Análises do uso de famílias taxonômicas como substitutas biológicas da diversidade de espécies de peixes de riachos amazônicos

  • Data: 24/07/2023
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  • A identificação de peixes de riachos amazônicos demanda grandes investimentos financeiros e de tempo, obstáculos que retardam os planos de conservação de riachos. A utilização de substitutos biológicos pode ser uma alternativa para mitigar esses problemas, contudo, esta alternativa ainda não tinha sido avaliada usando a composição de famílias de peixes. Ao priorizar certas famílias, o número de peixes a serem identificados é reduzido, acelerando o desenvolvimento de estudos. Dado esse benefício, o objetivo da tese foi analisar o potencial de famílias taxonômicas como substitutas da diversidade de peixes de riachos amazônicos. No primeiro capítulo, foram utilizados dados de riachos conservados em seis bacias de drenagem da amazônicas, separadas em duas extensões espaciais. Na extensão bioma, os dados foram analisados conjuntamente; enquanto na extensão regional, as análises das bacias de regiões de alta altitude foram separadas das bacias de planície. No segundo capítulo, o teste do uso de famílias como substitutas foi realizado utilizando dados de riachos em uma região com longo histórico impactos ambientais e incluindo o efeito de variações temporais. Como resultado, em riachos conservados, as famílias Cichlidae e Lebiasinidae se mostraram potenciais substitutas nas seis bacias hidrográficas estudadas. Crenuchidae e Hypopomidae foram mais congruentes com peixes das bacias da planície. Já Characidae, Gymnotidae e Rivulidae foram mais similares aos peixes das bacias de alta altitude. Nos riachos impactados, especialmente Cichlidae demonstrou potencial como substituta, mantendo alta similaridade com a assembleias ao longo do período estudado. Enquanto o potencial de substituição de Characidae foi restrito ao período chuvoso. Em todas as relações houve concordância nos padrões encontrados com dados de abundância e ocorrência das espécies. Com esses resultados, demonstramos que há alto potencial para utilização da composição de famílias como substitutas da diversidade de peixes de riachos amazônicos. De modo que na prática, essa estratégia pode contribuir para monitoramentos rápidos e de baixo custo em riachos conservados e impactados. Assim, reforçamos que a substituição biológica é uma alternativa útil diante da acelerada perda de diversidade nos ecossistemas aquáticos, por demandar menos tempo e recursos para o monitoramento ambiental na Amazônia brasileira.

  • LETÍCIA MAIA RODRIGUES
  • Análises espermáticas de Potamotrygon leopoldi, da bacia do rio Xingu, Pará, Brasil.

  • Orientador : LEANDRO MELO DE SOUSA
  • Data: 20/06/2023
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  • As raias de água doce, como Potamotrygon leopoldi, que é restrita ao Rio Xingu (PA), são relevantes
    para economia para fins alimentícios ou comércio de peixes ornamentais, por outro lado a captura e
    outras atividades antrópicas estão esgotando os estoques naturais. Portanto, a caracterização do sêmen
    é importante para a reprodução artificial e manutenção ex situ como estratégias de conservação.
    Machos adultos de P. leopoldi foram divididos e mantidos em aquários de vidro (capacidade máx.
    1000L) e tanques de alvenaria (capacidade máx. 1500 L). A coleta de sêmen foi realizada por
    extrusão, somente em peixes de tanques de alvenaria. Foram realizadas avaliações de motilidade,
    integridade de membrana, volume, concentração e osmolaridade do plasma seminal resultando 72,00
    ± 0,00% de motilidade progressiva, 22,00 ± 0,00% não progressiva e apenas 6,00 ± 0,00% de
    espermatozoides imóveis; integridade de membrana por citometria de fluxo 78,41 ± 5,66%; volume
    3,94 ±0,00 mL; concentração no hemocitômetro=1,51,5x107 sptz/mL, e pelo espermatócrito em
    13,00 ± 0,01%; osmolaridade do plasma seminal, 278 ± 0,01 mOsm. A sonda fluorescente H342
    caracterizou espermatozóides com membrana plasmática intacta, e a sonda JC-1 mostrou um baixo
    potencial de membrana presente na parte intermediária do espermatozoide. O armazenamento do
    sêmen nas temperaturas de 5°C, 10°C e 15°C, com as soluções (MEM, Ringer e D-PBS), possibilitou
    avaliar os parâmetros de motilidade e integridade da membrana dos espermatozoides, sendo o MEM
    solução e a temperatura de 5° C, como a mais adequada para o armazenamento. O presente trabalho
    obteve novas informações sobre parâmetros andrológicos, utilizando ferramentas avançadas
    potencialmente aplicáveis em Ciências Básicas e Aplicadas, contribuindo para futuros trabalhos sobre
    a reprodução de P. leopoldi, bem como de outras espécies intragenéricas.

  • CRISTIANY NONATO DA SILVA
  • A importância das reservas legais na conservação do Jacamim-de-costas-escuras, Psophia obscura Pelzeln, 1857 (Aves - Psophiidae), frente as mudanças climáticas na Amazônia Oriental.

  • Orientador : MARCOS PERSIO DANTAS SANTOS
  • Data: 29/05/2023
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  • A Amazônia Legal contribui de forma significativa na manutenção da biodiversidade e no equilíbrio
    hídrico e climático da região. Mas diante pressões antrópicas como o desmatamento ilegal tem
    comprometido o equilíbrio ambiental e gerando perdas irremediáveis da biodiversidade e mudanças
    climáticas. Gerando como consequência a formação de fragmentos florestais cada vez mais disjuntos
    e isolados para as espécies, que são submetidas a condições de vida estressantes, podendo resultar em
    uma alta probabilidade de extinção local. Para controlar as atividades antrópicas nocivas a
    conservação da biodiversidade, foram criadas áreas protegidas dentre elas as Reservas Legais,
    consideradas como mecanismo de mitigação dos impactos que ocorrem de forma heterogenia em
    todas as regiões do bioma. Sendo que neste bioma está localizado o Centro de Endemismos Belém,
    o mais ameaçado e que compromete a sobrevivência da espécie Psophia obscura Pelzeln, 1857, a
    qual é endêmica do CEB e corre sérios riscos de extinção. Este estudo então se propôs a avaliar se as
    áreas de Reserva Legal (RL) das propriedades rurais estão cumprindo a função de preservar as
    espécies ameaçadas de extinção no cenário atual e em cenários futuros alternativos. Para isso foram,
    gerados modelos de adequabilidade climática do táxon alvo nos cenários presente e futuro (ano de
    2100), sendo selecionado dois cenários futuros alternativos, sendo o SSP4.5 um cenário otimista e o
    SSP8.5 um cenário pessimista. O estudo indicou 27 ocorrências únicas dentro da área do CEB para a
    espécie Psophia obscura e através do modelo de distribuição da espécie comparou a área propicia
    climaticamente para a sobrevivência dela em dois cenários presente e futuro, sendo este submetido a
    previsão da área adequada a espécie disponível nas Reservas Legais dentro do CEB, levando em conta
    os dois cenários futuros alternativos, sendo o primeiro otimista com e sem mitigação (Fut 4.5 da
    Reservas Legais Implementadas - RLI e Fut 4.5 Reservas Legais Totais - RLT) e segundo pessimista
    com e sem mitigação (Fut 8.5 da RLI e Fut 8.5 RLT). Diante a previsão realizada foi observada que
    as Reservas Legais implementadas atualmente não estão cumprindo o seu papel de conservação da
    espécie, mas através da implementação das RLT que compõe o cenário futuro com mitigação poderá
    contribuir para reverte de forma positiva esta situação.

  • STELLA YASMIN LIMA NOBUSHIGE
  • Filogeografia e demografia histórica do complexo Myrmothera campanisona/simplex/subcanescens (Aves: Grallariidae)

  • Orientador : LINCOLN SILVA CARNEIRO
  • Data: 26/05/2023
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  • Myrmothera é exclusivamente encontrado no bioma Amazônia, são aves pernaltas de pequeno porte
    que vivem próximas ao chão, inconspícuas e de plumagem discreta, por isso são mais facilmente
    detectadas bioacusticamente. Alguns trabalhos e observações de campo indicam a possibilidade de
    haver linhagens crípticas em Myrmothera. Estudos filogeográficos e populacionais de aves
    neotropicais têm ajudado a compreender as relações entre o dinamismo ambiental e os padrões de
    diversificação da biota, visto que Myrmothera é amplamente distribuída e endêmica da região
    amazônica, o gênero é um excelente modelo a ser utilizado com esta finalidade. Desta forma, foi de
    nosso objetivo estudar o complexo Myrmothera campanisona/simplex/subcanescens na tentativa de
    compreender sua história demográfica e os padrões biogeográficos e evolutivos envolvidos na
    diversificação de suas linhagens no bioma Amazônia. Foram utilizados 70 espécimes nas análises
    moleculares, dois marcadores mitocondriais (ND2 e ND3) e três nucleares (TGF-β2, MUSK e FGβ-
    I5) foram manuseados para a realização das análises filogenéticas e demográficas, estimativa de
    tempos de divergência e uma modelagem de área ancestral. Nossos dados mostraram que: (1) As
    diversificações dentro do complexo Myrmothera campanisona/simplex/subcanescens ocorreram no
    Plio-Pleistoceno; (2) As flutuações climáticas, alterações fitofisionômicas e geológicas foram as
    principais forças que moldaram a história do grupo; (3) Foi evidenciado um padrão de distribuição
    que conecta os Escudos Brasileiro e das Guianas durante o Plioceno, um padrão pouco
    documentado para a região; (4) As populações estão altamente estruturadas, e com pouca evidência
    de fluxo gênico. Ao todo esses quatro achados lançam luz sobre alguns aspectos importantes da
    biogeografia amazônica.

  • JEYNNE PIMENTEL BORGES
  •  

    SOBRE A TAXONOMIA DO GÊNERO Hypaeus SIMON, 1900 (ARANEAE: SALTICIDAE: AMYCINI), COM REVISÃO DO GRUPO DE ESPÉCIES H.porcatus


  • Orientador : GUSTAVO RODRIGO SANCHES RUIZ
  • Data: 18/05/2023
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  • Quatro grupos de espécies dentro de Hypaeus Simon, 1900 são propostos, com base em
    características morfológicas compartilhadas por seus membros: 1) O grupo de espécies
    H. taczanowskii (incluindo cinco espécies descritas: H. taczanowskii (Mello-Leitão,
    1948), H. annulifer Simon, 1900, H. pauciaculeis (Caporiacco, 1947), H. poseidon
    Araújo & Ruiz, 2015, e H. tridactylus Araújo & Ruiz, 2015); 2) O grupo de espécies H.
    miles (incluindo três espécies descritas: H. miles Simon, 1900, H. femoratus Araújo &
    Ruiz, 2015, e H. terraemediae Araújo & Ruiz, 2015); 3) O grupo de espécie H.
    ignicomus (também incluindo três espécies descritas: H. ignicomus Simon, 1900, H.
    concinnus Simon, 1900 e H. luridomaculatus Simon, 1900); e 4) O grupo-espécie H.
    porcatus, que é revisado neste trabalho, como segue: machos frescos de H. porcatus
    (Taczanowski, 1871), H. flavipes Simon, 1900 e H. frontosus Simon, 1900 são
    descritos, e as fêmeas das três espécies são descritas pela primeira vez. Dasyophrys
    nigra Mello-Leitão, 1930 (♂) (atualmente sinonimizada com H. frontosus) é revalidada,
    e Dasyophrys Mello-Leitão, 1930 é corroborado como sinônimo júnior de Hypaeus.
    Maenola lunata Mello-Leitão, 1940 (♀) é transferida para Hypaeus e sinonimizada com
    H. niger comb. nov. Ambos os sexos de H. niger são redescritos. Noegus lodovicoi
    Ruiz & Brescovit, 2008 (♀) e Agelista petrusewiczi Caporiacco, 1947 (♀) (atualmente
    em Noegus Simon, 1900) são transferidas para Hypaeus. Hypaeus petrusewiczi comb.
    nov. é proposta como sinônimo júnior de H. flavipes. Duas novas espécies de Hypaeus
    Simon, 1900 do Brasil são descritas: H. nigriceps sp. nov. (♂♀) e Hypaeus tapajonicus
    sp. nov. (♂♀). O grupo de espécies H. porcatus passa a incluir sete espécies.

  • WELINGTON BARBOSA NOBRE
  • SOBRE OS GÊNEROS DE ARANHAS SALTADORAS Soesilarishius MAKHAN, 2007 E Rhyphelia SIMON, 1902 (ARANEAE: SALTICIDAE), COM DESCRIÇÃO DE DEZ ESPÉCIES NOVAS

  • Orientador : GUSTAVO RODRIGO SANCHES RUIZ
  • Data: 15/05/2023
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  • Neste trabalho descrevemos nove espécies novas de Soesilarishius Makhan, 2007 de
    diferentes estados do Brasil: Soesilarishius otti sp. nov. (♂♀) do Rio Grande do Sul, S.
    barbado sp. nov. (♂) da Bahia, S. gallina sp. nov. (♂) do Acre, S. planaria sp. nov. (♂)
    de São Paulo, S. tocantinensis sp. nov. (♂) do Tocantins, S. cotriguacuensis sp. nov.
    (♂) do Mato Grosso, e S. okay sp. nov. (♂♀), S. novalima sp. nov. (♂♀), e S. bilineatus
    sp. nov. (♂♀), as três últimas de Minas Gerais. Além disso, apresentamos ilustrações
    do holótipo da espécie-tipo de Rhyphelia Simon, 1902 para comparação e descrevemos
    Rhyphelia brevistylus sp. nov. (♂♀) da Bahia.

  • MARIA THAYANE DA SILVA MENDONÇA
  • ANÁLISE FILOGENÉTICA, PROPOSIÇÃO E DESCRIÇÃO DO GRUPO DE ESPÉCIES E. SEXDENS DO SUBGÊNERO Edessa FABRICIUS (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)

  • Data: 07/03/2023
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  • A família Pentatomidae é a terceira com maior número de espécies dentro de Heteroptera, possui dez
    subfamílias, dentre elas a subfamília Edessinae. A subfamília Edessinae é a segunda maior em
    número de espécies dentro de Pentatomidae (Hemiptera, Heteroptera). Atualmente a subfamília é
    composta por 17 gêneros, dentre eles o gênero Edessa que não possui características diagnósticas
    claras e apresenta muitos problemas de taxonomia e de nomenclatura. Dentro do gênero Edessa existe
    o subgênero nominal. Esse subgênero foi recentemente revisado por Silva (2017), com base em uma
    análise cladística em que vários grupos de espécies foram propostos. O subgênero se mostrou
    monofilético e composto por aproximadamente 160 espécies. Dentre esses grupos existe um que é
    composto por aproximadamente 74 espécies (23 espécies descritas e 51 espécies novas para a ciência)
    e aqui é tratado como grupo E. sexdens, este é considerado o maior grupo de espécie do subgênero.
    As espécies que pertencem ao grupo E. sexdens foram poucas representadas no trabalho de Silva
    (2017), aparecendo em dois ramos filéticos distinto. O grupo E. sexdens é caracterizado por possuir
    a genitália masculina com parâmeros com três lobos; processo superior da taça genital de formato
    laminar; e os segmentos do conexivo com um par de manchas escuras. Com isso, o objetivo desse
    trabalho foi propor a atualização da diagnose do subgênero Edessa e do grupo E. sexdens e análise
    cladística do grupo de espécies E. sexdens. Foram feitas descrições, medições e fotografias do corpo
    em vista dorsal e ventral e da genitália da fêmea e do macho; bem como, mapas para verificar a
    distribuição das espécies. A análise cladística foi feita como base em uma matriz de dados feita no
    programa Mesquite. A matriz foi calculada no programa TNT e o cladograma foi editado no programa
    WinClada. A máxima parcimônia foi usada para rodar a análise cladística. Foi utilizado à pesagem
    implícita (k=3). Para verificar os valores dos índices de suporte dos clados foi utilizado o suporte de
    bremer relativo e o método symmetric resampling. Como resultados foi refeita a descrição do
    subgênero Edessa, foi proposto o grupo E. sexdens e apresentadas as descrições das 74 espécies do
    grupo. Foi feita uma chave de identificação para o grupo E. sexdens, dez nomes foram sinonimizados
    e a espécie E. (E.) magnifica foi transferida do gênero Olbia para o gênero Edessa. A matriz final é
    composta por 90 caracteres morfológicos e 94 táxons, sendo 20 táxons compondo o grupo externo e
    74 táxons compondo o grupo interno. Com base no cladograma o subgênero se mostrou monofilético,
    assim como na análise de Silva (2017) e o grupo E. sexdens também se mostrou monofilético,
    diferente da análise de Silva (2017). O grupo de espécies E. sexdens possui uma boa resolução interna
    baixa e a adição de mais caracteres na análise é necessária para melhorar essa resolução.

  • IAGO BARROSO DA SILVA
  • O futuro dos quelônios amazônicos no contexto das mudanças climáticas

  • Data: 17/02/2023
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  • A avaliação dos efeitos do aquecimento global na distribuição das espécies é amplamente
    necessária para o entendimento das suas consequências na biodiversidade. Com base no
    conhecimento sobre os impactos atuais e previstos das mudanças climáticas na Amazônia e no
    grupo dos quelônios, este estudo utilizou modelos de distribuição de espécies para compreender as
    consequências dessas modificações nas áreas potenciais de ocorrência das espécies, respondendo as
    seguintes questões: 1) Quais as regiões e qual a extensão da distribuição dos quelônios amazônicos
    que serão afetadas pelas mudanças climáticas futuras? 2) Quais espécies serão mais impactadas?
    Como resultados, observamos que os modelos apresentaram desempenhos consideráveis.
    Destacam-se as, como projeções de distribuições potenciais no período atual, a ampla distribuição
    das espécies Chelonoidis denticulatus; C. carbonarius e Platemys platycephala. Para as projeções
    no cenário climático futuro, todas as espécies perderam área potencial. Phrynops tuberosus
    (87.69%), M. nasuta (82.51%), P. platycephala (45.16%), M. raniceps (43.96%), P. sextuberculata
    (38.69%), C. denticulatus (36.19%) são as espécies que mais perderam área nesse cenário. Para um
    cenário de um futuro mais extremo, as espécies que perderam maior área potencial são M. nasuta
    (98.93%), P. tuberosus (97.87%), P. erythrocephala (66.26%), M. raniceps (63.46%), C.
    denticulatus (61.62%). Quelônios são animais muito afetados pela dinâmica hidrológica dos corpos
    d’água, a qual será especialmente impactada na Amazônia, prevendo-se modificações na vazão,
    precipitação, umidade, extensão de inundação e na intensidade desses fenômenos em diferentes
    estações da bacia. Essas mudanças trarão efeitos deletérios para os quelônios, os quais dependem do
    nível dos rios e da área e período de inundação para reprodução e alimentação. Quelônios com
    hábitos semiaquáticos também perdem áreas importantíssimas de alimentação com a modificação
    do regime hidrológico e da paisagem do entorno dos rios. É muito preocupante o fato que todas as
    espécies de quelônios da Amazônia serão afetadas pelas mudanças climáticas, sendo que a grande
    maioria perderá amplas extensões de áreas ambientalmente adequadas para sua ocorrência. Ações
    governamentais mitigatórias, a longo prazo, em diferentes escalas, são essenciais para suavizar os
    impactos desse cenário e contribuir para a conservação dessas espécies.

  • MARIA LETICIA BATISTA GALVAO LOPES
  • Descrição de uma espécie nova de Pseudacanthicus Bleeker 1862 (Siluriformes: Loricariidae) da bacia do rio Xingu

  • Orientador : LEANDRO MELO DE SOUSA
  • Data: 10/02/2023
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  • O gênero Pseudacanthicus pertence ao grupo Acanthicus e suas espécies podem ser reconhecidas por
    caracteres como: corpo fortemente quilhado, com odontódeos desenvolvidos; pré-maxilares estreitos
    com pequeno número de dentes bastante alongados (quando comparado às demais espécies de
    Loricariidae) e presença de duas pequenas placas na área posterior do pterótico composto. Ao
    contrário da maioria dos táxons de Loricariidae, os representantes do gênero possuem hábitos
    carnívoros, alimentando-se principalmente de pequenos invertebrados aquáticos. Atualmente, o
    gênero compreende oito espécies válidas: P. spinosus, P. histrix e P. pirarara distribuídas na bacia
    Amazônica, P. pitanga e P. major na bacia Tocantins-Araguaia e P. fordii, P. leopardus e P. serratus
    nas drenagens costeiras da Guiana ao Suriname. Apenas P. pirarara é descrita para o rio Xingu, e
    estima-se a existência de grande quantidade de espécies de peixes endêmicas desta região que ainda
    não foram formalmente descritas, como é o caso de Pseudacanthicus sp. “açacu-preto”. Desta forma,
    neste trabalho foi feita a descrição da nova espécie de Pseudacanthicus, afim de aumentar o
    conhecimento taxonômico do gênero para a bacia do rio Xingu e, consequentemente, contribuir para
    estudos de conservação da espécie, uma vez que a ictiofauna das drenagens amazônicas carece de
    conhecimento taxonômico e biológico, e alterações provenientes de ações antrópicas crescem
    desenfreadamente, ocasionando que muitas espécies sejam extintas antes mesmo de serem

  • LOYRIANE MOURA SOUSA
  • ANÁLISE DE LACUNAS E ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO PODOCNEMIDAE (REPTILIA: TESTUDINES) DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Orientador : THIAGO BERNARDI VIEIRA
  • Data: 08/02/2023
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  • Introdução - A biodiversidade está sofrendo uma grande pressão antrópica, sendo perdido antes mesmo de ser conhecida, devido ao aumento desordenado do desenvolvimento social e econômico. A criação das unidades de conservação é feita sem planejamento com base da ciência, sem identificar todas as espécies encontradas no local das UCs e que por conta disso as espécies mais privilegiadas são as terrestres. Enquanto isso as espécies aquáticas têm poucas áreas de proteção. Uma forma de sanar esse problema e selecionar as áreas prioritárias através do Planejamento Sistemático da Conservação, cujo objetivo é identificar áreas mais viáveis para conservação com um gasto financeiro reduzido. Os quelônios, também conhecidos em toda a Amazônia por bicho de cascos, são caçados, pescados e consumidos por inúmeros residentes da Amazônia brasileira. Objetivo - Assim, o nosso objetivo é identificar as áreas prioritárias para a conservação de quelônios aquáticos da bacia Amazônica brasileira e a contribuição das UCs, diferenciando as Áreas de Proteção Integral (API) e Áreas de Uso Sustentável (AUS), e das Terras Indígenas (TIs) para a proteção do grupo. Materiais e Métodos - Foram feitas busca dos pontos de ocorrência nas coleções digitais. SpeciesLink (https://specieslink.net/) e Global Biodiversity Information Facility (GBIF; www.gbif.org), uamos o banco de dados Hydroatlas contendo 31 variáveis bioclimáticas referentes a hidrologia, hidrografia, clima, para as espécies terrícolas foram usadas as 19 variáveis
    bioclimáticas que estão disponível no WorldClim disponíveis no banco de dados WorldClim (http://www.worldclim.org/), ajustamos os modelos usando quatro algoritmos: Entropia máxima (MXE; Phillips et al., 2017; Phillips et al., 2004), Random Forest (RDF; Prasad et al., 2006), Support Vector Machine (SVM; Guo et al., 2005) Gausian-Bayesian (Geiger e Heckerman 235–243, 1995). Foi usado o pacote ENMTML no software R para todos os procedimentos de modelagem (Andrade et al., 2020; https://github.com/andrefaa/ENM_TheMetaLand). Todos os procedimentos descritos foram realizados para todas as espécies presentes e considerando apenas as espécies sob risco de extinção (IUCN) e (ICMBio). Resultados - Nossos resultados apontam que as TI detém as maiores médidas de contribuição (superior a 50%) das áreas de distribuição das espécies de quelônios na Amazônia brasileira. Uma vez que, as áreas destinadas a proteção com maior grau de importância para a conservação (UPI e UUS) são as áreas que detém as menores porções de distribuição das espécies, menos de 15% combinadas. Porém essas áreas vêm sofrendo eventos de perda de áreas protegidas trata-se de um fenômeno denominado pelos pesquisadores pela sigla PADDD. Observamos que as maiores áreas de distribuição de quelônios se encontravam dentro de TI (mais de 40% dos pontos de ocorrência). Através desses resultados podemos observar quais áreas de fato possuem maiores ocorrências e favorecem para serem criadas as UCs, pensando na conservação para todas as espécies de animais, tanto aquático, quanto terrestres. Discussão - Encontramos 8.989 pontos para as 17 espécies de quelônios inclusas no trabalho, após a limpeza dos dados e retirada dos pontos sem referência e pontos duplicados permaneceram 3.535 pontos. Observamos que aproximadamente 20% da distribuição geográfica das espécies de quelônios da Amazônia brasileira estão fora de UC’s e de TI. Dentre as unidades de conservação (UPI e UUS) observamos nas UUS as maiores porcentagem de áreas de ocorrência das espécies. No entanto, as TI são as áreas que detém as maiores médias de porcentagem de áreas de distribuição, com valores superiores a 50%. Esse mesmo padrão é observado para quase todos os agrupamentos realizados, tanto para habitat quanto ambiente e status de conservação. Conclusão - Os pesquisadores têm grandes desafios na hora de tomar decisões com os modelos, devido as conservações que às vezes envolve muitos táxons que são bastantes diferentes um do outro, quando o assunto é relacionado a conservação de um grupo de indivíduos e uma discussão muito complicada, pois evolve muitos fatores, como fatores políticos, biológicos e econômicos, isso diz respeito a muitas decisões e pensamentos diferentes sobre o assunto.

2022
Descrição
  • GUSTAVO COSTA TAVARES
  • Imagens em vermelho Imagens hiperespectrais de infravermelho próximo (NIR-HSI) como uma nova ferramenta para a taxonomia de Orthoptera (Insecta)

  • Data: 05/12/2022
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  • Ações antrópicas têm ocasionado graves alterações ambientais, levando a uma rápida e massiva perda da biodiversidade. Por este motivo, taxonomistas estão em constante busca por novas tecnologias e métodos que acelerem a descrição das espécies, antes que desapareçam. Nesta perspectiva, tecnologias espectroscópicas na faixa do infravermelho próximo têm se mostrado promissoras em diferenciar, caracterizar, classificar e discriminar espécies animais, ao extrair informações químicas de uma amostra em formato de comprimento de onda. Uma das tecnologias mais famosas e versáteis, que utilizam essa região do espectro eletromagnético, é o imageamento hiperspectral. Com esse método, operando na faixa do infravermelho próximo, é possível extrair não só informações químicas de uma amostra, mas também como essas moléculas estão distribuídas. Aqui, nós avaliamos o potencial da tecnologia de imageamento hiperspectral em imfravermelho próximo como uma ferramenta alternativa a ser empregada na taxonomia de insetos pertencentes à ordem Orthoptera. Utilizamos espécimes alfinetados e acondicionados em coleções de museu. Está tese está divida em dois capítulos. O primeiro, é dedicado a realizar uma abordagem metodológica, buscando superar as dificuldades experimentais e investigar as propriedades de resposta da interação entre a radiação do infravermelho próximo e os insetos, como a capacidade de penetração, a qual revelou que as informações acessadas, não correspondem somente à compostos orgânicos expressos na cutícula, mas também em componentes internos, como a musculatura. Neste capítulo, também é discutido os passos analíticos que facilitarão e acelerarão futuros trabalhos empregando a técnica. Posteriormente, foi testada capacidade de imagens hiperspectrais de serem utilizadas para a construção de um modelo de classificação para diferenciar espécies. Neste caso, foram utilizadas quatro espécies de esperança do gênero Conocephalus Thunberg. O modelo construído conseguiu classificar 83% dos pixels das amostras, com uma acurácia de 95%. Ao testar o modelo em predizer outras amostras, este também se mostrou bem efetivo e conseguiu diferenciar a maiorias das amostrar. Assim, concluímos que a tecnologia de imageamento hiperspectral é uma excelente ferramenta, ainda pouco explorada, a ser utilizada para acessar novas informações e auxiliar na tomada de decisões na taxonomia de Orthoptera, a partir de uma perspectiva alternativa.

  • OTAVIO GUILHERME MORAIS DA SILVA
  • Revisão taxonômica do gênero Rogeria Emery, 1894 (Hymenoptera: Formicidae) com a descrição de um novo gênero relacionado

  • Data: 30/11/2022
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  • As formigas do gênero Rogeria são caracterizadas pelas antenas com 12 antenômeros e clavas apicais de três antenômeros; escrobos ou fossas antenais ausentes; mesossoma geralmente compacto; espinhos propodeais curtos e lobos propodeais sem projeções. A distribuição atual de Rogeria é disjunta, com cerca de 37 espécies na região Neotropical e três na região Australiana. A revisão global de Kugler (1994) oferece critérios morfológicos para delimitação de espécies e grupos de espécies, chaves de identificação e notas taxonômicas para 39 espécies. Um grande volume de espécimes de Rogeria se acumulou em coleções mirmecológicas nos últimos 20 anos, devido, principalmente, ao uso de técnicas de coleta mais eficientes e massivas para a fauna de formigas de solo. Diante disso, um estudo taxonômico de Rogeria foi realizado a fim de se compreender limites genéricos e específicos, além de atualizar o conhecimento sobre a distribuição e história natural do grupo. Como maior contribuição taxonômica, estamos descrevendo um novo gênero relacionado à Rogeria, baseado no estudo morfológico do grupo stigmatica. Seis espécies que antes pertenciam ao grupo stigmatica são transferidas para esse novo gênero, duas espécies nominais são ressuscitadas, e uma nova espécie descrita para o Brasil. Nesta proposta, Rogeria passa a ter 34 espécies conhecidas, aqui redescritas; ressuscitamos e redescrevemos duas espécies e apresentamos treze espécies novas.

  • LORRANE GABRIELLE CANTANHEDE
  • O PAPEL DAS DIMENSÕES AMBIENTAL, ESPACIAL E FUNCIONAL NA DISTRIBUIÇÃO DE ASSEMBLEIAS DE PEIXES EM RIACHOS AMAZÔNICOS AO LONGO DE GRADIENTES AMBIENTAIS

  • Data: 03/10/2022
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  • Ao longo da história, os humanos modificaram drasticamente o ambiente terrestre. As conversões de florestas em diversos tipos de usos da terra, tais como pastagem, agricultura e monocultura, que têm como principal objetivo a produção de alimento em larga escala, têm promovido perdas irreparáveis na região amazônica. Essas modificações que ocorrem nos ambientes, em decorrência das mudanças de usos da terra, geram perdas de biodiversidade e, consequentemente, de funções importantes no provimento de serviços ecossistêmicos. Com isso, estudos que investigam os efeitos dos múltiplos usos da terra sobre o ambiente, as espécies e os atributos funcionais são imprescindíveis para subsidiar estratégias mais eficientes para a redução e recuperação dos ambientes impactados, visando à conservação da biodiversidade. Diante disso, esta tese busca responder as seguintes questões: 1) Quais fatores explicam a diversidade escura de peixes em riachos amazônicos, ao longo de gradientes ambientais? 2) O que influencia a heterogeneidade ambiental, a riqueza de espécies e a riqueza funcional e qual o papel da heterogeneidade ambiental na abundância de espécies e atributos funcionais de peixes de riachos? Para responder essas questões, nós amostramos 71 riachos de 1ª a 3ª ordem em áreas com diferentes tipos de usos da terra nas bacias hidrográficas do Acará-Capim, Amazônia Oriental. Para o capítulo 1, avaliamos os efeitos de variáveis ambientais, da paisagem, heterogeneidade ambiental, conectividade e de atributos funcionais dos peixes sobre a diversidade escura, mensurada através de padrões de coocorrência. A diversidade local média excedeu a diversidade escura observada. A magnitude da diversidade escura foi diretamente associada à proporção de floresta secundária ao nível da bacia imediata e ao índice de proximidade ao impacto antropogênico. Espécies que possuem alta afinidade por ambientes com maior velocidade de corrente, baixa capacidade de natação e que capturam alimentos principalmente na superfície contribuíram mais para a diversidade escura, o que sugere que a capacidade de natação, preferência de habitat e aspectos relacionados à alimentação são fundamentais preditores da probabilidade de uma determinada espécie estar presente em locais com habitat adequado. Para o capítulo 2, avaliamos o efeito do desmatamento na heterogeneidade ambiental, na riqueza de espécies e na riqueza funcional e o papel da heterogeneidade ambiental na abundância de espécies e grupos funcionais de peixes de riachos. Os resultados mostram que a maior porcentagem de floresta clímax favoreceu as árvores de grande porte, e a de floresta secundária favoreceu as plantas herbáceas de sub-bosque. Apenas a maior quantidade de sedimentos influenciou negativamente a heterogeneidade ambiental. Portanto, não houve influência indireta dos usos da terra na heterogeneidade ambiental, riqueza de espécies e riqueza funcional. Espécies com alta habilidade natatória, pertencentes às guildas tróficas piscívoros e invertívoros, foram favorecidas com o aumento da heterogeneidade ambiental. Nossos resultados podem ser úteis para projetos que visem a restauração da vegetação ripária, visando a recuperação do funcionamento do ecossistema em ambientes degradados.

  • MARINA MEIRELES DOS SANTOS
  • Evolução morfológica na forma craniana e análise do dimorfismo sexual em Colubrinae e Xenodontinae Neotropicias

  • Data: 31/08/2022
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  • Os padrões de evolução morfológica podem ser conduzidos por fatores intrínsecos (processos de desenvolvimento e alometria) e/ou extrínsecos (pressões seletivas do meio ambiente), no entanto, a ancestralidade comum e a contingência histórica, também podem determinar os padrões evolutivos em distintos grupos. Serpentes das subfamílias Colubrinae e Xenodontinae constituem radiações Neotropicais ecológica e morfologicamente diversas. Informações relacionadas a dieta e uso do ambiente estão disponíveis para inúmeras espécies destas linhagens, o que proporciona oportunidade única para implementação de estudos que consideram dados sobre história natural em um contexto filogenético. Entre os colubríneos, um aspecto já conhecido se refere ao comportamento de combate ritual entre machos de Chironius, embora estudos mais aprofundados sobre o dimorfismo sexual destas serpentes nunca foram realizados. Esta tese está organizada em dois capítulos. No Capítulo 1, analisamos se diferenças ecológicas (dieta e tipo de ambiente) e a história evolutiva compartilhada influenciam os padrões de forma do crânio em espécies de Colubrinae e Xenodontinae, assim como em qual delas a disparidade fenotípica é maior. Hipotetizamos que a forma do crânio está relacionada à sua ecologia, considerando que espécies de ambas as linhagens compartilham diversos aspectos ecológicos. No Capítulo 2, analisamos e descrevemos os padrões de dimorfismo sexual relacionado ao tamanho do corpo, cauda e tamanho e forma da cabeça e crânio em doze espécies de Chironius. Hipotetizamos que o dimorfismo sexual favorece principalmente machos com cabeças e tamanhos corporais maiores do que as fêmas, e que em relação à cauda divergências sexuais estão ausentes. Para uma melhor abordagem utilizamos dois grupos de variáveis morfométricas: linear e geométrica, que inclui análise da configuração de marcos anatômicos (landmarks). No Capítulo 1 utilizamos análises comparativas filogenéticas, e análise de disparidade, enquanto no Capítulo 2 foram utilizadas análise de componentes principais, de variáveis canônicas e Anova de Procrustes. Nossos resultados revelaram que tanto os fatores ecológicos quanto históricos são importantes para a evolução da forma craniana em colubríneos e xenodontíneos Neotropicais, e que nestes últimos a disparidade fenotípica é maior. Em relação ao dimorfismo sexual em Chironius nossos resultados indicaram dois padrões principais: 1) ausência de dimorfismo sexual no tamanho do corpo e da cabeça em oito espécies; e 2) dimorfismo favorecendo machos maiores (exceto em C. exoletus) conforme esperado para serpentes que combatem. Em relação às análises de forma, observamos que as espécies são dimórficas quanto a forma da cabeça. Com relação ao tamanho e forma do crânio, observamos dimorfismo em C. flavolineatus e dimorfismo somente da forma em C. carinatus. Entre as espécies analisadas, machos de C. fuscus, C. flavolineatus e C. quadricarinatus apresentam caudas maiores que as fêmeas. O aumento no número de estudos descrevendo variações na dieta, assim como informações sobre história natural em serpentes auxilia as abordagens macro e microevolutivas, contribuindo de forma significativa para o conhecimento dos padrões de variações morfológicas em serpentes.

  • FERNANDA MAGALHAES DA SILVA
  • ONTOGENIA DA JARARACA DA AMAZÔNIA Bothrops atrox (LINNAEUS, 1758) (SERPENTES, VIPERIDAE, CROTALINAE): ESTÁGIOS EMBRIONÁRIOS E DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA

  • Data: 30/06/2022
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  • O desenvolvimento de novas técnicas associadas à um arcabouço teórico da biologia do desenvolvimento em conjunto com a sistemática filogenética tem reascendido o interesse nos estudos embriológicos em diversos grupos de vertebrados. O estudo do desenvolvimento embrionário dos Squamata (Serpentes e lagartos) teve um papel fundamental no estabelecimento dos padrões de relacionamento entre os tetrápodes, na identificação de estruturas homólogas e para entender questões fundamentais sobre a evolução da diversidade morfológica. Apesar do crescente interesse na embriologia dos vertebrados, há poucos estudos sobre o desenvolvimento embrionário em serpentes, especialmente de espécies Neotropicais. Embora uma grande parcela da diversidade de serpentes se encontre na região Neotropical, o conhecimento embriológico sobre os grupos de serpentes amazônicas é ainda mais limitado. A jararaca comum Bothrops atrox é uma serpente pertencente à Família Viperidae, que apresenta ampla distribuição na região norte da América do Sul, incluindo a Amazônia brasileira. É o viperídeo mais comum da região, de hábitos predominantemente noturnos e dieta generalista, pode ser encontrado em ambientes florestais e áreas perturbadas em toda bacia amazônica. Vários estudos sobre a biologia de B. atrox apontam a presença de dimorfismo sexual no tamanho do corpo e cabeça, onde as fêmeas apresentam tamanho corporal maior e cabeça mais larga que os machos, e relatam mudanças ontogenéticas em vários aspectos: na composição de veneno, na dieta e no uso do substrato, onde os juvenis são mais arbóreos e se alimentam de presas ectotérmicas enquanto os adultos são terrestres e se alimentam de presas endotérmicas. Apesar dessas informações, nenhum estudo mais complexo com o seu desenvolvimento embrionário foi realizado. Por se tratar de uma espécie comum com ampla distribuição e facilidade de encontro, Bothrops atrox representa um bom modelo de estudo onde, a partir do estudo inédito de sua embriologia, pretende-se descrever os possíveis processos do desenvolvimento embrionário que podem ser responsáveis por variações morfológicas presentes na espécie. Esta tese encontra-se organizada em dois capítulos apresentados em formato de artigo científico. O capítulo I corresponde à caracterização do desenvolvimento embrionário de Bothrops atrox, através da análise de caracteres morfológicos externos para elaboração da tabela de estadiamento para a espécie. O capítulo II tem como foco estudo da morfogênese da genitália externa (hemipênis) de Bothrops atrox

  • FABIANY SEABRA MACHADO
  • Revisão e revalidação de Dorypleura Amyot & Serville, 1843 (Heteroptera, Pentatomidae, Edessinae)

  • Orientador : JOSE ANTONIO MARIN FERNANDES
  • Data: 31/05/2022
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  • Edessinae é a segunda subfamília mais diversa de Pentatomidae e atualmente contém 16 gêneros de percevejos exclusivos da região neotropical. A subfamília apresenta limites bem estabelecidos, porém o gênero Edessa não possui características diagnósticas como os outros gêneros do táxon, e atualmente é considerado um depósito de espécies. O gênero Edessa é composto por três subgêneros: Edessa, Aceratodes e Dorypleura. Este trabalho propõem o restabelecimento do gênero Dorypleura gen. Reval. com base nas seguintes características: ângulos umerais de coloração preta, com reflexo metálico e com pontuações na região dorsal; pernas com seis espinhos negros na região distal do fêmur, divididos em três pares; segmento abdominal VII projetado posteriormente e torcido em 90 graus no ápice; presença de uma mancha amarela na base do processo superior da taça genital no pigóforo. São apresentadas aqui a redescrição de seis espécies conhecidas e a descrição de nove espécies novas para a ciência. As espécies estão distribuídas na América do Sul, da Guiana Francesa até a Bolívia. São fornecidas diagnoses, chave para as espécies, mapas de distribuição, além de fotografias das espécies em vista dorsal e ventral, bem como da genitália externa de ambos os sexos.

  • TAINÁ DIULYEN DOS SANTOS MATOS
  • TAXONOMIA DO GÊNERO MATINTA RUIZ & MADDISON, 2019 DE ARANHAS SALTADORAS (ARANEAE: SALTICIDAE: AMYCINI)

  • Data: 30/05/2022
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  • As aranhas saltadoras ou papa-moscas (Salticidae) compõem a família mais diversa de aranhas, contando atualmente com mais de 6.300 espécies. Ao contrário de outros grupos de aranhas, não usam uma teia de seda para caçar, mas buscam ativamente suas presas com seus grandes olhos anteriores e saltam rapidamente sobre
    elas com precisão usando pernas curtas adaptadas à propulsão hidrostática. A tribo Amycini F.O. Pickard-Cambridge, 1900 inclui atualmente 14 gêneros de salticídeos neotropicais. Embora alguns desses gêneros tenham distribuição ao longo da Mata Atlântica, a maior parte ocorre exclusivamente na região amazônica. São aranhas pequenas, presentes no solo e na vegetação. Têm carapaças altas, quelíceras com muitos dentes e terceiro par de pernas mais longo que o quarto, o que possivelmente resulta em um salto diferente do padrão observado para a família. O gênero Matinta Ruiz & Maddison, 2019 foi proposto para incluir 19 espécies amazônicas (Guiana, Guiana Francesa, Equador, Peru e Brasil) até então alocadas no gênero Mago O. Pickard- Cambridge, 1882. Inclui amicíneos com o palpo do macho (estrutura copulatória) portando um tégulo dividido obliquamente por uma fenda inflável (hematodoca) que articula as duas metades, característica ausente nos demais gêneros da tribo. Esta característica está presente em 16 das 19 espécies e sua ausência nas outras três espécies ainda não foi entendida em um contexto filogenético. As espécies do gênero foram agrupadas em cinco grupos com base em características dos palpos dos machos, porém estes grupos não foram testados formalmente. Somente um desses grupos foi revisado taxonomicamente. O objetivo deste projeto foi descrever novos táxons amazônicos e redescrever algumas espécies pouco estudadas. Consequentemente, incrementar o conhecimento sobre a riqueza e diversificação de Matinta. Os machos das espécies Matinta opiparis (Simon, 1900), M. silvae (Crane, 1943), M. fonsecai (Soares & Camargo, 1948), M. vicana (Simon, 1900) e a fêmea de M. silvae foram redescritos com base em material fresco. E a fêmea de M. opiparis foi descrita pela primeira vez. Além disso, foram descritas cinco novas espécies para o gênero: Matinta maddisoni sp. nov. de Morona Santiago, Equador (macho e fêmea); Matinta pereirae sp. nov. do Amazonas, Brasil (macho); Matinta aragog sp. nov. da Guiana Francesa (macho); Matinta tatianae sp. nov. do Acre, Brasil (macho); e Matinta exasperata sp. nov. do Amazonas, Brasil (macho). Foi feita uma descrição detalhada dos dentes encontrados nas quelíceras, detalhando os dentes intermaginais e assim enriquecendo ainda mais o conhecimento a respeito desses animais. Foi concluído que a dentição dentro de Amycini deve ser revisada e mais estudada.

  • JULIANA LUCENA SOEIRO DOS SANTOS
  • De larva a adulto: Ontogenia da pele de Physalaemus ephippifer (Anura: Leptodactylidae)

  • Data: 12/05/2022
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  • A pele dos anfíbios é um importante determinante para seu apropriado funcionamento biológico,
    sendo um dos mais importantes caracteres, presentes tanto na fase larval quanto na fase adulta, que
    possibilitou o seu sucesso evolutivo. Nessa estrutura podem estar presentes diversas adaptações que
    permitem a manutenção dos processos fisiológicos, bem como adaptações que os protegem de
    predadores. A evolução dessas características na subfamília Leiuperinae tem sido elucidada nos
    últimos anos, porém pouco se sabe a respeito em Physalaemus ephippifer. Nosso objetivo nesse
    estudo foi de avaliar o desenvolvimento da pele de P. ephippifer durante a fase larval até a fase adulta.
    Para isso, coletamos os indivíduos ainda na fase de ovos, por meio dos ninhos de espuma, em poças
    temporárias na borda de uma floresta secundária na região metropolitana de Belém, os quais tiveram
    seu desenvolvimento acompanhado em laboratório. Ao longo da metamorfose, separamos os animais
    em cada estágio de desenvolvimento. Na mesma localidade que obtivemos os ovos, coletamos,
    também, indivíduos adultos, dos quais foram dissecadas secções com cerca de 0,25 cm2 das regiões
    dorso lateral, lombar e femoral. Desidratamos as amostras e as incluímos em parafina histológica.
    Para a visualização das estruturas usamos coloração de Hematoxilina e Eosina, coloração
    histoquímica de Ácido Periódico-Schiff (PAS), Azul de Coomassie e Picro Sirius Red, além da
    microscopia eletrônica de varredura. Como resultado, observamos durante a fase de premetamorfose
    um tecido semelhante aos demais anuros, porém P. ephippifer não apresenta desenvolvimento de
    glândulas durante esse período. Observamos também a presença de células secretórias por meio da
    microscopia de varredura e da coloração de PAS. Na fase de prometamorfose, os indivíduos passam
    a desenvolver os primeiros rudimentos glandulares, sem produção de secreção. Nesta fase surgem os
    xantóforos para contribuir na pigmentação e intensificação do padrão de coloração desses animais.
    Na metamorfose as glândulas mucosas se diferenciam e passam a produzir seu conteúdo antes que as
    glândulas serosas, que se diferem ao final desse período. Também observamos a persistência de cílios
    na superfície até a fase tardia da metamorfose e mudança da estrutura da epiderme para uma
    semelhante ao do adulto. Na fase adulta observamos a presença de polimorfismo de glândulas serosas
    com distribuições regionalmente diferentes no corpo, apesar de não possuir estruturas macro
    glandulares. Além disso, os indivíduos dessa espécie apresentam poucas projeções epidérmicas e
    coloração críptica adequado ao seu modo de vida. Nossos resultados mostram que apesar de
    compartilharem poucas estruturas morfológicas com os demais espécimes da subfamília Leiuperinae,
    os caracteres presentes em indivíduos de P. ephippifer é apropriado ao nicho ocupado por eles.

  • JOSÉ CLAUDO DE SOUSA MONTEIRO
  • Estudo comportamental do morcego insetívoro Furipterus horrens (Furipteridae) em ambiente antropizado na Amazônia Oriental.

  • Orientador : ANA CRISTINA MENDES DE OLIVEIRA
  • Data: 06/05/2022
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  • O morcego Furipterus horrens é uma espécie rara com ampla distribuição com ocorrência da Costa rica ao Sul do Brasil, possui uma associação mais estrita com ambientes cársticos, abrigando-se particularmente em grutas e cavernas. Todavia, no Brasil, ambientes deste tipo tem passado por alterações devido a exploração mineral, a expansão agropecuária e os impactos direto e indireto da geração de energia elétrica. A espécie F. horrens ocorre em quase todas as regiões brasileiras, com exceção dos biomas Pampas e Pantanal. Apesar da ampla distribuição, os registros de ocorrência desta espécie são raros, bem como, os estudos que descrevem características básicas de sua história natural ou biologia comportamental. O presente estudo teve como objetivo caracterizar a ecologia comportamental da espécie Furipterus horrens, em ambiente antropizado no sudeste do estado do Pará. São estudados os padrões da biologia comportamental, atividades de forrageio, ocupação espacial do interior do abrigo, tamanho da colônia e tipo de agrupamentos. Para tanto foram utilizadas as seguintes metodologias: contagem de indivíduos por observação direta de registros fotográficos, monitoramento por filmagens em vídeo do comportamento diurno e da atividade de forrageio noturna. Nos resultados, o agrupamento apresentou uma média 94±20,26 indivíduos, sendo, o de menor quantitativo (n = 67) na estação mais seca (agosto) e maior quantitativo (n= 132) no período chuvoso (janeiro de 2022). A variação na abundância dos indivíduos ao longo das estações seca e chuvosa, mostrou diferenças significativas (p < 0,001). A diferença da abundância de registros das amostras obtidas em cada fase lunar, não foi significativa (ANOVA, F = 0,26681; p = 0,848). Nas análises dos vídeos, 20 tipos de atividades comportamentais foram identificados, categorizados em seis estado e dois eventos, os quais auxiliaram na elaboração do primeiro Etograma para a espécie F. horrens. Os 10 comportamentos diurnos mais comuns e duradouro selecionados, quando testada a frequência total do comportamento diurno por Estimativa de Densidade de Kernel (KDE), foi altamente significativa (p < 0,001), com maiores atividades comportamentais no período vespertino. O início do horário de saída dos morcegos mostrou uma relação altamente significativa com o pôr do sol (p < 0,001). No geral, o agrupamento de F. horrens observado no abrigo da Fazenda Paloma, mostrou um padrão bimodal de atividade diurna e de atividade predatória durante o período amostrado . Por fim, Este estudo representa um novo registro geográfico de F. horrens no bioma amazônico.

  • GERARDO LUIS GUTIERREZ DE LA CRUZ
  • Revisão taxonômica de Anolis trachyderma Cope, 1875 (Squamata: Dactyloidae)

  • Data: 02/05/2022
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  • O lagarto Anolis trachyderma apresenta distribuição disjunta na Amazônia ocidental e oriental, com
    grande descontinuidade entre essas duas áreas de ocorrência. As duas populações disjuntas foram
    recentemente hipotetizadas como unidades evolutivas independentes com base em análises genéticas.
    Investigamos se há mais de uma espécie em Anolis trachyderma com base em diferentes classes de
    caracteres morfológicos (morfometria, lepidose e coloração). Testamos se nossos dados podem
    diagnosticar inequivocamente os grupos genéticos hipotetizados. Também realizamos uma análise
    multivariada baseada em modelos de mistura normal (MMNs) para identificar o número de
    agrupamentos morfológicos (distintas distribuições normais) que melhor se ajustam ao nosso
    conjunto de dados morfométricos, sem grupos pré-definidos. Apesar da falta de diferenças não
    sobrepostas nos dados uni ou multivariados que possam diagnosticar os grupos, uma alta porcentagem
    de espécimes (91,2%) pôde ser corretamente atribuída ao seu grupo correspondente com base na
    análise discriminante de dados merísticos, excedendo o limiar de acurácia de 90% para diferenciação
    a nível de espécie considerado por alguns autores. Os modelos de mistura normal com melhor suporte
    especificaram um único cluster morfológico. Discutimos alguns mecanismos que explicam a falta de
    distinção morfológica entre linhagens divergentes, e argumentamos por que os grupos da Amazônia
    ocidental e oriental constituem linhagens evolutivas independentes (i.e., espécies). Sob o conceito
    geral de espécie como linhagem, propomos a ressurreição de Anolis garbei como uma espécie válida
    (distribuída na Amazônia oriental), distinta de Anolis trachyderma (agora restrita à Amazônia
    ocidental).

  • AFONSO SANTIAGO DE OLIVEIRA MENESES
  • VARIABILIDADE GENÉTICA DO COMPLEXO AMPHISBAENA FULIGINOSA LINNAEUS, 1758 (SQUAMATA: AMPHISBAENIDAE) 

  • Data: 29/04/2022
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  • A Floresta Amazônica contém uma das maiores biodiversidades na região Neotropical, e várias teorias foram postuladas para explicar essa biodiversidade. Este estudo teve como objetivo analisar os padrões de variabilidade genética e morfológica de Amphisbaena fuliginosa, uma espécie amplamente distribuída principalmente na Floresta Amazônica, atualmente com cinco subespécies reconhecidas (Amphisbaena fuliginosa fuliginosa, A. f. varia, A. f. amazonica, A. f. bassleri e A. f. wiedi). Como objetivos específicos avaliamos se os padrões de diversidade genética e morfológica são congruentes com as subespécies; descrevemos os padrões morfológicos e moleculares de Amphisbaena fuliginosa ao longo de sua distribuição; averiguamos se existe estruturação molecular nas populações. As análises morfológicas revelaram grande sobreposição de todos os caracteres diagnósticos das subespécies, sem estruturação definida nas áreas de endemismo da Floresta Amazônica ou entre as subespécies. Dentro dos morfotipos, alguns apresentaram estruturação geográfica em relação às subespécies, mas ainda com sobreposição da distribuição nas áreas de endemismo. As análises moleculares, na árvore filogenética e as redes de haplótipos, indicaram populações estruturadas entre os interflúvios da Floresta Amazônica, nas áreas de endemismo e em regiões adjacentes, como o Domínio Pacífico e populações no Cerrado. Os testes de neutralidade indicaram uma diversificação em populações com tamanhos estáveis. Algumas populações, como a de Juruti, estavam delimitadas por interflúvios menores, como o do Rio Aripuanã, que divide a área de endemismo de Rondônia. Com base nos dados morfológicos e moleculares, propomos a sinonimização das cinco subespécies com A. fuliginosa, e nosso estudo mostra a importância de incluir mais répteis e vertebrados com hábitos fossoriais em estudos filogeográficos, a fim de entender os processos evolutivos que ocorrem na Floresta Amazônica e na região Neotropical como um todo.

  • ITHALO DA SILVA CASTRO
  • Sistemática dos bagres neotropicais de Phenacorhamdia Dahl, 1961 (Siluriformes: Heptapteridae)

  • Data: 28/04/2022
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  • Esta tese reúne os resultados obtidos de estudos da sistemática de Phenacorhamdia, um grupo de pequenos bagres neotropicais de Heptapteridae. O capítulo 1 contém a revisão taxonômica do gênero, com 14 espécies conhecidas, incluindo a descrição de mais nove espécies novas, todas do Brasil. O gênero pode ser diagnosticado de outros heptapterídeos por uma combinação de caracteres, principalmente da morfologia externa. As informações da espécie-tipo do gênero, Phenacorhamdia macarenensis, permanecem restritas à sua descrição original, já que o holótipo está perdido e não há topótipo. As demais espécies foram revisadas e a maioria redescrita com base também em material tipo, com nove delas com a distribuição geográfica ampliada. Uma chave dicotômica é fornecida e o status de conservação para todas as espécies sugerida. No capítulo 2, as espécies de Phenacorhamdia foram submetidas à análise cladística. Ao todo, 132 caracteres de diferentes complexos morfológicos foram codificados (28 quantitativos e 104 qualitativos) para 43 táxons de Heptapteridae. A partir de busca tradicional no TNT, uma única árvore foi obtida, recuperando Phenacorhamdia como grupo natural com base em sete sinapomorfias, sendo duas quantitativas e cinco qualitativas. A hipótese prévia da existência dos clados monofiléticos “focinho longo” e “focinho curto”, supostamente sustentadas por algumas sinapomorfias do esqueleto, não foram corroboradas. Em Heptapterini, Pariolius foi recuperado como grupo-irmão de Phenacorhamdia, seguido pelo grupo composto por ((((Mastiglanis Cetopsorhamdia) Imparfinis) Chasmocranus).

  • RAIMUNDO FRANCISCO OLIVEIRA NASCIMENTO
  • SEPSIDAE (DIPTERA: SCIOMYZOIDEA) DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESPÉCIES NOVAS, NOVOS REGISTROS E DESCRIÇÃO DE IMATUROS

  • Data: 27/04/2022
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  • Sepsidae é uma pequena família de dípteros acaliptrados com 385 espécies descritas em 38 gêneros. A maioria de suas espécies, tanto no estádio larval e adulto são morfologicamente parecidas. A fauna de dípteros da Amazônia brasileira permanece pouco conhecida, inclusive com interesse forense, como Sepsidae. A fauna de sepsídeos adultos de duas florestas secundárias na Amazônia Oriental foi pesquisada utilizando pulmão bovino apodrecido, fezes humanas, bovinas e de macacos. Foram obtidas 17 espécies pertencente a seis gêneros, a maioria em esterco bovino e pulmão bovino em decomposição. Duas novas espécies são descritas: Archisepsis sp. nov. 1 e Archisepsis sp. nov. 2. O gênero Palaeosepsis e as espécies Archisepsis polychaeta (Ozerov, 1993), Archisepsis diversiformis (Ozerov, 1993), Microsepsis mitis (Curran, 1927) e Meropliosepsis sexsetosa Duda, 1926, são novos registros para a Amazônia brasileira. Os estudos morfológicos sobre os estágios larvais dos dípteros, são uma importante fonte de caracteres para estudos taxonômicos e filogenéticos. No entanto, o conhecimento sobre as larvas das espécies neotropicais de Sepsidae, também são escassos e, até o momento, apenas três espécies de Archisepis e uma espécie de Microsepsis foram descritas. Neste trabalho, foram descritas as larvas de terceiro estádio de oito espécies dos gêneros Archisepsis (6 spp.) e Microsepsis (2 spp.) coletadas na Amazônia. As larvas analisadas são muito parecidas morfologicamente, apresentando corpo alongado, cilíndrico, afilando em direção à cabeça, com gancho da maxila desenvolvido e último segmento abdominal bulboso com muitos espinhos. As principais diferenças observadas estão nos espiráculos posteriores e na ornamentação do último segmento abdominal. Uma chave dicotômica para a identificação das larvas de terceiro estádio conhecidas das espécies de Archisepsis e Microsepsis da Amazônia brasileira é apresentada.

  • JOSÉ LUIZ COSTA DE PAULA
  • Variação morfológica, vocal e molecular em Myrmothera berlepschi (Hellmayr, 1903) (Aves: Grallariidae).

  • Orientador : LINCOLN SILVA CARNEIRO
  • Data: 19/04/2022
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  • Neste estudo, avaliamos a validade e os limites interespecíficos da espécie politípica Myrmothera berlepschi (Grallariidae) com base em caracteres moleculares, morfológicas e vocais. Foram avaliadas sequências de dois genes mitocondriais (ND2 e ND3) e três íntrons nucleares (TGFB2, MUSK e FGB-I5) de amostras das duas subespécies reconhecidas, M. b. berlepschi e M. b. yessupi, e de Myrmothera fulviventris como grupo externo. Para a análise morfológica, foram aferidos seis caracteres morfométricos, e caracteres de plumagem. A análise bioacústica avaliou 18 parâmetros do canto. A árvore molecular obtida através de Inferência Bayesiana recuperou com um forte apoio o monofiletismo recíproco entres as duas subespécies. As análises morfológicas indicaram diferenças significativas entre M. b. berlepschi e M. b. yessupi em relação ao comprimento da asa e do bico, enquanto as análises vocais indicaram diferenças relacionadas à duração do canto, pico da frequência na nota final e ritmo. Com base em nossos resultados sugerimos tratar ambas as subespécies como táxons validos. M. berlepschi apresenta distribuição na Amazônia, sendo limitada ao sul do rio amazonas, margem esquerda do rio Tocantins, no estado Pará nos interflúvios Xingu, Tapajós e Rondônia, chegando às áreas de terras baixas no nordeste da Bolívia, e M. yessupi apresenta distribuição limitada à região oriental da Amazônia nas áreas de planície, em região pré-andina no interflúvio Inambari. Indicamos que estes táxons são mutuamente diagnosticáveis através de uma combinação de caracteres moleculares, morfológicos e vocais, portanto recomendamos tratá-los como espécies plenas com base no conceito filogenético de espécie.

  • MATHEUS MARQUES BITENCOURT SANTOS
  • Padrões de pelos-guarda em marsupiais amazônicos no Brasil: variação intraespecífica e hipóteses evolutivas em Didelphimorphia

  • Data: 18/04/2022
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  • Os pelos-guarda são mais longos, grossos, apresentam função mecanorreceptora, juntamente com os pelos que se sobressaem na pelagem, e de dissimulação no ambiente, produzindo o padrão geral de coloração da pelagem. Possuem três camadas definidas: a mais interna, medula; a intermediaria, córtex; e a mais externa, cutícula. No caso da cutícula e medula, por apresentarem padrões morfológicos distintos entre as espécies, podem ser usados para a identificação. Nossos objetivos foram avaliar a variabilidade intraespecífica de padrões da cutícula e medula dos pelos de marsupiais com ampla distribuição na Amazônia brasileira e áreas de transição com o Cerrado, e relacionar os padrões dos pelos-guarda com os tipos de habitats e hábitos das espécies analisadas. Além disso, propor hipóteses do processo de evolução dos padrões cuticulares e medulares dentro de Didelphimorphia. Analisamos a cutícula e medula dos pelos-guarda em nove espécies de marsupiais depositadas em coleções cientificas. Fizemos a primeira descrição para Philander pebas, P. canus e Didelphis imperfecta. Não encontramos nenhuma variação intraespecífica e relação entre os padrões cuticulares com o habitat, porém há uma possível relação entre os padrões cuticulares conoidal e losângico com os hábitos arborícola e terrícola, respectivamente. Os padrões folidáceo (cuticular) e escalariforme (medular) são caracteres basais dentro de Didelphidae, com os demais padrões ocorrendo em momentos diferentes. A utilização da microestrutura dos pelos-guarda possui grandes vantagens para a identificação de mamíferos, entretanto, para a grande diversidade de marsupiais, principalmente na Amazônia, a identificação ao nível de espécie é bem dificultada, pois os padrões tendem a se repetir, sendo usados caracteres mais subjetivos para a sua diagnose.

  • MONICA CORREA DE SOUSA
  • Sistemática e taxonomia do complexo Grallaria varia (Boddaert 1783) (AVES: Grallariidae)

  • Orientador : LINCOLN SILVA CARNEIRO
  • Data: 10/04/2022
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  • O gênero Grallaria abriga 32 espécies reconhecidas (Remsen et al. 2021) dentre elas Grallaria varia, distribuída por grande parte das terras baixas da Amazônia e no sul da Mata Atlântica. G. varia é uma espécie politípica que apresenta um padrão morfológico críptico que dificulta a diagnose das unidades evolutivas dentro do grupo. Atualmente são reconhecidas 5 subespécies: G. v. varia (Boddaert 1783)); G. v. imperator (Lafresnaye 1842); G. v. intercedens (Berlepsch e Leverkühn 1890); G. v. cinereiceps (Hellmayr 1903); G. v. distincta (Todd 1927). Realizamos uma revisão sistemática e taxonômica da espécie Grallaria varia, utilizando dados morfológicos, vocais e moleculares, para compreender o real status taxonômico desse complexo. As análises moleculares foram efetuadas utilizando sequências de G. varia já disponíveis, algumas das quais já foram usadas em publicações e estão disponíveis no GenBank. Adicionalmente, foram examinadas 34espécimes e 130 vocalizações representando todas as subespécies reconhecidas. Os resultados da análise molecular mostraram com alto suporte estatístico que G. varia está subdividida em quatro unidades evolutivas: G. v. varia, Escudo das Guianas; G. v. cinereiceps, Leste do Rio Branco; G. v. distincta: Escudo brasileiro; e G. v. imperator/intercedens, Mata Atlântica. As análises moleculares mostram que a populações da Mata atlântica, G. v. imperator/intercedens, são mais proximamente relacionadas às do escudo brasileiro, G. v. distincta. Essa semelhança foi confirmada pelos dados de fenotípicos. Nossos resultados indicam que há apenas um nome aplicável a população da Mata Atlântica, G. v. imperator, que tem prioridade de acordo com os critérios de nomenclatura zoológica. Sugere-se, portanto, a existência de quatro unidades evolutivas distintas no complexo,
    que podem ser tratadas taxonomicamente como espécies plenas.

  • LAYSE OLIVEIRA DA SILVA
  • Estudo taxonômico das vespas sociais do subgênero Alpha de Saussure, de Polybia Lepeletier (Hymenoptera, Vespidae, Polistinae)

  • Data: 31/03/2022
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  • Richards (1978) propôs o subgênero Hypopolybia para um grupo de três espécies (P. bifasciata de Saussure 1854, P. quadricinctaa de Saussure 1854 e P. signata Ducke 1910). Carpenter & Day (1988) verificaram que o nome criado por Richards era um sinônimo de Alpha de Saussure (1854) criado para uma “divisão” dentro de Polybia. Apesar deste subgênero apresentar apenas três espécies válidas, não há estudos recentes sobre as espécies. As descrições originais já têm todas mais que um século, e até o trabalho de Richards (1978) já tem mais de 40 anos. Os limites entre as espécies não são tão claros quanto a literatura indica. Assim, um estudo revisional dessas espécies é de grande importância no âmbito do conhecimento da diversidade em Polybia, com reflexos na conservação das espécies. O estudo abrangeu observações morfológicas e mensurações morfométricas, bem como uma análise de morfometria geométrica das interseções de veias da asa anterior. A genitália do macho foi descrita e documentada pela primeira vez nessas espécies. Uma chave de identificação atualizada, com melhorias, e novas diagnoses mais precisas também são apresentadas, bem como mapas de distribuição das espécies.

  • TALISSA LOBATO DOS PASSOS
  • Morfologia comparada das mandíbulas de fêmeas de vespas solitárias e primitivamente eusociais da família Vespidae (Hymenoptera; Euparagiinae, Masarinae, Eumeninae e Stenogastrinae)

  • Data: 31/03/2022
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  • A variação morfológica das mandíbulas de fêmeas de vespas solitárias e primitivamente eusociais foi observada e comparada entre 31 espécies. As medidas de comprimento, largura da base e a razão entre estas foram analisadas, assim como a altura da mesopleura para o controle de variação do tamanho dos espécimes. Os estudos de comparação morfológica são importantes para o conhecimento taxonônomico e filogenético do grupo, e para o melhor entendimento da biologia das espécies. Apesar da diversidade dos vespídeos, estudos morfológicos são escassos. O objetivo deste trabalho foi analisar a morfologia das mandíbulas das fêmeas, descrever e comparar formas e estruturas e inferir sobre seu funcionamento dentro de um contexto filogenético e fornecer uma lista de caracteres morfológicos para auxiliar estudos futuros. Foram analisadas 31 espécies, 2 de Euparagiinae, 6 de Masarinae, 21 de Eumeninae e 2 de Stenogastrinae, as quais tiveram as mandíbulas destacadas, desenhadas, fotografadas e medidas. Os espécimes são provenientes da coleção entomológica do Museu Americano de História Natural (AMNH) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Uma árvore filogenética composta com base em trabalhos já publicados foi utilizada para otimização dos caracteres morfológicos e inferência sobre a distribuição dos estados dos caracteres nos ancestrais. Com isso, foi possível identificar pontos homólogos entre as mandíbulas das vespas solitárias e primitivamente eusociais quando comparadas com os Polistinae e Vespinae.

  • ANTONIO RAMYLLYS OLIVEIRA COSTA
  • EFEITO DO ESFORÇO DE FORRAGEIO SOBRE A LONGEVIDADE DE OPERÁRIAS DE Melipona flavolineata FRIESE, 1900 (APIDAE: MELIPONINI)

  • Orientador : FELIPE ANDRES LEON CONTRERA
  • Data: 28/03/2022
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  • A busca por recursos realizada pelas abelhas operárias em benefício da colônia é designada como
    atividade de forrageio e apresenta gastos de tempo e energia para procurar, coletar e carregar
    diferentes tipos de recursos. O tempo gasto nesta atividade pode ser observado como uma variável
    equivalente do esforço de forrageio e está diretamente relacionado com a longevidade das abelhas
    operárias. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito do esforço de forrageio sobre a longevidade
    das operárias de Melipona flavolineata. Dessa forma, quatro colônias de M. flavolineata, tiveram 338
    abelhas operárias recém emergidas capturadas e marcadas individualmente. A longevidade foi
    registrada diariamente, até que não houvesse mais registro de abelhas marcadas vivas visíveis dentro
    da colônia. Das abelhas observadas, 53 assumiram a função de forrageio e foram recapturadas com
    uso de sugador manual, para a adição das cargas de peso extra, pequenos pedaços de chumbo, que
    foram colados na região dorso central do tórax. As abelhas forrageiras marcadas foram separadas por
    grupos, um controle (C) sem adição de peso extra (P0) e três com adição de peso extra (grupo P1 com
    pesos de 0,1 a 0,10 mg; P2 = 11 a 20 mg; P3 = 21 a 30 mg). Para estes grupos foram observadas duas
    atividades, o tempo gasto no forrageio e o tipo de recurso coletado, no horário das 07:00h às 12:00h,
    em intervalos de tempo alternados de 1 hora para cada colônia. Para análise de dados foi utilizado o
    programa R. Nossos principais resultados mostraram que aumento na carga de trabalhos reduziu a
    atividade de forrageio e consequentemente, diminuiu a expectativa de vida das abelhas operárias
    forrageiras, em particular para abelhas carregavam mais de 20 mg de peso extra (grupo P3). Nossas
    observações sugerem que exista uma compensação maior no custo de vida das abelhas com cargas mais
    pesadas, pois elas reduziram o número de viagens de forrageamento por períodos de atividade dentro da
    colônia ou mesmo foram rapidamente levadas ao desaparecimento (morte). Nossas outras observações
    indicam que apenas as cargas de trabalho excessivas levam a uma redução na duração da atividade de
    forrageio, pois, as cargas de peso moderadas próximas às cargas de trabalho normalmente adotadas pelas
    abelhas forrageiras (P1) parecem ter pouco efeito. Também observamos que a idade que abelhas iniciaram
    a atividade de forrageio foi consequentemente determinante para exercer esforço de trabalho extra, abelhas
    que saíram no período esperado de forrageio tiveram maior atividade de trabalho, mostrando que a
    senescência é também um fator natural, que causa a diminuição desempenho fisiológico.

  • LUIZA LIMA BARUCH SILVA
  • Estado do conhecimento e conservação dos peixes-serra (Elasmobranchii: Pristidae)

  • Data: 21/03/2022
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  • Os peixes-serra (família Pristidae) pertencem ao grupo de peixes marinhos mais ameaçados de extinção do mundo, sendo as suas principais ameaças a pesca incidental, pois eles possuem um rostro alongado com dentes nas laterais que ficam facilmente presos em redes de pesca, e a perda de habitat reprodutivo, já que necessitam de estuários preservados para sua continuidade. As populações de peixes-serra encontram-se em declínio ao ponto de serem raramente encontradas e, atualmente, está sendo observado o fenômeno do Shifting baselines - caracterizado pela mudança na percepção do tamanho de estoque e composição de espécies ao longo das gerações - em diversos países de sua distribuição histórica. Devido à escassez de esforços de pesquisa científica
    direcionada a áreas da sua distribuição geográfica, ainda pouco se entende da sua distribuição atual e status de conservação. Por conta da falta de registros recentes, é possível que eles possam estar extintos em áreas de sua distribuição original, incluindo o Brasil, que atualmente apresenta apenas três estados (Amapá, Pará e Maranhão) com possíveis populações remanescentes. Nesse contexto, é necessário compreender o que existe sobre a família Pristidae nas publicações científicas. Essas informações são importantes para identificar áreas de pesquisas deficitárias, que precisam de urgente enfoque e alocação de recursos e, obter informações sobre a atual distribuição e presença dos peixes-serra na Zona Costeira Amazônica. A partir daí, será possível fornecer dados estratégicos para o planejamento de ações de conservação adequadas para a região. Assim, através de publicações e registros de ocorrências disponíveis nos bancos de dados e a realização de metodologia cienciométrica, foi possível observar que há uma desigualdade grande em relação a publicações e os registros entre as nações e as espécies, mostrando que poucos países investem nessa produção de conhecimento e não são todas as áreas de pesquisa que são trabalhadas espacialmente e nem todas as espécies, exibindo várias lacunas de conhecimento local e regional. Além disso, para sanar algumas dessas lacunas regionais, utilizou-se a Etnoictiologia, para acessar o Conhecimento Ecológico Local dos pescadores da Zona Costeira Amazônica e com isso foi percebido que pescadores mais novos têm menor probabilidade de reconhecer o peixe-serra, visto que está cada vez mais raro (diminuindo as chances de encontros), possivelmente, indicando o fenômeno do Shifting Baseline.

  • EDUARDO VICTOR DE PAIVA CUNHA
  • Estudo taxonômico do gênero Hypoxys Amyot &amp; Serville, 1843 com ênfase no grupo triangularis (Hemiptera, Pentatomidae, Edessinae)

  • Data: 21/03/2022
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  •  

    O gênero Hypoxys é potencialmente o segundo mais diverso de Edessinae, mas ainda possui muitas espécies a serem descritas. O táxon é dividido em quatro grupos de espécies, dentre estes o grupo H. triangularis é atualmente o contém o menor número de espécies. O grupo é formado por H. triangularis (Dallas, 1851), H. capito (Breddin, 1904) e H. subrastratus (Bergroth, 1891). Nestes estudo são descritas cinco espécies novas: H. myrtacivorus sp. n.; H. striatus sp. n.; H. saltensis sp. n.; H. curvatus sp. n. and H. ocanensis sp. n. Características adicionais foram incluídas para o grupo de espécies H. triangularis e as espécies descritas. A genitália interna de ambos os sexos de Hypoxys são apresentadas pela primeira vez. São fornecidas diagnoses para as novas espécies, mapa de distribuição e uma chave de identificação.

  • BRENO BATISTA CAMPOS
  • Um novo gênero de Edessinae (Hemiptera: Pentatomidae) com base em uma análise filogenética

  • Data: 16/03/2022
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  • Um novo gênero composto exclusivamente por espécies novas é aqui descrito para Edessinae.
    Esse grupo é caracterizado pela coloração dorsal verde, ângulos humerais dentiformes geralmente
    com ápices pretos, cório marrom escuro a preto com veias amarelas, parâmeros com formato de ponta
    de lança, e pelo espessamento esclerotizado do ductus receptaculi da genitália interna feminina. As
    espécies pertencentes a este novo gênero estão distribuídas da América Central até a costa do
    Atlântico da América do Sul, da Costa Rica até o Rio de Janeiro. Diagnoses, chave para as espécies
    e mapas de distribuição são fornecidos. Fotografias de vista dorsal e ventral da superfície do corpo,
    diferentes vistas do pigóforo, placas genitais femininas, fotografias da genitália interna de machos e
    fêmeas também são fornecidas. Também foi realizada uma análise cladística com as onze espécies
    pertencentes ao novo gênero, além de representantes de todos os demais gêneros de Edessinae como
    grupo externo. Foram uados oitenta e quatro caracteres. A busca por árvores mais parcimoniosas foi
    feita no programa TNT, utilizando pesagem implícita (k=3) com 500,000 réplicas de reamostragem.
    Todos os caracteres foram tratados como não-aditivos. Índices de Consistência, Retenção, Jackknife
    e Bremer foram calculados. A busca resultou em uma única árvore mais parcimoniosa com
    comprimento de 187 passos, IC de 51 e IR de 79. A monofilia do novo gênero é suportada por três
    sinapomorfias: o formato de ponta de lança dos parâmeros, processo superior da taça genital dividido
    em dois lobos,e presença de uma faixa clara na superfície ventral do pigóforo. Os índices de Jackknife
    e Bremer calculados pelo TNT demonstraram suporte para a monofilia de Edessinae e do novo
    gênero. O novo gênero surge como grupo-irmão dos gêneros Hypoxys e Pygoda.

  • MURILO HENRIQUE FONSECA SILVEIRA
  • Variação morfométrica no gênero Sciurillus Thomas 1914 (Rodentia: Sciuridae)

  • Orientador : ANA CRISTINA MENDES DE OLIVEIRA
  • Data: 11/03/2022
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  • Sciurillus pusillus, conhecido como esquilo pigmeu neotropical, ou quatipuruzinho (no Brasil) é o menor dos esquilos sul-americanos, dificilmente encontrado, e apresenta especializações comportamentais e morfológicas relacionadas à coleta de cascas e exsudatos para a alimentação. A espécie é a única representante do gênero Sciurillus e da subfamília Sciurillinae, e é conhecida de poucas localidades, apresentando uma distribuição disjunta entre a floresta tropical da planície ocidental e oriental da América do Sul. Porém, ainda há muitas lacunas sobre o entendimento de seus limites geográficos. Além disso, algumas linhas de evidência, incluindo variação morfológica e genética, sugerem que o gênero Sciurillus possui mais diversidade do que reconhecido atualmente, e que mais de uma espécie possa estar representada sob o nome Sciurillus pusillus. O objetivo deste trabalho consiste em investigar a diversidade da subfamília Sciurillinae (gênero Sciurillus) através de análises detalhadas da morfologia do grupo. Foram compilados dados morfológicos discretos e contínuos de espécimes disponíveis em coleções científicas da América do Sul, América do Norte e Europa, incluindo espécimes tipo e espécimes representantes de grupos filogeográficos distintos de acordo com estudos prévios de filogenia molecular. Os dados morfológicos foram analisados para averiguar se a variação morfológica presente no grupo permite ou não a distinção de subgrupos diagnosticáveis, e se corrobora ou não a hipótese de que mais de uma espécie esteja presente em Sciurillus. Os dados de localidades de coleta dos espécimes analisados foram compilados e utilizados para providenciar um mapa atualizado de distribuição geográfica do gênero.

  • LEONARDO MOUTINHO LANNA
  • Diversidade de Mantodea (Insecta: Dictyoptera) da Reserva Particular do Patrimônio Natural Cristalino, Mato Grosso

  • Data: 03/03/2022
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  • A partir da expedição Austral: Mantis da Amazônia, realizou-se o primeiro levantamento da diversidade de louva-a-deus da Reserva Particular do Patrimônio Natural Cristalino, na região do ecótono Cerrado-Amazônia, no Mato Grosso. A expedição durou dois meses e combinou o uso de armadilhas luminosas de pano branco à busca ativa noturna (exploratória e estruturada), resultando na coleta de 231 exemplares de 25 gêneros de Mantodea. Todos os exemplares foram criados até a morte natural, permitindo a obtenção de exemplares machos e fêmeas adultos para a maioria das espécies. Observações em campo e cativeiro contribuiram com informações inéditas de história natural. Uma nova espécie de Microphotina Beier, 1935 foi descrita como capítulo único da dissertação. Outras potenciais novas espécies já foram identificadas. Um checklist com a diversidade da reserva, incluindo fotografia de todas as espécies em vida e detalhes taxonômicos, de comportamento e habitat, está em preparação. O trabalho de pesquisa teve alcance nacional a partir da comunicação científica com os louva-a-deus como espécie bandeira, realizada pelas instituições Projeto Mantis, Greenpeace Brasil e Fundação Ecológica Cristalino.

  • DAIANY LARISSA RIBEIRO CARRERA
  • Distribuição de insetos aquáticos em diferentes níveis espaciais em riachos da Amazônia Oriental

  • Data: 28/02/2022
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  • Padrões e processos que mantêm a biodiversidade são dependentes da escala espacial de observação.
    A diversidade beta (β), comumente definida como a variação da composição de espécies entre locais
    situados em uma região, se configura como elo entre a diversidade local (α) e a regional (γ). Assim,
    nossos objetivos foram identificar quais níveis espaciais mais contribuem para a diversidade regional
    (γ) de insetos aquáticos imaturos (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera - EPT) de riachos
    amazônicos e verificar quais mecanismos (substituição vs diferença de riqueza) são mais importantes
    para a diversidade beta observada em cada nível espacial. Para isso, utilizamos a abordagem de
    partição aditiva da diversidade em um desenho experimental hierarquizado abrangendo os seguintes
    níveis espaciais: unidades amostrais dentre de trechos de riachos, trechos de riachos e áreas da
    Amazônia. O maior valor de diversidade beta foi observado entre áreas (β3 = 21 gêneros,
    correspondendo a 37,50 % da riqueza total), seguido pela diversidade beta entre trechos de riachos
    (β2 = 16,6 gêneros, correspondendo a 29,64% da riqueza total) e pela diversidade beta entre unidades
    amostrais (β1 = 14,1 gêneros, correspondendo a 25,18% da riqueza total). A substituição foi o
    mecanismo mais importante para a diversidade beta entre trechos de riachos (βrepl = 61,13%). Já a
    diferença de riqueza foi mais importante para a diversidade beta entre unidades amostrais (βrich =
    56,99%) e entre áreas (βrich = 68,91%). Assim, verificamos que a diversidade beta aumentou
    conforme o aumento da extensão espacial. O componente β3 (entre áreas) foi o que mais contribuiu
    para a composição da diversidade γ, embora as demais componentes de diversidade beta (β2 e β1)
    também tenham sido importantes para a diversidade regional (γ). Os padrões de diversidade
    observados sugerem que fatores como a diversidade de habitats disponíveis entre unidades amostrais,
    a variação ambiental entre riachos e mesmo fatores espaciais, como a distância geográfica entre áreas,
    podem estar atuando sobre a distribuição da diversidade de insetos aquáticos em riachos amazônicos.
    Para fins de conservação, nossos resultados indicam a importância de direcionar estratégias voltadas
    a múltiplos níveis espaciais, considerando a importância de conservar a variação da diversidade que
    ocorre dentro de riachos, entre riachos e sobretudo, entre diferentes áreas na Amazônia.

  • ROBERTA MAUES DE ALMEIDA
  • AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DA AGÊNCIA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PARA ANÁLISE DA SITUAÇÃO DOS RIACHOS AMAZÔNICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

  • Data: 28/02/2022
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  • A floresta amazônica é conhecida por sua grande biodiversidade e, nas últimas décadas, pelos constantes avanços das atividades antrópicas sobre as florestas naturais. Esse processo de mudança no uso da terra impacta severamente os sistemas aquáticos, que são muito dependentes da paisagem do entorno. Para monitorar as alterações ambientais em riachos, a Agência de Proteção Ambiental (APA) dos Estados Unidos da América (APA- EUA) criou um extenso e detalhado protocolo, que é utilizado em diversas partes do mundo e que começou a ser utilizado em riachos amazônicos em 2011, através da Rede Amazônia Sustentável (RAS). Diante da indispensável necessidade de avaliar os impactos das mudanças de uso da terra nos riachos e do crescente número de trabalhos que utilizaram o protocolo da APA-EUA na Amazônia, o objetivo deste manuscrito é responder as seguintes questões: i) em quantos riachos amazônicos o protocolo da APA- EUA foi utilizado? ii) a utilização do protocolo é espacialmente bem distribuída ao longo da bacia amazônica? iii) quais tipos de uso da terra já tiveram seus impactos ambientais avaliados pelo protocolo? iv) quais componentes da biota aquática já foram utilizados junto com o protocolo para avaliar a qualidade ambiental dos riachos amazônicos? v) quais métricas do protocolo foram mais importantes para a distribuição da biota aquática? Foi realizada uma busca cienciométrica na Web of Science (WoS) e nas citações do Google Scholar (GS). Inicialmente foram obtidos 243 artigos nas buscas feitas na WoS e GS entre os quais, após leitura e triagem, restam 36 artigos. Os resultados destacaram que: A região leste da Amazônia tem a maior cobertura de riachos avaliados pelo protocolo; os peixes e insetos aquáticos são eficientes para serem utilizados em conjunto com o protocolo, para avaliar os impactos das mudanças de uso da terra sobre os riachos amazônicos; algumas métricas de abrigo no canal, preservação da mata ciliar e de qualidade da água, são repetidamente mais importantes para mensurar os impactos na biota aquática. Métricas essas que podem ser utilizadas para a proposição de um protocolo reduzido do APA-EUA, para uma avaliação rápida da qualidade ambiental dos riachos em locais de difícil acesso, ou por grupos de pesquisa com poucos recursos para manter grandes equipes em trabalho de campo.

  • PAULO GEOVANI DA SILVA GOMES
  • O uso e cobertura do solo afeta as comunidades de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT) adultas? Uma revisão sistemática com meta-análise

  • Data: 28/02/2022
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  • Os insetos das Ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT) são muito utilizados como ferramentas para detectar mudanças ambientais que ocorrem nos ambientes aquáticos. No entanto, a maior parte desses estudos são exclusivamente para a fase larval, existindo poucas informações sobre as respostas dos EPT as mudanças ambientais em sua fase adulta. Em virtude desse cenário, realizamos uma revisão sistemática para tentar responder: i) em quais regiões do mundo foram realizados estudos que avaliam o efeito das mudanças de uso da terra sobre a comunidade de EPT adultos? ii) quais táxons de EPT adultos são mais utilizados? iii) quais são os principais métodos de coleta dos EPT adultos utilizados? iv) Como é a colaboração entre os autores que estudam EPT adultos junto as mudanças de uso da terra? Além disso, nós testamos a relação dos diferentes tipos de uso da terra com as comunidades de EPT adulta por meio de uma abordagem de meta-análise. Para selecionar os artigos realizamos uma busca utilizando palavras relacionadas ao tema de interesse no Web of Science. Foram encontrados 454 artigos, entre os quais 31 eram pertinentes aos objetivos e foram utilizados na análise cienciométrica e 8 na meta-análise. Além do baixo número de artigos sobre o tema, eles se concentram na América do Norte e na Europa. Os Trichoptera é o grupo mais utilizado, o que provavelmente relaciona-se com a sua grande diversidade e maior tempo de vida como adulto quando comparado com as outras duas ordens. O método de armadilha luminosa foi o mais utilizado para a captura de EPT adultos, este fato pode estar relacionado por este tipo de armadilha atrair um maior número de insetos voadores com hábitos noturnos. Assim como o número de artigos, a nacionalidade dos autores foi maior em países da zona temperada (principalmente dos Estados Unidos e Reino Unido), onde a maioria das colaborações foi restrita a poucos países. As maiores diferenças entre os EPT adultos ocorreram em comparações entre ambientes florestais e áreas abertas, como Floresta e Charneca e Floreta e Pradaria. Nossos resultados apontam indícios de que a conversão de áreas de floresta para áreas abertas impacta os EPT adultos. Além disso, a revisão ajuda na escolha de métodos de coleta e de qual grupo taxonômico são mais indicados para trabalhos futuros que venham a suprir essa grande lacuna de conhecimento sobre os impactos das mudanças de uso da terra sobre os EPT adultos.

  • RAFAELA JEMELY RODRIGUES ALEXANDRE
  • Congruência entre as assembleias biológicas de riachos e sua relação com o gradiente ambiental na área de transição Cerrado-amazônia

  • Data: 23/02/2022
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  • Compreender as causas da perda da biodiversidade e criar meios de avaliar a fauna com rapidez e confiabilidade têm sido cada vez mais necessário no atual cenário de mudanças globais, tendo em vista que os impactos ambientais não ocorrem na mesma proporção de estudos científicos que avaliam esses impactos na diversidade biológica. Com isso, objetivamos avaliar a congruência entre as assembleias de peixes, heteropteras e odonatas em igarapés da área de transição Cerrado-Amazônia e identificar a relação entre as assembleias estudadas e as variáveis ambientais e espaço. Para atingirmos este objetivo prevemos responder a seguinte pergunta: Qual a congruência entre os grupos de peixes, heterópteros e odonatas em riachos de transição Amazônia-Cerrado em diferentes condições ambientais dos riachos? O estudo ocorreu em 24 riachos nos municípios de Água Boa, Canarana e Querência, localizados no Estado do Mato-Grosso, Brasil. Onde foram coletados 7.183 peixes representando 39 espécies, 4.961 heteropteras com 15 gêneros e 411 odonatas amostrando 39 espécies. Os resultados das análises evidenciaram forte congruência entre odonatas e heteropteras para os dois conjuntos de dados (incidência e abundância). Divergindo de odonatas e peixes, onde apresentaram forte congruência com dados de abundância e com dados de presença e ausência, a congruência foi não significativa, resultado semelhante foi obtido quando analisado peixe e heteroptera, que não foram congruentes com nenhum dos conjuntos de dados usados. O teste de partição da variância, com dados de abundância, mostrou que tanto as variáveis ambientais quanto o espaço são responsáveis pela estruturação da comunidade de heteropteras, entretanto peixes e odonatas não responderam a nenhuma das variáveis analisadas, achado próximo foi evidenciado quando utilizado dados de incidência, onde nenhuma das assembleias mostrou relação com as variáveis analisadas. A pRDA, com dados de abundancia, confirmou a relação da assembleia de heteropteras e as variáveis ambientais e espaço mostrando que os gêneros Limnogomus e Trepobates estão positivamente relacionados com o espaço, enquanto que os gêneros Limnogomus e Trepobates também se relacionaram positivamente com a condutividade, Neogerris com o pH e Brachymetra com a vazão, entretanto as demais assembleias não apresentaram um resultado significativo, o mesmo se repetiu quando a análise foi feita com dados de incidência, sendo não significativo para todas as assembleias. No geral, os resultados mostraram que podemos utilizar odonatas como grupo substituto de peixes e heteropteras devido à forte congruência evidenciada entre eles, diminuindo assim o tempo e o custo de futuros trabalhos, tornando o biomonitoramento mais eficaz.

  • GEOVANA LINHARES DE OLIVEIRA
  • Efeitos das mudanças climáticas e do desmatamento sobre a fauna de mamíferos na Amazônia

  • Data: 18/02/2022
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  • As maiores ameaçadas à biodiversidade amazônica atualmente são às mudanças climáticas e a perda e a fragmentação de habitats naturais. A Amazônia, é considerada a porção mais significativa de floresta tropical do mundo, vem sofrendo com intensas atividades de expansão no agronegócio e constantes incêndios florestais, além de eventos extremos de seca observados nessa região. Esse cenário contribuiu com a devastação de cerca de 23% desse território, transformando as paisagens do bioma e forçando o surgimento de diversos fatores que atuam na capacidade de dispersão das espécies na busca de áreas de nicho climático e condições de habitat adequados para sua sobrevivência. Por ser uma região de clima abafado e úmido, muitas espécies que ocupam esse bioma apresentam alta vulnerabilidade climática devido, principalmente, à proximidade de seus limites de tolerância térmica e por possuírem nichos climáticos estreitos. Isso reflete uma baixa capacidade de adaptação e dispersão das espécies em ambientes degradados e, consequentemente, causando eventos de defaunação em algumas regiões. Os mamíferos amazônicos são muito vulneráveis aos efeitos antropogênicos e vêm sofrendo impactos negativos na Amazônia. Devido aos papéis ecológicos críticos que esse grupo de fauna desempenha nas florestas tropicais, reduções drásticas em suas populações podem gerar, em breve, consequências graves para os ecossistemas amazônicos. Avaliamos, nesse estudo, como as mudanças climáticas e o desmatamento afetam os mamíferos terrestres de médio e grande porte. Os resultados estão apresentados em três capítulos. O primeiro consiste em um capítulo de livro, intitulado “Efeitos das mudanças climáticas antropogênicas nos ecossistemas e na biodiversidade, especialmente nos mamíferos amazônicos”, submetido e em análise pelos editores (Adrian A. Barnette, Sarah Boye & Wilson R. Spironello), a ser publicado no livro intitulado “Amazonian Mammals – Current Knowledge and Conservation Priorities” – Springer (publicação do INPA). O segundo consiste em um artigo já em fase de submissão, intitulado “Canídeos selvagens e as armadilhas ecológicas frente às mudanças climáticas e ao desmatamento na Floresta Amazônica”, submetido à revista OIKOS. O terceiro capítulo consiste em um artigo que será submetido em breve, em periódico ainda a ser definido, intitulado “O futuro da fauna de ungulados no arco do desmatamento na Amazônia: definindo áreas para conservação e restauração de habitats”. 

  • JESSICA CARDOSO FERREIRA
  • Valoração da produção agrícola e dos serviços de polinização em palmeiras (Arecaceae) na Amazônia Legal

  • Data: 02/02/2022
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  • Os serviços ecossistêmicos são contribuições da natureza para o bem-estar do ser humano, e uma das
    formas de avaliar seus benefícios é através da valoração econômica. A polinização de culturas
    agrícolas é um dos serviços que podem ser valorados, e tal análise ajuda na compreensão dos
    processos que fazem parte da produção de alimentos no mundo todo. Isso é devido ao fato de muitas
    das culturas agrícolas produzidas serem dependentes da ação de polinizadores; ou seja, algumas
    espécies vegetais produzem seus frutos e sementes apenas se suas flores forem polinizadas. As
    palmeiras (Arecaceae) estão entre as plantas mais importantes para a humanidade. Elas são
    particularmente importantes na floresta Amazônica, fornecendo diversos produtos para as populações
    da região. Muitas delas dependem diretamente da ação de polinizadores. O presente trabalho tem
    como objetivo geral avaliar os valores dos serviços de polinização nas culturas de palmeiras da
    Amazônia Legal, a partir dos valores de produção agrícola de cada espécie e de suas dependências
    por polinizadores. Foram analisadas 13 culturas de palmeiras do ano de 2017, através de dados
    disponíveis em bases de dados públicos. Também comparamos os valores obtidos para a produção
    em áreas florestais com áreas não florestadas. O valor da produção total das palmeiras analisadas foi
    estimado em R$793,8 milhões, e 85% deste valor foi associado ao açaí. Os municípios que tiveram
    maiores valores de produção estão no Pará, estado que correspondeu a 79,5% do total de produção
    na Amazônia Legal, e que também foi identificado como o maior produtor de açaí (R$598,7 milhões).
    A segunda cultura mais importante foi a de babaçu, com sua produção concentrada principalmente
    no estado do Maranhão, possuindo 96,3% da produção de coco e 94,2% da produção de amêndoas.
    O valor dos serviços de polinização foi avaliado em R$477,1 milhões; porém, a cultura do açaí
    correspondeu a 92% deste valor (R$436,8 milhões). Estimamos que as áreas de floresta obtiveram os
    maiores valores, sendo R$685,8 milhões para produção das palmeiras nas áreas florestais, e R$420,2
    milhões para polinização. Por outro lado, as culturas de murumuru, macaúba e juçara foram as que
    menos se destacaram em valores econômicos. Os principais polinizadores reportados foram insetos
    das ordens Hymenoptera (principalmente abelhas) e Coleoptera. Portanto, nossos resultados
    evidenciam a importância dos polinizadores para a produção de frutos e sementes, e indicam a
    necessidade de conservá-los. A conservação dos polinizadores e de áreas florestais nos arredores e
    no interior dos cultivos agrícolas é uma ação imprescindível para garantir a segurança alimentar e o
    desenvolvimento sustentável da região.

2021
Descrição
  • LIVIA PIRES DO PRADO
  • REVISÃO TAXONÔMICA E CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS DO GÊNERO NEOTROPICAL MEGALOMYRMEX FOREL, 1885 (HYMENOPTERA: FORMICIDAE: MYRMICINAE)

  • Data: 31/12/2021
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  • O gênero de formigas Megalomyrmex Forel, 1885 atualmente é composto por 45 espécies válidas, que estão distribuídas ao longo da região Neotropical. As espécies variam dramaticamente em estilos de vida e biologia, exibindo uma variedade de comportamentos de nidificação, dieta, estratégias reprodutivas, estrutura social e diversidade estrutural de alcalóides. O gênero inclui desde espécies de vida livre até espécies com diferentes graus de parasitismo social, que se associam com espécies de formigas cultivadoras de fungos. Desde a última revisão taxonômica abrangente, mais de 10 espécies, além de castas/sexos foram descritos. A história natural, assim como a distribuição geográfica dessas espécies foram atualizadas, porém esses estudos focaram nas espécies registradas para a América Central. A delimitação das espécies foi questionada e novos caracteres foram revelados, sugerindo que o estudo da fauna da América do Sul poderia contribuir com o avanço do conhecimento do gênero. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo do gênero Megalomyrmex, sob as perspectivas taxonômica, ecológica e de história natural. Do ponto de vista taxonômico (Capítulo 1), nossos resultados indicaram a existência de 13 possíveis espécies novas para o gênero, além de fornecer uma atualização sobre a taxonomia do gênero. Em relação aos aspectos ecológicos das fêmeas reprodutivas (Capítulo 2), observamos que em geral, as médias corporais das rainhas sem asas de Megalomyrmex são maiores que a das rainhas aladas. Além disso, esses resultados podem estar relacionados aos desafios encontrados durante a fundação e estebelecimento da colônia e características do ambiente. Sobre a história natural de Megalomyrmex, ao longo do trabalho foram fornecidas atualizações sobre a biologia das espécies, com ênfase na espécie Megalomyrmex ayri Brandão, 1990, que teve sua história natural detalhadamente descrita (Capítulo 3). Nosso estudo contribuiu para o preenchimento de diversas lacunas de conhecimento presentes sobre as espécies do gênero, e também identificou outras lacunas que precisam ser investigadas para melhor compreensão de aspectos sobre a evolução e diversidade presente no gênero.

  • FLAVIO ROBERTO DE ALBUQUERQUE ALMEIDA
  • Filogenia molecular e revisão taxonômica do subgênero Schizoptera (Zygophleps) McAtee &amp; Malloch, 1925 (Heteroptera: Dipsocoromorpha: Schizopteridae)

  • Data: 21/12/2021
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  • Schizoptera Fieber (Hemiptera: Heteroptera) é o gênero mais diverso de Dipsocoromorpha, com cerca de 90 espécies divididas em quatro subgêneros: S. (Cantharocoris), S. (Odontorhagus), S. (Schizoptera), e S. (Zygophleps). O grupo é composto por percevejos diminutos (0.5–2.0 mm) restritos ao Novo Mundo que ocorrem em diferentes tipos de microhabitats. O gênero é caracterizado pelo metepisterno com formato de espinho, cutícula do sulco da glândula odorífera metatorácica distintamente glabra e pelo formato trapezoidal da célula discal da asa anterior e pela genitália dos machos notavelmente assimétricas. O subgênero Zygophleps, atualmente composto por quatro espécies, é caracterizado pelo formato triangular da célula membranal posterior. No presente trabalho são investigadas as relações filogenéticas internas do subgênero Zygophleps, com base em dados moleculares, a partir da análise de uma quantidade extensa de material e realizada sua revisão taxonômica. Dois capítulos são apresentados: 1) Filogenia molecular. Neste capítulo, apresentamos a primeira filogenia com enfoque nas relações internas das espécies de Zygophleps, com base em material sequenciado através de abordagens de Next-Generation Sequencing (NGS). Foram analisados 19, 901 pares de bases de 18 genes nucleares e mitocondriais. O presente trabalho recuperou o monofiletismo do subgênero e demonstrou que os dados obtidos através do NGS foram importantes para inferir as relações dentro do subgênero. Os caracteres morfológicos utilizados para diagnose das espécies não mostraram ter evidente correlação com a filogenia molecular, sendo eles distribuído em diversos clados dentro do grupo e indicando que tais caracteres podem ter evoluído mais de uma vez independentemente. 2) Revisão taxonômica. Este capítulo resultou na redescrição das quatro espécies previamente conhecidas e na descrição de 36 espécies novas. Esta é a atualmente a maior contribuição taxonômica apresentada ao gênero Schizoptera, levando ao acréscimo do número de espécies de 900% para o subgênero revisado. A maioria das espécies descritas foram coletadas no Brasil, Costa Rica e Equador, expandindo a distribuição conhecida do subgênero. Fornecemos diagnoses, descrições, fotografias do habitus e ilustrações dos caracteres diagnósticos. Adicionalmente, uma chave de identificação baseada em machos e um mapa de distribuição de espécies também são apresentados.

  • RENATA NEVES BIANCALANA
  • Filogenia Molecular e Evolução de Apodidae (Aves) a Partir de Elementos Ultraconservados (UCEs)

  • Data: 20/12/2021
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  • As aves da família Apodidae conhecidas como andorinhões, são insetívoras de pequeno e médio porte, distribuídas globalmente. Nos últimos 20 anos, análises filogenéticas usando dados moleculares elucidaram as relações de alguns dos grupos dentro da família, porém, para muitas espécies não existem filogenias com ampla amostragem e que melhor representem a distribuição geográfica dos táxons. Assim, o desenvolvimento desta tese de doutorado se motiva na compreensão das relações filogenéticas entre os Apodidae e os processos evolutivos que estão por trás delas através do uso de milhares de marcadores moleculares. Nesse sentido, a principal questão deste projeto é: quais são as relações evolutivas entre os Apodidae? Esta pergunta será abordada ao longo de três capítulos, através da estimativa da filogenia molecular do grupo com a maior amostragem geográfica já feita, e de métodos que buscam inferir sobre os processos ecológicos e históricos que determinaram seus atuais padrões de distribuição. No capítulo I é apresentado um artigo já publicado sobre o desenvolvimento de marcadores microssatélites para Apodidae neotropicais. No capítulo II é apresentada a redescrição do gênero Chaeturella Mathews, 1918, com base em dados morfológicos e moleculares. No capitulo III é apresentada a filogenia molecular da família Apodidae. Foram sequenciadas 211 amostras de 103 táxons, representando todos os gêneros descritos para a família, sendo que para os Apodidae do Novo Mundo foram sequenciadas em quase sua totalidade representantes de todas as subespécies descritas até o presente. As árvores filogenéticas geradas tanto com UCEs apontaram que os Hemiprocnidae são o grupo irmão dos Apodidae. Dentro de Apodidae três grupos foram reciprocamente monofiléticos com 100% de suporte: as subfamílias Cypseloidinae, Apodinae e um terceiro grupo composto pelo gênero Hirundapus e pela espécie Mearnsia novaeguineae. As relações filogenéticas dentro da subfamilia Apodinae não foram de acordo com a classificação atual, sendo que as tribos Collocaliini, Chaeturini e Apodini se mostraram parafiléticas. Diversos gêneros se mostraram parafiléticos: Mearnsia, Rhaphidura, Zoonavena, Tachornis, Apus e Tachymarptis. Espécies amplamente distribuídas foram poli- ou parafiléticas: Cypseloides cryptus, Streptoprocne zonaris, Rhaphidura sabini, Chaetura cinereiventris, Chaetura spinicaudus, Chaetura egregia, Apus affinis, Apus berliozi, Tachymarptis aequatorialis e Aerodramus salanganus. Um novo tratamento taxonômico para a família é recomendado.

  • LUIS EDUARDO DE SOUSA RIBEIRO
  • Conservação de tartarugas marinhas na costa maranhense, Brasil

  • Orientador : JUAREZ CARLOS BRITO PEZZUTI
  • Data: 15/12/2021
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  • Tartarugas marinhas tem longo histórico de exploração humana em todo o mundo, o que tem contribuído para o declínio populacional das espécies, juntamente com outras ameaças, com destaque para a captura acidental por diversos tipos de pesca, destruição dos hábitats e a poluição. Atualmente, a interação com a pesca é a maior causa de mortandade entre as tartarugas marinhas, seguido por ingestão de material inorgânico (lixo). O acúmulo desses resíduos no mar, principalmente resíduos plásticos, tem atraído uma considerável atenção nas últimas décadas, visto que a poluição é uma grande ameaça para a vida marinha. Neste trabalho, realizamos o mapeamento das áreas de ocorrência e das áreas de nidificação de cada espécie de tartarugas marinhas na zona
    costeira do Estado do Maranhão, a análise da frequência de encalhes ao longo dos anos e aavaliação dos impactos sobre as populações de tartarugas marinhas no Parque Nacional (Parna) dos Lençóis Maranhenses, assim como a composição da dieta e ingestão de resíduos sólidos. Essa pesquisa inclui registros de encalhes de animais vivos ou mortos durante os anos de 2005 a 2020, oriundos do banco de dados do Projeto Queamar - Quelônios aquáticos do Maranhão – UFMA – Universidade Federal do Maranhão, e de campanhas bimensais ao Parna dos Lençóis Maranhenses. As cinco espécies de tartarugas marinhas foram observadas ao longo de todo o litoral maranhense e duas espécies tiveram registros reprodutivos. Dos impactos observados, a interação antrópica foi o fator mais observado (n=35), sendo o afogamento e a amputação as principais consequências do emalhamento (n=12). A obstrução intestinal causada pela ingestão de material inorgânico também foi frequentemente observada (n=13). Durante o período da pesquisa, foram realizadas duas Pesquisas Sísmicas Marinha 3D para prospecção de petróleo e gás, e que coincidiram com um aumento significativo na frequência de encalhes no Parna dos Lençóis Maranhenses, que podem ter sido provocados pela poluição sonora causada pelos ruídos dos canhões de ar. Ainda que o litoral maranhense seja coberto por áreas legalmente instituídas para conservação, como o PARNA Lençóis Maranhenses e a RESEX de Cururupu, estudos a longo prazo sobre espécies de ciclo migratório internacional, como as tartarugas marinhas, que ocupam posição importante no cenário de conservação, possibilitam detectar tendências temporais e mudanças, assim como avaliar os
    impactos das zonas de atividades antropogênicas costeiras.

  • LEILTON WILLIANS RIBEIRO LUNA
  • A Evolução Multidimensional da Avifauna das Planícies Alagáveis da Amazônia: Uma Abordagem Genômica, Biogeográfica e Ecológica

  • Data: 24/09/2021
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  • O processo evolutivo compreende complexas mudanças na variabilidade genética das populações ao longo do tempo e do espaço. Estes padrões de diversidade genética espaço-temporais podem refletir processos abióticos que variam com o clima, barreiras geográficas e gradientes ambientais, bem como processos bióticos de traços ecológicos e de história de vida. Na Bacia Amazônica, a maior rede fluvial do mundo, a variação da carga sedimentar dos rios produz ambientes extensos, heterogêneos e dinâmicos ao longo de suas planícies de inundação. A grande variedade de ambientes criados pelos rios nas planícies de inundação amazônicas abriga uma rica avifauna, cuja distribuição é determinada por suas preferências de habitat, tanto regional como localmente. No entanto, os processos responsáveis pela condução da diversificação biológica nessas planícies aluviais continuam sub estudados. Isto pois, designar ligações causais diretas entre traços ecológicos e a estruturação da variação genética dos respectivos táxons constituintes das planícies alagadas é um desafio devido à complicada dinâmica geológica da bacia amazônica. Nesta tese, o principal objetivo foi caracterizar e interpretar da estrutura genômica da comunidade de aves das planícies alagadas da Amazônia. Em cada capítulo, testamos hipóteses específicas de diferenciação genômica baseada em fatores abióticos (e.g., mudança histórica da paisagem na Bacia Amazônica), abrangendo uma perspectiva biótica das afinidades ecológicas das espécies. No Capítulo I, resolvemos com detalhes o contexto espaço-temporal da estrutura genética intraespecífica do arapaçu-riscado (Xiphorhynchus obsoletus) e avaliamos as expectativas de cenários distintos para a evolução das planícies de inundação da Amazônia. No Capítulo II, usamos uma abordagem filogeográfica comparativa para investigar a conectividade histórica entre populações de três espécies de aves associadas a distintos habitats de planícies alagadas de águas brancas, distribuídas em diferentes rios na bacia amazônica. No Capítulo III, usamos uma abordagem filogeográfica baseada em atributos das espécies para avaliar quais destes atributos associadas à dispersão efetiva são determinantes de padrões de variação genética espacial através da comunidade de aves das planícies alagáveis da Amazônia. Como conclusão geral, os padrões evolutivos revelados suportaram a hipótese de que as mudanças na conectividade do habitat das planícies alagadas durante o Quaternário Final tiveram forte influência na diferenciação genômica dentro das espécies estudadas. Entretanto, o modo como a diferenciação ocorre parece ser dependente dos atributos ecológicos das espécies, o que determina como os padrões de variação genética são acomodados espacialmente em um ambiente sazonalmente dinâmico. 

  • ALEXANDRE SALGADO DE SOUZA
  • TAXONOMIA E FILOGENIA DO CLADO Amphidraus-Marma (ARANEAE: SALTICIDAE: EUOPHRYINI)

  • Data: 02/08/2021
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  • As aranhas são um dos grupos mais bem sucedidos e diversos de artrópodes, sendo abundantes em praticamente todos os ecossistemas. São atualmente catalogadas 49564 espécies, distribuídas em 4219 gêneros e 129 famílias. Todas as aranhas possuem glândulas de seda conectadas a fiandeiras (apêndices abdominais modificados) e tarso dos pedipalpos do macho modificado em órgãos copulatórios, enquanto a grande maioria possui glândulas de veneno acopladas as quelíceras. Salticidae é a família mais diversa de aranhas, com 6346 espécies descritas em 658 gêneros. Sua mais notável sinapomorfia é a presença de um par de olhos médios anteriores altamente especializados, que ocupam a parte frontal da carapaça. Euophryini corresponde à tribo mais diversa de Salticidae, com aproximadamente 1000 espécies descritas. A maioria dos gêneros que compõem a tribo possuem no palpo do macho um êmbolo espiral e uma alça retrolateral no ducto espermático, projetada para o centro do tégulo, e no epígino da fêmea (ventralmente na placa), um par de áreas circulares transparentes (pouco esclerotizadas) com guias espirais em suas bordas, que conduzem o êmbolo do macho até a abertura copulatória durante a inseminação. A partir de estudos moleculares, outros gêneros foram incluídos na tribo, mesmo possuindo estruturas reprodutivas diferentes, modificadas a partir do padrão típico do grupo. Como exemplo desta condição podemos citar os gêneros Amphidraus Simon, 1900, Marma Simon, 1902, Nebridia Simon, 1902 e Yacuitella Galiano, 1999, que juntos formam um pequeno clado de distribuição Neotropical. Aranhas desse clado possuem quelíceras com dois dentes promarginais e um dente retromarginal com múltiplas cuspides, palpo do macho com projeções no disco embólico, borda do sulco cimbial projetada em direção ao alvéolo e alça retrolateral do ducto espermático ausente. Além disso, o epígino da fêmea carece de janela e guias espirais. Nebridia é um gênero de classificação controversa dentro do clado, tendo sido em um intervalo de apenas três anos, sinonimizado com Amphidraus para logo em seguida ser revalidado. Além disso, Yacuitella foi incluída provisoriamente no clado Amphidraus-Marma por compartilhar nítidas semelhanças morfológicas com Amphidraus, no entanto esse parentesco não foi estudado sob uma abordagem cladística. Marma parece ser um gênero bem estabelecido (possivelmente monofilético), porém os limites entre Amphidraus, Nebridia e Yacuitella permanecem obscuros. Sendo assim, o clado Amphidraus-Marma é revisado a partir de uma abordagem cladística com dados morfológicos. Uma revisão taxonômica do gênero Marma (não estudado em detalhes desde os anos 60) foi realizada previamente à análise filogenética do clado completo. Nesse primeiro estudo (Capítulo 1), com exceção do holótipo de Marma femella (Caporiacco, 1955), que foi redescrito em trabalho prévio de 2005, espécimes-tipo de todas as espécies do gênero foram revisados. As espécies M. baeri Simon, 1902 (espécie-tipo) e Marma nigritarsis (Simon, 1900) foram redescritas baseadas em espécimes frescos recentemente coletados. A terceira e última espécie listada no catálogo mundial de aranhas (M. femella) foi confirmada como válida a partir da redescrição de 2005. Duas espécies até então sinonimizadas com M. nigritarsis Simon, 1900) foram revalidadas: M. rosea (Mello-Leitão, 1941) e M. argentina (Mello-Leitão, 1941). Duas espécies foram sinonimizadas: Thysema dorae Mello-Leitão, 1944, syn. nov. com Ocnotelus argentinus Mello-Leitão, 1941 e Paralophostica centralis Soares & Camargo, 1948, syn. nov. com Agelista rosea Mello-Leitão, 1941. Pseudoamphidraus variegatus Caporiacco, 1947 e M. trifidocarinata Caporiacco, 1947 foram confirmadas como sinônimos de M. nigritarsis. Seis novas espécies provenientes do norte e nordeste do Brasil foram descritas: M. abaira sp. nov. (♀), M. linae sp. nov. (♂♀), M. pipa sp. nov. (♂♀), M. sinuosa sp. nov. (♂♀), M. spelunca sp. nov. (♂♀) e M. wesolowskae sp. nov. (♂♀). Além disso, o macho de M. argentina foi descrito pela primeira vez. Finalmente, para a análise filogenética de Amphidraus-Marma (Capítulo 2), foi construída uma matriz com 65 caracteres codificados para todas as espécies atualmente conhecidas para o clado. Os dados foram analisados sob um critério de parcimônia com pesagens iguais e pesagens implícitas. Os resultados corroboram a monofilia do clado Amphidraus-Marma, fortemente suportada por hipóteses prévias com dados moleculares. Amphidraus foi recuperado como grupo-irmão de Marma, e polifilético em relação a Yacuitella e Nebridia. Baseado nesses resultados, Amphidraus e Marma permanecem válidos e Nebridia Simon, 1902 e Yacuitella Galiano, 1999 são sinonimizados com Amphidraus Simon, 1900. Além disso, A. auriga (Simon, 1900) (espécie-tipo de Amphidraus) é redescrita com base no holótipo, enquanto A. semicanus (Simon, 1902) comb. nov. e A. nanus (Galiano, 1999) comb. nov. (espécies-tipos dos gêneros sinonimizados, Nebridia e Yacuitella, respectivamente) são revisadas com base em material fresco recentemente coletado. Uma nova espécie de Amphidraus de Minas Gerais (Brasil) é descrita: A. galianoae sp. nov. Homologias do palpo e do epígino são discutidas, especialmente aquelas relacionadas a tíbia, ao êmbolo e às espermatecas primárias e secundarias.

     

  • RAFAEL CABRAL BORGES
  • O uso de índices de biodiversidade e de interações ecológicas no monitoramento de áreas em restauração associadas à mineração em Carajás

  • Data: 29/07/2021
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  • A biodiversidade abrange desde aspectos taxonômicos, diversidade intraespecífica e do ambiente natural, até processos ecológicos responsáveis pelo funcionamento e manutenção dos ecossistemas. Vários esforços têm sido realizados no sentido de restaurar a biodiversidade em áreas degradadas. Porém, poucos estudos focam no monitoramento de mecanismos dos ecossistemas associados à fauna e suas interações com a flora, como as interações entre plantas e seus polinizadores. Esta tese teve como objetivo compreender o processo de restauração de áreas pós mineração na Amazônia oriental a partir do conhecimento histórico da biodiversidade de polinizadores local e de índices de interação planta-polinizador. A partir do conhecimento sobre os padrões de restauração de interações planta-polinizador foi desenvolvido uma abordagem integrativa para selecionar espécies visando a restauração de interações e dar suporte a tomadores de decisão durante o planejamento de atividades de restauração. O estudo foi realizado na Floresta Nacional de Carajás. Para conhecer as espécies de polinizadores foi construído um banco de dados com as 222 espécies de abelhas previamente amostradas (dados de coleções) e seus traços funcionais. Para compreender os padrões de interação planta-polinizador durante o processo de restauração foram utilizadas análises de composição de espécies, métricas de redes de interações planta-polinizador e características das espécies para comparar áreas em diferentes estágios de recuperação pós mineração de areia e de minério de ferro e estabelecer critérios para a seleção de espécies de plantas e polinizadores visando a restauração de interações. O tipo de mineração influenciou a composição de espécies de áreas em recuperação, em áreas pós mineração de areia foi encontrada uma rápida recuperação de interações e foram selecionadas dez espécies de plantas e dez espécies de abelhas para serem manejadas durante o processo de restauração, visando a restauração de interações. Este trabalho foi o primeiro a consolidar uma lista de polinizadores presentes em áreas de mineração no Brazil, a avaliar a restauração de interações e propor uma estratégia de seleção de espécies para restauração a partir de redes de interação planta-polinizador amostradas na Amazonia brasileira.

  • NILTON JUVENCIO SANTIAGO MONTEIRO
  • Taxonomia e filogenia dos gêneros de Phytomyzinae (Diptera: Agromyzidae)

  • Data: 19/07/2021
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  • Formular hipóteses de relacionamento entre os grupos de organismos é um dos principais objetivos da sistemática filogenética, sendo estas dependentes do tipo de dados da qual se originam. Usualmente, tipos diferentes de caracteres podem gerar hipóteses de relacionamento distintas. No entanto, são poucos os estudos que integram múltiplas fontes de dados em sua abordagem, especialmente em grupos pouco estudados. No que diz respeito a família Agromyzidae, tal fato é consequência de diversos fatores intrínsecos da família, como: a grande semelhança morfológica entre as espécies; a dificuldade na delimitação de grupos de espécies/gêneros; os poucos trabalhos de revisão das informações a respeito da família; e a priorização de estudos de manejo das espécies de interesse econômico, sendo as demais pouco estudadas. Com base nisto, esta tese tem por objetivo realizar um estudo taxonômico e filogenético envolvendo espécies da subfamília Phytomyzinae (Diptera: Agromyzidae), propondo uma filogenia para os gêneros que a compõe, assim como analisar a taxonomia de alguns dos seus clados. Para isto, estão sendo estudados materiais de diversas instituições para a identificação dos espécimes e levantamento dos caracteres morfológicos, assim como levantando informações moleculares para serem incorporadas à filogenia. O primeiro capítulo desta tese trata da sinonimização do gênero Xeniomyza ao gênero Liriomyza, sengundo a proposta de Lonsdale (2017) para o mesmo, incluindo a redescrição e nova combinação de Liriomyza ilicitensis nov. comb., atual espécie tipo de Xeniomyza. Quanto ao segundo capítulo, nós apresentamos uma hipótese filogenética para os gêneros de Phytomyzinae analisados, utilizando tanto dados moleculares quanto morfológicos. Foram feitas considerações quanto aos agrupamentos propostos, assim como foram testadas algumas relações propopostas por revisões recentes. Ficou evidenciado como a morfologia da terminália feminina de Agromyzidae pode auxiliar na caracterização de alguns dos táxons propostos. Os resultados da tese devem auxiliar os futuros trabalhos com Agromyzidae, tanto por conciliar diferentes fontes de dados em uma mesma análise quanto por apresentar evidencias da importância da terminália feminina na definição dos agrupamentos de Agromyzidae.

  • MYLENA NEVES CARDOSO MATOS
  • Lacunas Wallaceanas, Mudanças climáticas e Uso da Terra como ameaças à Ephemeroptera (Insecta): com ênfase na Amazônia

  • Data: 10/07/2021
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  • A Amazônia é detentora de uma grande biodiversidade, porém boa parte dela ainda é desconhecida pela ciência e muito sobreposta com áreas de grande interesse econômico e de atividades antrópicas. Esse desconhecimento é ainda mais acentuado para organismos pequenos, como os insetos aquáticos da ordem Ephemeroptera, mesmo eles sendo relevantes para os processos ecológicos do bioma, sensíveis às alterações ambientais e uma excelente ferramenta para analisar a qualidade ambiental. A ordem apresenta muitas lacunas Linneanas, Hutchinsonianas e Wallaceanas, e conhecer a sua distribuição buscando preencher os déficits de informação são fundamentais para traçar estratégias eficientes de conservação. Nesse contexto, esta tese teve como objetivo geral apontar aonde estão os déficits de esforço amostral de Ephemeroptera na Amazônia e evidenciar como os impactos antrópicos e mudanças climáticas podem afetar ou estruturar suas comunidades. Com esse propósito, essa tese foi composta por três capítulos. No primeiro descrevemos a riqueza potencial de Ephemeroptera na Amazônia e a partir de um índice de esforço amostral indicamos onde estão as áreas de lacunas de informação, áreas potencialmente mais diversas, e áreas desprotegidas que são prioritárias para a conservação. Apontamos que somente 5% do bioma possui alguma informação sobre a ordem, e que existe 46.225 km 2 de lacunas potencialmente ricas, porém desprotegidas no bioma, sendo a zona de transição entre Amazônia e Cerrado prioritárias para futuros estudos, devido a intensificação do desmatamento nessa região. No segundo capítulo, descrevemos a distribuição potencial atual e futura de Cloeon smaeleni Lestage, 1924 nos continentes sul americano e africano. A espécie afrotropical foi introduzida no Brasil, e nossos resultados indicaram que os dois continentes possuem áreas extensas de adequabilidade para a espécie, localizadas em áreas “rich-spots”, mas que sua distribuição é previsivelmente limitada e deslocada pelas mudanças climáticas nos cenários futuros, mesmo sendo uma espécie tropical, tolerante e com características invasoras. No terceiro capítulo, investigamos se o gradiente de cobertura vegetal e usos do solo afetam a riqueza, abundância e composição das comunidades de Ephemeroptera e avaliamos se existem gêneros associados a cada um deles. Encontramos que o pasto reduz a abundância de Ephemeroptera e que sua composição em áreas de floresta difere dos outros tipos de uso da terra. Apesar da diversidade de Ephemeroptera não ter respondido à porcentagem da cobertura vegetal, táxons como Farrodes e Ulmeritoides tiveram a sua frequência afetada. A partir do desenvolvimento dessa tese, concluímos que ainda existem muitas lacunas de informação a serem preenchidas na Amazônia, principalmente na parte Norte e Nordeste do bioma. Inventários e pesquisas são necessárias principalmente em áreas intensamente ameaçadas por ações antrópicas, como o “Arco do desmatamento” para que não haja perda de informação e até mesmo de espécies que podem ainda nem ser conhecidas. Ainda não existe um consenso entre a agropecuária e o ambiente que alcance um desenvolvimento sustentável adequado, o que é preocupante devido a velocidade das alterações ambientais, que afetam principalmente os ecossistemas aquáticos. Essa preocupação se agrava quando inferimos no nosso trabalho que mesmo uma espécie considerada tolerante, com características invasoras, pode ser afetada severamente por mudanças climáticas em cenários futuros, tendo a sua distribuição consideravelmente restringida.

  • HENRIQUE AUGUSTO CHAVES MAIA
  • Biogeografia e Evolução da Família Microhylidae nas Américas (Amphibia, Anura)

  • Data: 08/06/2021
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  • Microhylidae (a segunda maior família de anfíbios) representa pouco mais de 9,5% da diversidade global de anuros. É fenotipicamente diversa, com uma história evolutiva complexa, e ocorre em quase todas as zonas tropicais do planeta. Apesar do tamanho e distribuição, o que os torna um bom modelo para estudos biogeográficos empíricos, inferências evolutivas a nível de família são limitadas. Aqui, compilamos um grande conjunto de dados genéticos dos microhilídeos do Novo Mundo, um clado diverso que ocorre do sul da América do Sul à América do Norte (com a maior diversidade na região Neotropical), para inferir padrões espaço-temporais de diversificação. Existe uma infinidade de métodos e modelos para inferir distribuições ancestrais, entre as quais o pacote R BioGeoBEARS está entre os mais usados. No entanto, críticas recentes levantaram debates sobre dois aspectos importantes do programa: (1) critérios na seleção de modelos e, (2) conceituação teórica do parâmetro +J (um modelo de salto-dispersão para estimar o efeito fundador). A crítica sugere que DEC e, especialmente sua variante +J (DECj), são conceitualmente falhos, pois desconsideram informações temporais (i.e., comprimentos de ramos) e, portanto, implementam soluções que são equivalentes a uma análise de parcimônia. Usamos o grupo focal para investigar essas alegações empiricamente pela primeira vez. Especificamente, abordamos questões relacionadas à equivalência de modelos +J com a parcimônia, degeneração do modelo +J e viés de seleção. Encontramos fortes evidências, bem como equivalência de modelos +J a uma inferẽncia de parcimônia e ao fato de que a seleção padrão de modelos com base em verossimilhança (AIC) pode enviesar as hipóteses. Embora os argumentos iniciais tenham se concentrado em DEC vs. DECj, destacamos que os problemas relacionados a +J podem afetar todos os demais modelos. Nosso trabalho representa a mais abrangente inferência evolutiva espaço-temporal para microilídeos do Novo Mundo, com várias novas perspectivas sobre a evolução do clado. A diversidade atual do grupo é, em geral, produto de uma diversificação constante que está profundamente associada a ambientes florestais tropicais desde o Cretáceo Superior. Um clado (Elachistocleis) parece ter uma história excepcionalmente distinta, apresentando uma taxa de diversificação muito mais rápida, amplamente associada a ambientes abertos durante o Ótimo Climático do Mioceno Médio. Discutimos quatro processos evolutivos principais que ocorreram na América do Sul desde a separação da Gondwana e podem ter afetado a diversificação dos microilídeos: (1) diversificação amazônica in situ, (2) os impactos do soerguimento dos Andes, e suas consequências geológicas, (3) a invasão do Diagonal seca e (4) conexões passadas entre a Amazônia e a Mata Atlântica. 

  • ULYSSES MADUREIRA MAIA
  • Dinâmica de distribuição e caracterização genética, morfológica e de nidificação de populações de Plebeia flavocincta (Apidae: Meliponini)

  • Data: 07/06/2021
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  • Conhecer a biodiversidade é fundamental para a conservação e manejo das espécies. Dentre as espécies de abelhas, os meliponíneos ou abelhas sem ferrão, são considerados como os principais polinizadores das matas nativas e formam um grupo bastante diversificado com mais de 240 espécies já descritas no Brasil. No entanto, muitas espécies de abelhas sem ferrão ainda não são conhecidas e não muito bem estudadas, um problema que precisa ser urgentemente resolvido, pois os serviços de polinização estão cada vez mais ameaçados pela perda e modificação de habitats. A falta de uma identificação mais precisa, de uma caracterização mais acurada das populações e do conhecimento das áreas de ocorrência da espécie dificultam a averiguação de impactos e ameaças e o delineamento de medidas efetivas de conservação, manejo e uso sustentável. Aqui, objetivamos avaliar a variabilidade de Plebeia flavocincta em termos morfológicos, genéticos, e de habitats. Para isso, organizamos a tese em três capítulos: (i) no primeiro, estimamos a distribuição geográfica potencial da espécie e identificamos áreas prioritárias para conservação; (ii) no segundo capítulo, avaliamos a variabilidade das populações através da morfometria geométrica das asas e do DNA mitocondrial; (iii) finalmente, no terceiro capítulo analisamos a estrutura dos ninhos e caracterizamos a espécie.

  • PAMELA YESENIA SANCHEZ VENDIZU
  • PRELIMINARY SYSTEMATIC REVISION OF Mesomys (RODENTIA: ECHIMYIDAE)

  • Data: 02/06/2021
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  • Roedores arborícolas do gênero Mesomys Wagner, 1845 representam um dos grupos menos estudados da família Echimyidae. O gênero foi descrito em 1845, mas melhor compreendido e aceito como um gênero válido no início do século 20 devido ao aprimoramento de sua descrição morfológica. Três espécies foram posteriormente aceitas como parte do gênero Mesomys: M. hispidus (Desmarest, 1817), M. leniceps Thomas, 1926, e M. stimulax Thomas, 1911. No século 21, estudos filogenéticos baseados em dados moleculares recuperaram a monofilia do gênero, apoiaram o reconhecimento em nível de espécie de M. stimulax, sugeriram M. hispidus como um complexo de espécies, e revelaram a existência de uma nova espécie, M. occultus Patton, da Silva, Malcolm, 2000. A posição filogenética e status taxonômico de M. leniceps, entretanto, permanecem não investigados. No presente estudo, as relações filogenéticas de Mesomys foram inferidas com base em sequências de DNA do gene mitocondrial citocromo b, e análises moleculares de delimitação de espécies de locus único foram realizadas usando dados de 81 amostras que abrangem a maior parte da distribuição geográfica e altitudinal do gênero. Além disso, para fornecer maior resolução taxonômica em Mesomys, e em especial para avaliar o status taxonômico de M. leniceps, foi analisada a morfologia de espécimes de Mesomys coletados em planícies e florestas pré-montanas e montanas, com foco especial em espécimes peruanos e equatorianos provenientes de alta altitude (acima de 1000 metros) atribuíveis a M. leniceps com base em morfologia. Análises filogenéticas moleculares recuperaram Mesomys como um grupo monofilético com alto suporte composto por três clados principais, correspondentes às espécies M. ocultus, M. stimulax e M. hispidus. Os métodos de delimitação de espécies estimaram de nove a 29 espécies putativas, sendo o mPTP o método mais conservador e o bGMYC o que recuperou o maior número de espécies putativas. Sequências de DNA de espécimes de maior altitude do Peru e Equador—representantes de M. leniceps com base em características morfológicas—, foram recuperadas como aninhadas em M. hispidus pelas análises filogenéticas moleculares, sugerindo que a pelagem dorsal macia (com espinhos mais finos e pelagem setiforme mais densa) é uma variação morfológica, possivelmente associada à altitudes mais elevadas. Com base nos resultados filogenéticos e análises de variação morfológica, M. leniceps pode ser considerado sinônimo de M. hispidus. Além disso, dados morfológicos e moleculares confirmam a ocorrência de M. occultus em San Antonio do Içá (Amazonas, Brasil), em simpatria com M. hispidus. Este registro estende a distribuição de M. occultus a quase 300 km a noroeste do registro anterior mais ao norte (Rio Juruá), e evidencia a possível ocorrência desta espécie no Peru e na Colômbia.

  • JORDANA GUIMARAES FERREIRA
  • Delimitação de espécies no complexo de espécies Engystomops petersi (Anura: Leptodactylidae): uma abordagem multilocus

  • Data: 01/06/2021
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  • A Amazônia é a maior e mais diversa floresta tropical do planeta. Apesar de sua reconhecida biodiversidade, cientistas concordam que estamos longe de conhecer a real diversidade desse extenso e complexo bioma. A diversidade críptica e a falta de amostragem são particularmente fatores que levam à subestimativa de espécies na
    região. Aqui mostramos como a diversidade estava altamente subestimada no complexo de espécies Engystomops petersi, um grupo de sapo com diversidade críptica amplamente distribuído na Amazônia. Através de uma abordagem filogenética e de delimitação de espécies baseados em distância e coalescência inferimos a existência de seis a 16 linhagens evolutivas distintas, dependendo do método de delimitação. Por consenso de maioria delimitamos 11 espécies candidatas, além de notar a existência de dois complexos de espécies menores no grupo (Sudoeste Amazônico e Oeste do Pará). Sugerimos a revalidação de E. paraensis e reconhecemos três espécies válidas no complexo: E. petersi, E. freibergi e E. paraensis e oito espécies candidatas ainda não descritas. Também revelamos que as populações da Guiana Francesa não pertencem a E. petersi como se pensava anteriormente, sendo uma espécie distinta de todas as demais do complexo. Este novo cenário demonstra que a diversidade do leste da Amazônia pode ser tão rica quanto do oeste. Incentivamos a avaliação de caracteres adicionais morfológicos e ecológicos sob uma abordagem integrativa para a descrição das espécies candidatas apontadas neste estudo, assim como uma abordagem biogeográfica para investigar os processos que geraram essa alta diversidade. Adicionalmente, pontuamos que o uso de métodos de delimitação empregados em conjunto podem dar luz ao conhecimento faltante da diversidade que temos de espécies amplamente distribuídas, como na Amazônia, sendo um ótimo ponto de partida para revelar a diversidade críptica.

  • JORDANA GUIMARAES FERREIRA
  • Delimitação de espécies no complexo de espécies Engystomops petersi (Anura: Leptodactylidae): uma abordagem multilocus

  • Data: 01/06/2021
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  • A Amazônia é a maior e mais diversa floresta tropical do planeta. Apesar de sua reconhecida biodiversidade, cientistas concordam que estamos longe de conhecer a real diversidade desse extenso e complexo bioma. A diversidade críptica e a falta de amostragem são particularmente fatores que levam à subestimativa de espécies na
    região. Aqui mostramos como a diversidade estava altamente subestimada no complexo de espécies Engystomops petersi, um grupo de sapo com diversidade críptica amplamente distribuído na Amazônia. Através de uma abordagem filogenética e de delimitação de espécies baseados em distância e coalescência inferimos a existência de seis a 16 linhagens evolutivas distintas, dependendo do método de delimitação. Por consenso de maioria delimitamos 11 espécies candidatas, além de notar a existência de dois complexos de espécies menores no grupo (Sudoeste Amazônico e Oeste do Pará). Sugerimos a revalidação de E. paraensis e reconhecemos três espécies válidas no complexo: E. petersi, E. freibergi e E. paraensis e oito espécies candidatas ainda não descritas. Também revelamos que as populações da Guiana Francesa não pertencem a E. petersi como se pensava anteriormente, sendo uma espécie distinta de todas as demais do complexo. Este novo cenário demonstra que a diversidade do leste da Amazônia pode ser tão rica quanto do oeste. Incentivamos a avaliação de caracteres adicionais morfológicos e ecológicos sob uma abordagem integrativa para a descrição das espécies candidatas apontadas neste estudo, assim como uma abordagem biogeográfica para investigar os processos que geraram essa alta diversidade. Adicionalmente, pontuamos que o uso de métodos de delimitação empregados em conjunto podem dar luz ao conhecimento faltante da diversidade que temos de espécies amplamente distribuídas, como na Amazônia, sendo um ótimo ponto de partida para revelar a diversidade críptica.

  • JULIANA DAMASCENO CARVALHO MAGRO
  • Sistemática molecular, taxonomia e biogeografia de arapaçus neotropicais do complexo de espécies Xiphorhynchus guttatus/susurrans (Aves: Furnariidae)

  • Data: 28/05/2021
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  • Para compreender os padrões geográficos e temporais de diversificação, a estrutura populacional e os limites das espécies do complexo de espécies Xiphorhynchus guttatus/susurrans, reunimos uma amostra geograficamente bem distribuída de dados genéticos, plumagem e caracteres morfométricos para revisar os resultados e responder às lacunas deixadas pela última revisão taxonômica para este complexo. Analisamos dois marcadores mitocondriais e um nuclear de 107 espécimes. Realizamos filogenias multilocus coalescentes concatenadas e temporalmente calibradas, juntamente com redes de haplótipos, delimitação de espécies por inferência bayesiana e análise da estrutura populacional. Observamos os padrões morfométricos e de plumagem de espécimes da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica. Estimamos as áreas ancestrais do complexo de espécies com o BioGeoBEARS. De acordo com nossos resultados, existem quatro clados principais reciprocamente monofiléticos dentro do complexo, o que suporta a separação de Xiphorhynchus guttatoides para resolver a parafilia entre Xiphorhynchus guttatus e Xiphorhynchus susurrans, como sugerido pela última revisão taxonômica, e a revalidação de Xiphorhynchus eytoni como espécie. A estimativas de tempo de divergência sugerem que o ancestral comum mais recente provavelmente se originou no Plioceno, com a maioria das linhagens dentro do grupo aparecendo no Plio-Pleistoceno, um período de intensas mudanças na paisagem Neotropical. Nossos dados mostram que a diversidade genética existente no gênero é subestimada pela taxonomia atual, fornecendo outro exemplo de endemismo críptico difundido para aves na região Neotropical. Além disso, corrobora a influência do soerguimento dos Andes e a influência do estabelecimento do atual sistema de drenagem da bacia Amazônica no Plio-Pleistoceno como responsáveis pela diversificação dentro do complexo.

  • JOUDELLYS ANDRADE SILVA
  • "Distribuição da diversidade morfológica de formigas (Hymenoptera: Formicidae) na Floresta Amazônica Brasileira"

  • Data: 27/05/2021
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  • Apesar de insetos representarem a maior proporção de espécies animais conhecidas, na Amazônia brasileira, nosso entendimento dos padrões e mecanismos de riqueza de espécies e sua distribuição, em grandes escalas, vêm principalmente de estudos com vertebrados e plantas. Na presente Tese, pela primeira vez, descrevemos a distribuição da diversidade morfológica de um grupo de inseto amplamente diversificado em um hotspot de diversidade mundial. Para isso, extraímos medidas de caracteres morfológicos de formigas através de imagens em alta resolução ou, em alguns casos especiais, da literatura taxonômica. Ainda, obtivemos, a partir da literatua, repositórios online, instituições de pesquisa no Brasil e fontes não publicadas, dados de ocorrências de formigas na Amazônia brasileira (1817-2020), o que revelou a existência de 1067 espécies na Bacia Amazônica brasileira. No capítulo 1, descrevemos a distribuição dessa diversidade e usamos a estratificação vertical da fauna de formigas para avaliar se esta partição de habitat pode revelar padrões de estruturação morfológica de formigas na Amazônia brasileira. Os resultados encontrados neste capítulo evidenciaram amostragens fortemente influenciadas por rotas de acesso e grandes centros urbanos na região, além de um completo desconhecimento sobre formigas em mais da metade da área total da Amazônia brasileira e de suas áreas protegidas. Também não encontramos evidências de estrutura morfológica na maioria dos estratos de formigas. No Capítulo 2, fornecemos uma descrição detalhada do morfospaço de formigas e exploramos como isso ajuda a entender a estrutura morfológica de formigas na Bacia Amazônica brasileira, utilizando tipos de vegetação como template de morfologias na periferia do morfoespaço. Neste capítulo, encontramos que menos de 10% (66 espécies) das espécies de formigas registradas na região – muitas delas amplamente comuns – são responsáveis pela maior parte da variação morfológica e, portanto, conduzem a
    maioria das funções realizadas por formigas na floresta amazônica brasileira. Nossos resultados representam o primeiro estudo em larga escala baseado em diversidade taxonômica e de características morfológicas para um grupo de insetos nas florestas amazônicas e um ponto de partida para abordagens funcionais de insetos em estudos ecológicos de grande escala na Bacia Amazônica.

  • GABRIEL COSTA OLIVEIRA
  • DNA BARCODING E DIVERSIDADE GENÉTICA DE DUAS ESPÉCIES DE MICROHYLIDAE (ANURA) PAN-AMAZÔNICOS

  • Data: 13/05/2021
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  • Os números de descrições de novas espécies de anuros na região neotropical tem se intensificado a partir do final dos anos 90, sobretudo devido o emprego de técnicas moleculares, como o DNA Barcoding. Dada a urgência do estudo de grupos negligenciados de anfíbios na Amazônia, no presente trabalho exploramos a possível diversidade críptica de duas espécies de anuros amplamente distribuídos pelas terras baixas amazônicas: Ctenophryne geayi e Hamptophryne boliviana. Conduzimos duas metodologias de delimitação de espécies baseados em ampla amostragem geográfica e utilizando dois genes mitocondriais empregados em barcoding de anfíbios, 16S e COI: (1) MPTP, análise de delimitação baseada em árvores filogenéticas e; (2) ABGD, análise baseada em distancias genéticas. O MPTP demonstrou a existência de diversidade críptica nas duas espécies, com a identificação de duas linhagens mitocondriais ainda não reconhecidas na literatura prévia, separadas por uma distância genética considerável, 1% para C. geayi e 3,3% para H. boliviana. Já o ABGD apresentou resultados distintos para ambas as espécies. Para C. geayi falhou em demonstrar um “barcoding gap” claro para o gene 16S e delimitou para o COI três linhagens principais. Para H. boliviana o ABGD demonstrou um claro “barcoding gap” para ambos os genes e delimitou de maneira convergente as mesmas duas linhagens que os ABGD. Nossos resultados apontam para existência de ao menos duas espécies candidatas em cada um dos táxons analisados. Os resultados reafirmam ainda a utilidade e funcionalidade do uso massificado do DNA barcoding, sobretudo em uma região vasta como é a Amazônia e em grupos poucos estudados como Microhylidae Sul Americanos.

  • LORENA FREITAS SOUZA TAVARES DA COSTA
  • Diversidade de Rhabdias (Nematoda: Rhabdiasidae) parasitos de anuros do município de Serra do Navio, estado do Amapá (Brasil)

  • Data: 13/05/2021
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  • O gênero Rhabdias Stiles &amp; Hassall, 1905 compreende 90 espécies nominais de nematódeos pulmonares que parasitam anuros e são distribuídas globalmente, incluindo 18 espécies da região Neotropical. Estudos taxonômicos de Rhabdias spp. são baseados na morfologia de fêmeas hermafroditas, o que tem ocasionado diversas incrongruências na sistemática do grupo, visto que os espécimes possuem alta uniformidade morfológica. Entretanto, o advento da abordagem molecular combinada com análises morfológicas tem possibilitado reconstruir e compreender a história evolutiva destes parasitos. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo descrever a diversidade morfológica e molecular de nematódeos do gênero Rhabdias (Nematoda: Rhabdiasidae) parasitos de anuros do município de Serra do Navio, estado do Amapá. Para a realização dos estudos morfológicos, os nematódeos foram analisados por microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. Para os estudos moleculares e filogenéticos, amplificamos e sequenciamos a região do Citocromo Oxidase Subunidade I (COI) do DNA Mitocondrial e as reconstruções filogenéticas foram realizadas sob o critério de Máxima Verossimilhança e Inferência Bayesiana. Cinquenta e oito anuros foram encontrados sendo parasitados por, pelo menos, uma espécie de nematódeos pulmonares. Recuperamos um total de 88 nemátodeos rhabdiasideos (13,3% de prevalência), dentre eles, indentificamos Rhabdias androgyna, Rhabdias breviensis, Rhabdias pseudosphaerocephala, Rhabdias sp.1, Rhabdias sp.2, Rhabdias sp.3, Rhabdias sp.4 e uma nova espécie de Rhabdias parasito de Pristimantis chiastonotus e Allobates femoralis. Em nossas análises filogenéticas Rhabdias sp. nov formou um clado monofilético de baixo suporte com sequências de Rhabdias sp. 5 parasitos de lagarto do Nordeste. Além disso, registramos novas espécies de anuros como hospedeiros de Rhabdias, a saber: Boana boans, Boana dentei, Boana geographica, Boana multifasciata, Dendrobates tinctorius, Leptodactylus longirostris, Pristimantis gutturalis e Rhinella castaneotica. Caracterizamos morfologicamente as espécies encontradas, adicionamos dados moleculares às Rhabdias spp. e ampliamos a área de ocorrência de R. androgyna, R. breviensis e R. pseudosphaerocephala. Este é o primeiro trabalho descrevendo a diversidade de espécies do gênero Rhabdias do extremo norte do país. Portanto, a caracterização da diversidade de Rhabdias spp., permitiu a adição de dados moleculares e taxonômicos que auxiliaram na diagnose morfológica e na compreensão das relações filogenéticas entre as espécies do gênero, assim contribuindo para estudos parasitológicos com espécies da Amazônia Oriental.

  • SOFIA LINS LEAL XAVIER DE CAMARGO
  • Revisão de Helicobia Coquillett, 1895 (Diptera: Sarcophagidae)

  • Orientador : MARIA CRISTINA ESPOSITO BARTHEM
  • Data: 03/05/2021
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  • Helicobia Coquillett, 1985 é um gênero de moscas predominantemente neotropical pertencente à família Sarcophagidae. Apresentam variações de tamanho de 4 a 9 mm e são identificadas pela combinação das seguintes características: nervura R1 com cerdas na superfície dorsal geralmente restritas a metade proximal; cerdas ocelares e verticais espessas; parafaciália com cerdas espessas, machos sem ctenídio no fêmur médio e parede pós-alar com cerdas. Além disso, as espécies desse gênero também podem ser caracterizadas por apresentar terminalia masculina comlimites bem distintos entre basifalo e parafalo, este último com harpes muito desenvolvida, predominantemente membranosa, e acrofalo com estilos laterais e capitis. A identificação das espécies de Helicobia, assim como em outros gêneros de Sarcophagidae, é possível somente pela análise das terminálias masculinas. Apesar dos trabalhos taxonômicos sobre Helicobia conterem ilustrações das terminalias, grande parte das espécies válidas permanecem mal caracterizadas, sem descrições ou ilustrações da terminália, dificultando a identificação específica. Além disso, ainda não há chave de identificação para todas as espécies válidas. A ausência de imagens e de chave de identificação é um dos maiores empecilhos para o avanço do conhecimento taxonômicosobre Helicobia. Portanto, este trabalho teve como objetivo redescrever os machos adultos das espécies válidas, produzir ilustrações detalhadas das terminálias e fornecer chave dicotômica de identificação. A revisão taxonômica de Helicobia resultou em 32 espécies válidas e duas novas sinonímias: Helicobia giovannolii é sinônimo júnior de Helicobia lagunicula e Helicobia haydeni é sinônimo júnior de Helicobia morionella. As ilustrações de 26 espécies são apresentadas, contendo estruturas da terminália masculina como basifalo, parafalo, harpes, vesica, acrofalo, juxta e placa lateral da juxta. A bainha, uma estrutura encontrada em 13 espécies, também foi descrita. Portanto, o presente trabalho fornece a caracterização padronizada e detalhada das espécies, além de uma chave para identificação dos machos adultos.

  • PAOLA MARIA FEIO SANTOS
  • TRILHA DE PESQUISADOR E TRILHA DE MORADOR: ANÁLISE COMPARATIVA PARA O MONITORAMENTO DA FAUNA EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA TERRA DO MEIO, AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL"

  • Orientador : JUAREZ CARLOS BRITO PEZZUTI
  • Data: 30/04/2021
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  • A Amazônia conta com uma elevada diversidade de vertebrados de médio e grande porte, que são essenciais para a dinâmica florestal. Estes também são os mais caçados por populações humanas locais e, em decorrência disso, ocorrem alterações na composição, riqueza e abundância deste grupo de animais pelo território. Essa interação entre humanos-animais gera distúrbios para ambas as partes, reduzindo as chances de encontros diretos ou indiretos, acarretando prejuízos à caça de subsistência de comunidades locais. Devido a essa situação, discute-se a capacidade de persistência da vida selvagem em áreas de densidades humanas variadas, especialmente em áreas protegidas, sendo necessário estabelecer programas de monitoramento para compreender e lidar com as ameaças citadas anteriormente. Este trabalho procurou avaliar a viabilidade do uso de trilhas de moradores (TM) para o monitoramento de vertebrados, comparando com os resultados obtidos em transecções lineares destinadas ao monitoramento de mamíferos de médio em grande porte e aves cinegéticas, em trilhas de pesquisador do protocolo TEAM (TPt) e Trilhas de pesquisador do Protocolo Mínimo (TPm). Os resultados obtidos nas curvas de rarefação de espécies, riqueza e Análise de Escalonamento Multidimensional Não-Métrico (NMDS), indicaram que houve uma diferença significativa na composição de espécies obtidas em TM, TPt e TPm. Apesar da diferença significativa entre as áreas, os dados de riqueza e abundâcia em TPt foram mais estáveis entre todas as espécies registradas, além de demonstrarem uma similaridade com os dados de riqueza e abundância obtidos em TM. Portanto, é possível que as futuras ações de monitoramento possam ocorrer em trilhas de moradores presentes nas reservas extrativistas, o que ermitiria uma ampliação de áreas monitoradas, a redução dos custos de implementação e manutenção de protocolos de monitoramento com uma maior participação das populações locais.

     

  • PAULA CAROLINA RODRIGUES DE ALMEIDA
  • Revisão taxonômica e filogenia morfológica de Micrurus do grupo bicolor (Serpentes, Elapidae)

  • Data: 30/04/2021
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  • Os elapídeos do Novo Mundo são distribuídos em três gêneros, sendo Micruroides (1 espécie), Leptomicrurus (4 espécies) e Micrurus (≅ 80 espécies). Micrurus Wagler (1824) é o gênero mais diverso entre as cobras-corais, compreendendo cerca de 80 espécies e mais de 130 subespécies. As espécies de Micrurus são distribuídas desde o sudeste dos Estados Unidos até o sul da América do Sul, apresentam hábitos semi- fossoriais, terrestres e aquáticos, exibindo uma grande diversidade de padrões cromáticos, e podendo ser encontradas em ambientes bastante heterogêneos. O monofiletismo do gênero foi proposto por alguns autores, apesar de já ter sido recuperado como parafilético em relação à Leptomicrurus. Atualmente, as propostas filogenéticas mais recentes têm recuperado Micrurus como monifilético, após a sinonímia de Leptomicrurus em Micrurus, a partir da combinação de caracteres morfológicos e moleculares. Apresentam caracteres morfológicos conservativos, sendo comumente identificadas a partir dos padrões de coloração, número e tamanho dos anéis do corpo e da cauda, morfologia hemipeniana, e a partir da sua distribuição geográfica. Com base na distribuição geográfica, padrão de coloração e forma do hemipênis, as espécies de Micrurus tem sido organizadas em 4 grupos morfológicos: 1) grupo sul-americano (com 44 espécies), que apresenta padrão em mônades, cauda bicolor e hemipênis delgado fortemente bilobado; 2) grupo centro-americano (com 2 espécies), com coloração em tríades, com hemipênis delgado e fortemente bilobado; 3) grupo sul-americano (com 21 espécies), que apresenta padrão em tríades, com hemipênis curto e bilobado, podendo ou não ser capitado; e 4) grupo sul-americano (com 5 espécies) com padrão bicolor, hemipênis delgado fortemente bilobado e lobos distintos da base. O grupo sul-americano com padrão bicolor é formado por cinco espécies e sete subespécies (Micrurus camilae; M. mipartitus anomalus, M. m. decussatus, M. m. mipartitus, M. m. popayanensis e M. m. rozei; M. multiscutatus; M. multifasciatus multifasciatus, M. m. hertwigi e M. spurrelli), e apresenta variações no padrão de coloração e na distribuição geográfica, raramente discutidas na literatura. Estas espécies estão presentes desde a Nicarágua, ocupando Costa Rica, Panamá e toda a costa oeste da América do Sul, até o Estado de Rondônia, Brasil. As hipóteses filogenéticas envolvendo os elapídeos do Novo Mundo tem considerado grupos mais amostrados dentre as espécies de Micrurus e geralmente as espécies do grupo bicolor são representadas apenas pelo terminal Micrurus mipartitus, o que não reflete, portanto, toda a diversidade morfológica presente entre as espécies do gruopo. O presente estudo tem como objetivo propor uma revisão taxonômica e uma hipótese filogenética para o grupo bicolor, considerando exclusivamente caracteres morfológicos em uma abordagem inédita. Apresentamos as informações em dois capítulos: 1) Revisão taxonômica do grupo bicolor, propondo um novo arranjo para o grupo; e 2) Filogenia de Micrurus do grupo bicolor com base em caracteres morfológicos.

  • ANA BEATRIZ GOMES MOURA
  • REVISÃO TAXONÔMICA DO GRUPO DE ESPÉCIES Dichotomius boreus (Olivier, 1789) (COLEOPTERA: SCARABAEIDAE:SCARABAEINAE: DICHOTOMIINI)


     

     

     



  • Data: 29/04/2021
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  • As espécies do grupo D. boreus são revisadas taxonomicamente através do estudo de caracteres da morfologia externa e da genitalia masculina. O grupo é redefinido com base na forma dos processos cefálicos da junção clípeo-frontal, forma dos processos e escavações no pronoto, presença de aparato estridulatório no mesoescutelo e borda interna do pronoto, presença de carena transversal no clípeo na maioria das espécies, e caracteres da genitália masculina, como a forma dos parâmeros e endofalitos. São reconhecidas aqui seis espécies com distribuição amazônica, incluindo uma espécie nova: Dichotomius boreus (Olivier, 1789), Dichotomius pelamon (Harold, 1869), Dichotomius podalirius (Felsche, 1901), Dichotomius prietoi Martínez &amp; Martínez, 1981, Dichotomius quadrilobatus Chamorro, Lopera e Rossini, 2021 e Dichotomius sp. nov. Lectótipos são designados para D. boreus, D. podalirius e D. carinatus. Uma nova sinonímia é estabelecida entre D. carinatus com D. pelamon, sendo fornecida uma discussão acerca de como os caracteres diagnósticos definidos originalmente pelos autores para essas espécies nominais estão diretamente relacionados a uma variação intra-específica. Também são fornecidos uma revisão detalhada de literatura, chave de identificação, redescrições, diagnoses, bem como o material examinado e a distribuição de cada espécie.

  • LAURA KATHERIN SANTACRUZ REYES
  • Efeitos das mudanças climáticas sobre as aves de áreas abertas amazônicas

  • Orientador : MARCOS PERSIO DANTAS SANTOS
  • Data: 27/04/2021
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  • As áreas de vegetação aberta da Amazônia (Campina, Campinaras e savanas), são pequenas machas isoladas, cercadas por formações florestais. Abrigam muitas espécies raras, além de apresentarem processos ecológicos únicos no bioma. As altas emissões de dióxido de carbono nos últimos anos, produto dos diferentes impactos antropogênicos, estão acelerando o processo natural de mudanças climáticas, gerando grandes alterações no bioma Amazônico como eventos de “Savanização” em larga escala e causando modificações na composição das comunidades, deslocamentos atitudinais e redução das populações. Portanto, nosso trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos das mudanças climáticas em aves de campinas, campinaranas e savanas na Amazônia. Geramos modelos de distribuição de espécies (SDM) para 27 espécies de aves distribuídas nas áreas abertas da Amazônia. Foram usados cinco algoritmos e considerados os cenários climáticos atuais e futuros (RCP 4.5 e RCP 8.5), além de gerar cinco cenários de dispersão, considerando assim, diferentes alcances de
    dispersão das espécies. Também, verificamos a representatividade das espécies nas áreas de proteção na Amazônia usando os Species Representativiness Index (SRI). Nossos resultados mostram que cerca de 92% das espécies de aves enfrentarão um declínio em suas áreas adequadas, em todas os cinco cenários de dispersão dentro dos cenários climáticos, nos diferentes habitats. Além, sua baixa capacidade de dispersão os torna ainda mais vulneráveis as fortes mudanças climáticas. Também mostramos que a atual rede de APs, tem pouca eficiência na proteção das espécies, e a ampliação das áreas poderia ajudar na manutenção das populações dessas espécies no futuro. Nossos resultados, ajudaram a entender que os eventos de savanização podem estar mais alinhados com eventos de antropização do que com extensões naturais. Por tanto, é necessário promover e desenvolver mais áreas de proteção de tal forma que possa ser mantida a dinâmica natural das áreas abertas. 

  • CINTIA KAROLINE MANOS LOPES
  • PADRÕES TEMPORAIS E ESPACIAIS NO CONFLITO ENTRE HUMANOS E FELINOS EM UMA FRONTEIRA AGRÍCOLA NÃO CONSOLIDADA NA AMAZÔNIA

  • Data: 30/03/2021
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  • Os felinos neotropicais vêm declinando principalmente em função da perda dos seus habitats naturais e da caça. De modo geral, por serem espécies carismáticas, exuberantes e amedrontadoras e por estarem principalmente relacionadas à depredação de animais domésticos, esses felinos têm sido constantemente perseguidos e subtraídos do meio ambiente. Este estudo teve como objetivo avaliar os motivos que favorecem a ocorrência do conflito entre humanos e Pathera onca (onça-pintada), a Puma concolors (onça parda) e Leopardus pardalis (jaguatirica), e analisar os padrões temporais e espaciais do risco abate desses felinos em uma fronteira agrícola não consolidada na região da Transamzônica, estado do Pará. O conflito com felinos na região ocorre por diversas motivações, como depredação de gado, depredação de aves domésticas, depredação ou proteção de cães e medo, se mostrando constante ao longo do período analisado. As áreas de risco para a retaliação desses felinos ocuparam uma porção ainda relativamente pequena da área de estudo, estando distribuídas principalmente em função da mudança da paisagem. Esses resultados reforçam a importância da estabilização da fronteira agrícola mediante a importância das grandes áreas protegidas para a persistência das populações. Além disso, sugere-se que o planejamento de medidas mitigatórias para o conflito com felinos na região deve ser fundamentado em estudos
    mais detalhados que investiguem o impacto econômico relativo da depredação de criações, bem como fatores sociais, culturais e psicológicos que que possam estar influenciando diretamente na perseguição a essas espécies.

  • HALICIA CELESTE SANTOS DE OLIVEIRA
  • Resposta da comunidade de pequenos mamíferos não voadores à restauração florestal pós-mineração de bauxita na Amazônia oriental

  • Data: 30/03/2021
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  • A extração de minérios, como a bauxita, causa danos aos ecossistemas nativos da região Amazônica e a restauração das áreas mineradas está prevista nas leis brasileiras. A restauração é o processo de assistência da recuperação de um ecossistema que tem sido degradado, danificado ou destruído, com o objetivo de reestabelecer a integridade e resiliência do mesmo. Durante esse processo, a recolonização da fauna local é um fator fundamental no reestabelecimento e manutenção dos processos ecológicos do ecossistema. Os pequenos mamíferos não voadores constituem um grupo da fauna que pode ser bastante importante no processo de recuperação florestal, especialmente nas primeiras fases da sucessão, mas também na manutenção ecossistêmica por possuírem diversificados papéis ecológicos, tais como dispersão e predação de sementes, herbivoria, polinização, ciclagem de nutrientes, controle da população de invertebrados e dispersão de esporos micorrízicos. Este trabalho de pesquisa teve como objetivo avaliar o uso de habitats por comunidades de pequenos mamíferos amazônicos, em resposta à processos de restauração florestal após a mineração de bauxita, em áreas de sucessão intermediária inicial. Para isso mensuramos os parâmetros básicos da comunidade (riqueza, composição e abundância de espécies), atributos funcionais das espécies e suas relações com variáveis ambientais extraídas de cada habitat amostrado. Verificamos que no estágio sucessional estudado a riqueza e abundância total de espécies de pequenos mamíferos não voadores se assemelha aos habitats originais da área, entretanto, a composição de espécies é diferente. Quanto a riqueza de grupos funcionais e os parâmetros funcionais gerais destas comunidades, também não diferem entre os habitas, apesar de algumas espécies serem substituídas por outras dentro dos grupos funcionais. No entanto, a média ponderada pela comunidade (CWM) destacou o comprimento de cabeça e corpo e o comprimento da cauda como traços funcionais importantes na diferença de composição de espécies entre os dois habitats. As variáveis ambientais de altura de serrapilheira e porcentagem de cobertura florestal influenciaram os valores de CWM do comprimento de cabeça e corpo e do comprimento da cauda, respectivamente. Concluímos que somente os parâmetros básicos de riqueza e abundância de espécies não devem ser exclusivos para avaliação e monitoramento de recuperação de áreas degradadas, uma vez que podem ser recuperados mais rapidamente. Enquanto que a composição de espécies, que pode ter influências na funcionalidade dos grupos taxonômicos, pode variar entre os habitats em recuperação e as áreas de florestas semelhantes às originais. 

  • RONY PETERSON SANTOS ALMEIDA
  • Efeitos de uma seca induzida na comunidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) em uma área de Floresta Amazônica

  • Data: 30/03/2021
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  • Simulações recentes de alterações do clima para a região amazônica sugerem que o desmatamento e, especialmente, reduções de precipitação são fatores determinantes de mudanças das comunidades biológicas e da estabilidade dos ecossistemas. Diferentes cenários de alterações climáticas sugerem perda de espécies, mas poucos avaliam grupos específicos. Aqui, em uma área de floresta amazônica primária, determinamos a estrutura da comunidade de formigas em condições experimentais de exclusão hídrica. Para isso, o estudo foi dividido em três capítulos. No Capítulo 1, avaliamos as modificações taxonômicas e, no Capítulo 2, aspectos funcionais da diversidade e composição da assembleia de formigas de solo com variáveis ambientais. No Capítulo 3, estudamos como exclusão hídrica afeta a distância de forrageamento e o número de colônias de uma guilda de formigas generalistas. Os dados da presente tese foram obtidos no Projeto Seca Floresta (ESECAFLOR), localizado na Estação de Pesquisa de Caxiuanã, Amazônia Oriental. O experimento foi instalado em 2002 e consiste em uma área de um hectare de floresta modificada para simular períodos prolongados de seca (sítio experimental) e uma área similar adjacente sem alterações (sítio controle).  No Capítulo 1 e 2 as formigas foram amostradas mensalmente, utilizando pitfalls, entre outubro de 2011 e setembro de 2012. No Capítulo 3, utilizamos iscas de proteína para coleta de colônias de formigas, entre setembro de 2017 e fevereiro de 2018. No total, registramos 245 espécies de formigas em dois hectares de floresta primária, das quais 217 foram registradas em pitfalls e 63 em iscas. A exclusão hídrica da água da chuva reduziu a riqueza e alterou a composição da fauna de formigas (Capítulo 1), sobretudo com o aumento de registros de espécies generalistas. A redução hídrica na floresta reduziu a riqueza funcional (Capítulo 2), porém outros componentes da diversidade funcional (dispersão, equabilidade) e as características funcionais das formigas não foram afetados nem relacionados com as variáveis ambientais. A diversidade da biomassa da serapilheira foi determinante, relacionada positivamente com a riqueza de espécies e negativamente com a riqueza funcional. Quantificamos a perda de metade das espécies e de colônias de espécies que detectam recursos no chão da floresta, porém isso não reduziu a distância média de detecção de recursos da assembleia ou das espécies. Embora a distância de detecção de recursos não tenha sido afetada pela redução de chuvas, sugerimos que a perda de espécies e de colônias afetará a dinâmica da ciclagem de nutrientes, com uma menor efetividade nesse serviço, durante períodos prolongados de seca em florestas tropicais. Concluímos que a redução das chuvas afeta negativamente a diversidade de formigas em florestas tropicais, o que levará a efeitos em cascata nos processos e os serviços do ecossistema que formigas mediam.

  • ANDREY FELIPE GOMES GONçALVES
  • EFEITO DO ISOLAMENTO GEOGRÁFICO E DOS PADRÕES TEMPORAIS SOBRE OS PADRÕES DE USO DE RECURSOS
    FAUNÍSTICOS E PESQUEIROS NA TERRA DO MEIO, AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL

  • Data: 29/03/2021
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  • Os padrões de consumo das populações naturais da Amazônia estão sendo alterados pelo avanço da urbanização e dos meios de transporte e pela construção de grandes projetos, intensificando a extração de recursos naturais. Avaliamos a influência do grau de isolamento na diversidade e na composição da fauna cinegética e do pescado consumido nas RESEX’s Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio localizadas na Amazônia Oriental. Também procuramos avaliar a influênciada variação temporal e da vazão do rio sobre o consumo desses itens. Os dados utilizados foram provenientes do Programa de Monitoramento Participativo da Biodiversidade, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em curso desde 2014. Foram aplicados questionários por monitores treinados da própria população com perguntas relacionadas à sua alimentação no dia anterior, incluindo a origem, a espécie e o peso do animal consumido, bem como a presença de outros itens alimentares além da proteína animal. Foi calculada a frequência de consumo, a riqueza e a diversidade dos alimentos consumidos, sendo aplicadas em modelos lineares generalizados. Encontramos uma forte presença de itens industrializados na dieta das populações próximas ao centro comercial, e uma presença mais forte dos itens de pesca e de caça em populações mais distantes. Houve um padrão de depleção no uso das espécies, aumentando as espécies usadas próximo ao centro comercial. O consumo dos itens de pesca e de caça estão diminuindo com os anos, não sendo substituídos por industrializados, podendo representar um caso de insegurança alimentar para estas populações.

  • GISELE DO LAGO SANTANA
  • Mudanças climáticas e a conservação dos anfíbios endêmicos dos biomas Cerrado e Caatinga

  • Data: 02/03/2021
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  • O Cerrado e a Caatinga apresentam rica, porém ainda pouco conhecida, diversidade de anfíbios. Ambos os biomas sofrem com a intensa perda de hábitat que ameaça sua biodiversidade, além de sofrerem, também, forte influência do clima. Alterações climáticas tornam os anfíbios vulneráveis, afetando seus processos reprodutivos e promovendo considerável perda de áreas climaticamente adequadas. Diante desse cenário, o objetivo principal desse estudo foi apresentar a lista, a distribuição conhecida e o atual estado de conservação das espécies de anfíbios endêmicos desses dois biomas, bem como avaliar o efeito das mudanças climáticas sobre os padrões de distribuição geográfica das espécies e a efetividade das suas áreas protegidas para sua conservação. A lista das espécies foi obtida por meio de compilações na literatura, por consultas às bases speciesLink, GBIF, Portal da Biodiversidade, além de buscas em publicações científicas. Utilizamos Modelos de Distribuição de Espécies (SDM) e a abordagem Species Representativiness Index (SRI). Como resultado, registramos 84 espécies endêmicas para o Cerrado e 20 da Caatinga. O Cerrado possui três espécies ameaçadas e uma quase ameaçada, 14 espécies com Deficiência de Dados (DDs), 51 como Pouco Preocupantes (LCs) e 16 não foram ainda avaliadas. Para a Caatinga, apenas Adelophryne maranguapensis é considerada ameaçada, três DDs, 11 LCs e cinco se encontram sem avaliação. Nossas análises mostraram que as mudanças climáticas futuras causarão reduções no tamanho das áreas climaticamente adequadas e na faixa de distribuição dos anfíbios nos respectivos biomas. Espécies que apresentarem boa capacidade de dispersão poderão expandir suas distribuições em cenário futuro, enquanto aquelas que possuírem baixa capacidade de dispersão ou serem incapazes de se dispersar sofrerão os maiores impactos, podendo até serem extintas. As espécies ameaçadas, DDs, não avaliadas e que possuem maior dependência de ambientes aquáticos apresentam maior vulnerabilidade. Evidenciamos, ainda, que muitas espécies não estarão representadas nas áreas protegidas dos biomas. Dessa forma, nosso estudo evidencia a fundamental importância de se conhecer melhor as espécies, sua distribuição, ecologia e sua capacidade de dispersão para, assim, buscar estratégias eficientes de conservação, frente às mudanças climáticas previstas.

  • ACÁCIO FREITAS NOGUEIRA
  • Delimitação molecular de espécies e Filogenômica de Hemiodontidae (Ostariophysi: Characiformes), com a descrição de duas novas espécies de Hemiodus

  • Data: 24/02/2021
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  • Hemiodontidae carece de estudos taxonômicos com dados moleculares e hipóteses filogenéticas em nível de espécie para toda a família. No intuito de preencher essas lacunas, aqui foram realizadas delimitações moleculares de espécies para os cinco gêneros da família com base em sequências do gene COI, e a primeira hipótese filogenética (e molecular) em nível de espécie para Hemiodontidae, por meio de análises de máxima verossimilhança e inferência Bayesiana de centenas de loci dos elementos ultraconservados (UCEs) do genoma. Além disso, o exame dos vouchers para esses estudos permitiram a descrição de duas novas espécies de Hemiodus. As duas novas espécies são Hemiodus bimaculatus, das drenagens do Alto Tapajós, e Hemiodus tucupi, da bacia do rio Xingu. A delimitação molecular do gênero Hemiodus analisou 19 das suas 23 espécies válidas e obteve de 28 a 32 linhagens mitocondriais ou MOTUs, com 24 delas igualmente delimitadas por todos os métodos. Nove espécies foram correspondidas por uma única linhagem cada e as 10 restantes ou foram separadas em mais de um MOTU ou foram colocadas juntos em um só. Esses resultados evidenciam a existência de uma diversidade, antes desconhecida, de linhagens mitocondriais em Hemiodus, que representam espécies crípticas ou pouco estudadas. As delimitações em Anodus, Argonectes, Bivibranchia e Micromischodus amostraram todas as 10 espécies presente neles e revelaram monofilia para todas as espécies e gêneros, exceto para Anodus. Sete espécies corresponderam a uma única linhagem cada em todos os métodos, e as outras três tiveram resultados discordantes entre alguns métodos, correspondendo a mais de um MOTU por espécie em alguns deles. Esses achados sinalizam para uma biodiversidade oculta dentro destes táxons, que pode significar tanto populações estruturadas como espécies crípticas. Na reconstrução filogenética com os UCEs, Hemiodontidae, contendo todos os gêneros e 26 das 33 espécies, foi monofilético em todas as análises com suporte máximo, assim como os gêneros Argonectes e Bivibranchia. Anodus e Hemiodus não foram monofiléticos porque Micromischodus foi irmão de uma espécie de Anodus e H. immaculatus foi a única espécie do gênero que não se juntou ao clado formado por todas as outras congêneres, mas foi mais relacionada a Anodus e Micromischodus. A origem e evolução de alguns traços morfológicos da família e uma solução para os gêneros não monofiléticos são discutidas com base nessa hipótese filogenética.

  • AMANDA PARACAMPO DE CASTRO
  • Efeito do estrato florestal na diversidade taxonômica e funcional de borboletas e abelhas na Floresta Nacional de Carajás

  • Data: 24/02/2021
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  • A biodiversidade é um componente essencial do Capital Natural e desempenha papéis importantes e críticos na sustentação dos processos, funções e serviços do ecossistema; portanto, esforços visando quantificar a biodiversidade precisam ser priorizados. A maneira tradicional de quantificar a diversidade biológica é por meio da diversidade taxonômica que considera apenas o número de espécies. Entretanto, outras medidas de diversidade podem aumentar a acurácia de análises da estrutura e do funcionamento das comunidades, tal como, a diversidade funcional que se caracteriza por ser o valor e a variação das espécies e das suas características que influenciam no funcionamento das comunidades. Ademais, sabe-se que as condições ambientais podem variar entre os estratos e entre pontos amostrais, produzindo assim diferentes microhabitats. O objetivo do presente estudo consiste em avaliar os efeitos do estrato florestal (dossel e sub-bosque) na diversidade taxonômica e funcional de borboletas e abelhas na Floresta Nacional de Carajás (FLONA de Carajás). O estudo foi realizado em 14 pontos amostrais aleatorizados pela FLONA de Carajás. Em cada ponto amostral, foram colocadas armadilhas de isca para a coleta de borboletas frugívoras e de abelhas de orquídeas. Para estimar a diversidade taxonômica, foi avaliada a riqueza estimada de espécies, o índice estimado de diversidade de Shannon e o índice estimado de diversidade de Simpson em cada estrato e em cada local. A diversidade funcional foi avaliada com o pacote DF em R no qual gerou os índices de riqueza funcional (FRic), uniformidade funcional (FEve), dispersão funcional (FDis) e divergência funcional (FDiv). Posteriormente, a amostragem foi realizada em novembro/2019 em um período de dez dias nos quais cada armadilha foi visitada 3 vezes. Foram coletadas 38 espécies de borboleta sendo três espécies encontradas nos dois estratos; 15 espécies foram encontradas no dossel e 20 espécies no sub-bosque. Também foram coletadas 29 espécies de abelhas de orquídeas, das quais 23 foram coletadas em ambos os estratos; 25 espécies foram coletadas em sub-bosque e 27 foram coletadas em dossel. As análises mostraram que não há diferença significativa de composição entre os pontos de amostragem, mas há diferença de composição entre os estratos de dossel e sub-bosque para as borboletas e abelhas. Entretanto, não houve diferença significativa entre os índices de diversidade taxonômica nos dois estratos. No entanto, como nosso estudo foi baseado em apenas uma campanha, não foi ainda possível atingir a estabilização da curva do coletor. Assim, novas coletas precisam ser conduzidas em campo para aumentar a robustez dos resultados obtidos até aqui.

  • PAULO ROBERTO PANTOJA GOMES
  • Revisão taxonômica das pequenas aranhas do gênero Neotropical Chthonos Coddington, 1986 (Araneae: Theridiosomatidae): quando o abdomen conta a história

  • Data: 09/02/2021
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  • O gênero Chthonos Coddington, 1986 pertence à família Theridiosomatidae e é composto por pequenas aranhas com apresentam as pernas I-II com fileiras laterais de espinhos, esterno expandido ventralmente e abdomen com tubérculos. Neste estudo foi realizada a revisão taxonômica de Chthonos. Foram examinados espécimes de coleções científicas brasileiras e estrangeiras e todas as espécies foram documentadas através de fotografias coloridas de automontagem e imagens de microscopia eletrônica de varredura.  A diversidade do gênero foi elevada de cinco a 21 espécies, das quais 16 estão sendo descritas pela primeira vez. É apresentada uma detalhada descrição do gênero com informações inéditas sobre cutícula, cerdas e genitália. A diagnose é atualizada com novos caracteres e é apresentada uma chave de identificação para as espécies do gênero. O abdomen foi corroborado como um bom caráter diagnóstico a nível de espécie, uma vez que existe um formato especifico de genitália associado a um formato específico de abdomen. As fêmeas de C. pectorosa O. Pickard-Cambridge, 1882 e C. peruana Keyserling, 1886 são redescritas e os machos são descritos pela primeira vez. C. kuyllur Duperré & Tápia, 2017, C. tuberosa Keyserling, 1886 e C. quinquemucronata Simon, 1893 são rediagnosticadas em comparação com as espécies novas. São propostos quatro novos grupos e 16 espécies novas: grupo pectorosa com C. pectorosaC. wonka sp. nov.C. wombat sp. nov.C. coddingtoni sp. nov. e C. antelata sp. nov.; grupo peruana com C. peruanaC. kuyllurC. triacuta sp. nov.C. lokum sp. nov.C. ankeri sp. nov.C. borg sp. nov.C. orellanai sp. nov.C. yanayacu sp. nov. e C. garfield sp. nov.; grupo onca com C. onca sp. nov.C. claudiae sp. nov.C. parvulla sp. nov. e C. nulla sp. nov. e grupo coco com C. coco sp. nov., C. tuberosa e C. quinquemucronata. A distribuição geográfica do gênero é ampliada, com espécies ocorrendo desde o Sul do Mexico ao Sul do Brasil.

  • GABRIEL MARTINS DA CRUZ
  • Patterns and metacommunity structure of aquatic insects in Amazonian streams depends on the environmental condition

  • Data: 04/02/2021
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  • A distribuição das espécies no ambiente é influenciada pela forma como respondem as condições ambientais e pela capacidade de dispersão dessas espécies, o que pode facilitar ou dificultar o acesso às condições ao longo dos gradientes. Alterações nas condições ambientais podem levar a mudanças nos padrões de distribuição das espécies porque as elas podem responder de maneiras diferentes as condições ambientais. Nesse contexto, o nosso objetivo foi avaliar os fatores responsáveis pela distribuição da metacomunidade de Trichoptera e os seus padrões de distribuição em riachos amazônicos perturbados por atividades antrópicas. Nós esperamos que (i) a alta heterogeneidade ambiental entre riachos não perturbados promove a substituição de gêneros de Trichoptera entre os riachos; (ii) a homogeneidade ambiental entre riachos perturbados promove a perda de gêneros sensíveis nos riachos com menor riqueza, que devem ser subconjuntos dos riachos mais ricos. Nós amostramos 65 riachos na Amazônia Oriental e mensuramos cinco variáveis que representam o gradiente ambiental desses riachos. Nós avaliamos os padrões da metacomunidade utilizando a análise dos Elementos da Estrutura da Metacomunidade e a importância do ambiente e da dispersão utilizando a Análise de Redundância parcial. Nossos resultados mostraram que a distribuição da metacomunidade de Trichoptera entre os riachos não perturbados e perturbados foi determinada principalmente pelo fator ambiental, com baixa contribuição da dispersão. Entretanto, a distribuição da metacomunidade foi predominantemente aninhada nos riachos não perturbados e baseada em turnover nos riachos perturbados. Embora os riachos perturbados estejam sob interferência antrópica, eles apresentaram maior variação nas condições ambientais, o que pode favorecer o turnover de gêneros de Trichoptera em resposta aos gradientes ambientais de cada tipo de ambiente. Dessa forma, a interferência antrópica foi um fator importante nos riachos perturbados, influenciando nas respostas dos organismos ao ambiente, alterando a dinâmica da metacomunidade e dos seus padrões de distribuição. 

2020
Descrição
  • MAÍRA RODRIGUES CARDOSO
  • O PAPEL DA MANUTENÇÃO DE RESERVAS RIPÁRIAS E FRAGMENTOS FLORESTAIS PARA A DIVERSIDADE DE AVES EM PLANTIO DE PALMA NA AMAZÔNIA

  • Orientador : MARCOS PERSIO DANTAS SANTOS
  • Data: 31/12/2020
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  • A conversão de florestas tropicais em paisagens agrícolas é uma das principais causas do desmatamento e degradação de habitats em todo o planeta. Dentre as atividades agrícolas responsáveis por esse processo de conversão, o plantio da palmeira de dendê é o cultivo em maior expansão no mundo. Em países do sudeste asiático, estudos mostram que essa atividade gera perdas expressivas na riqueza de espécie, diversidade funcional e filogenética. Medidas de manejo da paisagem podem minimizar os ricos à biodiversidade, em especial a preservação de reservas ripárias e fragmentos florestais em áreas de produção pode atuar como refúgio para espécies florestais e ainda promover o aumento da diversidade na matriz agrícola através do processo de spillover. O presente estudo foi dividido em dois capítulos, o primeiro capítulo busca compreender o papel das reservas ripárias para a conservação da diversidade filogenética de aves, bem como o papel da configuração da paisagem para as comunidades presentes nessas reservas. O segundo capítulo desta tese busca entender o papel da manutenção de fragmentos florestais em áreas agrícolas para a diversidade funcional e filogenética de aves em áreas de produção, bem como quais os fatores espaciais que influenciam essas comunidades. Neste estudo, observamos que reservas ripárias são capazes de suportar alta diversidade filogenética, especialmente quando conectadas à fragmentos florestais. Também fornecemos evidências de que a manutenção de grandes fragmentos florestais em áreas de produção é importante para a conservação da diversidade funcional e filogenética, e que a comunidade de aves em áreas de plantio próximas a estes fragmentos pode ser beneficiada através do processo de spillover.

  • CLEONICE MARIA CARDOSO LOBATO
  • Efeitos do uso da terra nas interações interespecíficas da ictiofauna de riachos na Amazônia Oriental

  • Data: 02/12/2020
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  • As interações interespecíficas podem modelar a comunidade, variam ao longo de gradientes ambientais, sob diferentes perturbações, sob diferentes condições ecológicas e entre habitats. Podem mostrar como as espécies interagem entre si e como respondem a ações antrópicas que modificam o habitat e limitam os recursos disponíveis. A modificação da floresta primária, fruto das atividades de uso de terra, resulta em impactos sobre os recursos disponíveis nos riachos amazônicos afetando toda a biodiversidade aquática, seus padrões de distribuição, coocorrência e até as teias tróficas, uma vez que modifica a relação entre produtores, presas e predadores. Assim, esta tese é estruturada em dois capítulos: no primeiro, buscamos compreender quais processos ambientais, espaciais e bióticos são determinantes para os padrões de coocorrência de peixes de riachos Amazônicos? E quais variáveis ambientais são responsáveis pelas associações positivas e negativas entre os pares de espécies? Esse artigo será submetido à avaliação em pares na revista Ecology and Evolution. No segundo capítulo, analisamos a influência da palma de dendê sobre a estrutura das teias alimentares dos peixes em riachos na Amazônia oriental, buscando compreender como esta monocultura afeta as interações entre consumidores e seus recursos, mais especificamente, reduzindo os recursos autóctones na dieta das espécies, culminando assim em mudanças na partilha de recursos e nas guildas tróficas dessas espécies, bem como na complexidade e fragilidade das teias bipartidas da ictiofauna nos riachos que drenam as plantações de palma de dendê. Esse artigo será submetido à avaliação em pares na revista Ecological Indicators.

  • NITHOMAS MATEUS DAS NEVES FEITOSA
  • Revisão taxonômica do gênero neotropical Hexapopha Platnick, Berniker & Víquez, 2014 (Araneae: Oonopidae) e uma análise filogenética do complexo Zyngoonops

  • Data: 30/11/2020
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  • Oonopidae é uma família rica em espécies, distribuída em todos os continentes, possuindo atualmente 114 gêneros e 1.872 espécies válidas. A classificação interna de Oonopidae tem mudado significativamente nos últimos anos, especialmente após a implantação do PBI-Oonopidae em 2006, com o reconhecimento de grandes linhagens consideradas monofiléticas. Uma destas linhagens é o grupo Zyngoonops, que atualmente é formado por seis gêneros (Triaeris Simon, Zyngoonops Benoit, Antoonops Fannes & Jocqué, Coxapopha Platnick, Hexapopha Platnick, Berniker & Víquez, e Kijabe Berland) e 47 espécies, distribuídas nas regiões Neotropical e Etiópica. Entre as muitas características que definem o grupo Zyngoonops, as mais evidentes são o lábio e os enditos dos machos fortemente modificados, o êmbolo em forma de tubo e, nas fêmeas, o receptáculo é ausente e o ducto genital estreito. O gênero Hexapopha possui seis espécies válidas descritas. Quatro delas são conhecidas para a Costa Rica, H. one, H. jimenez, H. osa e a espécie tipo H. reimoseri. As outras duas espécies, H. m-scripta e H. brasiliana, foram transferidas recentemente do gênero Gamasomorpha Karsch e são conhecidas para a Argentina e Brasil, respectivamente. De acordo Platnick et al. (2014), Hexapopha pode estar mais relacionado filogeneticamente a um complexo de táxons zyngoonóides de seis olhos altamente especioso encontrado da Venezuela ao sul da Argentina do que aos gêneros citados acima. Esses táxons são abundantemente representados em coleções brasileiras e ainda não dispõem de designação genérica formal. Desse modo, este projeto está dividido em dois capítulos. O primeiro propõe a revisão taxonômica de Hexapopha. O segundo propõe a realização de uma análise cladística que inclua representantes de todos os gêneros atualmente válidos para o grupo Zyngoonops. O objetivo da análise é guiar decisões taxonômicas, testando o monofiletismo deste grupo com base em caracteres morfológicos e determinando se os zyngoonóides neotropicais ainda não formalmente descritos pertencem à Hexapopha ou representam linhagens ainda não descritas do complexo. Além disso, o trabalho resultará em hipóteses inéditas de relacionamento entre as linhagens Neotropicais e Africanas do complexo Zyngoonops. A matriz de caracteres contou com 89 terminais pertencentes a 29 gêneros e 8 morfogêneros africanos pertencentes ao grupo Zyngoonops representados no banco de dados do PBI-Oonopidae e 256 caracteres. A árvore final corrobora as hipóteses de relacionamento propostas anteriormente para o grupo Zyngoonops e gera conclusões importantes para o entendimento da história evolutiva dos táxons analisados. Os resultados da análise também indicam que todas as espécies analisadas durante este trabalho pertencem a Hexapopha. Aproximadamente dois mil exemplares adultos foram analisados, resultando na identificação de 35 espécies novas e possibilitando a redescrição de H. m-scripta e H. brasiliana, além da descrição inédita do macho de H. brasiliana. Além disso, os resultados revelam o aumento considerável na distribuição conhecida do gênero.

  • BENEDITO MENDES NUNES
  • Análise cladística de Edessinae com ênfase em Paraedessa, Plagaedessa, Pygoda, Anisoedessa e Hypoxys (Heteroptera, Pentatomidae) e descrição de 23 espécies novas 

  • Data: 16/11/2020
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  • Edessinae é uma das subfamílias de Pentatomidae mais diversas e numerosas, com aproximadamente 450 espécies descritas distribuídas predominantemente na região Neotropical. Dentre os 13 gêneros que compõe a subfamília, Edessa é o que apresenta maior número de problemas taxonômicos e nomenclaturais, situação ocasionada pela falta de uma diagnose, que resulta em um acúmulo de espécies neste gênero. Como estratégia para resolver estes problemas, o gênero é estudado por grupos de espécies e revisão de subgêneros. Em uma análise filogenética recente dos gêneros de Edessinae, os gêneros Paraedessa, Plagaedessa, Pygoda, Anisoedessa e Hypoxys, anteriormente alocados em Edessa, formaram um clado caracterizado pela forma do ângulo umeral. Na análise cladística as relações entre estes gêneros não foram claras devido ao baixo número de caracteres utilizados. Outro problema foi o pequeno número de táxons representando cada gênero da subfamília, omitindo a real diversidade de espécies e caracteres dos táxons. Assim, o objetivo geral deste trabalho foi propor uma hipótese de relacionamento filogenético entre os gêneros Paraedessa, Plagaedessa, Pygoda, Anisoedessa e Hypoxys, usando todas as espécies descritas incluídas neles. Além disso, o estudo testou o status taxonômico de cada gênero, o relacionamento entre os gêneros-alvo, o relacionamento entre as espécies, testou as características diagnosticas dos gêneros em um contexto evolutivo e descreveu espécies novas para os táxons. Para isso foram examinados aproximadamente 700 exemplares provenientes de instituições nacionais e estrangeiras. A matriz de dados utilizada na análise filogenética, é composta por 141 caracteres morfológicos e 79 táxons, sendo 10 pertencentes ao grupo externo e 69 ao grupo interno. A análise de máxima parcimônia foi realizada no software TNT e as topologias foram visualizadas no Winclada. A sustentação dos ramos foi expressa pelos suportes de Bremer, Jackknife, symmetric resampling e calculadas no TNT. Os dados obtidos a partir de uma abordagem Bayesiana foram testados no programa MrBayes. Os resultados da análise filogenética com base nas metodologias empregadas apresentaram topologias congruentes, recuperando as seguintes relações filogenéticas: ((Plagaedessa + (Paraedessa + Anisoedessa)) + (Pygoda + Hypoxys)). Várias sinapomorfias apoiaram a monofilia dos gêneros-alvo. Muitas características tradicionalmente utilizadas como diagnósticas para cada gênero foram recuperadas como sinapomórficas. O gênero Hypoxys foi dividido em quatro grupos de espécies para incluir 17 espécies transferidas de Edessa, três destes grupos são considerados monofiléticos na presente análise. Além disso, foram descritas 17 espécies novas para o grupo quadridens de Hypoxys e seis espécies novas foram descritas para Anisoedessa, além de duas transferidas de Edessa para Anisoedessa.

  • MARCELY CARDOSO VALOIS DE LIMA
  • Análise cladística da tribo Dichotomiini Pereira, 1954 (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) e revisão taxonômica dos grupos de espécies batesi, inachus e globulus de Dichotomius Hope, 1838.

  • Data: 30/09/2020
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  • Dichotomiini (Coleoptera: Scarabaeinae) é uma tribo de besouros rola-bosta tuneladores (em oposição aos roladores) que apresentam uma diversidade ecológica e morfológica significativa. Com atualmente 206 espécies, Dichotomiini incluiu o gênero mais rico em espécies entre os Scarabaeinae Neotropicais. O gênero Dichotomius concentra 90% das espécies da tribo. A ausência de estudos filogenéticos abrangentes testando a monofilia de taxa de Dichotomiini resultou em instabilidade nomenclatural em nível subgenérico. Aliado a isso, o rápido aumento da diversidade taxonômica da tribo nos últimos 90 anos tem dificultado sua sistematização em subgêneros e grupos de espécies. Com o objetivo de contribuir para a Sistemática de Dichotomiini, realizamos um estudo filogenético abrangente compreendendo 68 dos 206 táxons de Dichotomiini e 108 caracteres morfológicos e revisões taxonômicas de três grupos de espécies de Dichotomius, a saber, os grupos batesi, globulus e inachus. Nestas revisão são fornecidos novos caracteres diagnósticos para os 3 grupos (incluindo os da genitália masculina), redescrições para 21 espécies, descrição de seis novas espécies, quatro novos sinônimos, sete designações de tipo, chaves de identificação para cada grupo e distribuição geográfica para todas as espécies. A filogenia resultante apoiou a monofilia da tribo como sugerido anteriormente, no entanto, a monofilia de Dicotomius, Chalcocopris e Isocopris, ou dos mais diversos subgêneros de Dichotomius não foram apoiados. A maioria dos caracteres tradicionalmente usados para definir esses taxóns provaram ser plesiomórficos ou altamente homoplásticos. Internamente, a tribo foi dividida em dois grupos monofiléticos bem sustentados, aqui denominados “Clado Dichotomius” e “Clado Holocephalus”, por incluir as espécies-tipo de Dichotomius e Holocephalus, respectivamente. Nossa hipótese de que os grupos amazônicos de D. (Selenocopris) estão intimamente relacionados foi apoiada pela presente análise. O grupo batesi (conforme definido por Luederwaldt, 1929) não é monofilético, sustentando nossa hipótese taxonômica de que D. globulus e suas espécies intimamente relacionadas deveriam compor um grupo distinto. Nenhum arranjo radical na classificação é proposto, uma vez que os ramos intermediários da topologia têm baixos valores de suporte. Em vez disso, apontamos as inconsistências filogenéticas da classificação atual de Dichotomiini, e a necessidade de que estudos taxonômicos devem ser aprimorados para fornecer mais informações filogenéticas das espécies.

  • ANA LUIZA ANDRADE
  • Padrões de distribuição de insetos aquáticos.

  • Data: 31/08/2020
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  • Um dos grandes desafios da ecologia é entender como as comunidades biológicas se estruturam no tempo e no espaço. Alterações ambientais locais ou regionais ameaçam a estrutura biológica das comunidades e a funcionalidade dos ecossistemas, sobretudo em áreas com sobreposição entre alta biodiversidade e grande interesse econômico, como ocorre na Amazônia. As alterações ambientais promovem o desequilíbrio nas condições ambientais ótimas para as espécies e, como consequência, modificam o padrão de distribuição das espécies e a funcionalidade dos ambientes. Avaliar a perda de espécies numa comunidade tem sido constante em estudos ecológicos, porém são escassos aqueles que buscam identificar a contribuição funcional dos organismos mais vulneráveis as pressões ambientais. Apesar da importância das variáveis ambientais locais para os insetos Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera, muitos outros fatores podem atuar sobre a dinâmica de distribuição das ordens. Porém, identificar localmente quais são as variáveis mais relevantes na seleção de habitats, bem como determinar a amplitude de nicho das espécies pode ser essencial para a manutenção e preservação ambiental de uma biota diretamente associada a qualidade da água. Diante disso, o objetivo da tese é avaliar o padrão de distribuição de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera na Amazônia, buscando identificar os efeitos das mudanças no uso do solo sobre a riqueza, composição de espécie e o papel funcional desses insetos. Análises específicas foram desenvolvidas para gêneros menos abundantes e com distribuição restrita nos pequenos riachos. Além disso, identificamos a tolerância, a marginalidade de nicho e identificamos os preditores que influenciam a seleção de habitat em riachos com múltiplos usos da terra.  Para isso a tese foi dividida em três capítulos cujos objetivos são: (1) investigar como as mudanças nas propriedades físico-químicas da água e a estrutura física de habitats em escala de riachos e microbacia, afetam a composição taxonômica e os grupos funcionais de alimentação de insetos aquáticos imaturos em áreas de Canga na Amazônia Oriental; (2) identificar a relação entre raridade versus originalidade e raridade versus contribuição funcional dos gêneros sensíveis e com restrita distribuição geográfica e (3) determinar a partir de um conjunto de variáveis ambientais a amplitude de nicho e a preferência de habitat por gêneros de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera em riachos Neotropicais. No primeiro capítulo nossos resultados apontam que mesmo em um sistema vegetacional único na Amazônia brasileira (Cangas), a composição de gêneros foi semelhante a encontrado em outros riachos da região. No entanto, as alterações nos grupos tróficos foram sensíveis as variações de integridade ambiental e cobertura vegetal. No segundo capítulo verificamos que a diferença na composição genérica de insetos aquáticos em riachos drenados em áreas alteradas e referencia, resultou na contribuição funcional desigual dos gêneros raros em ambiente impactado por corte convencional de madeira. No terceiro capítulo, identificamos os gêneros especialistas e generalistas de habitat, bem como extrapolamos cenários de condições abióticas compatíveis com a tolerância de cada gênero na região Amazônica. Como conclusão geral da tese, demonstramos que os Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera respondem as variações ambientais locais e da paisagem, e podem ser utilizados como ferramentas de monitoramento na qualidade da água e em programas de preservação ambiental.

  • ÁLLAN DICKINSON DA SILVA TAVARES
  • Divergência genética, padrões de distribuição, bioacústica e sobreposição de nicho de populações de Rhinella major (Müller & Helmich, 1936) (Bufonidae, Anura)

  • Data: 24/08/2020
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  • A espécie Rhinella major (Müller & Helmich, 1936) é um sapo que pertence ao grupo R. granulosa, sendo sua ocorrência abrangendo a ecorregião dos Chacos, e se estende até a Região Amazônica. Devido à sua extensa distribuição, abre-se a possibilidade de ocorrência de estruturação populacional, assim como a possibilidade de potenciais diversidade críptica. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar diferentes populações de R. major, através de uma abordagem multidisciplinar. Para isso, foi utilizado sequencias do gene mitocondrial Citocromo B (Citb) de amostras coletadas na Região Amazônica e de dados do GenBank, assim como foi observada a modelagem de distribuição, a similaridade de nicho e análises de bioacústicas. Foram encontradas duas linhagens mitocondriais dentro de R. major, um grupo corresponde aos indivíduos da Amazônia e o segundo aos indivíduos do Chaco. O grupo da Amazônia apresenta uma diversidade genética bem inferior aos observado no grupo Chaco. Observou-se uma grande similaridade de nicho entre R. bergi e R. major (grupo Chaco), maior do que entre as duas linhagens de R. major. Essa similaridade de nicho entre R. major (Chaco) e R. bergi pode favorecer o contato entre as duas espécies, assim como a competição ecológica entre elas. Por outro lado, a diferença de nicho dentro de R. major pode ter causado essa diferenciação observada dentro da espécie. Este trabalho, apesar do número de amostras e de marcador limitados, fornece importantes conclusões acerca da dinâmica populacional de R. major, o que faz com que seja necessário criar subsídios para a questão da conservação de habitats naturais da espécies, e deixa um espaço para futuros trabalhos que possam ser desenvolvidos futuramente.

  • ABEL ANTONIO BUSTAMANTE FERRADA
  • ANÁLISE FILOGENÉTICA DE PROSOTHECATA COM REDESCRIÇÃO E POSIÇÃO FILOGENÉTICA DE ORVILLEUS CHICKERING, 1946 (ARANEAE: SALTICIDAE: AMYCOIDA)

  • Data: 30/06/2020
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  • Entre as aranhas, a família Salticidae é a mais diversa, com mais de 6000 espécies descritas no mundo. Na subfamília Salticinae, um grupo importante é o grande clado Amycoida, composto por 64 gêneros agrupados atualmente em nove tribos. Amycoida apresenta uma grande variedade morfológica, com algumas linhagens miméticas de formigas, como Simonellini, Thiodinini e Sarindini. Em Amycoida, Sarindini mostra-se aparentemente relacionada às tribos Scopocirini e Thiodinini, pelo fato de as três tribos terem as espermatecas globulares alocadas anteriormente sob a placa epiginal, longe da margem posterior, além de formarem um grupo monofilético em análises feitas com base exclusivamente em dados moleculares. Scopocirini é um grupo composto por 16 espécies, distribuídas em dois gêneros. Embora as relações filogenéticas dentro desse grupo sejam pouco claras, ambos os gêneros apresentam características semelhantes na quelícera do macho e fêmeas menores que os machos, o que é raro em Salticidae. Thiodinini é um grupo recentemente revisado e atualmente composto por mais de 30 espécies em oito gêneros (sete espécies e um gênero desses descrito nesse trabalho). Embora essa tribo tenha sido revisada taxonomicamente recentemente, as relações filogenéticas não estão claras. A principal característica desse grupo é a presença de uma escavação interna na quelícera do macho, junto com a presença de cerdas em formato de espinho também na quelícera do macho. Sarindini atualmente é composto por 36 espécies, distribuídas em sete gêneros. Uma característica morfológica comum é a presença de palpos inflados também nas fêmeas, com escamas assimétricas e espiralados que conferem uma ilusão de artículos distais mais calibrosos em ambos os sexos, numa possível tentativa de mimetizar uma cabeça de uma formiga quando são mantidos esticados à frente da carapaça da aranha. Não havendo essas tribos recebido atenção filogenética específica até o momento, a condição sinapomórfica das características mencionadas para cada tribo ainda é incerta. Além disso, o grupo vem sendo pouco amostrado em análises moleculares e a maioria dos gêneros que o compõem tem diagnoses difusas, tornando difícil a identificação das linhagens dentro do clado. A presente tese teve como objetivo realizar uma análise filogenética do clado 2 de Amycoida (composto pelas tribos Scopocirini, Thiodinini e Sarindini), clado aqui referido como Prosothecata, baseada em caracteres morfológicos, para assim testar a monofilia do grupo, das tribos que o compõem e dos gêneros, além de inferir a posição filogenética do gênero Orvilleus Chickering, 1946 (atualmente em Amycoida incertae sedis). Isto permitirá diagnosticar melhor estas linhagens e entender as transformações ocorridas no grupo em função do mimetismo. O clado Prosothecata foi corroborado com esta análise filogenética com dados morfológicos, bem como os quatro grandes clados que o compõem. As relações filogeneticas inferidas nesse trabalho não concordam totalmente com hipoteses prévias para o grupo. O gênero Titanattus Peckham &amp; Peckham, 1885 é um grupo monofilético, mas não faz parte de tribo Thiodinini; Scopocirini e os gêneros que a compõem (i. e. Scopocira Simon, 1900 e Gypogyna Simon, 1900) são grupos monofiléticos relacionados a (Thiodinini s. s. + Sarindini); Thiodinini não é recuperada como monofilética pela exclusão de Titanattus, os generos reconhecidos em trabalhos previos são recuperados como monofileticos, exceto pelo genero tipo Thiodina Simon, 1900 que apresenta um clado interno composto por Arachnomura Mello-Leitão, 1917; Sarindini é recuperada como monofilética com um clado composto por Zuniga Peckham&Peckham, 1892, Tanybelus Simon, 1902 e Parafluda Chickering, 1946. Sarinda Peckham & Peckham, 1892 (o genero tipo da tribo) e Martella Peckham & Peckham, 1892 não são recuperados como monofiléticos e formam um clado junto com Corcovetella Galiano 1975. Se propoe uma classificação atualizada das tribos Scopocirini, Thiodinini e Sarindini com as seguintes alterações: Titanattus Peckham &amp; Peckham, 1885 é transferido para sua própria tribo Titanattini, nova tribo; Tanybelus Simon, 1902 e Parafluda Chickering, 1946 são considerados sinônimos juniores de Zuniga Peckham &a Peckham, 1892; Martella Peckham &amp; Peckham, 1892 e Corcovetella Galiano 1975 são consideradas sinônimos juniores de Sarinda Peckham &amp; Peckham, 1892; e Arachnomura Mello-Leitão, 1917 é considerado sinônimo júnior de Thiodina Simon, 1900. São discutidas as mudanças nos caracteres relacionados ao mimetismo de himenópteros. Nossos resultados apóiam o surgimento do mimetismo com formiga em Simonellini, Sarindini e Atomosphyrus Simon, 1902 (Thiodinini) de forma independente, com Sarindini e Atomosphyrus tendo evoluído a partir de ancestrais miméticos de outros himenópteros. Os demais gêneros Thiodinini aparentemente evoluíram para mimetismo de mutilídeos, exceto Tartamura Bustamante & Ruiz, 2017, que mostra modificações para mimetismo de icneumonídeos. Devido aos poucos caracteres relacionados à imitação de himenópteros, Titanattus é considerado um exemplo de imitação imprecisa e revela essa condição como ancestral em Prosothecata.

  • LAYS JOSINO GUERREIRO
  • Deep in the forest: taxonomic study of the Amazonian species of Cladochaeta (Diptera: Drosophilidae)

  • Data: 01/05/2020
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  • Drosophilidae é uma família de moscas acaliptradas com 4.542 espécies descritas, divididas em 74 gêneros que ocorrem em todas as regiões biogeográficas. Para o Brasil, já foram descritas 305 espécies em 16 gêneros. No entanto, este valor é subestimado, já que muitos dos gêneros mais numerosos ainda não foram devidamente estudados, principalmente em regiões com grande biodiversidade, tais como a Amazônia. Dentre esses, o gênero Cladochaeta, o qual possui 136 espécies descritas restritas ao Hemisferio Ocidental, com predominância na região neotropical. Apenas 12 ocorrem na região amazonica, mas segundo as estimativas Cladochaeta pode conter cerca de 1700 espécies apenas para a América Latina. As moscas deste gênero são pequenas (1 a 2 mm de comprimento), amarronzadas ou amareladas, com morfologia externa uniforme, mas as genitálias dos espécimes machos são bastante complexas. As larvas possuem comportamento incomum, pois estão associadas com ninfas de cigarrinhas (Cercopoidea) que vivem em ninhos de espumas. No entanto, algumas espécies já foram obtidas de flores e predando ovos de aranhas. Neste trabalho, foi realizado um estudo taxonômico sobre as espécies de Cladochaeta encontradas na Amazônia. Também foram apresentadas novas informações a respeito da história natural de Cladochaeta. Oito novas espécies foram descritas C. arikeme nov. sp., Cladochaeta chicomendes nov. sp., C. chromosoma nov. sp., C. johnmayeri nov. sp., C. smilodon nov. sp., C. altobenia nov. sp., C. neobomplandi nov. sp. e C. vampyrae nov. sp. Além disso, C. bomplandi foi registrada pela primeira vez para a Amazônia brasileira e C. dolichofrons, C. carinata e C. dicrophallus para a Guiana Francesa. A espécie C. johnmayeri nov. sp. foi coletada em flores de Psychotria colorata (Rubiaceae) e Heliconia acuminata (Heliconiacea). Cladochaeta bomplandi foi obtida a partir de pupas encontradas na espuma produzida
    pelas ninfas de Cephisus siccifolia (Hemiptera: Aphrophoridae) em um galho de Caesalpinia ferrea.

  • KELLEN BEATRIZ ARAÚJO ROCHA
  • Descrição de imaturos de besouros minadores das tribos Chalepini e Sceloenoplini (Coleoptera: Chrysomelidae: Cassidinae)

  • Data: 28/04/2020
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  • A ausência de estudos sobre estágios imaturos de insetos dificulta o entendimento preciso de sua diversidade, biologia e evolução. Cassidinae é a segunda maior subfamília de Chrysomelidae e o hábito de mineração de folhas evoluiu várias vezes dentro do grupo. Neste trabalho, foram descritas e ilustradas imaturos de cinco espécies de mineiros de folhas coletadas na Amazônia brasileira: Probaenia luteonotata (larva e pupa), minando folhas de Tilesia baccata (Asteraceae); Sceloenopla carinata (larva) minando folhas de Philodendron sp. (Araceae); Sumitrosis sp. (larva e pupa) minando folhas de Clitoria falcata (Fabacea); Uroplata sp. 1 (larva e pupa) minando folhas de Dioclea virgata (Fabacea); Uroplata sp. 2 (larva e pupa) minando folhas de Byrsonima crassifolia (Malpighiaceae). Além disso, foram fornecidas informações sobre a história natural dessas espécies, como imagens e descrição das minas. Probaenia luteonotata é um novo registro para Amazônia brasileira.

  • FELIPE ARIAN DE ANDRADE ARAUJO
  • Abordagem multiloci em arraias Potamotrygonidae (Myliobatiformes): insights sobre a história evolutiva do grupo

  • Data: 25/03/2020
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  • A família Potamotrygonidae compreende um grupo de peixes cartilaginosos classificados atualmente em duas subfamílias, Styracurinae e Potamotrygoninae, e quatro gêneros que contam com uma diversidade conhecida de 38 espécies. Ocorrem em diferentes ambientes, sendo Styracura uma linhagem marinha e os demais gêneros exclusivamente dulcícolas das bacias hidrográficas da América do Sul: Heliotrygon, Paratrygon, Plesiotrygon e Potamotrygon. As relações filogenéticas em Potamotrygonidae permanecem mal compreendidas, especialmente a validação do grupo marinho como subfamília em Potamotrygonidae, assim como quando ocorreu a origem de suas linhagens. Desta forma, o presente trabalho buscou apresentar uma hipótese acerca da filogenia do grupo, com datação molecular, a partir de uma abordagem multilocus, com regiões genômicas mitocondriais (COI, Cytb e Região controle) e nucleares (RAG1 e ECN1), utilizando os métodos de Máxima verossimilhança – ML e Inferência Bayesiana – IB. As árvores filogenéticas baseadas em 2,4 kb confirmaram a monofilia da família, assim como a classificação da subfamília Styracurinae em Potamotrygonidae. Heliotrygon mostrou ser o gênero menos derivado entre a subfamília Potamotrygoninae, que está proximamente relacionado a Paratrygon. Nossos resultados recuperaram parafilia entre Plesiotrygon e Potamotrygon, desta forma também podemos sugerir possível sinonímia entre estes taxa. A datação molecular recuperou a origem da família no Eoceno (44-38 Ma), concordando com registros fósseis recentes. Os potamotrygonídeos marinhos mostraram ter se originado em um período precedente à formação do Istmo do Panamá, já as linhagens dulcícolas indicam ter se diversificado a partir de um evento vicariante, como as incursões marinhas do Eoceno (35-28 Ma). Possivelmente, o estabelecimento do Sistema Pebas tenha favorecido a diversificação dos gêneros Heliotrygon e Paratrygon, já o gênero Plesiotrygon mostrou que se diversificou entre 28-25 Ma, ambos no Oligoceno. Potamotrygon mostrou ter se diversificado a partir do Mioceno (~23 Ma), que coincide com a formação do deságue do rio Amazonas em direção ao Oceano Atlântico. Assim, a disponibilidade de ambientes a partir deste período poderia explicar a ampla radiação em Potamotrygon, assim como as politomias entre as espécies do gênero. Este trabalho apresenta uma análise molecular que esclareceu algumas lacunas acerca das relações filogenéticas e padrões de diversificação da família Potamotrygonidae.

  • FELIPE MATHEUS DOS REIS CASTRO
  • PADRÕES DE ATIVIDADE E USO DO HABITAT EM AVES TERRESTRES (ORDEM: GALLIFORMES) NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA TERRA DO MEIO, PARÁ, BRASIL

  • Data: 09/03/2020
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  • A competição entre espécies ecologicamente similares tem um papel fundamental na formação de nichos ecológicos ao limitar o número de espécies que podem existir em uma dada assembleia em virtude de suas similaridades ecológicas. A coexistência de espécies simpátricas, que ocupam nichos similares, pode ser possível mediante a presença de mecanismos de diferenciação em uma das dimensões no nicho ecológico destas espécies (espacial, temporal ou alimentar). Este estudo teve como objetivo analisar a variação espaço-temporal na composição de aves terrestres da Ordem Galliformes na Estação Ecológica da Terra do Meio (PA). A base de dados analisada nesta pesquisa foi produzida com a implementação de uma grade de distribuição de 60 armadilhas fotográficas que obedece ao protocolo TEAM. As informações do dia e do horário de cada registro que foram utilizados para avaliar os padrões de atividades das espécies de aves terrestres da Ordem Galliformes e para verificar se existe sobreposição entre os padrões de atividade temporal entre espécies de aves da Ordem Galliformes e entre estas e os seus potenciais predadores. Para compreender o uso do habitat das espécies de aves terrestres foram utilizados seus registros independentes como variável resposta, e os dados ambientais juntamente com os registros dos potenciais predadores como variáveis explicativas. Os resultados não evidenciaram segregação temporal entre aves terrestres como um mecanismo importante para a compreensão da coexistência das mesmas, entretanto, mostraram diferenças relacionadas aos picos de atividade que podem estar associados à massa corporal de cada espécie de ave deste estudo. As aves terrestres mostraram forte sobreposição temporal com os predadores, em especial com Nasua nasua, Puma yagouaroundi e Eira barbara, o que pode refletir uma ótima estratégia para aumentar a probabilidade do sucesso de predação destas aves. Por fim o uso do habitat mostrou-se com um fator importante para a compreensão da coexistência de duas espécies de Jacus, pois Penelope pileata apresentou preferencias por áreas próximas a corpos d’água permanentes, diferentemente de Penelope superciliaris, que apresentou preferencias por áreas mais distantes destes cursos d’água.

  • TÂNIA FONTES QUARESMA
  • Filogeografia do complexo de espécies Willisornis poecilinotus / vidua (Aves: Thamnophilidae)

  • Data: 02/03/2020
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  • O gênero Willisornis é composto por seguidores regulares de formigas de correição. Eles habitam o sub-bosque da floresta e são distribuídos principalmente em florestas de terra-firme e cujos limites interespecíficos e verdadeira diversidade ainda são incertos. Enquanto a maioria das fontes atuais reconhece duas espécies do gênero (W. poecilinotus, com cinco subespécies reconhecidas, e W. vidua, com duas subespécies), uma terceira espécie foi recentemente dividida com base em evidências morfológicas e vocais combinadas (W. nigrigula). Devido a essas incertezas, os principais objetivos deste estudo foram: 1) estabelecer as relações filogenéticas entre os táxons de Willisornis, relacionando-os aos padrões historicamente conhecidos de variações de plumagem no gênero; 2) inferir um cenário espaço-temporal de diversificação de linhagem; e 3) avaliar a existência de possíveis zonas de hibridização entre populações diferentes daquelas já conhecidas. Foram estudados 1.133 espécimes, dos quais 155 foram incluídas nas análises moleculares e 1.107 nas análises de plumagem. Dois genes mitocondriais e dois nucleares foram sequenciados para análises filogenéticas, de genética de populações, árvores de espécies coalescentes, delimitação de espécies e análises biogeográficas. Nosso estudo indica que a diversidade de espécies no complexo Willisornis é muito maior do que se conhece atualmente, com pelo menos 7 linhagens coalescentes que também são diagnosticadas consistentemente por caracteres de plumagem qualificados para serem considerados como taxa de espécies. A história filogeográfica desses grupos sugere que a formação e reorganização da drenagem do rio Amazonas atuou como um forte fator de diversificação neste grupo. Além disso, encontramos uma nova zona de contato nas cabeceiras do rio Juruá entre duas linhagens de Willisornis não relacionadas e profundamente coalescidas, que ainda assim se integram tanto nos níveis molecular quanto morfológico, o que reforça a visão de que o isolamento reprodutivo evoluiu lentamente no gênero em comparação com outras linhagens de aves da zona temperada.

  • IANN LEONARDO PINHEIRO MONTEIRO
  • DESENVOLVIMENTO OVARIANO DE Hypancistrus sp. “pão” (SILURIFORMES, LORICARIIDAE) DO RIO XINGU, PA.

  • Data: 29/02/2020
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  • Hypancistrus sp. “pão” pertence à família Loricariidae e tem sua ocorrência na bacia do rio Xingu. Esta espécie está sobre intensa captura onde a finalidade é o mercado aquariofilista nacional e internacional, devido ao seu padrão de coloração de listras vermiculadas brancas e pretas. Sendo esta uma espécie amplamente explorada e que não apresenta suas questões reprodutivas elucidadas a nível celular com o entendimento do desenvolvimento das células germinativas e maturação gonadal. Desta forma evidencia a necessidade de estudos que descrevam aspectos reprodutivos e que possam auxiliar em protocolos de reprodução induzida ou fazê-lo de modo mais eficaz, com auxílio do conhecimento da mofologia e desenvolvimento das células germinativas. Para descrição dos tipos celulares e seu desenvolvimento foram utilizadas 30 fêmeas em diferentes estágios de maturação gonadal, que foram coletadas na região do baixo Xingu. O ovário íntegro foi utilizado para análises macroscópicas e fragmentos de ovários foram individualizados para técnica de microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. As gônadas em diferentes estágios de maturação apresentaram características bastante distintas, como a variação em coloração opaca para indivívuos imaturos até amarelo intenso para maduros. Houve também uma variação na vascularização, esta que demonstrou-se pouco presente nos imaturos e mais desenvolvida nos maduros. Em gônadas imaturas não foi possível visualizar oócitos macroscopicamente, no entanto isso foi possível nos estágios de “em maturação” e maduro devido ao aumento de tamanho dos oócitos nestas etapas. Foram identificados e descritas as oogônias e os quatro tipos de oócitos (I, II, III e IV), a presença de um envelope celular bastante espesso e uma intensa rede fibrilar envolvendo oócitos imaturos (I e II). De acordo com o padrão dos tipos celulares descritos, a espécie apresenta características reprodutivas de poucos indivíduos por prole, devido ao número reduzido de oócitos maduros e ao investimento maior em quantidade de vitelo, o que é corroborado com as características sedentárias e de cuidado parental da espécie.

     

  • MILEUDIANE OLIVEIRA PINHEIRO
  • Revisão taxonômica do grupo de espécies de Mischocyttarus heliconius Richards, 1941 (Hymenoptera: Vespidae: Polistinae)

  • Data: 29/02/2020
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  • A família Vespidae de Hymenoptera é composta por seis subfamílias viventes, das quais Polistinae é uma das mais diversificadas com 25 gêneros descritos. Mischocyttarus é essencialmente Neotropical, com algumas espécies alcançando o oeste do Canadá, e é reconhecido principalmente por possuir terceiro e quarto segmentos dos tarsos mediano e posterior assimétricos, sendo o lobo interno mais comprido que o externo. Este gênero é monofilético e agrupa onze subgêneros igualmente monofiléticos. O grupo de espécies de Mischocyttarus heliconius agrupa espécies com ausência de sulco na base do fêmur anterior, margem da coxa anterior elevada e reflexa, presença de fóvea na lateral do pronoto, margem anterior do pronoto com lamela alargada e reflexa (sem margem secundária), carena pronotal contínua e frequentemente mais elevada no centro, ápice do clípeo arredondado e margem hipostomal frequentemente com lamela elevada. Inicialmente este grupo foi alocado no subgênero Kappa e, posteriormente em Clypeopolybia. Entretanto, trabalhos recentes o tratam como incertae sedis devido à imprecisão da relação de parentesco do grupo com os subgêneros de Mischocyttarus. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão taxonômica do grupo de espécies de Mischocyttarus heliconius, da qual resultou o reconhecimento de oito espécies, sendo três novas. Os espécimes tipo das espécies formalmente conhecidas foram examinados. Uma chave de identificação das espécies é apresentada com base em caracteres morfológicos da fêmea, além de um mapa de distribuição geográfica com novas áreas de ocorrência.

  • THAMIRES DO CARMO SILVA DE OLIVEIRA
  • ASSIMETRIA FLUTUANTE EM CALLIPHORIDAE (INSECTA: DIPTERA) EM AMBIENTES ANTROPIZADOS DA AMAZÔNIA

  • Orientador : MARIA CRISTINA ESPOSITO BARTHEM
  • Data: 29/02/2020
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  • A assimetria flutuante (AF) é definida como anomalias morfológicas, que ocorrem por instabilidades ontogenéticas, na simetria perfeita de indivíduos bilatérios. O aumento da frequência de AF em uma população pode ser indicio de que os indivíduos estão sob condições de estresse genético e/ou ambiental. Sob este conceito tem se utilizado a AF como uma ferramenta de biomonitoramento. Observa-se assim que a ação antrópica é um dos principais geradores de alterações nos ecossistemas e influenciador de estresses ambientais. O monitoramento dos impactos decorrentes de ação antrópica ocorre através da avaliação da fauna e das espécies consideradas bioindicadoras, como por exemplo, moscas da família Calliphoridae, que são dípteros importantes na área da saúde, na ciclagem de nutriente e também para a ciência forense. Assim, o presente estudo foi realizado com o objetivo de observar possíveis desvios de simetria nas asas de espécimes de Chloroprocta idioidea Robineau-Desvoidy, 1830 em diferentes regiões da Amazônia. Testando a hipótese que esta espécie apresenta maior variação na simetria das asas nos indivíduos coletados em ambientes mais antropizadas quando comparadas a indivíduos de áreas mais preservadas. Para isso foram realizadas análises morfológicas nas asas dos espécimes de C. idioidea coletadas em dois tipos de ambientes (antropizados e naturais) em três diferentes regiões da Amazônia. As análises morfológicas foram feitas com a utilização da sobreposição de Procrustes. A assimetria no tamanho e na forma das asas foram obtidas com a utilização da Análise de variância (ANOVA), as análises testando a distribuição dos indivíduos foi realizada com auxílio das Análises de Componentes Principais (PCA), a Análise de Variáveis Canônicas (CVA) foi realizada para verificar a posição dos grupos em relação a variação e análise de função discriminante foi feita para verificar a diferença dentro dos grupos. Todas as análises foram feitas nos softwares tpsDig 2.10 e MorphoJ. Como resultado, foi encontrado AF para todas áreas amostradas, porém não houve diferenciação dos indivíduos entre os ambientes através da variação obtida. Foi também confirmada a existência de dimorfismo sexual entre os indivíduos, sendo esta a primeira observação feita na literatura para a espécie em questão.

  • VANESSA CAROLINNA RIBEIRINHO VIDAL
  • How live the whip spider Charinus guto (Amblypygi: Charinidae)? Ethogram, intraspecific interactions and notes on natural history

  • Data: 29/02/2020
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  • Charinus Simon, 1892 é o gênero mais diverso da ordem Amblypygi e destaca-se pela ampla distribuição em áreas tropicais. Apesar do recente acréscimo no número de espécies conhecidas no gênero, o conhecimento do comportamento destes ainda é escasso. A única informação disponível na literatura sobre a espécie amazônica Charinus guto Miranda e Giupponi 2016, por exemplo, é sobre o micro-habitat que vivem. Neste contexto de carência de dados sobre o comportamento e levando-se em conta a importância de trabalhos etológicos, este trabalho teve como objetivo descrever o repertório comportamental individual e de interações intraespecíficas de C. guto, em condições laboratoriais. Foram utilizadas trinta fêmeas adultas, coletadas em Belém, estado do Pará, Brasil. O etograma individual foi realizado em 24 horas de observação por 24 dias consecutivos, sendo uma hora por dia e dois minutos por indivíduo. O etograma de interações intraespecíficas foi realizado com 12 pares de fêmeas adultas, cada par era observado por uma hora, nesta um espécime (chamado de invasor) era retirado de seu viveiro e colocado no de seu par (chamado de residente), após 24 horas o oposto era feito. O comportamento individual mais frequente em C. guto foi “dentro do abrigo” em todos os horários. Em 67% das vezes que foram colocados juntos, os espécimes não interagiram. Quando a interação ocorria, o comportamento mais frequente foi “Recuar”. No encontro, o comportamento mais comum foi “Contato mútuo” e “Permanecer parado” nos invasores e nos residentes “Primeiro contato” e “Aproximação”. Essse estudo demonstra que C. guto é partenogenética, apresenta cuidado maternal, tolerância a coespecíficos e é habita locais antropizados próximos de fragmentos de florestas secundarias.

  • GEOVANIA FIGUEIREDO DA SILVA
  • HELMINTOFAUNA DE LAGARTOS GEKKOTA DA FLORESTA NACIONAL DE CAXIUANÃ (AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA): ASPECTOS ECOLÓGICOS DA RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO.

  • Data: 28/02/2020
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  • A abundância de helmintos em uma população de lagartos pode ser influenciada tanto por fatores externos, como as alterações promovidas no hábitat, quanto internos, como o tamanho corporal e sexo do seu hospedeiro. O objetivo principal desse estudo foi analisar a diversidade e estrutura da comunidade de helmintos parasitos do lagarto Thecadactylus rapicauda da Floresta Nacional de Caxiuanã, Amazônia Oriental Brasileira, respondendo ao seguinte questionamento: O sexo, o tamanho e a massa corporal desse lagarto geconídeo são fatores preditores na abundância de parasitos helmintos? As seguintes hipóteses foram testadas: (Hi) Espécies hospedeiras de maiores tamanho e massa corporal apresentarão valores maiores de parasitismo; (Hii) O sexo do hospedeiro também influencia a sua carga parasitária, sendo que os machos são mais susceptíveis. Analisamos nossos dados por meio dos descritores quantitativo do parasitismo e, para testar as hipóteses, construímos Modelos Lineares Generalizados. Analisamos 40 espécimes, dos quais 34 encontravam-se parasitados (prevalência de 85%), sendo registrados 269 helmintos, com riqueza de N=10. Os GLM, nos mostraram que nossa primeira hipótese foi comprovada, ou seja, verificamos que houve uma relação entre a abundância de parasitos com o tamanho do hospedeiro. A segunda hipótese foi refutada, uma vez que a probabilidade do acaso explicar a variação foi alta. O conhecimento científico sobre a ecologia e diversidade de helmintos associados a lagartos ainda é precário e seu aprimoramento ainda depende de estudos envolvendo essa relação parasito - hospedeiro, fazendo com que nossos resultados sejam fundamentais para estudos futuros.

  • DORA CARMELA RAMIREZ GATTY
  • ECOLOGIA URBANA DE UMA ABELHA NATIVA: RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DE COLÔNIAS DE URUÇU-AMARELA (Melipona flavolineata, Apidae, Meliponini) ÀS VARIAÇÕES CLIMÁTICAS EM UM GRADIENTE DE URBANIZAÇÃO

  • Orientador : FELIPE ANDRES LEON CONTRERA
  • Data: 28/02/2020
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  • A urbanização pode gerar mudanças na estrutura do ambiente afetando também processos físico-químicos. Essas mudanças ao longo do tempo têm provocado a perda de habitats e com elas a redução de populações de abelhas sem ferrão, que são um grupo de insetos importantes para a manutenção dos ecossistemas. As populações de abelhas sem ferrão, a diferença do gênero Apis, correm o risco de reduzir a sua população por serem pouco flexíveis às mudanças e sua possibilidade de adaptação a áreas urbanizadas é muito baixa. Por isso o nosso estudo teve por objetivo conhecer a ecologia urbana da espécie de abelha sem ferrão Melipona flavolineata, medindo a suas respostas no comportamento de forrageio e de postura aos parâmetros climatológicos em ambientes com diferentes graus de urbanização (agroflorestal- semi-urbano e urbano). Observamos 12 colônias de M. flavolineata durante cinco meses. As observações foram semanais intercalando atividade interna e atividade externa. A taxa de forrageio (média semanal), foi avaliada de 07h00 as 11h00 (horário de maior forrageio) e se contabilizavam as abelhas voltando à colônia, paralelo a esse processo se registraram dados de temperatura, umidade relativa, luminosidade e pressão barométrica. A taxa de postura (média semanal), foi avaliada durante quatro dias consecutivos na semana correspondente. Os resultados mostraram que os parâmetros climatológicos tiveram uma alta variação nos três pontos de coleta, afetando a performance das abelhas. A pressão barométrica e a umidade relativa do ar tiveram um efeito positivo e significativo sobre a coleta de pólen. Umidade relativa e a temperatura tiveram um efeito positivo e significativo com o forrageio de néctar; a pressão barométrica teve um efeito negativo, não significativo. A taxa de postura foi maior à medida que a umidade relativa do ar se acrescentava, mostrando uma relação positiva; a pressão barométrica teve um efeito positivo, mas não significativo. As relações entre a taxa de forrageio e a taxa de postura; assim como a relação entre a taxa de forrageio de pólen e a taxa de forrageio de néctar, foram positivas e significativas e não se diferenciaram entre os ambientes, apenas pela amplitude dos dados. Assim concluímos que a abelha sem ferrão M. flavolineata é uma espécie pouco tolerante a áreas completamente urbanizadas, e a sua capacidade de adaptar a ambientes com condições ambientais desfavoráveis é muito limitada, pois suas atividades estão restringidas pelas altas variações climáticas e provavelmente pela escassez de recursos alimentares. Nesse sentido seria bom implementar estudos da ecologia urbana de espécies menores, e adicionar nos estudos de respostas aos fatores climáticos o parâmetro da pressão barométrica que, ao parecer, segundo nossos resultados afetam o comportamento das abelhas sem ferrão.

  • BRUNA LETÍCIA BARRETO FAÇANHA
  • Efeitos de tipos de iscas e alturas de armadilhas para amostragem de dípteros califorídeos e mesembrinelídeos (Insecta, Diptera) na Amazônia Oriental

  • Data: 28/02/2020
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  • As moscas possuem importância ecológica e econômica, uma vez que podem se alimentar de uma variedade de substratos e, algumas espécies, serem potenciais transmissoras de doenças que afetam humanos e outros animais. Um exemplo são as espécies de Calliphoridae e Mesembrinellidae, que podem utilizar proteínas e carboidratos, não só como fonte alimentar, mas também como substrato para a oviposição. Nesta dissertação, avaliamos o efeito de dois tipos de iscas atrativas dispostas em dois estratos sobre a fauna de moscas califorídeas e mesembrinelídeas, analisando a sua influência na riqueza, abundância, composição (Capítulo 1) e na razão sexual e desenvolvimento ovariano (Capítulo 2). Para isso, utilizamos armadilhas de captura de moscas com duas iscas: pulmão bovino (isca proteica) e banana (isca de carboidrato). As armadilhas ficaram expostas durante dois dias, em duas alturas: 0,6m (baixa) e 10m (alta). Analisando a distribuição da comunidade (Capítulo 1), descobrimos que existe uma maior riqueza e abundância de moscas em iscas proteicas nas armadilhas próximas do solo. A composição das espécies também diferiu entre as iscas e entre alturas. Considerando a razão sexual (Capítulo 2), as iscas proteicas em alturas baixas exercem maior atratividade das fêmeas, de maneira que estas foram mais abundantes que machos, independente da isca e altura. Notamos uma maior atratividade de fêmeas de Calliphoridae em fases avançadas de desenvolvimento ovariano em iscas proteicas e armadilhas baixas, pois utilizam esse recurso para maturação dos ovócitos e substrato para oviposição. As fêmeas de Mesembrinellidae, por sua vez, não apresentam preferência, sendo atraídas indiscriminadamente em todas as fases de desenvolvimento nas duas iscas e alturas, mas não utilizam o recurso para uma possível larviposição. A partir desses resultados, concluímos que as moscas das famílias Calliphoridae e Mesembrinellidae apresentam maiores riqueza e abundância (geral e de fêmeas) em iscas proteicas próximas ao solo, com fêmeas califorídeas, em fases finais de desenvolvimento dos ovócitos, também preferindo essas iscas e estrato.

  • CRISTIAN CAMILO MENDOZA PENAGOS
  • Biomonitoramento ambiental de igarapés Amazônicos usando famílias como surrogates para as subordens de Odonata (Insecta)

  • Data: 28/02/2020
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  • O biomonitoramento biológico eficaz depende também da seleção de indicadores que nos possibilita identificar as mudanças que ocorrem em um sistema. A ordem Odonata tem mostrado ser  um bom grupo indicador das condições ambientais em habitats aquáticos e terrestres, indicando mudanças nas proporções das medidas da diversidade (abundância, riqueza e composição de espécies) entre Anisoptera e Zygoptera diante das alterações ambientais. No entanto encontrar resoluções taxonômicas mais elevadas dentro de um táxon, por exemplo a nível de famílias, que representem as mesmas respostas do táxon com resolução para espécie, pode reduzir o tempo e os custos destinados ao monitoramento. Nós avaliamos a resposta das famílias em Odonata como substitutos (surrogates) para as subordens, testando sua eficácia como uma ferramenta diagnóstica na avaliação do impacto ambiental em igarapés amazônicos. Adultos de Odonata foram coletados em 98 igarapés da Amazônia oriental, nos municípios de Paragominas e Santarém-Belterra (estado do Pará), Brasil, usando rede
    entomológica. As caraterísticas físicas de cada igarapé foram mensuradas usando o Índice de Integridade do Habitat (IIH). No total, foram coletados 3584 espécimes de Odonata, distribuídos em 11 famílias e 130 espécies. Encontramos que as famílias mais diversas são substitutos efetivos para representar padrões das subordens, sendo a abundância a variável com melhor sensibilidade para capturar o efeito do IIH. Além disso, as medidas de diversidade das famílias respondem de maneira diferenciada às mudanças na integridade ambiental dos igarapés, mostrando respostas positivas em Zygoptera e negativas em Anisoptera ao longo do gradiente e sugerindo que as famílias menos diversas apresentam uma faixa de resposta comum diante da perda de integridade ambiental. Por tanto, nossos resultados confirmam a utilidade dos adultos de Odonata como bons indicadores na avaliação de riachos amazônicos e ressalta a importância de usar as famílias Libellulidae (Anisoptera), Calopterygidae e Coenagrionidae (Zygoptera) como substitutos das subordens em locais com diferentes condições de integridade ambiental, devido a suas respostas especificas as características físicas dos
    igarapés.

  • ELISIA CLARA MENEZES ARAUJO
  • HISTÓRIA NATURAL DE POTAMOTYPHLUS KAUPII (GYMNOPHIONA: TYPHLONECTIDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 28/02/2020
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  • Potamotyphlus kaupii é uma cecília de hábitos estritamente aquáticos que ocorre em toda bacia do rio Amazonas e do rio Orinoco. Informações sobre a ecologia e a história natural são praticamente inexistentes para essa espécie. Esse trabalho teve o objetivo de descrever o modo de vida e a história natural de P. kaupii, a partir do estudo de uma população residente na Baía do Guajará, em Belém, Pará e análise de espécimes de coleção científica provenientes da Ilha do Mosqueiro, também em Belém. Foram analisados a razão sexual, o dimorfismo sexual de tamanho, a fecundidade de fêmeas, o comportamento materno e de neonatos, o comportamento defensivo e interações parasitárias. A razão sexual da população estudada é aproximadamente igual, como já demonstrado para outras espécies de Gymnophiona, e não há dimorfismo sexual detamanho, diferente do padrão encontrado em Typhlonectidae. Além disso, não há relação entre o tamanho das fêmeas e o tamanho e número de ovócitos, padrão esperado para cecílias vivíparas. A fêmea grávida observada em cativeiro gerou quatro indivíduos, em um nascimento que durou aproximadamente 22 horas, não sendo observado cuidado parental após o nascimento. Os indivíduos apresentaram três comportamentos defensivos quando manuseados, e nesse trabalho também registramos o primeiro caso de ectoparasitismo em Gymnophiona. Os resultados indicam que P. kaupii é uma espécie adaptada a ambientes antropizados e que diverge evolutivamente, pelo menos em aspectos reprodutivos, das demais espécies da sua família.

  • ERIVAL GONÇALVES PRATA
  • O EFEITO DA PAISAGEM E DO HÁBITAT NA ECOLOGIA TRÓFICA  DO PEIXE TETRA BANDEIRA  Hyphessobrycon heterorhabdus (ULREY, 1894) EM RIACHOS DA AMAZÔNIA ORENTAL

  • Data: 28/02/2020
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  • O presente trabalho objetivou avaliar o efeito dos diferentes usos da terra e das características do habitat na ecologia trófica do peixe tetra flag Hyphessobrycon heterorhabdus em riachos da Amazônia Oriental. Foram amostrados 29 riachos entre os anos de 2012 e 2014, com diferentes intensidades de usos e ocupação da terra, pertencentes à bacia do Rio Capim, Amazônia Oriental. Um total de 600 espécimes foi analisado quanto à dieta por meio da identificação do conteúdo estomacal. Os riachos foram caracterizados quanto a estrutura do hábitat local e a porcentagens de usos da terra na paisagem. Tais características ambientais foram posteriormente relacionadas com a dieta da espécie por meio de uma RDA e Modelos de Regressão Múltipla. A dieta de H. heterorhabdus foi composta por 79 itens agrupados em 22 categorias, os quais foram avaliados quanto a sua importância. A espécie também foi avaliada quanto a sua intensidade alimentar e quanto sua amplitude do nicho trófico. Tais parâmetros foram posteriormente relacionados com as características ambientais em escala local e da paisagem. A espécie foi considerada generalista, oportunista insetívora, com predomínio de consumo de Blattodea, Hymenoptera e fragmentos de exoesqueleto. Não houve influência dos usos da terra e variáveis locais em sua intensidade alimentar nem na amplitude do nicho trófico do H. heterorhabdus. De forma geral, as variáveis ambientais avaliadas, tanto em escala local quanto em escala de paisagem não influenciaram os aspectos da ecologia trófica do H. heterorhabdus. Acreditamos que por pertencer a um grupo de espécie insetívora, nectônica, de pequeno porte e devido ao fato de os insetos constituírem um grupo abundante mesmo em condições adversas, ocorra um oportunismo trófico por parte do H. heterorhabdus, fazendo com que características da sua ecologia trófica sejam mantidas, mesmo em condições adversas.

  • NAYRON FRANCÊS DO NASCIMENTO
  • Phylogeography and population genetics of the Needle-billed hermit (Phaethornis philippii, Aves, Trochilidae)

  • Data: 28/02/2020
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  • Phaethornis philippii é uma espécie monotípica de beija-flor, com distribuição nas florestas úmidasda Amazônia Ocidental e Central. Ocorrendo a leste do Peru, norte da Bolívia e parte do Brasil, ao sul do Solimões e do rio Amazonas e a oeste do rio Tapajós. Apesar de ter sido incluída em alguns trabalhos anteriores, a história evolutiva da espécie ainda não foi bem elucidada. Para isso, no presente trabalho, buscamos revisar a taxonomia da espécie através de caracteres morfológicos e moleculares, além de propor uma hipótese filogenética mais densa para as linhagens agrupadas em P. philippii e investigar sua história de diversificação, comparando-a com cenários biogeográficos já propostos para a Amazônia. Nossas análises filogenéticas e de genética de populações revelaram seis linhagens reciprocamente monofiléticas em P. philippii e sugerem que a diversificação ocorreu durante o Pleistoceno entre aproximadamente 2.5 e 0.3 milhões de anos. Nossos resultados mostram que Phaethornis philippii parece ter dificuldades em atravessar algumas barreiras, como os principais rios da Amazônia, e que mesmo rios relativamente mais estreitos como o Aripuanã, Jiparaná e Tarauacá podem representar barreiras à dispersão, reforçando a hipótese de que os “mini-interfluvios” também têm uma influência notável na estruturação e diversificação de aves na Amazônia. Nosso estudo lança luz sobre a dinâmica populacional histórica dessa espécie, que também pode ter sido influenciada por variações climáticas durante Pleistoceno tardio, onde encontramos evidências de eventos recentes que influenciaram na diversificação de linhagens em P. philippii, associados principalmente à cursos atuais e históricos de rios amazônicos.

  • LUAN PINTO RABELO
  • sGOat: Uma nova ferramenta para anotação de dados de transcriptomas e aplicação em dados biológicos.

  • Data: 22/02/2020
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  • A anotação funcional de transcriptomas é um processo que envolve consultas em diversos bancos de dados com a finalidade de inferir funções gênicas, utilizando para isso a comparação de genes homólogos com funções conhecidas, depositadas em bancos de dados públicos. Essa metodologia gera uma enorme quantidade de dados, tornando o processo de anotação inviável sem procedimentos de mineração em bioinformática. Muitas ferramentas utilizam linhas de comandos para a comparação de sequências em diferentes bancos de dados, o mais conhecido é o BLAST, o qual necessita a informação prévia de diversos parâmetros de entrada. Uma das soluções adequadas para a fácil utilização dessa ferramenta seria uma interface gráfica para o usuário (GUI), e para esta finalidade existem várias ferramentas livres e de código aberto baseada em linguagens web. Tais ferramentas são uma ótima alternativa para usuários com pouca prática em informática e análises de dados, pois permitem ao usuário explorar os dados de maneira interativa. Apesar de existirem diversas ferramentas baseadas em linguagem web para anotação de transcriptomas, alguns destas apresentam certas limitações, seja pela sua disponibilidade, pela sua instalação complexa, entre outros. Diante disto, apresentamos o sGOat, uma ferramenta gratuita e multiplataforma para anotação e posterior filtragem de sequências específicas. Este é baseado em linguagem web e pode ser executado localmente para a anotação de transcriptomas, além de fornecer ao usuário a opção de exportar
    arquivos para posterior comparação de transcriptomas.

  • EVERTON EVARISTO NAZARE DA SILVA
  • REVISÃO TAXONÔMICA DAS ESPÉCIES SUL-AMERICANAS DO GÊNERO Pseudocanthon BATES, 1887 (COLEOPTERA: SCARABAEIDAE:SCARABAEINAE: DELTOCHILINI)

  • Data: 21/02/2020
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  • As espécies sul-americanas de Pseudocanthon Bates, 1887 são revisadas. No gênero são reconhecidas atualmente 11 espécies válidas e uma subespécie. Dessas espécies, cinco são registradas na América do Sul, incluindo três novas espécies: Pseudocanthon sp. nov.1, P. sp. nov.2, P. sp. nov.3, P. perplexus (LeConte, 1847) e P. xanthurus (Blanchard, 1846). Lectótipos são designados para Pseudocanthon felix (Arrow, 1913), P. perplexus (LeConte, 1847) e P. xanthurus (Blanchard, 1846). Nesta revisão para cada espécie analisada foi disponibilizado uma revisão detalhada de literatura, chave de identificação para as espécies com ocorrência na América do Sul, diagnoses, descrições, ilustrações de caracteres morfológicos chave, bem como dados do material examinado e distribuição geográfica.

  • VIVIANE CAETANO FIRMINO
  • EFEITO DA FAUNA ASSOCIADA DE MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS NA DECOMPOSIÇÃO DE DETRITOS FOLIARES EXÓTICOS E NATIVOS EM RIACHOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 17/02/2020
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  • Os riachos de cabeceira são ecossistemas heterotróficos que apresentam forte ligação com a vegetação ripária, que além de fornecer um sistema de proteção e regulação das condições físicas e químicas, é responsável pela entrada da matéria orgânica alóctone, a principal fonte de energia das redes tróficas nesses sistemas. Os efeitos das espécies vegetais exóticas na decomposição de detritos foliares em riachos são variáveis, principalmente porque a qualidade do detrito foliar tende a diminuir com a latitude e com o aumento da elevação altitudinal. Deste modo, esse trabalho tem como objetivo avaliar o papel dos macroinvertebrados aquáticos na decomposição de folhas exóticas e nativas em riachos amazônicos, tentando controlar um possível efeito da variação temporal. Para tanto, testaremos duas hipóteses: (i) esperamos que os macroinvertebrados aquáticos apresentem forte efeito sob a decomposição de detritos foliares sendo afetados pela qualidade do detrito foliar, assim detritos foliares com menores concentrações de compostos estruturantes (p.e. lignina, celulose e fibras) terão maior colonização por macroinvertebrados e apresentaram menor massa remanescente; (ii) a proporção dos grupos tróficos funcionais é afetada pela variação temporal, deste modo esperamos que no período chuvoso haja menor proporção de grupos tróficos funcionais como fragmentador, devido à redução de micro-habitat com o carreamento do substrato pela a força da água. Nossa primeira hipótese foi corroborada, o detrito foliar nativo Theobroma cacao apresentou menor massa remanescente e foi mais colonizado. Tal achado pode estar relacionado primeiramente, à qualidade química desse detrito (p.e. baixas concentrações de lignina, celulose e fibras). A hipótese de que os GTF são afetados pela a variação temporal foi corroborada, o período de recolhimento dos detritos foliares afetaram fortemente a proporção dos grupos funcionais fragmentador, predador e coletor-catador estando ausentes no período chuvoso. Tal variação pode evidenciar a adaptação dos táxons para resistir ao aumento da velocidade da corrente e vazão durante as cheias e/ou para avançarem em direção à hábitats refúgios. Em geral, nossos resultados indicam que mudanças na composição de espécies arbóreas da vegetação ripária, tais como substituição de espécies nativas por exóticas podem impactar as taxas de decomposição e colonização por macroinvertebrados aquáticos com implicações para o funcionamento ecossistêmico e fluxo de energia nos riachos. Contudo, se faz necessário mais estudos abordando outros atributos dos detritos foliares e amostragem em diferentes períodos sazonais, a fim de fazer predições mais gerais sobre o funcionamento de riachos Amazônicos. Além disso, como as alterações ambientais na Amazônia tem sido cada vez mais constante é muito importante avaliar se elas influenciam no processamento da matéria orgânica.

  • RAFAEL LOBO RAIOL
  • Determinação de abelhas especialistas em redes de interação no Brasil.

  • Data: 31/01/2020
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  • 1. Os animais polinizadores são componentes-chave na manutenção da biodiversidade global. A abundância e a riqueza das abelhas estão em declínio, e espécies com maior grau de especialização são mais vulneráveis frente às mudanças ambientais. O objetivo central do presente trabalho consiste em determinar as espécies de abelhas especialistas em redes de interação entre plantas e abelhas. Mais especificamente determinamos quais são as abelhas especialistas nas redes de interação, se existe relação entre o tamanho corporal e o grau de especialização, e se as abelhas especialistas estão relacionadas filogeneticamente.
    2. Compilamos trabalhos conduzidos no Brasil sobre redes de interações entre abelhas e plantas reportados para diferentes regiões brasileiras e que seguiram método padrão de coleta. Utilizamos o grau da espécie (número de parceiros) como métrica para determinar a especialização das abelhas. O tamanho corporal foi estimado através da medida de distância intertegular. A distância filogenética foi medida considerando a idade do ramo terminal das espécies especialistas. Para testar se existe relação entre o especialismo, o tamanho corporal e a distância filogenética usamos modelos lineares generalizados mistos.
    3. Foram analisadas quinze redes de interações com coletas padronizadas, com um total de 1.704 interações, 390 espécies de abelhas e 735 espécies de plantas. Considerando-se 5% das espécies mais especialistas de cada rede, foram identificadas 34 espécies de abelhas, distribuídas em 13 gêneros. O tamanho corporal e a filogenia foram variáveis importantes para explicar o especialismo das espécies, sendo que as espécies mais especialistas exibem maior tamanho e menor distância filogenética.
    4. O papel de especialista das abelhas está diretamente relacionado com seu tamanho corporal e provavelmente com sua capacidade de exploração de recursos, na ancestralidade compartilhada entre as espécies irmãs, e na manutenção da relação ao longo do tempo com seus parceiros de interação.

  • ERIKA LARISSA SOUZA DA COSTA
  • Revisão taxonômica de Cotinusa Simon, 1900 e demais gêneros de aranhas achatadas de Gophoini (Araneae: Salticidae: Salticinae).

  • Orientador : GUSTAVO RODRIGO SANCHES RUIZ
  • Data: 31/01/2020
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  • O gênero neotropical Ceriomura Simon, 1901 é revisado e cinco espécies são reconhecidas. Ceriomura damborskyae Rubio & Baigorria, 2016 = Ceriomura cruenta (Peckham & Peckham, 1894) (espécie-tipo) syn. nov. = Maevia gracilipes Taczanowski, 1878 syn. nov. = Ceriomura gracilipes (Taczanowski, 1878) comb. nov. A fêmea de C. casanare Galvis, 2017 é descrita pela primeira vez. As seguintes espécies são transferidas para o gênero: Cotinusa bryantae Chickering, 1946 (macho e fêmea conhecidos) = Ceriomura bryantae (Chickering, 1946) comb. nov.Cotinusa simoni Chickering, 1946 (somente macho conhecido) = Ceriomura simoni (Chickering, 1946) comb. nov. Novos registros de C. gracilipes e C. casanare são fornecidos. Ceriomura rubioi sp. nov. (somente macho conhecido) é descrita. Novas ilustrações de corpo e órgãos copuladores, bem como diagnoses, são fornecidas para comparação entre as espécies. Ceriomura perita (Peckham & Peckham, 1894) é transferida para Cotinusa Simon, 1900. O gênero neotropical Cotinusa Simon, 1900 também é revisado. As seguintes novas sinonímias genéricas são estabelecidas: Banksetosa Chickering, 1946 = Carabella Chickering, 1946 = Proctonemesia Bauab & Soares, 1978 = Cotinusa Simon, 1900 syn. nov. As seguintes espécies são transferidas para o gênero: Banksetosa dubia Chickering, 1946 = Cotinusa dubia (Chickering, 1946) comb. nov.Banksetosa notata Chickering, 1946 = Cotinusa notata (Chickering, 1946) comb. nov.Paramarpissa insignis Banks, 1929 (atualmente em Carabella) = Cotinusa insignis (Banks, 1929) comb. nov.Carabella banksi Chickering, 1946 = Cotinusa banksi (Chickering, 1946) comb. nov.Simprulla secunda Soares & Camargo, 1948 (atualmente em Proctonemesia) = Cotinusa secunda (Soares & Camargo, 1948) comb. nov.; Proctonemesia multicaudata Bauab & Soares, 1978 = Cotinusa multicaudata (Bauab & Soares, 1978) comb. nov.; Attus tenuis Taczanowski, 1871 = Cotinusa tenuis (Taczanowski, 1871) comb. nov.; Attus lethierryi Taczanowski, 1871 (atualmente em Lurio Simon, 1901) = Cotinusa lethierryi (Taczanowski, 1871) comb. nov.Maevia susiformis Taczanowski, 1878 = Cotinusa susiformis (Taczanowski, 1878) comb. nov.; Maevia trilineata Taczanowski, 1878 = Cotinusa trilineata (Taczanowski, 1878) comb. nov. As seguintes novas sinonímias específicas são estabelecidas: C. adelae Mello-Leitão, 1944 = C. trifasciata Mello-Leitão, 1943 syn. nov.C. albescens Mello Leitão, 1945 = C. irregularis Mello-Leitão, 1945 = C. vittata Simon, 1900 syn. nov.C. leucoprocta (Mello-Leitão, 1947) = C. gertschi (Mello-Leitão, 1947) = C. cancellata (Mello-Leitão, 1943) = C. deserta (Peckham & Peckham, 1894) syn. nov.C. soesilae Makhan, 2009 = C. dimidiata Simon, 1900 = C. tenuis (Taczanowski, 1871) syn. nov.C. gemmea (Peckham & Peckham, 1894) = C. susiformis (Taczanowski, 1878) syn. nov.C. trimaculata Mello-Leitão, 1922 = C. horatia (Peckham & Peckham, 1894) = C. lethierryi (Taczanowski, 1871) syn. nov.C. multicaudata (Bauab & Soares, 1978) = C. secunda (Soares & Camargo, 1948) syn. nov.Cotinusa rubriceps (Mello-Leitão, 1947) = Druzia flavostriata (Simon, 1901) syn. nov. As seguintes espécies novas são descritas: ambos os sexos de C. kunumi sp. nov. e o macho de C. floripa sp. nov. A fêmea de C. susiformis, e os machos de C. perita e C. puella são descritos pela primeira vez. As seguintes três espécies são consideradas inquirendaeC. mathematica (Mello-Leitão, 1917), C. pulchra (Mello-Leitão, 1917) e C. setosa (Mello-Leitão, 1947). No total, 25 espécies de Cotinusa são consideradas válidas, redescritas e ilustradas. Mapas com registros de distribuição são apresentados. Cotinusa splendida (Dyal, 1935) do Paquistão é considerada incertae sedis.

2019
Descrição
  • MONIQUE PONCE MARTINS
  • ANÁLISE COMPARATIVA DA ASSEMBLEIA DE VERTEBRADOS TERRESTRES E ARBORÍCOLAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE COM TRANSECÇÕES LINEARES E ARMADILHAS FOTOGRÁFICAS, NA TERRA DO MEIO, BACIA DO XINGU, PARÁ.

  • Data: 02/12/2019
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  • Com a crescente necessidade de dados e a diminuição geral dos recursos para monitoramento da biodiversidade em unidades de conservação, um dos desafios é desenvolver abordagens mais econômicas, garantindo ao mesmo tempo que os dados sejam robustos e adequados ao objetivo. O conhecimento ecológico poderia ser melhor aproveitado em programas de monitoramento. Baseado nisso, este trabalho teve como objetivo comparar a assembleia de mamíferos de médio e grande porte e aves cinegéticas terrestres com armadilhamento fotográfico, contagem de avistamentos e busca ativa por vestígios. Sendo as duas últimas realizada por moradores locais. Os resultados obtidos demostraram que houve diferença significativa entre os tratamentos e que os métodos empregados foram seletivos na detecção das espécies alvos desse estudo e, portanto, a utilização destes em conjunto é necessária para uma melhor amostragem. A contagem de avistamentos mostraram-se essenciais para composição dos primatas da região; os vestígios conseguiram capturar praticamente todas as ordens; e as armadilhas fotográficas, são as mais eficientes para as espécies raras, pouco abundantes. Portanto, as duas metodologias realizadas pelos caçadores locais, se mostrou essencial para complementar a composição de mamíferos de médio e grande porte da região e aves cinegéticas terrestres. Bem como, foram capazes de detectar uma quantidade significativa das espécies existentes. Os altos custos do programa de monitoramento da Estação Ecológica Terra do Meio vêm ameaçando sua continuidade, assim, sugere-se o aprimoramento do Programa de Monitoramento da região envolvendo mais intensamente os moradores locais.

  • MATHEUS TAVARES DE SOUZA
  • Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) da Amazônia Brasileira Novas espécies e ocorrências. Belém

  • Data: 22/08/2019
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  • A família Sarcophagidae (Diptera) tem distribuição cosmopolita e compreende cerca de 3.000
    espécies e 355 gêneros descritos. Dentre suas subfamílias, Sarcophaginae é a mais diversa e
    ambundante no novo mundo. Há poucos estudos sobre a família para a região Neotropical, sobretudo
    para a região Amazônica onde há uma carência de taxonomistas no grupo. Sendo assim, o trabalho
    levantou as espécies da subfamília Sarcophaginae registradas para a Amazônia Brasileira e ampliou
    o conhecimento da fauna, através de descrição e redescrição de espécies e confecção de chave
    dicotômica para as espécies da região. O trabalho foi realizado com base na bibliografia atual e nos
    exemplares de quatro coleções entomológicas do Brasil. Foram feitas análises morfológicas,
    medições e ilustrações de espécimes machos. Foram encontrados 131 espécies e 30 gêneros de
    Sarcophagidae para a Amazônia Brasileira. Foram descritas duas espécies novas do gênero
    Dexosarcophaga e uma do gênero Rettenmeyerina. Foi feita uma redescrição da espécie Promayoa
    Dodge, 1966, com novas ilustrações. Foi confeccionado uma chave dicotômica para as espécies
    ocorrente na região, com exceção das espécies do gênero Lepidodexia, no qual não foram incluídas
    na chave pelo grande número de espécies neotropicais não descritas e a falta de revisão que este
    gênero precisa, tornando qualquer esforço prematuro.

  • JESSICA MARIA MENEZES SOARES
  • Descrição dos imaturos e das fêmeas de algumas espécies de Sarcophagidae (Diptera) de interesse forense da Amazônia Brasileira

  • Data: 14/08/2019
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  • Sarcophagidae é uma das maiores famílias entre os dípteros caliptrados com mais de 3.094 espécies descritas em 173 gêneros distribuídos em todos os continentes, sendo cerca de 800 espécies registradas para a Região Neotropical e mais de 300 espécies para o Brasil. Os sarcofagídeos são moscas robustas, geralmente de tamanho médio a grande (3 a 25 mm), com coloração cinza, com três faixas escuras conspícuas transversais no tórax e com olhos vermelhos. O abdômen geralmente é marrom ou preto. Devido a uniformidade na morfologia externa, a identificação das espécies é feita principalmente com base em características da genitália dos espécimes machos. As moscas desta família possuem grande importância forense por serem frequentemente atraídas por matéria orgânica em decomposição. No entanto, trabalhos relacionados a área apresentam dificuldades devido a incipiência de estudos morfológicos dos espécimes imaturos e fêmeas obtidos, que são os mais frequentes nas cenas de crime. Desta forma, no presente estudo buscou-se descrever e redescrever a morfologia as terminálias femininas e dos imaturos das espécies de Sarcophagidae de interesse forense. Fêmeas em cópulas foram coletadas para o processo de identificação associativa e as fêmeas grávidas de Sarcophagidae foram coletadas durante o processo de decomposição cadavérica de suíno e frango, para a obtenção do 3º ínstar larval e dos pupários para a descrição e dos adultos machos para o processo de identificação, das fêmeas emergidas e dos imaturos. O estudo foi realizado na área florestal do Parque Estadual do Utinga e no fragmento de floresta secundária do campus do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém Pará. Para o estudo morfológico, utilizou-se microscopia ótica para as fêmeas e larvas e microscopia eletrônica de varredura para os pupários. Foram obtidos a descrição de nove fêmeas (Dexosarcophaga pusilla, Oxysarcodexia angrensis, O. carvalhoi, O. confusa, O. fluminensis, O. fringidea, O. inflata, O. sp. nov. e O. xanthossoma) e oito imaturos (Dexosarcophaga pusilla, Nephochaetopteryx pallidiventris, Oxysarcodexia angrensis, O. carvalhoi, O. fringidea, O. inflata, O. sp. nov. e O. xanthossoma). Estes resultados acrescentam informações sobre a morfologia das espécies na região Amazônica, podendo ser aplicadas na área forense.

  • MICHELLE PINTO MERCES
  • Revisão taxonômica e filogenômica de Saimiri Voigt, 1831 (Primates, Cebidae)

  • Data: 31/07/2019
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  • Os macacos-de-cheiro (gênero Saimiri Voigt, 1831) são primatas neotropicais de pequeno porte (650-
    1200g), amplamente distribuídos na Bacia Amazônica, além de dois taxa que ocorrem na América
    Central. Existe grande divergência em relação ao número de espécies reconhecidas, podendo variar
    de 2 a 12 taxa. Recentemente diversos trabalhos foram publicados utilizando DNA mitocondrial
    visando entender a origem e diversificação de Saimiri, bem como o relacionamento entre as espécies.
    Entretanto, mesmo após estas publicações a diversidade e o relacionamento intra genérico ainda
    apresenta divergências, não havendo cogruência entre os dados morfológicos e genéticos. O presente
    estudo teve como objetivo propor uma hipótese filogenética para Saimiri através de parte do genoma
    (double digest restriction-site associated DNA sequencing - ddRADseq), assim como revisar
    taxonomia do genêro e sua distribuição. Esta tese está dividida em três capítulos. No primeiro,
    “Phylogenomics of Amazon squirrel monkeys (Saimiri; Primates; Cebidae)”, foram analisadas 44
    amostras de tecido e seis de sangue para obtenção de uma filogenia molecular de parte do genoma
    (ddRADseq) através da análise de Máxima Verossimilhança e de uma árvore datada através do
    BEAST. Verificou-se a estrutura entre as populações estudadas através do STRUCTURE. Recuperouse
    a monofilia recíproca entre o grupo Gótico e Romano. Além disso, as árvores recuperaram dez
    linhagens dentro de Saimiri da Bacia Amazônica, confirmando que a diversificação intra-genérica é
    recente, tendo ocorrido no Pleistoceno. No segundo capítulo, “How many squirrel monkey (Saimiri
    Voigt, 1831) species are there? A morphological diagnosis and refined mapping of geographical
    distribution”, foram analisados 887 espécimes de todas as espécies atualmente reconhecidas,
    incluindo 18 espécimes tipos. Foi verificada a congruência entre os resultados de análises
    morfológicas com a filogenia obtida no primeiro capítulo. Os resultados apoiam a existência de dois
    grupos morfológicos (Romano e Gótico) e o reconhecimento de 13 espécies, sendo uma espécie nova.
    Para cada uma delas são apresentados sinonímia, material tipo, localidade tipo, diagnose, variação,
    comparação com outras espécies, distribuição, comentários, status de conservação e material
    examinado. No terceiro capítulo, “New records of Saimiri collinsi Osgood, 1916 (Cebidae, Primates),
    with comments on habitat use and conservation”, a distribuição geográfica da espécie Saimiri collinsi,
    foi ampliada para uma área de transição entre Amazônia e Cerrado, indicando também a necessidade
    de monitoramento dessas populações devido à intensa ação antrópica na região que reduziu o habitat
    da espécie na maior parte do Maranhão e no norte do Tocantins.

  • GABRIELA SILVA RIBEIRO GONÇALVES
  • Dinâmica Climática e a Conservação das Aves da Caatinga: Perspectivas do Quaternário ao Futuro

  • Data: 31/05/2019
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  • O Bioma Caatinga, localizado no Nordeste do Brasil, é conhecida como uma região de histórico climático/vegetacional instável na América do Sul, com uma idade jovem para a conformação atual do bioma resultante de mudanças na estrutura da vegetação e composição florística em um ritmo variável. Esta dinâmica vegetacional na Caatinga é congruente com o esperado para ambientes secos pela hipótese dos refúgios climáticos, enquanto as formações florestais úmidas reduziram suas amplitudes durante os máximos glaciais as florestas secas teriam experimentado pulsos de expansão em direção às formações adjacentes. A Caatinga é a maior área de Floresta Tropicais Sazonalmente Secas da América do Sul com 844.453 km2, formado por um bosque xérico com longos períodos de seca severa e um complexo de vegetações florestais com características únicas ao longo dos Neotrópicos. Este bioma está entre os tipos de floresta menos compreendidos e mais degradados no Brasil, em grande parte devido ao seu histórico de uso, onde grandes extensões de terra estão expostas a altos níveis de conversão de ambientes naturais. Com o intuito de contribuir para o conhecimento e conservação da avifauna do bioma Caatinga, este estudo teve como principais objetivos nos seguintes capítulos: 1) nosso foco principal foi avaliar como as espécies de aves da Caatinga responderam às mudanças climáticas do passado e assim tentarmos entender como as mudanças climáticas atuais podem afetar as distribuições das espécies; 2) Nosso objetivo foi avaliar o impacto das mudanças climáticas previstas para o futuro sobre a distribuição de espécies de aves endêmicas e ameaçadas da Caatinga, buscando avaliar se as Áreas de Proteção atuais estão sendo efetivas e se continuarão mantendo sua efetividade no futuro e verificar áreas de estabilidade climática; 3) Nosso objetivo foi compreender a importância dos processos ambientais e espaciais na estruturação de comunidades de aves dentro das estações hidrológicas em áreas de Caatinga no Nordeste do Brasil. No capítulo 1) encontramos que o padrão de distribuição de nossas espécies é consistente com um cenário de expansão de alcance dessas distribuições do último interglacial para o último máximo glacial, reforçando a intensa discussão sobre a potencial expansão de áreas abertas durante o último máximo glacial. Com nossos modelos de distribuição temporal para as espécies pudemos construir um mapa com áreas de estabilidade climática. Onde nossa área com maior estabilidade concentra-se na região central da Caatinga que atualmente encontra-se com remanescentes de vegetação muito fragmentados, além de ser uma área susceptível à desertificação. No entanto, também encontramos áreas de estabilidade climática ao Norte do Ceará, Noroeste da Bahia e na faixa entre o Piauí e o Ceará, sendo áreas que atualmente ainda possuem remanescentes  de vegetação em bom estado de conservação. Para o capítulo 2) Nossos resultados mostram que 59% das espécies estudadas terão elevada perda de área em suas distribuições estimadas, tendo espécies com perda acima de 90% de área. Constatamos também que o atual “design” das áreas de proteção da Caatinga não são eficientes para a proteção destas espécies nem no cenário presente e nem no futuro, no entanto, ainda possuímos, boas áreas que podem ser destinadas à conservação, onde se tem remanescentes de vegetação e uma alta quantidade de espécies. No capítulo 3) constatou-se que a riqueza de espécies de aves é maior na estação chuvosa e menor durante a estação seca, indicando uma forte influência da sazonalidade, um padrão também encontrado para a heterogeneidade ambiental. A riqueza foi explicada por fatores ambientais locais, enquanto a composição de espécies foi explicada por fatores ambientais e espaciais. Os fatores ambientais foram mais importantes para explicar a variação na composição. Os modelos de distribuição das espécies de Caatinga atuais e futuros, e os palaeo-cenários podem nos ajudar a prever futuros padrões de distribuição das espécies em resposta as mudanças climáticas, servindo desta forma como uma diretriz para entendermos a história das espécies de Caatinga e nos fornece uma base adicional para as medidas futuras para a conservação. Com isso nosso estudo fornece um caminho para ações de conservação que visem mitigar extinções atuais e futuras pelas mudanças climáticasbaseado na escolha de melhores áreas de proteção ambiental.

  • PABLO VIEIRA CERQUEIRA
  • Padrões de Diversificação na Caatinga: Histórico Evolutivo de Aves na Maior Floresta Tropical Sazonalmente Seca

  • Data: 31/05/2019
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  • O conhecimento biogeográfico atual dos Neotrópicos se concentra em sua maioria nas florestas tropicais úmidas, por outro lado outro tipo de floresta não tem recebido tanta atenção em trabalhos evolutivos e biogeográficos, são as Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSSs). As FTSSs ocorrem de forma disjunta pela América do Sul, sendo a Caatinga o maior bloco isolado delas que historicamente foi tratada como uma região pobre e de poucos endemismos, mas o que estudos recentes com abordagem filogeográfica tem mostrado é que a diversidade da Caatinga vinha sendo subestimada e altos níveis de diversidade críptica e endemismo são encontrados em plantas, répteis, peixes, mamíferos e insetos. Diante disso propomos um estudo sistemático e filogeográfico utilizando como modelo de estudos aves endêmicas para se testar o grau de estruturação populacional/linhagens entre as margens do Rio São Francisco (RSF), uma barreira vicariante nesta região para vários organismos assim como ocorre para grandes rios na Amazônia, e também testar os efeitos das oscilações climáticas do Pleistoceno na dinâmica populacional destas espécies, para isso usamos uma abordagem integrativa, com dados genéticos, morfológicos, vocais e ecológicos. Os resultados obtidos nos dois capítulos/artigos mostram uma forte estruturação de linhagens congruente com o curso atual do RSF e com tempos de divergência relacionado com uma primeira mudança no curso do rio para a direção leste do Brasil, ainda detectamos assinaturas genéticas e fenotípicas de uma segunda mudança mais recente no curso deste rio com efeitos de contato secundário passivo no baixo rio, além disso não detectamos fluxo gênico significativo entre as populações de margens opostas desse rio. As oscilações climáticas do final do Pleistoceno também tiveram forte influência nas distribuições e tamanhos populacionais destas espécies, mas aparentemente não relacionadas à eventos de diversificação. Eventos de glaciações parecem ter influenciado apenas em um evento de separação de populações na margem esquerda do RSF e outra em um relicto de vegetação savanica/florestal nos limites da Amazônia, mas não associado com a última delas durante o LGM mas durante uma glaciação anterior a esta e de mesma intensidade. Assim destacamos que complexos eventos estiveram envolvidos na diversificação de aves da Caatinga e esperamos que este padrão se repita em outras espécies de aves endêmicas, ainda descrevemos aqui uma nova espécie de ave endêmica desta região.

  • DIOGO BRUNNO E SILVA BARBOSA
  • ASSEMBLÉIAS DE SERPENTES DO ESTADO DO PAIUÍ: COMPOSIÇÃO E CONSERVAÇÃO

  • Orientador : GLEOMAR FABIANO MASCHIO
  • Data: 03/05/2019
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  • O conhecimento sobre a fauna de locais com alta complexidade de vegetação é base para a construção de estratégias conservacionistas, sendo que a conservação é baseada no conhecimento científico e no desenvolvimento de técnicas que permitam manter a coexistência das populações humanas e da biodiversidade sobre o planeta. Nesse sentido, a publicação de listas de espécies contendo informações básicas pode ser o primeiro passo para traçar medidas de conservação. Com o intuito de subsidiar estratégias conservacionistas este estudo apresenta uma lista comentada das espécies de serpentes já registradas para o estado do Piauí, no Nordeste brasiliero. Dois biomas são predominantes nessa região: o Cerrado e a Caatinga. Ocorrem ainda áreas de trasição que se extendem longitudinalmente ao longo do estado, formando a base do complexo vegetacional da Bacia do Rio Parnaíba. Para elaboração da lista de espécies realizamos um levantamento bibliográfico, onde analisamos publicações nacionais e internacionais sobre herpetofauna do Piauí. Com o levantamento em mãos, analisamos a similaridade da fauna de serpentes do estado comparando-a com 23 outras listas publicadas sobre serpentes nos biomas brasileiros. A lista de serpentes registradas para o estado do Piauí conta com 1390 espécimes, distribuídos em 62 táxons pertencentes a 7 famílias e, ainda, outras três espécies não identificadas. A família com maior riqueza foi Dipsadidae (35 espécies; 53,8%), seguida por Colubridae (11 espécies; 16,9%), Viperidae (8 espécies; 12,3%), Boidae (4 espécies; 6,2%), Elapidae (4 espécies; 6,2%), Leptotyphlopidae (2 espécies; 3,1%) e Typhlopidae (1espécie; 1,5%). A análise de cluster mostra que a fauna de serpentes do Piauí forma um agrupamento muito similar com a Caatinga e o Cerrado, tendo as espécies da Mata Atlântica e Amazônia com menor semelhança de fauna. Concluimos que a fauna de serpentes do Piauí é bastante complexa e ainda pouco conhecida, sendo composta por espécies ditas como generalistas e endêmicas, espécies com hábitos desde o aquático ao arborícola, que habitam ambientes florestais mais úmidos e abertos mais secos, além de coexistirem em simpatria em zonas de transição entre estas formações vegetais. Destacamos a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas em regiões de transição para identificar os possíveis padrões de distribuição das espécies e como estas interagem com o ambiente.

  • SHERLEM PATRICIA DE SEIXAS FELIZARDO
  • REVISÃO TAXONÔMICA E ANÁLISE FILOGENÉTICA DO SUBGÊNERO MEGACANTHOPUS DUCKE DE MISCHOCYTTARUS DE SAUSSURE, 1853 (HYMENOPTERA, VESPIDAE, POLISTINAE)

  • Data: 31/03/2019
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  • Hymenoptera é uma ordem de insetos megadiversa, tem cerca de 115 mil espécies com distribuição cosmopolita. Possui grande diversidade de hábitos e complexidade de comportamentos inclusive a organização social de vespas, abelhas e formigas. A família Vespidae é composta por seis subfamílias viventes, dentre as quais está Polistinae, exclusivamente eusocial. Esta subfamília é uma das mais diversas, com cerca de 950 espécies, 25 gêneros e quatro tribos, das quais, três ocorrem no novo mundo: Polistini, Mischocyttarini e Epiponini. Mischocyttarus é o maior gênero de Polistinae, com cerca de 250 espécies. É o único gênero da tribo Mischocyttarini e tem distribuição predominantemente neotropical. Desde a descrição, Mischocyttarus passou por várias modificações, com realocações de espécies de outros gêneros e entre os seus subgêneros. Atualmente, o gênero tem onze subgêneros, segundo a hipótese filogenética aceita mais recente, a qual utilizou dados morfológicos. Este trabalho teve como objetivo realizar uma filogenia do gênero Mischocyttarus utilizando dados morfológicos e moleculares. Além disso, foi feita uma revisão taxonômica do subgênero Megacanthopus Ducke de Mischocyttarus. Os procedimentos de extração, amplificação e sequenciamento foram realizados no Laboratório de Biologia Molecular do Museu Paraense Emílio Goeldi, de acordo com os protocolos estipulados. Além das sequências obtidas com a extração, também foram utilizadas sequências de DNA de espécies do gênero Mischocyttarus disponíveis no GenBank. Foram isolados, por meio de PCR, fragmentos de seis genes mitocondriais e nucleares: Citocromo Oxidase, subunidade I (COI), subunidades 16S e 28S do RNA ribossomal. As reconstruções filogenéticas foram realizadas por meio dos métodos de máxima parcimônia (TNT), máxima verossimilhança (RAxML) e Inferência Bayesiana (MrBayes). A definição de partições e escolha dos modelos evolutivos se deram por meio do programa PartitionFinder. O suporte para os clados dentro das árvores foi feito utilizando Symmetric Resample e probabilidade posterior. A monofilia de Mischocyttarus foi corroborada por todas as árvores geradas. Dos nove subgêneros representados por mais de uma espécie, quatro tiveram sua monofilia recuperada por todas as análises e na maioria delas, são recuperados seis subgêneros (Clypeopolybia, Mischocyttarus s. str., Monogynoecus, Kappa, Megacanthopus e Phy. Os subgêneros Artifex, Haplometrobius e Omega tiveram sua monofilia refutada em todas as árvores. O subgênero Megacanthopus foi recuperado em todas as hipóteses gerdadas, tanto aquelas utilizando somente dados moleculares quando aquelas utilizando dados combinados. E a relação entre as espécies deste subgênero foi surpreendente, uma vez que não teve um compartilhamento de caracteres morfológicos evidente entre os grupos formados. Foram feiras redescrições e diagnoses das dez espécies de Megacanthopus, Além da descrição de cinco novas espécies, sendo quatro delas provenientes da Amazônia. Também foi feita uma chave de identificação dicotômica e mapa de distribuição para todas essas espécies.

  • REYSANE DE ALENCAR SOUSA
  • A RELAÇÃO ENTRE FELINOS SILVESTRES E RIBEIRINHOS NA TERRA DO MEIO, VALE DO XINGU, PARÁ

  • Data: 30/03/2019
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  • O presente trabalho teve como objetivo levantar dados sobre a caça de Panthera onca, Puma concolor, Leopardus pardalis, bem como avaliar a influência de algumas variáveis bióticas e antrópicas que influenciam a presença de felinos silvestres e outros mamíferos de médio e grande porte. O trabalho foi realizado nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Rio Iriri e Riozinho do Anfrisio, junto com outras UCs e Terras Indígenas (TIs), formam o Mosaico de conservação da natureza da Terra do Meio (TDM). No primeiro capítulo, caracterizamos a caça das três espécies de felinos que ocorrem em ambas as reservas: P. onca, P. concolor, L. pardalis, quantificamos os ataques as pessoas e uma estimativa do número de animais abatidos, por espécie e por reserva é apresentada. Para o levantamento de dados em campo sobre os abates foi realizado entre maio 2017 a agosto 2018 em um total de cinco campanhas através de aplicações de questionários por populações ribeirinhas. As entrevistas foram realizadas através de conversas informais e, posteriormente, com questionários semiestruturados Nossos resultados mostram que em médias são abatidos por ano 32 felinos silvestres (18 P. onca, 8 P. concolor, 6 L. pardalis) na Resex Rio Iriri e 22 na Resex Riozinho do Anfrisio (12 P. onca, 13 P. concolor, 7 L. pardalis). Praticamente todos os abates de felinos foram praticados de forma oportunista, tanto na RESEX Rio Iriri quanto na Riozinho do Anfrisio, apenas dois eventos foram descritos como intencionais, ambos para P. onca na Resex Rio Iriri e na Resex Riozinho do Anfrisio, apenas dois casos foram descritos como intencionais, onde foram abatidos L. pardalis. Foram mencionados 30 casos de ataque de onças a pessoas, dois deles fatais (com testemunho de quem encontrou os cadáveres), P. onca foi responsável por 20 ataques, P. concolor por 5 ataques e em 5 ataques os entrevistados não souberam informar a espécie. Os principais motivos para abater felinos em ambas as RESEX foram os ataques a cães, risco de ataque as pessoas, predação a criações domésticas, e a proximidade às comunidades. No segundo capítulo, avaliamos avaliar a influência de algumas variáveis bióticas e antrópicas que influenciam a presença de felinos silvestres e outros mamíferos de médio e grande porte, tendo como base registros indiretos (rastros e vestígios) e conhecimento ecológico tradicional local. Para a obtenção dos dados referentes a presença e ausência das espécies alvos foi utilizado a busca direta por rastros e vestígios em praias ao longo do Rio Iriri. Verificamos que a variável presença de vestígios humanos foi a variável mais importante explicando a presença/ausência dos mamíferos nas praias ao longo do Rio Iriri. A variável presença de vestígios humanos se mostrou importante para cinco espécies, sendo que Hydrochoerus hydrochaeris, Leopardus wiedii, Leopardus pardalis, Tapirus terrestris responderam positivamente à presença humana, enquanto Panthera onca foi negativamente influenciada por esta variável. A presença de duas espécies é melhor explicada pela proporção de cobertura vegetal (P. onca e P. concolor), na qual a covariável influencia negativamente a presença dessas espécies nas praias. As presenças de P. onca, T. terrestris mostraram relação significativa com o comprimento das praias. A probabilidade de encontrar rastros e vestígios de P. onca e T. terrestres tendem a aumentar em praias maiores. Não houve relação significativa entre a densidade populacional humana e a presença das espécies registradas neste estudo.

  • CLAUDIA CRISTINA MONTEIRO CASTELO BRANCO XAVIER
  • REVISÃO TAXONÔMICA DO GÊNERO Tupirinna BONALDO, 2000 (ARANEAE: CORINNIDAE: CORINNINAE)

  • Data: 01/03/2019
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  • O gênero neotropical Tupirinna Bonaldo, 2000 é revisado, incluindo 20 espécies. Todas as três espécies previamente descritas atualmente no gênero são rediagnosticadas e novos registros de T. rosae (Bonaldo, 2000) do Pará, Brasil são fornecidos. T. albofasciata (Mello-Leitão, 1943) é aqui redescrita com base no lectótipo fêmea, aqui designado. As seguintes 17 novas espécies são descritas, diagnosticadas e ilustradas: T. evanesca sp. nov. (macho e fêmea do Pará, Brasil); T. zebra sp. nov. (macho e fêmea do Amazonas e Mato Grosso, Brasil); T. caraca sp. nov. (macho e fêmea do Sul e Sudeste do Brasil); T. urucu sp. nov. (macho do Amazonas, Brasil); T. coari sp. nov. (macho e fêmea do Amazonas, Brasil); T. lata sp. nov. (macho e fêmea dos estados da Bahia, Espirito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, Brasil); T. regiae sp. nov. (macho e fêmea do Amazonas e Pará, Brasil); T. mutum sp. nov. (macho e fêmea do Pará e Mato Grosso, Brasil); T. cruzes sp. nov. (macho e fêmea do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, Brasil); T. palmares sp. nov. (macho e fêmea do Nordeste do Brasil); T. una sp. nov. (macho e fêmea da Bahia, Brasil); T. gigantea sp. nov. (macho e fêmea de Vaupés, Colômbia e Huanuco, Peru); T. oba sp. nov. (fêmea da Bahia, Brasil); T. goeldi sp. nov. (fêmea do Pará, Brasil); T. ibiapaba sp. nov. (macho e fêmea do Ceará, Brasil); T. luctuosa sp. nov. (fêmea de Minas Gerais, Brasil) e T. araguaia sp. nov. (macho e fêmea do Pará, Brasil). Além disso, mapas de distribuição e uma chave de identificação para machos e fêmeas de todas as espécies de Tupirinna são fornecidos.

  • YURI WILLKENS DE OLIVEIRA COSTA
  • Taxonomia integrativa de nematódeos do gênero Oswaldocruzia (Trichostrongyloidea: Molineidae) da Amazônia oriental

  • Data: 01/03/2019
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  • O Brasil é um país de rica diversidade biológica. Entretanto, para grandes taxa como o Filo Nemata, não há inventários suficientemente abrangentes e muitos obstáculos como o ‘impedimento taxonômico’ dificultam seu estudo. Dentre os nematódeos parasitos de anfíbios e répteis, destaca-se o gênero Oswaldocruzia, representado por cerca de 90 espécies distribuídas mundialmente, das quais 43 ocorrem na região Neotropical. As espécies de Oswaldocruzia são caracterizadas principalmente pela morfologia espicular dos machos e são divididas em cinco grupos biogeográficos (Oriental-Etíope, Neo-etíope, Holártico, Neotropical Caribenho e Neotropical Continental) e, também, em três tipos morfológicos de bolsa copuladora (tipos I, II e III). Porém, a ausência de chaves de identificação atualizadas e de dados moleculares dificulta a sistemática do gênero. Assim, este estudo teve como objetivo, a realização da taxonomia integrada de nove espécies de Oswaldocruzia parasitos de anfíbios e répteis da Amazônia Oriental. Foram utilizados espécimes provenientes de nove espécies de anfíbios e répteis hospedeiros oriundos de coletas realizadas nos municípios de Melgaço (Flona Caxiuanã), Salvaterra (Praia Grande) e Belém (ICB - UFPA) no estado do Pará. Os hospedeiros foram necropsiados e os helmintos foram encontrados foram limpos, fixados e armazenados em etanol 70%. Para o estudo morfológico e morfométrico, os espécimes foram destinados à observação por microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. Para o estudo molecular, realizamos a extração, amplificação e sequenciamento da região codificadora da enzima COI do DNA mitocondrial. As sequências resultantes foram alinhadas e comparadas com dez sequências disponíveis publicamente no GenBank e duas reconstruções filogenéticas foram realizadas para observar as relações de parentesco, uma sob o critério de Máxima Verossimilhança e outra por Inferência Bayesiana. Como resultados, identificamos Oswaldocruzia belenensis, Oswaldocruzia chabaudi, Oswaldocruzia chambrieri, Oswaldocruzia lanfrediae, Oswaldocruzia vitti, Oswaldocruzia sp. nov. 1 e Oswaldocruzia sp. nov. 2. O alinhamento e comparação dos níveis de divergência demonstraram diferenças significativas entre as novas sequências obtidas e as sequências disponíveis publicamente no GenBank. Ambas as reconstruções filogenéticas demonstraram dois clados principais, um incluindo as sequências do México e outro clado geneticamente distinto da Amazônia, destacando a ocorrência de O. chabaudi em B. wavrini e B. geographica, da relação próxima entre as sequências de parasitos de Bufonidae e novas registros de hospedeiros e localidadespara O. chambrieri e O. belenensis.

  • RAYANE SALES GOMES
  • MORFOLOGIA COMPARADA DAS MANDÍBULAS DE FÊMEAS DE VESPAS CHRYSIDIDAE (HYMENOPTERA)

  • Data: 01/03/2019
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  • A família Chrysididae possui mais de 3.000 espécies descritas divididas em quatro subfamílias, definidas por modificações do metassoma: Cleptinae, Amiseginae, Chrysidinae e Loboscelidiinae. Essas vespas são conhecidas por seu brilho metálico e por seu comportamento parasítico, em que pode ou não levar seu hospedeiro a morte. Estudos mais detalhados sobre estruturas corporais dos crisidídeos são mais comumente encontradas relatando as modificações do metassoma. Com isso, outros caracteres são estudados de forma mais superficiais e acarreta em informações escassas ou inexistentes. Com o intuito de contribuir com futuros estudos de relações filogenéticas do grupo, o objetivo principal do trabalho é comparar as mandíbulas de fêmeas em vespas de Chrysididae, refinando o conhecimento da morfologia funcional do grupo através de uma abordagem sistemática. Foram analisadas mandíbulas de 38 espécies de Chrysididae, sendo estas das subfamílias: Amiseginae, Cleptinae e Chrysidinae (30 espécies neotropicais e 8 paleárticas); e duas espécies de Bethylidae como grupo externo. Para isso a mandíbula foi retirada da cápsula cefálica e acondicionadas em álcool 70%. Foram realizadas medidas nas peças, produção dos desenhos através da câmara clara acoplada a estereomicroscópio, e as descrições das mesmas para a construção de uma lista de caracteres e matriz de dados morfológicos. Foi realizada a inferência filogenética através da otimização dos caracteres obtidos, pelo método de parcimônia, na filogenia com topologia modificada para incluir apenas os táxons de estudo. Análises morfométricas indicam que a mandíbula tem uma orrelação positiva relativamente forte em relação ao tamanho do corpo. Através da otimização dos caracteres mandibulares foi possível inferir os estados ancestrais em cada clado e avaliar a evolução dos mesmos. Analisando a frequência dos índices de consistência dos caracteres morfológicos mandibulares na árvore adotada, constatou-se que os caracteres são pouco informativos. E através de uma busca, utilizando apenas os caracteres morfológicos mandibulares, foi obtida uma árvore de consenso de 5.686 árvores, e, comparada com a árvore de estudo, apenas Amiseginae foi recuperada como grupo monofilético, sugerindo que apenas os caracteres mandibulares não são suficientes para propor hipóteses de relacionamento. Algumas considerações sobre a relação morfológica e hábitos biológicos dos crisídideos puderam ser observados.

  • MATHEUS DE ALMEIDA CARVALHO
  • Filogeografia de Attila bolivianus Lafresnaye, 1848 (Passeriformes: Tyrannidae)

  • Data: 01/03/2019
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  • A Amazônia atual é resultado de eventos geológicos ocorridos na formação da bacia hidrográfica, originando os diferentes tipos de florestas encontrados no bioma. Dentre estes, as florestas alagáveis destacam-se como um ambiente único, cobrindo uma parte significante do bioma. As alterações geológicas refletiram, também, no processo evolutivo da fauna amazônica. A hipótese de que os rios atuam como barreira para o fluxo gênico entre populações foi formulada a fim de explicar as diferenças entre as faunas encontradas em cada interflúvio. Esse padrão foi encontrado para aves que habitam áreas de terra firme. Entretanto, para aves de florestas alagáveis, foi registrada baixa estruturação genética para espécies que habitam estratos superiores dessas florestas, e recuperada forte estruturação para espécies de sub-bosque restritas à borda e ilhas fluviais associadas à várzea. Dentre as aves especialistas de várzea se inclui a espécie alvo deste estudo, Attila bolivianus (Tyrannidae), amplamente distribuída ao longo do estrato médio das matas alagáveis da Amazônia. Contudo, é eventualmente encontrada transitando entre dossel e sub-bosque, além de matas de borda e ilhas fluviais. Dessa forma, através de SNPs extraídos de Elementos Ultra-conservados e Éxons, este estudo visou 1) compreender o padrão de estruturação filogeográfica e populacional a espécie; 2) avaliar a correlação entre matrizes de distância genética e geográfica; 3) além de detectar evidência de expansão geográfica e populacional. Encontramos baixa estruturação para a espécie, entretanto, devido a evidência de expansão geográfica recente, detectamos o efeito de Isolamento por distância. Ademais, foi identificado o sinal de expansão demográfica que data do Holoceno, o que aponta uma relação com o aumento da humidade na Amazônia há 3000 anos.

  • LORENA SANCHES VIEIRA
  • REVISÃO TAXONÔMICA DO GÊNERO Microcharacidium BUCKUP, 1993 (OSTARIOPHYSI: CHARACIFORMES: CRENUCHIDAE)

  • Data: 28/02/2019
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  • O gênero Microcharacidium Buckup 1993 inclui atualmente três espécies consideradas miniaturas (senso Weitzman & Vari, 1988): Microcharacidium eleotrioides Géry, M. gnomus Buckup; e M. weitzmani Buckup. O gênero é amplamente distribuído na região Norte cis-andina da América do Sul, com grande representatividade na parte superior do Rio Orinoco, na grande bacia do Rio Amazonas, e nas bacias costeiras adjacentes que drenam os escudos da Guiana e do Brasil. O presente estudo objetivou revisar o gênero fazendo uso de 1.179 exemplares provenientes de coleções ictiológicas nacionais e internacionais. As três espécies validas para o gênero são redescritas e ilustradas. Oito espécies novas são descritas aumentando consideravelmente a diversidade antes subestimada em Microcharacidium.

  • RODRIGO LOZANO OSORIO
  • REGRAS DE MONTAGEM DE COMUNIDADES DE ANUROS NA AMAZÔNIA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS MARGENS E AS ILHAS DO RIO TAPAJÓS

  • Orientador : MARIA CRISTINA DOS SANTOS COSTA
  • Data: 28/02/2019
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  • No estudo de comunidades biológicas, há dois focos de pesquisa, um que centra dos padrões de distribuição de espécies, enquanto o outro nos processos que estruturam as comunidades. Esses processos estruturantes podem ser explicados pela hipótese da similaridade limitante, a qual propõe que há um limite no nível de similaridade das espécies para que elas consigam coexistir. Mas, há também a hipóteses dos filtros ambientais, onde as condições ambientais atuariam como um filtro que permitiria a ocorrência apenas de espécies com um estreito espectro de caracteres em comum. Conhecer os mecanismos que estruturam as comunidades biológicas é útil para entender como elas mantém a diversidade e como funcionam os ecossistemas ao longo do tempo. Portanto, o objetivo desse trabalho foi testar qual é a regra de montagem mais importante das comunidades de anuros em florestas naturais preservadas, comparar comunidades disjuntas das margens do rio, e em ambientes diferentes como ilhas e florestas contínuas do rio Tapajós, na Amazônia. Isso foi testado usando o tamanho do efeito padronizado (SES) dos índices de Riqueza Funcional (FRic) e Dispersão Funcional (FDis). Também foi testado o efeito das variáveis ambientais sobre os índices de diversidade funcional. As comunidades de anuros, apresentaram processos determinísticos na sua estruturação. Porém, existem processos estruturadores diferentes para as duas dimensões da diversidade funcional inclusas neste estudo. Para FRic foi mais importante os filtros ambientais, enquanto que para FDis foi a similaridade limitante. Assim, o espaço funcional das comunidades é determinado, principalmente, pelas possibilidades que dá o ambiente; enquanto que a propagação das espécies nesse espaço funcional, pelas interações competitivas das espécies. Mas, as ilhas apresentaram menor dominância da similaridade limitante porque, possivelmente, as condições ambientais são mais hostis para os anuros quando comparadas com as margens, tomando maior relevância. O ambiente influenciou o espaço funcional indistintamente em todos os tratamentos.

  • KLYSSIA STEFANNI FONSECA DOS SANTOS
  • Características histológicas da biologia reprodutiva dos machos de Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) (Serpente: Colubridae) da Amazônia Oriental Brasileira

  • Data: 28/02/2019
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  • Chironius fuscus é um Colubrídeo com distribuição relativamente ampla, podendo ser encontrada na maioria dos países da América do Sul. No Brasil habita toda a região amazônica e os estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Sua dieta é basicamente composta por anuros, principalmente e, também, de lagartos. Sua biologia reprodutiva é pouco conhecida, exceto por alguns trabalhos que abordam a fecundidade e o dimorfismo sexual. Para realização deste estudo analisamos espécimes machos provenientes de diversas localidades da Amazônia Oriental brasileira. Nossos resultados mostram que machos de Chironius fuscus apresentam um ciclo reprodutivo assazonal, ou seja, apresentam atividade testicular (espermatogênese) ao longo do ano, não se restringindo a uma determinada época. Verificamos estocagem de espermatozoides ao longo do ano, com o diâmetro do ducto deferente sendo constante durante todos meses do ano. Comprimento do rim, largura do rim e segmento sexual renal não apresentaram diferenças significativas. Os resultados aqui obtidos poderão servir como ferramenta para elucidar alguns aspectos reprodutivos de serpentes neotropicais, além de servirem como fonte de informações de caracteres histológicos e reprodutivos desse grupo de vertebrados.

  • LAIS DE NAZARE BARROS BARBOSA
  • ECOLOGIA REPRODUTIVA E TRÓFICA DE ERYTHROLAMPRUS TAENIOGASTER (SERPENTES: DIPSADIDAE), DA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA

  • Data: 28/02/2019
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  • Investigamos a ecologia reprodutiva de Erythrolamprus taeniogaster, a partir de análises macro e microscópicas, e trófica de 612 exemplares (207 machos, 289 fêmeas e outros 116 indivíduos com sexo não identificado) provenientes de várias localidades da Amazônia Oriental Brasileira, tombados na Coleção de Herpetologia do Museu Paraense Emílio Goeldi. Observamos diferenças relacionadas ao dimorfismo sexual, com fêmeas adultas sendo significativamente maiores que os machos adultos em todas as medidas do corpo e da cabeça, além de atingirem a maturidade sexual com maiores tamanhos corpóreos. O índice de dimorfismo sexual na espécie foi de 0,17. Não observamos correlação entre o tamanho das fêmeas e o número de folículos vitelogênicos secundários e ovos. Fêmeas colocam de um a nove ovos por ninhada e não apresentam ninhadas múltiplas. Observamos, nos machos, atividade testicular em todos os períodos do ano, com a espermiogênese sendo assazonal, além do segmento sexual renal também apresentar características de assazonalidade, o que caracteriza o seu ciclo reprodutivo como acíclico e assazonal. Para as fêmeas a prenhez e a parturição ocorreu ao longo do ano, caracterizando um ciclo reprodutivo descontínuo cíclico e assazonal. Observamos que E. taeniogaster apresenta uma dieta predominantemente piscívora (n= 38, 80%), sendo que as presas mais comuns encontradas foram os peixes Callichthys callichthys (n= 8; 12,5%) e Anablepsoides sp. (n= 8; 12,5%). Registramos, também, com pouca frequência, a ingestão de anfíbios anuros (n= 7, 20%). O sentido da ingestão predominante foi anteroposterior (76,6%). Observamos uma correlação positiva e significativa entre o comprimento rostro-cloacal (CRC) e o comprimento da cabeça das serpentes com o comprimento total das presas, assim como o CRC da serpente com a razão entre Comprimento Total e CRC, da mesma forma, sendo significativamente positiva. Serpentes de maior porte tenderam a ingerir presas também de maior porte, havendo exclusão de presas proporcionalmente pequenas pelas serpentes de maior porte. Também observamos que a espécie não apresenta variação ontogenética nem dimorfismo sexual em sua dieta. Fêmeas prenhes de E. taeniogaster não diminuem o consumo de alimentos durante seu período reprodutivo. Concluimos, a partir desses resultados, que Erythrolamprus taeniogaster é uma espécie que se reproduz ao longo do ano, piscívora generalista que forrageia ativamente durante o dia, capturando tanto presas inativas (atividade noturna) quanto presas ativas (atividade diurna).

  • HÍNGARA LEÃO SOUSA
  • Influência de diferentes práticas de uso da terra sobre a fauna de riachos amazônicos

  • Data: 27/02/2019
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  • Os distúrbios causados por atividades de uso da terra têm provocado uma série de efeitos negativos sobre a biodiversidade de riachos. Por isso, essa tese foi desenvolvida com o objetivo de contribuir com informações sobre os efeitos dessas práticas na biodiversidade de riachos na Amazônia. A tese está organizada em três capítulos. O primeiro consiste em uma revisão de trabalhos que estudaram os efeitos dos usos da terra sobre a fauna de riachos amazônicos nos últimos 25 anos, a fim de mostrar o atual cenário da pesquisa científica na região sobre o tema e mostrar como as assembleias desses ambientes têm respondido aos impactos. O segundo capítulo teve como objetivo avaliar os efeitos de três práticas de uso da terra (exploração madeireira manejada, exploração madeireira convencional e pastagem) em assembleias de peixes de riachos, considerando os impactos sobre a estruturação da comunidade e a especialização de habitat das espécies. Por fim, o objetivo do terceito capítulo foi avaliar a singularidade ecológica de assembleias de peixes nessas áreas, a fim de identificar os usos e espécies que mais contribuem para a diversidade beta da região. Como resultados gerais, foram encontrados 42 artigos na literatura avaliando os efeitos do uso da terra em comunidades de fauna de riachos na Amazônia, principalmente em áreas de exploração madeireira. Isso mostra que o conhecimento dos efeitos dessas práticas sobre comunidades de riachos na região ainda é bastante limitado. Além disso, foi possível observar que áreas exploradas por técnicas de impacto reduzido não causam efeitos significativos sobre os grupos taxonômicos avaliados. No segundo capítulo, foi encontrado maior impacto dos efeitos do uso da terra em riachos localizados em áreas de exploração convencional e pastagem, e nenhum efeito foi observado em áreas de exploração manejada. Além disso, especialistas e generalistas de habitat foram observadas em áreas de pastagem, mostrando que a resposta de ambas depende do nível de associação que elas têm com as características do ambiente alterado. Por fim, no terceiro capítulo, foi encontrada maior contribuição das áreas de pastagem para a diversidade beta, devido principalmente à grande variação observada em seus níveis de distúrbio. Além disso, tanto especialistas quanto generalistas contribuíram para os padrões de diversidade beta da área estudada. Concluindo, os resultados dessa tese mostraram que áreas alteradas podem causar efeitos particulares, fazendo com que comunidades de riachos apresentem respostas específicas aos distúrbios causados pelo uso da terra.

  • ANA PAULA DOS PRAZERES MACHADO
  • Avaliação do efeito de métodos de recuperação florestal sobre a fauna de mosquitos (Diptera:Culicidae) em áreas de pós mineração de bauxita na floresta amazônica, Pará, Brasil

  • Data: 26/02/2019
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  • A floresta amazônica tem sofrido grandes alterações na sua paisagem natural e consequente perda da biodiversidade local em decorrência da intensa exploração dos seus recursos naturais. A mineração tem sido uma das atividades que mais alteram o ambiente natural, como por exemplo, a extração de bauxita, minério de importância mundial no país. Frente a esta realidade, alguns métodos de recuperação florestal para áreas degradadas têm sido testados, dentre eles: plantação tradicional, regeneração natural e nucleação. Independentemente do método de recuperação é necessário avaliar o sucesso e eficiência das técnicas utilizadas, bem como a idade das áreas em recuperação. Diante disso, organismos bioindicadores têm sido utilizados como mecanismo de avaliação em processos de recuperação florestal. Entre eles, os dípteros da família Culicidae. Estes insetos são indicadores de alterações ambientais, pois determinadas espécies estão associadas a ambientes preservados e outras a alterados. Além disso, são vetores de agentes causadores de doenças ao homem e aos animais silvestres. Nesse sentido, objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes metodologias de recuperação florestal sobre a comunidade de culicídeos em áreas de pós mineração de bauxita na Amazônia brasileira. Foram avaliados três métodos de recuperação florestal (plantação tradicional-PT, regeneração natural-RN e nucleação-NU) com idades de implantação diferentes (um, três, cinco e sete anos) e áreas de floresta-FL. A área de estudo fica localizada em um sítio de extração mineral de bauxita, no município de Paragominas, Pará. As coletas de culídeos foram realizadas no período diurno e noturno, através de armadilhas de Puçá, Shannon e CDC. No total, foram coletados 1.186 espécimes de culicídeos distribuídos em 48 espécies. Os padrões de riqueza diferiram entre os tratamentos floresta e os de recuperação florestal RN7A, PT5A, PT3A, PT1A e NU1A (tukey.p =0,014). O ambiente FL apresentou uma riqueza significativamente maior que PT, RN e NU. Todavia, não houve diferença significativa na abundância de mosquitos entre os tratamentos. Porém a comparação dos tipos de ambientes mostrou que RN obteve uma abundância significativamente maior que PT. O tempo de implantação dos métodos de recuperação não afetou os padrões de riqueza (ANOVA F= 1.819; p= 0,176) e abundância de mosquitos (ANOVA F=0.71589, p=0,551). A composição de espécies das áreas de FL foi diferente das áreas de PT (FL vs PT : p= 0,009), RN (FL vs RN : p= 0,041), e NU (FL vs NU : p= 0,023).E a variabilidade ambiental foi diferente entre as áreas de florestas e as áreas em recuperação florestal (p<0,05), sendo similar apenas com PT7A. Conclui-se que os padrões de riqueza e composição de culicídeos foram diferentes entre FL e os métodos de recuperação florestal de PT, RN e NU. Entretanto a abundância de culicídeos não diferiu entre eles. O método de PT foi o mais eficiente na recuperação de áreas degradadas. E os culicídeos funcionam como bons indicadores para o monitoramento de áreas em recuperação florestal.

  • CARINA KAORY SASAHARA DE PAIVA
  • EFEITO DO GRADIENTE ANTRÓPICO SOBRE A HETEROGENEIDADE AMBIENTAL DOS RIACHOS E NA SINGULARIDADE TAXONÔMICA DE INSETOS AQUÁTICOS

  • Data: 15/02/2019
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  • A diversidade beta tem sido utilizada para avaliar os padrões das comunidades de organismos aquáticos e é influenciada principalmente pela diminuição na heterogeneidade ambiental entre os riachos decorrente das atividades antrópicas. A variação total da comunidade (BD Total) pode ser particionada em contribuição dos locais (LCBD) e das espécies (SCBD) que são importantes para compreender os padrões e fatores que influenciam a BD Total em ambientes naturais e modificados por atividades antrópicas. Nesse contexto, nosso objetivo foi avaliar o efeito do gradiente antrópico na heterogeneidade ambiental entre os riachos e na diversidade β de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT), testando as seguintes hipóteses: i) maior intensidade antrópica diminui a heterogeneidade ambiental entre os riachos; ii) a LCBD de EPT é menor nos riachos com maior intensidade antrópica e, iii) os gêneros de EPT mais tolerantes estão relacionados a riachos com maior intensidade antrópica. Para testar nossas hipóteses, nós amostramos 48 riachos inseridos em uma paisagem modificada por distintas atividades antrópicas que foram quantificadas por meio da classificação do Uso e Cobertura do solo na drenagem do riacho e das características ambientais mensuradas em cada riacho. Encontramos que os riachos com maior intensidade antrópica tiveram maior heterogeneidade ambiental e diversidade beta (LCBD) de EPT. Além disso, os gêneros mais tolerantes de EPT ocorreram em vários habitats, desde locais sem alteração ambiental até locais mais modificados por atividades antrópicas. A maior heterogeneidade ambiental em riachos mais modificados por atividades antrópicas pode ser oriunda das distintas formas com que os recursos naturais foram explorados na paisagem ao entorno dos riachos, pois cada paisagem foi modificada de maneira distinta pelos proprietários, o que pode ter acarretado na variação ambiental entre os riachos. Por outro lado, esse acréscimo na heterogeneidade em riachos mais modificados por atividades antrópicas pode ter propiciado maior diversidade beta (LCBD) de EPT nesses locais, sendo essa constituída principalmente por gêneros mais tolerantes. Os gêneros tolerantes de EPT encontrados nesse estudo estão amplamente distribuídos nos riachos, sugerindo que estes indivíduos apresentam requisitos e adaptações variados para persistirem nesses locais. Nossos resultados demonstram que a intensidade de atividades antrópicas modifica as características ambientais dos riachos e influenciam as comunidades de EPT. Dessa forma, enfatizamos a necessidade de instaurar estratégias que conservem a estrutura do riacho (ex. vegetação ripária) e dessa forma a diversidade de insetos aquáticos na Amazônia. Além disso, também ressaltamos a importância em se utilizar a LCBD e SCBD, como medidas complementares para o monitoramento biológico nos riachos, pois estas contribuem para uma melhor compreensão acerca da estruturação das comunidades de insetos aquáticos.

2018
Descrição
  • MAYRA CAROLINY DE OLIVEIRA SANTOS
  • Atributos funcionais como características distintivas de comunidades: O que diferencia anuros do Cerrado e da Caatinga?

  • Data: 30/12/2018
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  • As condições ambientais influenciam a distribuição de organismos e modificam as características funcionais. Essas características podem ser morfológicas, comportamentais e fisiológicas que apresentem uma função. Avaliamos a diversidade taxonômica e funcional de anuros em ambientes de Cerrado e Caatinga no Piauí, Brasil. Os anuros foram coletados no município de Floriano, em área de Cerrado com fitofisionomia de cerradão e no município de Alvorada do Gurguéia, na Caatinga com fitofisionomia de caatinga arbórea. O método utilizado foi busca ativa e auditiva entre janeiro e abril de 2018. Foram estabelecidas seis parcelas, com no mínimo 500 metros de distância entre elas em cada localidade. A composição das espécies foi verificada pela análise de PCoA e PERMANOVA. Para diversidade funcional foi usado a entropia quadrática de Rao. A RLQ e o método fourth-corner relacionaram os atributos com às características ambientais. Os resultados mostraram separação e diferença na composição das espécies de acordo com as diferentes áreas. As fitofisionomias de Cerrado e Caatinga apresentaram diferenças nos valores de diversidade funcional dos anuros. A área de Cerrado teve relação com a temperatura e precipitação e a área de Caatinga com a serrapilheira. A composição de anuros foi influenciada por variáveis ambientais e não teve significância sobre a composição de atributos funcionais. Assim, a composição foi influenciada pelo ambiente e as distinções entre as fitofisionomias como período chuvoso e quantidade de microhabitats foram importantes para as diferenças nos atributos funcionais de espécies de anuros e por consequência na diversidade funcional.

  • THIAGO PEREIRA MENDES
  • “Efeitos do uso da terra sobre a estrutura do habitat, diversidade e baixos níveis de organização biológica em macroinvertebrados aquáticos".

  • Data: 17/12/2018
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  • O cultivo de oil palm (Elaeis guineensis Jacq) na região amazônica foi expandido nas últimas décadas. Assim, tornam-se cada vez mais necessárias pesquisas que avaliem o efeito que esta monocultura pode provocar na diversidade e dinâmica das espécies. Para avaliar tal afirmação, a tese foi dividida em três capítulos com o intuito de verificar as seguintes hipóteses: 1) O plantio de oil palm pode provocar alterações das variáveis abióticas em áreas de plantio de oil palm e influenciar a diversidade alfa e beta de larvas de Odonata. 2) Alterações dos fatores abióticos em áreas de oil palm podem acarretar na perda de diversidade morfológica de larvas de Odonata. 3) Os táxons Campylocia anceps (Ordem: Ephemeroptera), Cylindrostethus palmaris (Ordem: Hemiptera) e Mnesarete aenea (Ordem: Odonata), são capazes de induzir maiores respostas de detoxificação através da análise da atividade da Glutationa S-transferase (GST) em áreas de oil palm. Para corroborar tais hipóteses, foram amostrados 29 riachos, situados entre áreas de plantio de oil palm e floresta. Os riachos amostrados estão localizados em uma das regiões mais afetadas pelo desmatamento na Amazônia, no Nordeste do Estado do Pará, na região biogeográfica denominada Centro de Endemismo Belém. De acordo com os resultados, a diversidade alfa de larvas de Odonata foi maior em áreas de oil palm e a beta diversidade foi estruturada principalmente por turnover para Zygoptera, enquanto o mesmo efeito não foi observado para Anisoptera. As assembleias de larvas de Odonata são influenciadas pelo habitat físico, e mudanças na paisagem também podem afetar a diversidade beta através de maiores limitações de dispersão. Verificamos que através do uso das medidas morfológicas de larvas de Odonata, torna-se possível gerar índices que expressem a dinâmica das larvas de Odonata com o ambiente aquático. Por exemplo, nossos resultados indicaram que a porcentagem de trechos de piscinas formadas por fluxo lêntico influencia positivamente organismos com maiores comprimentos de fêmur. Verificamos que a espécie M. aenea desempenhou maiores atividades de GST em áreas de oil palm, onde ambientes de palma demonstraram ter uma maior variação da temperatura em relação aos ambientes de floresta. Os outros táxons não demonstraram diferença em suas atividades de GST entre as áreas de oil palm e floresta. Entretanto, o resultado da indução de GST obtido para M. aenea demonstra a sensibilidade deste organismo a alterações antrópicas, podendo ser utilizado como um bom biomonitor de alterações no ambiente. Este estudo possibilitou verificar os efeitos gerados pelo plantio de oil palm sobre a diversidade de larvas de Odonata principalmente para a subordem Zygoptera, e maiores níveis de indução da GST nos adultos de M. aenea presentes nos ambientes de plantio de oil palm.

  • CAROLINE COSTA DE SOUZA
  • REVISÃO TAXONÔMICA E ANÁLISE FILOGENÉTICA DAS ESPÉCIES DE Retrocitomyia LOPES, 1983 (DIPTERA: SARCOPHAGIDAE)

  • Data: 17/12/2018
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  • Retrocitomyia Lopes, 1983 é um gênero neotropical de moscas de tamanho médio (5-11 mm), caracterizadas principalmente pelo pós-gonito curvado lateralmente com um ápice pontiagudo. Este gênero possui 10 espécies válidas na qual a biologia é pouco conhecida. A revisão taxonômica desse gênero resultou em 11 espécies, sendo uma espécie nova, Retrocitomyia silveirai sp. n. Todas as espécies foram redescritas e ilustradas. Mapas de distribuição e uma atualização da chave de identificação para machos foi apresentada. Além disso, foi proposta uma hipótese de relação filogenética para o gênero baseado em 19 caracteres da morfologia externa dos machos adultos, principalmente da terminália. A análise contém 14 táxons terminais, sendo 11 ingroup e três outgroups. A monofilia de Retrocitomyia foi recuperada sustentada por quatro autapomofias: (1) braço posterior do esternito 5 longo, (2) esternito 5 com lobo mediano arredondado, (3) lobo mediano do esternito 5 protuberante, (4) cerco com concavidade dorsal. O resultado da análise filogenética mostrou uma politomia basal incluindo a espécie-tipo (R. retrocita) e R. mizuguchiana, R. silveirai sp. nov., R. adolenda, e R. fluminensis. Além disso, a análise recuperou um clado (Clado A) formado por (R. andina, (R. mexicana + R. trinitatensis), (R. sisbiota + (R. urumajoensis + R. paraguayensis)).

  • MARIA THAYANE DA SILVA MENDONÇA
  • ANÁLISE CLADÍSTICA DE EDESSA (HYPOXYS) E DESCRIÇÃO DE UM GRUPO NOVO DE ESPÉCIES (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE).

  • Data: 10/12/2018
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  • O gênero Edessa possui muitos problemas taxonômicos e de nomenclatura, contudo fazer a revisão do gênero de uma vez só se torna inviável por conta do grande número de espécies (<600 espécies), por isso foi proposto fazer a revisão em pequenos grupos de espécies. O subgênero Hypoxys é um grupo monofilético, segundo a única análise filogenética existente, sendo apoiado por quatro sinapomorfias. Esse subgênero de Edessa possui 17 espécies descritas e mais de 40 espécies novas para a ciência, segundo uma revisão ainda não publicada. Assim, este trabalho tem como objetivo propor um grupo de espécies dentro de Hypoxys, descrever 15 espécies novas, e fazer uma chave de identificação para elas, bem como, refazer a análise cladística de Hypoxys. Com isso, pretende-se reavaliar a monofilia de Hypoxys e suas relações internas com a inclusão de mais espécies e de novos caracteres. Foram analisados 35 exemplares provenientes de instituições nacionais e estrangeiras, e coleções particulares. Estes exemplares foram descritos, medidos e fotografados. Para a análise cladística foi feita uma matriz de dados com 35 táxons e 39 caracteres no programa Mesquite, a matriz foi rodada no programa TNT e o cladograma foi editado no programa WinClada. A máxima parcimônia foi usada para rodar a análise cladística. Foi utilizado à pesagem implícita
    (k=2 à k=6) para diminuir o número de árvores finais. Para verificar os valores dos índices de suporte dos clados foi utilizado o suporte de bremer relativo, e o método symmetric resampling. A análise sem pesagem implícita resultou em 73 árvores com 78 passos, índice de consistência 57 e índice de retenção 89. Para a análise com pesagem implícita (k=2 à k=6) foram encontradas 37 árvores com 76 passos, índice de consistência 59 e retenção 90. A topologia das árvores com e sem pesagem foi semelhante. Essas árvores mostraram suporte alto para Hypoxys e o grupo-alvo, tanto no bremer relativo, quanto no symmetric resampling. Os resultados corroboram o clado Hypoxys como monofilético, este sendo formado por três grandes grupos, que compartilham três sinapomorfias. O grupo-alvo deste trabalho também é monofilético, sendo suportado por 7 sinapomorfias e 3 homoplasias sinapomórficas. Esse grupo é facilmente diagnosticado por: faixa na região posterior do pronoto hialina, marrom, se estendendo até a margem posterior do pronoto. Conexivo sem mancha. Dois pares de manchas circulares e escuras na parte ventral do tórax envoltas por um anel esverdeado. Região ventral uniformente verde com uma coloração amarelada central no abdômen. Manchas escuras e circulares junto às pseudosuturas. Presença de uma aba na região ventro-lateral do proctiger. Expansões do bordo ventral túmidas. Margem posterior dos gonocoxitos 8 projetada posteriormente.

  • MARIA THAYANE DA SILVA MENDONÇA
  • ANÁLISE CLADÍSTICA DE EDESSA (HYPOXYS) E DESCRIÇÃO DE UM GRUPO NOVO DE ESPÉCIES (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE).

  • Data: 10/12/2018
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  • O gênero Edessa possui muitos problemas taxonômicos e de nomenclatura, contudo fazer a revisão do gênero de uma vez só se torna inviável por conta do grande número de espécies (<600 espécies), por isso foi proposto fazer a revisão em pequenos grupos de espécies. O subgênero Hypoxys é um grupo monofilético, segundo a única análise filogenética existente, sendo apoiado por quatro sinapomorfias. Esse subgênero de Edessa possui 17 espécies descritas e mais de 40 espécies novas para a ciência, segundo uma revisão ainda não publicada. Assim, este trabalho tem como objetivo propor um grupo de espécies dentro de Hypoxys, descrever 15 espécies novas, e fazer uma chave de identificação para elas, bem como, refazer a análise cladística de Hypoxys. Com isso, pretende-se reavaliar a monofilia de Hypoxys e suas relações internas com a inclusão de mais espécies e de novos caracteres. Foram analisados 35 exemplares provenientes de instituições nacionais e estrangeiras, e coleções particulares. Estes exemplares foram descritos, medidos e fotografados. Para a análise cladística foi feita uma matriz de dados com 35 táxons e 39 caracteres no programa Mesquite, a matriz foi rodada no programa TNT e o cladograma foi editado no programa WinClada. A máxima parcimônia foi usada para rodar a análise cladística. Foi utilizado à pesagem implícita
    (k=2 à k=6) para diminuir o número de árvores finais. Para verificar os valores dos índices de suporte dos clados foi utilizado o suporte de bremer relativo, e o método symmetric resampling. A análise sem pesagem implícita resultou em 73 árvores com 78 passos, índice de consistência 57 e índice de retenção 89. Para a análise com pesagem implícita (k=2 à k=6) foram encontradas 37 árvores com 76 passos, índice de consistência 59 e retenção 90. A topologia das árvores com e sem pesagem foi semelhante. Essas árvores mostraram suporte alto para Hypoxys e o grupo-alvo, tanto no bremer relativo, quanto no symmetric resampling. Os resultados corroboram o clado Hypoxys como monofilético, este sendo formado por três grandes grupos, que compartilham três sinapomorfias. O grupo-alvo deste trabalho também é monofilético, sendo suportado por 7 sinapomorfias e 3 homoplasias sinapomórficas. Esse grupo é facilmente diagnosticado por: faixa na região posterior do pronoto hialina, marrom, se estendendo até a margem posterior do pronoto. Conexivo sem mancha. Dois pares de manchas circulares e escuras na parte ventral do tórax envoltas por um anel esverdeado. Região ventral uniformente verde com uma coloração amarelada central no abdômen. Manchas escuras e circulares junto às pseudosuturas. Presença de uma aba na região ventro-lateral do proctiger. Expansões do bordo ventral túmidas. Margem posterior dos gonocoxitos 8 projetada posteriormente.

  • JACQUELINE ALMEIDA DA SILVA
  • Efeito da paisagem sobre a diversidade de vertebrados terrestres em fragmentos florestais na Amazônia Oriental

  • Data: 05/12/2018
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  • Contexto: O avanço das atividades antrópicas sobre a fronteira amazônica tem provocado um intenso processo de fragmentação florestal que reduz a biodiversidade e submete as espécies a uma situação de alta vulnerabilidade. Objetivos: Testar em múltiplas escalas espaciais a relação do tamanho do fragmento, isolamento e caracterização da matriz de fragmentos florestais, sobre a riqueza de anfíbios da ordem Anura, répteis da ordem Squamata e mamíferos de pequeno, médio e grande porte. Métodos: O estudo foi realizado em 12 fragmentos no nordeste da Amazônia. O tamanho do fragmento foi calculado em hectares, o isolamento em ENN_MN (média da distância euclidiana dos vizinhos mais próximos) e a matriz foi organizada em categorias. Essas métricas de paisagem foram consideradas como variáveis explicativas e calculadas em três escalas espaciais: 1, 2 e 3 km. Avaliamos a relação das métricas com a riqueza de vertebrados terrestres através de regressões múltiplas com seleção de modelos. Resultados: Registramos 130 espécies de vertebrados terrestres. Não houve efeito significativo do tamanho do fragmento nas escalas espaciais para nenhum grupo de espécies. O isolamento se mostrou significativo apenas na escala de 3 Km para o grupo de espécies de anfíbios e serpentes. A categoria de áreas abertas na matriz foi significativa nas três escalas espaciais para o grupo de espécies de lagartos e de mamíferos de médio e grande porte. Conclusões: A configuração da paisagem é extremamente importante no contexto de fragmentação, houve respostas diferentes dos grupos taxonômicos, possivelmente devido às diferenças quanto ao uso do habitat.

  • LEANDRO SCHLEMMER BRASIL
  • PADRÕES DE DIVERSIDADE E IMPLICAÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO DE ODONATA (INSECTA) EM IGARAPÉS AMAZÔNICOS

  • Data: 03/08/2018
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  • Conhecer os padrões de distribuição de espécies ao longo da paisagem e entender os mecanismos que os geram são perguntas extremamente relevantes, para que possamos avançar no conhecimento ecológico das comunidades biológicas. Essas questões supracitadas são essenciais para o gerenciamento e tomada de decisão sobre a conservação da biodiversidade, das condições ambientais e dos recursos ecossistêmicos. Nesta tese, utilizamos as comunidades de Zygoptera (Insecta: Odonata) de igarapés da  Amazônia brasileira para investigarmos seus padrões de diversidade alfa (capítulo 1), diversidade beta (capítulo 2), elementos que estruturavam suas metacomunidades (Capítulos 3) e para uma análise de priorização espacial para conservação da ordem estudada na Amazônia (Capítulo 4). Utilizamos preditoras ambientais, biogeográficas e espaciais para investigar os mecanismos estruturantes para a distribuição das comunidades alvos da tese. Analisando a diversidade alfa (Capítulo 1) as hipóteses de heterogeneidade ambiental (clima) e produtividade primária foram mais importantes para os padrões de riqueza de espécies de Zygoptera. Considerando a diversidade beta (Capítulo 2), o turnover foi o componente mais importante para a mudança na composição de espécies ao longo da paisagem, conjuntamente com a distância espacial entre os sítios e a região biogeográfica (áreas de endemismo) foram as preditoras mais importantes para os padrões de diversidade beta de Zygoptera. Analisando os padrões de metacomunidades (Capítulo 3) verificamos que em comunidades de igarapés ambientalmente preservadas o padrão é Clementsiano, mas em comunidades de igarapés ambientalmente alterados o padrão é alterado para aninhamento de comunidades, onde estes igarapés representariam subconjuntos dos locais mais preservados. No quarto capítulo evidenciamos que a distribuição espacial das unidades de conservação da Amazônia não as torna eficiente para conservar o habitat de grandes porções de diversidade beta de Odonata. Uma vez que as áreas prioritárias estão localizadas principalmente na região sul da Amazônia e a maior parte destas áreas já está desmatada, pois estão inseridas dentro do arco do desmatamento, em seguida, considerando apenas áreas florestadas, as áreas prioritárias deslocam-se para a faixa mais central da Amazônia. Apartir daí sugerimos a criação de novas unidades de conservação ou incentivos para atividades de baixo impacto nas regiões mais centrais, prioritárias e ainda florestadas, bem como, o incentivo para a restauração das áreas prioritárias já desmatadas. Uma possibilidade para isso, seria a implementação de programas que pagam por serviços ecossistêmicos, como créditos de carbono provenientes de reflorestamento, e / ou o desenvolvimento de atividades com menor impacto sobre a biodiversidade, como agrosilvicultura. Utilizando mais de 200 igarapés essa tese traz contribuições robustas para a compreensão dos padrões de diversidade de Zygoptera na Amazônia brasileira. Contribui consideravelmente para diminuir as lacunas wallaceanas e hutchisonianas de Zygoptera na Amazônia brasileira.

  • DORINNY LISBOA DE CARVALHO
  • As aves do Estado do Maranhão: Atualização do Conhecimento e Conservação em uma região de ecótono entre a floresta Amazônica e Cerrado

  • Data: 31/07/2018
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  • O estado do Maranhão localiza-se entre o leste da Amazônia e o norte do Cerrado, apresentando uma grande variedade de ambientes em sua área ecotonal. Devido a esta heterogeneidade ambiental, o Maranhão possui uma das mais ricas avifauna do Brasil. Contudo toda esta riqueza também está situada entre as províncias biogeográficas mais ameaçadas do mundo. Com o intuito de contribuir para o conhecimento e conservação da avifauna nesta região, este estudo teve como principais objetivos nos seguintes capítulos: 1) a revisão e atualização da lista de espécies de aves do maranhão, buscando identificar lacunas ainda existentes no Maranhão; 2) testar a efetividade do sistema de Áreas protegidas (APs) e Terras Indígenas (TIs) do Estado na proteção de espécies de aves ameaçadas e endêmicas, utilizando SDMs e; 3) avaliar os potenciais impactos das alterações climáticas na distribuição e conservação de 24 táxons de aves ameaçados que ocorrem no Estado, comparando as distribuições atuais e futuras previstas (2070) com o atual sistema de reservas, buscando identificar áreas potencialmente mais estáveis que podem servir como corredores de dispersão das espécies. No capítulo 1) registramos a ocorrência de 750 espécies de aves, distribuídas em 88 famílias e 30 ordens. Assim, adicionamos 114 espécies novas (95 residentes, 13 migratórias e 6 vagantes) à lista reportada 27 anos para a mesma região. No capítulo 2) observamos que táxons com distribuições mais amplos são potencialmente tão protegidos quanto os táxons com distribuições menores e APs maiores são mais eficientes que APs menores. No entanto, as APs do Cerrado são na sua maioria mal alocadas. Sugerimos seis áreas prioritárias para conservação de aves neotropicais e  destacamos a importância das terras indígenas na conservação da biodiversidade neotropical. No capítulo 3) nossos resultados indicaram que, embora os táxons ameaçados da Amazônia e do Cerrado estejam potencialmente protegidos, em ambos os cenários presente e futuro, a maioria dos táxons provavelmente apresentará declínios drásticos em seu tamanho e até mesmo a previsão de extinção global no futuro próximo. Destacamos a possibilidade de criação de um sistema de corredores de dispersão que interliguem APs nesta região, bem como a implementação de políticas públicas para manutenção e mitigação das áreas adjacentes a esses corredores, visando a conservação da riqueza e diversidade de espécies nessa região.

  • SARA MIRANDA ALMEIDA
  • Efeitos ecológicos e evolutivos nos padrões de diversidade de aves na Amazônia

  • Data: 30/07/2018
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  • Estudos abrangendo diversidade filogenética e funcional têm sido cada vez mais utilizados para explicar os padrões de diversidade e organização de assembleias biológicas, constituindo ferramentas complementares à abordagem tradicional de avaliação de diversidade taxonômica (p.ex. riqueza de espécies). O conhecimento biogeográfico também pode contribuir para o entendimento desses padrões, uma vez que a distribuição geográfica de diferentes taxa depende de processos históricos relacionados à dispersão e à especiação e, dessa forma influenciando a formação dos pools regionais de espécies. Nesta tese avaliamos a influência de processos históricos e de fatores ambientais sobre a diversidade de assembleias de aves amazônicas. Compilamos dados da composição de 80 assembleias de aves, 12 em savanas e 68 em florestas de terra firme, totalizando 878 espécies. No Capítulo 1 avaliamos a diversidade filogenética e funcional de aves Passeriformes considerando dois fatores: a história biogeográfica de cada subordem (Passeri e Tyranni) e o tipo de habitat (floresta e savana). Verificamos a importância dos distintos habitats para a manutenção da diversidade de aves uma vez que, embora as savanas amazônicas apresentem baixa riqueza de espécies quando comparadas às florestas, este habitat possui assembleias com combinações únicas de atributos funcionais e linhagens específicas. Os resultados encontrados nesse capítulo evidenciaram que a maior diversidade funcional de Passeri em ambos os habitats e a maior diversidade filogenética de Tyranni em floresta de terra firme está relacionada à história biogeográfica de cada subordem e de sua adaptação ao tipo de hábitat. No Capítulo 2 testamos a contribuição das regiões biogeográficas da Amazônia (i.e., áreas de endemismo) e de variáveis climáticas para a composição de espécies e para a estrutura filogenética de assembleias de aves do dossel e do sub-bosque. Hipotetizamos que deve haver maior diferença na composição de espécies entre os interflúvios para as assembleias do sub-bosque, que são compostas por espécies com menor capacidade de dispersão, do que para as aves do dossel. Nesse capítulo, encontramos que as assembleias do sub-bosque foram mais influenciadas pelas barreiras biogeográficas do que as do dossel, corroborando nossa hipótese. As variáveis climáticas foram importantes para explicar a diversidade de espécies e para estrutura filogenética de ambos os grupos de aves. Com os resultados gerados nessa tese concluo que a diversidade de aves na Amazônia é resultado de processos relacionados à história biogeográfica, das características ecológicas das espécies e das condições ambientais.

  • JONATHAS TEIXEIRA LISBOA CARVALHO
  • Revisão taxonômica e Análise Cladística do gênero Novamundoniscus Schultz, 1995 (Crustacea: Isopoda: Oniscidea) Belém,

  • Data: 02/07/2018
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  • O táxon Oniscidea (ordem Isopoda) foi criado por Latreille em 1802. A partir de Schmalfuss
    (1989), o monofiletismo de Oniscidea foi aceito, com base nos caracteres comuns a todos os
    Oniscidea. A família Dubioniscidae foi instituída por Schultz para incluir os gêneros
    Dubioniscus Vandel, 1963, Calycuoniscus Collinge, 1915 e Phalloniscus Budde-Lund, 1908,
    anteriormente alocados na família Bathytropidae, além do gênero Novamundoniscus Schultz,
    1995, criado para abrigar as espécies das Américas previamente incluídas em Phalloniscus.
    Schultz (1995) argumenta que as espécies pertencentes ao gênero Phalloniscus do novo mundo
    são, em muitos aspectos, diferentes da espécie-tipo e demais membros do gênero, encontradas,
    sobretudo, na Nova-Zelândia. Assim, baseado em caracteres compartilhados pelas espécies
    americanas, Schultz (1995) definiu Novamundoniscus. Seis espécies anteriormente
    classificadas em Phalloniscus foram transferidas para o novo gênero e N. vandeli (Lemos de
    Castro 1959) foi definida como a espécie-tipo. Mas, Schultz não transferiu todas as espécies
    de Phalloniscus do novo mundo para Novamundoniscus. Outras duas espécies foram descritas,
    N. gracilis Lopes & Araujo, 2003 e N. altamiranesis Campos-Filho, Araujo & Taiti, 2014.
    Lopes & Araujo (2003) também transferiram P. meridionalis para Novamundoniscus,
    totalizando nove espécies. No entanto, alguns Phalloniscus do novo mundo não foram
    realocados e precisam ser revisados. O presente estudo teve, por objetivo, testar a hipótese de
    monofiletismo do gênero, estabelecendo relações de parentesco entre seus integrantes, com
    base em dados morfológicos. Elaborar uma hipótese de relacionamento filogenético entre
    Novamundoniscus e os demais gêneros de Dubioniscidae. Revisar Novamundoniscus,
    redescrevendo espécies conhecidas e descrevendo eventuais espécies novas. Ao todo, 18
    espécies de Dubioniscus, Novamundoniscus e Phalloniscus foram analisadas e uma matriz com
    73 caracteres foi gerada. A árvore final revelou o monofiletismo de Dubioniscidae, mas a
    inclusão de terminais adicionais torna-se necessária para confirmar as relações entre as
    espécies que compõem Novamundoniscus, que se revelou um clado parafilético no presente
    estudo. Os resultados da analise filogenética aqui apresentada são considerados provisórios, e
    como tal, as implicações taxonômicas da topologia discutida não foram adotadas na revisão de
    Novamundoniscus. Contudo, as otimizações dos caracteres nesta topologia fornecem
    conclusões importantes para o entendimento da história evolutiva dos táxons analisados e a
    matriz de caracteres proporciona uma base sólida para a continuidade desta linha de pesquisa.

  • TIAGO EMANUEL COSTA FERREIRA DE SOUSA NEVES
  • Análise filogenética e padrões biogeográficos de três complexos de espécies de Aves Neotropicais da família Troglodytidae através da utilização de Elementos Ultra-Conservados (UCEs)

  • Data: 02/07/2018
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  • A impressionante biodiversidade presente nos Neotrópicos, em particular na Amazônia, tem suscitado o interesse dos pesquisadores desde as suas primeiras explorações científicas. Vários estudos têm revelado que, apesar dos esforços desenvolvidos, esta biodiversidade continua subestimada e que grande parte das linhagens dos organismos, atualmente existentes, são resultado de um complexo historial de eventos geomorfológicos e paleoclimáticos que moldaram a paisagem e, concomitantemente, os seus padrões biogeográficos durante o Terciário e Quaternário.
    Nos últimos anos, o desenvolvimento do Sequenciamento de Nova Geração veio possibilitar a utilização de milhares de loci nos estudos filogenéticos e filogeográficos. Em particular, o uso de Elementos Ultra-Conservados (UCEs) em Aves tem-se revelado especialmente útil para a recuperação das relações filogenéticas e revisões taxonómicas deste grupo. Neste estudo, foram usados UCEs para estudar três complexos de espécies, Cyphorhinus arada, Cantorchilus leucotis/longirostris/guarayanus e Pheugopedius coraya/genibarbis (Aves: Troglodytidae), que apresentam amplas distribuições geográficas na região Neotropical, em particular na América de Sul. Em particular, pretendeu-se investigar as relações filogenéticas e os mecanismos que estão na base da diversificação deste grupo de aves, procurando com isso entender os fatores responsáveis pelos padrões biogeográficos nos Neotrópicos e avaliar os níveis atuais de diversidade taxonómica.
    A aplicação de diferentes ferramentas de análise, incluindo métodos coalescentes multiespecíficos de delimitação e reconstrução de árvores de espécies, mostraram a existência de diversidade taxonómica não reconhecida e uma inadequabilidade da taxonomia atual para os três complexos de espécies. Com efeito, as ferramentas de delimitação de espécies com base em dados moleculares inferiram a existência de um número de espécies substancialmente superior ao reconhecido atualmente, indicando que muitas das linhagens subespecíficas parecem corresponder a um nível taxonómico superior. No seu conjunto, estes resultados mostram a necessidade de uma melhor integração entre diferentes tipos de dados para a uma revisão da taxonomia atual. Os resultados revelaram ainda que, à semelhança de outras espécies Neotropicais, a história biogeográfica foi influenciada por diferentes processos de diversificação que estão associados às profundas alterações paisagísticas que ocorreram durante o Quaternário.
    No geral, este estudo demonstrou a eficácia dos UCEs juntamente com métodos de análise coalescentes para a resolução de filogenias envolvendo rápidas e recentes radiações, devendo assim, ser encarado como uma ferramenta auxiliar para a tomadas de decisões ao nível taxonómico e consequentemente para a conservação da biodiversidade.

  • ERLANE JOSÉ RODRIGUES DA CUNHA
  • Padrões de distribuição de espécies de percevejos semi-aquáticos (Hemiptera: Gerromorpha): utilizando fatores ambientais e espaciais para determinar a estruturação das comunidades em riachos amazônicos

  • Data: 30/06/2018
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  • Os ecossistemas lóticos amazônicos são sistemas complexos e dinâmicos, com uma extensa variação espacial e ambiental entre eles. Entender como as espécies aquáticas estão distribuídas é essencial para pensar em planos ou projetos de conservação desse bioma, fazendo-se necessária a tentativa de elucidar como tais condições afetam a distribuição dos organismos em resposta à especificidade de habitat e dispersão das espécies sob diferentes escalas. Diante desse cenário, esta tese teve o objetivo geral de avaliar como os fatores ambientais e espaciais estruturam as comunidades de percevejos semiaquáticos (Hemiptera) em riachos amazônicos. Para isso, dividimos a tese em três capítulos. No primeiro, avaliamos os fatores determinantes da estruturação das metacomunidades, considerando fatores ambientais, estrutura espacial linear e fluvial dentro de uma bacia de drenagem. Observamos que o efeito do ambiente teve maior influência sobre a estrutura da metacomunidade e somente fatores relacionados a dispersão via fluvial foram importantes para esses organismos. Assim, em escala de bacia hidrográfica, a estrutura da metacomunidade foi estruturada principalmente por species sorting sendo que mass effects pode atuar sobre a dispersão em escalas menores dentro da rede hidrográfica. No segundo capítulo analisamos os padrões de metacomunidades de percevejos semiaquáticos entre diferentes áreas biogeográficas da região amazônica. Em escala biogeográfica, encontramos que a limitação da variação das comunidades através do espaço foi determinante na estruturação da diversidade das comunidades. Esses resultados mostraram que ocorre alto turnover dentro das eco-regiões avaliadas devido à heterogeneidade ambiental. Além disso, a diversidade beta entre diferentes áreas biogeográficas da região amazônica evidenciou um padrão geral de decaimento da similaridade em decorrência das distâncias ambientais e espaciais. No terceiro capítulo, desconstruímos as comunidades de percevejos em assembleias de organismos ápteros e alados para avaliação da alteração do ambiente em áreas com alteração antrópica. Demonstramos que a composição das assembleias com espécies aladas difere da composição total da comunidade de percevejos, contudo, assembleias de ápteros e alados mostraram respostas associadas à perda de diversidade causada por atividade antrópica. Entretanto, as variáveis ambientais que estruturam essas assembleias foram diferentes, indicando que ocorre um trade-off entre reprodução (ápteros) e dispersão (alados) para o alcance do fitness dessas populações. Destacamos que características do habitat aquático em escala local, e a conectividade fluvial entre habitats são os principais determinantes na estruturação das comunidades desses organismos em escala de bacia hidrográfica. Considerando escalas biogeográficas, a limitação da dispersão através do espaço foi o principal fator na estrutura das comunidades, contudo, a diversidade beta entre regiões mostrou também ser dependente de fatores locais. Consideramos que a especificidade desses organismos em viver na superfície da água, além de mostrar forte relação com esse habitat, também evidencia que a locomoção sobre a superfície da água é o principal mecanismo a dispersão desses organismos na rede hidrográfica. Além disso, processos que determinaram os padrões de diversidade das comunidades atua em escalas locais até biogeográficas. Contudo, destacamos que avanços dos impactos de atividades antrópicas na Amazônia podem também interferir nesses processos e atuar sobre a distribuição das espécies entre os ecossistemas lóticos da região.

  • THALINE DE FREITAS BRITO
  • Abelhas das orquídeas (Apidae: Euglossini) e as plantações de palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.) na Amazônia Oriental: mudanças na composição de espécies, tamanho corporal e diversidade funcional.
    Belém,

  • Data: 25/06/2018
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  • Neste trabalho, nós avaliamos o papel das reservas legais (RL) e das áreas de preservação permamente (APP) na manutenção das espécies de abelhas das orquídeas, e testamos a influência de parâmetros abióticos e estruturais do hábitat sobre a diversidade taxonômica e funcional desse grupo. Além disso, nós investigamos a ocorrência de variações fenotípicas (tamanho corporal e de asas e assimetria flutuante) como resposta ao estresse ambiental provocado por plantações de palma de óleo. Os machos de abelhas das orquídeas foram coletados em nove áreas (3 RL, 3 APPs e 3 plantios de palma de óleo) no município de Tailândia, sudeste do estado do Pará. Em cada área, nós instalamos seis estações de coleta separadas 500 m entre si, contendo seis armadilhas odoríferas; totalizando 36 armadilhas por área e 108 por tipo de hábitat. Nós comparamos as diferenças de abundância e riqueza observadas usando uma ANOVA One-Way, avaliamos os padrões de composição de espécies com uma PCoA, e utilizamos também uma análise de indicador de espécies. Uma RDA parcial foi aplicada para avaliar a influência de atributos do hábitat, do espaço e do tipo de hábitat sobre parâmetros taxonômicos e funcionais das abelhas. Adicionalmente, comparamos as variações de tamanho corporal e de asas dos indivíduos em função do tipo de hábitat. Nossos resultados indicam que os plantios de palma de óleo são caracterizados pela presença de poucos indivíduos e espécies, baixa diversidade funcional e por abelhas de maior tamanho corporal. Apesar disso, registramos quatro espécies associadas às RL, que podem ser indicadores úteis de comunidades de abelhas de orquídeas da floresta Amazônica. A estrutura do hábitat não foi um bom preditor da composição funcional e taxonômica, e não foram detectados níveis de assimetria flutuante, mas as abelhas dos plantios apresentaram asas maiores comparadas com as das áreas de floresta. Nossa pesquisa destaca que as APPs desempenham um papel importante na manutenção da composição taxonômica e funcional das abelhas das orquídeas, o que poderia reforçar o fato de que as abelhas utilizam essas áreas como corredores de deslocamento em uma matriz formada por plantação de palma de óleo. Assim, tanto as LRs quanto as PPAs cumprem seu propósito de proteger a biodiversidade das abelhas das orquídeas.

  • JOSE NAZARENO ARAUJO DOS SANTOS JUNIOR
  • Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Protopolybia ducke, 1905 utilizando caracteres morfológicos e moleculares (hymenoptera, vespidae, polistinae)

  • Data: 25/05/2018
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  • Polistinae é uma das mais diversas subfamílias de Vespidae com cerca de 950 espécies, 25 gêneros e quatro tribos. Seus representantes são reconhecidos por apresentarem garras tarsais simples e ausência de paratégula. Ducke (1905) descreveu dois novos gêneros para Polistinae: Protopolybia e Pseudochartergus. Bequaert (1938) revisou Pseudochartergus reconhecendo somente duas espécies. Bequaert (1944a) realizou a primeira revisão de Protopolybia, na qual descreveu quatro espécies novas, considerou P. minutissima e P. sedula como formas de uma única espécie e definiu P. bella como espécie tipo do gênero. Richards (1978) fez a segunda revisão de Protopolybia e o gênero passou a compreender 23 espécies e duas subespécies. Por considerar inconsistentes os caracteres diagnósticos de Pseudochartergus e Protopolybia, Carpenter e Wenzel (1989) propuseram sua sinonímia, reconhecendo como caráter diagnóstico a presença de um processo posterior medial no metanoto. Carpenter (2011) propôs a sinonímia de quatro espécies do gênero. Santos-Junior et al. (2015) revisaram o grupo de Protopolybia exigua e usando caracteres morfológicos propuseram a primeira filogenia para Protopolybia sensu Carpenter & Wenzel (1989). Contudo, ainda existe um razoável número de espécies cuja identificação é imprecisa. Assim, esse projeto buscou ampliar o conhecimento sobre a taxonomia e o relacionamento filogenético das espécies de Protopolybia através de uma revisão e elaboração de uma filogenia usando caracteres morfológicos e moleculares. Para análise molecular foram isolados os fragmentos do genoma nuclear e mitocondrial - citocromo subunidade I (COI), 28s, 12s e 16s, contudo apenas o primeiro e ultimo foram utilizados. Como resultados têm-se notas adicionais para o grupo de Protopolybia exigua, assim como a descrição de uma nova espécie. Para o grupo de espécies P. sedula, todas as espécies são redescritas, uma nova chave de identificação é apresentada e as genitálias de P. weyrauchi e P. sedula são descritas. No grupo de espécies de P. picteti-emortualis, duas novas espécies são descritas. No grupo de espécies de P. chartergoides, propõe-se a sinonimização de uma subespécie, e redescreve-se as quatro espécies válidas, bem como a genitália masculina de P. chartergoides, P. fuscatus e P. pallidibalteatus. Quanto à filogenia de Protopolybia, a hipótese de monofilia do grupo de espécies de P. chartergoides é corroborada. A sua posição relativa dentro de Protopolybia é resolvida, com indicação de uma relação mais estreita com o grupo de P. sedula. Por outro lado, na presente análise o grupo de P. exigua resulta parafilético.

  • DANILO LEAL ARCOVERDE
  • Características ecológicas de Lontra longicaudis (Olfers, 1818) (MUSTELIDAE: CARNIVORA) e suas relações com as comunidades ribeirinhas do nordeste paraense

  • Data: 02/04/2018
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  • A Lontra longicaudis é uma das espécies de lontra menos conhecidas. No Estado do Pará, os trabalhos referentes a espécie são limitados a registro de ocorrência, formando uma lacuna de conhecimento sobre a lontra, suas interações ecológicas e principais ameaças. Este trabalho foi desenvolvido na bacia do rio Guamá, região nordeste do Pará. A tese está dividida em dois capítulos, o primeiro se concentra na obtenção das informações ecológicas básicas da espécie, analisando o uso do habitat e a dieta da lontra na região. Para tanto foram realizadas seis campanhas de monitoramento em um trecho de 23 km, divididos em nove quadrículas. Foram encontrados 71 registros de Lontra neotropical, sendo quatro registros diretos (visualizações) e 67 indiretos (27 tocas, 24 locais defecação, três locais de descanso, 11 fezes depositadas de forma individual e dois registros de pegadas). Em cada quadrícula foram coletadas sete variáveis ambientais: Altura e distância do barranco à água, inclinação do barranco, transparência e profundidade da água e velocidade de corrente. Através da análise de modelo linear generalizado (GLM) no programa R, se estabeleceu a altura e a distância do barranco à água como as características com maior influência sobre o número de ocorrência de registros de L. longicaudis. A análise das 135 amostras de fezes coletadas permitiu caracterizar a dieta de lontra no rio Guamá, sendo peixes (95%) e crustáceos (36%) os táxons mais representativos. O segundo capítulo teve como objetivo acessar o conhecimento local sobre a espécie e descrever as interações estabelecidas entre a lontra neotropical e a população do médio rio Guamá. Foram utilizadas as abordagens de pesquisador observador, entrevistas semi-estruturadas e conversar informais. Um total de 26 comunitários participaram da pesquisa e demonstraram conhecimento de aspectos morfológicos, comportamentais e ecológicos da L. longicaudis. Foram identificados quatro tipos de interações, sendo a mais frequente a interação com a pesca (96%), considerada conflituosa, predação de animais de criação, como a piscicultura e aves (70%), caça histórica de lontras (42%) e uso como Xerimbabo/PET (12%). A baixa eficiência dos métodos utilizados para evitar a depredação dos apetrechos de pesca e predação dos animais de criação, principalmente na piscicultura, criam uma pressão negativa sobre a espécie que sofre ataques direcionados, através do uso de armadilhas letais ou da caça como retaliação aos prejuízos causados.

  • TIAGO OCTAVIO BEGOT RUFFEIL
  • Avaliação dos efeitos da monocultura de palma de dendê na estrutura do habitat e na diversidade de peixes de riachos  Amazônicos

  • Data: 30/03/2018
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  • O cultivo de palma de dendê na Amazônia vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, alterando as características naturais da paisagem e constituindo uma possível ameaça à biodiversidade. As alterações provocadas se estendem aos ecossistemas aquáticos, que por serem altamente relacionados com a vegetação adjacente, também sofrem os impactos decorrente dessa prática agrícola, como alterações na estrutura do habitat, afetando a distribuição das espécies e afetando os processos ecossistêmicos. Com isso, estudos que avaliam o impacto dessa monocultura na Amazônia são fundamentais para subsidiar estratégias mais eficientes para a redução dos impactos e manutenção da biodiversidade. Sendo assim, esta tese busca responder as seguintes perguntas: 1) Quais as diferenças entre riachos que drenam plantações de palma de dendê e fragmentos florestais quanto as estruturas do hábitat e das assembleias de peixes? 2) Quais os efeitos da substituição da floresta primária na paisagem por palma de dendê na estrutura física do habitat, bem como na diversidade taxonômica de peixes de riachos neotropicais? 3) Como os padrões de diversidade, taxonômico e funcional, das assembleias de peixes de riachos amazônicos respondem às alterações ambientais, do habitat e da paisagem, provocadas pela monoculttua de palma de dendê? Para responder essas questões foram amostrados e analisados 39 riachos na Amazônia Oriental. Para a caracterização do habitat foi aplicado um extenso protocolo da avaliação, gerando 238 variáveis ambientais do habitat, além da utilização de características da paisagem baseada na porcentagem de usos de solo adjacente aos riachos. Para a coleta dos peixes utilizou-se rede de mão pelo período de seis horas em cada riacho. Foram tomadas medidas morfológicas e informações ecológicas das espécies coletadas para posterior cálculo dos atributos funcionais referentes ao terceiro capítulo. Com os resultados obtidos, verificou-se que as monoculturas de palma de dendê afeta a estrutura do habitat de riachos, modificando principalmente a morfologia do canal, a estrutura do substrato e a oferta de micro-habitat, como presença de madeiras e raízes, para a ictiofuana. Consequentemente, a distribuição das espécies de peixes foi afetada, resultando em mudanças na estrutura das assembleias de peixes. Por outro lado, não foram registradas alterações na estrutura funcional dessas assembleias. Por fim, evidenciamos que a palma de dendê modifica as características naturais do habitat de riachos, bem como a distribuição das espécies, no entanto a estrutura funcional das assembleias de peixes nos riachos é mantida.

  • ELIZABETH KATHLEEN DE QUEIROZ RODRIGUES
  • TAXONOMIA INTEGRATIVA DO GÊNERO MINIATURA ODONTOCHARACIDIUM BUCKUP (CHARACIFORMES: CRENUCHIDAE)

  • Data: 29/03/2018
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  • É apresentada uma revisão taxonômica integrativa do gênero miniatura Odontocharacidium, baseado em dados morfológicos e moleculares (usando DNA Barcode). Foi analisado o material tipo de Odontocharacidium aphanes e extenso material com 117 espécimes de 20 lotes diferentes, proveniente das diferentes drenagens da bacia Amazônica e do Orinoco. Previamente ao estudo reconhecido como um gênero monotípico, quatro novas espécies são propostas no presente estudo: Odontocharacidium sp. “madeira”, Odontocharacidium sp. “solimões", Odontocharacidium sp. “mancha umeral” e Odontocharacidium sp. “orinoco” e a espécie-tipo, Odontocharacidium aphanes, é redescrita. Os dados moleculares corroboram o monofiletismo do gênero e as relações interespecíficas são discutidas. Adicionalmente, uma chave de identificação para as espécies do gênero é fornecida.

  • LORENA MARTINS BITAR DE MORAES
  • Filogeografia de Phylloscartes virescens TODD, 1925 (Aves: Rhynchocyclidae)

  • Data: 15/03/2018
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  • Phylloscartes virescens é uma ave de pequeno porte, com plumagem olivácea, que habita dosséis e bordas de mata. É uma espécie pouco estudada, pouco coletada devido à sua raridade e cujas relações de parentesco são bastante incertas. Até bem recentemente era tida como endêmica do escudo das Guianas, no norte da Amazônia, mas novos registros atribuídos à espécie foram realizados no centro de endemismo Belém (situado ao sul do rio Amazonas). O presente estudo utilizou o gene mitocondrial NADH dehidrogenase subunidade 2 (ND2) e os genes nucleares do receptor muscular específico de tirosina-kinase íntron 3 (MUSK) e do beta-fibrinogênio íntron 5 (βf5), possibilitando não só a Inferência Bayesiana das relações filogeográficas em P. virescens, mas também entre algumas espécies do gênero Phylloscartes (representado por P. ventralis, P. roquettei e P. ceciliae), que também é pouco estudado e pouco compreendido. Além disso, foram feitas análises morfológicas, quantificada a diferença genética e analisada a diversidade genética existente nas populações de P. virescens dos centros de endemismo Guiana e Belém. A filogenia estimada obteve um bom apoio para o monofiletismo de P. virescens e indicou a formação de dois clados distintos, condizentes com os centros de endemismo Guiana e Belém. As redes de haplótipos demonstraram a ausência de compartilhamento de haplótipos entre as diferentes populações da espécie, o que corrobora com a filogenia, mas destoa dos resultados obtidos em relação à distância genética p não-corrigida e análises morfológicas, onde não foram encontradas diferenças significativas entre as populações. Os resultados obtidos indicam uma ausência de caracteres morfológicos diagnósticos entre as populações de P. virescens dos centros de endemismo Guiana e Belém, que são separadas por uma baixa distância genética relativa àquela que separa outras espécies próximas do gênero - como, por exemplo Phylloscartes roquettei e Phylloscartes ceciliae, recuperadas como irmãs na filogenia. Esses resultados em conjunto indicam uma divergência bem recente entre as populações de P. virescens separadas pelo Rio Amazonas, o que contrasta com outros estudos com aves que recuperaram distâncias genéticas bem maiores separando populações em margens opostas deste rio.

  • CARLYNNE CHINA SIMOES
  • Taxonomia integrativa do Bico-Chato Grande (Rhynchocyclus olivaceus) revela uma nova espécie na Amazônia

  • Data: 08/03/2018
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  • As aves constituem o grupo para o qual se dispõe de mais informações evolutivas e ecológicas. Entretanto, estudos recentes têm mostrado que diversas espécies politípicas constituem, na verdade, complexos de espécies, revelando uma diversidade “escondida” dentro de espécies já reconhecidas. Rhynchocyclus olivaceus (Aves: Rhynchocyclidae) possui nove subespécies reconhecidas atualmente, porém não há nenhuma hipótese filogenética que teste as relações entre esses nove taxa. Considerando a ausência de um estudo que analisasse a sistemática filogenética dessa espécie, nós fizemos uma revisão taxonômica integrativa de Rhynchocyclus, incluindo e focando nas várias subespécies de R. olivaceus. Análises morfológicas e vocais foram baseadas, respectivamente, em 112 espécimes e 65 gravações de R. olivaceus, além de 45 outras gravações para as outras espécies do gênero. Nós amplificamos 89 amostras (para três genes mitocondriais e dois genes nucleares) de cinco subespécies de R. olivaceus, e mais dez das outras espécies de Rhynchocyclus. A filogenia obtida apontou para muitas inconsistências taxonômicas dentro de R. olivaceus. Primeiro, a análise apoia fortemente que R. olivaceus é parafilético, com um clado exclusivamente cis-Andino (onde a espécie nominal de R. olivaceus é encontrada) agrupando-se como irmão de R. fulvipectus, e excluindo-se de um clado que agrupa populações trans-Andinas e da Amazônia Ocidental atualmente colocadas em R. olivaceus, onde uma delas não possui nome. Segundo, duas subespécies de R. olivaceus não são monofiléticas (R. o. aequinoctialis e R. o. sordidus). Consistente com os resultados filogenéticos, as análises vocais identificaram cinco diferentes grupos em R. olivaceus, que são diagnosticados por diferentes loudsongs e calls. Aqui, damos razões para a divisão desses grupos em espécies separadas, onde uma delas é descrita pela primeira vez.

  • SILVIA REGINA CARNEIRO DE PINHO
  • Diversidade de Hemoparasitos de Anuros na Amazônia Oriental, Brasil.

  • Data: 07/03/2018
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  • As interações biológicas têm um papel importante na regulação e manutenção das populações naturais. Assim como a maioria destas interações, o parasitismo pode ser influenciado pelo ambiente, com as mudanças causadas pelas atividades antrópicas podem afetar profundamente o equilíbrio das assembleias dos organismos hospedeiros. Diante disto, nosso trabalho procurou descrever, verificar a composição e riqueza dos hemoparasitos de anuros presentes em dois ambientes, inseridos no Bioma Amazônico, no leste do Pará, Brasil. Caracterizamos os grupos de hemoparasitos mais frequentes, e se o tipo de infecção hemoparasitária está relacionada com hábitat do anuro (arborícola ou terrestre). Coletamos 128 anuros nos dois ambientes, em duas expedições realizadas nos períodos de abril de 2016 e 2017, que correspondem a estação de chuva na região. No laboratório foram realizados esfregaços sanguíneos e imprint do fígado para identificação do parasito. No total foram registrados sete táxons distintos de hemoparasitos em 55 indivíduos (43%). Nas áreas de plantação haviam mais espécimes infectados e com infecções mistas que em áreas de floresta. Tripanossoma foi o parasito mais frequente, ocorrendo em 67% dos anuros infectados nos dois ambientes, com a identificação de seis grupos morfológicos distintos, encontrados principalmente em anuros terrestres. Foram identificados dois grupos distintos de Hemogregarinas em seis espécimes de anuros mais parasitados, encontradas principalmente nos de habito terrestre. Registramos a presença de um parasito do Filo Apicomplexa não identificado em espécimes de Trachycephalus typhonius, que provavelmente se trata de um táxon novo e será estudado a posteriori.

  • CLARA ARAUJO SALVINO
  • “Revisão taxonômica de Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 (Amphisbaenia: Amphisbaenidae)”

  • Data: 06/03/2018
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  • Amphisbaena fuliginosa é a espécie-tipo de Amphisbaena e pode ser diferenciada das demais espécies principalmente pelo padrão cromático preto e branco, e a presença do escudo subocular. Amphisbaena fuliginosa apresenta uma ampla distribuição, ocorrendo em toda Amazônia, além do Cerrado (no Brasil) e parte da América Central (Panamá). Atualmente, a espécie possui cinco subespécies (A. f. fuliginosa, A. f. amazonica, A. f. bassleri, A. f. varia e A. f. wiedi) crípticas que se diferenciam principalmente pelo padrão de desenho, uma vez que os caracteres merísticos se sobrepõem. Neste trabalho, revisamos a taxonomia de Amphisbaena fuliginosa, a partir da morfologia externa (coloração, merísticos e morfométricos) e interna (crânio), identificando os táxons válidos e descrevendo a variação dos caracteres. Nossos resultados foram apresentados no capítulo intitulado “Revisão taxonômica de Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 (Amphisbaenia: Amphisbaenidae)”, que será submetido para publicação. Com base na análise e descrição da variação cromática foi possível identificar quatro padrões: A. f. fuliginosa, A. f. amazonica e A. f. varia com padrão 1; A. f. bassleri com padrão 2; A. f. wiedi com padrão 3; e Amphisbaena sp. com o padrão 4). Associando a análise cromática com a análise do material-tipo, reconhecemos quatro unidades evolutivas, aqui consideradas espécies plenas. Redescrevemos A. fuliginosa, A. bassleri e A. wiedi e descrevemos uma nova espécie, Amphisbaena sp. nov., para a Amazônia brasileira. Colocamos A. f. amazonica e A. f. varia na sinonímia de A. f. fuliginosa.

  • CRISTIAN ARMANDO HERNANDEZ MORALES
  • Filogenia e sistemática dos lagartos da família Alopoglosside (Squamata: Gymnophthalmoidea) baseada na análise combinada de sequências de DNA e morfologia

  • Data: 05/03/2018
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  • Alopoglossidae é uma família de lagartos neotropicais composta por 22 espécies alocadas em dois gêneros (Alopoglossus e Ptychoglossus). Existe um vácuo no conhecimento sobre as relações filogenéticas e a sistemática desta família. As filogenias publicadas que incluem espécies de alopoglossídeos tiveram o objetivo de gerar uma hipótese das relações em grupos maiores (i. e., Gymnophthalmoidea), por isso têm uma amostragem taxonómica baixa dentro da família e geralmente são baseadas em amostragem limitada de caracteres. Considerando estas limitações, esta tese tem como objetivo inferir a relação filogenética de Alopoglossida—incluindo todas as espécies da família—com uma análise combinada de sequências de DNA e caracteres morfológicos. Os genes utilizados foram mitocondriais (12S, 16S e ND4), o nucleares (C-mos) e uma matriz de 143 caracteres fenotípicos da escamação, morfologia da língua, morfologia dos hemipênis e osteologia. Os dados foram analisados seguindo critérios de otimização de Máxima Parcimónia, executando três esquemas de pesagem alternativos Ponderação Implícita Extendida e uma busca com pesos iguais. As topologias geradas foram comparadas em uma análise de sensibilidade. A topologia preferida mostra a parafilia do gênero Ptychoglossus. Ptychoglossus vallensis e Ptychoglossus billineatus estão relacionados com Alopoglossus, as espécies centro- americanas Ptychoglossus plicatus e Ptychoglossus myersi formam o clado irmão de Ptychoglossus e Alopoglossus e finalmente Ptychoglossus danieli e Ptychoglossus kugleri foram recuperados como o grupo irmão de todos os outros alopoglossídeos. Em consequência, consideramos que Ptychoglossus é um sinônimo de Alopoglossus. Além disso, descrevemos uma espécie de Alopoglossus, da região do Pacífico da Colômbia. Este artigo foi publicado na revista South American Journal of Herpetology.

  • VICTORIA DE NAZARE GAMA SILVA
  • Diversidade morfológica de aves e extinções na Região Metropolitana de Belém

  • Data: 01/03/2018
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  • Diversidade morfológica, intimamente relacionada à diversidade funcional, envolve a caracterização da diversidade de caracteres fenotípicos e pode ser usada como uma medida de diversidade em comunidades. Aves são consideradas bastante sensíveis às modificações de habitats e consideradas excelentes indicadores ambientais. Nesse estudo, avaliamos se extinções de aves documentadas na Região Metropolitana de Belém (RMB), podem ter alterado o espaço morfológico da fauna de aves da região. A área de estudo, a Região Metropolitana de Belém, está localizada a noroeste do estado do Pará. Inicialmente, a base de registros sobre as aves que ocorrem na RMB foi compilada, resultando em 490 espécies documentadas na RMB. A base de dados sobre extinções regionais de aves ou espécies ameaçadas de extinção foi determinada a partir de dados da literatura, o que resultou em quatro listas. A matriz morfológica envolveu medidas de 2.360 indivíduos e nove caracteres morfológicos (comprimento total do cúlmen, comprimento da narina a ponta do bico, largura e profundidade do bico, comprimento da asa, distância de Kipp, tamanho da cauda e tamanho do tarso) comumente usados em estudos sobre ecologia e morfologia de aves. O espaço morfológico ocupado pela fauna de aves da RMB foi descrito por uma Análise de Componentes Principais. Métricas de diversidade morfológica foram utilizadas para comparar valores observados com cenários de extinções de espécies na RMB (quatro listas de espécies que representam subconjuntos da lista regional). Extinções simuladas de aves da RMB foram empregadas para determinar valores esperados em modelos de extinção aleatória ou com probabilidade de extinção. Os resultados sugerem que, se a RMB perder espécies que delimitam a periferia do espaço morfológico, mudanças na estrutura da fauna de aves podem acontecer, ainda que um número relativamente pequeno de espécies desapareça. Modelos simulados de extinção, indicam que a RMB perderá riqueza morfológica (medida multidimensional) de modo crescente com extinção acumulada de espécies; por outro lado, medidas mais gerais de diversidade morfológica (derivadas de matrizes de distância), sugerem maior redundância funcional de aves na região. Em conjunto, os resultados obtidos indicam efeitos de extinções regionais na estrutura morfológica de aves da RMB, com possíveis consequências funcionais para a região.

  • LARISSA SOARES BRANDAO
  • O efeito da degradação florestal sobre os grupos funcionais de anuros: um foco na transição Amazônia-Cerrado

  • Orientador : MARIA CRISTINA DOS SANTOS COSTA
  • Data: 28/02/2018
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  • Os efeitos da degradação ambiental resultantes dos diferentes usos da terra, como a conversão das florestas em monoculturas, pastagem, mineração e extração madeireira, são as principais causas do declínio da fauna na região Neotropical. Neste sentido, no presente estudo investigamos a resposta da anurofauna frente a degradação ambiental a luz da diversidade funcional. Um banco de dados foi utilizado de pesquisa realizada em um mosaico de paisagens antropogênicas em área de ecótono Amazônia-Cerrado, incluindo uma grande matriz de monocultura de soja.Foi estimada a diversidade funcional para cada unidade amostral de cinco fitofisionomias diferentes, com o auxílio do índice Mean Pairwise Distance, e testada entre as fitofisionomias através de uma Análise de Variância. Utilizamos os Modelos Nulos para avaliar se as assembléias de anuros em cada fitofisionomia foram estruturadas por filtros bióticos ou abióticos (SES- MPD). A distribuição das fitofisionomias em relação às variáveis ambientais foi amostrada através de uma PCA. A diversidade funcional diferiu entre as cinco fitofisionomias amostradas, com maiores valores nas áreas de floresta de galeria preservada. Em áreas preservadas os valores de diversidade funcional foram maiores que o esperado ao acaso, indicando dispersão funcional. Áreas degradadas em conjunto apresentaram diversidade funcional igual ao que se esperaria ao acaso. Os traços funcionais em ambientes preservados e degradados foram mais relacionados às características reprodutivas das espécies do que ao período de atividade e microhábitat principal dos anurosadultos. A diversidade funcional registrada nos ambientes degradados foi associada a simplificação dos hábitats, quando comparados aos ambientes florestais, mostrando que a substituição das áreas de floresta para monocultura e as áreas próximas pode alterar a diversidade de funcional das espécies e consequentemente as funções ecossistêmicas.

  • ANA CAROLINA DA CUNHA RIBEIRO
  • Fatores determinantes na ocorrência das espécies de carnivoros (MAMMALIA: CARNIVORA) em áreas degradadas na Amazônia Oriental.

  • Data: 28/02/2018
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  • O desmatamento, a fragmentação de habitats e o empobrecimento da floresta, tem provocado a redução da diversidade biológica e perdas das funções ecossistêmicas na Florestas Amazônica. Em função do contexto de alta pressão antrópica, tem-se discutido na literatura, a importância das Florestas Primárias degradadas e Florestas secundárias para a conservação de espécies tropicais. Neste trabalho investigamos quais as características de uma paisagem degradada têm sido determinantes para a ocorrência de espécies da ordem Carnívora, em um contexto de alta pressão antrópica na Amazônia oriental. Como o uso de armadilhas fotográficas, relacionamos variáveis ambientais e de paisagem com a abundância das espécies utilizando analises de Modelos Globais Generalizados. A respostas das espécies de carnívoros foram diferenciadas em relação à algumas variáveis, entretanto concluímos que mesmo num contexto de alta degradação, o fator que ainda modula a ocorrência da maioria dos carnívoros é a floresta, mesmo que degradada.

  • BERNARDO ONÇA PRESTES
  • Recente dispersão através do Rio Amazonas promoveu forte isolamento genético no Formigueiro-ferrugem Myrmoderus ferrugineus (Aves: Thamnophilidae)

  • Data: 28/02/2018
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  • Uma das hipóteses mais discutidas para explicar a origem de uma biota amazônica tão rica, é a hipótese dos "rios como barreira", referindo-se à atuação dos principais rios amazônicos como barreira promotora do isolamento e diversificação das espécies. Utilizamos abordagem de filogeografia estatística para estudar a espécie de Myrmoderus ferrugineus, espécie amazônica endêmica de florestas terra-firme com duas subespécies morfologicamente pouco diferenciadas e separadas pelo rio Amazonas (M. f. ferrugineus e M f. elutus). Usamos dados filogeográficos para abordar os cenários de diversificação em M. ferrugineus: 1) o rio Amazonas não coincide com as grandes rupturas filogeográficas que separaram as populações de M. ferrugineus; 2) o rio Amazonas está correlacionado com a antiga estruturação filogeográfica dentro de M. ferrugineus, provavelmente resultante do estabelecimento do rio durante o Plio-Pleistoceno ou antes disso; e 3) o rio Amazonas correlaciona-se com uma divergência recente entre as populações de M. ferrugineus, provavelmente devido à dispersão e isolamento recente após o estabelecimento do rio durante o Plio-Pleistoceno. Sequenciamos dois genes mitocondriais e dois genes nucleares de 13 indivíduos de M. f. ferrugineus e 15 indivíduos de M. f. elutus para estimar filogenias concatenadas e multilocus coalescentes temporalmente calibradas. Testamos a ocorrência de bottlenecks na população passada, fluxo gênico e flutuações no tamanho efetivo populacional em M. f. ferrugineus e M. f. elutus. Nossos resultados recuperaram com um forte apoio estatístico para monofilia entre M. f. ferrugineus e M. f. elutus, seguido de forte estruturação populacional e ausência de fluxo gênico as subespécies. Porém, segundo os dois métodos independentes de datação coalescente, M. f. ferrugineus e M. f. elutus divergiram entre 2,5 e 75.000 anos atrás, bem depois do estabelecimento moderno para o rio Amazonas. Nossos resultados demonstraram que até mesmo táxons de florestas de terra firme com baixas habilidades de dispersão, como os Papa-formigas, foram capazes de estabelecer populações através do rio Amazonas depois de seu curso moderno ter se estabelecido. Se esse evento foi causado por dispersão ativa ou passiva mediada por eventos de captura de drenagem permanecem por incertos, embora o segundo cenário seja mais provável, considerando os atributos ecológicos da espécie. Antecipamos que eventos importantes de captura de drenagem envolvendo o curso médio do rio Amazonas poderiam ter ocorrido entre o Pleistoceno tardio até o Holoceno recente, favorecendo o cruzamento de várias linhagens previamente isoladas em bancos de rios opostos.

  • ROSANA CAMPOS PASCHOALINO
  • Uma abordagem funcional das savanas amazônicas: como atributos de anuros estão distribuídos em um mosaico de paisagens naturais?

  • Data: 28/02/2018
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  • A estruturação das comunidades naturais é regida por vários fatores, como o histórico evolutivo e as relações ecológicas entre as espécies. As condições ambientais, geralmente heterogêneas, também podem influenciar no processo de organização das comunidades. Essa heterogeneidade está ligada, por exemplo, aos diferentes tipos de vegetação e disponibilidade de água, podendo influenciar na diversidade dos atributos funcionais ligados às espécies. Nosso trabalho investiga se as diferentes fitofisionomias (campos rupestres, campos brejosos e capões de mata) de savanas amazônicas, na Floresta Nacional de Carajás, influenciam a diversidade de atributos funcionais ligados à reprodução de anuros. Também buscamos saber sobre a atuação das interações bióticas e dos filtros ambientais como processos estruturadores. Foram realizadas três expedições, que corresponderam aos períodos chuvoso, seco e transição chuva-seca. Amostramos três sítios: as Serras Norte, Sul e do Tarzan, com 32 unidades amostrais distribuídas entre eles. Cada unidade amostral apresentava no mínimo 200 metros de distância das demais. A diversidade funcional foi mensurada pelo índice MPD, considerando a ocorrência das espécies nas comunidades. Posteriormente, aplicamos modelos nulos para investigarmos se existe agrupamento ou dispersão funcional nos tratamentos. Nossos resultados mostraram maior diversidade funcional em campos rupestres. Pelos modelos nulos, vimos que os filtros ambientais atuam significativamente nas comunidades, indicando que os atributos das espécies convergem funcionalmente entre todos os tratamentos. Assim, concluímos que a diversidade funcional e o papel dos filtros ambientais, mostram a importância da preservação de áreas peculiares e ameaçadas, que abrigam um grande número de atributos funcionais.

  • JULIANA JANUARIA TEIXEIRA SANTOS
  • Fatores determinantes para abundância de espécies de mamíferos ameaçados em área de alta pressão antrópica

  • Data: 28/02/2018
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  • As modificações estruturais e a perda de complexidade ambiental sofridas pelos habitats nativos, a partir das atividades antrópicas que assolam a Floresta Amazônica, têm alterado a dinâmica dos ecossistemas e impactado fortemente a biodiversidade da região. Os mamíferos tem sido alvo dos impactos antrópicos na Amazônia e como consequência, muitas espécies estão incluídas em listas de espécies ameaçadas nacionais ou internacionais, sob algum tipo de ameaça. Trabalhamos com mamíferos terrestres ameaçados, Myrmecophaga tridactyla (Tamanduá bandeira), Priodontes maximus (Tatu canastra), Tapirus terrestres (Anta) e Tayassu Pecari (Queixada), classificadas como “Vulneráveis” nas listas de espécies ameaçadas nacional e internacional. Através do uso de armadilhas fotográficas avaliamos como as espécies respondem às variações nos habitats e impactos humanos, em uma paisagem composta por um mosaico de áreas degradadas. Variáveis que caracterizam e podem dar informação da qualidade do habitat tiveram influência sobre as espécies avaliadas, assim como variáveis de influência antrópica. Nosso estudo claramente reforça a importância de Florestas Primárias degradadas para a conservação de espécies ameaçadas, principalmente em contextos de alta pressão antrópica.

  • LAIS LOBATO JACOB
  • EFEITO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA NA ESTRUTURA ECOMORFOLÓGICA DAS ASSEMBLEIAS DE PEIXES EM RIACHOS DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 28/02/2018
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  • Alterações ambientais resultantes da exploração madeireira modificam a estrutura física do hábitat de riachos indiretamente, e consequentemente a estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes. O presente estudo objetivou avaliar o efeito das modificações na estrutura física do hábitat, resultantes da exploração madeireira convencional (EC) e de impacto reduzido (EIR) na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes de riachos da Amazônia Oriental, verificando (1) quais variáveis da estrutura física do hábitat estão associadas aos diferentes métodos de exploração; (2) se há diferença na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes dos diferentes tratamentos, e (3) quais caracteres ecomorfológicos estão associados a variáveis físicas do hábitat. Em cada riacho foram mensuradas 14 variáveis físicas do hábitat, bem como realizadas coletas de peixes utilizando redes de mão. Os espécimes coletados foram submetidos a doses letais de Eugenol, fixados em formalina a 10% e depois de 48h transferidos para álcool 70%. Possíveis diferenças na estrutura do hábitat e na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes entre os tratamentos, foram avaliadas por uma Análise Discriminante Linear Múltipla (MLDA). As relações entre as variáveis do hábitat e os caracteres ecomorfológicos foi avaliada por Modelos Lineares Generalizados Múltiplos (GLMM). A estrutura do hábitat dos riachos diferiu entre todos os tratamentos, sendo que áreas referência apresentaram maior cobertura vegetal. Em áreas de EIR, houve maior heterogeneidade de fluxos do riacho. Por fim, áreas de EC apresentaram maior quantidade de substrato de banco de folhas. Quanto à ecomorfologia, apenas riachos de áreas de EC diferiram dos demais tratamentos. Em ambientes de EC, espécies com maior comprimento relativo da cabeça e cabeça mais largas foram predominantes nesses ambientes; em áreas referência e de EIR, espécies com boca mais larga e com o corpo comprimido foram predominantes. A exploração madeireira afeta a estrutura do hábitat dos riachos, resultando na perda de cobertura vegetal, heterogeneização do fluxo e no incremento de bancos de folhas no substrato. Houve redução da cobertura vegetal e aumento do incremento de bancos de folhas no substrato em áreas de EC. Em áreas de EIR houve uma heterogeneização dos fluxos do riacho, bem como perda de cobertura vegetal. Nesse sentido, acredita-se que a EC tenha um maior potencial para alterar a estrutura ecomorfológica, e consequentemente os serviços ecossistêmicos prestados pelas assembleias de peixes do que a EIR, além de evidenciar que áreas de EIR cumprem em parte o seu papel de mitigar impactos ambientais sobre os ecossistemas de riacho. Contudo maiores esforços devem ser empregados para evitar que a EIR afete a estrutura do hábitat de riacho.

  • LETICIA BRAGA DA SILVA
  • Priorização espacial para conservação de primatas endêmicos da Amazônia oriental

  • Data: 28/02/2018
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  • Na região amazônica, embora extensas áreas ainda permaneçam intactas, as taxas de perda de cobertura florestal têm sido bastante elevadas nos últimos 50 anos. O desmatamento se concentra principalmente na Amazônia oriental onde se encontra o chamado “arco do desmatamento”. Junto ao cenário de alto desmatamento, as projeções de mudanças climáticas indicam graves efeitos das ações antrópicas sobre a biodiversidade, principalmente sobre as espécies que dependem da cobertura florestal como os primatas. Quando se trata das espécies endêmicas, a extinção local pode significa a extinção total dessas espécies. Assim, determinar quais áreas são indispensáveis para persistência dos primatas endêmicos da região amazônica mais ameaçada atualmente, é fundamental para evitar a futura extinção de espécies. Dentro deste contexto, ferramentas como modelos de distribuição de espécies e priorização espacial, tem sido adotadas como importantes aliadas nas tomadas de decisões para conservação das espécies. Neste trabalho de pesquisa nos identificamos áreas prioritárias para conservação de primatas da Amazônia oriental, região de alta pressão antrópica que compreende grande parte do “arco do desmatamento amazônico”, apresentando áreas que são importantes atualmente, permanecendo eficientes em um futuro próximo (Ano de 2050). Para isso, geramos modelos de adequabilidade climática das espécies alvo nos cenários presente e futuro (ano de 2050). Destes modelos, foram filtradas as áreas que possuem cobertura florestal em ambos os cenários, visto que os primatas analisados são espécies estritamente florestais. A análise de priorização espacial levou em consideração a adequabilidade climática no cenário futuro, de forma que as regiões mais importantes foram as que permaneceram adequadas a ocorrência das espécies no futuro. Encontramos que grande parte da Amazônia oriental perderá adequabilidade ambiental para a ocorrência das espécies no futuro, sendo o nordeste a região que apresentou maior adequabilidade em todos os cenários. As áreas prioritárias se concentram em regiões de floresta secundária altamente fragmentada ao nordeste da Amazônia oriental.

  • LETÍCIA BRAGA GOMES
  • Impactos de mudanças climáticas e desmatamento na distribuição geográfica de Cebus kaapori (Primates: Cebidae) na Amazônia

  • Data: 28/02/2018
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  • As mudanças climáticas e o desmatamento estão entre as maiores ameaças para a biodiversidade. Na Amazônica, a criação de Áreas Protegidas tem sido um importante instrumento para diminuir os impactos negativos dessas ameaças, favorecendo a proteção da biodiversidade nesta região. A Amazônia é um dos biomas com a maior diversidade de primatas do mundo. Este grupo de mamíferos, por serem essencialmente arborícolas, são altamente sensíveis à perda de cobertura florestal e modificação do habitat, o que ameaça diretamente a sobrevivência de suas populações. Cebus kaapori é considerado a espécie de primata mais raro e ameaçado da Amazônia, e está classificado como Criticamente em Perigo, pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Neste estudo, avaliamos os impactos das mudanças climáticas e do desmatamento na área de distribuição de Cebus kaapori. Modelamos a distribuição da espécie para o presente e futuro(2050) de mudanças climáticas e sobrepomos esses modelos com a cobertura florestal atual eprevista para o ano de 2050. Além disso, sobrepomos também com as Áreas Protegidas. Nossosresultados demonstram que as mudanças climáticas podem ser responsáveis por uma perda de 97%da área adequada para a ocorrência de Cebus kaapori nos próximos 30 anos. A situação é maisgrave se considerarmos as perdas florestais atuais e suas projeções futuras de desmatamento, tantono cenário com governança (GOV) quanto no cenário sem governança (BAU). Nossos resultados mostram que, a distribuição restrita de Cebus kaapori, juntamente com a alta redução de áreas adequadas para a ocorrência da espécie em função das mudanças climáticas e do desmatamento, aliado à baixa representatividade desta espécie dentro de Áreas Protegidas e a fragmentação das áreas com adequabilidade para a ocorrência no futuro, podem reduzir as populações de Cebus kaapori para um nível inviável de sobrevivência na natureza.

  • MANUELA DOPAZO DE VASCONCELLOS LEAO
  • “Canais e poros do sistema laterossensorial cefálico em Callichthyidae (Ostariophysi: Siluriformes: Loricarioidea): anatomia comparada, sinonímia e implicações filogenéticas”

  • Data: 28/02/2018
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  • O sistema de órgãos mecanoreceptores da linha lateral é tipicamente composto por uma série de neuromastos contidos em canais que se conectam via poros e percorrem ossos dérmicos da cabeça. Este sistema é uma modalidade sensorial importante na maioria dos estágios da história de vida dos peixes, pois permite aos organismos detectarem trocas em locais de fluxo de água e campos elétricos fracos. O sistema de canais da linha lateral pode variar significativamente em diferentes espécies de peixes, mesmo em espécies proximamente relacionadas. Tal variabilidade inclui a presença ou ausência de poros e canais, além do número, localização, ramificação e largura dos canais, bem como o número, tamanho e localização dos poros no canal. Callichthyidae é a terceria família mais diversa dentro de Loricarioidea (Siluriformes), alocando 219 espécies válidas, sendo facilmente reconhecidas por possuírem o corpo quase completamente protegido por placas ósseas, basicamente dispostas em duas séries longitudinais. Atualmente, está subdividida em duas subfamílias: Callichthyinae e Corydoradinae e vem sendo utilizados em estudos do sistema da linha lateral desde o século XIX, bem como caracteres referentes a este sistema são utilizados como diagnose entre espécies recentemente descritas. Entretanto, o grupo carece de definições de homologias dos canais e poros do sistema laterossensorial cefálico. O presente trabalho teve como objetivo investigar os caracteres relacionados ao sistema laterossensorial cefálico de Callichthyidae, através da descrição, anatomia comparada entre os táxons e postulações acerca da homologia deste sistema, a fim de reconstruir os caracteres dentro do grupo em uma análise de matriz combinada de dados morfológicos e moleculares. Além disto, foi realizada uma revisão e redefinição da nomenclatura anatômica utilizada referente aos canais e poros laterossensorais na família. Neste estudo, foram avaliados 31 caracteres e 4 sinapomorfias foram propostas para Callichthyidae, bem como outras sinapomorfias foram encontradas para suas respectivas linhagens, evidenciando a importância da investigação de caracteres de complexos morfológicos. O presente estudo mostra também que uma vez combinados com demais conjuntos morfológicos, estes trazem maior consistência e resolução tanto em um contexto filogenético quanto taxonômico.

  • FERNANDA DE CARVALHO BARROS
  • Diversidade taxonômica e funcional de comunidades de aves presentes em áreas de reflorestamento na Amazônia oriental 

  • Data: 23/02/2018
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  • O avanço de processos de mudança do uso da terra na Amazônia tem modificado sua paisagem natural, gerando perdas de biodiversidade e serviços ecológicos. Dentro dessa realidade, alguns métodos de reflorestamento têm sido propostos e testados em áreas degradadas visando reverter tais danos. Uma das alternativas para avaliar a eficiência de métodos de recuperação ecológica é medir a biodiversidade local da área restaurada e compará-la a um ambiente preservado. Dentro deste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a eficiência de diferentes métodos de reflorestamento através da diversidade taxonômica e funcional de comunidade de aves. O estudo foi conduzido em áreas de reflorestamento pós-mineração de bauxita (de até 8 anos de idade) e em fragmentos florestais preservados, localizados em uma região da Amazônia Oriental, no município de Paragominas, Pará, Brasil. Foi realizado um levantamento da avifauna (censo por pontos de escuta) presente em áreas de floresta e em áreas em recuperação por regeneração natural, plantio tradicional e nucleação. Nossos resultados apontaram que as comunidades de aves presentes em fragmentos florestais foram taxonômica e funcionalmente mais diversas que as comunidades presentes nas áreas recuperadas pelos diferentes métodos. Além disso, dentre os métodos analisados, a nucleação foi o que apresentou menor riqueza de espécies de aves. No entanto, os três métodos não apresentaram diferença quanto aos padrões de composição e diversidade funcional entre suas comunidades de aves. Dessa forma, concluímos que as três estratégias de recuperação avaliadas apresentaram uma eficiência semelhante na recuperação de comunidades de aves dentro do período analisado. Além disso, os padrões de diversidade das comunidades de aves presentes nas áreas em recuperação se mostraram distantes dos apresentados pelos fragmentos florestais, indicando a necessidade do acompanhamento e manutenção dos programas de recuperação a longo prazo.

  • BARBARA DOS SANTOS CONCEICAO LOPES
  • Efeitos da orfandade sobre o comportamento e longevidade de operárias de Scaptotrigona aff. postica (hymenoptera: apidae, meliponini)

  • Data: 22/02/2018
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  • A retirada ou morte da rainha fisogástrica (ou poedeira) pode implicar na desorganização comportamental das operárias de abelhas eusociais, que podem assumir diversas estratégias reprodutivas e comportamentais. Para as operárias a longevidade está relacionada ao esforço fisiológico desempenhado durante sua vida, mas as condições internas da colônia também afetam a longevidade, como a presença ou ausência de rainha. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi estudar o comportamento e a longevidade da população de operárias de abelhas sem ferrão em colônias órfãs, comparando-as com colônias com rainha poedeira presente. Para isso, foram utilizadas oito colônias de Scaptotrigona aff. postica, sendo quatro colônias com rainha e quatro sem rainha. Cada colônia teve o total de 1.200 operárias marcadas com cores diferentes por dia de nascimento (idade zero), obtendo assim grupos de idade. Durante 100 dias observamos a taxa de forrageio colonial, a idade das operárias que participavam da construção de células de cria, a idade de forrageio e a longevidade em todas as colônias. Ao longo do tempo de orfandade, em ambas as condições das colônias (com rainha e sem rainha), a taxa de forrageio foi decrescente; entretanto, as colônias sem rainha apresentaram uma maior redução na taxa de forrageamento (Qui-quadrado: x 2 = 48.874; Gl = 1; p &lt; 0.001). Em colônias órfãs observamos que ao longo do tempo, além das operárias jovens, as operárias mais velhas também constroem células de cria; já em colônias com rainha a idade das operárias que participam da construção de células de cria é constantemente jovem (Qui-quadrado: x 2 = 116.11; Gl = 1; p &lt; 0.001). Em colônias com rainha a idade das forrageiras é constante ao longo do tempo, já em colônias sem rainha observamos forrageiras com idades muito avançadas (Qui- quadrado: x 2 = 66.546; Gl = 1; p &lt; 0.001). A longevidade máxima encontrada para operárias de colônias com rainha foi de 54 dias de idade e para as operárias órfãs foi de 79 dias de idade. As curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier indicaram diferenças significativas entre colônias com rainha e sem rainha (teste log-rank; p &lt; 0.001). Dessa forma, concluímos que (1) operárias de Scaptotrigona aff. postica em colônias sem rainha realmente diminuem a atividade externa ao longo do tempo; (2) as operárias órfãs de idade avançada continuam realizando trabalho de construção de célula de cria, provavelmente, para tentar reproduzir machos; (3) é possível que as operárias de ninhos sem rainha passem a evitar o trabalho arriscado e realizem apenas forrageio eventualmente ou elas tendem a transitar para essa fase mais tarde; (4) o comportamento egoísta de se reproduzir, evitando o forrageamento e seus riscos e, assim, permanecendo mais tempo dentro da colônia pode prolongar a longevidade das operárias de S. aff. postica em colônias órfãs.

  • BARBARA CUNHA DE OLIVEIRA
  • Que fatores determinam as escolhas alimentares de micos-de-cheiro?

  • Data: 05/02/2018
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  • A composição nutricional da dieta pode influenciar a sobrevivência e o sucesso reprodutivo de um animal. Em primatas, escolhas alimentares podem estar relacionadas com demandas nutricionais específicas do sexo ou da fase da vida do indivíduo, mas também com sua posição social. O objetivo deste trabalho foi avaliar se sexo, estádio de vida, posição social e fase do ciclo reprodutivo dos adultos afetam as escolhas alimentares de micos-de- cheiro (S. collinsi). Diferenças sexuais nas escolhas alimentares foram detectadas apenas na fase Reprodutiva: fêmeas consumiram mais proteínas, lipídeos e fibras do que os machos, enquanto que os machos consumirammais água que as fêmeas. Não foram detectados efeitos da fase de desenvolvimento e daposição social sobre o consumo de nutrientes. Ao comparar mudanças no consumo nutricional entre as fases do ciclo reprodutivo foi detectado que fêmeas aumentaram significativamente o consumo de proteínas e energia durante a fase Reprodutiva do ciclo, indicando necessidades nutricionais diferenciadas, provavelmente relacionadas com a gestação e subsequente lactação.

2017
Descrição
  • MARCELIA BASTO DA SILVA
  • Análise filogenética de Tupinambinae Bonaparte, 1831 e taxonomia de Tupinambis Daudin, 1802 (Squamata, Teiidae)

  • Data: 29/12/2017
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  • A família Teiidae está dividida em duas subfamílias: Teiinae e Tupinambinae. A subfamília Tupinambinae inclui cinco gêneros: Callopistes, Crocodilurus, Dracaena, Salvator e Tupinambis, com distribuição na América do Sul. O monofiletismo de Tupinambinae é sustentando por caracteres morfológicos e moleculares, porém as relações entre seus membros ainda necessitam ser esclarecidas. Tupinambis é o gênero mais diversificado da subfamília, e sua taxonomia tem sofrido alterações, sendo que na última revisão realizada com Teiidae, Tupinambis foi dividido em dois: Tupinambis (T. teguixin, T. longilineus, T. quadrilineatus, T. palustris) e Salvator (S. merianae, S. rufescens e S. duseni). Recentemente, quatro clados distintos foram identificados em T. teguixin, ocasionando a descrição de três novas espécies. Assim, Tupinambis inclui atualmente sete espécies: T. cryptus, T. cuzcoensis, T. longilineus, T. palustris, T. quadrilineatus, T. teguixin e T. zuliensis. O presente estudo teve como objetivo propor uma hipótese filogenética para Tupinambinae com base em caracteres morfológicos e moleculares, assim como revisar Tupinambis, definindo as espécies que compõem o gênero. Esta tese está dividida em quatro capítulos. No primeiro, “A New Species of Tupinambis Daudin, 1802 (Squamata: Teiidae) from Central South America”, foram analisados 745 espécimes, incluindo os tipos de todas as espécies atualmente reconhecidas. O padrão de coloração, dados de morfologia externa, morfologia do hemipênis e língua separam a nova espécie de seus congêneres. No segundo capítulo, “Morphology of the tongue and hemipenis of the lizard subfamily Tupinambinae (Squamata, Teiidae)”, fornecemos a descrição comparada da morfologia do hemipênis (n=33) e da língua (n=14) de nove espécies de Tupinambinae: C. amazonicus, D. guianensis, S. duseni, S. merianae, Tupinambis cuzcoensis, T. longilineus, T. quadrilineatus, T. palustris e T. teguixin. Espécies de Teiinae e de Gymnophtalmidae também foram examinados para comparações. Em geral, os hemipênis de Tupinambinae são alongados e clavados, com lóbulos curtos, com uma pequena crista na bifurcação do sulco. A face sulcada é lisa, com uma placa de expansão separando o sulco das lâminas proximais, distais e laterais. Há uma placa de expansão na face não sulcada, separando medialmente as lâminas distais e proximais. Já a língua é alongada e profundamente bifurcada, coberta dorsalmente e lateralmente por papilas, semelhantes a escamas. Uma área triangular espessa no centro da placa de expansão da face não sulcada do hemipênis pode representar uma característica única de Tupinambinae, assim como um maior número de plicas infralinguais, e os gêneros diferem principalmente na forma e ornamentação desses órgãos. No terceiro capítulo, “Taxonomy of Tupinambis Daudin, 1802 (Squamata, Teiidae, Tupinambinae)”, analisamos 462 espécimes de todas as espécies atualmente reconhecidas para o gênero, representando quase toda sua distribuição geográfica. Nossos resultados apoiam o reconhecimento de oito espécies, e para cada uma delas foi feita uma diagnose, análise da variação dos caracteres morfológicos, mapas de distribuição e uma lista sinonímica detalhada com base no exame extensivo da literatura e dos tipos examinados. Apresentamos também uma chave dicotômica para a identificação das espécies. No quarto capítulo, “A combined morphological and molecular phylogeny of the subfamily Tupinambinae (Squamata, Teiidae)”, foram realizadas análises filogenéticas de parcimônia, baseada em 198 caracteres morfológicos (morfologia externa, padrão de cor, crânio, hemipênis e língua) e quatro genes mitocondriais (Citocromo b, ND4, 12S and 16S). Tanto a análise com dados morfológicos, quanto a análise com dados combinados, resultou cada um em uma única árvore mais parcimoniosa. Recuperamos o monofiletismo de Tupinambinae, assim como dos gêneros Salvator e Tupinambis. Callopistes aparece como grupo irmão dos demais gêneros que compõem a subfamília. Apesar de encontrarmos uma relação de grupo irmão entre Dracaena e Salvator, os valores de suporte foram baixos.

  • RAFAEL RODRIGUES FARIAS
  • BIOLOGIA REPRODUTIVA DO PEIXE TETRA SPLASH Copella arnoldi (REGAN 1912) EM UMA BACIA DO ATLÂNTICO NOROESTE OCIDENTAL

  • Data: 14/12/2017
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  • Peixes que desovam em ambiente terrestre tendem a ter um maior gasto energético contra o risco de desidratação dos ovos e com o grau de sobrevivência de juvenis, acabando por ajustar a sua reprodução com as condições hidrológicas do ambiente. Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivo analisar a influência da precipitação na biologia reprodutiva do peixe tetra splash Copella arnoldi no rio Taiassuí, uma bacia do Atlântico Noroeste Ocidental, Estado do Pará, Brasil. Um total de 171 espécimes foram coletados em campanhas bimensais de agosto de 2016 a junho de 2017, em laboratório foi avaliado comprimento padrão e o peso total, em seguida os espécimes foram eviscerados para posterior pesagem e análise das gônadas. As gônadas passaram por rotina histológica para determinação do estágio de desenvolvimento gonadal. As gônadas maturas foram colocadas em solução de Gilson e dissociadas para obtenção dos dados de fecundidade e tipo de desova. Em média, cada fêmea madura de C. arnoldi. possuí 85 oócitos; a menor e maior frequência de diâmetro dos oócitos ficou na classe dos 700 a 300 μm, respectivamente; a distribuição do tipo modal indica uma desova total. O L50 foi estimado em 18,09 mm para fêmeas e 18,52 mm para os machos. A relação peso-comprimento indicou que fêmeas e machos tendem a crescer em proporções iguais de peso e comprimento. O fator de condição não variou em relação ao ciclo pluviométrico, apesar de valores levemente mais altos serem observados durante o período de estiagem. A razão sexual se manteve ao esperado (1:1) todo o período de estudo, entretanto durante abril e agosto há uma predominância de fêmeas na população. A período de desova de C. arnoldi aparenta estar associado a estação de maior precipitação, visto que dois picos reprodutivos podem ser observados em dezembro (início do período chuvoso) e abril (mês de maior precipitação). Assim, evidenciamos que C. arnoldi sincroniza a desova com a estação chuvosa provavelmente devido a um menor risco de desidratação dos ovos e maior sobrevivência de juvenis.

  • LORRANE GABRIELLE CANTANHEDE
  • IMPACTOS DA PASTAGEM NA DIVERSIDADE TAXONÔMICA E FUNCIONAL DE PEIXES DE RIACHOS AMAZÔNICOS

  • Data: 11/12/2017
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  • Nos últimos anos, o desenvolvimento econômico crescente tem promovido altas taxas de
    desmatamento e mudanças no uso da terra, que impactam negativamente os ecossistemas terrestres
    e aquáticos ao redor do mundo. Visando isto, este trabalho teve como objetivo avaliar como a
    diversidade taxonômica e funcional das assembleias de peixes responde aos impactos causados
    pelas áreas de pastagem em riachos na Amazônia Oriental. Buscou-se responder as seguintes
    perguntas: (i) Qual o efeito da pastagem sobre as características ambientais dos riachos? (ii) Como
    elas afetam a riqueza e a composição taxonômica e funcional da ictiofauna? e (iii) Quais atributos
    funcionais específicos estarão relacionados às variáveis ambientais que caracterizam os riachos
    que drenam áreas de pastagem e floresta? As coletas foram realizadas entre os anos de 2012 e
    2015, no período de seca, com 13 riachos em áreas florestadas e 13 riachos em áreas de pastagem.
    As variáveis ambientais positivamente correlacionadas às áreas de pastagem foram, abrigos
    formados por estruturas artificiais e corredeiras. Já em riachos de floresta, a cobertura de dossel
    (árvores grandes) foi a única variável ambiental positivamente correlacionada com essas áreas. Foi
    constatado que a pastagem afeta a diversidade taxonômica e funcional da ictiofauna e que quanto
    maior a cobertura de dossel formada por árvores grandes, maior a ocorrência de espécies
    bentônicas, ou seja, que apresentam associação ao fundo. O avanço econômico tem promovido
    altas taxas de desmatamento para instauração de pastagens e isso está ocasionando modificações
    no hábitat e, por consequência, está alterando a estrutura taxonômica e funcional das comunidades
    de peixes.

  • FLAVIO ROBERTO DE ALBUQUERQUE ALMEIDA
  • Descrição de um gênero novo e três espécies novas de Edessinae (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae)

  • Data: 07/12/2017
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  •  A família Pentatomidae é a quarta mais diversa dentre Heteroptera, compreendendo cerca de 4.700 espécies dividas em, aproximadamente, 800 gêneros. Pentatomidae é um grupo monofilético caracterizado pela perda das gonapófises 8, redução e fusionamento das gonapófises 9 aos gonocoxitos 9, ausência do gonângulo e ductos do receptáculo dilatados e invaginados, formando três paredes distintas. Dentre as subfamílias de Pentatomidae, Edessinae é a segunda mais diversa, com cerca de 320 espécies divididas em nove gêneros: Edessa Fabricius, 1803, Ascra Say, 1832, Brachystethus Laporte, 1832, Peromatus Amyot & Serville, 1843, Olbia Stål, 1862, Pantochlora Stål, 1870, Doesburgedessa Fernandes, 2010, Paraedessa Silva & Fernandes, 2013 e Grammedessa Correia & Fernandes, 2016. O gênero Edessa apresenta diversos problemas taxonômicos e nomenclaturais devido a falta de uma diagnose clara e objetiva. Dessa forma, as espécies que apresentam características gerais da subfamília e que não se enquadram na diagnose dos outros gêneros de Edessinae são consideradas como pertencentes à Edessa. Esta prática tornou o gênero um “depósito” de espécies com limites indefinidos. A proposta para o gênero é revisá-lo a partir de grupos de espécies com características semelhantes entre si, possivelmente sinapomorfias. Um destes enigmáticos grupos de Edessa é composto por Edessa celsa Distant, 1890 e três espécies novas. No presente trabalho um novo gênero composto por estas quatro espécies é descrito e comparado ao subgênero Hypoxys, o qual apresenta características comuns. Diagnoses, ilustrações do processo metasternal e genitália interna e externa, fotografias das vistas dorsal e ventral e um mapa de distribuição são apresentados. Uma chave dos gêneros de Edessinae e de Edessinae gen. n. também são apresentadas. Genitálias de machos e fêmeas de Edessa celsa são descritas pela primeira vez. A distribuição de E. celsa é ampliada para Costa Rica e México. O lectótipo de E. celsa é designado no presente trabalho.

  • LEONARDO CARREIRA TREVELIN
  • Padrões espaço-temporais na diversidade de morcegos Filostomídeos (Chiroptera: Phyllostomidae) na Amazônia e sua suscetibilidade à alterações na paisagem

  • Data: 01/11/2017
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  • O Brasil continua no posto de país detentor das maiores taxas anuais de conversão de ambientes naturais do globo terrestre, refletindo em consequencias nefastas na distribuição e abundância de suas espécies florestais. A bacia amazônica detém parcela significativa destes indicadores de conversão florestal, acumulando em suas paisagens o fenômeno conhecido como Alterações da Paisagem. Do ponto de vista das comunidades naturais, alterações na paisagem costumam resultar na redução da área e no isolamento de machas de habitat adequados para sua existência, inseridos em uma matriz não-favorável de cobertura antrópica. O paradigma atual da conservação entende que é neste tipo de paisagem que reside o futuro da conservação da biodiversidade, e o caminho para este fim envolve a descrição de padrões que nos ajudem a elucidar os mecanismos de sua manutenção. O grupo dos morcegos (ordem Chiroptera) são interessantes modelos para este tipo de estudo, representam um grupo de organismos extramente diverso e abundante, além de prestarem inúmeros servições ecológicos aos ecossistemas onde estão inseridos, e assim, foram escolhidos como organismos modelos neste estudo. O objetivo geral deste estudo foi explorar a diversidade ecológica de morcegos da família Phyllostomidae no espaço e no tempo, testando algumas hipóteses sobre como esta diversidade responde às alterações decorrentes de ações antrópicas em paisagens da Amazônia oriental. A região adotada como área de estudo foi o interflúvio de ocupação mais antiga na Amazônia brasileira, conhecida como Área de Endemismo Belém. Nesta região, monitoramos assembleias de morcegos por um período superior a cinco anos, replicando paisagens ao longo de sua extensão. A presentre tese está organizada na forma de manuscritos independentes, que buscaram, responder questões específicas dentro do tema geral. Foram abordados os temas i) padronização metodológica para o estudo de morcegos Neotropicais, ii) ocupação de florestas primárias e secundárias por grupos ecológicos de morcegos e iii) Paralelismos entre a diversidade ecológica e a diversidade genética. De forma geral, os resultados obtidos nestes estudos ajudam a uma maior regionalização e padronização do conhecimento acumulado sobre a manutenção da biodiversidade em pasiagens alteradas.

  • LEDA MAYARA SOUSA DA COSTA
  • Impacto da degradação florestal sobre a riqueza e diversidade de borboletas frugivoras em remanescentes florestais da área de endemismo Belém.

  • Data: 17/10/2017
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  • Na Amazônia a perda de hábitat, degradação e fragmentação são causadas principalmente pela extração madeireira e novos usos de solo. O estudo foi feito em oito remanescentes florestais da área de endemismo Belém. Esta área corresponde a porção leste da Amazônia brasileira com uma extensão de 243.752,18km2. Esta é área de endemismo mais ameaçada da Amazônia, com índices de perda florestal comparáveis aos grandes hot-spots do planeta. As amostragens foram feitas entre Abril de 2013 a agosto de 2015, com armadilhas modelo Van Someren-Rydon nas áreas nucleares dos remanescentes, tanto no sub-bosque quanto no dossel, totalizando esforço amostral de 1000horas/área. A degradação foi mensurada pela porcentagem de perda florestal no entorno e pela estrutura da vegetação. Este trabalho obteve evidências que a degradação mesmo em pequena escala afeta a riqueza de espécies presentes no sub-bosque da floresta nos remanescentes, com áreas conservadas mais ricas em espécies e maior número de indivíduos coletados. A composição de espécies também é afetada pela degradação refletindo em uma diversidade beta alta determinada por um padrão de substituição com influência tanto de efeitos geográficos quanto ambientais. O estudo permitiu detectar tanto espécies indicadoras de floresta preservada e de degradação quanto apontar remanescentes de maior importância para a conservação das borboletas frugívoras na área de endemismo Belém.

  • MARINA BARREIRA MENDONCA
  • Sistemática de Ituglanis Costa & Bockamnn (Siluriformes: Trichomycteridae)

  • Data: 29/09/2017
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  • A revisão taxonômica de Ituglanis Costa & Bockmann, bem como a análise sistemática, em um paradigma filogenético, foram feitas e são apresentadas. Seis espécies foram redescritas: Ituglanis amazonicus, I. paraguassuensis, I. parahybae, I. parkoi, I. passensis e I. proops. Quinze espécies foram sinonimizadas: I. agreste é sinônimo júnior de I. paraguassuensis. Ituglanis bambui, I. boticario, I. epikarsticus, I. goya, I. mambai e I. ramiroi são sinônimos júnior de I. passensis. Ituglanis cahyensis é sinônimo júnior de I. parahybae. Ituglanis eichorniarum, I. gracilior, I. guayaberensis, I. herberti, I. metae, I. nebulosus e Trichomycterus gabrieli são sinônimos júnior de I. amazonicus. Seis espécies recém descritas tiveram apenas a diagnose e/ou a distribuição atualizadas: Ituglanis apteryx, I. australis, I. boitata, I. compactus, I. ina e I. macunaima. Trichomycterus payaya foi realocada em Ituglanis (Ituglanis payaya). E Trichomycterus laticeps foi considerada como species inquirenda. Uma filogenia com base 155 caracteres morfológicos (31 contínuos e 124 discretos) apresentou uma topologia de consenso estrito de três árvores mais parcimoniosas. Após a inclusão de Trichomycterus payaya, Ituglanis foi recuperado como monofilético suportado por 12 sinapomorfias, sendo uma delas exclusiva. Uma proposta de relacionamento entre as espécies de Ituglanis é apresentada, (Ituglanis australis((((I. proops (I. boitata (Trichomycterus payaya + I. paraguassuensis)))((I. sp. “Aripuanã” + I. passensis) (I. parkoi (I. sp. “Ribeira”(I. parahybae (I. amazonicus + I. ina + I. compactus (I. macunaima + I. apteryx))))))), onde os terminais mais próximos à base são relacionados às drenagens mais ao Sul da América do Sul, e as espécies mais inclusivas estão distribuídas nas drenagens do Centroeste e Norte da América do Sul

  • NARAIANA LOUREIRO BENONE
  • Heterogeneidade ambiental e diversidade de peixes de riachos na Amazônia

  • Data: 07/09/2017
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  • Os riachos amazônicos são sistemas altamente heterogêneos e que abrigam uma enorme biodiversidade. Devido às crescentes ameaças a esses sistemas, aumenta-se a necessidade de entender como processos ecológicos em áreas naturais afetam os riachos e suas assembleias de peixes. Esta tese foi dividida em três capítulos e busca responder as seguintes questões: 1) O quanto das variáveis em escala de bacia regulam o hábitat físico de riachos amazônicos? 2) Qual a contribuição relativa do ambiente e do espaço sobre a diversidade alfa e beta, tanto taxonômica quanto funcional, de peixes de riachos? 3) O quanto diferentes componentes da biodiversidade (diversidade de espécies, distinção taxonômica e diversidade funcional) são congruentes e o quanto eles podem ser preditos a partir de variáveis em escala de bacia? Para responder estas questões, foram amostrados 57 riachos em seis bacias da região amazônica. Para a caracterização ambiental, foi aplicado um extenso protocolo padronizado, que gerou mais de 140 métricas locais, além da utilização de 11 variáveis em escala de bacia. As assembleias de peixes foram coletadas com redes de mão durante seis horas. Com os resultados, detectou-se que as bacias podem ser divididas em dois grupos a partir da altitude e declividade. Estas duas variáveis influenciaram os hábitats dos riachos, controlando a velocidade do fluxo e o tipo e proporção de substrato. Este controle foi fundamental para os padrões taxonômicos e funcionais das assembleias de peixes, que são afetadas pelo filtro ambiental na escala da bacia. Entretanto, variáveis locais foram particularmente importantes para a diversidade alfa, tanto taxonômica quanto funcional das espécies. Apesar do papel significativo dos filtros ambientais, a dispersão limitada foi o principal fator responsável por mudanças em todos os níveis de diversidade de peixes, o que indica um forte fator biogeográfico. Por fim, os diferentes componentes da diversidade exibiram congruência intermediária, o que demonstra que eles são complementares e que não é possível resumir a diversidade de peixes a um único componente. Além disso, as variáveis na escala de bacia mostraram capacidade intermediária de prever padrões de diversidade, sendo recomendável utilizar outras métricas preditoras, como variáveis locais, em estudos de diversidade de peixes.

  • FABRICIO SIMOES CORREA
  • AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA PLANTAÇÃO DE PALMAS (Elaeis elegans) NA CONSERVAÇÃO DE ANFÍBIOS ANUROS NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 30/06/2017
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  • A perturbação e redução de áreas florestadas ocasionam a perda de hábitat de vários organismos, com efeitos que variam de acordo com o grupo ecológico, papel funcional, exigências eco-fisiológicas e capacidade das espécies de utilizar o hábitat. Anfíbios são particularmente sensíveis a perturbações ambientais, especialmente a alterações no microclima (temperatura e umidade do ar) e na disponibilidade de recursos (microhábitats reprodutivos e presas). Os modos reprodutivos de anfíbios variam desde os mais generalistas, com oviposição diretamente na água, até modos reprodutivos mais especializados, em ocos de árvores ou serrapilheira. Do mesmo modo, a dieta varia bastante, tendo espécies que se alimentam de uma grande variedade de invertebrados e espécies que se alimentam de um determinado grupo de presas. No entanto, poucos estudos testaram diferenças na diversidade dos modos reprodutivos e o tipo de dieta das espécies entre ambientes de floresta e paisagens que sofreram algum tipo de alteração. Assim, serão analisados os efeitos da plantação de palmas de dendê sobre: a) a diversidade e abundância de anfíbios anuros em uma área de floresta tropical úmida; b) os efeitos de diferenças microclimáticas e da cobertura de dossel sobre a diversidade de anuros; c) a quantidade e complexidade de modos reprodutivos de anuros; e d) o consumo de presas pelas assembleias de anuros. No município de Tailândia-PA, serão delimitadas 40 parcelas de 2100 m², sendo 20 em áreas de floresta e 20 em áreas de plantação de palmas. Em cada parcela será medida a cobertura de dossel, a temperatura e umidade do ar. Serão feitas procuras visuais e auditivas de anfíbios anuros durante as estações de maior e menor pluviosidade da região. Os modos reprodutivos de cada espécie serão baseados na literatura e/ou identificação em campo, e o grau de complexidade da reprodução será medido através de um índice que irá variar de 0 a 1, onde valores mais próximos de 0 representam reprodução mais simples e valores mais próximos a 1 representam reprodução mais complexa. Para a dieta, será retirado o conteúdo estomacal de cada indivíduo coletado, identificando-se ao menor nível taxonômico possível. É esperado que se encontre nas áreas de floresta maior diversidade de espécies de anfíbios; maior influência das variáveis ambientais sobre a assembleia de anuros na área de plantação de palma; maior variedade de modos reprodutivos, assim como maior amplitude do grau de complexidade reprodutiva; e maior variedade de presas consumidas pelas assembleias nas áreas de floresta.

  • TAINA CARREIRA DA ROCHA
  • Filogeografia comparada e modelagem de nicho de 4 especeies de suboscines de distribuição disjunta entre Florestas Amazônica e Atlântica.

  • Data: 31/05/2017
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  • Várias hipóteses têm sido propostas para explicar a complexa história de padrões de distribuição e alta diversidade de espécies de aves neotropicais. Existe um consenso geral de que esses padrões são uma consequência da paisagem muda ao longo do tempo evolutivo. Para compreender este processos evolutivos inferir relações baseadas na abordagem molecular entre os táxons que mostram distribuição semelhante é uma boa maneira de obter evidências, desde diferentes processos podem estampar o mesmo sinal. Neste estudo investigamos a história de três passeriformes de solo utilizando abordagem molecular para inferir a estrutura populacional, tempo de divergência de diversificação e análise biogeográfica usando cytb, ND2 e intro 7 marcadores para contraste spatio-temporal padrão de diversificação entre Lipaugus vociferans, Schiffornis tudina, Xiphorhynchus Xiphorhynchus guttatus guttatoides e. Obtivemos phylogenies para X. guttatus e X. guttatoides corrobora e melhorar outros estudos, para S. turdina apesar de árvores filogenéticas análise revela estruturação como outros substancial estudo apontou, baixo nível de divergência genética entre S. T. amazonum e S. turdina wallacii corridas não suporta como dois distritos espécies como anteriormente propostas com base em dados genéticos e algumas diferenças vocal. Nem sequer mtDNA nem intro 7 foi capaz de captar a estrutura significativa para L. vociferans. Análise biogeográfica recuperar por BioGeoBEARS mostrou que a dispersão e eventos vicariance podem ter papel crucial realizada história evolutiva das espécies. Embora a hipótese de barreira rio mais comumente usados para explicar a diversificação para Xiphorhchus taxón Schiffornis e acreditamos que outros fatores devem ser deliberando pela história de táxons como capacidade de dispersão e ecofisiológica condicionalismos.

  • NILTON JUVENCIO SANTIAGO MONTEIRO
  • Descrição e comparação morfológica da terminália feminina das espécies de Agromyzidae (Diptera: Opomyzoidea)

  • Data: 10/04/2017
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  • A família Agromyzidae é composta por mosca fitófagas de grande semelhança morfológica. A terminália masculina é a principal estrutura que auxilia na identificação das espécies. No entanto, a terminália feminina tem sido negligenciada por muitos trabalhos até agora. Neste estudo, foram descritas as terminálias femininas de 27 espécies em 9 gêneros de Agromyzidae (Japanagromyza Sasakawa, Melanagromyza Hendel, Calycomyza Hendel, Galiomyza Spencer, Liriomyza Mik, Nemorimyza Frey, Phytoliriomyza Hendel, Phytomyza Fallén, Pseudonapomyza Hendel) depositados no Museu de Zoologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e na Coleção Entomológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Os abdomens das fêmeas foram clareados em KOH 10%, dissecados e a terminália feminina foi desenhada utilizando um microscópio acoplado a uma câmara lucida. O formato do nono esternito abdominal, das espermatecas e o número de setas marginais foram importantes características para a identificação das espécies. O formato e comprimento do guia de ovos foi importante na identificação das subfamílias de Agromyzidae (Agromyzinae e Phytomyzinae). Algumas considerações sobre as características similares foram baseadas nas hipóteses de relacionamento filogenético entre os gêneros da família Agromyzidae. Espera-se que os resultados obtidos neste estudo possam auxiliar na identificação de espécimes fêmeas de agora em diante.

  • YASMIN MARIA SAMPAIO DOS REIS
  • Aspectos da Caça de Subsistência em Comunidades Extrativistas no Oeste do Estado do Pará (Amazônia, Brasil)”

  • Data: 01/04/2017
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  • A fauna silvestre é utilizada por comunidades rurais para diversas finalidades, principalmente para alimentação, mas também para atividades culturais, uso como animais domésticos, ou mesmo para o comércio. Na Amazônia, a caça é amplamente praticada, constituindo uma das poucas fontes proteicas e de gordura animal disponíveis. Da mesma forma, esta é uma das atividades extrativistas mais importantes para as comunidades locais da reserva Extrativista (RESEX) Tapajós-Arapiuns. Este estudo objetivou caracterizar o uso da fauna e identificar a existência de possíveis padrões da atividade em oito comunidades pertencentes a esta unidade de conservação, localizada no oeste do Pará. O presente trabalho compreende o primeiro produto dos dados do Projeto de Monitoramento da Caça de Subsistência na RESEX Tapajós-Arapiuns. A lista de pelo menos 25 espécies susceptíveis a caça foi construída com base nos registros de eventos de caça realizados pelas famílias das comunidades monitoradas durante o ano de 2015. Neste estudo, foi possível detectar o efeito da sazonalidade sobre o abate da cutia (Dasyprocta spp.) e um maior tempo investido no período de seca por caçadores de algumas das comunidades. A classificação previamente estabelecida que separa as comunidades em áreas de baixa, média e alta intensidade de caça foi confirmada pelos dados de monitoramento, pois tanto a composição de espécies caçadas quanto a contribuição proporcional destas espécies na biomassa abatida em cada um dos níveis de intensidades de caça diferiram significativamente. A caça de subsistência segue o principal padrão da caça descrito para a Amazônia, onde mamíferos de médio e grande porte são os mais consumidos, representados principalmente pelos ungulados dos gêneros Mazama, Tayassu e Pecari, roedores cavimorfos (Dasyprocta spp. e Cuniculus paca) e Dasipodídeos. Répteis e Aves também são importantes, sendo os primeiros representados principalmente pelos quelônios terrestres (Chelonoide spp.), bem como as aves das famílias Cracídae, Psittacidae e Tinamídae.

  • ROXIRIS AUXILIADORA AZUAJE RODRÍGUEZ
  • Sistemática molecular e implicações para a conservação de uma linhagem endêmica da Amazônia: o gênero Hylexetastes Sclater, 1889 (Aves: Dendrocolaptidae)

  • Data: 09/03/2017
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  • O gênero Hylexetastes é endêmico da floresta Amazônica. Atualmente, duas espécies são aceitas no gênero (H. perrotti e H. stresemannii), cada uma dividida em três subespécies. No entanto, alguns autores defendem que as subespécies de H. perrotti devem ser consideradas como espécies plenas. Em particular, H. p. brigidai é um táxon endêmico do Pará e Mato Grosso e parece ter a menor área de distribuição. Esta região corresponde à área mais desmatada dentro do bioma e assim o status taxonômico desta linhagem é de particular preocupação para conservação. Até agora, somente caracteres morfológicos foram avaliados para definição taxonômica deste gênero. Portanto, neste estudo apresentamos uma hipótese filogenética molecular para ajudar a resolver as incertezas taxonômicas dentro do gênero. Foram sequenciados fragmentos de dois marcadores mitocondriais (Cytb e ND2) e três marcadores nucleares (BF5, G3PDH e MUSK) em 58 espécimes de Hylexetastes. Além disso, foram elaboradas modelagens de nicho ecológico para cada uma das linhagens identificadas, para avaliar sua potencial área de distribuição, requerimentos climáticos e sua a vulnerabilidade ao desmatamento. As análises filogenéticas sustentam a designação de H. perrotti, H. uniformis e H. brigidai como espécies plenas, sendo que H. perrotti parece ser espécie irmã de H. stresemanni e não dos demais táxons considerados co-específicos. Além disso, foi possível distinguir a presença de duas Unidades Evolutivas Significativas dentro de H. uniformis. Cada um destes táxons está distribuído em diferentes interflúvios / áreas de endemismo da bacia Amazônica. Em particular, confirma-se o status de espécie plena para H. brigidai, endêmica da região amazônica com maior desmatamento. Assim, sugerimos a continuada avaliação aprofundada do seu status de conservação para promover sua preservação.

  • SAULO BORGES DE AZEVEDO
  • REVISÃO SISTEMÁTICA DO GÊNERO MYIOBIUS GRAY, 1839 (AVES: ONYCHORHYNCHIDAE)

  • Data: 02/03/2017
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  • Neste trabalho é apresentado um estudo filogenético sobre o gênero Myiobius, um grupo de aves passeriformes reconhecidas à família Onychorhynchidae, estimando as relações evolutivas entre suas espécies, bem como são apresentadas análises intraespecíficas de duas espécies, nas quais foi possível recuperar as relações entre as subespécies de cada uma delas, e influência de barreiras biogeográficas como rios na diversificação das mesmas. Para isso se fez uso de sequências de dois marcadores mitocondriais (ND2 e COI) e dois loci nucleares (ACO1 e βfib5) oriundas de 90 indivíduos com ampla distribuição na América do sul e Central. Os dados confirmaram a monofilia recíproca entre linhagens oriundas do Oeste da Cordilheira dos Andes e a aquelas do Leste desta cadeia de montanhas; recuperaram relações de proximidade entre as espécies M. barbatus/sulphureipygius/villosus, e distanciamento evolutivo destas três espécies de M. atricaudus; além disso, duas de suas espécies, simpátrias e crípticas (M. barbatus e M. atricaudus), ainda hibridizam entre si, embora tenham sido recuperadas como distantes evolutivamente. Foi verificado que os principais rios da bacia amazônica influenciaram a diversificação das espécies do gênero, com as análises recuperando populações de diferentes interflúvios como distintas evolutivamente uma da outra.

  • RUANNA DE PAULA DE ANDRADE REIS
  • Revisão Taxonômica do gênero de aranhas neotropicais Parachemmis
    Chickering, 1937 (Araneae, Corinnidae)

  • Data: 27/02/2017
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  • A família Corinnidae Karsch, 1880 é constituída por aproximadamente 735 espécies alocados em 67 gêneros, os quais estão distribuídos em zonas temperadas e tropicais (WSC, 2015). Este grupo passou por diversas modificações em seu status taxonômico até ser elevada ao status de família a partir do trabalho de Lehtinen (1967).
    A princípio, Karsch (1880) ao propor Corinninae, a classificou como uma subfamília de Drassoidae. Simon (1897), no entanto, a reconheceu como subfamília de Clubionidae, com base em caracteres diagnósticos da família, como a morfologia do esterno. Lehtinen (1967) ao contestar o posicionamento filogenético de Corinninae, evidenciou a artificialidade de Clubionidae, uma vez que este agrupamento era caracterizado por uma combinação de simplesiomorfias.
    Até recentemente, Corinnidae incluía as subfamílias Corinninae Karsch, Castianeirinae Reiskind, Trachelinae Simon e Phrurolithinae Banks. Castianeirinae foi primeiramente reconhecida por Reiskind (1969) como subfamília de Clubionidae. Phrurolithinae foi por muito tempo considerado um táxon relacionado à Liocranidae. No entanto, este grupo foi formalmente transferido de Liocranidae para Corinnidae por Bosselaers & Jocqué (2002), os quais também argumentaram contra o monofiletismo de Corinnidae, sugerindo que Castianeirinae seria mais proximamente relacionada a gêneros pertencentes a Liocranidae do que a outros táxons de Corinnidae. Ramírez (2014) restringiu a composição da família a apenas duas subfamílias, Corinninae e Castianeirinae, e elevou Trachelidae e Phrurolithidae ao status de família.
    O monofiletismo de Corinnidae ainda é discutido (Bonaldo, 2000; Ramírez, 2014). Bonaldo (1997) indicou gêneros de posicionamento incerto em Corinnidae (Ianduba Bonaldo, 1997, Mandaneta Strand,1932, Procopius Thorell, 1899 e Pseudocorinna Simon, 1910) que apresentavam apófise média, uma estrutura ausente em Corinídeos típicos como Corinna Koch, 1842 e Castianeira Keyserling, 1879. A maioria destes gêneros foi incluída por Ramírez (2014) em um grupo informal (o grupo Pronophaea), porém este resultado foi considerado insuficientemente suportado para ser refletido em uma classificação formal. Assim, os gêneros do grupo Pronophaea permanecem formalmente incluídos em Corinnidae, sem afiliação sub-familiar (Corinnidae insertae sedis).
    Desta forma, atualmente a família é constituída pelas subfamílias Corinninae e Castianeirinae, além de um agrupamento de táxons com posição filogenética incerta, considerados como Incertae sedis. Contudo, a recente inclusão de representantes do gênero Ianduba Bonaldo, 1997 na matriz de Ramírez (2014) por Magalhães et al. (no prelo) indica que este gênero não é um representante do grupo Pronophaea, sendo possivelmente o grupo irmão de Corinninae, hipótese levantada pela primeira vez por Bonaldo (2000). Apesar da composição da família ainda ser objeto de discussão, as duas subfamílias formalmente reconhecidas em Corinnidae são diferenciadas com facilidade através da morfologia do palpo do macho. Corinninae apresenta o reservatório ou duto espermático com percurso helicoidal (Bonaldo 2000), enquanto Castianeirinae o bulbo do palpo exibe forma de pêra (Reiskind, 1969).
    Bonaldo (2000) caracterizou os gêneros de Corinninae, reconhecendo 17 gêneros para a subfamília, sendo seis descritos como novos na ocasião: Abapeba, Erendira, Septentrinna, Simonestus, Tapixaua e Tupirinna. Além disso, foram redescritos também os gêneros Corinna C. L. Koch, 1842, Methesis Simon, 1896, Megalostrata Karsch, 1880, Stethorragus Simon, 1896, Parachemmis Chickering, 1937, e Xeropigo O. Pickard-Cambridge, 1882 e descritas 30 espécies novas.
    O gênero Parachemmis foi proposto por Chickering (1937) afim de abrigar, em Micariinae (Clubionidae), duas espécies encontradas no Panamá, Parachemmis fuscus (espécie-tipo por designação original) e Parachemmis trilineatus Chickering. Ao separar os representantes de Castianeirinae dos de Micariinae (Gnaphosidae), Reiskind (1969) considerou Parachemmis como um representante de Clubionidae, Liocraninae. Após a proposta de fragmentação de Clubionidae promovida por Lehtinen (1967) ter sido amplamente aceita, o gênero foi listado em Liocranidae até Bonaldo & Brescovit (1994) o transferirem para Corinninae (Corinnidae). Neste mesmo trabalho foi transferida para o gênero Parachemmis uma espécie descrita por Gertsch (1942), Stethorrhagus hassleri, bem como uma de Mello-Leitão (1948), Stethorrhagus mastigostylus, esta última considerada um sinônimo júnior da primeira. Bonaldo (2000) descreveu a espécie Parachemmis manauara e transferiu P. trilineatus para o gênero Tupirinna Bonaldo. Dessa forma, até o momento são reconhecidas três espécies em Parachemmis: P. fuscus, P. hassleri e P. manauara. Bonaldo & Brescovit (1994) reconheceram um grupo putativamente monofilético em Corinninae, composto por Stethorrhagus e Parachemmis, caracterizado pela presença de escavações esternais e de uma apófise apical ventral articulada na tíbia do palpo dos machos. Bonaldo (2000) indicou que o gênero Tupirinna apresenta as mesmas características, incluindo-o neste grupo de gêneros. As espécies incluídas em Parachemmis são aranhas de médio porte (de 5,3 mm a 7,6 mm de comprimento total), normalmente encontradas em troncos de árvores (Hofer & Brescovit, 2001; Nogueira et al., 2014) e são diferenciadas de outros gêneros pela morfologia da genitália, caracterizada pelo condutor hialino, reservatório longo exibindo uma forma de hélice e êmbolo longo e filiforme, com extremidade simples, diferenciando-se dos gêneros Sthethorragus que apresenta a extremidade do êmbolo bífida e Tupirinna, onde as espécies possuem o êmbolo curto. Além dessas diferenças, o epígino das fêmeas de Parachemmis apresentam ductos de copulação separados, abrindo-se em cavidades diferentes. Os gêneros Stethorrhagus e Tupirinna, por sua vez, exibem apenas uma abertura de copulação e único ducto, com exceção de Stethorrhagus limbatus Simon 1896, onde ductos separados abrem-se em uma escavação comum (Bonaldo & Brescovit, 1994; Bonaldo 2000). Embora sejam reconhecidas somente três espécies para o gênero, um número considerável de espécies a serem descritas estão disponíveis em coleções zoológicas científicas. Neste sentido, é proposto no presente estudo, uma revisão taxonômica de Parachemmis, com o intuito de ampliar o conhecimento das espécies pertencentes a este táxon, bem como sua distribuição. Assim, ao final deste trabalho, o elenco do gênero será ampliado para 12 espécies: Parachemmis fuscus e P. manauara serão rediagnosticados, P. hassleri e P. mastigostylus (revalidado) serão redescritas e oito espécies serão descritas como novas para a ciência.

  • CAROLINA GOMES SARMENTO
  • EFEITO DO ESTADO REPRODUTIVO E DO SEXO NO COMPORTAMENTO AGONÍSTICO DO CICLÍDEO AMAZÔNICO Mesonauta insignis (HACKEL, 1840)

  • Data: 25/02/2017
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  • O comportamento agonístico entre animais é uma ferramenta para o estabelecimento da hierarquia social, e para regular o acesso a recursos limitados. O sucesso na reprodução está intimamente relacionado ao nível de comportamento agressivo exibido durante a atividade reprodutiva. A agressividade pode ser manifestada em contexto de competição por meio de lutas ou conflitos na disputa pelo acesso a alimentação, abrigo ou parceiros sexuais. Essas disputas incluem lutas ofensivas com avaliação, agressões diretas, lesões corporais e defesas. O presente estudo investigou o efeito do estado reprodutivo e do sexo sobre o comportamento agonístico do ciclídeo amazônico Mesonauta insigns. Desse modo, buscou-se inicialmente identificar e descrever os padrões de comportamento agonístico exibidos por peixes adultos desta espécie e avaliar a dinâmica das suas interações agonísticas (capítulo 1). Além disso, buscou-se comparar a exibição agressiva de Mesonauta insignis adultos em estados reprodutivo e não reprodutivo, comparar a interação agressiva de fêmeas e machos, e analisar o efeito do gênero do oponente sobre as táticas de lutas usadas em encontros agressivos intrasexuais e intersexuais de adultos de Mesonauta insignis (capítulo 2). Foi elaborado um etograma composto por oito unidades comportamentais agonísticas que foram separadas em três classes: avaliação, agressão e defesa e classificadas de acordo com sua intensidade: baixa, média ou alta intensidade. A dinâmica da interação agonística indicou um escalonamento das unidades comportamentais até o fim do conflito, parecendo corroborar com o modelo de avaliação sequencial. Os adultos da espécie mostraram maior nível de agressividade quando estão em estado reprodutivo. Os machos apresentaram maior tempo de latência para iniciar o conflito que fêmeas. Os encontros intersexuais foram mais frequentemente vencidos por machos. Este estudo sugere que ciclídeos competem mais agressivamente em época reprodutiva aumentando a probabilidade de defesa de recursos importantes para a reprodução e que fêmeas e machos mostram táticas agressivas distintas provavelmente impulsionadas por pressões de seleção que atuam diferentemente em cada sexo.

  • PAULO AUGUSTO LIMA DA SILVA
  • Análise Cladística e descrição de novas espécies para o gênero GRAMMEDESSA Correia & Fernandes, 2016 (Heteroptera, Pentatomidae, Edessinae)

  • Data: 24/02/2017
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  • O gênero Grammedessa (Correia & Fernandes, 2016) possui doze espécies e foi proposto com base em um conjunto de características, mas sem uma análise cladística. A principal característica diagnóstica para Grammedessa são as faixas pretas na região dorsal da cabeça, estas faixas também estão presentes em espécimes que não foram consideradas inicialmente parte do gênero devido à ausência das demais características diagnósticas do grupo. Assim o objetivo do presente trabalho foi analisar Grammedessa utilizando a metodologia cladística e testar se as espécies excluídas inicialmente fariam ou não parte deste gênero. Foram analisados 45 exemplares. As descrições seguiram modelos pré-estabelecidos para descrições em Edessinae. A análise cladística foi realizada exclusivamente com caracteres morfológicos polarizados através do método de grupo externo, a matriz era composta por trinta e seis táxons terminais, sendo quinze no grupo externo, e vinte e um no grupo interno, e quarenta e quatro caracteres, em sua maioria, binários. Para a inferência filogenética foi utilizado o método de máxima parcimônia utilizando algoritmos de busca heurística, para isso foi utilizado o software T.N.T. Ao final da análise sem pesagem, foram obtidas oito árvores igualmente parcimoniosas (L=116, IC= 46 e IR=78); utilizando pesagem implícita (n=6), foram obtidas três árvores mais parcimoniosas (L=112, IC= 48 IR=80), onde a árvore de consenso foi apresentada e discutida. A hipótese de que Grammedessa é monofilético foi testada e corroborada por três sinapomorfias: a região dorsal da cabeça com faixas longitudinais formadas por manchas e pontuação, a face posterior do proctíger larga com a metade inferior apresentando uma quilha elevada; foram descritas oito espécies novas para o gênero; Edessa botocudo Kirkaldy, 1909 foi transferida para Grammedessa.

  • LARISSA CARDOSO SILVA
  • EFEITO DO PLANTIO DE DENDÊ SOBRE A DIVERSIDADE FUNCIONAL DE AVES NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 24/02/2017
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  • As plantações de dendezeiros (Elaeis guineenses, Jacq.) estão entre as práticas agrícolas que mais crescem no mundo, e esta entre as que mais alteram a paisagem nas regiões tropicais e que conhecidamente afetam a diversidade de espécies. Neste sentido avaliamos a diversidade funcional de aves em 11 pontos de plantio de dendê, 11 em áreas de preservação permanente e 11 em fragmentos florestais adjacentes na Amazônia Oriental. Para testar se os plantios de dendê afetam a diversidade funcional (DF) de aves, foram calculadas três métricas funcionais, a riqueza funcional (FRic), a equitabilidade funcional (FEve) e a divergência funcional (FDiv). Para testar a resposta das características funcionais às condições ambientais, utilizamos a análise de ordenação RLQ. Registramos 269 espécies de aves, sendo 52 espécies registradas nas plantações de dendê, 158 espécies nas áreas de APP e 203 nas florestas nativas. A FRic foi menor em ambientes de palma, quando comparadas a APP e floresta nativa. No entanto, as parcelas de APP não diferiram significativamente das parcelas de floresta nativa. Já a equitabilidade funcional não diferiu entre os tratamentos. A divergência funcional, por sua vez, se mostrou maior em parcelas florestais em comparação com a APP e palma. Porém, não houve diferença significativa entre palma e APP. A análise de RLQ mostrou uma relaçãlo entre traços e variáveis ambientais. Essas associações fornecem informações sobre as características das espécies que podem ser afetadas nos sistemas agrícolas. Esse declínio na diversidade funcional nos mostra que a perda de espécies florestais não foi compensada pela adição de novas espécies tolerantes a perturbações que poderiam preencher nichos funcionais vazios ou ocupar diferentes funções funcionais e que a diversidade funcional de aves é afetada negativamente com a conversão de florestas em plantio de palma. Assim, faz-se necessário manter fragmentos florestais adjacentes às áreas de plantio, bem como preservar e ampliar as matas ciliares dentro do plantio para garantir o desempenho dos serviços ecossitemicos reaizados pelas aves, como polinização e dispersão de sementes.

  • ALEXANDRE SALGADO DE SOUZA
  • REVISÃO DE Amphidraus SIMON, 1900 (ARANEAE: SALTICIDAE: EUOPHRYINI)

  • Data: 21/02/2017
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  • Dez espécies novas de Amphidraus Simon, 1900 provenientes do Brasil são descritas: A. belzonte sp. nov., A. bifidus sp. nov., A. caxiuanan sp. nov., A. draconicaudatus sp. nov., A. janauri sp. nov., A. loxodontillus sp. nov., A. mysticetus sp. nov., A. nigrigenu sp. nov., A. pulvinus sp. nov. e A. simplex sp. nov. Uma nova diagnose é proposta para o gênero e três novas combinações são estabelecidas: Nebridia parva Mello-Leitão, 1945 = Titanattus parvus (Mello-Leitão, 1945) comb. nov., Nebridia manni Bryant, 1943 = Truncattus manni (Bryant, 1943) comb. nov. e Nebridia mendica Bryant, 1943 = Truncattus mendicus (Bryant, 1943) comb. nov. Novos registros de A. santanae Galiano, 1967 são apresentados, permitindo um breve comentário sobre a variação morfológica encontrada.

  • MARINA TEOFILO PIGNATI
  • CONTAMINAÇÃO DE PODOCNEMIS UNIFILIS (TESTUDINES: PODOCNEMIDIDAE) POR AGROTÓXICOS E MERCÚRIO NA BACIA DO RIO XINGU

  • Data: 16/02/2017
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  • A política de ocupação no norte do estado de Mato Grosso e no estado do Pará, através de atividades como mineração, pecuária e posteriormente agricultura, causou a alteração e a contaminação da paisagem. Os contaminantes agrotóxicos, por exemplo, estão no ambiente em decorrência de seu uso na agricultura, e o contaminante mercúrio (Hg) é liberado para o ambiente através das atividades de mineração, desmatamento e queimadas. Estes contaminantes são altamente persistentes e se biomagnificam na cadeia alimentar. Quelônios, por serem organismos de vida longa e poderem acumular substâncias tóxicas por longos períodos, têm se mostrado importantes indicadores de contaminação. P. unifilis, uma espécie de quelônio com ampla distribuição na bacia amazônica, representa um importante recurso proteico para populações ribeirinhas e indígenas, com ampla distribuição na bacia do rio Xingu. Este estudo investigou as alterações da paisagem e a contaminação de agrotóxicos e Hg em P. unifilis na bacia do rio Xingu. Foram selecionadas localidades que apresentavam nascentes ou afluentes na bacia do rio Xingu, nos estados do Mato Grosso e Pará, sendo descritas quanto à área plantada e o consumo de agrotóxicos nas culturas de algodão, cana-de- açúcar, milho e soja, bem como os focos de calor e desmatamento. Cinquenta indivíduos de P. unifilis foram capturados para coleta de amostras de fígado, músculo e gordura. Foram avaliados 14 princípios ativos de agrotóxicos organoclorados, através de um cromatógrafo gasoso com detector de captura de elétrons (GC-ECD) e o Hg total (HgT) nos tecidos de P. unifilis, através de aparelho espetrômetro de absorção atômica vapor a frio. Evidenciou-se que a

    produção agrícola, bem como o uso de agrotóxicos na bacia do Xingu no estado do Mato Grosso vem aumentando a cada ano, sendo o princípio ativo de agrotóxico mais utilizado o Glifosato em 2014 (8.055.248 litros). Analisando-se os estados separadamente, o Glifosato, Metamidofós, Atrazina, 2,4 D e Endosulfan foram os princípios ativos mais utilizados no estado do Mato Grosso e nos municípios do estado do Pará foram Atrazina, Glifosato, Endosulfan, Clorpirifós e Tebuconazol respectivamente. Os estados do Mato Grosso e do Pará tiveram um aumento significativo no desmatamento e focos de calor entre os anos pesquisados, com destaque para o município de São Félix do Xingu com 17.686,20 km² desmatados apenas em 2014 e Feliz Natal com 272% de aumento nos focos de calor no último ano pesquisado. Foram encontrados oito tipos de agrotóxicos nos tecidos de P. unifilis, incluindo isômeros e metabólitos (valores como média ± desvio padrão): Lindano = 1,39 ± 8,46 ng/g -1 ; pp`DDT = 20,32 ± 24,54 ng/g -1 ; pp`DDD = 4,00 ± 6,96 ng/g -1 ; pp`DDE = 0,95 ± 1,15 ng/g -1 ; op`DDT = 0,90 ± 3,97 ng/g -1 ; α-Endosulfan = 3,45 ± 17,73 ng/g -1 ; β-Endosulfan = 3,81 ± 8,01 ng/g -1 ; e Sulfato de Endosulfan = 7,12 ± 12,05 ng/g -1 . Foi detectado HgT em todos os indivíduos (fígado: 134,20 µg/g -1 ; músculo: 24,86 µg/g -1 ). O tipo de tecido influenciou na concentração de agrotóxicos e Hg, sendo que as variações da contaminação de P. unifilis por agrotóxicos e Hg nos tecidos não foram explicadas pela interação entre o sexo e o comprimento retilíneo da carapaça. Comparando-se os resultados com a legislação vigente nacional e internacional para recursos proteicos, verificou-se que os indivíduos de P. unifilis apresentaram concentrações de agrotóxicos maiores que o limite máximo de resíduo para Lindano e ∑Endosulfan e concentração de Hg 100 vezes superior ao máximo aceitável. Concluiu-se que as culturas são &quot;agroquímico-dependentes“ e que os indivíduos de P. unifilis estão contaminados por agrotóxicos organoclorados e Hg. A população ribeirinha e indígena da bacia do rio Xingu que consome estes quelônios pode estar sendo gradativamente contaminada, com consequências futuras para saúde.

  • ALANA PATRICIA MEGUY GUTERRES
  • SIMILARIDADE MORFOLÓGICA E SEUS EFEITOS NA DISTRIBUIÇÃO DA ASSEMBLEIAS DE PERCEVEJOS SEMIAQUÁTICOS (GERROMORPHA: HETEROPTERA) EM IGARAPÉS DA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 16/02/2017
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  • Estudos sobre padrões de distribuição e coexistência das espécies em comunidades naturais estão ganhando destaque na área de ecologia de comunidades, pois servem como base para outros estudos, como os de conservação, de ecologia teórica e outros. Neste estudo, utilizamos os insetos aquáticos da Subordem Heteroptera (Infraordem Gerromorpha), para avaliar a relação entre similaridade morfológica e padrões de coexistência de Gerromorpha. Duas hipóteses foram testadas: (i) a existência de divergência morfológica entre as espécies coexistentes; (ii) o ambiente exerce baixa influência sobre o padrão de coocorrência das espécies. O estudo foi realizado em 32 riachos (igarapés) dentro e no entorno de uma unidade de conservação na Amazônia Oriental. A hipótese sobre divergência morfológica entre as espécies de insetos semiaquáticos e de ausência de um efeito ambiental nas assembleias foram corroboradas. As espécies da comunidade de Gerromorpha apresentaram um padrão de coocorrência não aleatório. A divergência morfológica entre espécies pode ser o resultado de intensa competição interespecífica. Nas assembleias de Gerromorpha estudadas, as relações de competição foram mais importantes que o ambiente, resultando no deslocamento de caracteres morfológicos, com espécies coexistentes mais distantes entre si morfologicamente do que o esperado para os modelos avaliados.

  • RAFAEL CABRAL BORGES
  • Revisão taxonômica do grupo de espécies de Mischocyttarus (Omega) filiformis (de Saussure, 1854) (Hymenoptera: Vespidae, Polistinae)

  • Data: 31/01/2017
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  • Mischocyttarus de Saussure é o único gênero pertencente à tribo Mischocyttarini. Essa tribo é composta por, aproximadamente, 250 espécies, sendo este o gênero com maior número de espécies dentre os Polistinae. M. filiformis (de Saussure) é espécie tipo do subgênero Omega, e foi descrito a partir de um único espécime proveniente do Estado do Pará (Brasil). Três espécies relacionadas, que foram posteriormente descritas compõe o grupo de espécies de M. filiformis: M. buyssoni (Ducke), M. napoensis Richards e M. omicron Richards. Este trabalho teve como objetivo realizar a revisão do grupo de espécies de Mischocyttarus filiformis, baseada na análise de caracteres de morfologia externa dos espécimes tipo das espécies descritas e em materiais adicionais provenientes de coleções do Brasil e de outros países. O grupo é composto por dez espécies. Quatro espécies foram redescritas nesse estudo, M. filiformis, M. buyssoni, M. napoensis e M. omicron, e seis novas espécies foram descritas, M. sp. nov 1, M. sp. nov 2, M. sp. nov 3, M. sp. nov 4, M. sp. nov 5, M. sp. nov 6, aumentando assim o número de espécies desse grupo. Os registros de distribuição geográfica das espécies foram ampliados. O macho de M. filiformis foi descrito. Os ninhos disponíveis foram descritos para a maioria das espécies e informações adicionais sobre paralectotipos de M. buyssoni presentes na coleção do MPEG foram disponibilizadas.

  • GILBERTO NICACIO BATISTA
  • Determinantes da estrutura de comunidades de insetos aquáticos em riachos na Amazônia: o papel do habitat e da escala espacial

  • Data: 30/01/2017
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  • Os ecossistemas aquáticos são ambientes altamente complexos, pois os seus componentes bióticos e abióticos são dependentes da variação na estrutura física e das características limnológicas, que em geral, são fatores que atuam de forma específica em diferentes escalas espaciais e temporais. Assim, considerando essa complexidade dos habitats encontrados em ecossistemas lóticos amazônicos esta tese tem como objetivo geral avaliar quais são os fatores determinantes dos padrões de distribuição dascomunidades de insetos aquáticos em riachos e suas relações com a variação ambiental desses ecossistemas e os efeitos da escala geográfica (variação espacial). Para responder a este objetivo a tese foi dividida em quatro capítulos. No primeiro através de uma análise cienciométrica foi realizada uma avaliação em escala mundial do uso de insetos da família Chironomidae (Diptera) em ecossistemas aquáticos e suas respostas como bioindicadores nesses ambientes. Encontramos que as principais questões apresentadas nos estudos foram relacionadas aos impactos antrópicos causados pelas atividades humanas sobre os ecossistemas aquáticos e as dificuldades taxonômicas sobre a utilização das espécies em biomonitoramentos. No segundo foram analisados os padrões de distribuição e diversidade de comunidades de Chironomidae, sob as predições da Teoria de Metacomunidades, para avaliar as relações das assembleias com a variação da escala espacial e do ambiente. Como principais resultados, encontramos que as assembleias são afetadas principalmente por componentes da estrutura física do habitat e parcialmente limitadas pela dispersão entre os riachos quando consideradas em larga escala na região hidrográfica. No terceiro capítulo, foi avaliada a composição de traços morfológicos e funcionais das comunidades de insetos aquáticos (Coleoptera, Diptera, Ephemeroptera, Hemiptera, Lepidoptera, Megaloptera, Odonata, Plecoptera, Trichoptera) e as suas respostas à variação na estrutura do habitat consideradas sob as premissas da Teoria de Habitat Templet. Assim, encontramos como resultados deste capítulo, relações entre a distribuição dos traços morfológicos e funcionais com as variáveis da estrutura do habitat e a características limnológicas dos riachos. No quarto capítulo foram avaliados os efeitos da variação espacial e ambiental sobre a similaridade de composição das comunidades de insetos das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera em riachos de duas regiões hidrográficas distintas. Neste último capítulo, encontramos diferenças na composição das comunidades como resultado da distância geográfica e das características ambientais locais de cada região. Demonstramos como a estrutura do habitat dos riachos pode afetar as comunidades de insetos aquáticos em diferentes contextos de escala geográfica. Também, as características dos hábitats foram importantes para a seleção de atributos ecológicos e funcionais das comunidades de insetos aquáticos. Com isso, a partir dos resultados encontrados, concluímos que as variáveis que compõem a estrutura física dos riachos são fatores determinantes na estruturação das comunidades de insetos aquáticos em escalas geográficas em contextos regionais e locais específicos. Além disso, foi destacada a importância dos fatores locais (proporção da vegetação ripária/composição dos substratos/características limnológicas) em relação a composição de características morfológicas e funcionais das assembleias, enquanto que os fatores regionais (distância geográfica/limitação de dispersão) foram os componentes determinantes da similaridade da estrutura das comunidades.

  • LISVETH MADELEINE VALENZUELA MENDOZA
  • EFEITO DOS USOS DA TERRA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO HÁBITAT E ESTRUTURA ECOMORFOLÓGICA DA ICTIOFAUNA DE RIACHOS NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Orientador : LUCIANO FOGACA DE ASSIS MONTAG
  • Data: 27/01/2017
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  • 1. A exploração madeireira e a pecuária são atividades muito desenvolvidas na Amazônia
    devido às crescentes demandas por produtos madeireiros e carne. Mas pouco se sabe sobre
    os efeitos destas atividades sobre a organização das comunidades de peixes nos ecossistemas
    aquáticos. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito destas atividades
    sobre as características físicas do habitat e a estrutura ecomorfológica da assembleia de
    peixes em riachos da Amazônia Oriental. Nós acreditamos que atividades como a exploração
    madeireira convencional e pastagem tornam dissimilares as áreas avaliadas devido à
    modificação da vegetação riparia, levando a mudanças na composição de espécies e
    consequentemente na estrutura ecomorfológica da assembleia de peixes.
    2. Amostramos 64 riachos distribuídos em áreas de floresta preservada (13), exploração
    madeireira manejada (26), exploração madeireira convencional (11) e áreas de pastagem (14)
    entre os anos de 2013 e 2015. A estrutura do habitat físico foi avaliada usando um protocolo
    padronizado, e a composição, riqueza e abundância das espécies também foram
    determinadas. Além disso, a partir de cada espécie identificada foram mensuradas 14
    medidas morfológicas para serem convertidas em 12 atributos ecomorfológicos.
    3. Para testar a dissimilaridade da estrutura física do habitat e ecomorfológica entre as
    assembleias de peixes de riachos distribuídos em áreas com diferentes usos da terra, foi
    realizada uma análise de similaridade (PERMANOVA). A relação entre atributos
    ecomorfológicos e características físicas do habitat foi analisada por meio das análises de
    RLQ e da análise fourth-corner usando modelos nulos.
    4. A dissimilaridade entre os usos avaliados foi devido a variações na morfologia do canal,
    composição do substrato, cobertura da vegetação ripária, disponibilidade de abrigo e sinais
    de impacto humano. Quanto à ictiofauna, 76 espécies foram coletadas pertencentes a seis
    ordens e 22 famílias. A diferença na composição das espécies nos diferentes tratamentos
    avaliados corroborou a dissimilaridade da estrutura ecomorfológica. Dentre as 16
    características físicas do habitat, oito influenciaram significativamente três atributos
    ecomorfológicos.
    5. Riachos distribuídos em áreas de floresta preservada e exploração madeireira manejada
    apresentam similaridade ambiental e ecomorfológica, o que sugere que esta atividade garante
    o bem-estar do ecossistema aquático. As áreas de exploração madeireira convencional,
    mesmo apresentando mudanças nas características físicas do habitat ainda mantêm
    similaridade ecomorfológica com a ictiofauna de riachos preservados e das áreas de
    exploração madeireira manejada. Enquanto que as áreas de pastagem apresentam evidências
    claras do efeito deletério que produzem sobre as características físicas dos riachos e sobre a
    assembleia de peixes, onde se evidencia a perda de espécies associadas ao fundo como
    reflexo de alterações do substrato e da qualidade do riacho.

  • LUISA MARIA VIEGAS BECERRA URTIAGA
  • FISIOLOGIA TÉRMICA E VULNERABILIDADE DOS LAGARTOS DA AMAZÔNIA (REPTILIA: SQUAMATA) FRENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

  • Data: 12/01/2017
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  • É previsto que o aquecimento global leve a Terra a um aumento da temperatura de até 4.8°C até o final do século XXI, o que pode afetar negativamente distribuição das espécies de lagartos, considerando que são animais ectotérmicos e dependem diretamente da temperatura do ambiente para regularem a temperatura corporal (Tc). Estes animais geralmente apresentam como resposta compensatória ao estresse térmico a restrição do tempo de atividade em refúgios, para minimizar o risco de morte por superaquecimento. Acredita-se que a vulnerabilidade das espécies seja portanto inversamente proporcional à Tc e ao número de horas de restrição nos refúgios (Hr), e diretamente associada à temperatura máxima do ambiente (TMA), o que significa que qualquer lagarto, seja ele termoconformador ou heliotérmico, pode ser vulnerável às mudanças climáticas. Há pouca informação disponível na literatura em relação a biologia dos lagartos da Amazônia, apesar de ser a região mais biodiversa do mundo e abrigar cerca de 210 espécies de lagartos ao longo de sua extensão. Com isso, o primeiro capítulo do presente trabalho teve como objetivo sintetizar o conhecimento acerca da fisiologia térmica destes animais e incorporar dados inéditos de preferência térmica de algumas espécies, além de caracterizar o seu modo de termorregulação e recuperar as relações entre os caracteres. O segundo capítulo, por sua vez, analisa o status de persistência/ausência de 29 espécies de lagartos amazônicos, com projeções para 2050 e 2070, verificando se a sua vulnerabilidade está de fato associada à Tc, Hr e TMA. Quarenta e cinco estudos reportando Tcs de 62 espécies foram encontrados, e dados adicionais de Tc, bem como dados inéditos de preferência térmica, foram coletados em 13 localidades na Amazônia, abrangendo diversas fitofisionomias do bioma. Foram obtidos dados de temperatura preferencial (Tpref), temperaturas voluntárias mínima (Vtmin) e máxima (Vtmax) e zona de tolerância (críticos térmicos, Ctmin e Ctmax) para 33 espécies, e dados de performance (Tot) para 10 espécies. Tc, Tpref e Vtmin apresentaram sinal filogenético fraco (K<1), e todas as variáveis se correlacionam, exceto por 1) Tot, que não apresenta correlação com Ctmax e 2) Ctmin, que só se correlaciona com Tot. Embora apresentem diferenças estatisticamente significativas, heliotérmicos e termoconformadores apresentam características térmicas intercaladas na escala de valores, demonstrando um continuum entre os extremos dos modos de termorregulação. A utilização de um modelo de distribuição que combina dados ambientais e de fisiologia para calcular a distribuição potencial atual e futura das espécies, considerando um cenário de emissão de gás carbônico realista, permitiu a verificação do status de persistência/ausência de 29 espécies de lagartos amazônicos. Três delas, todas heliotérmicas, apresentaram um projeção de expansão territorial até 2070. Para as demais, foi prevista uma redução de área de ocorrência, com heliotérmicos apresentando, em média, menores Hr e maiores Tc que os termoconformadores. Não foi verificado um padrão de vulnerabilidade relacionado ao modo de termorregulação, e a maioria das espécies apresentou baixas Tcs e/ou Hr, concordando com a hipótese que relaciona vulnerabilidade à Tc, Hr e TMA. Foi feita ainda a modelagem de outras oito espécies, porem estas apresentaram resultados controversos nos cálculos de distribuição potencial e portanto não foram incluídas nas análises de vulnerabilidade. Tais espécies estão sendo avaliadas pelos desenvolvedores do modelo para eventuais ajustes. Por fim, caso as previsões se concretizem, as altas restrições de área recuperadas pelo modelo podem refletir um elevado risco de extinção das espécies. O resultado é preocupante mesmo considerando eventuais limitações do método, e reforça a necessidade de políticas conservativas que levem em consideração os efeitos das mudanças climáticas sobre a fauna, além de mais estudos visando ampliar nosso entendimento acerca das consequências do aquecimento global.

2016
Descrição
  • VALERIA JULIETE DA SILVA
  • ANÁLISE CLADÍSTICA E REVISÃO DO SUBGÊNERO NOMINAL DE EDESSA (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)

  • Data: 22/12/2016
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  • Pentatomidae é a quarta família mais numerosa e diversa da subordem Heteroptera, dentre as nove subfamílias que compõem Pentatomidae, Edessinae é uma das maiores, com mais de 300 espécies descritas. Edessinae, subfamília Neotropical, é composta por nove gêneros: Edessa, Brachystethus, Ascra, Peromatus, Olbia, Pantochlora, Doesburgedessa, Paraedessa e Grammedessa, gêneros com diagnoses bem definidas com exceção de Edessa, o qual é considerado como um depósito de espécies para a subfamília. Edessa concentra a grande maioria dos problemas taxonômicos e nomenclaturais de Edessinae, pois historicamente existe uma grande confusão entre os limites do gênero e da própria subfamília. Como forma de resolver o problema foi proposta a revisão de Edessa a partir de grupos de espécies e revisão dos subgêneros. Edessa é formado por cinco subgêneros: Aceratodes, Dorypleura, Pygoda, Hypoxys e o subgênero nominal. Entre os subgêneros apenas o nominal não foi revisado. Como Edessa (Edessa) é um táxon “vazio”, composto apenas pela espécie-tipo do gênero, foi utilizada a caracterização dos grupos de espécies delimitados por Stål (1872) como ponto de partida para a delimitação deste subgênero. Durante a fase de levantamento bibliográfico foi encontrado um erro na tipificação do gênero Edessa, então aqui alteramos a espécie-tipo para E. antilope. Como forma de reconhecer e delimitar o subgênero Edessa e criar hipóteses de relacionamento entre as espécies estudadas foi realizada uma análise cladística. Nesta análise foram incluídas as espécies consideradas por Stål como parte do grupo de espécies Edessa, bem como espécies que possuem as características citadas por Stål como diagnósticas para este grupo. A matriz de dados é composta por 111 caracteres morfológicos e 85 táxons, sendo 13 pertencentes ao grupo externo e 72 ao grupo interno. Na análise foram realizados dois esquemas de ponderação: com pesagem igual e implícita dos caracteres com o K variando de 3–12, e dois tipos de busca: tradicional e de novas tecnologias. O cladograma obtido com K=8 e busca tradicional apresenta 763 passos, IC: 19 e IR: 60. Com base no cladograma reconhecemos o subgênero Edessa composto por 10 espécies já conhecidas para a ciência: E. antilope, E. cervus, E. taurina, E. ibex, E. arabs, E. cylindricornis, E. rondoniensis, E. burmeisteri, E. cerastes e E. elaphus, e seis espécies novas morfotipadas como: E. sp. nov “near flavinernis”, E. sp. nov “close flavinernis”, E. sp. nov “near 112”, E. sp. nov “close 112”, E. sp. nov “40” e E. sp. nov “131”. O subgênero Edessa é diagnosticado pela coloração predominantemente verde na superfície dorsal; ângulo umeral no mínimo duas vezes mais longo que largo, ápice preto curvado posteriormente, podendo ser inteiro ou bífido; embólio de coloração contrastante ao cório, cório com pelo menos uma veia amarela; bordo dorsal do pigóforo estreito e contínuo com a base do ângulo posterolateral. Além da delimitação do subgênero a análise cladística mostrou a monofilia de Edessinae e a polifilia de Edessa em sua atual composição. A mudança do status taxonômico para gênero de Aceratodes, Dorypleura, Pygoda e Hypoxys é corroborada. Peromatus apareceu como um ramo interno na análise, resultado que reforça a necessidade de uma revisão do gênero. Além do reconhecimento do subgênero Edessa, foram reconhecidos e descritos 13 novos subgêneros para Edessa. Foram redescritas espécies já conhecidas para a Ciência e descritas espécies novas para o gênero. Problemas nomenclaturais foram identificados e resolvidos, com 11 sinonímias feitas e uma desfeita, lectótipos foram designados e uma chave de identificação para as espécies é apresentada.

  • THIAGO AUGUSTO PEDROSO BARBOSA
  • BIOLOGIA E ECOLOGIA DAS ASSEMBLEIAS DE PEIXES DO MÉDIO RIO XINGU, PARÁ, BRASIL: BASES PARA A FUTURA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS DE UMA USINA HIDRELÉTRICA

  • Data: 20/12/2016
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  • O rio Xingu apresenta uma grande variedade de condições e ambientes possibilitando a existência
    de, aproximadamente, 400 espécies de peixes, somente nos cursos médio e baixo do rio. De modo
    geral, a ictiofauna exibe mudanças ao longo dos rios devido às diferenças nas estruturas dos
    hábitats, na disponibilidade de recursos e até mesmo nos padrões biogeográficos. Dentre os
    fatores responsáveis por essas mudanças destacam-se os pulsos de inundação que alteram
    sazonalmente o ambiente e geram modificações na estrutura das assembleias. Porém, a construção
    de uma usina hidrelétrica minimiza ou mesmo extingue esses pulsos de inundação afetando as
    principais características biológicas e ecológicas das assembleias de peixes. Dessa forma, o
    objetivo desta tese foi investigar os padrões estruturais das assembleias de peixes do rio Xingu
    analisando a influência dos pulsos de inundação em aspectos populacionais e de comunidades,
    além de criar subsídios para a futura avaliação de impactos pertinentes à construção de usinas
    hidrelétricas. Para isso, este trabalho foi divido em três capítulos mais um capítulo complementar:
    o primeiro aborda os efeitos das cachoeiras/corredeiras e do pulso de inundação sobre a estrutura
    das assembleias; no segundo investigou-se a alimentação de quatro espécies piscívoras, já que
    esta guilda é fortemente afetada pela construção de usinas hidrelétricas; o terceiro capítulo trata
    da elaboração de índices de integridade biótica para a avaliação de impactos em hidrelétricas. O
    capítulo complementar tratou da relação peso-comprimento das espécies de peixes mais
    abundantes na área de estudo. A amostragem foi realizada trimestralmente de 2012 a 2015,
    abrangendo todos os períodos hidrológicos da região. Para as coletas, foi utilizado um conjunto
    sequencial de sete redes de emalhe com malhas de diferentes tamanhos. A unidade amostral
    correspondeu a um conjunto de três baterias dispostas em cada sítio de coleta. As análises foram
    baseadas em técnicas comumente utilizadas em trabalhos de estrutura de comunidades,
    alimentação e avaliação de impactos. Com os resultados desta tese foi possível reconhecer os
    processos responsáveis pela estruturação da comunidade de peixes, possibilitando a tomada futura
    de medidas eficientes na conservação da ictiofauna e de seus hábitats.

  • BRUNO DA SILVEIRA PRUDENTE
  • INFLUÊNCIA DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA NA ESTRUTURA DO HÁBITAT E DIVERSIDADE DAS ASSEMBLEIAS DE PEIXES DE RIACHOS NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 18/12/2016
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  • A exploração madeireira encontra-se entre as principais atividades responsáveis pelo descatamento na Amazônia, sendo considerada uma importante ameaça para biodiversidade dessa região. Contudo, a demanda do mercado internacional por produtos florestais sustentáveis resultou em uma substituição parcial do método de exploração convencional (EC) pela técnica de exploração de impacto reduzido (EIR), também condiderada uma importante estratégia para minimizar danos à floresta Amazônica e sua biodiversidade. No entanto, pouco se conhece sobre o efeito dessas atividades na estrutura e funcionamento dos ecossistemas de riachos e suas comunidades biológicas. Nesse sentido, o presente estudo objetivou avaliar o efeito dos diferentes métodos de exploração madeireira sobre a estrutura do habitat físico de riachos e diversidade taxonômica e funcional das assembleias de peixe desses ambientes, além da elaboração de índices multimétricos que permitam uma avaliação rápida e robusta da integridade ecológica desses ambientes. Foram amostrados 47 riachos na bacia do Rio Capim, sendo 13 em áreas não exploradas, 11 em áreas de EC e 23 em áreas de EIR. A estrutura do hábitat foi caracterizada com base em 19 variáveis ambientais, posteriormente comparada entre os diferentes métodos de exploração. As assembleias de peixes foram amostradas utilizando rede de mão, com um esforço padronizado, e avaliadas quanto a composição e diferentes componentes da diversidade funcional. Ambos os métodos de exploração madeireira resultaram em alterações na estrutura do habitat físico dos riachos, no entanto somente em áreas de EC essas alterações influenciaram na composição taxonômica das espécies de peixes. Em áreas de EIR, foram observadas apenas variações na abundância relativa das espécies de peixe em relação ao gradiente temporal de exploração. Apesar dos resultados acima, a presença da exploração madeireira, seja ela EC ou EIR não afetou componentes da diversidade funcional das assembleias de peixe. No entanto, alterações no habitat de raichos associados a presença da exploração madeireira estivera diretamente relacionado à atributos funcionais comumente associados a estratégias generalistas das espécies, as quais são comuns associadas a ambientes alterado. De acordo com os índices multimétricos, riachos em áreas de EIR apresentaram uma melhor integridade do habitat quando comparados a riachos em áreas de EC, mas que asinda sim foi inferior a integridade do habitat em riachos não explorados. Em média, áreas de EIR também apresentaram valores intermediários de integridade biótica, contudo, este diferiu somente em áreas de EC. Na região estudada, a EIR mostrou ser uma estratégia interessante para minimizar as alterações nos ecossistemas de riach resultante da exploração madeireira. Contudo, o presente estudo foi realizado apenas em uma escala espacial local, e considerando áreas que passaram por um único ciclo de exploração. Contudo as alterações no habitat físico demosntram que a EIR também influência na estrutura e consequentemente na integridade ecológica desses ambientes, reforçando a necessidade de um maior número de estudos para compreensão do real efeito dessa atividade nesses ambientes.

  • LUCAS EDUARDO ARAÚJO SILVA
  • FILOGEOGRAFIA E TAXONOMIA DE ESPÉCIES DO GÊNERO PHAETHORNIS SWAINSON, 1827 (AVES:TROCHILIDAE)

  • Data: 29/11/2016
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  • O gênero Phaethornis é um dos representantes da família Trochilidae, a qual compreende os beija-flores. As espécies deste gênero distribuem-se pelo Neotrópico ocorrendo desde o México até a Argentina e sul do Brasil. Desde a sua descrição, Phaethornis Swainson, 1827 estudos foram realizados com o intuito de sanar eventuais problemas de classificação das suas espécies, ainda assim a taxonomia é considera controversa. Atualmente, são reconhecidos 58 táxons (31 espécies e 43 subespécies). Em relação à filogenia, com base em caracteres morfológicos foi sugerida a monofilia do gênero, com o reconhecimento de três clados e subgêneros: Pygmornis Bonaparte, 1854 agrupando as espécies de tamanho pequeno; Anisoterus Mulsant & Verreaux, 1874 agrupando as espécies que habitam áreas abertas, e Phaethornis agrupando as espécies de tamanho grande. Além disso, esses autores consideram o táxon gounellei como espécie irmã de todos os Phaethornis, sendo alocado num gênero à parte: Anopetia. Recentemente, foi prosposta uma filogenia para 284 espécies de toda a família Trochilidae e, apesar de também formar três clados, os resultados são diferentes do encontrado anteriormente, pois as espécies que os compõem não são as mesmas. Mesmo sendo a filogenia mais completa, até o momento, não utilizaram amostras de todas as espécies conhecidas em Phaethornis e a amostragem não compreende toda a distribuição dos táxons, o que pode resultar em uma interpretação equivocada das reais relações filogenéticas entre elas. Com isso, utilizamos cinco genes e análises moleculares para propor uma filogenia mais completa possível para o gênero Phaethornis. É possível observar que os dados moleculares revelaram certa incongruência entre as relações filogenéticas e a taxonomia atual do grupo. Além disso, realizamos estudos filogeográficos em dois complexos de espécies (Phaethornis superciliosus/malaris e Phaethornis ruber/atrimentalis). Em relação à Phaethornis superciliosus/malaris, nossos resultados mostraram a formação de seis clados bem apoiados que podem ser tratados como sendo cinco espécies plenas com origem durante o Plio-Pleistoceno, através de eventos de dispersão e tendo o rio Amazonas como um dos agentes vicariantes. É possível identificar também, a formação de oito clados em P. ruber/atrimentalis que podem ser tratados como sendo seis espécies plenas com sinais de intrigressão e origem durante o Pleistoceno.

  • LEONARDO MOURA DOS SANTOS SOARES
  • SISTEMÁTICA MOLECULAR E DIVERSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS Nonnula e Monasa (AVES: BUCCONIDAE)

  • Data: 31/10/2016
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  • Historicamente, a origem da diversidade Neotropical tem sido abordada sob uma perspectiva biogeográfica, assumindo que essa elevada diversidade foi resultado de fatores históricos associados à mudança da paisagem na região. A filogeografia comparada tem sido importante para desenvolver e testar hipóteses sobre processos evolutivos históricos relacionados com a origem da biodiversidade atual. Nesse contexto, a Família Bucconidae é composta por 35 espécies distribuídas em 12 gêneros exclusivamente neotropicais, constituindo um excelente modelo para se testar hipóteses sobre a origem da biota Neotropical. Os táxons que compõem a familia Bucconidae ocorrem desde o sul do México ao norte da Argentina alcançando sua maior diversidade no norte da America do Sul, mais especificamente na Amazônia. Nossos principais objetivos neste estudo são: 1) reconstituir as relações filogenéticas entre os táxons que compõem os gêneros Nonnula e Monasa a partir de marcadores moleculares nucleares e mitocondriais; 2) datar os eventos cladogenéticos para inferir quais processos históricos os podem ter causados; e 3) revisar a taxonomia destes dois gêneros. Através de um banco de dados composto de genes nucleares e mitocondriais e a partir de análises com diferentes abordagens (bayesianas, coalescentes e genético-populacionais), pretendemos avaliar se há congruência no padrão espaço-temporal de diversificação das diferentes linhagens dos gêneros Monasa e Nonnula.

  • LENIZE BATISTA CALVÃO SANTOS
  • "Padrão de distribuição de Odonata (Insecta) em sistemas aquáticos com exploração de madeira na Amazônia Oriental: seleção de microhabitat e características morfológicas das libélulas"

  • Data: 31/10/2016
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  • As comunidades biológicas estão distribuídas de forma espacialmente estruturada nos
    sistemas aquáticos, de modo que a perda de integridade do hábitat pelas ações antrópicas e as
    restrições impostas pelas características morfológicas das espécies, contribuem para o padrão
    existente da metacomunidade no ambiente. Os sistemas hídricos constituem bons modelos
    para identificar os processos que participam da distribuição local dos organismos. Os
    tributários desses sistemas, estão dispostos em uma rede dendrítica sob a restrição de
    múltiplas condições ambientais e são muito sensíveis as modificações que ocorrem na bacia
    de drenagem. Essas modificações são, principalmente, aquelas resultantes das atividades
    humanas, que em geral, culminam na perda da biodiversidade residente. Na região amazônica
    a exploração de madeira tem sido considerada uma das principais atividades que provoca altas
    taxas de desmatamento. Para reduzir os efeitos drásticos no ambiente, algumas técnicas de
    manejo florestal, como manejo de Impacto Reduzido (MIR), têm sido implementadas com o
    intuito de extrair a matéria prima do ambiente natural e promover a conservação das espécies
    e dos processos necessários ao funcionamento do ecossistema. Por outro lado, a exploração
    sem controle, conhecida como exploração convencional, altera a morfologia do canal dos
    ecossistemas aquáticos, reduz a cobertura vegetal e aumenta a entrada de sedimento fino,
    ocorrendo geralmente a alteração dos parâmetros aceitáveis físicos-químicos-microbiológicos
    água. Buscando avaliar os efeitos da extração madeireira na biodiversidade aquática,
    utilizaremos a ordem Odonata como organismo modelo, em virtude da sua sensibilidade às
    modificações no ambiente aquático, alta diversidade de espécies e serem associadas a diversos
    tipos de ambientes aquáticos, bem como viver na interface com o ambiente terrestre. O
    objetivo da tese é avaliar o padrão da distribuição das espécies de Odonata nos sistemas
    hídricos que se encontram distribuídos em áreas submetidas à exploração de madeira
    convencional ou de impacto reduzido na região Amazônia Oriental. Para responder a esse
    objetivo a tese foi dividida em três capítulos, cujos objetivos são: (i) Avaliar se a diversidade
    de Odonata diminui nas áreas com exploração convencional de madeira, e, identificar quais
    são as variáveis abióticas que estruturam a composição de Odonata. (ii) Avaliar se os efeitos
    ambientais e espaciais são determinantes na distribuição das espécies de Odonata nos igarapés
    amostrados e verificar se ocorre um turnover taxonômico de espécies em áreas naturais
    (íntegras). (iii) Avaliar quais são as estruturas morfológicas da ordem Odonata que estão
    associadas com o gradiente ambiental nos três tratamentos (referência (REF), manejo de
    impacto reduzido (MIR) e corte convencional (CC)).

  • CLAUDIO DA SILVA MONTEIRO JUNIOR
  • PADRÕES DE ESTRUTURAÇÃO DA COMUNIDADE DE ADULTOS DE ODONATA EM UMA ÁREA NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 30/09/2016
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  • No Brasil encontra-se a maior parte das áreas protegidas (AP) do mundo, correspondendo a 12% do total mundial. Destas, 73% ou 111 milhões de hectares estão localizada na Amazônia, sendo 37% de uso integral e 63% de uso sustentável. Apesar do número parecer bastante expressivo, as demandas por produtos e serviços em virtude do crescimento da população resultam em modificações dos ecossistemas que muitas vezes ocorrem nos arredores ou até mesmo dentro das APs. Assim, o objetivo geral da tese é estudar os padrões de estruturação de adultos de Odonata em uma área protegida e seu entorno. Para isso, a tese foi dividida em três capítulos: No primeiro capítulo, nossa hipótese foi testar se encontraríamos uma maior diversidade de espécies de libélulas na AP devido a uma maior complexidade de habitats. No segundo, testamos a hipótese de que haveria alta diversidade beta devido à substituição de espécies que é esperado de ser encontrado em ambiente pristinos. No terceiro capítulo, testamos a hipótese de que Odonata seria um moderado a fraco substituto para Ephemeroptera, Trichoptera, Chironomidae e peixe, devido as características inerentes do grupo, como a grande mobilidade, possibilitando maior poder de dispersão do que os demais grupos utilizados. O estudo foi realizado em 30 igarapés, sendo 17 localizados dentro de uma área protegida e 13 no entorno. Ao contrário do que esperávamos, no primeiro capítulo encontramos maior diversidade de Odonata em igrapés do entorno, em comparação com os da AP. Também houve diferenças na composição de espécies dos dois ambientes, além de diferenças das variáveis ambientais entre as áreas. Assim, a combinação da área protegida e do entorno, com baixo nível de perturbação, conserva uma gama maior de espécies especialistas de Odonata do que apenas uma única área, portanto, esse resultado aponta para a importância das áreas de entorno para uma maior efetividade de conservação das APs. No segundo capítulo, houve alta diversidade beta de Odonata tanto na AP quanto no entorno, possivelmente explicada pela amplitude de nicho combinados com a estrutura espacial do meio ambiente. Mesmo havendo certa modificação ambiental, ainda não foi grande nem intensa o suficiente para excluir todas as espécies e, portanto, elas conseguem sobreviver nesse ambiente e até mesmo selecionando as espécies que conseguem sobreviver em ambientes um pouco mais aberto, devido suas exigências ambientais. No terceiro capítulo, testamos a concordância entre adultos de Odonata com outros grupos aquáticos, como peixes, Ephemeroptera e Trichoptera combinados (ET) e Chironomidae em igarapés da Amazônia Oriental. Houve correlação entre as riquezas de espécies e congruência de adultos de Odonata com peixes e ET, entretanto a força dessas correlações foi moderada a baixa. Assim, mesmo havendo uma relação entre as exigências ambientais das espécies de Odonata com outros grupos, ainda está havendo perda de informações biológicas importantes. Dessa forma, sugerimos cautela na utilização de um único táxon como substituto de outros e, para o planejamento de conservação, o melhor seria a utilização de vários táxons, refletindo, de uma forma holística a biodiversidade aquática. Finalmente, a proteção de ambas as áreas se torna importante para manter o pool de espécies próprias de cada ambiente, sendo que o nosso grande desafio no futuro, é encontrar uma maneira de identificar os níveis de perturbação que seriam aceitáveis para evitar a sobre-exploração dos recursos nessas áreas e que ao mesmo tempo permitisse a conservação da biodiversidade presente na área.

  • DYLRIA PAULA DA SILVA MIRANDA
  • Descrição de um novo gênero e espécie de Trichomycteridae (Siluriformes: Loricarioidea) com inferência da posição filogenética

  • Data: 09/09/2016
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  • Um novo gênero e espécie de Trichomycteridae, proveniente do rio Tocantins, foi detectado e é descrito no presente trabalho. O táxon estudado não apresenta caracteres diagnósticos de nenhum gênero conhecido para a família. Portanto, baseada em uma análise filogenética, incluindo representantes de todas as subfamílias de Trichomycteridae, propomos um gênero novo. Este novo gênero é grupo irmão de Ituglanis, com o qual compartilha cinco sinapomorfias não exclusivas. O novo gênero difere de toda as demais espécies de Trichomycteridae pela combinação de 10 caracteres que são apresentados e discutidos.

  • ADRIANO OLIVEIRA MACIEL
  • SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DAS CECÍLIAS AQUÁTICAS (AMPHIBIA: GYMNOPHIONA:TYPHLONECTIDAE) COM BASE NO ESTUDO DE VARIAÇÃO MORFOLÓGICA, GENÉTICA E FILOGENIA MOLECULAR

  • Data: 29/07/2016
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  • Os anfíbios da ordem Gymnophiona, por apresentarem hábitos crípticos, são os menos
    conhecidos dentre os Lissamphibia. A família Typhlonectidae inclui as espécies
    semiaquáticas e estritamente aquáticas que ocorrem nas bacias hidrográficas da América
    do Sul. Tendo a monofilia bem reconhecida pela análise de estados de caracteres
    morfológicos, nem sempre as filogenias moleculares apontaram Typhlonectidae como
    um grupo monofilético. Além disso, as relações entre os gêneros da família só foram
    investigadas em uma única filogenia, contendo apenas caracteres morfológicos. Essa
    filogenia apontou as seguintes relações: (Chthonerpeton (Nectocaecilia (Typhlonectes
    (Atretochoana, Potomotyphlus)))), as quais sugerem a evolução da perda da respiração
    pulmonar como originada no ancestral de Atretochoana e Potamotyphlus. Nossos
    resultados corroboram a monofilia de Typhlonectidae, mas apontam uma topologia
    diferente de relações entre os gêneros: (Chthonerpeton (Nectocaecilia (Atretochoana
    (Typhlonectes, Potamotyphlus)))). Esse resultado junto a uma análise de reconstrução
    de estado ancestral de caracteres relacionados à perda dos pulmões em Gymnophiona
    indicou que a evolução para a respiração cutânea surgiu independentemente em
    Atretochoana e Potamotyphlus. A revisão sistemática de Typhlonectidae desta tese
    proporcionou a avaliação do status taxonômico das espécies da família com base em
    estudo de variação morfológica e quando possível molecular. Os principais caracteres
    utilizados na taxonomia de Chthonerpeton (o gênero mais diverso da família) foram
    revisados e novos foram propostos a serem utilizados para discriminação de espécies do
    gênero. Três espécies novas são descritas e a distribuição geográfica de algumas
    ampliadas. A análise de tempo de divergência e a de inferência de história biogeográfica
    mostrou que as cecílias aquáticas surgiram nas bacias do Norte do continente Sul-
    Americano ao fim Cretáceo. Chthonerpeton teria se extinguido posteriormente na maior
    parte das bacias do Norte e dispersado para as do sudeste e nordeste quando essas bacias
    ainda mantinham contato. O evento de divergência mais recente na família se deu no
    Mioceno entre Typhlonectes compressicauda e T. natans e estaria relacionado ao
    soerguimento das cordilheiras na Colômbia.

  • MARCELA GUIMARAES MOREIRA LIMA
  • Filogenia, Biogeografia e História Evolutiva dos Macacos-Prego, Gênero Sapajus Kerr, 1792 (Primates: Cebidae)

  • Data: 27/06/2016
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  • Em um estudo recente, utilizando dados moleculares, morfológicos e ecológicos, Cebus e Sapajus foram reconhecidos como gêneros distintos. Apesar de Sapajus ser um dos gêneros de primatas neotropicais com maior volume de informação acumulada na literatura, eles têm sido considerados como um dos primatas que possuem a taxonomia mais confusa entre os mamíferos neotropicais. Até pouco tempo atrás, havia poucas informações disponíveis na literatura acerca da origem e diversificação das espécies pertencentes ao gênero Sapajus. Apesar dos recentes trabalhos publicados ainda não há uma hipótese robusta sobre a origem e evolução desse grupo. No presente trabalho, nosso primeiro objetivo foi testar a diversificação dos macacos-prego usando o banco de dados moleculares e geográficos mais completo disponível até o momento. Nós reconstruímos uma filogenia molecular datada para esse grupo através de inferência Bayesiana de três genes mitocondriais (D-loop, Cytb e COI). Nossos resultados apoiam uma vicariância entre as populações ancestrais dos Andes e Amazônia versus da Mata Atlântica, e uma invasão na Amazônia durante o Pleistoceno pelos Sapajus para explicar a atual simpatria entre Cebus e Sapajus. Nosso segundo objetivo foi montar o primeiro banco de dados filogenômicos para o gênero Sapajus através de elementos ultraconservados do genoma (UCE) e reconstruir a primeira filogenia robusta para o gênero. Foram extraídos os SNPs do conjunto de dados UCE, e foram geradas filogenias por meio de inferência bayesiana e máxima verossimilhança. Nossas análises apoiam fortemente a monofilia recíproca entre Cebus e Sapajus. Dentro de Sapajus, nossas árvores de SNPs recuperam seis espécies: S. xanthosternos, S. robustus, S. nigritus, S. flavius, S. libidinosus, e S. apella (que inclui S. cay e S. macrocephalus). Como as subdivisões morfológicas e moleculares do grupo amazônico são discordantes, recomendamos colapsar todas as espécies de macaco-prego da Amazônia e savanas do sudeste da Amazônia como S. apella sem subespécies. 

  • PAULO HENRIQUE SANTOS TRINDADE
  • DISTRIBUIÇÃO POTENCIAL DE CANÍDEOS NA AMAZONIA

  • Orientador : ANA CRISTINA MENDES DE OLIVEIRA
  • Data: 02/04/2016
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  • Modelos distribuição de potencial (MDP) têm sido utilizados como uma ferramenta valiosa para suprir a falta de informação sobre a ocorrência e distribuição das espécies. Usamos MDP para avaliar a distribuição potencial das três espécies de canídeos que ocorrem na região amazônica (Atelocynus microtis [Sclater 1883], Cerdocyon thous [Linnaeus 1766] e Speothos venaticus [Lund, 1842]; Carnivora: Canidae). Para modelagem, foram utilizados os dados disponíveis na literatura, bases de dados e novos registros de pesquisas que realizamos na região. Nós avaliamos a eficácia do MDP para predizer a distribuição dessas espécies na Amazônia. Grupos de modelos foram produzidos usando os algoritmos MaxEnt e SVM. MaxEnt teve o maior valor de AUC para A. microtis e C. venaticus thous e S., SVM apresentou valores mais elevados. Pudemos observar áreas distintas do potencial de distribuição entre C. microtis thous e A. Esta última espécie parece ser restrita a Floresta Amazônica, enquanto o C. thous é o menor número de espécies amazônicas. A distribuição potencial de C. thous sugere que a espécie tem sido favorecida pela degradação da floresta. S. venaticus apresentou a distribuição mais ampla e foi simpátrica com os outros canídeos na Amazônia. Com a utilização de os novos registros atualizados os modelos de distribuição potencial destacaram novos padrões de ocorrências destas três espécies na Amazônia.

  • LARISSA CARDOSO DE LIMA
  • “MORFOLOGIA COMPARADA DAS MANDÍBULAS DA FÊMEA EM VESPAS DA FAMÍLIA POMPILIDAE (HYMENOPTERA)"

  • Data: 31/03/2016
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  • Composta por vespas solitárias que apresentam morfologia e comportamento bem característicos, Pompilidae apresenta cerca de 230 gêneros e 5000 espécies para o mundo todo. Nesta família estão as vespas da tribo Ageniellini, com cerca de 177 espécies alocadas em sete gêneros para a fauna neotropical, que se destacam pelo comportamento de nidificação diferenciado dos outros membros de Pompilidae. Estudos anteriores afirmam que as especializações das peças bucais tem relação com a habilidade dos insetos de lidar com partículas e pelotas. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo principal analisar as mandíbulas de vespas fêmeas da família Pompilidae, com ênfase na tribo Ageniellini, refinando o conhecimento da morfologia funcional do grupo através de uma abordagem sistemática. O material analisado (58 espécimes de 29 gêneros) é proveniente do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), da Universidade Estadual de Utah – EUA e do Museu Americano de História Natural – EUA (AMNH). As mandíbulas foram destacadas da cápsula cefálicas e acondicionadas em álcool (70%). Seguiram-se então as medidas das peças e a produção de desenhos com auxílio de câmara clara e fotos com câmera acoplada a estereomicroscópio. Após a descrição das peças, foi feita uma matriz de dados incluindo caracteres morfológicos e biológicos. Para inferências filogenéticas, a matriz de dados foi otimizada por parcimônia em uma filogenia com topologia modificada para incluir apenas os táxons presentes no estudo. Considerando as diferenças encontradas entre as mandíbulas dos espécimes estudados, seguiu-se uma descrição geral, considerando quatro planos distintos. As análises morfométricas indicaram que a mandíbula tem fraca alometria positiva em relação ao tamanho do corpo. Também foi possível notar que as mandíbulas são longas e apenas ligeiramente curvadas, com graus de curvatura semelhantes. Como se observa nas descrições das peças, a forma geral da mandíbula e os elementos estruturais presentes na porção basal são mais conservativos do que os elementos distais. Através da otimização dos caracteres mandibulares foi possível inferir os estados ancestrais em cada clado e perceber a evolução dos caracteres em questão. Em comparação com Polistinae, os elementos das mandíbulas de Pompilidae ocupam uma mesma posição relativa. Analisando a frequência dos índices de consistência dos caracteres mandibulares morfológicos pode-se constatar que tais caracteres são muito pouco informativos. A partir de uma busca utilizando apenas caracteres morfológicos da mandíbula, foram retidas 706 árvores igualmente parcimoniosas, com 150 passos, apresentando IC=33 e IR =62. Analisando o consenso entre elas percebe-se a recuperação de pouquíssimos grupos, sugerindo que apenas os caracteres morfológicos mandibulares não são suficientes para propor hipóteses de relacionamento suficientemente resolvidas entre os gêneros. Comparando as reconstruções de estados ancestrais, relativamente poucos casos com evidência de coevolução entre forma e função puderam ser observados, entretanto, algumas considerações podem ser feitas sobre possíveis relações da morfologia da mandíbula com os hábitos de nidificação de Pompilidae. As espécies de Ageniellini estudadas tem a região mesial-distal diferenciada dos demais pompilídeos, sendo possível supor uma relação da morfologia da mandíbula com os hábitos de nidificação diferenciados desta tribo. 

  • IAN PATRICK VILHENA DOS SANTOS
  • MORFOLOGIA COMPARADA DAS MANDÍBULAS DAS FÊMEAS DE VESPAS DA FAMÍLIA SPHECIDAE (HYMENOPTERA; APOIDEA)
  • Data: 31/03/2016
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  • - As vespas apóideas, representadas por Sphecidae; Crabronidae; Heterogynaidae e Ampulicidae, são um grupo de insetos que apresentam uma grande diversidade morfológica e comportamental. Juntamente com as abelhas, compõem a superfamília Apoidea, um dos clados que constitui Aculeata. Apesar da diversidade das vespas apóideas, a morfologia da mandíbula é muito negligenciada, apenas aspectos superficiais são levados em consideração em estudos morfológicos. Portanto, a inclusão dessa estrutura como objeto de estudo a fim de aprimorar o conhecimento sobre este grupo de vespas é extremamente importante, especialmente com respeito à família Sphecidae. Sendo assim objetivo deste estudo foi analisar as mandíbulas da fêmea em vespas esfecídeas descrevendo as variações morfológicas de cada grupo, levando em consideração a sistemática e o conhecimento filogenético sobre os táxons. Além disso, pretendeu-se estudar possíveis associações entre os padrões de variação morfológica das mandíbulas e a biologia das vespas, bem como produzir uma lista de caracteres provenientes dos elementos estruturais mandibulares que possam ser utilizados em estudos futuros. Somente alguns gêneros cada subfamília de Sphecidae foram analisados neste trabalho, visando amostrar os grupos de forma a representar da melhor maneira possível a variação de forma e hábitos dentro da família. Além disso, as famílias Crabronidae e Ampulicidae foram incluídas aqui como grupos externos. Um total de 23 gêneros foram considerados na análise, dos quais 15 pertencem à família Sphecidae e o restante aos outgroups. Os espécimes analisados são provenientes da coleção de invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e foram também realizados empréstimos de material do Museu Americano de História Natural (AMNH). Um levantamento sobre a biologia, o comportamento e a utilização da mandíbula em cada gênero/espécie foi realizado através de consultas na literatura previamente publicada estas informações foram incluídas nas análises para estudo de possíveis relações entre os diferentes estilos de vida e utilização da mandíbula. As mandíbulas foram destacadas da cabeça das vespas, descritas, medidas e ilustradas. Um cladograma dos táxons amostrados foi montada baseada nas hipóteses filogenéticas já publicadas. Os caracteres mandibulares e biológicos foram otimizados neste cladograma, utilizando o critério de parcimônia, para realizar a reconstrução dos estados ancestrais. Desta forma foi possível verificar a existência de algumas associações entre a morfologia da mandíbula e o comportamento das vespas esfecídeas.

  • GEOVANA LINHARES DE OLIVEIRA
  • EFEITO DA PLANTAÇÃO DE PALMEIRA DE DENDÊ (Elaeis guineensis Jacq.) SOBRE A FAUNA DE CARNÍVOROS NA FLORESTA AMAZÔNICA

  • Data: 03/03/2016
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  • A monocultura de Palmeira de Dendê tem sido considerada uma atividade promissora em regiões tropicais. Sua expansão proporcionou grande perda de habitats de floresta tropical, sendo considerada uma ameaça para a biodiversidade. Apesar da maioria das áreas de cultivo utilizar áreas anteriormente desmatadas, os efeitos desta monocultura sobre a biodiversidade da região amazônica ainda são pouco conhecidos. Neste estudo investigamos o efeito da plantação de palmeira de dendê sobre a fauna de carnívoros da região amazônica. Realizamos o levantamento e monitoramento deste grupo de mamíferos e relacionamos com algumas métricas ambientais que estariam relacionadas aos efeitos da monocultura sobre as espécies registradas. As métricas avaliadas neste estudo foram área basal de categorias DAP 5-10cm e DAP>10cm, distância perpendicular da matriz de palma ou floresta, distância de corpos d’água. Houve um efeito na composição e abundância de carnívoros, onde os habitats diferiram sobre o aspecto de área basal de categorias DAP 5-10cm, sendo que nas áreas de plantação essa métrica não possui evidência. Apesar da plantação não ser considerada uma matriz impermeável, a fauna de carnívoros não se apresenta distribuída de uma maneira homogenia na paisagem. As espécies mais afetadas foram carnívoros de grande porte e as espécies generalistas e oportunistas, como os mesopredadores, foram beneficiados pela plantação. Nossos resultados evidenciam que o monitoramento e estratégias voltadas para entender como os atributos da plantação influenciam na ocorrência desses animais é de fundamental importância para conservação.

  • JOYCE PRISCILA VITOR DOS SANTOS
  • DIETA E PADRÃO DE ATIVIDADES DE Alouatta juara (PRIMATES, ATELIDAE) EM FLORESTA DE VÁRZEA NA AMAZÔNIA CENTRAL

  • Data: 29/02/2016
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  • A dieta folívora-frugívora de guaribas (Alouatta) varia bastante conforme a 57 espécie e a disponibilidade de alimento no ambiente. Nas florestas de várzea, a 58 inundação é o principal determinante da maioria dos processos ecológicos, incluindo a 59 produtividade e os ritmos fenológicos da vegetação, e os guaribas devem responder às 60 variações do ambiente. Nosso objetivo foi caracterizar a dieta e o padrão de atividades 61 de Alouatta juara, em florestas de várzea durante a fase terrestre (não inundada) do 62 ecossistema. O estudo foi desenvolvido em uma várzea mais antiga e menos produtiva, 63 na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA), e em uma várzea mais 64 recente e mais produtiva, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá 65 (RDSM). Três grupos, em cada reserva, foram acompanhados ao longo de três dias por 66 mês cada um. As atividades foram registradas com o método de varredura instantânea. 67 As plantas consumidas foram coletadas e identificadas. Em ambas as Reservas, os 68 guaribas passaram a maior parte do tempo (% de registros) descansando (RDSA 67% e 69 RDSM 64%). O restante do tempo foi gasto principalmente em alimentação (RDSA 70 13% e RDSM 15%) e locomoção (RDSA 15% e RDSM 14%). O consumo de folhas 71 novas foi predominante (RDSA: 55% e RDSM: 43% dos registros) e o consumo de 72 frutos maduros foi maior na RDSM que na RDSA (23% vs 1%). Na RDSA, os animais 73 alimentaram-se e locomoveram-se mais no período menos chuvoso do que no mais 74 chuvoso (alimentação: 58% vs 42%; locomoção: 62% vs 38%). O consumo de folhas 75 novas foi maior no período menos chuvoso que no mais chuvoso (90% vs 10%). Os 76 resultados estão de acordo com os padrões para o gênero e para a espécie. Essa variação 77 no padrão de atividades e dieta demonstra a plasticidade comportamental da espécie, 78 que já é característica do gênero.

  • ANA LUIZA ANDRADE
  • REVISÃO GERAL DOS ESTUDOS EM DIVERSIDADE FUNCIONAL DE INSETOS AQUÁTICOS, COM UM ESTUDO DE CASO EM UMA MONOCULTURA DE PALMA DE DENDÊ NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 29/02/2016
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  • Os macroinvertebrados aquáticos são mais comumente utilizados para avaliar a saúde e
    o funcionamento dos ecossistemas lóticos. Esses organismos são importantes na
    estrutura dos riachos, sendo capazes de controlar a dinâmica trófica de toda uma
    comunidade. Porém entender os mecanismos que estruturam essas comunidades ainda é
    um desafio para os estudos ecológicos. A diversidade funcional é uma das abordagens
    destinada a contribuir para o entendimento dos mecanismos que atuam sobre a
    distribuição das espécies de uma comunidade. Neste sentido, buscamos por meio de
    uma revisão na literatura, investigar as tendências e lacunas mundiais da diversidade
    funcional de macroinvertebrados de sistemas lóticos. A abordagem para o grupo foi
    recente e mostrou um rápido crescimento ao longo dos anos, porém tem sido pouco
    aplicada em regiões neotropicais. Entre os artigos investigados encontramos variações
    nos termos conceituais que podem ocasionar interpretações errôneas. Verificamos ainda
    que as respostas funcionais de insetos aquáticos foram mais investigadas entre os
    macroinvertebrados e, com maior frequência em estudos avaliando o efeito de impactos
    ambientais antrópicos. Por fim testamos a aplicabilidade da abordagem de diversidade
    funcional. Investigamos as respostas funcionais e taxonômicas de EPT de riachos
    inseridos em regiões de plantio de dendê comparando-os com áreas florestais na
    Amazônia Oriental. Verificamos que a abundância taxonômica diferiu entre as
    comunidades sendo maior nas plantações, enquanto a riqueza de espécies foi maior na
    floresta, houve perda de nove gêneros de EPT nos riachos de palma de dendê. Mesmo
    com essa perda biológica, A diversidade funcional não diferiu entre as comunidades.
    Porem quando analisamos as características do ambiente, houve diferenças no pH,
    número de troncos e proximidade com estradas, e essas juntamente com temperatura
    foram o suficiente para atuar na distribuição dos atributos funcionais da comunidade de
    EPT.

  • ITALO RAFAEL GOMES AGUIAR
  • “FILOGENIA E BIOGEOGRAFIA DO GÊNERO ZIMMERIUS (AVES: TYRANNIDAE).”,

  • Orientador : HORACIO SCHNEIDER
  • Data: 29/02/2016
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  • Linhagens amplamente distribuídas na região neotropical vem sendo foco de estudos filogenéticos a fim de testar se os processos propostos para originar a diversificação nessa região estão em consonância com os padrões encontrados. No presente estudo, foram inferidas as relações filogenéticas por Inferência Bayesiana (IB), estimados os tempos de divergência e a biogeografia do gênero Zimmerius, utilizando o gene nuclear BF5 e o mitocondrial ND2. A IB recuperou 5 linhagens evolutivas dentro de Zimmerius distribuídos em dois clados principais. A espécie recém descrita para a Amazônia brasileira, Z. chicomendesi foi revelada espécie irmã de Z. villarejoi, com alto apoio estatístico, que juntamente com Z. cinereicapilla formam um dos dois clados principais de Zimmerius. As espécies Z. minimus e Z. flavidifrons também foram recuperadas com alto suporte. A maioria das diversificações das linhagens do gênero ocorreram no Plio-Pleistoceno, concordando com o surgimento e as modificações da bacia amazônica, e tendo como área ancestral a região dos Andes, Chocó e Amazônia ocidental. Posteriormente, ampliou sua distribuição para as áreas da América Central, Escudo das Guianas, Amazônia Oriental e Mata Atlântica. Os resultados obtidos neste trabalho corroboram com a validação do status de espécie de Z. chicomendesi e Z. minimus, embora este último necessite de uma diagnose vocal para uma melhor resolução e deve ser tratado com cautela. Com a adição de populações ainda não amostradas nas análises filogenéticas do gênero Zimmerius existe a possibilidade de serem encontrados táxons crípticos passíveis de serem elevados ao status de espécie plena, como vem acontecendo na última década.

  • LAIS PINHEIRO ALMEIDA
  • “FILOGEOGRAFIA DE Norops trachyderma COPE, 1876  REPTILIA: SQUAMATA).”, 

  • Data: 29/02/2016
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  • Norops trachyderma é uma espécie pertencente à família de lagartos Dactyloidae que apresenta coloração acinzentada/marrom, hábito diurno e é encontrada em florestas bem preservadas ou pouco perturbadas. A espécie ocorre na Amazônia ocidental (Colômbia, Equador, Peru e estados do Amazonas e Acre, no Brasil), com uma distribuição disjunta (ausente no interflúvio Tapajós─Xingu, no Pará) que abrange, de um lado, as áreas de endemismo Imeri─Napo─Inambari, e de outro, a área de endemismo Tapajós. O objetivo do trabalho é compreender o padrão de diversificação e distribuição de Norops trachyderma na Floresta Amazônica. Utilizamos o gene mitocondrial ND2 e 4 genes nucleares: HMGCS, RAG1, DNAH3 e SNCAIP. Os resultados gerados tanto com o gene mitocondrial quanto com o banco de dados concatenados apontam uma clara diferenciação genética em duas linhagens (clados monofiléticos), sendo um deles pertencente ao interflúvio Tapajós/Xingú e o outro à Amazônia Ocidental.

     

  • TARCISIA GOMES JOAZEIRO
  • FRUGIVORIA E DISPERSÃO DE SEMENTES POR Alouatta juara (Primates, Cebidae) EM FLORESTAS DE VÁRZEA NA AMAZÔNIA CENTRAL

  • Orientador : MARIA APARECIDA LOPES
  • Data: 29/02/2016
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  • Os guaribas (Alouatta) são considerados folívoros-frugívoros e reconhecidos como importantes dispersores de sementes de muitas espécies em florestas tropicais. Por consumirem grande quantidade de folhas, apresentam um longo tempo de retenção intestinal, suficiente para levar as sementes para longe da planta-matriz. Nosso objetivo foi caracterizar a frugivoria de Alouatta juara e avaliar seu papel como dispersor de sementes em florestas de várzea durante a fase terrestre (não inundada) do ecossistema. O estudo foi desenvolvido em duas Reservas de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia brasileira: cinco meses em Amanã (RDSA), em uma várzea mais antiga e menos produtiva; e três meses em Mamirauá (RDSM), em uma várzea mais recente e mais produtiva. Em cada Reserva, três grupos foram acompanhados ao longo de três dias por mês cada um, durante cinco meses na RDSA e três na RDSM. O consumo de frutos foi registrado com o método “todas as ocorrências”. As plantas consumidas foram coletadas, identificadas e georreferenciadas, e as distâncias de dispersão foram medidas. Testes de germinação foram realizados (sementes defecadas e controle). Foram registrados 86 eventos de frugivoria, com 91% dos eventos na RDSM, onde o consumo de frutos maduros também foi maior (χ2 = 60,680, gl = 2, p < 0,001). A distância de dispersão variou de zero a 93 m na RDSA (n = 3) e entre 6 e 187 m RDSM (n = 30). A passagem pelo trato digestório não alterou as taxas de germinação, porém, o tempo de germinação de Ficus casapiensis e Coussapoa nitida foi reduzido. O consumo de frutos na RDSM foi similar ao registrado em outros estudos em florestas de várzea durante a fase terrestre. O consumo de frutos e a deposição de sementes intactas longe das plantas matrizes confirmam o potencial de guaribas como dispersores.

  • CAMILA ALVES REIS
  • "ANÁLISE FILOGEOGRÁFICA INDICA UNIDADES EVOLUTIVAS INDEPENDENTES DENTRO DE Lepidothrix coronata (SPIX, 1825) (AVES, PASSERIFORMES)

  • Orientador : HORACIO SCHNEIDER
  • Data: 29/02/2016
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  • Lepidothrix coronata é uma espécie amplamente distribuído pela região Neotropical, principalmente no bioma amazônico. Esta ave possui uma alta complexidade comportamental, onde estudos sugerem que se trata de mais de uma espécie. Atualmente possui oito subespécies descritas apenas com base morfológica e geográfica. Observa-se também variação de plumagem ao longo de sua distribuição, havendo uma lacuna no que se diz respeito a estudos moleculares com a espécie. O presente trabalho visa avaliar os padrões filogeográficos de L. coronata através de análise comparativa da coloração da plumagem e análises moleculares baseadas em sequências de genes mitocondriais e nucleares de exemplares provenientes de distintos pontos da área de ocorrência. A amostragem conta com 94 tecidos musculares, provenientes da Coleção Ornitológica do Museu Paraense Emílio Goeldi. Foram utilizados três marcadores mitocondriais (ND2, ND3 e COI) e três nucleares (I5BF, G3PDH e MYO). As análises filogenéticas de máxima verossimilhança e bayesiana, assim como as análises de estruturação populacional e delimitação de espécies, apontaram para a existência de três linhagens monofiléticas dentro da espécie, com altos valores de divergência (superiores a 3%), compatíveis com táxons válidos. Também foram encontrados espécimes de colorações similares em populações diferentes, e indivíduos de colorações distintas dentro da mesma linhagem, o que não está de acordo com a classificação das subespécies. Há evidências, assim como em estudos prévios, que grandes rios podem atuar como barreiras de diversificação para a espécie aqui estudada. Portanto, sugerimos que existam unidades evolutivas independentes dentro de L. coronata, podendo esta tratar-se de um complexo de espécies crípticas, não evidenciada pelo seu padrão de plumagem, mas congruente com a separação de suas áreas de ocorrência delimitada por rios do bioma Amazônico.

  • DENISE COSTA REBOUÇAS LAUTON
  • "ECOLOGIA ALIMENTAR DE Saimiri sciureus macrodon (Elliot, 1907) (PRIMATES:CEBIDAE) EM FLORESTA DE VÁRZEA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL"

  • Data: 29/02/2016
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  • Macacos-de-cheiro são conhecidos pelo seu comportamento ativo e pelo pequeno porte, características que, com frequência, inviabilizam a coleta de dados mais precisos em campo. Neste cenário, examinamos o conteúdo e medimos os tratos digestórios de espécimes de Saimiri macrodon (Elliot, 1907) coletados e depositados no Instituto Mamirauá, Amazonas, Brasil. Esta análise fornece dados relevantes sobre a dieta de S. macrodon, principalmente sobre o consumo de invertebrados cuja identificação, na maioria das vezes, não é possível em campo. Analisamos sistematicamente 14 tratos gastrointestinais de S. macrodon, coletados em floresta de várzea na Amazônia Central. Mensuramos a contribuição relativa de itens de origem animal e vegetal, e identificamos, em nível de ordem, os itens alimentares de origem animal. O peso médio dos espécimes coletados foi de 583,6 gramas (DP = ± 113,53 g), com comprimento corporal médio de 379,1 mm (DP = ± 15 mm). A área média dos estômagos foi de 29,4 cm2 (DP = ± 8,75 cm2), o comprimento médio do intestino de 94 cm (DP = ± 13,5 cm) e o coeficiente médio de diferenciação do trato (CGD) foi de 0,22 (DP = ± 0,08). Valores citados correspondem ao esperado para o gênero. Em S. macrodon, o domínio marcado do intestino delgado indica uma tendência à insetivoria e as análises do conteúdo gastrointestinal revelam uma dieta frugívora-insetívora para a espécie, com as ordens Coleoptera e Orthoptera presentes em todos os tratos analisados. Machos e fêmeas não diferem em comprimento do corpo (t = 1,26; gl = 12; p = 0,12) ou área de superfície do intestino (t = 0,17; gl = 12; p = 0,43).

  • LYWOUTY REYMOND DE SOUZA NASCIMENTO
  • Revisão Taxonômica do complexoMicrurus spixii Wagler, 1824 (Serpentes, Elapidae)

  • Data: 29/02/2016
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  • O gênero Micrurus é composto por serpentes venenosas de distribuição Neotropical com diversificados padrões de coloração apostemática sendo conhecidas popularmente como cobras corais verdadeiras. Abrangendo aproximadamente 80 táxons, Micrurus está organizado em quatro grupos de espécies diferenciáveis com base no padrão de color, comprimento da cauda e morfologia do hemipênis: (1) grupo monadal tricolor, hemipênis e longo fortemente bifurcado; (2) grupo bicolor, com hemipênis longo e fortemente bifurcado; (3) grupo com coloração em tríades e hemipênis moderadamente alongado (4) grupo com padrão em tríades, com hemipênis curto e bilobado, podendo ser capitado ou não capitado. Inserido no quarto grupo, Micrurus spixii atualmente constitui um complexo contendo quatro subespécies nominais: M. s. spixii presente do norte ao sul da Amazônia central; M. s. martiusi ocorrendo na Amazônia Oriental, Brasil; M. s. obscurus ocorrendo em regiões de floresta a leste dos Andes (noroeste da Bolívia, norte do Peru, leste do Equador e sudeste da Colômbia) e noroeste do Amazonas, no Brasil; e M. s. princeps com populações restritas ao nordeste da Bolívia. Por apresentar caracteres merísticos e morfométricos densamente sobrepostos junto às semelhanças no padrão de coloração e o forte melanismo presente em diversos espécimes, a identificação destas subespécies é imprecisa, tornando questionável a validade das mesmas desde suas primeiras revisões. Neste trabalho, revisamos a taxonomia do complexo explorando caracteres externos (coloração, variação merística e morfométrica) e internos (morfologia hemipeniana e craniana), definido, assim os limites de cada táxon ao longo da distribuição geográfica. A presente dissertação foi organizada em duas seções: 1) Introdução geral onde são apresentadas informações taxonômicas e sistemáticas acerca de Micrurus, com atenção direcionada ao complexo Micrurus spixii; 2) o manuscrito intitulado ―Revisão taxonômica das espécies do complexo Micrurus spixii (serpentes, elapidae)‖, cujo objetivo foi revisar a taxonomia do complexo, explorando a morfologia interna e externa incluindo novos caracteres e assim delimitando precisamente os limites de cada táxon de acordo com a distribuição geográfica.

  • NITHOMAS MATEUS DAS NEVES FEITOSA
  • Novas espécies do gênero Neoxyphinus Birabén 1953 (Araneae: Oonopidae) do Brasil

  • Data: 29/02/2016
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  • Um total de 27 novas espécies do gênero Neoxyphinus são descritas, todas ocorrendo em território Brasileiro, elevando o número total de espécies para 48: N. capiranga sp. nov. (♂♀) dos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia; N. caprichoso sp. nov. (♂♀) e N. garantido sp. nov. (♂♀) dos estados do Amazonas e Pará; N. crasto sp. nov. (♂♀) dos estados da Bahia e Sergipe; N. murici sp. nov. (♂♀) dos estados do Alagoas e Sergipe; N. meurei sp. nov. (♀) dos estados da Bahia e Mato Grosso; N. belterra sp. nov. (♂♀) dos estados do Pará e Mato Grosso; N. ornithogoblin sp. nov. (♂♀), N. sax sp. nov. (♂♀), N. coari sp. nov. (♂♀), N. tucuma sp. nov. (♂♀), N. ducke sp. nov. (♂) e N. carigoglin sp. nov. (♀) do estado do Amazonas; N. almerim sp. nov. (♂), N. mutum sp. nov. (♂♀), N. caxiuana sp. nov. (♂♀), N. cachimbo sp. nov. (♂) e N. jacareacanga sp. nov. (♀) do estado do Pará; N. paraty sp. nov. (♂♀) e N. rio sp. nov. (♂♀) do estado do Rio de Janeiro; N. novalima sp. nov. (♂♀) e N. celluliticus sp. nov. (♂) do estado de Minas Gerais; N. paraiba sp. nov. (♂) e N. simsinho sp. nov. (♂♀) do estado da Paraíba; N. cantareira sp. nov. (♂) do estado de São Paulo; N. cavus sp. nov. (♂) do estado do Espírito Santo e N. stigmatus sp. nov. (♂) do estado da Bahia. A chave para todas as 48 espécies conhecidas de Neoxyphinus é fornecida e possíveis linhagens monofiléticas dentro do gênero são discutidas.

  • REGEANE CRISTINA LIMA PONTES

  • CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA DAS COMUNIDADES DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES EM AMBAS AS MARGENS DO MÉDIO RIO TAPAJÓS

  • Data: 29/02/2016
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  •  Os grandes rios da Amazônia têm sido considerados como barreiras geográficas para alguns táxons encontrados na região. Existem alguns trabalhos com a fauna de pequenos mamíferos não voadores da Amazônia testando esta teoria. Com objetivo de caracterizar as diferenças de riqueza, composição e abundância de espécies de pequenos mamíferos não voadores, verificou-se o potencial do rio Tapajós como barreira geográfica sobre estes animais. A área de estudo se localiza entre os municípios de Itaituba e Jacareacanga, no médio rio Tapajós, no estado do Pará. A amostragem foi realizada em 12 transectos de 4 km cada, distribuídos de forma perpendicular às margens do rio. Ao todo foram colocados seis transectos na margem direita e seis na margem esquerda, distantes por no mínimo 2 km um do outro. Em cada transecto foram distribuídas cinco estações amostrais distantes por 1 km entre eles. Para a coleta de animais foram utilizadas em cada estação 40 armadilhas de contenção de animal vivo, sendo 20 Shermans e 20 Tomahawk, além de um conjunto de três linhas de armadilhas de interceptação e queda (Pitfall trap driftfence), compostas por cinco baldes cada separados por cerca guia de 15 metros de comprimento. O levantamento foi realizado em quatro expedições nos anos de 2012 e 2013, incluindo a estação seca e chuvosa, totalizando 120 dias de amostragem. O esforço amostral total foi de 48.000 armadilhas/noite para o método de contenção de animal vivo e 18.040 armadilhas/noite para o método de armadilha de interceptação e queda. Foram realizadas medidas ambientais que refletem a estrutura do ambiente. Estas medidas foram feitas em todas as estações de coleta, nas quatro expedições. Foram mensuradas: a altura de serrapilheira, temperatura média, umidade média relativa do ar, abertura de dossel, declividade média, elevação, umidade e distância do rio. Foram amostrados 670 espécimes. Foram identificados um total de 63 espécies de pequenos mamíferos não voadores no médio rio Tapajós, sendo 41 espécies na margem esquerda e 47 espécies na margem direita. Destas 25 foram compartilhadas entre as duas margens. A composição de espécies foi diferente entre as duas margens do médio rio Tapajós, apesar alto compartilhamento de espécies entre as margens. A distância da margem não teve influencia sobre as comunidades de pequenos mamíferos em cada uma das margens separadamente, assim como em ambas as margens juntas. As variáveis ambientais não diferiram entre as margens e a variável mais relacionada as espécies foi a elevação. A comunidade de pequenos mamíferos não voadores da margem esquerda do Rio Tapajós é diferente da comunidade da margem direita, o que sugere que este Rio atue como potencial barreira geográfica para a dispersão das espécies deste grupo da mastofauna.

  • SIMONE ALMEIDA PENA
  • Variabilidade individual na dieta de Hylaeamys megacephalus (Rodentia, Cricetidae) em habitats florestais e de monocultura de palmeira de dendê na Amazônia Oriental


  • Data: 29/02/2016
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  • A variação individual de nicho em uma mesma população pode ser reflexo de diferentes genótipos, mas também pode variar em função de disponibilidade de recursos, sexo ou faixa etária. O mecanismo da especialização individual seria uma forma de reduzir a competição intraespecífica. Em uma população com alta taxa de especialização individual, os indivíduos usam um conjunto de recursos significativamente menor do que o conjunto de recursos utilizados pela população como um todo. Esta situação seria comumente observada em ambientes com escassez de recursos. Em áreas de plantação de palmeira de dendê, por apresentar menor disponibilidade de recursos, a variação individual da dieta do roedor Hylaeamys megacephalus seria maior do a dieta de indivíduos da população residente na Floresta. A dieta de H. megacephalus foi composta por 20 itens alimentares, dos quais 12 eram de origem animal (47,87%) e 8 (52,13%) de origem vegetal. A amplitude de nicho alimentar foi maior na população residente na área de Plantação de palmeira de dendê do que da Floresta. Os valores individuais de similaridade de itens alimentares (PSi) foram maiores nas áreas de floresta. Os resultados apontam para o efeito da Plantação de Palmeira de dendê sobre o aumento da variação individual na dieta de H. megacephalus.

  • BENEDITO MENDES NUNES
  • Análise cladística e descrição de um grupo novo de espécies do gênero Edessa (Heteroptera, Pentatomidae, edessinae)

  • Data: 29/02/2016
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  • Edessinae é uma das subfamílias de Pentatomidae que mais apresenta problemas taxonômicos e nomenclaturais, sendo formada por oito gêneros Edessa Fabricius, 1803 (cerca de 280 espécies), Brachystethus Laporte, 1832 (10 espécies), Ascra Say 1832 (7 espécies), Peromatus Amyot & Serville, 1843 (7 espécies), Olbia Stål, 1862 (3 espécies), Pantochlora Stål, 1870 (1 espécie), Doesburgedessa Fernandes, 2010 (5 espécies) e Paraedessa Silva & Fernandes, 2013 (9 espécies). Edessa é o maior destes gêneros, e o que concentra a grande maioria dos problemas taxonômicos, devido a identificações incorretas, dificuldade em levantar a literatura e o grande número de espécies descritas. Este trabalho objetiva aprofundar o conhecimento sobre sistemática de edessíneos, especialmente do gênero Edessa, através da proposição de um novo gênero apoiado por uma análise cladística. Foram estudados 29 exemplares de instituições brasileiras e estrangeiras. As espécies foram descritas seguindo um roteiro tradicional para o estudo de pentatomidae, os espécimes forma medidos, fotografados, as estruturas com importância taxonômica como o processo metasternal e genitália de ambos os sexos foram desenhadas a lápis. Para análise cladística foram utilizados os programas TNT e Winclada, para a análise de parcimônia foi utilizada a busca heurística, com estratégia de busca multiple TBR, o grupo externo foi composto por 11 espécies. Como resultado da análise mais parcimoniosa, com pesagem implícita foi obtida uma árvore com 83 passos, Índice de Consistência (CI) de 53 e Índice de Retenção (IR) de 67. Como resultados mais expressivos da análise obtivemos que o gênero novo é relacionado com o subgênero Hypoxys de Edessa e o gênero Paraedessa; e que Edessa é um grupo polifilético.

  • MARCELLI KRUL VIEIRA
  • Revisão de Canthon Subgênero Pseudepilissus Martínez, 1954 (COLEOPTERA: SCARABAEIDAE: SCARABAEINAE)

  • Orientador : FERNANDO AUGUSTO BARBOSA SILVA
  • Data: 29/02/2016
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  • O subgênero Pseudepilissus Martínez 1954 foi revisado e quatro espécies válidas foram revisadas e redescritas: Canthon (Pseudepilissus) muticus Harold 1867; C. (P.) lunatus Schmidt 1922; C. (P.) planus Lucas 1857 e C. (P.) reichei Felsche 1910. Três espécies pertencentes a outros grupos foram inseridos no subgênero: C. (P.) quadratus Blanchard 1843; C. (P.) edentulus Harold 1868 e C. (P.) seminulus Harold 1867. Três subespécies receberam status nov.: C. (P.) tibialis Schmidt 1922; C. (P.) granuliceps Felsche 1910 e C. (P.) hendrichsi Halffter & Martínez 1968. Uma espécie foi sinonimizada: C. (P.) reichei Felsche 1910 = C. (P.) honsi Balthasar 1939 syn. nov.. Quatro novas espécies foram descritas Canthon (Pseudepilissus) sp. nov. 1, Canthon (Pseudepilissus) sp. nov. 2, Canthon (Pseudepilissus) sp. nov. 3 e Canthon (Pseudepilissus) sp. nov. 4. Após o estudo, o subgênero passa a contar com 14 espécies e novos lectótipos foram designados.

  • ABEL ANTONIO BUSTAMANTE FERRADA
  • Sistemática de Thiodinini (Araneae: Salticidae: Salticinae), com descrição de um gênero novo e doze espécies novas

  • Data: 28/02/2016
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  • A tribo Thiodinini é revisada ao nível de gênero. Propõem-se diagnoses para todos os
    gêneros válidos baseadas nas espécies-tipo, e em alguns casos, nas novas espécies
    descritas aqui. A tribo contém os seguintes gêneros considerados válidos: Thiodina
    Simon, 1900; Cyllodania Simon, 1902; Hyetussa Simon, 1902; Atomosphyrus Simon,
    1902; Arachnomura Mello-Leitão, 1917; Titanattus Peckham & Peckham, 1885 e
    Tartamura gen. nov. Os seguintes gêneros são sinonimizados: Micalula Strand, 1932 e
    Bredana Gertsch, 1936 com Hyetussa Simon, 1902; Agelista Simon, 1900 com
    Titanattus Peckham & Peckham, 1885. Uma transferência é estabelecida: Thiodina
    minuta (Galiano, 1977) comb. nov. (de Cyllodania). Designa-se um neótipo para
    Hyetussa longithorax (Petrunkevitch, 1925) comb. nov. Doze espécies novas são
    descritas: Cyllodania tica sp. nov.; Cyllodania trinidad sp. nov.; Cyllodania
    zoobotanica sp. nov.; Hyetussa sergipe sp. nov.; Hyetussa sertaneja sp. nov.;
    Tartamura agatelin sp. nov.; Tartamura huao sp. nov.; Tartamura metzneri sp. nov.;
    Thiodina firme sp. nov.; Thiodina perian sp. nov.; Titanattus acagajuba sp. nov. e
    Titanattus euryphaessa sp. nov. Alguns caracteres morfológicos e aspectos sobre
    filogenia são discutidos.

  • IVO GABRIEL BARROS MINEIRO
  • Efeito da Monocultura da Palmeira de Dendê (Elaeis guineensis Jacq.) sobre a fauna de primatas na Amazônia Oriental


  • Data: 28/02/2016
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  • A monocultura de dendê (Elaeis guineensis Jacq.) é uma atividade que vem se expandindo rapidamente na Amazônia. A conversão de um ambiente florestal em áreas de plantação de palmeira de dendê reduz a complexidade ambiental e altera a paisagem local. Neste trabalho utilizamos o grupo dos primatas como alvo para investigar os efeitos da diferença na paisagem entre esses dois ambientes. O objetivo foi de avaliar o efeito da monocultura de dendê sobre a abundância, riqueza e distribuição das espécies de primatas na paisagem fragmentada. A área de estudo fica localizada no Complexo Agroindustrial do Grupo Agropalma, nos municípios de Moju, Tailândia, Acará e Tomé-açu, no nordeste do Pará. Foram estabelecidos 16 pontos de amostragem, sendo oito em áreas de floresta e oito em plantações de dendê. Em cada ponto foi aberta uma trilha retilínea de 4200 metros. Foram realizadas três campanhas de campo, totalizando 71 dias de amostragem. O método utilizado foi o censo por transecção linear. Todas as trilhas foram estratificadas a cada 600 metros, com a intenção de verificar a influência das métricas ambientais sobre a distribuição da fauna de primatas, já que as transecções são muito extensas. As unidades amostrais corresponderam às estratificações de 600m em cada uma das transecções nos dois ambientes avaliados, totalizando 112 amostras (56 em cada ambiente). As métricas ambientais medidas foram à área basal (DAP de 5 a 10 cm, e DAP > 10 cm), distância mínima para corpos d’água, distância mínima para a matriz adjacente e o tamanho dos fragmentos florestais e das áreas de plantação do dendê. Foram registrados 578 indivíduos, distribuídos em seis espécies: Sapajus apella, Cebus kaapori, Saimiri collinsi, Saguinus ursulus, Alouatta belzebul e Chiropotes satanas. No ambiente de monocultura de dendê, houve apenas um único registro, sendo um grupo da espécie Saguinus ursulus. As análises realizadas foram: a taxa de avistamento a cada 10 km percorridos; o Teste T de Student para verificar diferença na riqueza e abundância de espécies; um teste de Análise de Componentes Principais (PCA), para agrupar as unidades amostrais similares entre si, considerando as métricas ambientais utilizadas; uma Análise de Correspondência Canônica, e um gradiente de distribuição das espécies, considerando a métrica de distância da matriz. As espécies S. apella e S. ursulus estão distribuídas na maioria das amostras de floresta, e juntas representaram 78% da abundância de primatas na área de estudo. C. kaapori e S. collinsi foram registradas uma única vez, indicando a baixa frequência destas espécies. As variáveis ambientais que melhor explicaram a diferença entre os dois ambientes foram as duas medidas de área basal (DAP de 5 a 10cm, e DAP > 10cm). A monocultura de dendê exerceu um efeito negativo sobre a comunidade de primatas. A estrutura da vegetação menos complexa (ausência de sub-bosque e dossel mais aberto) e a redução de recursos colaboram com a não tolerância dos primatas à matriz de plantação da palmeira.

  • ITHALO DA SILVA CASTRO
  • “MINIATURIZAÇÃO EM TRICHOMYCTERIDAE (SILURIFORMES, LORICARIOIDEA), COM A DESCRIÇÃO DE UMA NOVA ESPÉCIE MINIATURA DE Ituglanis.”, 

  • Data: 26/02/2016
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  • Ituglanis sp. n. “amapá” é descrita de um igarapé do rio Jari, afluente próximo à foz do rio Amazonas, Amapá, Brasil. Distingue-se das demais congêneres pelo comprimento reduzido (máximo 25,6 mm CP); reduzido número de vértebras pós aparato Weberiano (36-37); dois pares de costelas; fontanelas frontal e parieto-supraoccipital alongadas; raios da nadadeira peitoral predominantemente i,5 e reduzido número de odontódios interoperculares (12-15). Embora não tenha sido observado espécimes sexualmente maduros, os indivíduos analisados são considerados adultos devido ao seu esqueleto completamente ossificado. Ituglanis sp. n. “amapá” não exibe um grande número de caracteres pedomórficos comparado às suas congêneres, representando uma espécie miniatura estruturalmente muito semelhante a adultos não-miniaturizados.

  • MARCELY CARDOSO VALOIS DE LIMA
  • Revisão Taxonômica do grupo sericeus de Dichotomiushope, 1838 (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae)

  • Data: 26/02/2016
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  • Uma revisão do grupo sericeus do gênero Dichotomius subgênero Luederwaldtinia é apresentada. O grupo compreende oito espécies válidas, endêmicas da Floresta Atlântica e áreas associadas: Dichotomius sericeus (Harold, 1867); Dichotomius irinus (Harold, 1867); Dichotomius laevicollis (Felsche, 1901); Dichotomius schiffleri Vaz-de-Mello, Gavino & Louzada, 2001; Dichotomius guaribensis sp. nov.; Dichotomius gilletti sp. nov.; Dichotomius iannuzziae sp. nov.; e Dichotomius catimbaus sp. nov. Lectótipos são designados para D. sericeus (Harold, 1867), D. irinus (Harold, 1867), D. laevicollis (Felsche, 1901) e D. sericeus var. aterrimus (Luederwaldt, 1929) [aqui sinonimizado com D. sericeus]. Nesta revisão cada espécie é analisada com uma revisão detalhada da literatura, diagnoses, ilustrações de caracteres morfológicos chave, lista de material examinado e distribuição geográfica

  • RAFAEL DE ASSIS BARROS
  • Ecologia trófica e espacial de Dendropsophus melanargyreus (Cope, 1887), D. minutus (Peters, 1871) e Scinax ruber (Laurenti, 1768) (Anura: Hylidae) em um fragmento Florestal na Amazônia Oriental.


  • Data: 11/02/2016
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  • Três fatores essenciais compõe o nicho principal das espécies, dieta, uso do espaço e tempo. Em anuros o nicho trófico e espacial desempenham um importante papel para o sucesso reprodutivo das espécies que coabitam ambientes restritos, como as poças temporárias. Portanto, neste trabalho procuramos entender como três espécies de hilídeos, que utilizam as mesmas poças em fragmentos florestais amazônico, partilham os recursos alimentares e espaciais. Utilizamos frequência de ocorrência e índice de importância alimentar para determinar a dieta das espécies, além do índice de sobreposição de nicho e índice de amplitude para análises tróficas e espacias. Assim como, categorias de microhabitat, e medidas como altura de poleiro, profundidade de poça, além de algumas variáveis ambientais (temperatura e umidade do ar, precipitação, comprimento e largura das poças), procurando determinar similaridades e diferenças entre os nichos trófico e espacial dessas espécies. Nenhuma dessas dimensões foi limitante para a coexistência das espécies, uma vez que apesar da grande sobreposição trófica e espacial observada, a aplicação de diversas estratégias alimentares e de uso do espaço (uso de poleiros em diferentes alturas; poças com profundidades distintas; diferentes graus de importância alimentar para itens compartilhados pelas espécies; o uso de itens alimentares exclusivos de cada espécie), foram essenciais para diminuir a competição entre as espécies, permitindo sua coexistência.

2015
Descrição
  • CLEUTON LIMA MIRANDA
  • SISTEMÁTICA E BIOGEOGRAFIA DOS RATOS-DE-ESPINHO DO GÊNERO MAKALATA HUSSON, 1978 (RODENTIA, ECHIMYIDAE)

  • Data: 07/12/2015
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  • Vários são os conceitos e critérios para se definir e delimitar espécies, sendo estes temas ainda bastante controversos no campo da sistemática. A morfologia tem sido usada como ferramenta eficaz para se estabelecer limites interespecíficos, porém, somente o uso dessa ferramenta pode se revelar problemático, especialmente no caso de espécies polimórficas ou morfologicamente crípticas. A combinação de diferentes fontes de dados para reconhecer e delimitar espécies tem sido empregada recentemente, mostrando-se bastante útil para resoluções taxonômicas. No presente estudo propomos um estudo multidisciplinar para delimitar espécies no gênero Makalata a partir de dados morfológicos, moleculares e citogenéticos. Makalata ainda não passou por revisão sistemática, possui taxonomia instável e conta com poucos exemplares depositados em coleções científicas. A partir da combinação dos métodos empregados reconhecemos 14 espécies, a maioria destas com base na combinação das diferentes ferramentas. Contudo, quatro espécies se mostraram morfologicamente crípticas, diferenciadas apenas por dados moleculares e cariotípicos. Os resultados alcançados demonstram uma realidade heterogênea para Makalata no que se refere a quão informativas podem ser o uso das diferentes ferramentas para a taxonomia deste grupo, reforçando a importância de uma abordagem multidisciplinar para se alcançar um quadro mais fidedigno possível sobre a taxonomia de Makalata.

  • JOSE MAX BARBOSA DE OLIVEIRA JUNIOR
  • ESTRUTURAÇÃO DA COMUNIDADE DE ODONATA (INSECTA) NA AMAZÔNIA ORIENTAL: EFEITOS ESPACIAIS, AMBIENTAIS E MORFOLÓGICOS

  • Data: 04/12/2015
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  • Entender como as comunidades naturais estão estruturadas tem sido um dos principais objetivos em ecologia. Fatores locais e regionais, como o clima, o tipo de hábitat e as interações entre espécies, são os principais responsáveis pela estruturação das comunidades em ambientes naturais. Neste contexto, nosso objetivo é avaliar o efeito dos fatores ambientais (locais e regionais) e espaciais sobre a distribuição da comunidade de adultos de Odonata na Amazônia Oriental. Adicionalmente, avaliamos se existe um limite na similaridade morfológica para a coocorrência das espécies, buscando testar padrões na distribuição das espécies. Para responder a esses objetivos dividimos a tese em três capítulos: O primeiro capítulo avalia o efeito dos fatores ambientais e espaciais; o segundo o efeito dos fatores ambientais locais e regionais e o terceiro avalia se existe um limite na similaridade morfológica para a coocorrência de espécies de comunidade de adultos de Odonata na Amazônia. Foram amostrados Odonata adultos em 98 igarapés na Amazônia Oriental, Pará, Brasil. Os fatores ambientais locais foram avaliados com base em um índice de integridade ambiental e variáveis físicas quantitativas. Variáveis espaciais foram geradas através de filtros espaciais (PCNM). Foram considerados como fatores ambientais regionais o gradiente de altitude, variáveis bioclimáticas e percentuais de cobertura florestal. Foram selecionados 10 indivíduos machos de cada espécie para mensurar nove medidas morfométricas, com o uso de um paquímetro. Foram amostrados 3.588 espécimes de Odonata, distribuídos em 11 famílias, 49 gêneros e 134 espécies. Somente os fatores ambientais explicam a variação na comunidade de Odonata em todos os ambientes (R2adj.= 0,223; p< 0,001), bem como separadamente (Preservados: R2adj.= 0,225; p< 0,001; Alterados: R2adj.= 0,258; p< 0,001), não houve efeito dos fatores espaciais (Todos os ambientes: R2adj.= 0,001; p= 0,529; Preservados: R2adj.= 0,007; p= 0,554; Alterados: R2adj.= 0,009; p= 0,314). O mesmo foi observado para Zygoptera (Ambientais - Todos os ambientes: R2adj.= 0,183; p< 0,001; Preservados: R2adj.= 0,233; p< 0,001; Alterados: R2adj.= 0,189; p< 0,001; Espaciais - Todos os ambientes: R2adj.= 0,005; p= 0,741; Preservados: R2adj.= 0,018; p= 0,628; Alterados: R2adj.= 0,009; p= 0,632). Para Anisoptera, os fatores ambientais explicam a variação na comunidade apenas quando considerado todos os ambientes (R2adj.= 0,155; p< 0,001) e alterados (R2adj.= 0,222; p< 0,001). Em ambientes preservados nem fatores ambientais (R2adj.= 0,023; p= 0,419) e espacias (R2adj.= 0,114; p= 0,147) explicam a variação da comunidade. O particionamento de variação indicou contribuições distintas dos fatores ambientais locais e regionais sobre a variação na composição de espécies. O componente partilhado pelos dois fatores (locais e regionais) foi mais importante para explicar a variação tanto nas comunidades de Odonata (R2adj.= 0,24) como de Anisoptera (R2adj.= 0,15) e Zygoptera separadamente (R2adj.= 0,24), seguido pelo componente ambiental local puro (Odonata: R2adj.= 0,12; p< 0,001; Anisoptera: R2adj.= 0,11; p= 0,001; Zygoptera: R2adj.= 0,10; p< 0,001) e por último, pelo componente ambiental regional puro (R2adj.= 0,07; p< 0,001; R2adj.= 0,03; p= 0,036; R2adj.= 0,08; p< 0,001). Porém além desses fatores, a competição mostrou-se um fator importante na distribuição das espécies. Padrões não aleatórios de coocorrência das espécies de Odonata ocorrem tanto nos igarapés presevados (C= 12,44; p= 0,000; Ck= 2524,00; p= 0,000) quanto nos alterados (C= 12,53; p= 0,000; Ck= 4499,00; p= 0,000). O mesmo foi observado quando avaliado separadamente para Zygoptera (preservados: C= 16,51; p= 0,000; Ck= 1009,00; p= 0,000; alterados: C= 13,95; p= 0,000; Ck= 991,00; p= 0,000). Já para Anisoptera foi encontrado um padrão aleatório de coocorrência das espécies tanto nos igarapés preservados (C= 4,87; p= 0,068; Ck= 308,00; p= 0,046) quanto nos alterados (C= 8,33; p= 0,849; Ck= 1130,00; p= 0,063). Em igarapés preservados foi observado que existe uma intensa competição interespecifica de Odonata ebaseada na morfologia (p< 0,001). O mesmo não foi observado em igarapés alterados (p= 0,411). Quando avaliado separadamente por subordem, para Zygoptera o mesmo padrão foi observado (Preservados: p< 0,001; Alterados p= 0,406). Para Anisoptera tanto em igarapés preservados (p= 0,431) quanto em alterados (p= 0,773) as sobreposições morfológicas não são diferentes de valores esperados em comunidades aleatórias. Demonstramos que os Odonata estão fortemente associados às condições ambientais dos ecossistemas aquáticos na Amazônia Oriental, corroborando nossa hipótese de que a estruturação das comunidades locais responde, majoritariamente, a fatores ambientais (e.g. estrutura da vegetação ripária, impactos humanos e variáveis físico-químicas). Um grande número de espécies de Odonata são estenotópicas, as tornando altamente dependentes de condições locais. Em geral as espécies de Zygoptera são sensíveis às variações ambientais por restrições ecofisiológicas, já os Anisoptera são mais tolerantes às diferentes condições ambientais. Para essas espécies mais especialistas, as condições locais do ambiente tendem a ser mais determinantes para a sua distribuição, o que leva a inferência de que uma seleção de espécies está atuando como processo determinante na estrutura e dinâmica destas comunidades. A relação da comunidade de Odonata com o hábitat identificado neste estudo têm algumas implicações importantes no uso desses organismos para monitoramento em pequenos igarapés. Adicionalmente os padrões de distribuição das espécies de Odonata são afetados pelos processos de similaridade limitante, em especial em ambientes preservados, e para os grupos mais especialistas, como a maioria dos Zygoptera. À luz das rápidas mudanças ambientais, uma questão importante nos estudos sobre estruturação de comunidades é a escala em que o hábitat é medido, uma vez que um hábitat adequado deve atender às necessidades ecológicas de todos os estágios de vida desses indivíduos. Portanto, futuros trabalhos podem usar os fatores ambientais e espacias conjuntamente com a similaridade limitante para melhor compreender a estruturação dessas comunidades.

  • LEANDRA DE PAULA CARDOSO PINHEIRO
  • Usando atributos funcionais e árvores filogenéticas para examinar os processos de estruturação em comunidades de anuros

  • Data: 31/08/2015
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  • Frequentemente a riqueza de espécies tem sido usada como principal ferramenta
    em estudos sobre estruturação das comunidades. Mas quando usamos a riqueza como único
    parâmetro, estamos ignorando as diferenças entre as comunidades em termos funcionais, além
    das relações evolutivas entre as espécies. A diversidade funcional e filogenética têm sido
    incorporada a partir do desenvolvimento de medidas alternativas de biodiversidade. Assim,
    nosso principal objetivo neste artigo é documentar as diferenças intrínsecas entre
    comunidades de anuros em florestas não alagadas e florestas alagadas na Amazônia
    Brasileira. Essas diferenças são destacadas através da avaliação da diversidade funcional e
    filogenética em cinco diferentes comunidades. Nós avaliamos a diversidade funcional e
    diversidade filogenética através da entropia quadrática de Rao. Para detectar se existem
    diferenças entre as comunidades em florestas alagadas e não alagadas, nós realizamos uma
    Análise de Variância usando matrizes de distância. Observamos que as diferenças entre áreas
    alagadas e não alagadas não eram apenas em termos de composição de espécies. Encontramos
    menor diversidade funcional e filogenética em áreas de várzea. As evidências encontradas por
    nós sugerem que embora menos diversas, as florestas alagadas não representam um
    subconjunto das comunidades encontradas nas florestas não alagadas. As diferenças entre
    esses ambientes devem ser levadas em consideração em estudos que fazem comparações entre
    diferentes comunidades e, na seleção de áreas prioritárias à conservação, por exemplo. Além
    disso, esses resultados podem ser usados como análises exploratórias para apontar que
    diferentes processos podem estar operando sobre as comunidades.

  • AISLAN GALDINO DA CUNHA
  • Ecologia populacional do caranguejo Dissodactylus crinitichelis Moreira, 1901 (Crustacea) e seu hospedeiro Encope emarginata Leske, 1778 (Echinodermata) no litoral nordestino brasileiro

  • Data: 11/08/2015
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  • Esta tese apresenta informações a respeito dos efeitos das variáveis ambientas sobre a ecologia populacional do hospedeiro Encope emarginata e o seu inquilino Dissodactylus crinitichelis e as interações entre estas duas populações no litoral nordestino brasileiro. Foram realizadas amostragem biótica e abiótica, ao longo de nove praias que compõem o litoral pernambucano, que faz parte do Atlântico Sul-ocidental. A granulometria foi a variável abióticas com maior influência sobre as duas espécies. As bolacha-da-praia tendem a ocupar, com maior densidade, a costa norte de Pernambuco, sendo as fêmeas adultas a maioria da população. O período de recrutamento foi descrito para agosto. Os indivíduos de bolacha-da-praia apresentaram maior densidade nas classes de comprimento intermediária, com destaque para os comprimentos 10 à 12 cm. As bolachas-da-praia apresentaram crescimento unifásico, com alometria negativa. Em relação aos parâmetros populacionais de D. crinitichelis, não foi observado variação ao longo dos meses do ano. Os caranguejos também apresentaram maior densidade nas praias do litoral norte. Houve um domínio de machos nos meses do período de estiagem, enquanto que as fêmeas no período chuvoso. Foi observado entradas de indivíduos juvenis ao longo de todo ano, com um pico de recrutamento no mês de agosto. A espécie apresentou crescimento polifásico, com isometria para os juvenis, alometria negativa para os machos adultos, e alometria positiva para os imaturos e as fêmeas adultas. Em relação da influência de E. emarginata sobre a população de D. crinitichelis, foi verificado que os caranguejos apresentam uma preferência de ocupação por bolachas-da-praia adultas, em suas classes intermediárias. No entanto, quando essas encontram-se ocupadas, as bolachas-da-praia imaturas podem ser ocupadas pelos caranguejos. Observou-se uma diminuição na densidade dos estágios subsequentes dos caranguejos, independente dos estágio de desenvolvimento da bolacha-da-praia. Foi observado um predomínio de caranguejos machos ao longo das fases de desenvolvimento bentônico da bolacha-dapraia. O caranguejo D. crinitichelis apresentou crescimento polifásico nos três estágios de desenvolvimento da bolacha-da-praia. Os caranguejos residentes nas bolachas-dapraia imaturas foi observado alometria negativa para os caranguejos juvenis, macho adulto e fêmea adulta, enquanto que os imaturos apresentaram alometria positiva. Os caranguejos residentes nas bolachas-da-praia adulta macho e fêmeas apresentaram alometria negativa para juvenil e macho adulto, enquanto que os imaturos e fêmeas adultas apresentaram alometria positiva. Desta forma, o presente trabalho contribui com informações sobre a biologia populacional de E. emarginata e D. crinitichelis, além de contribuir com papel que uma espécie exerce sobre a outra. Visto que, são espécies bioturvadoras da camada superficial do sedimento marinho.

  • LÚCIU REZENDE FERNANDES
  • Análise filogenética das aranhas do gênero landuba ( Araneae, Corinnidae)

  • Data: 26/06/2015
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  • Atualmente são reconhecidas em todo o mundo 44906 espécies de aranhas, agrupadas em 3935 gêneros e 114 famílias (Platnick 2014). A ordem Araneae é comumente dividida em três subordens, sendo: Mesothelae que constitui um grupo mais antigo filogeneticamente de aranhas e uma de suas características é o abdômen segmentado, um caráter primitivo; Mygalomorphae que possui quelíceras paralelas e Araneomorphae que apresenta quelíceras verticais opostas uma a outra e representa 90% das aranhas existentes (Foelix 2010).
    Segundo Foelix (2010) a subordem Araneomorphae ainda possui classificações problemáticas principalmente em relação a alguns táxons superiores. Dentro de Araneomorphae está o subgrupo Entelegynae, onde as fêmeas possuem um órgão copulatório complexo (epígino) e dentro de Entelegynae encontra-se o subgrupo Dionycha, que são aranhas que possuem duas unhas no tarso, grupo no qual a família Corinnidae faz parte (Coddington & Levi 1991).
    Inicialmente Corinnidae foi proposta como uma subfamília de Drassoidae por Karsch (1880). Mais tarde, Simon (1897) retirou Corinninae de Drassoidae e incluiu em Clubionidae, juntamente com seis subfamílias: Clubioninae, Cteninae, Liocraninae, Micariininae, Selenopinae e Sparassinae, o autor listou uma série de caracteres para justificar tal agrupamento. Porém, segundo Bosselaers & Jocqué (2002), muitos destes caracteres não se aplicavam a todos os grupos considerados por Simon (1897) dentro de Clubionidae, como por exemplo, a presença de duas filas de quatro olhos, e alguns também se aplicam a grupos de outras famílias como, tarsos com duas unhas e pelos subunguiais. Mesmo assim a opinião de Simon foi aceita durante a maior parte do século XX.
    Apenas em 1967 Corinninae foi elevada ao nível de família por Lehtinen (1967), que demonstrou a artificialidade de Clubionidae. Desde então, Corinnidae é reconhecida como uma família distinta, embora seu monofiletismo seja discutido, seu status é amplamente aceito. Entretanto, este consenso ocorreu mais em função da fragmentação de Clubionidae do que pelo aumento do conhecimento dos subgrupos de Corinnidae, sendo estes duas subfamílias, Corinninae Karsch e Castianeirinae Reiskind (Ramírez 2014). Atualmente Corinnidae possui 657 espécies distribuídas em 58 gêneros (Platnick 2014).
    Penniman (1985) foi o primeiro a sugerir uma hipótese de monofiletismo para Corinnidae, indicando a perda da apófise média (AM, fig. 1) do bulbo do palpo do macho como uma sinapomorfia para a família. Entretanto, Bonaldo (1997) refutou a ideia argumentando que os gêneros africanos Mandaneta Strand, Procopius Thorell, Pseudocorinna Simon e o neotropical Ianduba Bonaldo apresentam apófise média, considerando esses quatro gêneros como Corinnidae incertae sedis. Ainda no mesmo trabalho, Bonaldo (1997) indicou uma modificação nas tricobótrias como possível sinapomorfia para a família, sendo a placa anterior rebaixada e borda crescente alongada na base das tricobótrias.
    Figura 1: Vista ventral do palpo esquerdo do macho de Ianduba caxixe. aMA: região apical da apófise média; pMA: região prolateral da AM; rMA: região retrolateral da AM. Fonte: Bonaldo (1997).
    O gênero Ianduba foi proposto por Bonaldo (1997), que na ocasião, descreveu quatro espécies: Ianduba vatapa, I. patua, I. caxixe e I. paubrasil. Além disso, a espécie Ianduba varia (Keyserling), originalmente incluída no gênero Castianeira Keyserling, foi transferida para Ianduba. O autor designou I. vatapa como espécie-tipo, representada por macho e fêmea e distribuição conhecida apenas da localidade-tipo, uma fazenda em Uruçuca, no estado da Bahia; I.
    3
    patua e I. caxixe são representadas apenas por machos, enquanto I. paubrasil é conhecida de ambos os sexos. Com a exceção de I. varia, com distribuição do sudeste do Brasil a nordeste da Argentina, todas estas espécies tem distribuição conhecida restrita à fazendas de cacau no sul do estado da Bahia. Posteriormente, Bonaldo et al. (2007) descreveram duas espécies novas do gênero, I. mugunza e I. abara, ambas representadas por machos e fêmeas. A distribuição conhecida destas espécies restringe-se às respectivas localidades-tipo, ambas de Porto Seguro, no estado da Bahia.
    De acordo com Bonaldo (1997) o gênero Ianduba é diagnosticado pelo corpo alongado; palpo do macho com apófise tibial retrolateral bifurcada, lobo ventral com uma apófise apical dirigida prolateralmente, rodeada por processos; reservatório não enrolado; apófise mediana grande e complexa com condutor membranoso, epígino com placa mediana grande e vulva com peça dorsal.
    Vários subgrupos de Corinnidae carecem de estudos taxonômicos, dedicados ao reconhecimento da identidade dos táxons, e filogenéticos com o propósito de testar o monofiletismo dos mesmos e propor hipóteses de relacionamento. As aranhas do gênero Ianduba, apresentam grande potencial informativo, uma vez que o gênero é atualmente tratado como Corinnidae incertae sedis, um grupo provavelmente polifilético de gêneros que retiveram a apófise média no palpo do macho (fig. 1). Segundo Ramírez (2014), os gêneros Procopius, Olbus, Pseudocorinna e Mandaneta, antes considerados Corinnidae incertae sedis, ficaram distantes de Corinnidae na filogenia, porem o autor não inclui Ianduba em suas análises, permanecendo assim como Corinnidae incertae sedis. Além disso, Bonaldo (2000) indicou que Ianduba pode se constituir no grupo irmão de Corinninae, pois estes táxons compartilham subtégulo em forma de “T” sem anelli (fig. 2) e processo filiforme ou em forma de gancho, no lobo ventral da apófise tibial retrolateral. Tanto o conhecimento taxonômico quanto o conhecimento filogenético de Ianduba é deficitário. Ainda não foi realizado nenhum trabalho para tentar resolver as relações filogenéticas das espécies do gênero, tendo-se detectado, até o momento, várias espécies ainda não descritas. Dessa forma é importante realizar uma análise filogenética do gênero Ianduba, para estabelecer relações entre as espécies e testar o monofiletismo do grupo.

  • TATYANNA MARIUCHA DE ARAUJO PANTOJA
  • “O PEIXE BOI DA AMAZÔNIA NO BAIXO JAVARI, AM – BRASIL: CONHECIMENTO LOCAL, USO DE
    HÁBITAT E CONSERVAÇÃO”

  • Data: 19/06/2015
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  • Trichechus inunguis desempenha um importante papel nas cadeias tróficas e na dinâmica dos corpos aquáticos onde vive. Sua importância ecológica não impediu que a espécie sofresse intenso processo de caça, apesar da proteção legal desde a década de 60. A constatação da ocorrência da espécie em trechos dos rios Javari e Quixito, nas proximidades da cidade de Atalaia do Norte, e o registro de eventos de caça na região motivaram esta pesquisa. A investigação objetivou realizar um estudo sobre aspectos do conhecimento local, uso de hábitat e conservação de Trichechus inunguis, de forma a subsidiar a definição de estratégias para sua conservação na região do Baixo Javari, Amazonas, Brasil. O primeiro capítulo buscou comparar o conhecimento local sobre o peixe-boi da Amazônia e conhecimento científico documentado sobre esta espécie. Para este fim, foram realizadas entrevistas com ribeirinhos residentes no município de Atalaia do Norte, ou em comunidades, ou casas isoladas ao longo de trechos dos rios Javari, Itaquaí e Quixito. Foram realizadas 50 entrevistas abrangendo os temas morfologia, metabolismo e idade, respiração, alimentação e migração, reprodução e interações intraespecíficas. O teor das Tabelas de Cognição Comparada (TCC) resultou em um valor médio de aderência de 0,6. Este resultado demonstra que o conhecimento local sobre a espécie estudada é passível de identificação, coleta e análise. E que é possível reconhecer nos relatos e verbalizações da população estudada, a existência de códigos cognitivos perfeitamente capazes de dialogar com o conhecimento científico, configurando a possibilidade de construção coletiva de medidas direcionadas à conservação da espécie. O segundo capítulo objetivou investigar o conhecimento local sobre os sítios de ocorrência da espécie. Foi conduzida por um ano uma amostragem em trechos dos rios Javari, Quixito e Itaquaí para investigar a adequação do uso deste tipo de conhecimento em medidas direcionadas ao estudo da espécie na natureza. Adicionalmente, o estudo se debruçou a investigar o efeito de variáveis ambientais relacionadas à ocorrência de T. inunguis na área de estudo. Para tanto, usamos modelos Lineares Generalizados (GLM) para modelar a distribuição de Trichechus inunguis usando dados de presença e ausência em sítios localizados dentro da área de estudo e sua relação com variáveis de ordem ambiental e antrópica. Reconhecemos, com base nos resultados observados, o potencial do conhecimento local acerca dos sítios de ocorrência (a taxa de sucesso de detecção de evidências de ocorrência nos sítios indicados como de ocorrência da espécie foi de 37,66%, em contrapartida a 1,43% em sítios indicados como de não ocorrência do peixe-boi). Portanto consideramos seus detentores como elementos chave no desenvolvimento de estudos ecológicos com a espécie, e que devem ser incorporados em ações de proteção a estes animais. As variáveis componentes do modelo confeccionado (EVD ~ SIT + LARG + DIST.ATN + COM + EMB1 + FLOR.ALAG) validam sua base objetiva. Além disso, o modelo demonstra que a metodologia se mostra apta a replicação em casos similares. Ainda assim, recomendações em relação à obtenção de dados em atenção às particularidades intrínsecas a cada variável analisada (configuração geográfica dos rios amostrados, uso que os animais fazem da floresta alagável, efeito dos avistamentos próximos das comunidades) são feitas no sentido de maximizar a potencialidade do uso de modelos explanatórios da ocorrência da espécie, consequentemente gerando resultados de maior confiabilidade biológica. O terceiro capítulo levantou dados de mortalidade da espécie e estudou a percepção dos ribeirinhos da região a respeito de sua conservação. Aos indivíduos contatados para o primeiro componente do estudo foram aplicadas questões a respeito dos animais, suas relações com outras espécies, o conjunto de conhecimentos míticos sobre a espécie, os seus usos, os riscos aos quais ela está sujeita, e sobre a ameaça de sua extinção.  Foi realizado um levantamento (por observação direta, participante, ou não) sobre a mortalidade de peixes-bois na área de estudo, e as diversas causas das mortes registradas. Para análise da percepção foi utilizado o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os dados de mortalidade foram registrados e analisados descritivamente. As impressões expressas previamente aos questionamentos foram majoritariamente positivas (73%), e mesmo as negativas (27%), podem embasar debates em ações de conservação regionalmente. Os resultados referentes aos riscos e mortalidade de T. inunguis trazem evidências de que a caça a estes animais ainda ocorre de forma relevante e localmente e este é um aspecto que requer estudos adicionais a este respeito. Recomendam-se estudos acerca da ecologia populacional e dinâmica de populações da espécie na área, sob a ação de uma fonte adicional de mortalidade, o fator caça.

  • ALESSANDRA MONTEIRO LOPES
  • CONSERVAÇÃO DE BORBOLETAS FRUGÍVORAS DA AMAZÔNIA ORIENTAL NO CENTRO DE ENDEMISMO BELÉM

  • Data: 12/06/2015
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  • Os humanos têm transformado a terra principalmente na busca de alimentos (Ochoa-Quintero et al., 2015) com mudanças no uso da terra que produzem fragmentação, degradação e perda do hábitat, introdução de espécies exóticas, e mudanças climáticas. Estas são causas que aceleram a extinção em uma proporção que excede, em muito, a taxa de reposição das espécies (Vitousek et al. 1997; Peres & Palacios, 2007; Cochrane & Laurance, 2008; Laurance, 2010; Moura et al. 2013, Urban, 2015).
    Quando os ambientes são perturbados as populações de muitas espécies que dependem dos hábitats primários são reduzidas e até extintas. Os conservacionistas têm observado que determinadas categorias de espécies são especialmente vulneráveis à extinção. Estas espécies precisam ser cuidadosamente monitoradas e a conservação deve se voltar para elas (Terborgh & Winter, 1980; Pimm, et al. 1988; Guittleman, 1994)
    Diante da perda rápida e generalizada dos hábitats e consequentemente da biodiversidade, uma nova geração de cientistas da conservação tem se dedicado ao grande desafio de encontrar traços que compilem as diversas formas que levam uma espécie a ser vulnerável à extinção (Cardillo et al. 2008; Lees & Peres, 2008; Heikkinen et al. 2010). Os estudos desses atributos biológicos que distinguem espécies mais resistentes daquelas que são vulneráveis à extinção após a fragmentação do hábitat, têm sido um tema importante na biologia da conservação (Terborgh & Winter, 1980; Koh, 2004).
    Estudo feito em várias florestas do mundo por Hansen et al., 2013 mostra que a Amazônia está sujeita às maiores taxas absolutas de perda florestal do planeta. São inúmeras as causas de desmatamento na Amazônia e frequentemente estão inter-relacionadas, e compreendem desde incentivos fiscais a políticas de colonização no passado (Soares-Filho, 2005). As Áreas de endemismos são impactadas pelo desmatamento, o avanço da pecuária, a expansão da produção de grãos e o avanço de monocultura, que são elementos que têm moldado a ocupação destas áreas e têm transformado as suas paisagens nos últimos anos (Almeida et al ,2013). No entanto nem as taxas de desmatamento e nem a diversidade biológica se distribuem homogeneamente ao longo do bioma amazônico, muitas espécies se distribuem separadas pelos principais rios e áreas de endemismo (Silva et al, 2005) e as ameaças à diversidade se concentram principalmente ao longo do arco do desmatamento, que é região decorrente da expansão da zona de fronteira agrícola nas periferias da Amazônia, e tem a pecuária e a soja como forma predominantes de uso da terra (Domingues & Bermann, 2012).
    Estudos baseados na taxonomia e distribuição de borboletas (Brown, 1979; Tyler et al., 1994; Hall & Prance, 2001), plantas vasculares (Prance, 1982) primatas (Silva et al., 2002) aves (Cracraft, 1985), largatos e anfibios (Ávila-Pires, 1995; Haffer, 1978, 1985, 1987; Haffer & Prance, 1982; Ron, 2000), têm identificado a existência de áreas de endemismo na Amazônia. Estas áreas são consideradas por possuírem espécies exclusivas, o que pode ser um indicativo de processos evolutivos singulares. Uma hipótese geral de distribuição de áreas de endemismo na Amazônia foi proposta em 1854 por Wallace, com base no estudos de primatas que dividiu a Amazônia em quadro áreas de endemismo Guiana, Equador, Peru e Brasil, considerando os rios como barreiras (Wallace, 1854). Um estudo mais recente de Silva et al., (2005), baseado na taxonomia e distribuição de aves, propôs para a Amazônia oito áreas de endemismo.Estas áreas de endemismo são separadas pelos principais rios, cada uma com suas próprias biotas e relações evolutivas (Silva et al, 2005, Ribas et al., 2012), onde concentram-se espécies de distribuição geográfica limitada (Cracraft, 1985; Silva et al, 2005). Shahabuddin & Terborgh, (1999) recomendam que estas áreas sejam usadas como as unidades mais básicas para o planejamento de conservação de espécies.
    Outras unidades propostas para o planejamento da conservação são as ecorregiões. Estas são áreas homogêneas, identificadas com base em variáveis como clima, hidrologia, feições morfológicas da paisagem, vegetação e solo (Omernik, 1995, Loveland e Merchant, 2004). Dinnerstein (1995) leva em consideração também o conjunto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a maioria das suas espécies, dinâmicas e processos ecológicos, além das condições ambientais similares, que são fatores críticos para a manutenção de sua viabilidade a longo prazo.
    Em 2001 Olson et al com o apoio do World Wildlife Fund (WWF) mapeou as ecorregiões terrestres para todo o mundo, utilizando a hierarquia dos tipos de hábitat, para atingir as metas de conservação da biodiversidade. Para o Brasil, foram definidas 78 ecorregiões onde foram utilizados os mapas do projeto RADAM-BRASIL (levantamento dos recursos naturais) publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e os grandes rios como barreiras. Para definir estas 78 ecorregiões do Brasil foram usados critérios como regiões interfluviais, altitude, relevo, solo, geologia, precipitação, ciclo de inundação, efeitos das marés, fitogeografia e zoogeografia (IBGE, 2003). As ecorregiões do WWF influenciam diretamente as ações conservacionistas na Amazônia. O Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), por exemplo, baseou-se numa etapa do programa na representatividade das 23 ecorregiões amazônicas (PROJETO ARPA, 2004).

  • LEONARDO DE SOUSA MIRANDA
  • FILOGEOGRAFIA COMPARADA DE AVES COM DISTRIBUIÇÃO TRANS-AMAZÔNICA E TRANS-ANDINA

  • Data: 28/05/2015
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  • As florestas Neotropicais possuem a avifauna mais rica do mundo, com muitos táxons endêmicos; e os padrões de distribuição e variação fenotípica dos organismos nessa região são muito complexos. Muitas hipóteses já foram propostas para tentar explicar os processos de diversificação que resultaram na atual diversidade e nos padrões de endemismo encontrados nessa região. A maior parte dessas hipóteses não havia sido testada devido à dificuldade de falseação das mesmas num contexto filogenético. Contudo, com o acumulo de informações e a disponibilidade de novos métodos analíticos, estão sendo desenvolvidos trabalhos voltados à análise das hipóteses biogeográficas a partir da descrição e dos testes de suas premissas. Estudos de paleoclimatologia e paleoecologia associados a informações da história geológica de uma área produzem cenários que, por sua vez, levam a formulação de hipóteses de diversificação. O contraste destas hipóteses com os padrões de distribuição e relações filogenéticas entre os organismos pode fornecer informações acerca dos eventos de diversificação que influenciaram a origem das espécies atuais. Dessa forma, o principal objetivo desse trabalho é usar dados moleculares de duas espécies de aves com distribuição trans-Amazônica e trans-Andina para contrastar as hipóteses de diversificação, incorporando informações sobre tempos relativos de divergência, áreas ancestrais e meios de diversificação, e realizando inferências sobre quais eventos no passado podem ter influenciado os processos de cladogênese. E finalmente foi avaliado se os padrões espaciais e temporais de divergência entre os filogrupos das espécies estudadas são congruentes para as mesmas barreiras consideradas (por exemplo, principais rios Amazônicos e a cordilheira dos Andes).

  • LOURIVAL DIAS CAMPOS
  • "Revalidação e Revisão de Hypoxys (Hemiptera,
    Pentatomidae, Edessinae)”

  • Data: 22/04/2015
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  • O objetivo geral do presente trabalho é reavaliar o status e revisar Hypoxys,
    testar a monofilia do táxon através do método cladístico, bem como apresentar uma
    hipótese de relacionamento entre as espécies de Hypoxys. O grupo externo considerado
    foi: Neotibilis sp, Edessa cervus, Edessa bubalus, Edessa metallica, Olbia elegans,
    Peromatus bolivianus, Pantochlora vivida, Brachystethus cribus, Doesburgedessa
    nigrolimbata e Paraedessa albomaculata. As análises tiveram como base 35 caracteres.
    Em uma primeira análise foram incluídas as espécies consideradas por Stål (1872) como
    pertencentes ao grupo Hypoxys: Edessa quadridens, E. consobrina, E. obscuripennis, E.
    scabriventris, E. aulacosterna, E. junix, E. stolida, E. affinis, E. vinula, E. rixosa, E.
    puncticornis, E. icterica, E. puncticeps e E. patricia. A análise mostrou que Hypoxys é
    monofilético e que apenas E. quadridens, E. obscuripennis e E. scabriventris fazem
    parte do gênero; as outras espécies são portanto removidas. Além disso, a análise mostra
    que Edessa é, claramente, um táxon polifilético. Outra análise cladística foi realizada
    para melhor suportar Hypoxys. Quatro sinapomorfias suportam Hypoxys: Faixa preta
    ocupando a margem anterolateral do pronoto; ângulos umerais com as regiões dorsal e
    posterior escuras; largura da cabeça cerca de cinco vezes maior que o comprimento do
    ângulo umeral; e presença de uma projeção posterior em cada lateral do bordo dorsal. A
    topologia final do cladograma foi ((H. subrastrata (H. capito (H. triangularis (H. sp.
    nov. 160 (H. sp. nov. 155+H. sp. nov. 277))))) (H. obscuripennis (H. infulata (H.
    oxyacantha, H. brachyacantha (H. leptacantha+H. tragelaphus))) (H. trabecula (H.
    claricolor, H. eburatula (H. dolosa, H. quadridens (H. boerneri (H. necopinata+H.
    offuscata))))))). Hypoxys é revalidado como gênero de Edessinae com base na análise
    cladística. Além das três espécies que permaneceram em Hypoxys foram transferidas 14
    espécies conhecidas e mais três novas. Hypoxys é aqui revisado e revalidado e passa a
    contar com as seguintes combinações novas: Hypoxys quadridens (Fabricius, 1803), H.
    triangularis (Dallas, 1851), H. obscuripennis (Stål, 1860), H. subrastrata (Bergroth,
    1891), H. tragelaphus (Breddin, 1903), H. boerneri (Breddin, 1904), H. brachyacantha
    (Breddin, 1904), H. capito (Breddin, 1904), H. infulata (Breddin, 1904), H. leptacantha
    (Breddin, 1904), H. oxyacantha (Breddin, 1904), H. claricolor (Breddin, 1907), H.
    dolosa (Breddin, 1907), H. eburatula (Breddin, 1907), H. necopinata (Breddin, 1907),
    H. offuscata (Breddin, 1907) e H. trabecula (Breddin, 1907). Os seguintes problemas
    taxonômicos foram resolvidos: H. quadridens = E. jugalis sin jr.; H. offuscata = E.
    rimata sin jr.; H. triangularis = E. scabriventris sin jr. = E. leprosula sin jr; H.
    tragelaphus = E. pachyacantha sin jr.; E. oxyacantha = E. orba sin jr.

  • ANA PAULA VITORIA DA CONCEIÇÃO COSTA
  • VARIAÇÃO GEOGRÁFICA EM KENTROPYX CALCARATA SPIX, 1825 (REPTILIA: TEIIDAE) E REVALIDAÇÃO DE KENTROPYX. VITTATA (SCHINZ, 1822).
  • Data: 06/04/2015
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  • Kentropyx calcarata foi descrito por Spix, 1825 e tem distribuição na Amazônia central e oriental, abrangendo a Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil e Bolívia; e no Brasil ainda em áreas de manguezal na costa nordeste, na Serra de Baturité (um brejo de altitude na área de Caatinga) e em parte da Floresta Atlântica. Estudos anteriores com K. calcarata mostraram possíveis variações dentro da espécie, as quais necessitam ser melhor investigadas. Neste estudo foram analisadas amostras abrangendo toda a área de ocorrência na Amazônia, incluindo pontos de simpatria com K. altamazonica, tendo em vista que uma das observações quanto à variação morfológica levantou a hipótese de ser resultante da simpatria entre as duas espécies. Também foram analisadas amostras da Floresta Atlântica, onde as populações mais ao sul apresentam diferenças no padrão de coloração. Todos os espécimes, tanto da Amazônia quanto da Floresta Atlântica, foram analisados quanto à morfologia externa, hemipeniana e padrão de coloração. Os espécimes ao sul do rio São Francisco foram considerados como uma espécie distinta, para a qual o nome K. vittata Schinz, 1822 está disponível, sendo aqui revalidado. Em Kentropyx calcarata as populações da Amazônia e ao Norte da Floresta Atlântica apresentam hemipênis e padrão de coloração semelhantes. Foi observada a presença de variação nos caracteres merísticos, sendo a distância geográfica um dos fatores que pode contribuir com parte desta variação. As populações de K. calcarata com K. altamazonica apresentam variações tanto nos caracteres merísticos quanto morfométricos, possivelmente causadas por uma série de fatores ambientais, confirmando a hipótese levantada em estudos anteriores.
  • JOSÉ MOISÉS BATISTA PEREIRA FILHO
  • Filogenia da tribo Attacobiini Roewer, 1955 (Araneae, Corinnidae, Corinninae)

  • Data: 02/04/2015
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  • As aranhas aqui tratadas são pertencentes à família Corinnidae, que somente se estabeleceu como tal a partir das evidencias do trabalho de Lehtinen (1967) sobre a artificialidade de Clubionidae, família que incluía Corinninae desde o trabalho de Simon (1897). Recentemente a composição da família sofreu alterações, passando a ser composta apenas por duas subfamílias, Corinninae e Castianeirinae, além de um agrupamento de gêneros considerados como Incertae sedis (Ramirez, 2014), passando a a ser composta por 659 espécies distribuídas em 58 gêneros (WSC, 2015). As subfamílias de Corinnidae são facilmente reconhecidas pelas morfologias do palpo do macho. Castianeirinae apresenta o bulbo do palpo em forma de pêra, enquanto Corinninae apresenta duto espermático com percurso helicoidal. Ambas as subfamílias compartilham uma placa epiginal única nas fêmeas; os palpos dos machos apresentam um alargamento no setor distal do ducto espermático; normalmente são desprovidos de apófise média, exceto em Attacobiini (tribo de Corinninae), nos gêneros neotropicais Ianduba Bonaldo e Olbus Simon e nos gêneros africanos Mandaneta Strand, Procopius Thorell e Pseudocorinna Simon (Corinnidae insertae sedis). Além disso, o corpo fortemente esclerotinizado, principalmente a carapaça (exceto em algumas espécies de Olbus e em alguns gêneros de Corinninae, incluindo os pertencentes à Attacobiini) e os espiráculos pulmonares largos, com bordas esclerotinizadas, são também características informativas para o reconhecimento da família. A Tribo Attacobiini, objeto do presente estudo, inclui aranhas com história natural bastante peculiar, pois alguns dos representantes deste táxon vivem associados à colônias de formigas. Mello-Leitão (1923) quando descreveu a primeira aranha conhecida do grupo, Attacobius luederwaldti (Mello-Leitão), interpretou equivocadamente esse comportamento ao afirmar que esta espécie representava a primeira aranha parasita de saúvas (Atta sp.) conhecida. Roewer (1935) por ocasião da descrição de A. attarum, informou o que lhe fora relatado pelo coletor, Dr. Eidmann, que coletou estas aranhas nos ninhos de saúvas Atta sexdens (Linnaeus), indicando que as mesmas foram encontradas cavalgando a região dorsal do tórax destas formigas. Bonaldo & Brescovit (1998) ao descreverem Ecitocobius comissator, relataram que o único espécime conhecido desta espécie foi encontrado junto à uma correição de formigas do gênero Eciton Latreille, mas não que verificou-se o mesmo comportamento de equitação de A. attarum. Em 2001, Erthal & Tonhasca observaram A. attarum cavalgando formigas em um formigueiro de laboratório, indicando que as aranhas, nestas condições, eram capazes de predar as larvas das formigas. Ichinose et al. (2004) observaram que A. luederwaldti utilizam o período de voo nupcial de Atta sp. como estratégia de dispersão, pois elas permanecem sobre as formigas mesmo durante o voo. No trabalho de Da Silva Camargo et al. (2015) foi considerado que A. attarum, principalmente as fêmeas, utilizam o voo nupcial de Atta sexdens somente como estratégia de dispersão, pois não foram encontradas aranhas nos novos formigueiros. As primeiras contribuições para a taxonomia destas aranhas foram confusas. A subfamília Myrmecobiinae foi proposta por Mello-Leitão (1923), para agrupar uma única espécie,  Myrmecobius luederwaldti. Na ocasião o autor defendeu a proposição da subfamília devido a estas aranhas possuírem características tão singulares que não se enquadrariam em quaisquer das subfamílias até então propostas em Clubionidae. Posteriormente foi proposto Attacobius como um novo nome para o gênero, pois Myrmecobius estava pré-ocupado por um marsupial (Mello-Leitão, 1925). Mello-Leitão (1947) sinonimizou Myrmeques Roewer (1935) com Attacobius, sinonimizando a espécie-tipo, Myrmeques attarum Roewer, 1935, com Attacobius luederwaldti. Roewer (1955) alocou o nome do grupo tribal Attacobieae, na subfamília Liocraninae, Clubionidae, grupo que posteriormente foi elevado a família. Platnick & Baptista (1995) transferiram a tribo Attacobiini de Liocranidae para Corinninae (Corinnidae), tornando-a a única tribo aceita até o momento na subfamília, além de Corinnini, a tribo-tipo. Além disso, estes autores removeram Attacobius attarum da sinonímia de A. luederwaldti, trazendo à luz dois sinônimos adicionais do gênero, Morenilia e Achalaicola, propostos por Mello-Leitão (1942; 1943) em Gnaphosidae e Prodidomidae, respectivamente. Uma vez que Morenilia e Achalaicola são gêneros monotípicos e dado que que suas espécies-tipo foram sinonimizadas por Platnick & Baptista (1995), apenas uma espécie foi acrescida ao gênero na revisão de Platnick & Baptista, A. nigripes (Mello-Leitão, 1942). Uma nova espécie de Attacobius foi descoberta somente 56 anos após a última contribuição de Mello-Leitão, com a descrição de A. verhaagui por Bonaldo & Brescovit (1998). Contudo, a real diversidade de Attacobius foi reconhecida apenas após o trabalho de Bonaldo & Brescovit (2005) que acrescentaram seis espécies ao gênero, quatro das quais conhecidas por machos. Esta contribuição permitiu pela primeira vez uma apreciação da variação dos caracteres morfológicos do palpo do macho, uma vez que a única forma masculina conhecida até aquele momento era a de A. attarum. Um segundo gênero de Attacobiini, o monotípico Ecitocobius, que aloca E. comissator, foi proposto por Bonaldo & Brescovit (1998). Esta espécie é a única representante de Corinnidae que apresenta apenas dois olhos e sua descoberta possibilitou testar as hipóteses de sinapomorfias que poderiam sustentar a monofilia da tribo propostas por Platnick & Baptista (1995). Segundo Platnick & Baptista (1995), a tribo distingue-se dos demais membros de Corinninae pela linha anterior dos olhos recurvada, grandes olhos medianos anteriores, poucos espinhos nas pernas, ápice das pernas e tarso do palpo das fêmeas escurecidos e comprimidos lateralmente, além da ausência de sérrula. A descoberta de Ecitocobius por Bonaldo & Brescovit (1998) indicou que a compressão lateral dos ápices dos tarsos é exclusiva de Attacobius. Desta forma esta característica não seria uma sinapomorfia de Attacobiini, mas do gênero. Eles também propuseram duas sinapomorfias putativas adicionais para a tribo: labium muito mais largo do que longo (característica já observada por Mello-Leitão em 1923 em Attacobius luederwaldti) e palpo do macho com um processo retrolateral longo e fino, medialmente embutido no tegulum, denominado como processo tegular Attacobiini, que mais tarde foi considerado homólogo à apófise média por Bonaldo & Brescovit (2005). Ecitocobius distingue-se de Attacobius pela ausência dos olhos posteriores e laterais anteriores e pela presença de um espinho curvo não pareado na região ventral apical dos metatarsos de todas as pernas. Outras características adicionais são a ausência de qualquer padrão distintivo nos olhos medianos anteriores e tarsos das pernas não modificados (Bonaldo & Brescovit, 1998). Atualmente a tribo Attacobiini é composta por dois gêneros, Attacobius e Ecitocobius. O gênero Attacobius compreende 10 espécies válidas. As aranhas deste gênero ocorrem no Brasil e na Argentina. O gênero Ecitocobius, é representado por uma única espécie, conhecida apenas por um indivíduo macho coletado na Reserva Florestal Adolpho Ducke, Manaus, Amazonas, Brasil.

  • RONILDO ALVES BENÍCIO
  • "A VARIAÇÃO NA DETECTABILIDADE DE ANUROS E SEUS PADRÕES DE OCUPAÇÃO NA AMAZÔNIA ORIENTAL"

  • Data: 01/04/2015
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  • A dificuldade em se encontrar padrões fortes nos estudos com anuros é frequente. No entanto, não sabemos quanto da dificuldade de detectar padrões é relacionada à baixa influência da variação ambiental na distribuição desses animais ou ao processo de amostragem em si. Para minimizar esse problema, a amostragem foi baseada na forma proposta em trabalhos de ocupação, que inclui visitas repetidas a cada um dos locais amostrados. Esse desenho amostral permite avaliar a influência de variáveis ambientais sobre os padrões de distribuição dos anuros levando em conta a influência da detectabilidade das espécies sobre esses padrões. Nossa hipótese é que há variação na probabilidade de detecção entre espécies de anuros, e em diferentes ocasiões para uma mesma espécie, e que essa variação pode ser importante nos modelos de ocupação dessas espécies. Testamos oito modelos de ocupação para as 10 espécies mais abundantes e avaliamos seu ajuste aos dados usando o Critério de Informação de Akaike (AIC) e o peso do Akaike (AICwgt). Para todas as espécies, entre os modelos que melhor se ajustam aos dados está incluído aquele que tem a probabilidade de ocupação influenciada pela distância do igarapé (variável “Dist”) e cuja probabilidade de detecção varia entre os levantamentos realizados (variável “Visita”). Das 10 espécies analisadas oito incluíram a variável “Visita” entre os três modelos de melhor ajuste. Além disso, a probabilidade de detecção também variou entre as espécies, indicando que é importante que essas variações na detecção sejam consideradas na interpretação dos padrões de ocupação das espécies. Este é o primeiro trabalho, no Brasil, que analisa os padrões de distribuição de anuros levando-se em conta a probabilidade de detecção das espécies.

  • YOUSZEF OLIVEIRA DA CUNHA BITAR
  • “Turnover de anuros da Amazônia,
    perspectivas em multi escalas e habitat”

  • Data: 31/03/2015
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  • Entender os processos envolvidos na distribuição espacial das espécies e as razões que levam a dissimilaridades na composição entre locais (turnover) têm sido objeto de diversos estudos em diferentes escalas e hábitats. Neste estudo, investigamos os fatores responsáveis pelo turnover de anfíbios anuros sob três diferentes perspectivas. No primeiro capítulo dessa tese, intitulado “Anuran beta diversity in a mosaic anthropogenic landscape in transitional Amazon”, nós testamos de que forma cinco diferentes ambientes, classificados de acordo com a pressão antrópica, podem estruturar o turnover de anuros. As unidades amostrais para este primeiro capítulo estão localizadas em um ecótono entre os biomas Amazônia e Cerrado, numa região denominada como arco do desflorestamento. Observamos que a conversão de áreas florestadas (matas ciliares) em ambientes mais abertos (monocultura de grãos e seringal) resulta na mudança da composição de espécies original e na diminuição do turnover, algo que podemos chamar de homogeneização da fauna. Porém, a ideia de mudança no turnover ao se comparar ambientes estruturalmente diferentes não é novidade, ainda mais quando apresentam graus de degradação tão distintos como os encontrados na área de estudo. Dessa forma, no segundo capítulo da tese, “Factors explaining anuran turnover at different spatial scales in Amazonia”, buscamos identificar o quanto variações ambientais e espaciais contribuem para a estruturação das comunidades em florestas de terra firme na Amazônia. As unidades amostrais para este segundo capítulo estão localizadas em três unidades de conservação da Amazônia brasileira (Florestas Nacionais do Amapá, Caxiuanã e Tapajós). Detectamos que, embora sejam áreas em teoria similares (terra firme), cada uma das comunidades responde a um conjunto específico de variáveis ambientais. Ao testarmos os fatores estruturando o turnover entre escalas distintas, observamos que tanto a porção explicada pelo ambiente quanto pelo espaço apresentaram maior poder de explicação (R2) em escalas regionais quando comparados com cada uma das localidades (escala local). Outro resultado interessante foi que o componente espacial não apresentou influência significativa sobre a comunidade de Caxiuanã, onde somente 3% do turnover foi explicado por qualquer um dos fatores ambientais medidos. Por último, o terceiro capítulo intitulado “How differences in anuran reproductive modes can affect their turnover: comparing scales and habitat”, aborda como anuros com diferentes atributos reprodutivos respondem a variações ambientais e espaciais, comparando esses processos em florestas de terra firme e várzea. Adicionalmente, avaliamos a probabilidade de ocorrência das espécies mais comuns ao longo dos gradientes ambientais mensurados. As unidades amostrais deste capítulo estão localizadas em três áreas de floresta de terra firme (as mesmas do capítulo 2) e duas áreas de várzea (Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá e Amanã). Espécies com oviposição aquática foram predominantes nas áreas de várzea, enquanto houve maior proporção de ovipositores na vegetação em Caxiuanã e mais espécies com reprodução terrestre no Amapá e Tapajós, quando comparadas com as demais áreas. Ao dividir as espécies de acordo com seus modos reprodutivos, padrões mais claros de resposta puderam ser observados. Podemos afirmar ainda que mudanças nas características ambientais aparecem como importantes estruturadoras do turnover em diferentes escalas, enquanto a distância espacial é mais evidente em escalas maiores. Assim, podemos concluir que em áreas impactadas o turnover entre as comunidades diminui pela homogeneização da fauna, em decorrência da conversão de florestas em áreas antropizadas. Por outro lado, observamos também que mesmo em áreas dentro de uma mesma classificação fitofisionomica e sem distúrbios antrópicos, há grandes diferenças nos padrões de partição do turnover, que podem ser atribuídos a conjuntos de fatores ambientais e espaciais específicos de cada área, além de espécies com diferentes atributos reprodutivos.

  • LINCOLN SILVA CARNEIRO
  • “SISTEMÁTICA E DIVERSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS HYLOPEZUS E MYRMOTHERA (AVES: GRALLARIIDAE) ”

  • Data: 31/03/2015
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  • Os avanços recentes no campo da sistemática de aves, especialmente com a inclusão de
    caracteres moleculares e vocais, tem levado a uma melhor compreensão dos processos
    históricos que geraram a diversidade de aves do Neotrópico e a um grande número de
    rearranjos sistemáticos e taxonômicos (Zink & Blackwell-Rago, 2000; Aleixo, 2002;
    D’Horta et al., 2008; Zimmer, 2008; Navarro-Sigüenza et al., 2008; Rheindt et al.,
    2008).
    Atualmente, existem diversas hipóteses que tentam explicar a diversidade presente e sua
    distribuição espacial, entre as principais podemos citar: a Hipótese paleogeográfica
    (Emsley, 1965); o modelo das barreiras ripárias (Wallace, 1852; Gascon et al., 2000); a
    hipótese dos refúgios (Haffer, 1969; 1997); a hipótese dos rios-refúgios (Ayres, 1992); e
    a hipótese de perturbação-vicariância (Colinvaux, 1993). Embora essas varias hipóteses
    biogeográficas tenham sido formuladas, apenas poucos estudos têm testado os padrões
    filogenéticos dos táxons Neotropicais (Derryberry et al., 2011; Patel et al., 2011;
    d’Horta et al., 2012; Ribas, et al., 2011; Smith et al., 2013, Bryson et al., 2014). E
    apesar do grau de complexidade das hipóteses propostas, alguns estudos (Bates et al.,
    1998; Tobias, et al., 2008; Antonelli, et al., 2010) tem proposto que a história evolutiva
    da biota neotropical pode ter sido influenciada por um mosaico de diferentes modelos
    ao longo do tempo, sugerindo um passado ainda mais complexo do que o previsto pelas
    hipóteses existentes.

  • ANNELISE BATISTA D''ANGIOLELLA
  • DIVERSIFICAÇÃO MORFOLOGICA E MOLECULAR EM LAGARTOS DACTYLOIDA E SUL-AMERICANOS

  • Data: 30/03/2015
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  • A compreensão dos padrões de distribuição da diversidade biológica, tem sido um tema amplamente discutido em estudos ecológicos e biogeográficos nas últimas décadas (Gaston, 2000; Ricklefs, 2004; Diniz-Filho et al., 2009). Nesse contexto, a região neotropical sul-americana destaca-se pela sua alta diversidade, distribuída nos mais diversos biomas (Morrone, 2004; Turchetto-Zolet et al., 2013). Estudos recentes demonstram que as alterações climáticas e geomorfológicas apoiam um cenário de mudanças complexas na paisagem do continente, influenciando na distribuição espacial dos táxons, riqueza de espécies, endemismos, diversidade genética e padrões biogeográficos observados (Nores 2004; Rull, 2008; Antonelli et al, 2009; Carnaval et al, 2009; Hoorn et al, 2010; Thomé et al., 2010; Werneck et al, 2012; Ribas et al 2012; Turchetto-Zolet et al., 2013, Rull, 2011, 2013). A conformação atual da América do Sul foi grandemente influenciada pelo soerguimento dos Andes, processo iniciado há aproximadamente 65 Ma, causando alterações climáticas e hidrográficas no continente (Hoorn et al. 1995; Van der Hammen & Hooghiemstra, 2000). Uma das principais consequências da elevação dos Andes foi a alteração do padrão de drenagem continental, levando à formação da bacia amazônica como a conhecemos atualmente (Hoorn et al 2010). Embora haja discordâncias sobre quando o Rio Amazonas começou a correr para o leste, a partir dos Andes, diferentes dados indicam que este já havia atingido seu fluxo atual a partir do Plioceno inferior (Figueredo et al. 2009; Latrubesse et al. 2010). Ainda que em menor escala, contudo, movimentos tectônicos continuaram a ocorrer na região, produzindo alterações ao menos locais, até o início do Holoceno (Rosseti et al. 2005; Rosseti & Valeriano, 2007).

  • TATYANA PINHEIRO MAGALHAES
  • “ESTRUTURA SOCIAL DO MACACO-DECHEIRO
    (Saimiri collinsi) EM CATIVEIRO”

  • Data: 30/03/2015
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  • A maioria das espécies de primatas vive em grupos. Apesar das vantagens, esse tipo de organização social também pode aumentar a competição intraespecífica por recursos. A prioridade no acesso aos recursos dentro dos grupos está ligada a hierarquia de dominância. Por sua vez, as posições hierárquicas e as relações sociais influenciam na qualidade de vida, por exemplo, alterando os sistemas reprodutivo e imunológico dos indivíduos. Este estudo caracteriza a hierarquia social do macaco-de-cheiro, Saimiri collinsi, em cativeiro e examina a influência de atributos intrínsecos dos animais na hierarquia; Descreve as redes de associações intragrupais e relaciona as associações com a hierarquia e comportamento reprodutivo; Além disso, descreve o cuidado com a prole (parental e aloparental) e testa a associação entre mães e alomães dentro e fora do período de cuidado com a prole. Os resultados mostraram que a estrutura de dominância de S. collinsi é uma hierarquia parcial e que ela sofre influência da idade e do tamanho corporal. As redes de associação são baseadas nas classes sexuais e as afiliações não são constituídas por idade, classe etária ou posição hierárquica. O poder das fêmeas de resistir às investidas sexuais dos machos parece ter relação com as associações entre as fêmeas. As alomães incluem fêmeas com e sem filhotes e a associação entre mães e alomães ocorrem igualmente dentro e fora do período de cuidado com os infantes.

  • YULIE SHIMANO FEITOZA
  • EPHEMEROPTERA (INSECTA) NO BRASIL: ESTADO DA ARTE, AMOSTRAGEM, INFLUÊNCIAS E DISTRIBUIÇÃO

  • Data: 27/03/2015
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  • Essa tese teve como objetivo contribuir para o conhecimento ecológico da ordem Ephemeroptera no Brasil no intuito de minimizar os déficits Wallaceano, Prestoniano e Hutchinsoniano desses organismos. Para isso, trabalhamos com dados bibliográficos e coletas em campo, resultando na elaboração de seis capítulos. Para o primeiro capítulo, sintetizamos informações bibliográficas, e para os demais capítulos utilizamos dados coletados na Amazônia brasileira, com exceção do último capítulo, o qual foi usado dados da literatura de ocorrência das espécies já registradas para a Amazônia. No primeiro capítulo fizemos uma análise cienciométrica sobre o estudo da ordem no Brasil, onde apontamos como principais lacunas a ausência de estudos em alguns estados brasileiros e com famílias específicas, a necessidade de estudos com as relações filogenéticas, melhorar a resolução taxonômica em estudos ecológicos e ausência ou conhecimento ainda insuficiente a respeito das variáveis ambientais que podem afetar a distribuição desses organismos; No segundo capítulo nós propomos um amostrador (rapiché circular) e um delineamento de coleta (trecho de 150 m ao longo do córrego) para ser utilizado em estudos ecológicos; no terceiro capítulo testamos a metodologia que é utilizada para a coleta dos dados e verificamos que 15 sub-amostras são o suficiente para representar a fauna (ao invés de 20), onde a descontinuidade da coleta é preferencial e que a resolução taxonômica entre espécies e gênero são altamente concordantes; no quarto capítulo, através de uma nova abordagem de espécies indicadoras de limiares (Threshold Indicator Taxa Analysis), nós verificamos que Miroculis é um gênero associado à áreas florestadas e Ulmeritoides é associado à áreas de plantação de palma de dendê, e que a comunidade como um todo, não é tão prejudicada pelo plantio, uma vez que a composição de espécies é similar entre tratamentos de floresta e palma; o capítulo 5 foi realizado em uma escala regional, onde nós verificamos diferenças na estrutura ambiental dos córregos e na composição de Ephemeroptera nos diferentes interflúvios amazônicos, encontrando diferentes efeitos das variáveis ambientais de acordo com o interflúvio e de acordo com a escala utilizada (local e regional). Por fim, no sexto capítulo nós testamos se a Hipótese de Rios é válida para as comunidades de Ephemeroptera da Amazônia brasileira, onde encontramos que os grandes rios atuam como barreiras geográficas estruturando a distribuição dos efemerópteros, e da mesma forma, as conexões das bacias de drenagem também parecem exercer efeito estruturador para esses organismos. Com essa tese, nós aumentamos o número de registros de ocorrência e distribuição de Ephemeroptera para a Amazônia brasileira, amenizando lacunas com relação à distribuição (déficit Wallaceano), abundância (déficit Prestoniano) e respostas ambientais desses organismos (déficit Hunthinsoniano), além de contribuir para a unificação ou padronização de amostragem da ordem em estudos ecológicos.

  • LEONARDO MOURA COSTA
  • AGREGAÇÃO E SUCESSO REPRODUTIVO EM Podocnemis expansa (SCHWEIGGER, 1812 - TESTUDINES) NO BAIXO RIO XINGU, PARÁ, BRASIL

  • Data: 02/03/2015
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  • O padrão de distribuição agregado e suas consequências sobre uma população de quelônios são o arcabouço para o desenvolvimento deste trabalho. A explicação mais simples para a evolução de comportamentos que levem à distribuição agregada é de que ela ocorre em resposta à heterogeneidade ambiental, com o aumento da densidade de organismos nos melhores ambientes. Um táxon onde a agregação assume um papel de destaque em sua ecologia é o dos Testudines, onde vários representantes deste grupo desenvolvem um comportamento gregário ligado à reprodução. Podocnemis expansa, que será o objeto de estudo deste trabalho, possui o comportamento reprodutivo relativamente bem estudado e grande importância socioambiental na região amazônica. A combinação das especificidades por áreas de desova e o comportamento de depositar seus ninhos em conjunto fazem da agregação de ninhos em P. expansa um fator de interesse da biologia reprodutiva da espécie a ser estudada. A espécie P. expansa teve suas populações naturais acentuadamente reduzidas desde o período colonial. Foi inclusa nas listas de espécies vulneráveis à extinção da IUCN (International Union for Conservation of Nature), com a categoria de baixo risco de extinção, dependente de iniciativas de conservação. Na região do baixo Rio Xingu podem ser observadas elevadas abundâncias de espécies do gênero Podocnemis. Anualmente milhares de fêmeas de P. expansa se reúnem para depositar seus ninhos em bancos de areia na porção conhecida popularmente como Taboleiro do Embaubal. Na Ilha do Juncal, a diminuição da altura da área de desova em relação ao nível do rio leva a um dos maiores fatores de perda de ninhos da espécie, a perda por alagamento, o que leva a uma vantagem clara para os indivíduos em depositarem seus ninhos nos locais mais altos. Esta opção aumenta a probabilidade de sobrevivência dos ninhos, porém causando uma perda consequente da escolha do melhor ambiente, uma vez que os indivíduos depositam seus ninhos em conjunto e acabam sobrepondo de posturas em posições onde há ninhos já depositados. Este trabalho visa identificar o grau de agregação dos ninhos dentro da área utilizada para a desova na Ilha do Juncal, assim como avaliar o impacto da perda de ninhos devido à sobreposição, nos anos de 2010 a 2013. Os ninhos foram amostrados usando-se parcelas de 2x3 metros distribuídas na área de desova. Os ninhos encontrados nas parcelas tiveram seus conteúdos caracterizados em ovos em desenvolvimento, gorados, filhotes vivos e filhotes mortos e tiveram as medidas ligadas ao seu posicionamento dentro das parcelas coletadas. O número médio de ninhos por parcela e o erro-padrão foram calculados levando-se em consideração as áreas amostradas, bem como os números de amostras. A hipótese de que não há diferença na densidade de ninhos na área de desova, assim como a diferença na média de ninhos entre os anos, foi testada por meio de uma análise de variância. A agregação de ninhos foi testada quanto à variação entre parcelas e dentro das parcelas utilizando-se modelos nulos. Todos os testes foram realizados com um nível de significância de 5%, usando scripts em linguagem R. Os números de ninhos perdidos devido à sobreposição foram estimados levando em consideração a estimativa do número de ninhos na área, a distribuição vertical dos ninhos, o tamanho dos ninhos e o tamanho da área. As faixas mais baixas em relação ao nível do rio tiveram as menores médias de ninhos, embora apenas a faixa mais distante da margem do rio apresente uma diferença significativa no número de ninhos. O teste de agregação entre as parcelas apresentou resultado significativo, mas o teste de agregação dentro das parcelas não apresentou resultado significativo. Estes resultados permitiram-nos concluir que, em grandes áreas de nidificação, as tartarugas não seus ninhos sobre outros de forma deliberada, sendo a perda por sobreposição um fenômeno estocástico, que é intensificado pela diferença de altura na superfície do banco de areia que leva as tartarugas a depositarem seus ninhos de forma concentrada e nas partes mais altas das áreas de desova, no intuito de evitar a perda dos mesmos pelo alagamento. Analisando a quantidade de ninhos perdidos por sobreposição, em conjunto com o número anual de filhotes e a estimativa do número total de ninhos concluiu-se que a perda de ninhos por sobreposição é responsável por uma perda que varia entre 3,8% e 7,1% do número total de ninhos anualmente depositados, o que corresponde a uma quantidade de ovos que varia entre 33.210 e 82.980. A avaliação dos impactos da agregação de ninhos é relevante para determinar se esta característica pode estar sendo intensificada pela antropização do ambiente, prejudicando a reprodução de P. expansa. Também permite apresentar uma perspectiva para implantação de novas ações ligadas ao uso racional dos animais sob uma perspectiva de conservação com participação da sociedade local. A região de Taboleiro do Embaubal tem muitas lacunas de conhecimento relacionadas ao manejo e conservação de P. expansa. Esta área foi previamente manipulada e pode sofrer novos impactos, como a retenção de sedimentos devido à construção de um projeto hidrelétrico. É necessário compreender a dinâmica de deposição de ninhos de P. expansa e como manter a taxa de eclosão, uma vez que existe o risco destas áreas de nidificação perderem altura e ficarem permanentemente submersas.

  • ÁUREA AGUIAR CRONEMBERGER
  • Filogeografia Multi-Locus de Kentropyx calcarata Spix 1825 (Reptilia: Teiidae) na Amazônia Oriental

  • Data: 02/03/2015
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  • Kentropyx calcarata é um lagarto heliófilo, florestal e que habita preferencialmente regiões próximas a igarapés, clareiras naturais ou em situações de borda. Possui ampla distribuição na Amazônia central e oriental, abrangendo os países Guyana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil, onde além da Amazônia ocorre no nordeste e oeste do Cerrado e em parte da Floresta Atlântica. Estudos anteriores envolvendo K. calcarata apontam uma estruturação geográfica para a espécie, a qual ainda necessita ser melhor investigada. Neste estudo, foi analisado como as populações dessa espécie se estruturam ao longo de sua distribuição na Amazônia e quais os possíveis eventos envolvidos no processo de diversificação. Foram utilizados dois marcadores mitocondriais (16S e Cytb) e dois nucleares (DNAH3 e SINCAIP) para testar as hipóteses dos rios como barreiras e dos refúgios florestais. Além disso, foi verificada a possibilidade de haver deslocamento de caracter em populações simpátricas a K. altamazonica. As linhagens inferidas a partir das análises filogenéticas mostram-se estruturadas, do ponto de vista genético e limitadas pelos principais rios da Amazônia oriental. Algumas populações apresentaram um cenário demográfico que condiz com uma expansão populacional recente, que pode estar relacionado com o período de expansão da área florestal.

  • JAMILLE COSTA VEIGA
  • APTIDÃO SEXUAL E ACASALAMENTO EM CONDIÇÕES ARTIFICIAIS NA ESPÉCIE DE ABELHA SEM FERRÃO Melipona flavolineata Friese (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI)
  • Data: 02/03/2015
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  • Nas sociedades das abelhas de comportamento eusocial avançado, os machos têm como única função fecundar as fêmeas reprodutivas. Para tanto, precisam adotar uma estratégia reprodutiva que aumente e favoreça suas chances de acasalar. Assumindo que essa estratégia deva ser traçada quando ainda estão na segurança do ninho, testamos o efeito da idade do indivíduo e do contexto social vivenciado, sobre a aptidão sexual de machos da abelha sem ferrão Melipona flavolineata. Em condições de confinamento, acompanhamos 82 machos divididos em dois experimentos, um sobre a relação entre idade e aptidão sexual (n = 55), no qual grupos de machos foram acompanhados durante a fase adulta até determinadas idades (categorias: 0, 5, 10, 15, 20 e 25 dias); e outro sobre o efeito do contexto social (n = 27), no qual os machos foram divididos em três categorias de contexto, em que variamos a quantidade de operárias, mantidos por 15 dias. O início do comportamento de voo e a maturidade sexual foram as variáveis utilizadas para mensurar a aptidão sexual dos machos. Logo, ao final dos experimentos, a capacidade de voo dos machos foi testada. Em seguida, os indivíduos foram sacrificados, e seu número de espermatozoides foi estimado (métrica de maturidade sexual). A migração dos espermatozoides para as vesículas seminais se iniciou aos cinco dias de idade. A maturidade foi atingida aos 10 dias, e a habilidade de voo, aos 15 dias. O contexto social não exerceu efeito sobre a maturidade, mas afetou o voo, atrasando o inicio desse comportamento. Considerando que os machos dessa espécie ainda permanecem dentro do ninho por até cinco dias após se tornarem aptos para a cópula (maduros e capazes de voar), os resultados do presente trabalho sugerem que o macho aguarda dentro do ninho até atingir o máximo de sua performance reprodutiva, o que pode favorecê-lo em sua sobrevivência, e na competição por fêmeas.
  • RENATA FERMINO NOVAIS
  • ONTOGENIA DO CRÂNIO E COLUNA VERTEBRAL DO BOTO-CINZA, Sotalia guianensis (VAN BÉNÉDEN, 1864) (CETARTIODACTYLA: DELPHINIDAE) NA COSTA NORTE E NORDESTE DO BRASIL

  • Data: 27/02/2015
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  • Estudos com caracteres morfológicos (não métricos) têm contribuído para ampliar o conhecimento sobre a taxonomia, ecologia, variação ontogenética, geográfica e sexual de Sotalia guianensis. Com o intuito de complementar o conhecimento dessa espécie na costa norte e nordeste do Brasil foi realizado um estudo sobre a morfologia do crânio e da coluna vertebral, a fim de investigar as variações nas estruturas ósseas do crânio e o desenvolvimento ontogenético, entre quatro regiões geográficas. Foram avaliados e comparados com a estimativa de idade, 29 caracteres morfológicos em 116 amostras de crânio, a fim de avaliar a formação de estruturas ósseas e o grau de fusionamento das suturas, assim como, quatro estados de caráter em 108 amostras de coluna vertebral completa ou parcialmente incompleta, para avaliar o estado de fusionamento da placa epifisária ao corpo da vértebra. Os resultados obtidos para o crânio e coluna vertebral corroboraram estudos morfológicos anteriores desenvolvidos em outras áreas da costa brasileira (AP, PA, CE, PE, BA, ES, RJ, SP, PR e SC). A análise de Kruskall-Wallis revelou que os caracteres do crânio que diferiram de acordo com a idade, estão relacionados com caracteres referentes à sutura parietal-frontal, sutura parietal-supraoccipital, sutura parietal-exoccipital e sutura basioccipital-pterigóide. Na coluna vertebral os resultados indicaram diferenças relacionadas com os estados de caráter referentes ao não fusionamento e fusionamento completo de vértebras cervicais, torácicas e lombares. Nas vértebras caudais três estados de caráter indicaram diferenças em relação à idade: não fusionado, fusão progredindo e fusão completa.

  • GUILHERME MOREIRA DUTRA
  • Sistemática de Eigenmanniinae (Teleostei: Gymnotiformes: Sternopygidae)

  • Data: 27/02/2015
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  • Esta tese reúne resultados obtidos de estudos sistemáticos da subfamília Eigenmanniinae. O Capítulo I corresponde à análise filogenética dos integrantes de Eigenmanniinae, incluíndo oito espécies novas para o gênero Eigenmannia e a maioria das espécies conhecidas da subfamília. A subfamilia é reconhecida como monofilética, bem como todos gêneros incluídos nela. A monofilia do gênero Eigenmannia foi recuperada pela primeira vez e um novo gênero é proposto para alocar a espécie incertae sedis “Eigenmannia” goajira. Os relaciomentos entre as espécies dentro de cada gênero são discutido. A espécie “Eigenmannia” goajira é redescrita com base no material tipo. No Capítulo II, as espécies Eigenmannia humboldtii, E. limbata e E. nigra são revisadas e uma nova espécie para o gênero é descrita. A maioria dos caracteres previamente propostos para diagnosticar estas espécies se revelaram não válidos devido à grande variação intraespecífica. Novas diagnoses para cada espécie são apresentadas. Caracteres diagnósticos prévios que se revelaram problemáticos são discutidos. No Capítulo III, o gênero Distocyclus é revisado. Caracteres diagnósticos previamente propostos para Distocyclus se mostraram não informativos em relação as duas espécies originalmente alocadas neste gênero como espécies irmãs. Distocyclus goajira não apresenta os caracteres derivados presentes na espécie tipo do gênero, D. conirostris, e ainda compartilha caracteres derivados em diferentes combinações com Archolaemus, Eigenmannia e Japigny. Baseado na presente evidência, Distocyclus é restringido a sua espécie tipo, D. conirostris; e D. goajira é considerada Incertae Sedis em Eigenmanniinae, sob sua combinação original de “Eigenmannia goajira”. Distocyclus conirostris é redescrito com base em várias amostras ao longo das bacias dos rios Amazonas, Essequibo e Orinoco.

  • GABRIELA SILVA RIBEIRO GONÇALVES
  • "PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DA AVIFAUNA EM ÁREA DE ECÓTONO CERRADO-CAATINGA O NORDESTE DO BRASIL.
  • Data: 27/02/2015
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  • Ecótono é a zona de transição entre sistemas ecológicos adjacentes, que possui um conjunto de características definido pela força das interações entre os sistemas, tendo muitos mecanismos e fatores que podem afetar a diversidade, sendo o ambiente apontado como o principal responsável pela estruturação da comunidade. Nosso objetivo é identificar os padrões da diversidade de aves em áreas de Ecótono envolvendo a Caatinga e o Cerrado no Nordeste do Brasil, verificando quais variáveis ambientais podem explicar a variação de espécies dessas áreas. No estado do Piauí foram estabelecidas 24 localidades divididas em 4 transectos que perpassam Cerrado/Ecótono/Caatinga, em cada localidade foram feitos 15 pontos de censo por raio fixo, amostrados nos meses de abril e maio de 2014. Em nosso estudo foi demonstrado que o Cerrado possui maior riqueza, Ecótono riqueza intermediária e Caatinga uma menor riqueza, onde vemos no Ecótono presença de espécies mais generalistas e tolerantes encontradas em ambas as áreas adjacentes, não havendo espécies que sejam exclusivas de áreas ecotonais, podendo ser reflexo da grande variedade de microhabitats nessas áreas, algumas espécies endêmicas de Caatinga também foram encontradas dentro da região ecotonal, estando estas restritas às manchas típicas de seu bioma, corroborando com a ideia de que espécies endêmicas possuem especificidade de habitat. Apesar de nenhuma das variáveis ambientais e da estrutura do ambiente estudadas ter afetado significativamente a riqueza de espécies nas três áreas, duas variáveis foram importantes para a variação na composição de espécies, sendo essas: temperatura e umidade, onde foi percebido que as espécies de Cerrado necessitam de ambientes com níveis de umidade mais altos em relação às espécies de Caatinga, uma outra variável que demonstrou ser aparentemente importante para aves na região de estudo foi a complexidade de dossel. Nesse sentido é possível entender os mecanismos que afetam a distribuição das espécies localmente, e assim prever como impactos que ocasionam mudanças ambientais afetam as comunidades de aves.
  • VALERIA DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
  • ECOLOGIA DO BAGRE Ageneiosus ucayalensis CASTELNAU, 1855 (SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) EM UMA RIA FLUVIAL DA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 27/02/2015
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  • OLIVEIRA VA. (2015). Ecologia do bagre Ageneiosus ucayalensis Castelnau, 1855 (Siluriformes: Auchenipteridae) em uma ria fluvial da Amazônia Oriental. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi.
    Esta tese apresenta informações sobre a ecologia de A. ucayalensis, avaliando a influência da variação pluviométrica, sexual e interindividual na biologia reprodutiva e trófica da espécie, além da contribuição para o conhecimento anatômico e histológico do sistema reprodutor dos machos. Foram realizadas pescas experimentais mensais para a coleta dos espécimes, os quais tiveram seus aspectos ecológicos e morfológicos estudados conforme as análises de rotina para esses parâmetros. A variação pluviométrica influenciou a reprodução dessa espécie, que apresentou desova total e se reproduziu no período com maior intensidade de chuvas. A espécie apresentou hábito onívoro com forte tendência a carnivoria/piscivoria e a sua ecologia trófica não foi influenciada pela variação pluviométrica ou pelo sexo, sofrendo influência apenas da especialização individual. A morfologia dos testículos de A. ucayalensis diferiu da registrada para outras espécies de Auchenipteridae e foi evidenciada a inseminação, que pode corresponder a uma associação gamética interna para garantir que os espermatozoides consigam fertilizar os oócitos quando liberados no meio aquático. Desta forma, o presente trabalho fornece importantes informações sobre a autoecologia e a morfologia do sistema reprodutor dos machos dessa espécie, que por ser predominantemente piscívoro desenvolve um importante papel na cadeia alimentar.

  • DANIELLA FRANZÓIA MOSS
  • Descrição de dez espécies novas do gênero Neoxyphinus Birabén, 1953 da América Hispânica (Araneae, Oonopidae)
  • Data: 26/02/2015
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  • O gênero Neoxyphinus Birabén, 1953 consiste em espécies caracterizadas (dentre outros) por, nos machos, os enditos apresentam uma escavação retrolateral apical seguida por uma apófise retrolateral subapical e o palpo com o êmbolo compacto e em forma de S, com uma abertura ejaculatória ampla e circular. As fêmeas são caracterizadas pelo átrio epiginal grande e com as extremidades laterais angulares e a presença de, no máximo, dois espinhos no fêmur I. Atualmente o gênero apresenta dez espécies conhecidas para a América do Sul, sendo a maioria para o Brasil. Neste presente trabalho foram descritas dez novas espécies com ocorrência fora do território brasileiro: N. amazonicus sp. nov. da Colômbia e do Brasil, N. yekuana sp. nov., N. trujillo sp. nov., N. caribensis sp. nov. e N. andersoni sp. nov. da Venezuela, N. macuna sp. nov. e N. pure sp. nov. da Colômbia, N. inca sp. nov. do Peru, N. coca sp. nov. do Equador e N. beni da Bolívia. Para todas as espécies novas são apresentadas as descrições e as diagnoses e suas distribuições. Foram encontradas dois novos dimorfismos sexuais, em N. macuna sp. nov, com a superfície do pulmão ornamentado com projeções cuticulares e; em N. yekuana sp, nov., com a fêmea apresentando o clípeo extremamente alto em comparação com o macho. Foi encontrado também uma estrutura única na espécie N. caribensis sp. nov. que apresenta a superfície do esterno com uma crista transversal mediana em forma de arco simples e elevações nas laterais das coxas II e IV. Este trabalho esta inserido em um projeto maior, de cunho internacional, intitulado "Goblin Spider Planetary Biodiversity Inventory - The megadiverse, microdistributed spider family Oonopidae" - PBI-Oonopidae.
  • MARCELO JOSE STURARO
  • “Diversidade e evolução do lagarto Cercosaura ocellata Wagler, 1830 (Reptilia: Squamata: Gymnophthalmidae) utilizando dados morfológicos e moleculares”

  • Data: 26/02/2015
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  • Atualmente o lagarto Cercosaura ocellata é uma espécie politípica contendo três subespécies: C. ocellata ocellata, C. ocellata petersi e C. ocellata bassleri. Essa espécie é amplamente distribuída na América do Sul, ocorrendo na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal. As subespécies foram propostas em 1952 com base em um material limitado e atualmente há dúvidas quanto à identificação subespecífica em várias áreas, especialmente no Brasil Central. Uma nova revisão do grupo, testando sua monofilia e o status taxonômico das subespécies e populações até o momento não identificadas a esse nível, faz-se necessário. No presente estudo a diversidade em C. ocellata e as relações dentro do grupo são avaliadas utilizando dados morfológicos e moleculares. Além disso, diversos modelos biogeográficos são testados para estimar o cenário mais provável de diversificação nesse grupo. Nossos resultados indicam que Cercosaura ocellata é um complexo de espécies crípticas que provavelmente começou a se diversificar há cerca de 10 milhões de anos, com sucessivos eventos de diversificação internos a partir de 5,5 milhões de anos. Morfologicamente são diagnosticáveis quatro espécies nesse grupo: C. ocellata, que ocorre na Amazônia Oriental, tanto na região das Guianas, ao norte do Amazonas, como a leste do Rio Tapajós, no Pará (Brazil), ao sul deste; C. bassleri, que ocorre na Amazônia ocidental, sendo o limite leste o Rio Negro, ao norte do Rio Amazonas, e o Rio Madeira, ao sul; C. olivacea, ocorrendo no Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal; e Cercosaura sp. nov. (uma espécie ainda não descrita), ocorrendo entre os rios Purus e Xingu. Cercosaura ocellata petersi e Cercosaura humilis são sinônimos júnior de C. olivacea. Cercosaura sp. nov. é irmã do clado (C. bassleri (C. ocellata + C. olivacea)) e é a única no grupo parcialmente simpátrica com as outras três espécies. Os resultados das análises de delimitação de espécie utilizando dados morfológicos e/ou genômicos corroboram a taxonomia proposta no presente estudo. O cenário biogeográfico mais provável para o grupo C. ocellata sugere dispersão como o promotor de diversificação, sendo os rios e biomas as barreiras entre e dentro das espécies desse grupo.

  • MILTON JOSE DE PAULA
  • A CAÇA NA TERRA INDÍGENA XERENTE: PESQUISA PARTICIPATIVA E A DINÂMICA DA CAÇA NO CERRADO BRASILEIRO

  • Data: 26/02/2015
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  • A atividade de caça está presente em populações humanas que habitam as regiões tropicais ao redor do mundo. A carne das espécies caçadas, juntamente com peixes, fornecem uma importante fonte de proteína animal para essas populações (Vickers, 1988; Alvard, 1999; Robinson & Bodmer, 1999; Fa et al., 2005). Na América do Sul, sobretudo na região amazônica, a caça é uma atividade bastante praticada, e fornece significativa quantidade de proteína e gordura animal na alimentação de comunidades tidas como tradicionais: indígenas, ribeirinhos, quilombolas, de seringueiros e outras que vivem do extrativismo (Redford & Robinson, 1987; Bodmer et al., 1988; Peres, 1990; Alvard & Robinson, 1997; Townsend, 1999; Leeuwenberg & Robinson, 1999; Novaro et al., 2000; Peres & Nascimento, 2006; Ohl-Schacherer et al., 2007; Constantino et al., 2008; Valsecchi & Amaral, 2009; Pezzuti & Chaves, 2009; Fonseca & Pezzuti, 2013). No tocante aos grupos indígenas, esses são os responsáveis por grande parte do abate e consumo das espécies selvagens, sobretudo primatas e ungulados de grande porte, o que torna a caça um importante componente para manutenção da subsistência desses grupos (Redford & Robinson, 1987; Redford, 1992 ). O modo de vida original desses grupos, que envolve baixas taxas de crescimento populacional e densidade demográfica, nomadismo e tecnologias tradicionais, tem sido sugerido como uma estratégia bem sucedida para evitar a sobre-exploração deste recurso (Stearman, 1999). Entretanto, após a dominação da América do Sul pelos europeus, o envolvimento desses grupos com a sociedade não indígena tem sido cada vez mais frequente e irreversível. Como resultado, o modo de vida tradicional de diversos grupos indígenas sofreu uma mudança para um modo de vida sedentário, com adoção de novas tecnologias (ex.: armas de fogo, ferramentas de metal e veículos motorizados) e envolvimento em mercados, o que tem conduzido alterações na relação desses povos com a fauna local (Stearman, 1999; Shepard et al., 2012). Por exemplo, em algumas comunidades indígenas, o crescimento demográfico de suas populações tem sido sugerido com sendo um dos fatores causadores da depleção de várias populações de mamíferos de grande porte pela atividade de caça (Peres & Palacios, 2007; Peres, 2011). Através de um modelo computacional para avaliar o impacto da caça sobre primatas de 2 grande porte por índios Matsigenka na Amazônia peruana, foi observado que em um cenário onde arcos e flechas são substituídos por armas de fogo, a área de depleção destes primatas aumenta mais que o dobro (Shepard et al., 2012). Desde modo, essa mudança é vista como um componente de condução para perda de biodiversidade (Robinson, 1993; Peres, 2011). Entretanto, para outros cientistas as terras indígenas são consideradas com barreiras eficientes para conter os desmatamentos e as queimadas (Nepstad et al., 2006), e mesmo que grupos indígenas usem o fogo em suas caçadas, como é o caso dos índios Xavante, o impacto sobre o ambiente natural é bem pequeno comparado com o causado pela agroindústria (Welch et al., 2013). Desta forma, a extração da fauna cinegética por povos indígenas, mesmo que de alguma forma possa conduzir a depleção desse recurso, é compensada se eles são capazes de evitar a ação de formas extremamente mais destrutivas à biodiversidade, como a indústria de madeira, mineração e a agroindústria (Zimmerman et al., 2002; Ohl-Schacherer et al., 2007; Shepard, 2009). Além disso, a caça é encarada pelos indígenas como um dos principais recursos florestais, e uma das principais razões pelos quais praticamente todos os grupos indígenas zelam pelas matas presentes em suas terras, garantindo um nível de proteção que significa taxas de desmatamento vinte vezes menores do que nas Unidades de Conservação (UCs) brasileiras (Nepstad et al., 2006). Neste contexto, diversos trabalhos foram realizados para avaliar os níveis dos impactos das atividades de caça de grupos indígenas sobre as populações selvagens exploradas, como forma de propor ações de conservação e uso sustentável desse recurso (Hill et al., 1997; Leeuwenberg & Robinson, 1999; Townsend, 1999; Souza-Mazurek et al., 2000; Naranjo et al., 2004; Peres & Nascimento, 2006; Ohl-Schacherer et al., 2007; Constantino et al., 2008; Levi et al., 2009; Shepard et al., 2012). A maioria destas pesquisas tem sido de base comunitária, com o envolvimento da população local na sua elaboração e execução. Uma dessas formas de envolvimento é através dos programas de monitoramento participativo das atividades de caça, onde os próprios caçadores ou outros membros da comunidade foram os responsáveis pela coleta das informações referentes a essas atividades. Por sua vez, esses programas mostraram-se excelentes ferramentas para coleta dessas informações, e os resultados obtidos possibilitaram avaliações dos impactos da caça sobre as populações selvagens exploradas. Também ficaram evidentes alguns 3 padrões de uso cultural, espacial e temporal desse recurso. Além disso, esses resultados tem possibilitado valorização dos recursos naturais, direitos para comércio e manejo desses recursos, organização política da comunidade e colaboração entre os stakeholders (poder público, organizações não governamentais, setor privado e usuários locais), o que tem contribuído para promover autonomia local sobre os recursos explorados (Bodmer & Puertas, 1999; Constantino et al., 2012). Entretanto, o foco destas pesquisas tem sido sobre o bioma Amazônico, e poucos estudos têm sido direcionados sobre as populações tradicionais que exploram esse recurso no bioma Cerrado, que é considerado um dos 35 hotsposts da biodiversidade mundial (Myers et al., 2000; Silva & Bates, 2002), e que atualmente sofre as maiores taxas de desmatamento no país (Klink & Machado, 2005; MMA & IBAMA, 2011). Neste contexto, é necessário maiores direcionamentos destas pesquisas, para compreensão melhor do atual nível de exploração de sua fauna, como forma de subsidiar planos de conservação e manejo sustentável desse recurso. Diante do exposto, no presente trabalho eu apresento resultados de um estudo de base-comunitária sobe a atividade de caça na Terra Indígena Xerente (TIX), situada no Cerrado brasileiro, como forma de obter informações sobre a exploração da fauna cinegética local e avaliar fatores que influenciaram na composição, riqueza, número de animais mortos e biomassa abatida das espécies caçadas. O trabalho está estruturado em duas seções. Na primeira seção apresento um breve texto sobre os aspectos históricos e etnográficos do povo Akwẽ-Xerente. A segunda seção é composta de dois capítulos. No Capítulo 1 apresento os resultados de seis meses do Monitoramento Participativo da Caça (MPC) em 10 aldeias da TIX, e procuro demonstrar como esses resultados de pequena escala temporal são importantes na ajuda da compreensão do atual nível de exploração da fauna selvagem local. Apresento também a importância do MPC para implicações de futuros trabalhos de manejo em conservação na TIX e para outros grupos tradicionais que exploram o bioma Cerrado. No Capítulo 2 utilizo os dados do MPC e do Mapeamento Participativo da Área de Caça e faço uma avaliação da influência dos fatores variação da chuva, idade e tamanho da área de caça das aldeias, técnicas de caça, preferências e tabus alimentares sobre a composição, riqueza, número de animais mortos e biomassa da abatida das 4 espécies registradas no MPC, e demonstro como alguns desses fatores em conjunto explicam alguns resultados encontrados. Os Capítulos 1 e 2 são apresentados em formato de manuscrito. Como a base de dados utilizada nos dois Capítulos/manuscritos é proveniente do MPC, alguns resultados acabam por ser repetidos.

  • PRISCILA MARIA PEREIRA
  • CARACTERIZAÇÃO E DINÂMICA ESPACIAL DA CAÇA DE PRIMATAS EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DA AMAZÔNIA CENTRAL
  • Data: 24/02/2015
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  • Os primatas são importante item alimentar para as populações que vivem em locais isolados, e estão entre as espécies mais caçadas por populações tradicionais e indígenas, principalmente nas regiões neotropicais. No entanto, pouco se conhece sobre as características e os padrões espaciais da atividade de caça, e sua abrangência no espaço e no tempo, impedindo uma real avaliação do impacto desta atividade. O objetivo deste trabalho foi descrever, quantificar e analisar a dinâmica espacial da caça de primatas na Amazônia Central, em ambientes de várzea e de terra firme, através de dados de monitoramento de pequenas comunidades ribeirinhas acumulados ao longo de 11 anos. Neste período, o sistema de monitoramento registrou 402 caçadas de primatas, totalizando 541 animais abatidos de nove espécies: Alouatta juara, Aotus cf. vociferans, Ateles chamek, Cacajao ouakary, Callicebus torquatus, Cebus albifrons, Saguinus inustus, Saimiri cassiquiarensis e Sapajus macrocephalus. Destas caçadas, 240 ocorreram em Amanã e 162 em Mamirauá. As distâncias percorridas pelos caçadores a partir das suas comunidades foram significativamente diferentes nos dois ambientes (T= -2,451; gl = 41; p <0,05), os caçadores de terra firme caçam em locais mais distantes que os caçadores de várzea. Quando analisamos o tamanho das áreas utilizadas pelos caçadores, as de terra firme também foram significativamente maiores do que a várzea (F(2,56)=21,471; P<0,01). Embora a contribuição da biomassa de primatas seja pequena, quando comparada a outras espécies, como queixada e paca, o guariba ainda é uma das espécies mais caçadas na Amazônica Central. Para conhecermos o real impacto da atividade de caça entre os primatas, o estudo comprova a necessidade de um monitoramento contínuo das áreas de caça, bem como a análise da sua variação espacial ao longo dos anos.
  • ANDRÉ OLIVEIRA CORREIA
  • DESCRIÇÃO DE UM NOVO GÊNERO DE EDESSINAE (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE)

  • Data: 12/02/2015
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  • Edessinae é uma subfamília de Pentatomidae que possui sete gêneros, dentre os quais Edessa figura como o maior dentre os gêneros, com mais de 250 nomes propostos e uma estimativa de mais de 300 espécies a serem descritas. Tamanha diversidade gerou um histórico taxonômico complexo, tornando Edessa o gênero com maiores problemas taxonômicos e nomenclaturais em Edessinae. A revisão do gênero a partir de grupos de espécies é a proposta mais aceita para organizar Edessa e já resultou na descrição de dois novos gêneros de Edessinae. Considerando essa proposta, este trabalho selecionou um grupo de três espécies relacionadas por Breddin (1905), em adição a oito espécies novas reunidas por caracteres morfológicos distintivos, possivelmente sinapomórficos. Um Gênero novo para Edessinae é proposto, reunindo espécies que apresentam quatro faixas negras longitudinais e pontuadas na superfície dorsal da cabeça; ângulos umerais projetados lateralmente, levemente achatados dorso-ventralmente; processo metasternal com braços da bifurcação estreitos, longos, afilados no ápice; ambos os tricobótrios abdominais deslocados lateralmente, não alinhados ao espiráculo; gonocoxitos 8 e laterotergitos 8 sempre pontuados na fêmea; gonocoxitos 8 grandes, de comprimento subigual aos laterotergitos 9; pigóforo com bordo ventral com escavação semicircular, parâmero projetado posteriormente, processo superior da taça genital escuro, laminar, parcialmente fundido à taça genital. Edessa pallicornis, E. bugabensis, E. rorativentris e E. stillativentris foram redescritas e transferidas para o novo gênero. E. strigiceps é proposta como sinônimo júnior de Gen. nov. pallicornis. Um sintipo de Gen. nov. bugabensis será designado como lectótipo da espécie. São descritos pela primeira vez os machos de Gen. nov. bugabensis e Gen. nov. rorativentris. As distribuições foram estendidas para Gen. nov. bugabensis (Costa Rica), Gen. nov. rorativentris (Brasil), Gen. nov. stillativentris (Colômbia). São descritas oito espécies novas dentro do novo gênero: Gen. nov. sp. n. 203a, Gen. nov. sp. n. 203e, Gen. nov. sp. n. 205, Gen. nov. sp. n. 206, Gen. nov. sp. n. 207, Gen. nov. sp. n. 207c, Gen. nov. sp. n. 297 e Gen. nov. sp. n. 297b.

  • RAYMUNDO TOMAZ MELO DOS SANTOS NETO
  • "EFEITO DO SEXO, DIETA E TAMANHO DE SEMENTES SOBRE O TEMPO DE RETENÇÃO EM GUARIBA PRETO CATIVO"

  • Data: 30/01/2015
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  • A dispersão de sementes é um fenômeno que influencia populações e comunidades vegetais, sendo a endozoocoria a principal forma de dispersão de sementes pelos animais. A efetividade do dispersor envolve aspectos quantitativos e qualitativos, incluindo o tempo em que sementes ficam retidas em seu trato digestório. Vários fatores podem influenciar o tempo de retenção como características do animal (fisiologia, morfologia, saúde, idade, sexo, dieta, massa corporal) e características das sementes (tamanho, peso e rigidez). Neste estudo, testamos a influência do sexo, dieta e tamanho das sementes sobre o tempo de retenção de guaribas através de ANOVA para medidas repetidas. Utilizamos seis indivíduos de Alouatta caraya cativos, (três de cada sexo), seis espécies de sementes (duas pequenas, duas médias e duas grandes), e três tipos de dieta (15, 30 e 60% de folhas). A Média do Tempo de Retenção (MTR) foi 1.152 ± 639 min (range: 315-2.050 min) e do Desvio Padrão do Tempo de Retenção (DPTR) foi 577 ± 166 (range: 158-1.039 min). Não houve efeito do sexo nem do tamanho de sementes sobre a MTR, mas houve influência da dieta e da interação tamanho de semente e dieta. Nenhum fator mostrou influência sobre DPTR.

  • JEFERSON COSTA CARNEIRO
  • FILOGENIA E HISTÓRIA BIOGEOGRÁFICA DO GRUPO Callicebus moloch (PRIMATES, PITHECIIDAE)

  • Data: 29/01/2015
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  • Callicebus é um gênero de primata neotropical pertencente à família Pitheciidae, atualmente com 32 espécies reconhecidas. Estas espécies estão organizadas em grupos supraespecíficos, sendo dois subgêneros (Torquatus e Callicebus) e cinco grupos de espécies: C. torquatus, C. moloch, C. cupreus, C. donacophilus e C. personatus. A organização dos grupos foi realizada com base em dados morfológicos e de distribuição geográfica. Nesta dissertação de mestrado, fizemos inferências a partir de dados moleculares. No primerio capítulo, apresentamos uma introdução geral sobre a problemática taxonômica de Callicebus. No segundo capítulo realizamos inferências filogenéticas com base na presença e ausência de uma região molecular conhecida como elemento Alu, um transposon do genoma de primatas. Com base na análise desses marcadores Alu, descobrimos que os grupos C. moloch e C. cupreus são estreitamente relacionados e que C. torquatus é o grupo basal no gênero. No terceiro capítulo, a partir de uma abordagem multilocos investigamos as relações filogenéticas do grupo C. moloch e aplicamos o tempo de diversificação entre as espécies para testar a hipótese de formação das bacias hidrográficas da Amazônia durante o Plio-Pleistoceno. Nossos resultados corroboram a hipótese de formação dos rios amazônicos nos últimos 3 Ma. No entanto, nem todos os eventos de diversificão em Callicebus podem ser explicados pela teoria dos rios. Além disto, verificamos que os diferentes grupos de espécies de Callicebus são todos derivados de radiações na região Amazônica em diferentes momentos durante o Mioceno superior. Nossos resultados também sugerem que o conhecimento atual da diversidade de Callicebus está subestimado, e que espécies que diversificaram recentemente estão negligenciadas taxonomicamente.

  • CHRISTOPHE HENRIQUE DE AZEVEDO DA COSTA
  • “INFLUÊNCIA DOS PERÍODOS HIDROLÓGICOS NA ECOLOGIA TRÓFICA DE QUATRO ESPÉCIES DE PEIXES PISCIVORAS DO MÉDIO RIO XINGU, AMAZÔNIA ORIENTAL”

  • Orientador : LUCIANO FOGACA DE ASSIS MONTAG
  • Data: 28/01/2015
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  • O pulso de inundação é um dos principais fatores ambientais que influenciam na ecologia trófica das assembleias de peixes. Para os peixes piscívoros, essa sazonalidade é de grande importância, pois afeta diretamente a disponibilidade dos recursos alimentares. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo investigar qual a influência dos períodos hidrológicos na intensidade de obtenção de alimento, na composição, na importância dos itens alimentares e nas interações tróficas de quatro espécies de peixes piscívoras do Médio rio Xingu. As espécies selecionadas por habitarem diferentes extratos foram Boulengerella cuvieri, Hydrolycus armatus, Hydrolycus tatauaia e Plagioscion squamosissimus. As coletas foram realizadas trimestralmente de abril de 2012 a abril de 2014, abrangendo quatro períodos hidrológicos (cheia, vazante, seca e enchente) do Médio rio Xingu. Para as espécies em estudo foram calculados: o Índice de Replecção (IR%), Importância Alimentar (IAi%) e as propriedades das teias tróficas (número de nós, número de ligações, conectância, densidade de ligação e sobreposição de nicho). Foram coligidos 901 indivíduos, sendo: 296 indivíduos de B. cuvieri; 258 indivíduos de P. squamosissimus; 210 indivíduos de H. armatus; e 137 indivíduos de H. tatauaia. A dieta das espécies foi composta por 34 itens alimentares para B. cuvieri, 42 itens alimentares para H. armatus, 32 itens alimentares H. tatauaia e 46 itens alimentares para P. squamosissimus. De acordo com o Índice de Replecção Estomacal (IR%) e Importância Alimentar (IAi%), os períodos hidrológicos não influenciaram na intensidade de obtenção de alimento, na composição e importância dos itens alimentares das quatro espécies estudadas. As conexões tróficas apresentaram o valor de conectância similar entre os períodos hidrológicos, variando de 3,25 a 3,6. O maior tamanho das conexões tróficas foi no período da cheia, com riqueza de 63 espécies e com sobreposição de nicho de 21%, o menor tamanho das conexões tróficas foi período da vazante, com riqueza de 27 espécies e uma sobreposição de nicho de 3.5%. No entanto, os períodos hidrológicos não influenciaram na obtenção de alimento, composição da dieta e importância dos itens alimentares das espécies. Porém, as conexões tróficas apresentaram uma elevada riqueza de itens alimentares com uma baixa densidade de ligação, caracterizando esses piscívoros como generalistas

  • ANDRE LUIS RAVETTA
  • "PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCI DE MÉDIOS E GRANDES MAMÍFEROS NA AMAZÔNIA CENTRAL"

  • Data: 15/01/2015
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  • Embora a investigação sobre os padrões de riqueza e abundância dos mamíferos venha aumentando nos últimos anos, a compreensão sobre processos ecológicos que atuam sobre a distribuição e abundância de mamíferos ainda é precária. Atualmente, análises da influência de alterações antrópicas sobre a fauna de mamíferos são muito mais desenvolvidas que a análise dos fatores naturais sobre esses padrões. Nesta linha de pesquisa, este trabalho buscou contribuir para a compreensão dos processos relacionados à distribuição e abundância de mamíferos, por meio de levantamentos quantitativos das espécies de médio e grande porte no Distrito Florestal Sustentável da BR-163. Localizado na região oeste do estado do Pará, o distrito compreende pouco mais de 19 milhões de hectares que se estendem pelos eixos da BR-163 (Santarém-Cuiabá) e da BR-230 (Transamazônica). O objetivo principal desse estudo foi caracterizar a comunidade de médios e grandes mamíferos e identificar os fatores que influenciam a distribuição e abundância das espécies. Para isso, 29 sítios de amostragem foram implantados através de uma trilha reta de cinco quilômetros de extensão em ambientes de florestas em cada sítio, para a realização de ‘censos’, amostragem por armadilhas fotográficas e levantamento de vestígios das espécies de mamíferos. A relação entre a variação na distribuição e abundância com fatores naturais como temperatura, pluviosidade e altitude, e antrópicos como desmatamento e acessibilidade foi investigada. Os resultados desse estudo não apontam para um padrão geral da distribuição e abundância dos mamíferos de médio e grande porte na área compreendida pelo DFS da BR-163. Fatores ambientais não foram determinantes para diferenciar a abundância dos mamíferos. A baixa variação na biomassa ao longo do DFS da BR-163 foi mantida mesmo com um aumento do esforço amostral. Em um estudo de caso, a distribuição geográfica de Mico leucippe foi ampliada com base em dados de campo reunidos dos últimos nove anos referentes a diversos levantamentos e expedições realizadas na região. Dados da literatura foram levantados e incorporados aos novos registros de campo para aplicação da ferramenta de modelagem de nicho para gerar modelos preditivos da distribuição potencial da espécie. Os limites da distribuição e a ocorrência de outras espécies no gênero Mico no interflúvio são discutidos assim como implicações para sua conservaçãoEmbora a investigação sobre os padrões de riqueza e abundância dos mamíferos venha aumentando nos últimos anos, a compreensão sobre processos ecológicos que atuam sobre a distribuição e abundância de mamíferos ainda é precária. Atualmente, análises da influência de alterações antrópicas sobre a fauna de mamíferos são muito mais desenvolvidas que a análise dos fatores naturais sobre esses padrões. Nesta linha de pesquisa, este trabalho buscou contribuir para a compreensão dos processos relacionados à distribuição e abundância de mamíferos, por meio de levantamentos quantitativos das espécies de médio e grande porte no Distrito Florestal Sustentável da BR-163. Localizado na região oeste do estado do Pará, o distrito compreende pouco mais de 19 milhões de hectares que se estendem pelos eixos da BR-163 (Santarém-Cuiabá) e da BR-230 (Transamazônica). O objetivo principal desse estudo foi caracterizar a comunidade de médios e grandes mamíferos e identificar os fatores que influenciam a distribuição e abundância das espécies. Para isso, 29 sítios de amostragem foram implantados através de uma trilha reta de cinco quilômetros de extensão em ambientes de florestas em cada sítio, para a realização de ‘censos’, amostragem por armadilhas fotográficas e levantamento de vestígios das espécies de mamíferos. A relação entre a variação na distribuição e abundância com fatores naturais como temperatura, pluviosidade e altitude, e antrópicos como desmatamento e acessibilidade foi investigada. Os resultados desse estudo não apontam para um padrão geral da distribuição e abundância dos mamíferos de médio e grande porte na área compreendida pelo DFS da BR-163. Fatores ambientais não foram determinantes para diferenciar a abundância dos mamíferos. A baixa variação na biomassa ao longo do DFS da BR-163 foi mantida mesmo com um aumento do esforço amostral. Em um estudo de caso, a distribuição geográfica de Mico leucippe foi ampliada com base em dados de campo reunidos dos últimos nove anos referentes a diversos levantamentos e expedições realizadas na região. Dados da literatura foram levantados e incorporados aos novos registros de campo para aplicação da ferramenta de modelagem de nicho para gerar modelos preditivos da distribuição potencial da espécie. Os limites da distribuição e a ocorrência de outras espécies no gênero Mico no interflúvio são discutidos assim como implicações para sua conservação.

2014
Descrição
  • TIBERIO CESAR TORTOLA BURLAMAQUI
  • “SISTEMÁTICA E FILOGEOGRAFIA DO GÊNERO THAMNOMANES (AVES: THAMNOPHILIDAE)”.

  • Data: 02/12/2014
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  • A Amazônia apresenta cerca de 1.300 espécies, parte desta diversidade encontra-se restrita a determinadas regiões, denominadas áreas de endemismo. Muitas hipóteses foram formuladas, tendo como base essas regiões, para tentar explicar a grande diversidade da avifauna amazônica. No entanto, estudos recentes vêm demonstrando que o principal processo por trás da atual diversidade foi o desenvolvimento da bacia do Rio Amazonas, ao provocar alterações no ambiente físico Amazônico. Com o intuito de tentar identificar padrões filogenéticos comuns, foi utilizado o gênero Thamnomanes (Aves: Thamnophilidae) como grupo de estudo, pois o mesmo é composto por quatro espécies, distribuídas em dois grupos que se sobrepõem espacialmente e possuem características ecológicas semelhantes. Para reconstruir as relações filogeográficas do grupo foram utilizados 80 espécimes das quatro espécies do complexo, correspondendo a todos as subespécies reconhecidas, das quais foram sequenciados seis marcadores moleculares (CB, ND, G3PDH, MYO, TGFB2 e TPM1). Observamos a presença de 12 linhagens evolutivamente independentes organizadas em cinco clados, quatro desses clados correspondem às espécies já reconhecidas T. ardesiacus, T. saturninus e T. schistogynus; os outros dois são resultantes da separação de T. caesius ao norte (T. glaucus) e ao sul (T. caesius) do Rio Amazonas. Ao observar os padrões de dispersão e diferenciação dos dois grupos (T. ardesiacus / saturninus e T. caesius / schistogynus), percebemos que ambos se originaram, provavelmente, no oeste Amazônico, sofreram eventos cladogenéticos aproximadamente no mesmo período, que pode estar relacionado o fim do Lago Pebas e início da formação do Rio Amazonas. Posteriormente, ambos complexos de espécie se dispersaram em direção a leste (duas espécies ao norte e duas ao sul do mesmo rio). No entanto, a posterior história evolutiva entre os grupos diverge: enquanto T. caesius / schistogynus parece respeitar, em grande parte, as datações obtidas para a formação dos grandes rios Amazônicos, T. ardesiacus / saturninus parece ter mantido altas taxas de fluxo gênico ao longo de sua história, apresentando divergência recente entre suas linhagens.

     

  • IVANEIDE DA SILVA FURTADO
  • “Efeito das paisagens modificadas por práticas agrícolas sobre a composição e a estrutura das assembléias e espécies de Drosophilidae (Diptera)”

  • Data: 28/11/2014
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  • A Floresta Amazônica sustenta a maior diversidade biológica do mundo. Ocupa mais de 40% do território brasileiro. Nos últimos anos as taxas de perda florestal e degradação da Amazônia, aumentaram consideravelmente, como resultado da expansão agrícola, criando um mosaico de paisagens altamente modificadas. Estas mudanças colocam em perigo tanto a biodiversidade como os serviços ecossistêmicos a ela associados, além de provocar forte estresse sobre as espécies. Efeitos de estresse podem resultar em alterações fisiológicas que se refletem em diferenciação morfológica entre as populações remanescentes, que agora ocupam a nova paisagem. O objetivo deste trabalho foi testar o efeito de alguns tipos de uso da terra sobre a assembléia de drosofilídeos frugívoros e sobre a morfologia de algumas espécies presentes em áreas originalmente florestais que se transformaram em um mosaico de paisagem, contendo fragmentos florestais, vegetação sucessional e zonas de cultivos. O primeiro estudo foi desenvolvido em três localidades agrícolas e o segundo em seis localidades, incluindo três áreas de floresta preservada. As coletas foram realizadas de forma padronizada, com armadilhas dispostas ao longo de transectos estabelecidos sobre os usos da terra predominantes nas áreas de estudo. Nossos resultados mostraram que a riqueza de espécies não diferiu entre os diferentes tipos de uso da terra, mas as distribuições de abundâncias e a composição de espécies foram claramente distintas entre os usos agrícolas intensivos e os sistemas florestais. A cobertura florestal e umidade relativa do ar foram as variáveis determinantes da distribuição das espécies. Os usos agrícolas foram dominados por espécies cosmopolitas não nativas associadas a áreas mais abertas. Constatou-se diferenciação morfológica entre os indivíduos capturados nas localidades de floresta preservada e nas áreas de usos agrícolas, independentemente da espécie. Surpreendentemente os indivíduos capturados nas florestas foram sempre menores em relação aqueles capturados nos tipos de uso mais intensivo. Estes resultados mostram os efeitos da mudança da paisagem sobre as populações remanescentes de espécies nativas indicando a amplitude das mudanças quantitativas e qualitativas sobre o conjunto de espécies. No entanto a manutenção de porções florestais nas áreas de uso agrícola pode beneficiar a permanência das espécies nativas nestas paisagens.

  • JOÃO CARLOS LOPES COSTA
  • ANÁLISE FILOGENÉTICA DE Leptodeira FITZINGER, 1843 E TAXONOMIA DAS ESPÉCIES DO CLADO DO SUL DO COMPLEXO Leptodeira annulata/septentrionalis (SERPENTES, DIPSADIDAE)

  • Data: 21/11/2014
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  • Leptodeira é um gênero Neotropical de serpentes com nove espécies, dividido em quatro grupos morfológicos: annulata com as espécies L. annulata (L. a. annulata, L. a. ashmeadi, L. a. cussiliris, L. a. pulchriceps, L. a. rhombifera), L. bakeri, L. maculata, L. frenata (L. f. frenata, L. f. malleisi, L. f. yucatanensis), L. uribei; septentrionalis com L. septentrionalis (L. s. septentrionalis, L. s. larcorum, L. s. ornata, L. s. polysticta), L. splendida (L. s. splendida, L. s. bressoni, L. s. ephippiata); nigrofasciata com apenas a espécie L. nigrofasciata; e grupo punctata representado por L. punctata. Na última revisão taxonômica do gênero, várias espécies foram consideradas como subespécies, sendo caracterizadas principalmente com base no padrão de cor. No entanto, recentes análises moleculares não corroboraram o arranjo taxonômico proposto anteriormente. As duas espécies com distribuição geográfica mais ampla e maior número de subespécies, L. annulata e L. septentrionalis, não tiveram monofila validada. Na mais recente proposta filogenética de Leptodeira, a monofilia do complexo L. annulata/septentrionalis foi obtida a partir de caracteres moleculares, sendo recuperados dois clados geograficamente distintos: um clado Norte presente no sul da América do Norte e norte da América Central (L. s. polysticta ((L. rubricata - L. a. rhombifera) ((L. a. cussiliris - L. maculata) L. a. cussiliris))); e outro clado Sul-americano presente no sul da América Central e toda América do Sul ((L. s. ornata–L. a. annulata) (L. s. ornata (L. bakeri (L. a. ashmeadi–L. a. annulata)))). Neste trabalho, apresento uma hipótese filogenética para Leptodeira e reviso taxonomicamente o clado Sul do complexo L. annulata/septentrionalis, apresentando um novo arranjo taxonômico para o grupo. Desta forma, a presente tese está organizada em: Introdução Geral, onde foram apresentadas informações sobre taxonomia e sistemática de Leptodeira, especialmente do complexo L. annulata/septentrionalis; Capítulo 1 intitulado “Análise filogenética de Leptodeira (Serpentes, Dipsadidae)”, com o objetivo de propor uma hipótese filogenética para o gênero, com base em caracteres moleculares; e o Capítulo 2 intitulado “Taxonomia das espécies do clado Sul do complexo L. annulata/septentrionalis (Serpentes, Dipsadidae)”, que teve como objetivo caracterizar morfologicamente os clados obtidos a partir da análise molecular e propor um novo arranjo taxonômico para o grupo.

  • PAOLA CARDIAS SOARES
  • COMPORTAMENTO E DIETA DE UM GRUPO DE MACACOS–ARANHA-DA-CARA-BRANCA, Ateles marginatus (É. GEOFFROY, 1809), NO SUL DA AMAZÔNIA

  • Data: 03/10/2014
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  • A distribuição da precipitação ao longo dos meses influencia na distribuição anual dos recursos alimentares e a forma como esses recursos se encontram em um ambiente faz com que primatas adotem diferentes estratégias para ter acesso aos mesmos. Em nosso estudo, avaliamos as variações no comportamento e dieta do macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus) na RPPN do Cristalino. Os primatas foram acompanhados e dados comportamentais e de dieta coletados sistematicamente ao longo de nove meses, entre setembro de 2011 até maio de 2012, pelo método de varredura instantânea. A variação em relação ao orçamento de atividades, uso do espaço e dieta foi analisada para três períodos caracterizados por distintas quantidades de pluviosidade (início das chuvas, pico e transição chuva seca). No pico das chuvas os primatas aparentemente maximizaram energia, locomovendo-se mais (43,8%) de modo a ter mais acesso aos frutos, que provavelmente estavam mais disponíveis no ambiente, ingerindo-os mais (96,5%) e descansando menos (18,5%). As classes de altura superiores (>20 a 30 metros) foram mais utilizadas nos períodos de chuva, tanto no início quanto no pico, pelo menos em parte como forma de se abrigarem das chuvas e a área de vida e os percursos diários foram maiores no início das chuvas. Houve predominância de fêmeas nos agrupamentos, com machos sendo bem registrados (36,2%) no início das chuvas, provavelmente para copular, atividade que teve a maioria de seus registros ocorrendo em um mês (dezembro) desse mesmo período. O tamanho dos subgrupos foi diretamente proporcional à quantidade de precipitações e subgrupos menores parecem fazer parte da estratégia para evitar a competição intraespecífica. A dieta foi majoritariamente frugívora, sendo distinta na transição da chuva para a seca, não só pela menor contribuição de frutos maduros (54,3%) como também pela contribuição de folhas novas (35,8%), quando comparado aos outros dois períodos, quando frutos maduros compuseram mais de 70% da dieta. A diversidade da dieta de frutos maduros foi concentrada em um pequeno número de espécies-chave de plantas frutíferas e os frutos costumavam ser ingeridos por inteiro, com o descarte das sementes sendo pouco comum e ocorrendo apenas para poucas espécies. As sementes ingeridas passavam intactas pelo trato digestivo dos macacos-aranha e o consumo de lagartas foi limitado a um curto espaço de tempo, constituindo fonte alternativa de proteína. Itens alternativos como madeira em decomposição e terra de túneis de cupim em meses de baixa precipitação parecem complementar a dieta ao mesmo tempo que suprem os primatas de nutrientes tais como sódio, cálcio e fósforo, pouco presentes em frutos maduros e o consumo de Eichornia sp., embora raro, sugere que essas plantas aquáticas tenham conteúdo nutricional importante na dieta desses primatas. A alta frugivoria dos macacos-aranha e sua capacidade de dispersar sementes para longe das plantas-mãe, associadas com um baixo índice de predação reforçam sua importância na regeneração das florestas e justificam sua conservação e de seus habitats. Mais estudos referentes à ecologia comportamental, dieta e conservação deste primata ameaçado de extinção se fazem necessários, no entanto, informações básicas como as coletadas em nosso estudo, são essenciais para compreendermos as estratégias adaptativas da espécie.

  • JOSE ROBERTO PEREIRA DE SOUSA
  • COMUNIDADES DE MOSCAS CALLIPHORIDAE E SARCOPHAGIDAE (DIPTERA, OESTROIDEA) NO ESTADO DO MARANHÃO: DIFERENÇAS ENTRE AS ZONAS FITOGEOGRÁFICAS E INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS E ANTRÓPICOS.
  • Data: 27/05/2014
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  • Comunidades de moscas Calliphoridae e Sarcophagidae (Diptera, Oestroidea) no estado do Maranhão: Diferenças entre as zonas fitogeográficas e influência dos fatores ambientais e antrópicos. Este estudo foi realizado nas cinco zonas fitogeográficas do estado do Maranhão, no período da estação seca (estiagem), entre agosto e outubro de 2010, abril e outubro de 2011, e maio e novembro de 2012. Coletas utilizando armadilhas específicas para dípteros saprófagos foram realizadas em 90 áreas, sendo 45 preservadas e 45 antropizadas, distribuídas entre as zonas fitogeográficas, sendo três delas mais heterogêneas quanto ao grau de complexidade da vegetação (Cerrado, Mata de cocais, Floresta Amazônica) e duas mais homogêneas (Campos de baixada e Manguezal). As hipóteses testadas foram: 1) as diferenças em termos de heterogeneidade ambiental entre as zonas fitogeográficas influenciam os padrões de composição, riqueza e abundância de dípteros califorídeos e sarcofagídeos; 2) esses padrões são afetados pela alteração antrópica nas zonas fitogeográficas; e 3) os padrões de abundância e riqueza desses táxons são influenciados pelos fatores ambientais (abióticos e bióticos) nas zonas fitogeográficas. Foram coletados 15.304 califorídeos, distribuídos em três subfamílias, sete gêneros e 13 espécies; sendo quatro delas Comuns (31%), seis Intermediárias (46%) e três Raras (23%). Da família Sarcophagidae, foi coletado um total de 10.772 espécimes, todos pertencentes à subfamília Sarcophaginae, distribuídos em 15 gêneros, 11 subgêneros e 52 espécies, sendo cinco Comuns (10%), 13 Intermediárias (25%) e 34 Raras (65%). As comunidades de califorídeos e sarcofagídeos apresentaram maior riqueza de espécies nas zonas com maior complexidade estrutural da vegetação (exceto Sarcophagidae na zona Floresta Amazônica). Quanto à composição, as comunidades de califorídeos e sarcofagídeos foram distribuídas evidenciando o gradiente da estrutura da vegetação (das zonas mais heterogêneas para as mais homogêneas), sendo que apenas para os sarcofagídeos houve a separação da Floresta Amazônica das demais zonas. Os padrões de abundância das espécies de califorídeos, Lucilia eximia, Chloroprocta. idioidea, Chrysomya megacephala e C. albiceps, e de sarcofagídeos, Peckia. (Sarcodexia). lambens, Oxysarcodexia intona, P. (Peckia) chrysostoma e Trichaea (Sarcophagula) occidua diferiram entre as diferentes zonas fitogeográficas, sendo estas espécies, as que mais contribuíram para dissimilaridade entre as zonas. A alteração antrópica causou a diminuição da riqueza de espécies de califorídeos nas zonas Mata de cocais e Campos de baixada, e aumentou a riqueza de sarcofagídeos na Floresta Amazônica. A antropização afetou a composição das espécies de califorídeos em quatro zonas fitogeográficas, sendo o Cerrado a única exceção. Em relação aos sarcofagídeos, à composição das espécies foi afetada pela antropização apenas na Floresta Amazônica. Os padrões de abundância das espécies de calíforideos, C. idioidea, C. megacephala, L. eximia e C. albiceps, e de sarcofagídeos, T. S. occidua; P. S. lambens, O. intona e P. P. chrysostoma, diferiram entre os ambientes das zonas fitogeográficas, sendo estas espécies as que mais contribuíram para a dissimilaridade entre os ambientes preservados e antrópicos. Quanto aos fatores ambientais, a profundidade de serapilheira influenciou positivamente a riqueza de espécies de califorídeos; e a densidade de árvores ou arbustos, altura de vegetação e temperatura influenciaram negativamente a riqueza de sarcofagídeos. Os padrões de abundância das espécies L. eximia, C. idioidea, H. semidiaphana e M. bicolor foram influenciados positivamente pela profundidade de serapilheira e a altura de vegetação, enquanto os das espécies C. albiceps e C. macellaria foram influenciados positivamente pela abertura de dossel. Já para as espécies de Sarcophagidae, a abertura de dossel influenciou positivamente P. S. lambens e T. S. occidua. A altura da vegetação e densidade de árvores ou arbustos, influenciaram positivamente as espécies P. E. collusor e O. intona. Dessa forma, demonstrou-se que a composição e os padrões de riqueza e abundância de algumas espécies dessas famílias são influenciados pela heterogeneidade ambiental. Porém, as alterações antrópicas nas zonas fitogeográficas podem afetar estes parâmetros e causar efeitos diferentes nestes táxons quanto à riqueza ou seja, aumento em sarcofagídeos e diminuição em califorídeos; como também aumento da abundância das espécies associadas com ambientes alterados. Além disso, a riqueza e a abundância sofre influência de fatores ambientais, principalmente os relacionados com a estrutura da vegetação. Essas diferentes respostas sugerem a possibilidade da utilização destes táxons para detecção de alteração antrópica nos ambientes e também para o monitoramento de áreas conservadas.
  • CARLOS EDUARDO BUSTAMANTE PORTES
  • SISTEMÁTICA, FILOGENIA E BIOGEGRAFIA DO GÊNERO CAMPYLORHAMPHUS (AVES: DENDROCOLAPTIDAE)

  • Data: 02/05/2014
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  • O gênero Campylorhamphus é distribuído do sul da América Central ao norte da
    Argentina, compreendendo toda a região Neotropical. Historicamente, o numero de
    espécies e subespécies reconhecidas neste gênero tem sido controverso. Para entender a
    diversificação histórica e abordar questões não resolvidas das relações filogenéticas e
    taxonômicas, nós produzimos diversas filogenias, testamos limites inter-específicos, e
    reconstruimos relações de áreas ancestrais através de dados genéticos de três genes
    mitocondriais (Cytb, ND2 e ND3) e dois genes nucleares (β-fibint5 e MUSK). Dezessete
    linhagens bem apoiadas de Campylorhamphus agrupam-se em pelo menos cinco
    grandes clados. Nossos resultados também mostrou que C. trochilirostris é parafilético
    com pelo menos seis táxons em nível de espécies, agrupados em três clados não
    relacionados, e que C. pusillus compreende duas linhagens em nível de espécie
    separadas pelos Andes. Além disso, a separação de C. procurvoides em seis espécies em
    nível de espécie proposto recentemente é corroborado aqui pelos dados multilocus.
    Reconstrução de área ancestral e árvore de espécies com base em dados multilocus
    suportou que a diversificação inicial de Campylorhamphus iniciou-se na Floresta
    Atlântica e em ambos os lados dos Andes durante o Plioceno, seguido por vários
    eventos de separacao durante o Plesitoceno na Amazônia, com relativamente mais
    recente presença no oeste da América Central do Istmmo do Panamá, bem como nos
    ambientes seco da América do Sul central.

  • HUGO CARDOSO DE MOURA COSTA
  • "MOVIMENTOS SAZONAIS DE VERTEBRADOS TERRESTRES ENTRE FLORESTAS PERIODICAMENTE ALAGADAS E DE TERRA FIRME"

  • Data: 30/04/2014
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  • 1. Por serem estruturalmente diferentes, várzeas, igapós e florestas de terra firme constituem um mosaico espaço-temporal de disponibilidade de recursos que resulta em movimentos sazonais em larga escala de vertebrados terrestres entre estas formações florestais.
    2. Apesar destes movimentos laterais de vertebrados terrestres entre adjacentes formações florestais distintas que possuem picos de disponibilidade de recursos complementares fornecerem importantes informações a cerca da dinâmica ecológica e da conservação deste grupo de espécies, este fenômeno ainda é pouco compreendido.
    3. Nós testamos a hipótese da movimentação sazonal de vertebrados terrestres entre duas formações florestais adjacentes em duas unidades de conservação contíguas de uso sustentável na Amazônia ocidental, investigando os efeitos de variáveis ambientais sobre as taxas de captura de toda a comunidade e sobre quatro guildas tróficas.
    4. A riqueza de espécies foi maior nos ambientes de terra firme durante o pulso de inundação do que nos ambientes de terra firme durante a estação seca que por sua vez, foram mais ricos do que os ambientes de várzea. As amostras agrupadas pelo tipo de habitat e pela estação do ano foi o fator mais importante para explicar a variação na taxa total de captura. Isto foi confirmado pela variação das taxa de captura para os granívoros e também para os insetívoros. Quando comparamos as amostras de terra firme ativas durante as duas estações, a taxa de captura é maior durante o pulso de inundação.
    5. Nossos resultados evidenciam que a conservação em longo prazo de grandes vertebrados terrestres requerem grandes e bem conectadas unidades de conservação sejam elas de uso sustentável ou de preservação permanente desde que englobem diferentes formações florestais adjacentes e que permitam a movimentação lateral em larga escala das espécies.

  • NARGILA GOMES DE MOURA
  • "Biodiversidade de aves em múltiplas paisagens na Amazônia brasileira"
  • Data: 30/04/2014
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  • Cobrindo aproximadamente 5.500 km², a Amazônia é o maior remanescente de floresta tropical do planeta. A região representa uma prioridade global para conservação por estar estar sujeita às maiores taxas absolutas de perda e degradação das florestas no mundo, colocando em risco a sua rica biodiversidade e importantes serviços ecossistêmicos. Apesar da quantidade de trabalhos buscando entender quais os impactos das mudanças de uso da terra sobre a biodiversidade ser crescente, muitos estudos ainda são limitados pela escala, quantidade de amostragem e a quantidade de habitats amostrados. Destarte, os objetivos dessa tese foram: 1) Avaliar a perda de espécies de aves ao longo de um gradiente de impacto antrópico (que variou desde floresta primária, floresta secundária, silvicultura, pastegem, agricultura familiar e agricultura mecanizada) em duas diferentes regiões da Amazônia brasileira (Paragominas e Santarém) na tentativa de esclarecer os efeitos da heterogeneidade da paisagem, dos diferentes usos da terra na região e histórico de ocupação e deste modo estimar o valor da conservação; 2) investigar os padrões de ocupação de diferentes espécies e se esses padrões são influenciados por fatores locais, regionais e históricos nos municípios de Paragominas e Santarém; 3) buscar evidência para extinção histórica da avifauna de florestas de terra firme em uma fronteira de desmatamento antiga (a Região Metropolitana de Belém), e comparar com os padrões de ocupação de uma área que possui impactos mais recentes (Paragominas). Em Paragominas e Santarém foram selecionadas 18 microbacias aleatoriamente com 8 a 12 transectos onde foram feito pontos de escuta, amostragem da vegetação e solo. Os resultados mais importantes mostraram que 1) as florestas primárias apresentaram maior riqueza de espécies florestais, ao contrário das áreas agrícolas, que além da baixa riqueza, também apresentaram uma comunidade diferente; 2) a riqueza nas florestas primárias intactas foi estatisticamente semelhante àquela das florestas que sofreram apenas corte seletivo; 3) a estrutura da comunidade foi, diferente entre todas as classes de floresta primária; 4) as florestas secundárias apresentaram riqueza e estrutura de comunidade intermediária, porém ainda estatisticamente diferentes as florestas primárias; 5) a partição aditiva revelou que a composição de espécies variou mais entre os transectos de floresta intacta, diminuindo de maneira constante em transectos com o aumento da degradação florestal e intensidade do uso da terra; 6) as espécies (florestais), focais ( declinaram ao longo do gradiente e foram raras nas áreas de florestas secundárias e em geral ausentes nas áreas agrícola, respondendo idiosincraticamente às diferentes variáveis ambientais; e 7) na região metropolitana de Belém, 47 espécies (14% das espécies da região) estão provavelmente extintas sendo a perda de habitat, degradação florestal, caça e tráfico de animais silvestres os principais fatores resposáveis. Muitas dessas espécies que desapareceram nos arredores de Belém, também são raras ou já estão extintas em Paragominas. Todavia, a conservação de grandes extensões de floresta continua sendo o fator mais importante para a conservação das espécies importantes do ponto de vista conservacionista. Não menos importante, para diminuir a pressão de ocupação sobre áreas florestais, a intensificação do uso nas áreas já defaunadas pode proteger os remanescentes da degradação, além de ser o melhor caminho para equilibrar o desenvolvimento e as metas de conservação
  • SOFIA LINS LEAL XAVIER DE CAMARGO
  • "Descrição e comparação morfológica das terminálias femininas de Peckia Robineau-Desvoidy, 1830 
    (Diptera, Sarcophagidae) da Amazônia Brasileira"

  • Data: 03/04/2014
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  • Descrições e notas taxonômicas comparativas das terminalias femininas de 15
    espécies de Peckia Robienau-Desvoidy, 1830 (Diptera, Sarcophagidae) da Amazônia Brasileira.
    Para contribuir com a caracterização e também possibilitar a identificação específica das fêmeas
    do gênero Peckia, as terminálias de 15 espécies com ocorrência na Amazônia Brasileira são
    descritas, ilustradas e uma chave de identificação para fêmeas é fornecida. Além da cor da gena e
    presença de sétulas da gena e caliptra, o formato das espermatecas e do tergito 6 também podem
    ser utilizados caracterização dos cinco subgêneros de Peckia. Os esternitos 6, 7 e 8, a posição do
    espiráculo 6 e a polinosidade do tergito 6 revelaram-se importantes para identificação das
    espécies. O tergito 8 está presente apenas na espécie Peckia (Pattonella) intermutans (Walker,
    1861). O formato da placa vaginal, estrutura presente em apenas quatro espécies do subgênero
    Peckia, difere entre elas e pode ser utilizado para identificação específica. Portanto, uma análise
    conjunta destas características da terminália feminina é necessária para identificação específica de
    fêmeas de Peckia.

  • ALEXANDRE FELIPE RAIMUNDO MISSASSI
  • "Variação morfológica de Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758)(Serpentes, Dipsadidae) na América do Sul, com a descrição de duas novas espécies"

  • Data: 31/03/2014
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  • Imantodes compreende um grupo de serpentes primariamente arborícolas, com ampla distribuição
    Neotropical, agrupando sete espécies nominais com grande variação cromática, sendo I. cenchoa a
    que apresenta a maior distribuição (sul do México ao norte da Argentina). A necessidade de
    estudos enfocando a variação morfológica de I. cenchoa na América do Sul foi sugerida por
    alguns autores, que levantaram a provável existência de mais de um táxon distinguível. Estudos
    com base molecular apresentaram resultados divergentes quanto à diversidade genética de I.
    cenchoa. Assumindo que a diferenciação genética pode refletir a variação morfológica, a
    proposição de barreiras impedindo o fluxo gênico de I. cenchoa pode ser testada mediante um
    estudo criterioso de variação morfológica das populações sul-americanas, abordando e verificando
    os padrões populacionais e a forma de estruturação destes padrões. Para isto, este trabalho foi
    organizado em três seções: Introdução Geral, capítulos 1 e 2. Na Introdução Geral apresentamos
    informação sobre polimorfismo cromático em Imantodini e um breve histórico taxonômico de
    Imantodes cenchoa. No capítulo 1 abordamos a variação morfológica externa e interna das
    populações de I. cenchoa (folidose, morfometria linear e geométrica, coloração e padrão de
    manchas e hemipênis), dentro e entre as diferentes fitofisionomias do Brasil, comparando-a as
    demais populações da América do Sul, e descrevemos uma nova espécie para a Mata Atlântica.
    No capítulo 2, a partir da análise comparativa do material de Imantodes da Colômbia,
    descrevemos uma nova espécie de Imantodes para a Cordilheira Oriental da Colômbia.

  • GERALDO RODRIGUES DE LIMA FILHO
  • Filogeografia de Gonatodes humeralis (Reptilia: Sphaerodactylidae) no
    baixo curso dos rios Amazonas e Tocantins

  • Data: 31/03/2014
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  • A evolução da floresta Amazônica ocorreu de forma complexa, onde vários fatores, tanto
    históricos quanto ecológicos atuaram durante períodos de tempo distintos e em diversos
    organismos. Para entendermos a evolução da Amazônia como um todo precisamos avaliar
    cenários históricos em escalas geográficas e períodos de tempo específicos. Três eventos
    vicariantes podem ter ocorrido na região oriental amazônica desde o Plioceno até o Holoceno.
    Espera-se que tais eventos tenham influenciado na atual estrutura filogeográfica das espécies
    que habitam a região. Neste estudo, a espécie Gonatodes humeralis foi utilizada para testar o
    cenário geológico buscando entender os processos evolutivos recentes que atuaram sobre as
    populações dessa área utilizando os marcadores mitocondriais Citocromo b e 16S. Ao todo,
    209 amostras de tecido foram utilizadas abrangendo a região amazônica oriental. Análises de
    Máxima Verossimilhança e Inferência Bayesiana, métodos de agrupamentos bayesianos e
    análises de genética populacional foram realizados buscando identificar a relação entre as
    áreas amostradas. Os resultados mostram uma estrutura filogeográfica característica de uma
    espécie com baixa capacidade de dispersão. Alguns pontos foram concordantes com a história
    geológica da região. Um grupo distinto situado na região nordeste do Pará foi identificado e a
    divergência entre as suas três populações parece ter sido influenciada pelas oscilações do
    nível do mar durante o Mioceno e/ou Plioceno. Estudos adicionais utilizando marcadores
    nucleares são necessários para tentar recuperar as relações entre as diversas áreas.

  • PABLO VIEIRA CERQUEIRA
  • "Relações filogenéticas, limites inter-específicos e histórico de diversificação em Turdus ignobilis (Aves: Turdidae)"

  • Data: 31/03/2014
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  • Turdus ignobilis é uma espécie de sabiá com ampla distribuição pela Amazônia, habitando desde as várzeas centro-orientais, campinas e as terras altas (Andes e Tepuis). Atualmente abrange cinco subespécies reconhecidas (T. i. ignobilis, T. i. goodfellowi, T. i. murinus, T. i. arthuri e T. i. debilis), mais uma subespécie que nunca foi citada após sua descrição (T. i. cururuensis). Estes táxons nunca tiveram sua validade, limites interespecíficos e história evolutiva investigadas. Neste estudo utilizamos dados moleculares e caracteres de plumagem para revisar a taxonomia e propor uma hipótese filogenética para as seis subespécies descritas de T. ignobilis. Nossos resultados baseados tanto em genes mitocondriais (ND2) como nas análises multilocus (ND2, COI, TGFB2 e G3PDH) mostraram com alto apoio estatístico a polifilia de Turdus ignobilis como é delimitada atualmente. Desta forma, propomos com base nos resultados obtidos neste trabalho um novo tratamento taxonômico, que reconhece três espécies diagnosticáveis por dados moleculares e caracteres de plumagem ao invés de uma espécie politípica polifilética reunindo todos os táxons historicamente tratados dentro de Turdus ignobilis.

  • SUELEN CRISTINA DA SILVA CRUZ DE OLIVEIRA
  • REVISÃO TAXONÔMICA DO GRUPO PALLIDUS DO GÊNERO ZETHUS FABRICIUS, 1804 (HYMENOPTERA, VESPIDAE, EUMENINAE)

  • Data: 31/03/2014
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  • Zethus é o maior gênero dentre os Eumeninae. O gênero é reconhecido por possuir o
    metassoma bipeciolado; valva propodeal alongada e retangular; orifício propodeal
    estreitamente agudo na região dorsal; palpo maxilar normalmente com seis palpomeros,
    às vezes, com três a cinco; nos machos, a antena pode ser enrolada ou em forma de
    gancho; tíbia média com um ou dois esporões apicais; tégula de dimensão moderada,
    não atingindo muito além da borda anterior do escutelo. Atualmente, o gênero Zethus é
    dividido em quatro subgêneros: Zethus Fabricius, Zethusculus de Saussure, Zethoides
    Fox e Madecazethus Giordani Soika. Os três primeiros ocorrem na região Neotropical, e
    algumas espécies também ocorrem nas regiões Afrotropical e Indo-Malaia e o último é
    endêmico de Madagascar. Dentre os 19 grupos de espécies do subgênero Zethus
    (Zethus) o grupo pallidus é o segundo maior, com treze espécies e é o que possui maior
    representatividade na Amazônia. O grupo é revisado aqui totalizando 15 espécies,
    incluindo duas espécies novas. São fornecidas neste trabalho uma chave de
    identificação, descrições completas para a maioria das espécies, ilustrações das
    estruturas morfológicas e mapas de distribuição para as espécies. Uma avaliação sobre o
    monofiletismo do grupo de Z. pallidus também foi realizada, com resultados
    preliminares que corroboram seu monofiletismo mas que, de modo ambíguo, indicam
    possíveis relações estreitas com uma espécie do subgênero Zethoides

  • LUCIANA SILVA DE OLIVEIRA
  • ESTRUTURAÇÃO MORFOLÓGICA E GENÉTICA DAS POPULAÇÕES DE Bothrops atrox (LINNAEUS, 1758) (SERPENTES; VIPERIDAE) NA BACIA AMAZÔNICA

  • Data: 30/03/2014
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  • O complexo Bothrops atrox já foi alvo de diversos estudos moleculares e morfológicos.
    Neste complexo são consideradas seis espécies nominais: B. atrox, B. leucurus, B. moojeni,
    B. marajoensis, B. isabelae e B. colombiensis. A espécie B. atrox é a jararaca com a
    distribuição mais ampla na Amazônia, apresentando um grande polimorfirmo cromático.
    Alguns estudos com genes mitocondriais revelaram seu parafiletismo e sugeriram que
    poderia ser tratar de mais de uma linhagem evolutiva distinta. Este trabalho teve o objetivo
    de analisar a variação morfológica e genética das populações de B. atrox ao longo dos
    principais rios Amazônicos, no Brasil. Para isso foram analisados 239 espécimes de B.
    atrox e obtidas 118 sequências de Cyt b e 96 de COI de diferentes interflúvios e regiões
    amazônicas. Foram considerados caracteres morfométricos, merísticos e padrão de
    desenho e coloração. Árvores filogenéticas utilizando métodos de Máxima
    Verossimilhança e Bayesiana e a relação entre os grupos foram inferidas através de rede de
    haplótipos. Foram reconhecidos e descritos dois morfotipos para B. atrox, indicando uma
    leve tendência das fêmeas da região a oeste do rio Madeira apresentaram largura da
    cabeça, comprimento rostro-cloacal e comprimento da cauda maiores do que fêmeas das
    demais regiões analisadas. No entanto, não foi possível observar uma estruturação
    geográfica dos padrões cromáticos. Foram obtidos três clados distintos, a partir das
    análises moleculares: o primeiro clado com espécimes da margem esquerda do Rio
    Amazonas (estados do Pará, Amapá e Amazonas) e espécimes da Guiana; o segundo clado
    formado por espécimes da margem esquerda do Rio Madeira (Porto Velho, Rondônia)
    agrupados com espécimes de sua margem oposta; e o terceiro clado formado por
    espécimes da margem direita do Rio Madeira, contendo espécimes dos interflúvios
    Tapajós-Madeira, Xingu-Tapajós, Tocantins-Xingu e Leste do Tocantins, incluindo a Ilha
    do Marajó. Não foi observada correlação entre os dois padrões cromáticos evidenciados e
    os clados obtidos a partir das análises moleculares. Provavelmente estes clados
    moleculares estão relacionados a eventos geológicos que alteraram a configuração do
    cenário amazônico no Mioceno e Plioceno.

  • MEL DE OLIVEIRA DUARTE
  • ESTRUTURAÇÃO MORFOLÓGICA E GÊNICA DAS POPULAÇÕES DE
    Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) (SERPENTES, BOIDAE) AO SUL DA
    BACIA AMAZÔNICA, BRASIL

  • Data: 30/03/2014
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  • Corallus hortulanus é uma espécie conhecida por apresentar grande variação no padrão
    de coloração e desenho, além de apresentar a maior distribuição geográfica e ecológica
    dentre as serpentes Neotropicais. O objetivo deste trabalho foi determinar a variação
    morfológica nos padrões de cor e desenho, verificar se estes padrões estão relacionados
    à presença dos rios amazônicos, verificar o grau de estruturação genética entre as
    populações de C. hortulanus ao longo de sua distribuição e verificar se os principais
    interflúvios ao sul da bacia amazônica representam populações geneticamente
    estruturadas. Foram analisados as cores e desenhos de 125 espécimes e geradas 103
    sequências de Citb e 38 de COI. Um total de seis morfotipos foram descritos para as
    populações ao sul do Rio Amazonas. Verificou-se que os rios ao sul do Rio Amazonas
    apresentaram um padrão misto, onde Tocantins, Xingu e Madeira não influenciaram na
    estruturação genética, enquanto que os rios Purus e Tapajós se apresentaram como
    barreira geográfica para as populações de C. hortulanus, sendo que apenas em um caso
    a estruturação é encontrada em todas as análises (Purus).

  • PAULA CRISTINA RODRIGUES DE ALMEIDA MAUES
  • "EFEITO DA MONOCULTURA DE PALMEIRA DE DENDE; (Elaeis guineensis Jacquin 1763) SOBRE A DIVERSIDADE FUNCIONAL DE MAMIFEROS TERRESTRES"
  • Data: 12/03/2014
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  • Estudamos o efeito da monocultura de palma de dendê sobre a diversidade funcional de mamíferos terrestres numa região de Floresta Amazônica no nordeste do Estado do Pará, Brasil. Avaliamos através de medidas de Diversidade Funcional (FD) os impactos que esta monocultura pode ter sobre os grupos funcionais de mamíferos terrestres de médio e grande porte. Além da riqueza de espécies consideramos a abundância de espécies nas análises envolvendo a funcionalidade, através da Análise de Traços Biológicos (BTA) e da Análise de diversidade funcional baseada no índice de entropia quadrática de Rao (FDq). Não foi observado efeito da monocultura de palma de dendê sobre a FD dos mamíferos, considerando somente a riqueza de espécies. Entretanto nas análises onde a abundância das espécies foi considerada (FDq e BTA), foi possível observar os efeitos sobre os grupos funcionais. Os traços funcionais mais afetados pelo efeito foram, hábito alimentar generalista, dentição bunodonte, período de atividade diurno, dieta baseada em frutos, sementes, invertebrados e exsudato, comportamento social em grupos pequenos, locomoção arborícola, estratos florestais sub-bosque e sub-dossel.observado efeito da monocultura de palma de dendê sobre a FD dos mamíferos, considerando somente a riqueza de espécies. Entretanto nas análises onde a abundância das espécies foi considerada (FDq e BTA), foi possível observar os efeitos sobre os grupos funcionais. Os traços funcionais mais afetados pelo efeito foram, hábito alimentar generalista, dentição bunodonte, período de atividade diurno, dieta baseada em frutos, sementes, invertebrados e exsudato, comportamento social em grupos pequenos, locomoção arborícola, estratos florestais sub-bosque e sub-dossel.
  • LAURA TAVARES MIGLIO
  • "REVISÃO TAXONÔMICA DO GÊNERO ACTINOPUS PERTY, 1833, COM A DESCRIÇÃO DE QUATRO ESPÉCIES NOVAS DE MISSULENA WALCKENAER, 1805 (ARANEAE,  MYGALOMORPHAE, ACTINOPODIDAE)"
  • Data: 06/03/2014
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  • A família Actinopodidae Simon, 1892 possui atualmente 42 espécies pertencentes a três gêneros (Platnick 2014). Actinopodidae atinge sua maior diversidade de espécies na região Neotropical, mas um número significativo de espécies ocorre também na região Australiana. Esta família inclui 42 espécies, distribuídas nos gêneros Missulena Walckenaer, 1805, Actinopus Perty, 1833 e Plesiolena Goloboff & Platnick, 1987. Missulena apresenta uma distribuição geográfica que se estende do leste (Estado de New South Wales) ao sul da Austrália, com uma ocorrência no Chile (Missulena tussulena Goloboff, 1994). Plesiolena é monotípico e se encontra distribuído somente no Chile (Platnick 2014). Actinopus está distribuído do Panamá até a Argentina e comporta 27 espécies descritas, 15 das quais ocorrem no Brasil. Actinopodidae é um grupo facilmente reconhecido pela combinação dos seguintes caracteres: São caranguejeiras de porte pequeno à médio; apresentam 3 unhas tarsais e não possuem tufos sub‐ungueais; 8 olhos; presença de rastelo; quatro fiandeiras, sendo duas fiandeiras laterais posteriores e duas fiandeiras médias posteriores; fóvea fortemente procurva; enditos curtos e quadrangulares; lábio alongado; e garras da quelícera diagonais (Joqué & Dippenaar‐Schoeman 2007).
  • ARIADNE MENDONÇA MAIA
  • "SINOPSE DO GRUPO SALINA DO GÊNERO RHAGOVELIA (INSECTA:HEMIPTERA: VELIIDAE), COM DESCRIÇÃO DE NOVA ESPÉCIE E CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO³"

  • Data: 28/02/2014
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  • Insetos aquáticos são aqueles que vivem pelo menos um estágio do ciclo de vida
    em corpos d’água, sendo eles a maior parte da comunidade nos sistemas dulcícolas
    (RIBEIRO & UIEDA 2005). Existe uma diversidade menor, porém considerável de
    espéciesque vivem sob influência do mar. Não há registro de insetos que vivam
    permanentemente submersos emágua marinha, entretanto há aqueles que possuem uma
    associação direta com este ambiente em todas as fases de seu ciclo de vida (CHENG
    1976).
    Apesar de pouco comuns, os estudos envolvendo insetos marinhos tem sido
    feitos de forma regular ao redor do mundo (ex: BARBER 1914; USINGER 1957;
    POLHEMUS 1969; CHENG 1985; TSOUKATOU et al. 2001; PADILLA-GIL 2010).Tais insetos
    fazem parte dasordens Collembola, Thysanura, Hemiptera, Trichoptera, Diptera e
    Coleoptera (CHENG 1976) ecomomeio de sobreviver em áreas sob influênciade água
    salgada, muitos deles vivem enterrados.Entretanto, há algumas espécies que habitam a
    superfície da água(CHENG 1976)

  • DIOGO HENRIQUE ARAUJO GARCIA
  • "Influência da distância geográfica sobre a assembleia de camarões (Crustacea: Decapoda) de igarapés de Caxiuanã-PA"
  • Data: 28/02/2014
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  • A teoria Neutra sugere que as comunidades naturais são estruturadas por configuração espacial ao invés das condições ambientais. Em Caxiuanã, nordeste da Amazônia, os igarapés são represados pelo volume d’água da baía, definindo-os como ambientes lênticos, com menores velocidades de fluxo. Várias características dos riachos são afetadas por essas variações de corrente, tendendo a uma homogeneização dos aspectos abióticos. O objetivo foi de testar a influência dos fatores abióticos e da distância geográfica na comunidade de camarões de riachos amazônicos na estação seca. Um total de 27 igarapés foram amostrados com 10 variáveis abióticas mensuradas, representando os efeitos ambientais do estudo. Filtros gerados das coordenadas geográficas representaram a matriz espacial para análise de distância. O teste de Mantel parcial foi utilizado para testar a correlação entre espaço e ambiente. 14 espécies foram identificadas em um total de 18.506 indivíduos. A variação dos fatores abióticos não foi significante para influenciar a assembleia de camarões. Os resultados mostraram que essas estão organizadas com base na distância física entre os igarapés, reforçando a ideia da teoria neutra. É provável que estudos futuros na estação chuvosa da região confirmem a configuração espacial baseado em distância já que nesse período os corpos d’água estão misturados.
  • CLEONICE MARIA CARDOSO LOBATO
  • "ECOLOGIA TRÓFICA E ANÁLISE DE CRESCIMENTO Colomesus psittacus (TETRAODONTIDAE: TETRAODONTIFORMES) ZONA COSTEIRA AMAZÔNICA"
  • Data: 27/02/2014
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  • A vida dos peixes nas zonas estuarinas sofre influência de diversos fatores ambientais, dentre os quais pode se destacar a variação da maré e a flutuação espacial e sazonal da salinidade. Estes fatores afetam o metabolismo dos peixes e comportamento de forrageio, dieta, reprodução e padrão de crescimento. Na zona costeira amazônica, caracterizada pelo fenômeno das macromarés e pela forte inversão entre salinidade e precipitação, o baiacu Colomesus psittacus é uma das espécies com maior densidade nos manguezais neotropicais durante todo o ano, estando sujeito à todas as flutuações de salinidade e de ciclo de marés que este ambiente oferece. Esta dissertação aborda, em dois capítulos, a dieta e o crescimento do baiacu C. psittacus na Zona Costeira Amazônica, visando variação das marés e da salinidade na área. É composta de dois capítulos, correspondentes a dois artigos que foram pré-formatados de acordo com normas de publicações de determinadas revistas científicas. No primeiro artigo “Influência da maré e da salinidade sobre a dieta do baiacu C. psittacus (Tetraodontidae: Tetraodontiformes) na Zona Costeira Amazônica” buscou-se responder as seguintes perguntas: (i) Qual a influência da variação das marés na alimentação do C. psittacus na zona costeira Amazônica? E (ii) Qual a influência da variação sazonal e espacial da salinidade na alimentação do C. psittacus na zona costeira Amazônica? O segundo artigo “Relação peso-comprimento e L50 do baiacu C. psittacus (Tetraodontidae: Tetraodontiformes) na Zona Costeira Amazônica” descreve-se o coeficiente de crescimento e o tamanho da primeira maturação sexual do baiacu C. psittacus para a Zona Costeira Amazônica, comparando o crescimento da espécie em três locais ao longo desta (Ilha de Mosqueiro, Ilha de Algodoal-Maiandeua e Bragança) e buscando responder se (i) o baiacu C. psittacus apresenta diferentes padrões de crescimento ao longo da ZCA ou em função do sexo?
  • RODRIGO BAIA CASTRO
  • Consistência e uso das informações sobre ameaça no processo
    participativo de indicação de áreas prioritárias para a conservação da
    Amazônia.

  • Data: 27/02/2014
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  • Apesar dos avanços acadêmicos, o planejamento para a conservação tem
    falhado na execução de ações que priorizem a preservação da biodiversidade. Novas
    estratégias têm sido propostas para o aumento da efetividade de planos de
    conservação, entre as quais a realização de processos decisórios com ampla
    participação, que facilitariam a aceitação social das ações. Este artigo avalia como as
    informações a respeito das ameaças foram utilizadas no processo de tomada de decisão
    para a indicação das áreas prioritárias para a conservação da Amazônia, no processo
    coordenado pelo Governo Brasileiro em 2006. Primeiro foi verificada a consistência
    das informações sobre ameaças atribuídas às novas áreas indicadas, para depois avaliar
    se a existência, níveis e tipos de ameaças definidos pelos participantes influenciaram
    na indicação de áreas para conservação. Os resultados indicam que houve alguns
    acertos no reconhecimento das ameaças, mas também algumas incoerências,
    principalmente nos níveis atribuídos e para os tipos de ameaças de menor intensidade,
    como a pesca. O processo decisório também não foi muito coerente no aproveitamento
    destas informações para a indicação de áreas para a conservação. A inexistência de
    informações sobre as motivações dessas incoerências deixam dúvida quanto à
    presença do oportunismo político, mas apontam que no processo participativo deve ser
    alocado um maior esforço para aliar o processo participativo aos sistemas de suporte à
    decisão, de forma a gerar uma ordem de prioridades mais quantitativa e menos
    dependente da seleção individual dos participantes, de forma a refletir mais
    diretamente às reais urgências de implantação

  • JACQUELINE DE OLIVEIRA VIEIRA
  • "DIFERENÇAS ALIMENTARES EM POPULAÇÕES DE BOTO-CINZA Sotalia guianensis (VAN BENÉDÉN, 1864) (CETACEA, DELPHINIDAE) NAS COSTAS NORTE E NORDESTE BRASILEIRA"

  • Orientador : LUCIANO FOGACA DE ASSIS MONTAG
  • Data: 27/02/2014
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  • A dieta de um predador marinho é considerada um reflexo da combinação dos recursos disponíveis e estratégias de forrageamento, e estão relacionadas com os padrões espaço temporais de produtividade dos ambientes aquáticos. Os mamíferos marinhos estão sujeitos às variações ambientais e fatores demográficos. O boto-cinza Sotalia guianensis, mamífero marinho de ampla distribuição, ocorre em diferentes ambientes, apresenta hábito alimentar guiado pela disponibilidade dos recursos e com isso passa a sofrer influencia de fatores ambientais distintos. Esse trabalho teve como objetivo analisar a composição da dieta de populações de boto-cinza residentes na Costa Norte e Nordeste brasileira. As coletas ocorreram entre os anos de 2008 e 2010 no Delta do Parnaíba (região Nordeste) e entre 2007 e 2013 no Salgado Paraense e Baía do Marajó (região Norte), nessas áreas foram analisados respectivamente oito, dez e sete conteúdos estomacais. As análises mostraram que a composição da dieta das três populações foi predominantemente piscívora, com consumo de poucos cefalópodes no Delta e registro de consumo de crustáceo no Marajó. A abundância e riqueza de espécies não variaram entre as populações, entretanto quando analisada a importância das espécies identificadas, verificamos que entre os estágios de maturidade de cada população houve diferenças quanto à espécie de maior importância para a dieta, principalmente entre os indivíduos imaturos das áreas. No Delta Chloroscombrus chrysurus, no Salgado Lycengraulis grossidens e no Marajó Macrodon ancylodon foram as espécies de maior importância para imaturos. No Delta e no Salgado M. ancylodon foi a mais importante para maduros, enquanto no Marajó Gobiodes broussonnetii foi a mais importante para botos-cinza nesse estágio de maturidade, sendo esta a primeira vez que o consumo desta espécie é registrado. Com relação ao ambiente das presas verificamos que não houve diferenças no consumo, peixes de ambiente estuarino/marinho foram as mais representativas na composição da dieta, seguido de fluvial/mariho/estuarino e marinho entre as populações, apenas no Marajó houve consumo de espécie tipicamente fluvial, o que pode estar associado aos menores valores de salinidade da área em virtude da proximidade com a foz do Amazonas e maiores índices de precipitação. Nesse contexto acreditamos que estudos regionais sobre composição da dieta de boto-cinza são importantes para compreendermos como e quanto o ambiente pode atuar sobre a composição da dieta desses mamíferos.

  • ERIKA LARISSA SOUZA DA COSTA
  • REVISÃO TAXONÔMICA DO GÊNERO SCOPOCIRA SIMON, 1900 (ARANEAE: SALTICIDAE)
  • Data: 18/02/2014
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  • O gênero Scopocira Simon, 1900 foi revisado e seis espécies válidas foram redescritas:S. carinata Crane, 1945, S. dentichelis Simon, 1900, S. fuscimana (Mello-Leitão, 1941), S. histrio Simon, 1900, S. melanops (Taczanowski, 1871) and S. tenella Simon, 1900. Duas espécies foram sinonimizadas: S. vivida (Peckham & Peckham, 1901) = S. histrio Simon, 1900 syn. nov.; S. panamena Chamberlin & Ivie, 1936 = S. dentichelis Simon, 1900 syn. nov. Machos de S. fuscimana (Mello-Leitão, 1941) and S. melanops (Taczanowski, 1871) foram descritos e ilustrados pela primeira vez. Machos e fêmeas inéditos S. abaporu sp. nov., S. bicornia sp. nov., S. cepa sp. nov., S. cyrili sp. nov. e S. kunai sp. nov. e machos de S. crotalica sp. nov., S. pterodactyla sp. nov. e S. sciosciae sp. nov., todas espécies da América do Sul, foram descritos e ilustrados. O número atualizado de espécies no gênero sobe para 14 espécies. Foram feitos mapas com registros de todas as espécies. Scopocira atypica Mello-Leitão, 1922 foi considerada species inquirenda.
  • MAÍRA RODRIGUES CARDOSO
  • "EFEITO DO PLANTIO DE DENDÊ (Elaeis guineensis Jacq.) SOBRE A AVIFAUNA NA AMAZÔNIA ORIENTAL"
  • Data: 13/02/2014
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  • O plantio de palma é a atividade agrícola que mais se expande no mundo, e no Brasil essa monocultura se concentra na Amazônia Oriental. Estudos demonstram que áreas com plantio de dendê são pobres em recurso, com ambiente homogêneo e abrigam um número reduzido de espécies de aves. Nosso objetivo foi avaliar os efeitos do plantio de palma sobre a riqueza e composição de espécies de aves na Amazônia, testando quais variáveis ambientais podem explicar essa variação. No Nordeste do estado do Pará foram estabelecidas 16 parcelas, oito em cada tratamento (plantio de palma e floresta primária), sendo feito em cada parcela dez pontos de censo por raio fixo. Houve diferença na riqueza e composição de espécies. O teste IndVal demonstrou que a composição de espécies das duas áreas é distinta, sendo uma associada a ambientes florestais e outra a ambientes abertos. Os dois tratamentos também apresentaram diferenças ambientais, com a floresta apresentando um ambiente mais heterogêneo. As variáveis que explicaram a variação na riqueza foram abertura de dossel e número de palmeiras. O estudo demonstrou que o plantio de palma na Amazônia exerce efeito negativo sobre a riqueza e composição de espécies de aves, entretanto a perda registrada foi menor do que o relatado na literatura. Esse resultado pode estar relacionado ao modelo de plantio encontrado na área de estudo, demonstrando a importância dos fragmentos florestais e da vegetação ripária das APPs para minimizar os efeitos negativos desse plantio sobre a avifauna amazônica.
  • MICHELE ARAUJO
  • "ECOLOGIA ALIMENTAR DE Saimiri sciureus cassiquiarensis (LESSON,1840) (PRIMATES, CEBIDAE) EM FLORESTAS DE VÁRZEA DA AMAZÔNIA CENTRAL BRASILEIRA"

  • Data: 12/02/2014
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  • A análise de morfologia e conteúdo gastrointestinaispode fornecer informações importantes sobre a dieta de uma espécie de primata e sobre suas importantes adaptações para alimentação. O tamanho corporal e a morfologia do sistema digestivo de uma espécie de primata são também determinadas pelo tipo e qualidade da sua alimentação. O conteúdo e a morfologia de nove tratos gastrointestinais de Saimiri sciureus cassiquiarensis foram analisados neste trabalho. Os espécimes estavam armazenados em coleções mastozoológicas, e são provenientes de florestas de várzea na Amazônia Central. Todos os tratos analisados continham em seu conteúdo material de origem animal e vegetal. O peso relativo de material vegetal correspondeu a 44,6 % do total, enquanto material animal representou 36,2 %, e o peso do material não identificado representou 19,1% do conteúdo total encontrado. As ordens de artrópodes mais frequentes nos tratos gastrointestinais foram Lepidoptera, Hymenoptera, Coleoptera, Odonata e Araneae. Sementes e fragmentos de frutos de apuís/figos também estiveram presentes em todos os espécimes analisados. O peso médio de todos os indivíduos analisados foi de 512,7 g.A área média da superfície dos estômagos foi de 25, 41cm2 e o comprimento médio para o intestino foi de 92,6 cm. O coeficiente intestinal médio foi de 2,16. Apesar do coeficiente intestinal e tamanho médio do intestino indicarem uma morfologia mais adaptada à insetivoria, o conteúdo encontrado nos tratos gastrointestinais evidencia uma dieta frugívora-insetívora para S. s. cassiquiarensis.

  • ERLANE JOSÉ RODRIGUES DA CUNHA
  • "O USO DA TERRA PARA PLANTAÇÃO DE DENDÊ AFETA A BIODIVERSIDADE AQUÁTICA? UMA AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA ATIVIDADE SOBRE AS COMUNIDADES DE HETEROPTERA EM IGARAPÉS DA AMAZÔNIA"
  • Data: 12/02/2014
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  • A expansão de áreas plantadas de dendê em decorrência da demanda mundial ameaça os grandes centros de diversidade do planeta, em virtude da transformação da paisagem pelo uso da terra. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dessa atividade sobre a riqueza e composição de espécies de Heteroptera aquáticos, observando se a integridade desses sistemas é comprometida por esse cultivo. Foram coletadas espécies de Heteroptera em igarapés circundados por dois tipos de matriz (floresta nativa e plantação de dendê). Foi observado que ocorre uma perda de espécies em áreas de cultivo de dendê, além de uma diferenciação na estrutura das comunidades desses dois tratamentos. Ocorreu também um aumento da riqueza de espécies de Heteroptera e integridade do igarapé. Isso ocorre devido à homogeneização do ambiente para plantação de dendê reduzindo a quantidade de microhabitat, principalmente em virtude do aumento da sedimentação no canal e redução da vegetação ripária, mostrando a potencial ameaça a essa região explorada por essa atividade.
  • BIANCA DARSKI SILVA
  • "PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE ASSEMBLÉIAS DE AVES NAS FLORESTAS DE VÁRZEA DO RIO MADEIRA"
  • Data: 11/02/2014
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  • A variação da composição de espécies pode ser um reflexo de dois fenômenos: aninhamento, que ocorre quando a assembleia de um local pobre em número de espécies é apenas um subconjunto de uma assembleia mais rica em espécies; e a substituição de espécies, definida pela mudança de espécies entre locais decorrente de diferenças ambientais e restrições tanto espacial, como históricas. A continuidade linear das várzeas e a presença de ilhas fluviais pode facilitar dispersão das espécies, sugerindo que a distância entre os locais seria o fator mais importante para diferenciar assembleias de aves nas várzeas. O rio Madeira é considerado uma barreira para diversas espécies de aves, especialmente as de subosque, no entanto, não é esperado que aves típicas de ambientes inundáveis tenham sua distribuição limitada por rios. O objetivo deste trabalho é investigar se há variação na composição de espécies de aves nas florestas de várzea do rio Madeira, mensurar a importância do aninhamento e da substituição de espécies e a influência do ambiente e do espaço sobre o padrão encontrado. Para avaliar se o rio Madeira restringe a distribuição de aves que ocupam a várzea, testamos se há diferença na composição de espécies entre margens opostas. A amostragem de aves foi realizada nas florestas de várzea do rio Madeira, de Agosto à Setembro de 2011, pelo método de censo por Listas de 20 espécies e captura por redes de neblina. Utilizamos a análise proposta por Baselga (2010) para mensurar a importância do aninhamento e da substituição de espécies, seguida da análise de Mantel Parcial para avaliar o efeito do ambiente e do espaço sobre a variação da composição de espécies e uma análise de similaridade para testar a diferença da composição entre margens opostas. A dissimilaridade na composição de espécies de aves foi alta e a substituição de espécies foi predominante na estruturação destas assembleias. O ambiente (altitude) explicou a maior parte da variação da composição de espécies e não houve efeito do espaço, porém o ambiente se mostrou espacialmente estruturado. Em relação à composição de espécies entre margens opostas, não encontramos diferença significativa. Entretanto, encontramos diferença significativa quando testamos apenas espécies de subosque, mas o mesmo não ocorreu quando selecionamos somente espécies típicas de várzea. As florestas de várzea do rio Madeira abrigam assembleias de aves altamente distintas entre si, o que está associado à substituição de espécies que ocorre no sentido alto-baixo deste rio. A altitude parece ser uma variável importante na variação da composição das espécies. Como previsto, aves de subosque não se distribuem igualmente entre margens opostas do rio Madeira, no entanto, para as espécies típicas de várzea, não parece haver efeito deste rio como barreira, possivelmente por utilizarem ilhas fluviais para acessar ambas as margens.
2013
Descrição
  • RAFAELA FATIMA SOARES DA SILVA
  • "Comportamento e dieta de Chiropotes albinasus (I. Geoffroy & Deville,1848) - cuxiú-de-nariz-vermelho"
  • Data: 14/08/2013
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  • Os cuxiús-de-nariz-vermelho são primatas neotropicais pouco conhecidos e encontramse na Lista de Espécies Ameaçadas da IUCN na categoria “Ameaçada de Extinção”. Este estudo foi desenvolvido com um grupo desta espécie de primatas na RPPN Cristalino, MT. Foi estudado o orçamento de atividades, uso de espaço e a ecologia alimentar do grupo, através do método de “Varredura Instantânea”. O grupo foi acompanhado durante 6 meses, incluindo 2 meses na estação chuvosa e 4 meses na estação seca. As categorias comportamentais Deslocamento, Alimentação e Parado foram responsáveis por 81,17% dos registros gerais de atividades. Os animais utilizaram com maior intensidade o estrato intermediário da floresta (entre 16 e 20 metros). A dieta do grupo foi preferencialmente frugívora (82,52%), mas também se alimentaram de invertebrados. Cerca de 18 famílias botânicas foram consumidas. Sendo os taxons Arrabideae sp. e Brosimum latescens os mais comuns. Nos meses de seca houve um maior acréscimo de outros itens alimentares, como flores e invertebrados na dieta dos cuxiús. O tamanho do grupo variou entre 1 e 19 indivíduos ao longo do estudo, assim como a estrutura sexual que também variou bastante. Foi observado o cuidado parental por parte dos machos, além de interações agonísticas interespecíficas entre Ateles marginatus e Sapajus apella.
  • SIDNEI DE MELO DANTAS
  • Sistemática molecular, biogeografia e taxonomia do gênero Megascops Kaup, 1848 (Aves, Strigidae)
  • Data: 28/06/2013
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  • O gênero Megascops é o maior gênero de corujas (Strigidae) endêmico do Novo Mundo, com cerca de 20 espécies distribuídas do Canadá à Argentina, atingindo o ápice de sua diversidade nos Andes e na América Central. A diagnose dos táxons do gênero é em geral bastante difícil devido a uma grande similaridade morfológica entre a maioria dos mesmos, e ao polimorfismo presente em praticamente todas as populações. Estudos filogenéticos sobre o gênero incluíram poucos táxons e genes, e as relações de parentesco entre as espécies e subespécies de Megascops é muito pouco compreendida. Os táxons florestais amazônicos, M. watsonii watsonii e M.w. usta, separados pelo Rio Amazonas, e a espécie da Mata Atlântica M. atricapilla, por exemplo, são consideradas como proximamente relacionadas, mas estudos anteriores sugeriram que essas espécies são parapátricas em relação umas às outras. Dentro da distribuição de M.w. usta, há variações vocais geograficamente distribuídas, que sugerem a presença de espécies crípticas, e estudos mais aprofundados são necessários para que se compreenda melhor a situação taxonômica desse grupo. No presente trabalho, nós propomos uma filogenia para o gênero Megascops baseada em dados moleculares (Primeiro capítulo), e conduzimos um estudo de biogeografia e taxonomia dos táxons M. watsonii watsonii, M.w. usta e M. atricapilla baseado em dados moleculares, morfológicos e vocais (Segundo capítulo). Os dados moleculares em ambos os capítulos foram obtidos pelo sequenciamento de três genes mitocondriais (citocromo b, ND2 e CO1) e três nucleares (b-fibrinogênio 5, CHD e MUSK) para todas as amostras. Os dados moleculares foram analisados através de análises de Máxima Verossimilhança, Inferência Bayesiana e Árvore de Espécies. Análises de Relógio Molecular e de S-DIVA foram rodadas para inferir o tempo de divergência e as áreas ancestrais para todos os táxons analisados do gênero Megascops. Em todas as análises, Megascops é parafilético se incluirmos no gênero a espécie M. nudipes, que se agrupou próxima ao grupo externo, Otus flammeolus. As demais espécies se separam em três grandes clados: Um composto por M. choliba, M. koepckeae, M. albogularis, M. clarkii e M. trichopsis, um segundo composto por espécies andinas, e um terceiro com as espécies restantes. Muitos dos ramos receberam baixo apoio estatístico nas análises, o que torna a relação entre muitas espécies indeterminada, dentro dos grandes clados. As espécies M. watsonii e M. atricapilla são parafiléticas, e valores de divergência entre populações disjuntas de algumas espécies (M. vermiculatus, M.ingens, M. trichopsis) se aproximam dos de alguns pares de espécies inequívocas, sugerindo uma diversidade dentro do gênero 9 maior do que a atualmente reconhecida. A especiação dentro do gênero (excetuando-se M. nudipes) aconteceu nos últimos oito milhões de anos, e o gênero provavelmente se originou nos Andes, posteriormente colonizando as Américas. Megascops nudipes deve ser retirada do gênero Megascops. Mais estudos são necessários para avaliar a real situação taxonômica das espécies do gênero Megascops, especialmente as que apresentam subespécies, como M. vermiculatus e M. ingens. O soerguimento dos Andes pode ter desempenhado um papel extremamente importante na diversificação do gênero. Para os táxons Megascops watsonii watsonii, M.w. usta e M. atricapilla, foram sequenciados os mesmos genes, para 49 amostras de tecido muscular. Os dados foram analisados através de análises de Máxima Verossimilhança, Inferência Bayesiana, Árvore de Espécies e Relógio Molecular. Foram feitas medições morfométricas em 251 peles, e medidos parâmetros vocais de 85 gravações, cobrindo todas as regiões zoogeográficas habitadas por esses táxons. Os dados morfométricos e vocais foram analisados através de Análises de Função Discriminante, um método de diagnose de pares de espécies através de dados vocais também foi aplicado. Os dados moleculares se dividiram em seis clados bem apoiados, cuja distribuição não está de acordo com a taxonomia atual desse grupo de espécies. Um dos clados está restrito a poucos fragmentos de floresta atlântica muito pequenos e isolados, no leste do Brasil. Se reconhecido como uma espécie válida, quase certamente será o táxon em maior perigo de extinção dentro do gênero Megascops. As análises dos dados morfométricos não detectaram diferenças significativas entre os clados, e a grande variação no padrão de plumagem dentro das populações torna quase impossível fazer generalizações. Porém, alguns morfos tendem a ser mais comuns em algumas populações do que em outras. As análises vocais apontaram diferenças entre alguns dos clados, mas há uma considerável sobreposição entre alguns deles, e há variação vocal dentro de algumas populações, especialmente no clado de maior distribuição. A especiação desse grupo aconteceu durante o Pleistoceno-Plioceno, e os fatores mais importantes a definir a atual distribuição dos clados parecem ser a formação do atual sistema hídrico da Amazônia, uma posterior expansão da distribuição de algumas populações, e a separação da Amazônia e da Mata Atlântica, com uma divisão posterior dessa última pela formação do Rio São Francisco. Recomendamos a redefinição dos táxons M.w. watsonii, M.w. usta e M. atricapilla e o reconhecimento de outras três populações filogenéticas, duas das quais não possuem nome disponível.
  • REGIANE SATURNINO FERREIRA
  • REVISÃO TAXONÔMICA E ANÁLISE FILOGENÉTICA DO GÊNERO Elaver O. P.-Cambridge, 1898 (ARANEAE, CLUBIONIDAE)
  • Data: 03/06/2013
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  • Clubionidae Wagner, 1887 é uma diversa família de aranhas enteléginas com oito olhos divididos em duas fileiras e tarsos com duas unhas pareadas, presentes em zonas temperadas e tropicais do planeta. Clubionídeos são conhecidos como sac spiders, devido ao formato do refúgio que constroem usando folhas dobradas da vegetação, onde despendem a maior parte do tempo. São ativas principalmente à noite, não constroem teias para a captura de presas (Deeleman-Reinhold, 2001) e são classificadas na guilda de aerial hunters (Dias et al., 2010), que engloba aranhas que se locomovem rapidamente sobre a vegetação. As bases taxonômicas de Clubionidae, originalmente composta por oito subfamílias e 182 gêneros, foram definidas por Simon (1897, 1898), que desde o principio tratou este agrupamento como instável, prevendo que sua fragmentação seria inevitável. Os caracteres diagnósticos de Clubionidae propostos por Simon (1897) não eram compartilhados por todos os taxa incluídos e nem limitados aos mesmos. Como consequência, sete das oito subfamílias alocadas em Clubionidae foram, com exceção de Micariinae, sendo gradativamente elevadas ao status de família: Gnaphosidae, Ctenidae, Sparassidae, Selenopidae e Anyphaenidae por Petrunkevitch (1923); Liocranidae e Corinnidae por Lehtinen (1967). Micariinae foi transferida para Gnaphosidae por Reiskind (1969), ao estabelecer a subfamília Castianeirinae, atualmente em Corinnidae. Desta forma, Clubionidae ficou restrita aos membros putativamente próximos de Clubiona Latreille, 1804, gênero que abriga a espécie-tipo da família. Mesmo após estas consideráveis modificações e outros tratamentos taxonômicos, envolvendo principalmente Clubiona (ex. Dondale & Redner, 1982; Wunderlich, 2011; Mikhailov, 1995), Clubionidae strictu sensu ainda não foi estabelecida satisfatoriamente (Bosselaers & Jocqué 2002) e a sua definição como um grupo monofilético é alvo de grandes debates.
  • JOSE MOACIR FERREIRA RIBEIRO
  • PLECOPTERA (INSECTA) IMATUROS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
  • Data: 06/05/2013
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  • Este estudo apresenta pela primeira vez, uma classificação dos imaturos de Plecoptera da Amazônia brasileira baseada em exemplares coletados durante o desenvolvimento da tese e outros existentes em coleções que foram emprestados para o estudo (INPA, MZUSP, IEPA, MPEG). A classificação é baseada em caracteres morfológicos externos, tanto aqueles já utilizados por outros autores como outros acrescentados no presente estudo. Coletas recentes foram feitas nas seguintes localidades (Microbacias do rio Apeú e Peixe-Boi, Serra dos Martírios-Andorinhas, reserva Nacional de Caxiuanã, Flona do Amapá, Serra do Tepequém). As coletas de campo foram feitas com rede entomológica aquática com 0,4cm de malha, peneira de aço com 0,7cm de malha e rede de arrasto com 0,3cm de malha. Após as coletas as ninfas foram triadas em bandejas de plástico e os exemplares em avançado estádio de desenvolvimento, foram acondicionados em caixa de isopor pequena e, em seguida transportados para criação. Ninfas foram criadas até adultos para se obter a precisa relação entre estes. Descrevem-se as técnicas de criação como novos métodos em copos plásticos feitas no próprio igarapé onde foram coletadas e em tanque de fibrocimento no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi. Parâmetros físico-químicos da água foram mensurados nos locais de coleta como: temperatura, pH, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, além da caracterização ambiental quanto ao tipo de fundo, dossel, mata adjacente. O material estudado contém: ninfas de diversos instares que não foram associadas aos adultos; ninfas e exúvias que foram criadas e associadas aos adultos; adultos obtidos por coletas e através de criação de ninfas. Os imaturos foram descritos utilizando-se a terminologia de Hynes (1941), Haper & Stewart (1984), Froehlich (1984), Hamada & Couceiro (2003) e Olifiers et al., (2005). Foram descritas seis ninfas das espécies A. marlieri, A. minuta, A. manauensis, M. delicata, M. pulchra e E, froehlichi; ninfas de quatorze morfoespécies, sendo onze do gênero Anacroneuria: A. sp. n. 1, A. sp. n. 2, A. sp.JMFR1, A. sp.JMFR2, A. sp.JMFR3, A. sp.JMFR4, A. sp.JMFR5, A. sp.JMFR6, A. sp.JMFR7, A. sp.JMFR8, A. sp.JMFR9, A. sp.JMFR10, A. sp.JMFR11; dois do gênero Macrogynoplax: M. sp.JMFR1, M. sp.JMFR2 e uma do gênero Enderleina: E. sp.JMFR1. As morfoespécies certamente são espécies novas que serão descritas oportunamente após a associação com os adultos. Apresenta-se, pela primeira vez, uma chave de classificação para as espécies e morfoespécies de imaturos da Amazônia brasileira.
  • JOÃO MARCELO DA SILVA ABREU
  • "VARIAÇÃO GEOGRÁFICA EM Schizodon dissimilis (Garman,1890) E DIVERSIDADE GENÉTICA E FILOGEOGRÁFICA DO GRUPO Schizodon sensu lato (CHARACIFORMES:ANOSTOMIDAE)"
  • Data: 22/04/2013
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  • Através da análise dos espécimes de Schizodon dissimilis depositados em coleções científicas registramos a ocorrência desta espécie nas bacias dos rios Pindaré-Mearim, Itapecuru, Turiaçu e Tocantins (trecho baixo), ampliando a área de distribuição da espécie que, até o momento, estava restrita à bacia do Rio Parnaíba. As análises realizadas demonstram uma tendência a separação das populações dessas bacias, onde as populações do rio Tocantins podem ser separadas das demais populações, assim como, as populações dos rios Turiaçu e Pindaré-Mearim, podem ser consideradas próximas. Provavelmente essas caracterizações são definidas por eventos geológicos ocorridos nessas áreas ou apenas por pressão seletiva. Porém, tais resultados não podem evidenciar uma separação definitiva entre essas populações em espécies distintas.
  • EMELY LAIARA SILVA DE SIQUEIRA
  • REVISÃO DE Aceratodes Amyot & Serville 1843 (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)
  • Data: 18/04/2013
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  • Edessinae é uma das maiores e mais diversas subfamílias de Pentatomidae, sendo encontrada apenas na região Neotropical e sul dos Estados Unidos. Este fato se deve ao grande número de espécies descritas (cerca de 260) e ainda não descritas (cerca de 300). Compreende atualmente seis gêneros Edessa, Brachystethus, Peromatus, Olbia, Pantochlora e Doesburgedessa. Ao longo do tempo as espécies que não se encaixavam em nenhum destes gêneros foram sendo alocadas em Edessa, levando a uma confusão entre os limites do gênero e da subfamília. O grande número de espécies levou a uma concentração dos problemas taxonômicos e nomenclaturais de Edessinae em Edessa. Portanto, são necessários estudos taxonômicos que visem solucionar estes problemas de Edessinae e Edessa, revisando os gêneros conhecidos, reavaliando os subgêneros de Edessa, redescrevendo espécies existentes e realizando novos arranjos nomenclaturais. O presente trabalho objetivou reavaliar o status taxonômico de Aceratodes, bem como resolver problemas nomenclaturais existentes. Foram estudados 283 exemplares obtidos por empréstimos de 22 instituições, nacionais e estrangeiras. Para cada espécie são apresentadas descrições, medidas, fotografias, desenhos de estruturas com importância sistemática (processo metasternal e genitália de ambos os sexos), chave dicotômica e mapa de distribuição. Aceratodes foi elevado a gênero com base em caracteres morfológicos comuns as espécies, destes podem ser destacados: ângulo umeral não desenvolvido; placas genitais da fêmea não projetadas posteriormente; segmento abdominal VI não projetado posteriormente; hemiélitro com embólio apresentando textura, coloração e padrão de pontuação distintos do restante do cório; braços do processo metasternal achatados lateralmente e não atingindo o terço anterior do mesosterno. Aceratodes passou a ser formado por 19 espécies. Uma espécie nova da Mata Atlântica; duas originalmente descritas neste gênero: A. albomarginatus e A. marginalis; e 16 transferidas de Edessa: E. abdominalis, E. aulacosterna, E. brasiliensis, E. carnosa, E. casteneolineta, E. cerradensis, E. chapadensis, E. fulvicornis, E. luteovenulata, E. meditabunda, E. mexicana, E. ovalis, E. piperitia, E. rufodorsata e E. rufomarginata, E. sternalis. A fêmea de A. meditabundus é descrita pela primeira vez. O lectótipo de Edessa mexicana foi aqui designado. As espécies Edessa corallipes, Edessa cogitabunda e Edessa virididorsata foram sinonimizadas a A. carnosus, A. meditabundus e A. fulvicornis, respectivamente.
  • RENATA CECILIA SOARES DE LIMA
  • EFEITO DA MONOCULTURA DE PALMA DE DENDÊ (Elaeis guineensis Jacq.) SOBRE A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO-VOADORES NA AMAZÔNIA

  • Data: 15/04/2013
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  • Neste estudo foi avaliado o efeito da plantação de palma de dendê (Elaeis guineensis Jacq.) sobre a riqueza, composição e abundância da fauna de pequenos mamíferos não- voadores em áreas de Floresta Amazônica. As diferenças estruturais entre plantio de palma e floresta foram quantificadas através de parâmetros ambientais como abertura de dossel, densidade de sub-bosque e altura da serapilheira, e relacionadas aos padrões de riqueza da comunidade deste grupo da mastofauna. Ao todo foram registradas 23 espécies de pequenos mamíferos não-voadores, sendo 10 marsupiais e 13 roedores. Destas, 10 espécies foram registradas exclusivamente no hábitat de plantio de palma de dendê e 4 foram registradas somente em hábitat de floresta. A altura da serapilheira e abertura de dossel tiveram maior influência sobre o agrupamento das amostras de habitats diferentes. A plantação de palma de dendê teve efeito positivo sobre a riqueza de espécies de pequenos mamíferos, mas não afetou a abundância total das espécies. Além da formação dos “empilhamentos” nas plantações de palma de dendê, que parecem fornecer abrigo, proteção contra predadores e recursos para os pequenos mamíferos não-voadores; a disposição dos fragmentos florestais ao redor das áreas de plantio provavelmente favoreceu a ocorrência e deslocamento desta fauna através do plantio de palma.

  • ANDREZA DE LOURDES SOUZA GOMES
  • ESTRESSE OXIDATIVO DE AVES EM CLAREIRAS NATURAIS E SUBBOSQUE NA REGIÃO AMAZÔNICA
  • Data: 27/03/2013
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  • (Estresse oxidativo de aves em clareiras naturais e sub-bosque na região Amazônica). Pesquisas que forneçam informações sobre a distribuição de aves nas diferentes fases do mosaico florestal são fundamentais para compreender os processos que mantém a diversidade de arvores e arbustos nas florestas tropicais, uma vez que as clareiras naturais contribuem para a heterogeneidade estrutural e elevada disponibilidade de recursos e, podem influenciar na distribuição e abundância dos organismos. Objetivos - São três objetivos: (a) determinar e comparar a abundância e riqueza de aves frugívoras e a disponibilidade de frutos em clareiras naturais e sub-bosque; (b) verificar a associação entre a abundância das aves frugívoras e disponibilidade de frutos nos ambientes; (c) investigar as interações ecofisiológicas entre o estresse oxidativo e a distribuição dos individuos de Dixiphia pipra e Willisornis poecilinotus a fim de determinar quais os fatores mais relevantes para o estresse oxidativo nestas duas espécies. Métodos - O estudo foi realizado no período de novembro de 2010 a outubro de 2011 em um trecho de floresta de terra firme na Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil. Foram selecionadas 06 unidades amostrais em clareiras naturais e 06 em áreas contínuas de floresta não alterada. Em cada unidade amostral foi instalado um grupo de 10 redes ao nível do solo, que permaneceram abertas das 6:00 h às 14:00 h por dois dias consecutivos, perfazendo seis dias a cada mês. Este procedimento foi realizado durante 12 meses. O esforço amostral total foi de 23.040 horas-redes. Todos os indivíduos capturados foram identificados, marcados com anilhas metálicas e mantidos em sacos de algodão. Também foram coletadas amostras de sangue, fezes ou de regurgito para determinar a composição da dieta e o estresse oxidativo. A relação entre substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico e a capacidade antioxidante total foi utilizado como índice de estresse oxidativo. As plantas frutificando foram identificadas e a capacidade antioxidante total dos frutos para cada espécie foi determinada. Resultados: foram capturados 347 indivíduos, pertencentes a 21 espécies. Clareiras naturais apresentaram assembleias de aves frugívoras distintas do sub-bosque e as espécies que mais contribuíram para a dissimilaridade foram Dixiphia pipra, Pipra rubrocapilla e Turdus albicollis. Não houve diferença na riqueza de aves frugívoras entre os ambientes, porém a disponibilidade de frutos e o número total de captura das aves foram superiores em clareiras naturais. Os frugívoros primários, aqueles em que as amostras de fezes ou regurgito sempre continham polpa do fruto e ou sementes, ocorreram preferencialmente em clareiras naturais e a espécie mais abundante neste ambiente foi Dixiphia pipra e no sub-bosque Pipra rubrocapilla. Foram registradas 36 espécies de plantas frutificando. As espécies de plantas mais comuns nas clareiras naturais foram Psychotria coloratae e Psychotria iodotricha, enquanto no sub-bosque sob dossel contínuo foram Faramea anisocalyx e Virola surinamensis. A abundância total de aves frugívoras foi correlacionada com o número de plantas frutificando somente nas clareiras naturais. A variação dos biomarcadores de estresse oxidativo nos indivíduos que apresentam organização em leques variou com o sexo e ambiente. Nas clareiras naturais, os machos adultos de Dixiphia pipra registraram níveis mais elevados de estresse oxidativo. A alta taxa metabólica, resultante do esforço de voo para evitar predadores, comportamento de exibição para as fêmeas e defesa de território podem aumentar a geração de compostos pró-oxidantes. Porém o consumo de frutos com alto teor antioxidante pelos machos neste ambiente podem minimizar os efeitos danosos do estresse oxidativo. Nas espécies que não apresentam organização em leque, como Willisornis poecilinotus, o estresse oxidativo foi explicado somente pelo ambiente. Os indivíduos capturados em clareiras naturais registraram níveis de estresse oxidativo mais elevado. Isto pode ser devido ao aumento da taxa metabólica associada as estratégias de voo para evitar a predação e comportamento de forrageio.
  • MANOEL BARROS AGUIAR NETO
  • RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ASSEMBLEIAS DAS FAMÍLIAS ARANEIDAE E CTENIDAE (ARACHNIDA, ARANEAE) EM REMANESCENTES DE FLORESTA TROPICAL
  • Data: 18/03/2013
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  • A estrutura do hábitat é considerada determinante para a manutenção da diversidade, abundância e distribuição das espécies de aranhas. Na zona da vegetação arbustiva, a complexidade estrutural das plantas tem sido considerada um importante fator para a diversidade e abundância de aranhas e a serrapilheira exerce forte influência sobre as espécies que habitam o solo. Considerando estes dois ambientes, neste estudo serão enfatizadas duas famílias: Araneidae, uma das famílias mais ricas em espécies da guilda de construtoras de teias orbiculares, encontradas na vegetação arbustiva; e Ctenidae, pertencente à guilda das caçadoras de solo, sendo uma das famílias mais abundantes nos trópicos. A partir do inventário estruturado destas duas famílias, o trabalho propõe avaliar a importância da heterogeneidade ambiental na estruturação dessas duas assembleias. Além disso, os dados gerados contribuirão para suprir a carência da realização de inventário da fauna de aranhas de uma das áreas mais impactada da Amazônia brasileira, o Centro de Endemismo Belém (CEB). Apresenta-se um inventário de aranhas em sete sítios no CEB, delineado para testar se as taxocenoses de aranhas das famílias Araneidae e Ctenidae são estruturadas por fatores ambientais. Para tanto, verificou-se se os remanescentes estudados apresentam diferenças estruturais, considerando algumas variáveis ambientais, e testou-se o efeito destas variáveis sobre a riqueza, composição e abundância das aranhas estudadas. Em cada sítio, foi utilizada uma trilha de 5 km de comprimento, contendo cinco unidades amostrais. O tempo de coleta em uma unidade foi de três horas durante o dia, para a captura dos animais no extrato herbáceo mediante guarda-chuva entomológico, e três horas durante a noite, para a captura dos animais no solo, sendo usada lanterna de cabeça e pinça. As variáveis ambientais controladas foram: altura de serrapilheira, densidade de sub-bosque e abertura de dossel, usando-se régua milimetrada, um bastão de dois metros de altura e máquina fotográfica, respectivamente. Usou-se um Procedimento de Permutação de Resposta Múltipla (MRPP), para verificar se os sítios são diferentes quanto à estrutura física e composição de espécies. A riqueza foi estimada por meio de estimadores Jackknife 1 e 2 e as riquezas observadas em cada sítio foram comparadas através de curvas de rarefação. Para verificar a semelhança entre os sítios foi aplicado um Escalonamento Multidimensional Não Métrico. Para verificar quais espécies contribuíram para a diferenciação, aplicou-se uma Análise de Indicador de Espécies. Já para verificar quais variáveis influenciaram a incidência e abundância de espécies foi feita uma análise de Co-Inércia. Para a correlação entre abundância e riqueza foi aplicada uma Regressão Linear Múltipla. Foram coletados 2.602 indivíduos, incluindo 253 adultos de 58 espécies de Araneidae e 329 adultos de 22 espécies de Ctenidae. Foi observado que os sítios são diferentes quanto às características ambientais, e que a riqueza do CEB para Araneidae, está abaixo da observada para o resto da Amazônia brasileira, o que não ocorreu para Ctenidae. Não foram detectadas diferenças entre os sítios em termos de riqueza de espécies, porém estas áreas são diferentes quanto à composição, onde poucas espécies contribuíram mais para esta diferença. Foi possível constatar que a abertura de dossel influencia a riqueza de Araneidae e que a densidade de sub-bosque a de Ctenidae. Além disso, foi constatado que as espécies respondem de formas diferentes a abertura de dossel e altura de serrapiheira, e que a abundância de algumas espécies possui afinidade com essas variáveis. Os dados gerados indicam que pode estar ocorrendo um processo de depauperação faunística onde espécies especialistas estariam sendo substituídas por aquelas tolerantes a alterações no hábitat.
  • SUSANNE LUCIA SILVA DE MARIA
  • EFEITO DA CONVERSÃO DE FLORESTA AMAZÔNICA EM PLANTAÇÃO DE PALMA DE DENDÊ (ELAEIS GUINEENSIS JACQ.) SOBRE A FAUNA DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE
  • Data: 11/03/2013
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  • Neste estudo verificamos o efeito da conversão de áreas de Floresta Amazônica em plantação de palma de dendê sobre a riqueza, composição e abundância de mamíferos de médio e grande porte. Também avaliamos algumas modificações ambientais sofridas pela conversão de floresta em palma que pudessem influenciar na estrutura da comunidade de mamíferos, considerando as variáveis, abertura de dossel, densidade de sub-bosque e altura da serrapilheira. Os habitats de floresta e palma diferiram sobre os aspectos de abertura de dossel e altura de serrapilheira, mas não diferiram com relação à densidade de sub-bosque. Não houve efeito da diferença de habitats sobre a riqueza de espécies, entretanto, este efeito foi evidenciado sobre a composição e abundância de espécies de mamíferos de médio e grande porte. As espécies mais afetadas foram as arborícolas, como os primatas e os sciurídeos e as menos afetadas parecem ser as espécies onìvoras e generalistas terretres, como algumas espécies de canídeos. A plantação de palma pode ser uma matriz permeável para grande parte da fauna de mamíferos de médio e grande porte, entretanto a disposição dos fragmentos florestais em relção à matriz pode influenciar nesta permeabilidade e deve ser levado em consideração na estratégia de plantio.
  • FERNANDA NOGUEIRA MENDES
  • ECOLOGIA DA POLINIZAÇÃO DO BURITI (MAURITIA FLEXUOSA L. – ARECACEAE) NA RESTINGA DE BARREIRINHAS, MARANHÃO, BRASIL
  • Data: 07/03/2013
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  • O estudo das palmeiras nativas é importante por seu grande potencial sócio-econômico, paisagístico, na recomposição de ecossistemas florestais e manutenção das comunidades de várias espécies de vertebrados e invertebrados que se alimentam de seus frutos, sementes e folhas. A eficiência na produção dos frutos das palmeiras está diretamente relacionada com a presença de insetos polinizadores, principalmente besouros, abelhas e moscas. A palmeira Mauritia flexuosa, comumente conhecida como buriti, é a espécie mais abundante do Brasil e é também chamada de “árvore da vida”, por ser 100% utilizável. Este trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento do sistema de polinização do buriti em ambiente de restinga, no município de Barreirinhas, Maranhão, Brasil. Para tanto, obteve-se dados sobre fenologia reprodutiva, biologia floral, sistema reprodutivo, visitantes florais e polinizadores. Para o acompanhamento fenológico foram selecionados 25 indivíduos de cada sexo, os quais foram observados de agosto/2009 a outubro/2012. As fenofases de botão, flor e fruto foram relacionadas com as variáveis climáticas através de correlação de Speaman. O processo de abertura e longevidade floral foi acompanhado durante o pico de floração da espécie, verificando-se a viabilidade polínica, a receptividade estigmática, as regiões emissoras de odor e a ocorrência de termogênese. Para verificar o sistema reprodutivo foram feitos testes de polinização cruzada e apomixia. O transporte de grãos de pólen pelo vento foi observado. Os visitantes florais foram coletados por meio do ensacamento de 20 inflorescências de cada sexo e os polinizadores efetivos foram determinados de acordo com a frequência e o comportamento. O buriti apresentou padrão fenológico anual, sincrônico e sazonal, com floração e frutificação na estação seca, diferindo do observado na Amazônia e no cerrado, onde ocorreram na estação chuvosa. Esta diferença pode ser justificada pelo fato da área de restinga estudada possuir lençol freático raso e grande volume de chuvas na estação mais úmida do ano, o que faz com que o buriti não necessariamente dependa das chuvas para florescer, visto que já possui água suficiente para o desenvolvimento das fenofases. Este fato foi evidenciado pela correlação significativa negativa das fenofases com a precipitação e com a umidade relativa. A forte incidência solar e a disponibilidade de água no ambiente estudado contribuíram para o sucesso na floração e frutificação do buriti. Além disto, fatores bióticos influenciaram no comportamento fenológico desta espécie, cuja estratégia reprodutiva adotada parece ser a sincronização da floração e da frutificação com a atividade dos polinizadores e dispersores. Dessa maneira a espécie garante a sua reprodução em um período ótimo para a germinação de sementes e estabelecimento de plântulas. O sistema reprodutivo do buriti é a xenogamia. O conjunto de características florais, aliado à abundância de pólen e ao forte odor leva a crer que essa palmeira tenha como principal estratégia de polinização a cantarofilia, sendo espécies de Grasidius (Curculionidae) e Ahasverus cf. advena (Silvanidae) seus polinizadores efetivos. O vento também tem sua importância, apresentando papel secundário na polinização. Além de apresentar polinização do tipo misto (cantarofilia e anemofilia), as flores do buriti atraíram uma grande variedade de polinizadores ocasionais e efetivos, cuja riqueza foi maior que as observadas no cerrado e na Amazônia, o que refletiu numa maior eficiência reprodutiva desta espécie na restinga.
  • BRUNO VINÍCIUS BASTOS RODRIGUES
  • Revisão taxonômica do grupo rubripes do gênero Corinna Koch, 1842 (Araneae; Corinnidae)
  • Data: 04/03/2013
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  • A família Corinnidae Karsch, 1880 apresenta grande diversidade, compreendendo atualmente 1032 espécies em 87 gêneros (Platinick 2013), distribuídas em zonas temperadas e tropicais. O posicionamento filogenético de Corinnidae em relação à outras famílias de Dionycha ainda não está bem estabelecido. Alguns autores propuseram hipóteses para compreender essa relação. Lehtinen (1967) sugeriu que Corinnidae estaria mais relacionado com a subfamília Zodariinae dentro da superfamília Zodarioidea, juntamente com outros 14 grupos, onde compartilhariam uma tendência a redução das fiandeiras posteriores. Penniman (1985) estabeleceu um clado que inclui Gnaphosidae como grupo-irmão de Corinnidae devido a características morfológicas das fiandeiras médias posteriores. Coddington & Levi (1991) sugeriram uma hipótese de relação entre as famílias de Araneomorphae, baseados em um conjunto de informações disponíveis até então sobre o conhecimento sistemático de Araneae. A topologia proposta por esses autores inclui um grupo monofilético composto por Corinnidae e Liocranidae, dentro do clado Dionycha. Lehtinen (1996) sugeriu, com reservas, uma relação próxima entre essas duas famílias. Entretanto, até mesmo a monofilia de Corinnidae ainda é discutida. Atualmente, a família é dividida em quatro subfamílias: Corinninae Karsch, Castianeirinae Reiskind, Trachelinae Simon e Phrurolithinae Banks. Somente as subfamílias Corinninae e Castianeirinae são claramente estabelecidas. Segundo Ramirez (comunicação pessoal), a partir de uma analise filogenética de Dionycha, as subfamilias Trachelinae e Phrurolithinae provavelmente não serão mais incluidas em Corinnidae. A subfamília Corinninae Karsch (1880) é ainda o único grupo de Corinnidae cujos gêneros neotropicais foram recentemente caracterizados. Bonaldo (2000) reconheceu dezessete gêneros para esta subfamília.
  • GABRIEL MELO ALVES DOS SANTOS
  • ECOLOGIA E COMPORTAMENTO DO BOTO-VERMELHO INIA GEOFFRENSIS (CETACEA, INIIDAE) E DOS GOLFINHOS DO GÊNERO SOTALIA (CETACEA, DELPHINIDAE) NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO
  • Data: 28/02/2013
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  • Até recentemente, o conhecimento sobre a distribuição de cetáceos na Amazônia estava restrito à sua porção ocidental, além de alguns estudos na bacia do Orinoco. Os poucos estudos feitos no estuário amazônico estão restritos a costa leste da Ilha de Marajó e relataram a ocorrência do boto-vermelho (Inia geoffrensis) e do boto-cinza (Sotalia guianensis). O objetivo deste estudo foi de elucidar a ocorrência e os limites de distribuição destes dois gêneros de golfinhos no Estuário Amazônico. Os registros de ocorrência de Inia e Sotalia foram obtidos por meio de encalhes, monitoramentos embarcados, observações de ponto fixo e avistamentos a partir de plataformas de oportunidade no período de 2008 a 2012. A distribuição de I. geoffrensis foi expandida de uma pequena faixa na costa leste da Ilha de Marajó, para todo o estuário Amazônico, desde a foz do Amazonas até o alto rio Guamá. Os limites da distribuição de Sotalia para o baixo e médio rio Guamá foram definidos pela ausência de registros na porção alta do Rio. A diferença de extensão de distribuição entre Inia e Sotalia provavelmente se deve em função das adaptações morfológicas no esqueleto de Inia. A alta produtividade do Estuário Amazônico e a ocorrência tanto de peixes de água salgada como doce, além do fato da área servir como berçário para estes peixes, tornam a região uma área favorável à ocorrência destes cetáceos.
  • BRUNO ALMEIDA
  • FILOGEOGRAFIA DE Bucco tamatia (AVES: BUCCONIDAE): UMA LINHAGEM ASSOCIADA A FLORESTAS ALAGADAS NA AMAZÔNIA
  • Orientador : MARCOS PERSIO DANTAS SANTOS
  • Data: 28/02/2013
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  • Neste trabalho nós apresentamos uma análise filogeográfica multilocus da espécie politípica B. tamatia a partir de sequências de dois marcadores mitocondriais (cytb e ND2) e quatro nucleares (BF7, MUSK, G3PDH e CHD) obtidas a partir 45 indivíduos amplamente distribuídos pela Bacia Amazônica. A partir de filogenias, informações de genética populacional e datação molecular foi possível reconstruir o contexto temporal e espacial do processo de diversificação dessa espécie. Nossos dados revelaram a existência de pelo menos três espécies biológicas e cinco espécies evolutivas/filogenéticas no complexo B. tamatia. O estudo revelou ainda uma relação entre áreas de endemismo ainda não descritas na literatura, entre as áreas do extremo leste da Amazônia e o oeste amazônico. Os dados obtidos aqui reforçam que dados moleculares quanto visto como reciprocamente informativos com dados geológicos e ecológicos podem ajudar na reconstrução de cenários evolutivos complexos como o de B. tamatia.
  • BIANCA TAMIRES SILVA DOS SANTOS
  • REVALIDAÇÃO E ANÁLISE CLADÍSTICA DO GÊNERO Ascra (SAY, 1832) (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)
  • Data: 28/02/2013
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  • Edessinae é uma das maiores subfamílias de Pentatomidae com cerca de 300 espécies conhecidas e mais de 300 ainda não descritas, distribuídas em apenas seis gêneros Edessa, Brachystethus, Peromatus, Olbia, Pantochlora e Doesburgedessa. A maior parte das espécies pertence ao gênero Edessa que concentra também quase a totalidade dos problemas taxonômicos da subfamília. Esse gênero é usado como depósito de espécies da subfamília, sendo que tal fato se deve a confusão entre os limites dos dois táxons. A solução desses problemas passa necessariamente pela reavaliação dos subgêneros de Edessa e mudanças taxonômicas em Edessinae. O presente trabalho objetivou reavaliar o status taxonômico de Ascra e seu posicionamento filogenético em Edessinae. Foram estudados 411 exemplares obtidos por empréstimos de várias instituições e coleções particulares. São apresentadas descrições, medidas e fotografias das espécies, desenhos de estruturas com importância sistemática como o processo metasternal e genitália de ambos os sexos, chave dicotômica e mapa de distribuição. Para a análise cladística foram levantados 33 caracteres morfológicos, destes 8 multiestados que foram tratados como não aditivos. Para polarização dos caracteres usou-se o método do grupo externo, este composto por 14 espécies representando todos os gêneros de Edessinae e subgêneros de Edessa. Edessinae manteve seu monofiletismo, mas Edessa saiu como parafilético. Ascra foi reconhecido como monofilético, apoiado por três sinapomorfias. Esse gênero passou a ser formado pelas espécies: A. bifida, A. cordifera, A. petersii, A. abdita, A. championi, A. privata, A. conspersa, A. morbosa e por mais seis espécies novas. Dois novos grupos de espécies foram propostos para Ascra: bifida e privata. Machos desconhecidos de A. abdita, A. morbosa e A. cordifera e fêmeas de A. championi e A. privata foram descritos. Novos arranjos nomenclaturais foram realizados. O lectótipo de Edessa abdita foi designado. As espécies Edessa cornuta, Edessa densata, Edessa picata e Edessa florida foram sinonimizadas a A. bifida.
  • MICHELLE PINTO MERCES
  • VARIAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR NOS MACACOS-DE-CHEIRO (GÊNERO Saimiri VOIGT, 1831) DA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 28/02/2013
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  • Saimiri apresenta uma taxonomia confusa, com grande divergência com relação ao número de táxons válidos. Entretanto, sempre houve consenso entre os autores no sentido de que as populações da Amazônia oriental formariam um único táxon terminal, Saimiri sciureus sciureus (Linnaeus, 1758). Este se distribui ao norte e sul do médio/baixo rio Amazonas e no arquipélago do Marajó. Mais recentemente, um estudo molecular indicou a existência de alta divergência entre as populações procedentes de diferentes margens do rio Amazonas. Além disso, outro estudo constatou que o complexo Saimiri sciureus seria parafilético. Estas divergências entre os estudos morfológicos e moleculares indicaram a necessidade de se proceder a uma nova análise utilizando ferramentas multidisciplinares (morfologia, morfometria e biologia molecular). Como resultado, foram reconhecidas duas espécies: Saimiri sciureus (Linnaeus, 1758) e Saimiri collinsi Osgood, 1916. A primeira espécie apresentou variação individual e geográfica em alguns caracteres morfológicos. Este táxon se distribui ao norte do rio Amazonas, desde os rios Negro e Branco até a costa das Guianas e do Estado do Amapá. A outra espécie, Saimiri collinsi, também apresentou variação geográfica. Esta ocorre ao sul do rio Amazonas, desde a região do rio Tapajós até o Estado do Maranhão, e também no arquipélago do Marajó. A revalidação desta espécie foi sustentada por todas as análises utilizadas. Estes resultados corroboraram estudos anteriores que já indicavam a alta divergência entre estes dois táxons. No presente estudo, também foi identificada uma população de Saimiri collinsi que apresenta uma alta divergência genética. Entretanto, devido à baixa amostragem atualmente disponível, sugere-se que esta população deva ser alvo de um estudo mais aprofundado no futuro. Além disso, também foi possível confirmar o parafiletismo do complexo Saimiri sciureus, e também da subespécie S. s. sciureus, como definidos na literatura corrente. Com relação às posições filogenéticas dentro do gênero, Saimiri sciureus é mais próxima de S. oerstedii e S. ustus, enquanto S. collinsi é mais próxima de S. macrodon, S. cassiquiarensis e S. albigena.
  • ANTONITA SANTANA DA SILVA
  • Filogeografia comparada de três espécies de aves associadas à enclaves de áreas abertas na Amazônia
  • Data: 28/02/2013
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  • Os processos de diversificação da avifauna das áreas não-florestais da Amazônia são relevantes para compreensão dos padrões de distribuição e evolução desse grupo.Esse tipo de vegetação normalmente ocorre em manchas de savanas na periferia da bacia Amazônica ou isoladas por áreas de floresta em vários pontos da região. Foram propostos três corredores biogeográficos, supostamente ativos durante as máximas glaciais: 1) ao longo da região andina; 2) através da região central da Amazônia e 3) através da costa atlântica, para explicar a conexão histórica entre as grandes regiões de savana da América do Sul Esse trabalho teve como obejtivo principal testar a a existência dos corredores atlântico e central sob uma perspectiva filogeográfica, com base nas genealogias de três espécies de aves ligadas intimamente à formações não florestais e savanas amazônicas. Os resultados obtidos para F.grisea mostram uma grande estrtuturação populacional, comparável á táxons florestais de terra-firme e cujas populações são em grande parte estruturadas em margens opostas dos rios Amazônicos. Em S. melanopis, há indício de um história mais complexa, pois mesmo existindo duas populações ao norte do rio Amazonas de haplótipos filogeneticamente mais relacionados às populações ao sul deste rio, há possibilidade de retenção de polimorfismo ancestral ou mesmo de fluxo gênico amplo mais antigo, seguido de diferenciação in situ. E N. pallescens possui baixas distâncias genéticas inter-populacionais que parecem está associadas aos indícios de grandes taxas de fluxo gênico até em tempos bem recentes. Duas das três espécies amostradas (F. grisea e S. melanopis) contrastam, com a predição de pouca estruturação filogeográfica derivada a partir dos cenários de corredores biogeográficos conectando grandes manchas de savana ao sul e ao norte da Amazônia, durante máximas glaciais.Por outro lado, em N. pallescens as previsões das duas hipóteses testadas não puderam ser falsificadas, apoiando a existência dos corredores, inclusive durante a UMG.
  • ALINNE NAYARA NEGRAO GONCALVES
  • INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS NA COMUNIDADE DE ANUROS DE FLORESTAS DE TERRA-FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 28/02/2013
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  • O conhecimento da variabilidade ambiental auxilia nas predições que podem ser feitas sobre o que as alterações no meio abiótico causariam à distribuição das espécies. Neste estudo nós avaliamos em escala local e regional a influência das variáveis ambientais sobre a composição das comunidades de anuros de três áreas de floresta amazônica preservada de terra-firme: Floresta Nacional do Amapá, Floresta Nacional do Tapajós e Floresta Nacional de Caxiuanã. Foram realizadas três expedições uma em cada área, no período de janeiro a abril de 2012, concomitante com o período chuvoso de cada uma. Foram percorridas um total de 56 parcelas, utilizando o método de procura auditiva/visual. As variáveis ambientais coletadas foram: altura de serrapilheira, abertura de dossel, comprimento à altura do peito e densidade de árvores, temperatura e umidade do ar. Em cada uma das áreas a composição de espécies não foi afetada por nenhuma das variáveis ambientais testadas, mas em escala regional, a altura de serrapilheira, abertura de dossel, umidade e temperatura influenciaram. A análise de redundância parcial indicou que não há influência significativa da distância e das variáveis ambientais localmente, mas regionalmente tanto as variáveis ambientais quanto a distância influenciam na composição de espécies da comunidade.
  • LENISE CHAGAS RODRIGUES
  • DIETA E USO DE HÁBITAT POR Physalaemus ephippifer (Steindachner, 1864) (ANURA: LEPTODACTYLIDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 28/02/2013
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  • Um dos principais atributos do nicho ecológico das espécies é a ecologia trófica, que afeta a sobrevivência e tamanho das populações. Neste estudo registramos a contribuição das presas na dieta de Physalaemus ephippifer, testamos se havia variação na alimentação desta espécie de acordo com os sexos e os períodos do ano (seco e chuvoso) em três populações de P. ephippifer na Amazônia Oriental. Para isso, analisamos a dieta da espécie quanto a frequência de ocorrência das presas, amplitude e sobreposição trófica, além do índice de importância alimentar. Analisamos 102 espécimes (69 machos e 33 fêmeas), registrando que os itens mais importantes da dieta de P. ephippifer, no geral, eram cupins e formigas. Entretanto, analisando separadamente os sexos e períodos do ano os itens mais importantes na dieta das fêmeas do chuvoso foram larvas de Coleoptera, fêmeas do seco foram cupins e machos nos dois períodos foram formigas. Por se tratar de uma espécie especialista, o presente estudo evidenciou que a dieta não variou de acordo com o sexo ou períodos do ano. Por outro lado, fêmeas, principalmente do período chuvoso apresentaram larvas e cupins como presas mais importantes, sendo também mais nutritivas que a dieta dos machos, coincidindo com o período reprodutivo da espécie, onde as fêmeas necessitariam de maior quantidade de energia para produção de gametas.
  • MARCO ANTONIO RIBEIRO JUNIOR
  • FAUNA DE LAGARTOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO.
  • Data: 28/02/2013
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  • Este trabalho buscou atualizar o conhecimento da fauna de lagartos da Amazônia brasileira, sua distribuição dentro do bioma e o hábitat onde foi registrado, em vista do crescente esforço de investigação ocorrido na última década, além da implantação de diversas coleções científicas regionais nos estados envolvendo a Amazônia legal. Ressalta-se a inclusão das informações existentes em uma das principais coleções biológicas da região Neotropical, a coleção de herpetologia do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, antes não acessada para este tipo de trabalho. A partir deste banco de dados, partiu-se da premissa que os modelos de distribuição de espécies permitem obter a distribuição de riqueza de espécies no bioma, para então avaliar-se a eficiência do desenho de unidades de conservação da Amazônia brasileira para o grupo de lagartos, a partir da riqueza e das distribuições das espécies, analisadas caso a caso.
  • RAFAEL LEANDRO CORREA GOMES
  • RELAÇÃO ENTRE LONGEVIDADE E FORRAGEIO EM OPERÁRIAS DE MELIPONA FASCICULATA SMITH, 1854 (APIDAE, MELIPONINI) EM AMBIENTE TROPICAL
  • Data: 28/02/2013
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  • A longevidade em insetos sociais pode estar condicionada por inúmeros fatores, como por exemplo, as condições ambientais que podem alterar o comportamento de forrageio das abelhas para suprir as necessidades do ninho. O objetivo do presente trabalho foi estudar os fatores que afetam a longevidade das abelhas sem ferrão em ambientes amazônicos. Dessa forma, em três colônias da abelha sem ferrão Melipona fasciculata, foram marcadas individualmente 91 abelhas na estação chuvosa e 109 abelhas na estação seca onde foram registrados diariamente o número de abelhas sobreviventes, a idade de início de forrageio e o tempo gasto em atividades de forrageio, em cada época. Durante a estação chuvosa a longevidade máxima foi de 80 dias enquanto que na estação seca a máxima longevidade foi de 56 dias. A longevidade de operárias foi diferente entre as estações do ano (teste de log-rank p=0,0000), assim como a idade de início de forrageio (U=552; p=0,0000). A longevidade apresentou correlação com a idade de início de forrageio na estação chuvosa (Spearman R=0,22) e seca (Spearman R=0,17), onde observamos que abelhas que forrageavam mais cedo viviam menos do que abelhas que começavam a forragear em idades mais avançadas. Abelhas que forrageavam mais cedo e, no entanto, apresentavam longevidade maior do que outras abelhas, alternavam dias de forrageio e dias dentro do ninho, o que provavelmente permitiu a estas abelhas aumentar sua longevidade em relação a aquelas que forrageavam vários dias consecutivos. Durante a estação chuvosa apenas um parâmentro da modelagem Weibull foi similar ao observado nas colônias de M. fasciculata, enquanto que durante a estação seca, o padrão de sobrevivência estimado foi totalmente diferente do padrão real. A função de risco apresentou comparativamente diferenças entre as estações, onde as operárias no período seco apresentaram uma probabilidade de morte até duas vezes maior do que no período de chuvas, o que provavelmente torna muito difícil estimar com precisão o padrão de sobrevivência destes insetos. Dessa forma, concluímos que M. fasciculata assim como outras espécies, apresenta longevidade diferenciada entre dois períodos do ano e que a idade de início de forrageio, em parte, pode nos ajudar a compreender o padrão de mortalidade desta espécie de abelha.
  • MARINA MEIRELES DOS SANTOS
  • ECOMORFOLOGIA DE TRÊS ESPÉCIES DE Dipsas LAURENTI, 1768 E Sibynomorphus FITZINGER, 1843 (DIPSADIDAE: DIPSADINAE)
  • Data: 27/02/2013
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  • Fatores ecológicos como a utilização do ambiente e a alimentação, podem influenciar na morfologia corporal e cefálica de um organismo, porém, esta também pode ser o reflexo da linhagem filogenética a que ele pertence. A subfamília Dipsadinae inclui serpentes sul-americanas formadas por dois clados, um incluindo Geophis e Atractus e outro incluindo Dipsas, Ninia, Sibon e Sibynomorphus, que formam a tribo Dipsadini. As serpentes desta tribo apresentam um alto grau de modificações na morfologia corporal e cefálica relacionadas ao ambiente e a alimentação malacófaga. As espécies de Dipsas e Sibon possuem especializações relacionadas à utilização do ambiente arborícola, conferindo um melhor desempenho na locomoção pela vegetação, enquanto que as espécies de Sibynomorphus, em sua grande maioria, são adaptadas ao ambiente terrestre. Quanto à alimentação todas elas apresentam, em diferentes graus, uma série de modificações cranianas relacionadas à manipulação e ingestão de gastrópodes, lesmas e caramujos. Considerando que existe uma relação direta entre a forma da cabeça e a dieta, este trabalho tem como objetivo analisar as divergências da morfologia cefálica relacionadas à dieta entre espécies de Dipsas e Sibynomorphus, assim como analisar possíveis convergências entre espécies destes gêneros e Tomodon dorsatus, espécie da tribo Tachymenini, reconhecidamente especialista em lesmas. Para isto este trabalho está estruturado em duas partes: a primeira refere-se à Introdução geral, onde é apresentada uma ampla abordagem sobre as adaptações morfológicas relacionadas à alimentação dos Dipsadini, assim como as vantagens da utilização da técnica de morfometria geométrica em estudos morfológicos; e a segunda parte refere-se ao trabalho propriamente dito, intitulado “Ecomorfologia de três espécies de Dipsas Laurenti, 1768 e Sibynomorphus Fitzinger, 1843 (Dipsadidae: Dipsadinae)”.
  • CHRISTINA SAMANTHA GODINHO SANTOS
  • REVISÃO TAXONÔMICA DE Anilius scytale (LINNAEUS, 1758) (SERPENTES: ANILIIDAE)
  • Data: 26/02/2013
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  • Anilioidea é considerado o táxon mais basal entre os Alethinophidia, estando incluída a família Aniliidae, com apenas uma espécie, Anilius scytale, que pode ser caracterizada pela presença de corpo cilíndrico, pupila redonda, cauda curta, escamas subcaudais inteiras, olho situado embaixo de uma única escama e escamas ventrais ligeiramente mais largas que as dorsais. Embora não exista um consenso, alguns autores reconhecem válidas as subespécies Anilius scytale scytale presente no Brasil e Peru, e A. s. phelpsorum para Auyantepui, região de Gran Sabana, estado Bolívar, Venezuela. Anilius scytale apresenta uma ampla distribuição, com registros em ambientes florestais do norte da América do Sul, florestas relictuais úmidas da Caatinga e em formações abertas do Centro-oeste (Cerrado). A ampla distribuição de Anilius scytale e a falta de consenso entre os autores quanto a validade das duas subespécies (Anilius scytale scytale e Anilius scytale phelpsorum), objetivou este trabalho a estudar a variação dos caracteres qualitativos e quantitativos de A. scytale ao longo de sua distribuição geográfica e avaliar a validade de Anilius scytale phelpsorum. Para isso foram analisados 415 espécimes identificados como Anilius scytale (157 machos e 258 fêmeas), disponíveis em instituições nacionais e internacionais. Para análise morfológica, foi avaliada a folidose, padrão de desenho, coloração e hemipênis. Além de 20 caracteres morfométricos e merísticos. Nas análises estatísticas foram realizados testes para verificar ocorrência de dimorfismo sexual (Teste T de Student); relação entre os biomas de ocorrência e a morfologia (Análise de Componentes Principais); variação dos dados merísticos e morfométricos relacionando-os às bacias hidrográficas do Rio Orinoco, Rio Amazonas, Rio Parnaíba e sistemas Tocantins-Araguaia (Análise se Função Discriminante); além de verificar se a variação morfométrica e merística apresenta um padrão latitudinal ou longitudinal (Variável Bubble ou Ordenação por Flutuação). Através da combinação dos caracteres, foi possível observar a presença de duas unidades evolutivas distintas: Anilius scytale às populações presentes no Brasil (nas bacias dos rios Amazonas, Parnaíba e sistema Tocantins-Araguaia), norte da Guiana, Suriname, Guiana Francesa, sul da Colômbia, sudeste do Equador, noroeste do Peru e oeste da Bolívia; Anilius phelpsorum (revalidação e novo status) para a população da bacia do Rio Orinoco, na Venezuela. Os resultados desse trabalho corroboram a afirmação de que o processo de especiação nem sempre é acompanhado por uma diferenciação morfológica entre as espécies, caracterizando as espécies crípticas.
  • MATEUS FERREIRA
  • Sistemática molecular e filogeografia do gênero Malacoptila (Aves: Bucconidae)
  • Data: 26/02/2013
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  • O Neotrópico possui uma das maiores taxas de biodiversidade encontradas no mundo e muitos estudos tentam explicar o que gerou essa elevada biodiversidade. Associações com o soerguimento dos Andes e com processos climáticos são os mais utilizados. Neste trabalho, com o auxílio de técnicas de sistemática molecular e filogeografia, as espécies do gênero Malacoptila foram utilizadas como modelo biológico para tentar compreender como um grupo amplamente distribuído pode ter sido afetado pelos eventos geológicos e climáticos dos últimos 15 Ma. Verificamos que a taxonomia atual não representar a diversidade de linhagens encontradas. Além disso, nossos resultados sugerem que o soerguimento dos Andes Centrais causou a diferenciação inicial dentro do grupo. Em que a linhagem de M. fulvogularis se separou das demais espécies, isolando linhagens de terras altas e baixas. Em seguida, o soerguimento dos Andes Setentrionais causaram a separação da linhagem trans-andina M. panamensis. As linhagens cis-andinas se separaram primeiro entre as unidade de floresta úmida: uma linhagem na Floresta Atlântica, M. striata, e as outras na Amazônia. A linhagem da Floresta Atlântica ainda se separou mais uma vez em duas linhagens reciprocamente monofiléticas, M. striata no sudeste e M. minor nos relictos de floresta úmida do nordeste brasileiro. Já as linhagens da Amazônia apresentaram um padrão incomum. Malacoptila fusca é grupo irmão de M. semicincta e as duas formam um grupo com Malacoptila rufa. Dessas linhagens amazônicas apenas M. semicincta não apresentou estruturação genética. Em M. fusca foram descobertas 5 linhagens distintas. Em M. rufa foram 10 linhagens distintas ocupando os interflúvios dos principais tributários da bacia Amazônica.
  • ALEXANDRE CORDEIRO ASCENSO
  • Revisão taxonômica do complexo Erythrolamprus reginae (Linnaeus, 1758) (Serpentes, Dipsadidae)
  • Data: 26/02/2013
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  • complexo Erythrolamprus reginae é composto por seis táxons amplamente distribuídos na América do Sul: E. r. reginae ocorre predominantemente em áreas elevadas do escudo das Guianas, desde o sudeste da Venezuela ao estado do Amapá, no Brasil; E. r. semilineatus ocorre desde os declives cis-Andinos do Peru, Equador e Bolívia até enclaves da Mata Atlântica e em brejos de altitude na Caatinga, no Brasil; E. r. macrosomus ocorre no Cerrado brasileiro e nos Chacos do Paraguai e Argentina; e E. r. zweifeli ocorre na Cordilheira de La Costa e na Guayana, na Venezuela. Neste trabalho, analisamos 14 caracteres merísticos e 21 caracteres morfométricos de 870 espécimes referentes ao complexo E. reginae, utilizadas em análises estatísticas univariadas e multivariadas. Além da análise da morfologia externa, verificamos a variação na morfologia hemipeniana das espécies do complexo. Baseado em nossos resultados, redefinimos o complexo, incluindo E. oligolepis e E. dorsocorallinus. Além disso, descrevemos uma espécie nova de Erythrolamprus para a Amazônia Ocidental, na região do Alto Rio Solimões, na divisa entre o Brasil e a Colômbia. O trabalho está organizado em duas partes: a primeira contém a Introdução Geral, onde estão discritos de forma mais detalhada as questões taxonômicas envolvendo as espécies do complexo E. reginae, assim como a metodologia pormenorizada; e na segunda parte está o manuscrito do artigo que será submetido para a revista Zootaxa. Para facilitar a leitura do manuscrito, as figuras foram mantidas no corpo do texto.
  • SANDRO LEONARDO ALVES
  • "EFEITOS DO TIPO DE FLORESTA E DA ESTRUTURA DE HABITAT EM ASSEMBLEIAS DE PRIMATAS NO SUDOESTE DA AMAZÔNIA"
  • Data: 26/02/2013
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  • A heterogeneidade ambiental expressa diferenças naturais entre áreas e é um fator determinante para a riqueza e abundância local de primatas. Neste estudo nós investigamos a composição e estrutura de assembleias de primatas em quatro tipos de floresta: floresta de terra firme, florestas de igapó sazonalmente inundáveis por rios de águas claras (aberta e densa) e cerradão na Reserva Biológica do Guaporé, sudoeste da Amazônia Brasileira. Além disso, avaliamos a associação entre a ocorrência e abundância dos primatas com diferenças estruturais das florestas. Realizamos 617,8 km de censos pelo método de transecção linear (~154 km por tipo de floresta) e avaliamos a estrutura da vegetação em 108 parcelas de 200 m2 (0,54 ha por tipo de floresta). Dez espécies de primatas foram registradas durante os 11 meses deste estudo. A floresta de terra firme apresentou o maior número de espécies e a maior densidade de primatas, principalmente devido à presença exclusiva de Callicebus moloch e a maior abundância de Sapajus apella. A elevada densidade de Ateles chamek na floresta aberta inundável foi preponderante para a maior biomassa de primatas neste tipo de floresta. Nas florestas inundáveis e na terra firme, Ateles chamek e Sapajus apella responderam juntas por mais de 70% da biomassa de primatas, e no cerradão apenas Sapajus apella foi responsável por 68% da biomassa. Diferenças entre tipos de floresta na composição específica e abundância relativa de primatas foram associadas com o regime de inundação e com algumas variáveis de estrutura de habitat (densidade de árvores no sub-bosque e no dossel, abertura do dossel, altura total do dossel e densidade de palmeiras e lianas). Nossos resultados reforçam a importância de paisagens heterogêneas na Amazônia, pois estas áreas tendem a contribuir para uma maior diversidade de espécies em uma escala de paisagem.
  • FERNANDA MAGALHAES DA SILVA
  • ECOMORFOLOGIA DE TRÊS ESPÉCIES SUL-AMERICANAS DE Micrurus WAGLER, 1824 (SERPENTES: ELAPIDAE)
  • Data: 26/02/2013
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  • Neste estudo analisamos a morfologia de três espécies de Micrurus, explorando as possíveis relações adaptativas entre morfologia e uso do ambiente. Foram consideradas duas espécies de Micrurus de hábito terrestre (Micrurus lemniscatus e M. spixii martiusi) e uma de hábito aquático (Micrurus surinamensis). Estas espécies foram comparadas com outras duas espécies aquáticas da tribo Hydropsini (Helicops hagmanni e Hydrops martii) e uma terrestre da tribo Pseudoboini (Oxyrhopus petolarius), quanto à morfologia corporal e da cabeça (incluindo crânio), através de medidas morfométricas tradicionais e geométricas. Os resultados para morfometria tradicional indicaram convergências adaptativas entre as espécies aquáticas analisadas, ao compartilharem características como narinas e olhos mais próximos entre si, maior largura da cabeça, comprimento da cauda e circunferência do corpo maiores que as espécies terrestres de Micrurus. As análises da morfometria geométrica da cabeça, também apontaram como principais diferenças morfológicas a distância entre as narinas e olhos na vista dorsal da cabeça. As deformações das análises da vista lateral da cabeça mostraram que a maior variação ocorreu na altura da cabeça e diâmetro dos olhos e narinas. Nas análises cranianas, as características que mais se destacaram foram os landmarks relacionados ao tamanho dos ossos supratemporais, sendo consideravelmente maiores em Micrurus surinamensis e nas demais espécies aquáticas. Quanto à análise da mandíbula, as espécies de Micrurus apresentaram o osso dentário consideravelmente menor que as espécies aquáticas e Oxyrhopus petolarius. Os resultados indicaram convergências adaptativas entre Micrurus surinamensis e espécies aquáticas da tribo Hydropsini, além de apontar convergências entre as três espécies de Micrurus estudadas.
  • LUIZ ANTONIO WANDERLEY PEIXOTO
  • "Redescrição do peixe-elétrico neotropical Eigenmannia trilineata López e Castello, 1966 (Gymnotiformes; Sternopygidae), com a descrição de quatro espécies novas"
  • Data: 15/02/2013
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  • Eigenmannia trilineata López e Castello, 1966 foi descrita da bacia do Río de La Plata. Posteriormente, foi citada para a maioria das bacias dos rios sul-americanos, e dúvidas sobre os limites deste nome aumentam a possibilidade de ocorrência de outras espécies identificadas como E. trilineata. Baseado no material-tipo e topótipos, E. trilineata é redescrita e quatro novas espécies congenéricas são descritas: Eigenmannia sp. “Anapu”, para o Rio Anapu, baixo Amazonas, Eigenmannia sp. “Amazonas”, de pequenos tributários do Rio Amazonas, Eigenmannia sp. “Mapuera” descrita da bacia do Rio trombetas, e Eigenmannia sp. “Negro”, conhecida da bacia do Rio Negro, nos Rios Uneiuxi e Urubaxi. Estas espécies são distinguidas das congêneres pelo compartilhamento da presença de quatro faixas escuras longitudinais, e distinguidas uma das outras por uma combinação única de caracteres merísticos, morfométricos, osteológicos e de padrão de coloração. Comentários sobre os grupos de espécies de Eigenmannia são apresentados.
  • JOSSEHAN GALUCIO DA FROTA
  • DIVERSIDADE BETA ENTRE TAXOCENOSES DE SERPENTES NA MARGEM DO RIO AMAZONAS, COM ÊNFASE NA HISTÓRIA NATURAL DAS SERPENTES DO PARQUE NACIONAL DA AMAZÔNIA, PARÁ, BRASIL
  • Data: 04/02/2013
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  • Os estudos de história natural discutem o modo como os organismos vivem em seu ambiente natural abordando questões como distribuição, interações intra e interespecíficas e sua relação com o ambiente. A Amazônia é o maior ecossistema do mundo e nele está presente a maior diversidade de serpentes (cerca de 180 espécies). A maioria dos trabalhos de taxocenoses de serpentes amazônicas foi realizada em ambientes florestais da região oriental e ocidental. Na região da Amazônia central, onde está localizado o Parque Nacional (PARNA) da Amazônia foram poucos os estudos de história natural e esse trabalho pretende suprir parte desta lacuna. Para isto, tem o objetivo de descrever a composição, abundância, uso do habitat, atividade diária, dieta e reprodução das espécies de serpentes mais comuns, assim como descrever as guildas presentes no PARNA da Amazônia. O parque está situado majoritariamente no Município de Itaituba, no oeste do Estado do Pará e sua principal via de acesso é pela Rodovia Transamazônica (BR 230). Foram estabelecidos 26 pontos de amostragem, localizados entre o quilômetro 53 e 93 da rodovia. Os espécimes foram capturados pelos métodos: Procura Visual Limitada por Tempo (PLT), procura na Estrada (PE) e Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ). Os animais coletados encontram-se depositados na coleção herpetológica do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). A partir dos dados de dieta, uso do habitat e atividade diária das espécies foi realizado uma análise de agrupamento (UPGMA), utilizando o software PAST 2.09, para verificar a formação de guildas. Foram registradas 61 espécies de 39 gêneros e oito famílias no PARNA da Amazônia, totalizando 271 espécimes coletados/observados. As espécies Imantodes cenchoa, Helicops angulatus e Bothrops atrox foram as mais abundantes, representando juntas 26,4% do número total de espécimes encontrados, sendo abundantes, respectivamente, no habitat arbóreo, aquático e terrestre. A Procura Limitada por Tempo (PLT) teve um esforço amostral de 1.220 horas (35 spp.); a Procura de Carro na Estrada (PE) totalizou 1.624 km, em 42 horas (26 spp.) e Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) permaneceu 1044 horas abertas (4spp.). Das espécies registradas, 38 (62,3%) foram encontradas em habitat exclusivamente terrestre, 16 (26,2%) em arbóreo e quatro (6,5%) em aquático. Foram registradas 46 espécies em atividade, sendo 20 exclusivamente diurnas, 23 exclusivamente noturnas e três espécies apresentaram atividade em ambos os períodos. A atividade dos espécimes entre o período chuvoso e seco foi observada através do registro de 88 espécimes (35,2% do total) atropelados na rodovia. Desses, 68,2% foram registrados no período chuvoso e 31,8% no período seco. Dos espécimes analisados, 87 (32,1%) continham itens (n = 121) identificáveis em seu tubo digestório. Os itens mais consumidos por essas espécies foram lagartos, seguido de anuros adultos, girinos, peixes, camarões, pequenos mamíferos (roedores), moluscos, minhocas, centopéias, aves, ovos e larva de insetos. O sentido de ingestão foi observado em 81,0% das presas, sendo 71,4% em sentido ântero-posterior e 23,1% póstero-anterior. Dados reprodutivos foram obtidos para 35 espécies (n = 239; 88,2%; sendo 148 machos e 91 fêmeas). É possível inferir que Boa constrictor, Eunectes murinus, Helicops angulatus e Imantodes cenchoa apresentam ciclo reprodutivo ao longo de todo o ano. Para as outras espécies a amostra encontrada foi pequena para concluir o tipo de ciclo reprodutivo e realizar discussões apropriadas sobre o assunto. Baseado em informações primárias de habitat, atividade e dieta de 61 espécies de serpentes do PARNA da Amazônia, foi possível observar a formação de três guildas distintas: guilda A, formada principalmente por serpentes que utilizam o habitat terrestre e fossorial; guilda B, composta por espécies que usam primariamente o habitat arbóreo; e a guilda C, composta por espécies que utilizam exclusivamente o habitat aquático. Nesse estudo, o uso do habitat e período de atividade das serpentes influenciaram diretamente na formação das guildas dessa taxocenose.
2012
Descrição
  • CLEIDSON PAIVA GOMES
  • Interação de Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) com os manguezais da Ilha de Marajó: uma abordagem ecológica.
  • Data: 01/10/2012
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  • O presente trabalho foi realizado nos manguezais de Soure, Ilha de Marajó, Pará, Brasil, onde o grande aporte fluvial permite o desenvolvimento de zonas de transição estuário/rio que definem o limite geobotânico para os manguezais paraenses e, consequentemente, para o caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Ucididae). Para uma abordagem ecológica sobre a interação entre U. cordatus e as florestas de mangue foram investigados os seguintes temas: i) a relação entre as características populacionais de U. cordatus e os diferentes níveis de transição ao longo do gradiente de vegetação entre as florestas de mangue e as florestas de várzea estuarina; ii) a influência dos fatores ambientais dessas zonas de transição sobre os padrões de tamanho e densidade populacional de U. cordatus; iii) os impactos da herbivoria de U. cordatus sobre a produção de propágulos e os possíveis efeitos no processo de recrutamento desses propágulos para as florestas de mangue. Sítios de trabalho foram classificados quanto ao nível de transição com floresta de várzea estuarina, sendo estes valores correlacionados com dados de densidade e tamanho das populações de U. cordatus. Em cada sítio de trabalho determinou-se a disponibilidade de alimento através da serapilheira, as taxas de salinidade, e os indicadores das atividades de pescadores sobre essas áreas. O impacto de U. cordatus sobre o recrutamento dos bosques foi avaliado através da estimativa da taxa de herbivoria e predação de propágulos. Os resultados revelam que em zonas de “alta transição” as condições locais parecem limitar os estoques de U. cordatus, haja vista essa espécie ter apresentado valor de densidade populacional muito abaixo daqueles registrados na zona de “baixa transição”. No entanto, zonas de alta transição oferecem condições mais favoráveis ao desenvolvimento das populações do caranguejo-ucá, principalmente no que se refere à variabilidade e disponibilidade de alimento e à proteção contra a ação antrópica na região. Os indicadores da atividade da pesca de U. cordatus revelaram que os bosques de mangue da zona de baixa transição estão mais sujeitos à sobreexploração, principalmente pela facilidade de acesso. A principal via de impacto sobre os propágulos foi a taxa de consumo de 60%, sendo que a taxa de exportação dos propágulos pelas marés foi de apenas 1%, sendo considerada pouco relevante. U. cordatus pode ser considerado o principal agente de impacto sobre a produção de propágulos desses bosques de mangue sem apresentar seletividade por tamanho ou maturidade dos propágulos, sendo importantes na regulação das taxas de recrutamento e, consequentemente, na dinâmica populacional das árvores de Rhizophora nas florestas de mangue da zona costeira da Ilha de Marajó, na Amazônia brasileira.
  • FERNANDO DA SILVA CARVALHO FILHO
  • Revisão taxonômica e filogenia das espécies do gênero Nephochaetopteryx Townsend, 1934 (Diptera:
    Sarcophagidae)

  • Data: 20/08/2012
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  • Nephochaetopteryx Townsend, 1934 é um gênero de moscas da família Sarcophagidae,
    da tribo Sarothromyiini, predominantemente Neotropical, com somente uma espécie
    Neártica. Este gênero compreende espécies pequenas (4 a 7,3 mm), caracterizadas
    principalmente por possuírem veia R1 completamente coberta por sétulas na superfície
    dorsal, presença de cerda orbital proclinada nos machos e fêmur mediano com ctenídio.
    Além disso, algumas espécies apresentam asa com mácula escura entre a parte apical
    das veias R2+3 e C. A revisão taxonômica do gênero resultou em 34 espécies válidas,
    sendo que sete destas são novas para a ciência. Nephochaetopteryx calida não pertence
    ao gênero, N. shannoni foi considerada sinônimo júnior de N. flavipalpis, e N.
    linharensis sinônimo júnior de N. pallidifacies. Uma chave para os espécimes machos
    de todas as espécies válidas (com exceção de N. juquiana) foi apresentada, bem como
    ilustrações detalhadas da terminália e esternito 5 dos machos. Além disso, é proposta
    também uma hipótese de relacionamento filogenético para o gênero, baseada em 24
    caracteres da morfologia externa dos machos adultos, principalmente da terminália.
    Foram utilizados 32 táxons terminais, sendo 29 de Nephochaetopteryx. A monofilia do
    gênero foi corroborada, e uma nova sinapomorfia foi proposta dentro do contexto de
    Sarothromyiini: presença de lóbulo mediano no esternito 5 dos machos. Baseado na
    análise filogenética, o gênero foi dividido em quatro grupos de espécies: angustifrons,
    biculcita, cyaneiventris e pallidiventris. O grupo angustifrons é o grupo irmão do clado
    formado pelas demais espécies.

  • AGATA TYANNE SILVA NASCIMENTO
  • REVISÃO E REVALIDAÇÃO DO GÊNERO Pygoda AMYOT & SERVILLE, 1843 (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)
  • Orientador : JOSE ANTONIO MARIN FERNANDES
  • Data: 30/07/2012
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  • A família Pentatomidae é a quarta mais numerosa dentro de Heteroptera, tendo ampla distribuição mundial, perfazendo um total de 760 gêneros e aproximadamente 4.100 espécies conhecidas. A família é dividida em sete subfamílias, sendo três encontradas exclusivamente na região Neotropical. Dentre elas, Edessinae apresentando cerca de 288 espécies distribuídas em seis gêneros: Edessa, Olbia, Pantochlora, Brachystethus, Peromatus e Doesburgedessa. Destes, Edessa é o que concentra mais espécies e mais problemas taxonômicos e nomenclaturais. Assim o objetivo geral do trabalho é revisar o subgênero Pygoda de Edessa e reavaliar o seu status dentro de Edessinae. Para o estudo foram analisados 88 exemplares pertencentes a instituições nacionais e internacionais e a coleções particulares. As descrições seguem o modelo usado para a subfamília. São apresentadas medidas, fotografias das espécies, desenhos do processo do metasterno e das genitálias de ambos os sexos. Com base nesse estudo Pygoda foi elevado novamente a gênero. Cinco espécies são transferidas de Edessa para este gênero: E. civilis, E. expolita, E. irrorata, E. polita e E. thoracica. Quatro espécies novas são descritas: P. sp. n. 199, P. sp. n. 200, P. sp. n. 201 e P. sp. n. 202. O lectótipo de P. polita e de E. expolita são designados. O macho de P. irrorata e a fêmea de P. civilis são descritos pela primeira vez. O gênero é caracterizado por apresentar: sétimo segmento abdominal escuro dorsalmente e pelo menos 1,5 vezes mais longo do que largo na base; manchas arredondadas escuras abaixo dos espiráculo; décimo segmento dos machos com a face posterior intumescida e projetada posteriormente; falo com uma expansão ventral. São fornecidas chaves para identificação das espécies de Pygoda, gêneros de Edessinae e subgêneros de Edessa. Um mapa de distribuição das espécies também é apresentado.
  • DARLAN TAVARES FEITOSA
  • TAXONOMIA DE SERPENTES SUL-AMERICANAS DO GÊNERO Micrurus WAGLER, 1824 COM PADRÃO DE COLORAÇÃO MONADAL (SERPENTES, ELAPIDAE)
  • Data: 27/06/2012
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  • O gênero Micrurus reúne serpentes de hábitos semi-fossoriais, terrestres e semi-aquáticos, distribuídas desde o Sul dos Estados Unidos à região central da Argentina. Das 75 espécies atualmente válidas para o gênero, 42 fazem parte do grupo de espécies com padrão de coloração monadal, dentre as quais 32 são registradas para América do Sul. Com o objetivo de revisar a taxonomia das Micrurus sul-americanas com padrão monadal, foram levantados neste trabalho dados de lepidose, hemipênis e distribuição geográfica de 1052 exemplares de todos os táxons atualmente válidos. O presente trabalho compreende três capítulos. O primeiro capítulo apresenta a revisão taxonômica das espécies do grupo M. annellatus. Baseado nos resultados obtidos nas análises morfológicas e morfométricas foi possível elevar os três táxons pertencentes ao grupo à categoria de espécies plenas, revalidar M. montanus e elaborar uma chave de identificação para as espécies válidas. O segundo capítulo apresenta uma análise da variação morfológica e de M. langsdorffi e M. ornatissimus, revisão das subespécies de M. steindachneri e avaliação do status taxonômico de M. petersi. Os resultados mostraram clara distinção entre M. langsdorffi e M. ornatissimus, corroboraram a validade de M. petersi e a elevação de M. s. steindachneri e M. s. orcesi à categora de espécies plenas. O terceiro capítulo apresenta uma revisão taxonômica de todas as Micrurus sul-americanas com padrão monadal. Apresentamos uma proposta taxonômica para as espécies do grupo M. dumerilii com elevação de M. d. dumerilii, M. d. carinicauda e M. d. transandinus à categoria de espécies plenas e a sinonimização de M. d. antioquiensis e M. d. venezuelensis com M. carinicauda e de M. oligoanellatus com M. transandinus. a descrição de uma espécies nova para a região de Letícia na Colômbia, Tabatinga no Brasil, além da fornecer uma chave dicotômica para auxiliar na identificação das espécies válidas.
  • SHIRLIANE DE ARAÚJO SOUSA
  • ANÁLISE FILOGEOGRAFICA E POPULACIONAL DO GÊNERO CORYTHOPIS SUNDEVALL, 1936 (AVES: RHYNCHOCYCLIDAE)
  • Data: 31/05/2012
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  • O gênero Corythopis pertence à família Rhynchocyclidae e agrupa vários táxons sobre cujos limites e validade ainda deixam dúvidas, o que gera incertezas quanto a real quantidade de unidades evolutivas diagnosticáveis dentro do grupo. Esse gênero possui duas espécies reconhecidas: Corythopis delalandi, monotípica e distribuída nos biomas Mata Atlântica e Cerrado; e C. torquatus (endêmica da Amazônia), na qual são reconhecidas três formas, caracterizadas e distinguíveis uma das outras pelo padrão de tons de marrom na cabeça: C. t. torquatus Tschudi, 1844; C. t. anthoides (Pucheran, 1855) e C. t. sarayacuensis Chubb, 1918. O objetivo deste estudo é tentar reconstruir os contextos temporais e espaciais do processo de diversificação das diferentes linhagens evolutivas de Corythopis, possibilitando inferências sobre a história evolutiva e limites inter e intraespecíficos do grupo. Foram realizadas análises filogeográficas (ML e IB) e populacionais com base em um marcador mitocondrial (ND2), além de uma árvore de espécies com dois marcadores nucleares (MUSK e βf5) e um mitocondrial (ND2). De acordo com os resultados observados, existem cinco filogrupos principais em Corythopis, endêmicos das seguintes regiões (áreas de endemismo): 1- Xingu, Tapajós e Rondônia (norte; a leste do rio Jiparaná); 2- Napo; 3- Guiana; 4- Inambari e Rondônia (sul, a oeste do rio Jiparaná) e 5- Mata Atlântica. Os resultados das análises filogenéticas e populacionais indicaram a existência de dois clados reciprocamente monofiléticos sustentados por altos apoios de bootstrap (>80%) e probabilidades posteriores (> 0.95), concordando desse modo com a taxonomia atual para o gênero Corythopis, que reconhece uma espécie biológica na Amazônia (C. torquatus) e outra na Mata Atlântica e Cerrado. A árvore de espécie concorda com as demais análises, mostrando que existem apenas duas linhagens reciprocamente monofiléticas em Corythopis bem apoiadas estatisticamente: C. torquatus (F1, F2, F3 e F4) e C. delalandi (F5), reforçando o seu status como espécies biológicas independentes. O padrão biogeográfico de separação entre os diferentes filogrupos Amazônicos de Corythopis é bem diferente daquele reportado até hoje para diferentes linhagens de aves Amazônicas, onde os eventos iniciais de separação envolveram populações dos escudos brasileiros e das Guianas.
  • KLEITON RODOLFO ALVES DA SILVA
  • Sobreposição de nicho de duas espécies simpátricas de Arthrosaura (Squamata: Gymnophthalmidae), na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará
  • Orientador : MARIA CRISTINA DOS SANTOS COSTA
  • Data: 24/05/2012
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  • Em geral, espécies próximas filogeneticamente usam recursos similares e podem ser potenciais competidores. No entanto, elas podem divergir em um dos três eixos que norteiam o seu nicho, temporal, espacial e trófico. Essas diferenças podem ser determinantes para a coexistência de populações. Pressupondo que as populações de Arthrosaura interagem, e pode ocorrer sobreposição de nicho, quais estratégias elas adotaram para minimizar a competição permitindo a convivência de ambas? O presente estudo tem como objetivo investigar o nicho espacial, temporal e trófico de Arthrosaura kockii e A. reticulata na Amazônia oriental (01°42'30"S, 51°31'45" W), localizada nos municípios de Melgaço e Portel, Pará, Brasil, onde foram realizadas três expedições. Os animais foram coletados através do método de Procura Ativa, iniciando as 06h e finalizando às 18h. Foram analisados 107 A. kockii e 115 A. reticulata, desses, 107 e 113 respectivamente, apresentaram itens alimentares. Foram contabilizados 26 itens, destes 25 itens foram consumidos por A. reticulata e 14 foram consumidos por A. kockii. A espécie A. reticulata apresentou uma maior amplitude trófica nos meses chuvosos e na maior parte do período seco, enquanto que A. kockii apresentou uma maior amplitude no início do período seco. Os itens mais importantes (IA%), para A. reticulata foram Araneae=0,64, Blattaria=0,17, Orthoptera-Gryllidae=0,09 e Homoptera=0,05, já para A. kockii foram Araneae=0,66, Blattaria=0,19, Orthoptera-Gryllidae=0,04 e Isoptera=0,04. Arthrosaura reticulata apresentou um maior período de atividade, iniciando as 07h: 50min e terminando às 17h: 00min, concentrando o seu pico de atividade no intervalo das 09h às 14h: 30min, esta espécie foi considerada não heliotémica. A. kockii, teve um menor período de atividade, iniciado as 08h:40min e finalizando as 15:h25min, seu pico de atividade ficou concentrado no intervalo das 10h as 14h:30min, esta espécie foi considerada heliotémica. A altura de serapilheira e a distância do corpo d’água foram significativas na distribuição das espécies, A. reticulata foi encontrado em serapilheira com alturas que variaram de 2,5 cm até 13 cm, já A. kockii ocorreu em intervalos de 1,5 cm até 10 cm,. A. reticulata ocorreu em diversos ambientes da floresta, sendo encontrado dentro de corpos d’água até a terra firme, por isso ocorreu em alturas de serapilheira maiores do que A. kockii que ficou limitado à terra firme. Duas espécies mostraram distinções no nicho espacial, temporal e trófico, que provavelmente está permitindo a coexistência das duas populações.
  • KLEITON RODOLFO ALVES DA SILVA
  • Sobreposição de nicho de duas espécies simpátricas de Arthrosaura (Squamata: Gymnophthalmidae), na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará
  • Orientador : MARIA CRISTINA DOS SANTOS COSTA
  • Data: 24/05/2012
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  • Em geral, espécies próximas filogeneticamente usam recursos similares e podem ser potenciais competidores. No entanto, elas podem divergir em um dos três eixos que norteiam o seu nicho, temporal, espacial e trófico. Essas diferenças podem ser determinantes para a coexistência de populações. Pressupondo que as populações de Arthrosaura interagem, e pode ocorrer sobreposição de nicho, quais estratégias elas adotaram para minimizar a competição permitindo a convivência de ambas? O presente estudo tem como objetivo investigar o nicho espacial, temporal e trófico de Arthrosaura kockii e A. reticulata na Amazônia oriental (01°42'30"S, 51°31'45" W), localizada nos municípios de Melgaço e Portel, Pará, Brasil, onde foram realizadas três expedições. Os animais foram coletados através do método de Procura Ativa, iniciando as 06h e finalizando às 18h. Foram analisados 107 A. kockii e 115 A. reticulata, desses, 107 e 113 respectivamente, apresentaram itens alimentares. Foram contabilizados 26 itens, destes 25 itens foram consumidos por A. reticulata e 14 foram consumidos por A. kockii. A espécie A. reticulata apresentou uma maior amplitude trófica nos meses chuvosos e na maior parte do período seco, enquanto que A. kockii apresentou uma maior amplitude no início do período seco. Os itens mais importantes (IA%), para A. reticulata foram Araneae=0,64, Blattaria=0,17, Orthoptera-Gryllidae=0,09 e Homoptera=0,05, já para A. kockii foram Araneae=0,66, Blattaria=0,19, Orthoptera-Gryllidae=0,04 e Isoptera=0,04. Arthrosaura reticulata apresentou um maior período de atividade, iniciando as 07h: 50min e terminando às 17h: 00min, concentrando o seu pico de atividade no intervalo das 09h às 14h: 30min, esta espécie foi considerada não heliotémica. A. kockii, teve um menor período de atividade, iniciado as 08h:40min e finalizando as 15:h25min, seu pico de atividade ficou concentrado no intervalo das 10h as 14h:30min, esta espécie foi considerada heliotémica. A altura de serapilheira e a distância do corpo d’água foram significativas na distribuição das espécies, A. reticulata foi encontrado em serapilheira com alturas que variaram de 2,5 cm até 13 cm, já A. kockii ocorreu em intervalos de 1,5 cm até 10 cm,. A. reticulata ocorreu em diversos ambientes da floresta, sendo encontrado dentro de corpos d’água até a terra firme, por isso ocorreu em alturas de serapilheira maiores do que A. kockii que ficou limitado à terra firme. Duas espécies mostraram distinções no nicho espacial, temporal e trófico, que provavelmente está permitindo a coexistência das duas populações.
  • VICTOR FONSECA DA SILVA
  • VARIAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DOS SAGÜIS DE FACE COM PÊLOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL, SAGUINUS MIDAS (LINNAEUS, 1758) E SAGUINUS NIGER (É. GEOFFROY, 1803)
  • Data: 30/04/2012
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  • A distribuição geográfica de Saguinus midas abrange a região ao norte do rio Amazonas e leste do rio Negro até o litoral Atlântico, enquanto Saguinus niger está limitado à região sul do rio Amazonas e a leste do rio Xingu. Atualmente estas duas espécies são consideradas validas, já que S. niger foi recentemente elevada à categoria específica em decorrência de vários estudos realizados com dados moleculares. A última revisão para estas espécies foi realizada na década de 1970. Nesta, foi afirmado que S. midas apresentaria variação geográfica na pelagem da região dorsal e nas extremidades dos membros, ao passo que S. niger apresentaria uma variação de pelagem restrita à região dorsal. Por sua vez, os estudos moleculares que investigaram estas espécies encontraram divergência considerada alta entre os espécimes oriundos dos rios Trombetas (Pará) e Uatumã (Amazonas), para S. midas, e entre os espécimes das duas margens do rio Tocantins para S. niger. O objetivo do presente estudo é descrever a variação destes táxons a partir de uma abordagem interdisciplinar, empregando análises de morfometria, morfologia e genética. Como resultado, foram reconhecidas três espécies: S. midas, S. niger e S. umbratus. A espécie S. midas apresentou somente variação geográfica e individual, como pode ser observado nas análises morfométricas e na morfologia. Esta espécie apresentou dimorfismo sexual na altura craniana e no tamanho do canino. Por sua vez, a espécie S. niger foi desmembrada em dois táxons. A revalidação de S. umbratus foi baseada na congruência dos resultados obtidos por todas as análises utilizadas. A consideração de S. niger e S. umbratus como espécies diferentes corroborou estudos moleculares anteriores que apontavam alta divergência entre as populações das duas margens do rio Tocantins. A revalidação de S. umbratus fez necessária a elaboração de uma nova hipótese de surgimento para este grupo, principalmente em decorrência da espécie revalidada ser de um clado separado nas filogenias obtidas. São apresentadas as diagnoses e descrições para cada espécie.
  • CASSIA DE CARVALHO TEIXEIRA
  • RECURSOS ALIMENTARES E LOCAL DE FORRAGEIO DE TRÊS ESPÉCIES DE HELICOPS WAGLER, 1830 (SERPENTES: DIPSADIDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL
  • Data: 30/04/2012
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  • Espécies filogeneticamente aparentadas, que coexistem no ambiente com semelhanças na utilização dos recursos, são potencialmente competidoras. Assim, espera-se que apresentem diferenciação em algum dos principais eixos do nicho ecológico. Helicops angulatus, H. hagmanni e H. polylepis são cobras d’água abundantes no estado do Pará, Amazônia Oriental, e podem ser sintópicas, o que sugere que estas espécies apresentem alguma variação na dieta ou no local de forrageio. Esse estudo teve o objetivo de verificar variações na composição da dieta, a amplitude e sobreposição de nicho trófico, bem como variações no local de forrageio, baseadas em características ecomorfológicas dos peixes consumidos por três espécies de cobras d’água na Amazônia Oriental, Pará. Verificamos que a dieta das três espécies de Helicops é semelhante, contudo, as proporções em que os itens são consumidos diferem. Helicops angulatus é a espécie mais generalista e H. hagmanni a mais especialista, e a sobreposição alimentar entre as três espécies foi intermediária. De acordo com os dados ecomorfológicos dos peixes consumidos por H. angulatus, H. hagmanni e H. polylepis pôde-se concluir que estas espécies forrageiam os mesmos ambientes em meio aquático, principalmente microhábitats de águas lênticas nos estratos médio e superior da coluna d’água. A coexistência dessas espécies pode estar sendo favorecida pela abundância dos recursos consumidos.
  • DINA MARA DIAS
  • História natural do lagarto partenogenético Leposoma percarinatum (Squamata: Gymnophthalmidae) em floresta amazônica, Pará, Brasil
  • Orientador : MARIA CRISTINA DOS SANTOS COSTA
  • Data: 30/04/2012
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  • Para entender o papel ecológico que cada espécie desempenha em seu hábitat, são necessários estudos básicos de história natural que envolvam questões sobre uso de hábitat, ecologia trófica e reprodutiva. Visando caracterizar o uso de microhábitat, a dieta e padrões reprodutivos de uma população de L. percarinatum (Muller, 1923), foram analisados espécimes coletados em duas áreas da Floresta Nacional de Caxiuanã (PPBio e ECFPn), nos municípios de Melgaço e Portel, Estado do Pará. Para tanto, foram analisados a composição e importância dos itens alimentares, o uso de microhábitat, período de atividade, ciclo reprodutivo e fecundidade da espécie. L. percarinatum é um componente da fauna de serapilheira úmida, localizada próximo a corpos d’água. É um caçador diurno, com período de atividade se estendendo das 0800h às 1700h. Com hábito alimentar generalista, apresenta artrópodes, como Hymenoptera, Coleoptera e Araneae, como principais itens alimentares, não apresentando diferenças significativas na importância dos itens alimentares entre os períodos seco e chuvoso. O período reprodutivo se estende ao longo de todo o ano. As desovas apresentam número fixo de ovos por ninhada e o tamanho dos ovos está relacionado ao comprimento rostro-cloacal da fêmea.
  • LUCAS EDUARDO ARAÚJO SILVA
  • “Filogeografia de Phaethornis bourcieri (Aves: Trochilidae): implicações taxonômicas e biogeográficas”

  • Data: 30/04/2012
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  • Phaethornis bourcieri é uma espécie de beija-flor que habita o sub-bosque de
    florestas de terra-firme, distribuindo-se por quase toda Amazônia. Atualmente, duas
    subespécies alopátricas entre si são consideradas válidas, em P. bourcieri: P. b. bourcieri, P.
    b. major. Apesar de serem aceitos hoje, os táxons têm sua validade, limites interespecíficos e
    história evolutiva ainda não completamente elucidados. Com isso, foram utilizados caracteres
    morfológicos e moleculares para rever a taxonomia e propor uma hipótese filogenética para as
    populações e táxons agrupados em Phaethornis bourcieri. Nossos resultados mostraram que
    P. bourcieri faz parte do clado de Phaethornis de bico reto juntamente com P. philippii e P.
    koepckeae e que a subespécie major é mais próxima das últimas espécies em vez de
    populações agrupadas como bourcieri. Nossas hipóteses filogenéticas recuperaram três
    principais clados reciprocamente monofiléticos de P. bourcieri da margem norte do rio
    Amazonas separados pelos rios Negro e Solimões. Estes clados (juntamente com major) são
    melhor tratados como espécies biológicas e filogenéticas, para as quais apenas três nomes
    válidos são aplicáveis. A diversificação do clado de Phaethornis de bico reto (P. bourcieri, P. philippii, e P. koepckeae) está centrado na Amazônia e parece estar intimamente ligado com a
    formação da drenagem amazônica moderna durante o Plio-Pleistoceno.

  • MARIANO BRANDAO CORDEIRO JUNIOR
  • Revisão taxonômica dos gorgulhos do gênero Bondariella Hustache & Bondar, 1942 (Coleoptera, Curculionidae, Baridinae), com notas sobre sua associação com palmeiras.
  • Data: 30/04/2012
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  • O gênero Bondariella Hustache & Bondar, 1942 foi revisado no presente trabalho com atualização dos nomes de estruturas taxonômicos e inclusão de caracteres para a diagnose do gênero como rostro, escrobo, escapo antenal, inserção antenal, intervalos elitrais e terminália masculina, ventritos e tergitos. Duas novas espécies são acrescentadas para o gênero. São fornecidos no trabalho redescrições das espécies conhecidas, descrições das espécies novas, ilustrações dos lectótipos e paralectótipos, das antenas, ventritos, tergitos e terminália masculina. Também são incluídas informações das plantas-hospedeiras, mostrando associação das espécies de Bondariella com espécies de palmeiras dos gêneros Syagrus Mart. e Euterpe Mart
  • ROMINA DO SOCORRO DA SILVA BATISTA
  • Filogeografia e limites inter-específicos em Dendrocolaptes certhia (Aves: Dendrocolaptidae)
  • Data: 30/04/2012
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  • A sistemática da espécie politípica Dendrocolaptes certhia (Aves: Dendrocolaptidae) foi estudada até hoje apenas com base em caracteres morfológicos e até então não se conseguiu delimitar as relações e propor diagnoses consistentes para todos os táxons / populações agrupados na espécie. Caracteres moleculares se tornam assim uma ferramenta potencial para fornecer um grau maior de resolução acerca da história evolutiva desta espécie politípica. Para tal, foi utilizado um banco de dados multilocus composto de dois genes mitocondriais e três loci diferentes de genes nucleares, e a partir de análises com diferentes abordagens (bayesianas, coalescentes e genético populacionais) foi então proposta a primeira filogeografia para esta espécie. Os dados moleculares sugerem alterações na taxonomia de Dendrocolaptes certhia em relação a arranjos propostos onde propomos um novo tratamento taxonômico que reconhece sete espécies diagnosticáveis ao invés de uma única espécie politípica reunindo todos os táxons de D. certhia. Estas sete espécies estão distribuídas de maneira a corroborar com as principais áreas de endemismo na Amazônia, e sua diversificação parece estar fortemente correlacionada com a formação da drenagem moderna da Amazônia durante os períodos do Plio-Pleistoceno.
  • LEONARDO MOURA DOS SANTOS SOARES
  • Biogeografia e Filogeografia comparada do complexo Micrastur ruficollis (Aves, Falconidae)
  • Data: 28/04/2012
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  • O debate central em biogeografia Neotropical diz respeito à importância dos eventos climáticos e geológicos na geração de riqueza de espécies atuais. Estudos que revelam a distribuição e relações filogenéticas entre táxons proximamente relacionados podem fornecer informações acerca dos eventos biogeográficos responsáveis pelos processos de diversificação na bacia amazônica. Além disso, tem sido importantes para desenvolver e testar hipóteses sobre processos evolutivos históricos relacionados com a origem da biodiversidade atual. Desta forma, o presente artigo tem como objetivos principais: (1) investigar a filogeografia comparada de três espécies do complexo Micrastur ruficollis (M. ruficollis, M. gilvicollis e M. mintoni), com a finalidade de identificar os contextos temporal e espacial da diversificação do grupo; e (2) reavaliar com base em caracteres moleculares o status taxonômico e limites interespecíficos entre os táxons do complexo. As filogenias moleculares foram baseadas em 3.305 pares de bases dos genes mitocondriais ND2 e cyt b e dos genes nucleares BF5 e MUSK de 41 espécimes, incluindo como grupos externos os táxons M. mirandollei e M. semitorquatus. As árvores filogenéticas obtidas por ML, IB e Árvore de Espécies recuperaram uma única topologia agrupando todos espécimes analisados do complexo M. ruficollis em um clado fortemente apoiado, embora as relações internas mais basais dentro do mesmo não tenham sido bem apoiadas estatisticamente. As datas das árvores moleculares indicaram que a separação entre as espécies do complexo ocorreram entre 4 e 5 milhões de anos tendo se iniciado durante o Neógeno (Plioceno) e que resultou na diversificação de 10 linhagens, (sub-clados) em M. ruficollis, M. gilvicollis e M. Mintoni, principais até os dias de hoje que poderão ser consideradas espécies crípticas sob conceitos alternativos de espécie mediante a análises adicionais com base em caracteres fenotípicos.
  • LEONARDO MOURA DOS SANTOS SOARES
  • Biogeografia e Filogeografia comparada do complexo Micrastur ruficollis (Aves, Falconidae)
  • Data: 28/04/2012
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  • O debate central em biogeografia Neotropical diz respeito à importância dos eventos climáticos e geológicos na geração de riqueza de espécies atuais. Estudos que revelam a distribuição e relações filogenéticas entre táxons proximamente relacionados podem fornecer informações acerca dos eventos biogeográficos responsáveis pelos processos de diversificação na bacia amazônica. Além disso, tem sido importantes para desenvolver e testar hipóteses sobre processos evolutivos históricos relacionados com a origem da biodiversidade atual. Desta forma, o presente artigo tem como objetivos principais: (1) investigar a filogeografia comparada de três espécies do complexo Micrastur ruficollis (M. ruficollis, M. gilvicollis e M. mintoni), com a finalidade de identificar os contextos temporal e espacial da diversificação do grupo; e (2) reavaliar com base em caracteres moleculares o status taxonômico e limites interespecíficos entre os táxons do complexo. As filogenias moleculares foram baseadas em 3.305 pares de bases dos genes mitocondriais ND2 e cyt b e dos genes nucleares BF5 e MUSK de 41 espécimes, incluindo como grupos externos os táxons M. mirandollei e M. semitorquatus. As árvores filogenéticas obtidas por ML, IB e Árvore de Espécies recuperaram uma única topologia agrupando todos espécimes analisados do complexo M. ruficollis em um clado fortemente apoiado, embora as relações internas mais basais dentro do mesmo não tenham sido bem apoiadas estatisticamente. As datas das árvores moleculares indicaram que a separação entre as espécies do complexo ocorreram entre 4 e 5 milhões de anos tendo se iniciado durante o Neógeno (Plioceno) e que resultou na diversificação de 10 linhagens, (sub-clados) em M. ruficollis, M. gilvicollis e M. Mintoni, principais até os dias de hoje que poderão ser consideradas espécies crípticas sob conceitos alternativos de espécie mediante a análises adicionais com base em caracteres fenotípicos.
  • GREGORY THOM E SILVA
  • Testando hipóteses de diversificação na Amazônia: filogeografia da espécie politípica Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 (Aves: Thamnophilidae).
  • Data: 19/04/2012
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  • Desde o século XIX várias hipóteses para explicar a origem da complexa diversidade Amazônica foram propostas. Dentre essas hipóteses duas se destacam por serem aplicáveis a vários grupos de vertebrados: 1) a hipótese dos rios como barreiras e 2) a hipótese dos refúgios. A recente utilização da biologia molecular e da filogeografia aplicadas a linhagens amazônicas, e o desenvolvimento da paleogeografia dessa região, tem permitido o falseamento dessas hipóteses através de dados filogenéticos e de genética populacional. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é buscar a origem evolutiva e construir um modelo de diversificação para os táxons Amazônicos da espécie politípica Thamnophilus aethiops, no intuito de observar qual a relação entre os eventos cladogenéticos que ocorreram nesse complexo com os modelos paleogeográficos e hipótese biogeográficas propostas para a Amazônia. Sequências de dois genes mitocondriais (Cyt b e ND2) e três nucleares (Bf5, Bf7 e Musk4) foram geradas para 78 indivíduos, abrangendo toda a distribuição Amazônica e da Floresta Atlântica da espécie politípica T. aethiops. Para construir um cenário espaço-temporal de diversificação para esse complexo, foram utilizadas análises filogeográficas, incluindo uma análise de árvore de espécies, de datação molecular e de genética populacional. Os resultados obtidos nesse trabalho suportam a monofilia das populações Amazônicas da espécie politípica T. aethiops, identificando oito populações reciprocamente monofiléticas, sete destas bem apoiadas estatisticamente. A filogenia proposta nesse trabalho evidenciou populações reciprocamente monofiléticas não reconhecidas pela taxonomia atual, apontando a necessidade de uma revisão sistemática desse complexo no intuito de descrever táxons novos e reconhecer espécies válidas. As análises de datação molecular geradas a partir do mtDNA e da árvore de espécies apontam para um cenário de diversificação semelhante, tendo início entre o Plioceno médio e Pleistoceno recente, possivelmente se irradiando do sopé Andino para as demais regiões Amazônicas. A datação para os eventos cladogenéticos responsáveis pela formação das populações reciprocamente monofiléticas reconhecidas nesse trabalho, em parte coincidem com as datas propostas para a formação e estruturação da atual Bacia Amazônica, colocando os principais tributários do rio Amazonas como barreiras para o fluxo gênico. Da mesma forma, a existência de paleo-canais, mudanças no curso dos rios do Oeste Amazônico e a presença de paleo-bacias de drenagem bem desenvolvidas relacionadas aos rios Aripuanã e Jiparaná, possivelmente contribuíram para a formação da atual diversidade dentro da espécie politípica T. aethiops na Amazônia. Análises populacionais suportam flutuações no histórico demográfico das populações que ocupam atualmente a Área de Endemismo de Inambari e a porção Norte da Área de Endemismo de Rondônia, possivelmente relacionadas a mudanças climáticas, contudo não suportam a hipótese dos refúgios.
  • DENISE MENDES MARTINS
  • Sistemática Molecular e Filogeografia do gênero Phoenicircus Swainson, 1832 (Aves: Cotingidae)
  • Data: 19/04/2012
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  • Muitas hipóteses já foram propostas na tentativa de explicar a origem e manutenção da grande biodiversidade encontrada na Amazônia, entretanto poucas são passíveis de serem testadas sob um ponto de vista filogeográfico. Nós avaliamos padrões de diversificação temporal e espacial de duas espécies de aves endêmicas da região amazônica, as quais apresentam populações alopátricas restritas a diferentes áreas de endemismo e limitadas pelos principais rios da bacia Amazônica. Sequências de dois genes mitocondriais (ND2 e Cytb) e dois nucleares (βf7 e G3PDH intron 11) foram obtidas a partir de 30 indivíduos, abrangendo a área de distribuição total do gênero Phoenicircus e incluindo as duas espécies atualmente válidas P. carnifex e P. nigricollis. A utilização de ferramentas da filogeografia, aliadas a métodos de genética populacional e de datação molecular, nos permitiu reconstruir os contextos espacial e temporal do processo de diversificação destes táxons na região Amazônica, bem como fazer predições sobre sua história geográfica e ambiental. Nossos dados revelaram a existência de quatro grupos geneticamente distintos, evidenciando o status parafilético de P. carnifex e a monofilia recíproca entre as duas populações alopátricas de P. nigricollis, e sugeriram, portanto, alterações na taxonomia atualmente aplicada ao gênero Phoenicircus. A história de evolução de Phoenicircus parece ter sido delineada por dois tipos de eventos vicariantes, inicialmente pela formação dos principais rios da Amazônia, durante os períodos Plio-Pleistoceno, e mais recentemente por eventos de captura de drenagem resultantes da atividade de placas neotectônicas localizadas na região central amazônica, destacando a importância de processos históricos como estes na modelagem da biota Amazônica atual.
  • JOSÉ ORLANDO DE ALMEIDA SILVA
  • CALIFORÍDEOS (DIPTERA, OESTROIDEA) ASSOCIADOS A CADÁVERES SUÍNOS EM UMA ÁREA DE CERRADO NA RESERVA ECOLÓGICA DO INHAMUM, CAXIAS, MARANHÃO, BRASIL: SUBSÍDIOS PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS FORENSES
  • Data: 30/03/2012
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  • O presente estudo teve como objetivo conhecer a fauna e o padrão de distribuição temporal de califorídeos que colonizam cadáveres suínos em uma área de cerrado na Reserva Ecológica do Inhamum (REI), Caxias, MA. Foram realizados dois experimentos, um no período seco (julho a agosto/2010) e o outro no período chuvoso (março a abril/2011). Em cada experimento foram utilizados três suínos de 12 kg cada, colocados em gaiola de metal. Sobre cada gaiola foi colocada uma “armadilha do tipo suspensa” para capturar os califorídeos adultos que visitassem os cadáveres suínos. Bandejas com serragem foram acopladas debaixo das gaiolas, para coleta de imaturos. Foram obtidos 51.234 espécimes de califorídeos, sendo 25.093 de adultos coletados e 26.141 de adultos criados. Foram identificadas as seguintes espécies: Chloroprocta idioidea (Robineau-Desvoidy, 1830) Chrysomya albiceps (Wiedemann, 1819), Chrysomya megacephala (Fabricius, 1794), Chrysomya rufifacies (Macquart, 1843), Cochliomyia macellaria (Fabricius, 1775), Hemilucilia benoisti Séguy, 1925, Hemilucilia segmentaria (Fabricius, 1805), Hemilucilia townsendi Shannon, 1926, Lucilia eximia (Wiedemann, 1818) e Lucilia sp1. Chrysomya rufifacies e H. townsendi são novos registros para o Brasil. Cochliomyia macellaria e C. idioidea foram as mais abundantes, em relação aos adultos coletados, enquanto que C. albiceps e C. rufifacies foram as mais abundantes entre os adultos criados. Apenas as espécies do gênero Hemilucilia não se criaram nos cadáveres suínos. A duração da decomposição dos cadáveres suínos foi, em média, de 10 dias e não variou entre os perídos seco e chuvoso, assim como a duração de cada estágio também foi semelhante entre os períodos. As durações dos estágios de decomposição foram diferentes entre si, sendo que o estágio de Fermentação foi o mais duradouro. As espécies adultas coletadas de L. eximia, C. idioidea e C. macellaria foram pioneiras na colonização dos cadáveres suínos e estiveram presentes em todos os estágios de decomposição, mas somente L. eximia apresentou associação com o estágio Inicial, segundo o índice de IndVal. Os imaturos de L. eximia foram os primeiros a abandonarem os cadáveres para empuparem no solo, seguidos pelos imaturos de C. macellaria, C. albiceps e C. rufifacies. Segundo o índice de IndVal, os adultos coletados das espécies H. townsendi e H. benoisti foram as únicas que apresentaram associação a apenas um estágio, o de Inchamento; C. rufifacies e C. megacephala apresentaram associação aos estágios de Putrefação Escura e Fermentação; e as demais espécies apresentaram associação a quatro estágios. Em relação aos adultos criados, L. eximia e C. macellaria foram as únicas que apresentaram associação ao estágio de Inchamento, enquanto que C. albiceps e C. rufifacies, as únicas que apresentaram associação ao estágio seco. Os valores de abundância das espécies adultas coletadas de L. eximia, C. idioidea, C. macellaria, C. albiceps e C. rufifacies diferiram entre os estágios de decomposição, sendo que, o de Putrefação Escura foi o mais atrativo. Os valores de abundância dos adultos criados de C. albiceps, C. rufifacies e L. eximia também diferiram entre os estágios, sendo que, o estágio seco foi onde ocorreu maior abundância das espécies de Chrysomya e o de Putrefação Escura, o de L. eximia. Os adultos coletados de L. eximia e C. idioidea, e os adultos criados de C. rufifacies foram mais abundantes no período chuvoso. Em relação aos adultos coletados, a análise de ordenação demonstrou que as comunidades de califorídeos apresentaram maior semelhança entre os estágios de Putrefação Escura, Fermentação e Seco, devido aos maiores valores de riqueza e abundância; no entanto, em relação aos adultos criados, as comunidades dos estágios de Fermentação e Seco foram as mais semelhantes. Estes resultados contribuem para o entendimento do processo de sucessão das espécies de califorídeos adultos visitantes e criados durante a decomposição de cadáveres suínos em uma área de cerrado do estado do Maranhão.
  • JOSÉ ORLANDO DE ALMEIDA SILVA
  • CALIFORÍDEOS (DIPTERA, OESTROIDEA) ASSOCIADOS A CADÁVERES SUÍNOS EM UMA ÁREA DE CERRADO NA RESERVA ECOLÓGICA DO INHAMUM, CAXIAS, MARANHÃO, BRASIL: SUBSÍDIOS PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS FORENSES
  • Data: 30/03/2012
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  • O presente estudo teve como objetivo conhecer a fauna e o padrão de distribuição temporal de califorídeos que colonizam cadáveres suínos em uma área de cerrado na Reserva Ecológica do Inhamum (REI), Caxias, MA. Foram realizados dois experimentos, um no período seco (julho a agosto/2010) e o outro no período chuvoso (março a abril/2011). Em cada experimento foram utilizados três suínos de 12 kg cada, colocados em gaiola de metal. Sobre cada gaiola foi colocada uma “armadilha do tipo suspensa” para capturar os califorídeos adultos que visitassem os cadáveres suínos. Bandejas com serragem foram acopladas debaixo das gaiolas, para coleta de imaturos. Foram obtidos 51.234 espécimes de califorídeos, sendo 25.093 de adultos coletados e 26.141 de adultos criados. Foram identificadas as seguintes espécies: Chloroprocta idioidea (Robineau-Desvoidy, 1830) Chrysomya albiceps (Wiedemann, 1819), Chrysomya megacephala (Fabricius, 1794), Chrysomya rufifacies (Macquart, 1843), Cochliomyia macellaria (Fabricius, 1775), Hemilucilia benoisti Séguy, 1925, Hemilucilia segmentaria (Fabricius, 1805), Hemilucilia townsendi Shannon, 1926, Lucilia eximia (Wiedemann, 1818) e Lucilia sp1. Chrysomya rufifacies e H. townsendi são novos registros para o Brasil. Cochliomyia macellaria e C. idioidea foram as mais abundantes, em relação aos adultos coletados, enquanto que C. albiceps e C. rufifacies foram as mais abundantes entre os adultos criados. Apenas as espécies do gênero Hemilucilia não se criaram nos cadáveres suínos. A duração da decomposição dos cadáveres suínos foi, em média, de 10 dias e não variou entre os perídos seco e chuvoso, assim como a duração de cada estágio também foi semelhante entre os períodos. As durações dos estágios de decomposição foram diferentes entre si, sendo que o estágio de Fermentação foi o mais duradouro. As espécies adultas coletadas de L. eximia, C. idioidea e C. macellaria foram pioneiras na colonização dos cadáveres suínos e estiveram presentes em todos os estágios de decomposição, mas somente L. eximia apresentou associação com o estágio Inicial, segundo o índice de IndVal. Os imaturos de L. eximia foram os primeiros a abandonarem os cadáveres para empuparem no solo, seguidos pelos imaturos de C. macellaria, C. albiceps e C. rufifacies. Segundo o índice de IndVal, os adultos coletados das espécies H. townsendi e H. benoisti foram as únicas que apresentaram associação a apenas um estágio, o de Inchamento; C. rufifacies e C. megacephala apresentaram associação aos estágios de Putrefação Escura e Fermentação; e as demais espécies apresentaram associação a quatro estágios. Em relação aos adultos criados, L. eximia e C. macellaria foram as únicas que apresentaram associação ao estágio de Inchamento, enquanto que C. albiceps e C. rufifacies, as únicas que apresentaram associação ao estágio seco. Os valores de abundância das espécies adultas coletadas de L. eximia, C. idioidea, C. macellaria, C. albiceps e C. rufifacies diferiram entre os estágios de decomposição, sendo que, o de Putrefação Escura foi o mais atrativo. Os valores de abundância dos adultos criados de C. albiceps, C. rufifacies e L. eximia também diferiram entre os estágios, sendo que, o estágio seco foi onde ocorreu maior abundância das espécies de Chrysomya e o de Putrefação Escura, o de L. eximia. Os adultos coletados de L. eximia e C. idioidea, e os adultos criados de C. rufifacies foram mais abundantes no período chuvoso. Em relação aos adultos coletados, a análise de ordenação demonstrou que as comunidades de califorídeos apresentaram maior semelhança entre os estágios de Putrefação Escura, Fermentação e Seco, devido aos maiores valores de riqueza e abundância; no entanto, em relação aos adultos criados, as comunidades dos estágios de Fermentação e Seco foram as mais semelhantes. Estes resultados contribuem para o entendimento do processo de sucessão das espécies de califorídeos adultos visitantes e criados durante a decomposição de cadáveres suínos em uma área de cerrado do estado do Maranhão.
  • GERSON MOREIRA RODRIGUES
  • TAXOCENOSE DE SERPENTES DA ILHA DE MARAJÓ, ESTADO DO PARÁ, BRASIL
  • Data: 30/03/2012
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  • Este estudo aborda a composição e história natural das serpentes presentes na Ilha de Marajó, Estado do Pará, Brasil, baseado em 439 espécimes depositados nas Coleções Herpetológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Museu de Zooologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), entre os anos de 1958 e 2009, além de registros de literatura. A Ilha de Marajó, com 49.000 Km2, está localizada na foz do Rio Amazonas, apresentando, predominantemente, dois tipos de ecossistemas: florestas densas, prevalecendo na sua metade ocidental e áreas abertas prevalecendo na sua metade oriental. Foram registradas 62 espécies de serpentes na Ilha de Marajó, distribuídas em seis famílias: Boidae (n= 6; 9,7%), Colubridae (n= 14; 23%), Dipsadidae (n= 32; 52%), Elapidae (n= 5; 8,1%), Typhlopidae (n= 1; 1,6%) e Viperidae (n= 4; 6,5%). Nove espécies (Atractus natans, Atractus schach, Dendrophidion dendrophis, Helicops hagmanni, Hydrops martii, Liophis meridionalis, Liophis typhlus, Philodryas argentea e Siphlophis cervinus) são citados pela primeira vez na área de estudo. Dentre as espécies com maior abundância relativa estão Liophis poecilogyrus (n= 94; 21,41%), Bothrops atrox (n= 36; 8,2%) e Liophis taeniogaster (n= 34; 7,74%). A riqueza de serpentes da Ilha é comparada pelo método de rarefação com a Floresta Nacional de Caxiuanã, uma área continental próxima. O número elevado de espécies presentes na Ilha evidencia sua alta riqueza a qual não difere da observada na região continental. Foram obtidos dados alimentares de 28 espécies de serpentes, sendo “anuros” o item mais consumido, seguido por “mamíferos” e “lagartos”. Observou-se a prevalência do sentido de ingestão ântero-posterior (n= 36; 71%) em relação ao póstero-ânterior (n= 15; 29%). Na Ilha predominam serpentes primariamente terrestres (n= 22; 36%), seguidas por serpentes de hábitos arborícolas ou semi-arborícolas (n= 19; 31%), aquáticas ou semi-aquáticas (n= 12; 20%), fossoriais (n= 7; 11%) e criptozóicos (n= 1; 2%). Quanto à atividade diária, 30 (49%) das espécies são primariamente diurna, 17 (28%) são primariamente noturnas e 14 (23%) são diurnas e noturnas. Dados reprodutivos de 37 espécies foram obtidos, sendo que para as espécies aquáticas ou associadas a ambientes alagados, os filhotes, juvenis e fêmeas com ovos ou embriões foram capturados em quase todos os meses do ano (exceto janeiro), enquanto que para as demais espécies foram capturados filhotes, juvenis e fêmeas, principalmente durante a estação chuvosa. Os Dipsadidae apresentam o maior número de espécies, seguido pelos Colubridae, sendo este padrão de riqueza é semelhante a outras taxocenoses de serpentes sulamericanas. No entanto, espécies como Bothrops marajoensis, Chironius flavolineatus, Crotalus durissus, Eunectes deschauenseei, Epicrates maurus, Helicops leopardinus, Liophis poecilogyrus, Thamnodynastes lanei, Thamnodynastes sp. e Psomophis joberti parecem ocorrer apenas na metade oriental da Ilha de Marajó. Assim, tanto fatores históricos como ecológicos devem ter papeis importantes na estruturação da taxocenose de serpentes da Ilha de Marajó.
  • GERSON MOREIRA RODRIGUES
  • TAXOCENOSE DE SERPENTES DA ILHA DE MARAJÓ, ESTADO DO PARÁ, BRASIL
  • Data: 30/03/2012
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  • Este estudo aborda a composição e história natural das serpentes presentes na Ilha de Marajó, Estado do Pará, Brasil, baseado em 439 espécimes depositados nas Coleções Herpetológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Museu de Zooologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), entre os anos de 1958 e 2009, além de registros de literatura. A Ilha de Marajó, com 49.000 Km2, está localizada na foz do Rio Amazonas, apresentando, predominantemente, dois tipos de ecossistemas: florestas densas, prevalecendo na sua metade ocidental e áreas abertas prevalecendo na sua metade oriental. Foram registradas 62 espécies de serpentes na Ilha de Marajó, distribuídas em seis famílias: Boidae (n= 6; 9,7%), Colubridae (n= 14; 23%), Dipsadidae (n= 32; 52%), Elapidae (n= 5; 8,1%), Typhlopidae (n= 1; 1,6%) e Viperidae (n= 4; 6,5%). Nove espécies (Atractus natans, Atractus schach, Dendrophidion dendrophis, Helicops hagmanni, Hydrops martii, Liophis meridionalis, Liophis typhlus, Philodryas argentea e Siphlophis cervinus) são citados pela primeira vez na área de estudo. Dentre as espécies com maior abundância relativa estão Liophis poecilogyrus (n= 94; 21,41%), Bothrops atrox (n= 36; 8,2%) e Liophis taeniogaster (n= 34; 7,74%). A riqueza de serpentes da Ilha é comparada pelo método de rarefação com a Floresta Nacional de Caxiuanã, uma área continental próxima. O número elevado de espécies presentes na Ilha evidencia sua alta riqueza a qual não difere da observada na região continental. Foram obtidos dados alimentares de 28 espécies de serpentes, sendo “anuros” o item mais consumido, seguido por “mamíferos” e “lagartos”. Observou-se a prevalência do sentido de ingestão ântero-posterior (n= 36; 71%) em relação ao póstero-ânterior (n= 15; 29%). Na Ilha predominam serpentes primariamente terrestres (n= 22; 36%), seguidas por serpentes de hábitos arborícolas ou semi-arborícolas (n= 19; 31%), aquáticas ou semi-aquáticas (n= 12; 20%), fossoriais (n= 7; 11%) e criptozóicos (n= 1; 2%). Quanto à atividade diária, 30 (49%) das espécies são primariamente diurna, 17 (28%) são primariamente noturnas e 14 (23%) são diurnas e noturnas. Dados reprodutivos de 37 espécies foram obtidos, sendo que para as espécies aquáticas ou associadas a ambientes alagados, os filhotes, juvenis e fêmeas com ovos ou embriões foram capturados em quase todos os meses do ano (exceto janeiro), enquanto que para as demais espécies foram capturados filhotes, juvenis e fêmeas, principalmente durante a estação chuvosa. Os Dipsadidae apresentam o maior número de espécies, seguido pelos Colubridae, sendo este padrão de riqueza é semelhante a outras taxocenoses de serpentes sulamericanas. No entanto, espécies como Bothrops marajoensis, Chironius flavolineatus, Crotalus durissus, Eunectes deschauenseei, Epicrates maurus, Helicops leopardinus, Liophis poecilogyrus, Thamnodynastes lanei, Thamnodynastes sp. e Psomophis joberti parecem ocorrer apenas na metade oriental da Ilha de Marajó. Assim, tanto fatores históricos como ecológicos devem ter papeis importantes na estruturação da taxocenose de serpentes da Ilha de Marajó.
  • VALERIA JULIETE DA SILVA
  • ANÁLISE CLADÍSTICA E DESCRIÇÃO DE UM GRUPO NOVO DE ESPÉCIES DE EDESSA (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)
  • Data: 30/03/2012
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  • A subordem Heteroptera, é o maior táxon dentre os hemimetábolos, composta por sete infraordens, 23 superfamílias e 80 famílias. Dentre estas, Pentatomidae é a quarta família mais numerosa e diversa entre os heterópteros, possuindo 4.100 espécies distribuídas em 760 gêneros e em sete subfamílias. Edessinae possui atualmente cerca de 290 espécies distribuídas em seis gêneros: Edessa, Brachystethus, Peromatus, Olbia, Pantochlora e Doesburgedessa. De todos estes gêneros, Edessa é o que possui o maior número de espécies e o que concentra quase a totalidade dos problemas taxonômicos e nomenclaturais da subfamília. Devido ao seu tamanho, a revisão está sendo feita em partes, a partir do estudo de grupos de espécies unidos por possíveis sinapomorfias. Assim o objetivo geral do trabalho é propor e descrever um novo grupo de espécies com base em uma análise cladística. Para o estudo foram examinados 114 exemplares pertencentes a instituições nacionais e internacionais e a coleções particulares. As descrições seguem um modelo tradicional também usado para Edessinae. São apresentadas medidas e fotografias das espécies, desenhos do processo metasternal e genitália de ambos os sexos, chave dicotômica e mapa de distribuição. Para a analise cladística, foram levantados 22 caracteres morfológicos polarizados através do método do grupo externo, composto pelas espécies: Tibilis sp., Neotibilis fulvicornis, Brachystethus cribrus, Pantochlora vivida, Olbia elegans, Peromatus sp., Doesburgedessa elongatispina, Edessa cervus e Edessa affinis. Através do programa NONA foi obtida uma única árvore mais parcimoniosa, com 30 passos, índice de Consistência de 0,93 e índice de Retenção de 0,97. Com base nessa análise, o monofiletismo do grupo de espécie é confirmado. Assim, o grupo stolida aqui proposto é formado por quatro espécies já descritas Edessa stolida (Linnaeus, 1758), Edessa heymonsi Breddin, 1904, Edessa verhoeffi Breddin, 1904 e Edessa paravinula Barber, 1935 e por cinco espécies novas. O grupo stolida de Edessa é reconhecido pela presença de uma expansão que se projeta da margem lateral da face posterior do segmento X; região mediana do parâmero com uma projeção de formato triangular; ausência de uma faixa ou de tufo de pelos na face posterior do segmento X e gonapófise 8 esclerotizada. As espécies do grupo stolida são muito parecidas externamente e sua identificação só pode ser feita através da análise da genitália externa de ambos os sexos. A análise cladística apóia a idéia tradicional e o grupo stolida deve ser considerado parte do subgênero Hypoxys de Edessa. A topologia do cladograma resultante é (Tibilis sp. + Neotibilis fulvicornis (Brachystethus cribus (Pantochlora vivida ((Doesbuergedessa elongatispina + Edessa cervus (Peromatus sp. + Olbia elegans)) (Edessa affinis ((Edessa sp. nov 3 + Edessa sp. nov 3a) ((Edessa sp. nov 2 (Edessa verhoeffi + Edessa heymonsi)) (Edessa stolida (Edessa sp. nov 4 (Edessa paravinula + Edessa sp. nov 5))))))))). A fêmea de Edessa stolida e o macho de Edessa verhoeffi são descritos pela primeira vez neste trabalho. Os registros de distribuição das espécies são ampliados.
  • TIAGO OCTAVIO BEGOT RUFFEIL
  • A ICTIOFAUNA DE POÇAS ROCHOSAS DE MARÉ: PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO ASSOCIADOS AO ESPAÇO E AMBIENTE
  • Data: 21/03/2012
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  • Em estudos com comunidades biológicas, a busca por padrões de ocorrência e distribuição das espécies vêm ganhando espaço em pesquisas realizadas nas últimas décadas. O conhecimento da estrutura das comunidades e suas relações, associados às interações desses organismos com o meio ambiente, fornecem subsídios necessários para a manutenção dessas comunidades, bem como informações relevantes em planos de conservação e manejo. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito do ambiente e do espaço na estruturação da assembleia de peixes de poças rochosas de maré, descrevendo o padrão de ocupação das espécies nesse ambiente, testando a hipótese de que o espaço possui maior efeito na estruturação da ictiofauna. Foram amostradas 80 poças rochosas ao longo da Zona Costeira Amazônica, sendo 40 no período de maior precipitação e 40 no período de estiagem de 2011. Estas poças estão localizadas em cinco praias do litoral paraense e foram mensuradas quanto ao volume, a distância da margem e as variáveis físico-químicas da água, como pH, temperatura e salinidade. Foram coligidos 1.311 peixes, sendo 633 indivíduos na chuva e 648 na estiagem. Os indivíduos estão distribuídos em nove ordens, 14 famílias e 21 espécies, sendo a Ordem Perciformes a ordem mais abundante, com B. soporator e L. jocu sendo as espécies mais representativas. Os resultados obtidos na rotina BioEnv evidenciaram que as variáveis abióticas pH, temperatura e volume são responsáveis pela estruturação da comunidade. O cálculo da diversidade β evidenciou uma ampla variação de dados, abrangendo desde a substituição total das espécies até comunidades idênticas entre si, quanto à ocorrência e abundância. A DCA evidenciou que o período pluviométrico não é determinante na distribuição das espécies, uma vez que não há diferença na composição entre os dois períodos. O efeito do espaço e do ambiente sobre a comunidade foi pequeno, uma vez que a maior parte da variação não foi explicada utilizando-se todas as variáveis ambientais, como em uma segunda análise, em que só foram utilizadas as variáveis definidas pela rotina BioEnv. Seguindo o mesmo padrão, a pRDA apenas para as variáveis mais correlacionadas evidenciou que: 6% respondem ao ambiente, 4% ao espaço, 2% ao ambiente e espaço e 88% são outros fatores. Os resultados obtidos nessas análises comprovam que os fatores abióticos mensurados, bem como a distância entre as amostras, não são determinantes na composição e distribuição da ictiofauna em poças rochosas, refutando assim a hipótese de que o espaço possui efeito na estruturação da ictiofauna, uma vez que as condições ambientais sofrem constantes perturbações ocasionadas pelo movimento de marés. Sendo assim, as espécies que ocupam esse ambiente se mostram adaptadas, e por isso, não teriam sua distribuição afetada pela variação dos parâmetros ambientais nessa escala de estudo, respondendo somente ao efeito do espaço.
  • ALESSANDRO COSTA MENKS
  • TAXOCENOSE DE SERPENTES DO MUNICÍPIO DE JURUTI, PARÁ, BRASIL, COM INFORMAÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DAS ESPÉCIES
  • Data: 29/02/2012
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  • Estudos envolvendo estrutura de taxocenoses e história natural de serpentes são bastantes significativos para auxiliar no conhecimento da biologia e interações na qual as espécies são submetidas. Esses estudos ainda contribuem para o conhecimento da composição, riqueza e abundância das espécies, compreensão dos habitats e hábitos, atividades diária e sazonal, dieta, aspectos reprodutivos e análise dos padrões de distribuição. Desta forma, este trabalho teve os seguintes objetivos: estudar a taxocenose de serpentes no Município de Juruti, PA; descrever a composição geral de espécies; estimar a abundância das espécies; descrever a dieta e aspectos reprodutivos, analisando a associação da morfologia das espécies com o uso do substrato; avaliar a eficácia dos métodos de captura; reunir informações sobre história natural das espécies e, por fim, comparar a similaridade da composição da taxocenose estudada com outras de regiões florestadas da Amazônia brasileira. Para tanto, foram utilizados dados de espécimes coletados em seis áreas com diferentes graus de preservação, localizados na área do Projeto Juruti/Alcoa, através de 13 campanhas realizadas entre os anos de 2002 e 2011. As coletas foram feitas utilizando-se dos métodos de Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) e Procura Limitada por Tempo (PLT). Também foram considerados todos os espécimes coletados por encontros ocasionais, coleta por terceiros e resgate de fauna. No total, foram registradas 74 espécies de serpentes (n = 488), pertencentes a 43 gêneros e oito famílias. As famílias Dipsadidae (39 spp.; 53%) e Colubridae (16 spp.; 22%) apresentaram maior riqueza de espécies, seguidas pelas famílias Boidae e Elapidae (5 spp.; 7% cada), Viperidae (4 spp.; 5%), Leptotyphlopidae (3 spp.; 4%), Typhlopidae e Aniliidae (1 sp.; 1% cada). Dentre as espécies com maior abundância relativa estão Bothrops atrox (4,9%), Liophis typhlus (4,7%), Imantodes cenchoa (4,5%), Chironius multiventris (3,9%) e Siphlophis compressus (3,5%). O método de coleta que se mostrou mais eficiente foi PLT, que registrou 46 espécies (87%), seguido de AIQ, que registrou 16 espécies (30%). As atividades de resgate de fauna foram responsáveis pela coleta de 50 espécies (67%), coletas por terceiros registrou 40 espécies (54%) e encontros ocasionais 38 espécies (51%). Em floresta primária foram registradas 58 espécies, sendo 10 exclusivas para esse habitat, enquanto que, em ambientes antropizados foram registradas 43 espécies, sendo seis exclusivas, e em floresta secundária foram registradas 29 espécies, com apenas duas espécies exclusivas. Foram registradas 37 espécies (50%) terrestres e/ou criptozoicas, oito espécies (11%) terrestres e/ou arborícolas, 10 espécies (14%) com hábitos arborícolas, 10 espécies (14%) com hábitos aquáticos e oito espécies (11%) com hábitos fossoriais. Com relação a atividade diária, foram registradas 19 espécies (35%) em atividade diurna, 32 (58%) em atividade noturna e quatro espécies (7%) em atividade diurna e noturna. Ao se verificar o trato digestório foi possível registrar 107 itens alimentares de 35 espécies (47%) de serpentes, sendo registrados os seguintes itens alimentares: lagartos (n = 18; 29%), anfíbios anuros (n = 14; 25%) e pequenos mamíferos (n = 9; 19%). Foi possível verificar que o sentido de ingestão das presas consumidas, em sua maioria, foi ântero-posterior (n = 32; 82%), seguida de póstero-anterior (n = 7; 18%). Dados reprodutivos foram obtidos para 43 espécies, sendo encontradas fêmeas contendo ovos entre junho e abril (exceção do mês de maio) e com folículo vitelogênico secundário entre agosto e maio (exceção dos meses de junho e julho). Embriões foram registrados nos meses de setembro e outubro e os filhotes registrados durante todo o ano (exceção do mês de julho). Não houve um padrão reprodutivo evidente, contudo, o recrutamento ocorre ao longo do ano, com maiores períodos de reprodução entre os meses de agosto a maio, caracterizado pelo aumento da pluviosidade e umidade da região, o que proporcionam maior disponibilidade de recursos alimentares durante essa época do ano. A relação da morfologia e uso do substrato utilizado pelas serpentes indicou que as espécies que utilizam o solo (terrestres, criptozóicas e fossorial) apresentaram menor razão entre o comprimento da cauda e comprimento total do corpo, sendo que a espécie fossorial Typhlops reticulatus apresentou a menor proporção. A comparação da similaridade da composição de espécies de serpentes de áreas florestadas da Amazônia mostrou que a taxocenose da região de Juruti tem maior similaridade com taxocenose da região de Tucurui ao leste do Pará, seguidas das taxocenoses de Caxiuanã, nordeste do Pará e do Baixo Rio Amazonas, oeste do Pará. As maiores similaridades ocorreram nas taxocenoses situadas a margen direita do Rio Amazonas, onde provavelmente o rio representa uma barreira para dispersão e/ou o limite de distribuição de algumas espécies.
  • LUCIANA FRAZÃO LUIZ
  • DIETA, ÁREA DE USO E TRANSPORTE DE GIRINOS DE AMEEREGA TRIVITTATA (SPIX, 1824) (ANURA: DENDROBATIDAE) EM UMA REGIÃO DE FLORESTA DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 29/02/2012
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  • Este estudo explora aspectos da dieta, área de uso e transporte dos girinos de Ameerega trivittata em uma região de floresta de terra firme na Amazônia Oriental. Nós coletamos 56 espécimes no total (48 machos e oito fêmeas), e destes 44 indivíduos de A. trivittata tiveram aferidos o seu conteúdo estomacal onde, formigas da Subfamília Myrmicinae, foi o táxon mais consumido pelos machos, e Isoptera pelas fêmeas. Isso provavelmente se deve à necessidade da aquisição de alcaloides pelos machos, presentes em formigas, que lhes dá um alto grau de toxicidade, e consequentemente, proteção, já que são os machos que realizam o cuidado parental nessa espécie, transportando os girinos para as poças. Estimamos a área de uso de quatro machos, sendo estas, em média, duas vezes maiores do que a encontrada para a mesma espécie na Amazônia Peruana. Não houve relação entre o tamanho dos machos e abundância e/ou tamanho médio dos girinos carregados e não houve relação entre a área das poças e a abundância de girinos, porém houve uma diminuição na abundância de girinos em relação à abundância de ninfas de Odonata, o que corrobora com outros trabalhos feitos para dendrobatídeos, já que estas são conhecidas por regular as populações de girinos.
  • PAULA CAROLINA RODRIGUES DE ALMEIDA
  • Morfologia e taxonomia de Atractus latifrons (Günther, 1868) (Serpentes: Dipsadidae) e seu relacionamento mimético com corais verdadeiras na Amazônia
  • Data: 29/02/2012
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  • A coloração animal é um importante atributo biológico com diferentes funções relacionadas às estratégias de vida adotadas pelos indivíduos no ambiente, como a termorregulação, a defesa e a comunicação inter e intraespecífica. O mimetismo é talvez, um dos mais importantes mecanismos biológicos de comunicação, frequentemente envolvendo similaridade de cor com conotação defensiva. Os sistemas miméticos refletem um complexo processo de evolução, que acentua semelhanças morfológicas ou comportamentais entre duas ou mais espécies, garantindo vantagens adaptativas em pelo menos uma delas. Apesar de comum entre os invertebrados, o mimetismo também pode ser observado em grupos de vertebrados como lagartos e serpentes, por exemplo. Dentre os exemplos mais comuns de mimetismo em serpentes são descritas as relações entre os corais verdadeiras e falsas. A falsa-coral, Atractus latifrons (Günther, 1868) é endêmica da Amazônia e ocorre nos territórios de Brasil, Colômbia, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Em função da semelhança cromática de seus diferentes padrões, esta espécie foi relacionada à algumas espécies de corais verdadeiras do gênero Micrurus que também apresentam distribuição amazônica. Embora a variação cromática desta espécie tenha sido relatada por alguns autores, algumas questões sobre o polimorfismo intraespecífico e sua relação com a distribuição geográfica, assim como a relação mimética com as corais verdadeiras de Micrurus ainda não foram estudadas. Com o objetivo de contribuir com a elucidação destas questões, este estudo foi organizado em dois capítulos: no primeiro capítulo, titulado “Variação morfológica e taxonomia de Atractus latifrons (Günther, 1868) (Serpentes: Dipsadidae)”, foram apresentadas as variações da morfologia externa e hemipeniana da espécie, incluindo sua redescrição e descrição do holótipo, além das descrições dos padrões cromáticos e análise de dimorfismo sexual; e no segundo capítulo, intitulado “Relações miméticas entre Atractus latifrons e corais verdadeiras na Amazônia”, foram identificados os possíveis modelos miméticos para A. latifrons, inferindo suas relações miméticas através da análise de co-ocorrência e apresentando mapas de distribuição dos padrões miméticos entre as espécies envolvidas.
  • MARCELO GORDO
  • ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DO SAUIM-DE-COLEIRA, Saguinus bicolor (PRIMATES; CALLITRICHIDAE)
  • Data: 28/02/2012
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  • Com o crescimento urbano de Manaus, a floresta contínua original foi destruída e fragmentada, provocando a diminuição da biodiversidade e redução, isolamento ou, até mesmo, extinção local de algumas populações de animais e plantas. O sauim-de-coleira, Saguinus bicolor, um dos primatas amazônicos mais ameaçados de extinção enfrenta esta situação, exacerbada pelo fato que sua distribuição geográfica é restrita à região de Manaus, sendo enquadrado como Criticamente em Perigo e mais atualmente como Em Perigo pela IUCN. Entretanto, poucos trabalhos foram publicados sobre a ecologia e comportamento do sauim-de-coleira. A maioria dos trabalhos sempre focaram principalmente questões relacionadas à sua distribuição geográfica. O presente trabalho teve o objetivo de levantar informações sobre a espécie S. bicolor através de estudos de caracterização da vegetação, padrões fenológicos e variações de peso nos sauins em quatro sítios de amostragem; estudos sobre parâmetros demográficos; efeito da fragmentação em populações remanescentes em Manaus; e fazer Análises de Viabilidade Populacional para diferentes cenários. Os levantamentos florísticos e acompanhamentos fenológicos foram feitos em três sítios dentro de fragmentos florestais urbanos e um sítio na Reserva Ducke, mata primária. Censos foram realizados em, pelo menos, 30 fragmentos de floresta de tamanhos diferentes a partir dos quais foram estimadas as populações e a caracterização (composição) dos grupos de S. bicolor. Tais informações foram usadas para as estimativas do efeito de fragmentação sobre as populações de sauins e estimativa dos parâmetros demográficos, que também incluiu o monitoramento de oito grupos de sauins em fragmentos de diferentes tamanhos e grandes áreas de floresta primária. A disponibilidade de frutos variou entre as estações chuvosas e secas, mas não foram detectadas variações significativas no peso dos sauins entre as estações. A maioria dos parâmetros demográficos de S. bicolor foram semelhantes a de outras espécies de Saguinus, com exceção da sobrevivência de filhotes, razão sexual (mais fêmeas do que machos) e parâmetros peculiares de mortalidade em função da matriz urbana. A fragmentação do ambiente teve uma relação do tamanho dos fragmentos com a densidade (negativa) e número de animais (positiva), sendo que para esta última o aumento da área representa um aumento proporcionalmente menor do número de animais. Avaliando diferentes cenários onde foram considerados fragmentos florestais de diferentes tamanhos e grandes áreas de floresta primária, em diferentes condições de conservação, foi estimada ser uma população viável tendo ao menos cerca de 500 exemplares. Em médio e longo prazo todas as populações dos fragmentos florestais urbanos serão inviáveis ou extintas e até mesmo a população da Reserva Ducke pode se tornar inviável.
  • THIAGO NAZARENO CONCEICAO SILVA DE JESUS
  • APRENDIZADO ESPAÇO-TEMPO NO FORRAGEAMENTO DE ABELHAS SEM FERRÃO AMAZÔNICAS (APIDAE, MELIPONINI)
  • Data: 28/02/2012
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  • Os meliponíneos são um táxon chave para manutenção da biodiversidade por realizarem a polinização de diversas espécies. O padrão de coleta de recursos florais é amplamente estudado e está relacionado a polinização, pois influencia tanto à coleta de recursos pelas abelhas quanto na fecundação cruzada das plantas. Néctar e pólen são recursos altamente disputados, tanto por outras espécies de meliponíneos quanto por outros animais. Dessa maneira, aprender a localização de um recurso, e a hora do dia em que tal recurso é oferecido, é uma vantagem adaptativa importante. Neste trabalho foi estudado se duas espécies de abelhas sem ferrão, Melipona fasciculata e Scaptotrigona postica, apresentam atividade alimentar antecipatória (AAA) como mecanismo importante para maximização da exploração de um recurso renovável. Em ambas ocorreu o fenômeno de antecipação, que deve ter evoluído para minimizar a competição com outras colônias, embora a precisão dessa antecipação varie entre as duas espécies.
  • BRUNO AYRES SANTOS
  • A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE E DO ESPAÇO EM COMUNIDADES DE PEIXES ESTUARINOS DA ZONA COSTEIRA AMAZÔNICA
  • Data: 28/02/2012
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  • Um dos objetivos do estudo da ecologia de comunidades de peixes é identificar e prever padrões de estruturação dessas assembleias em função das interações bióticas e abióticas que ocorrem dentro de um ecossistema. Especificamente na Zona Costeira Amazônica, há um crescente número de estudos sendo realizados sobre a influência de fatores abióticos e da localização espaço-sazonal na estruturação de assembleias de peixes estuarinos, no entanto estas influências têm sido avaliadas separadamente tornando restrito o entendimento da dinâmica das assembleias de peixes desses ambientes. Com isso, o objetivo deste estudo é identificar o padrão de estruturação espaço-sazonal da ictiofauna na Baía de Salinas relacionando descritores de assembleias de peixes com parâmetros ambientais e espaciais. As coletas foram sazonais (chuva e estiagem de 2011) dentro da Baía de Salinópolis utilizando métodos tradicionais (malhadeiras) de coleta de peixes. Foi coletado um total de 1.293 exemplares, distribuídos em 67 espécies e 27 famílias. As espécies Cathorops spixii (n = 121) e Cathorops agassizii (n = 201) foram as mais abundantes durante a chuva e durante a estiagem, as espécies Cathorops agassizii (n = 118) e Genyatremus luteus (n = 72) foram as mais abundantes. Os resultados mostraram as assembleias de peixes entre o período de chuva e estiagem se mostraram semelhantes em termos de abundância e composição de espécies. O ambiente e a localização geográfica não influenciam a estruturação das assembleias de peixes estuarinos neotropicais, sugerindo que a estruturação da assembleia se dê de forma aleatória, seguindo o padrão de modelosnulos de distribuição.
  • NARAIANA LOUREIRO BENONE
  • EFEITOS DO ESPAÇO E DO AMBIENTE SOBRE ASSEMBLEIAS DE PEIXES DE IGARAPÉS DA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 27/02/2012
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  • Os igarapés amazônicos podem apresentar características ambientais rigorosas para diversas espécies de peixes devido à sua condição oligotrófica. Apesar disso, estes cursos d’água detêm uma ictiofauna rica e diversificada, que ocupa uma grande variedade de microhábitats nos igarapés. Em sistemas de lagos de ria, os rios e igarapés sofrem um represamento natural e passam a ter baixos valores de correnteza, o que pode tornar esses ambientes mais homogêneos, já que a correnteza afeta diversas características dos igarapés. Nesse caso, a distância entre os igarapés poderia ser um dos principais fatores estruturadores das assembleias de peixes. Este trabalho teve como objetivo analisar a influência do espaço e do ambiente sobre a estrutura das assembleias de peixes de igarapés afogados em Caxiuanã, na Amazônia Oriental. As coletas de peixes foram realizadas durante o período da seca de 2010, abrangendo 34 trechos de igarapés. Foram mensurados oito fatores abióticos para testar os efeitos das características ambientais locais. Para analisar os efeitos do espaço, foram calculados filtros espaciais a partir das coordenadas geográficas, bem como a distância fluvial entre os trechos. As análises mostraram que o ambiente foi o único fator a influenciar a diversidade beta, refutando a hipótese do espaço enquanto fator estruturador e reforçando o papel do nicho ecológico na distribuição das espécies. Apesar disso, os fatores abióticos explicaram uma porcentagem baixa da variação na composição das espécies de peixe, o que mostra que outras variáveis podem afetar essas assembleias.
  • MARINA BARREIRA MENDONCA
  • Sistemática das espécies de cascudos “acari-cachimbo” do gênero Hemiodontichthys Bleeker, 1862 (Siluriformes: Loricariidae) com a descrição de quatro espécies novas
  • Data: 27/02/2012
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  • A revisão taxonômica do gênero Hemiodontichthys Bleeker, 1862, resultou no reconhecimento de cinco espécies válidas, incluindo quatro espécies novas. Uma nova diagnose para o gênero é proposta, Hemiodontichthys acipenserinus é redescrita, uma chave de identificação é apresentada, assim como um mapa com a distribuição para o gênero. Hemiodontichthys sp. “Coari” ocorre na bacia do rio Urucu, Hemiodontichthys sp. “Tocantins” na drenagem do Tocantins, Hemiodontichthys sp. “Peru1” nos rios Madre de Dios, Ucayali e Nanay, no Peru, Hemiodontichthys sp. “Peru2” tendo como localidade, imprecisa, Iquitos, e a espécie tipo H. acipenserinus, ocorrendo no rio Guaporé, Madeira e no médio e baixo Amazonas. Comentários sobre o monofiletismo de Hemiodonthichthys são apresentados.
  • ROBERTO GUEVARA FERREIRA LIMA
  • DISPERSÃO DE SEMENTES POR SAUINS-DE-COLEIRA (Saguinus bicolor SPIX, 1823; PRIMATES: CEBIDAE): EFEITOS DO PADRÃO DE DESLOCAMENTO NA FORMAÇÃO DE SOMBRAS DE SEMENTES
  • Data: 27/02/2012
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  • Quantificar a sombra de sementes gerada por um dispersor, ou seja, a maneira como as sementes são distribuídas em função do tempo que o dispersor as retém e de como este se desloca pelo habitat, é etapa essencial para avaliar os impactos do dispersor na estruturação e funcionamento de populações e comunidades vegetais. Este é o primeiro estudo com o primata S. bicolor como dispersor de sementes e teve como objetivo investigar o padrão de formação de sombra de sementes e sua relação com o padrão de deslocamento da espécie. O deslocamento de quatro grupos de S. bicolor foi monitorado em três fragmentos florestais em Manaus, Amazonia Central. O posicionamento dos animais em um sistema de trilhas foi registrado em intervalos de cinco minutos, ao longo de todo período de atividade, cinco dias ao mês durante o mínimo de 15 meses cada grupo. O tempo de retenção de sementes foi estimado registrando-se o tempo de ingestão, de defecação e o número de sementes de cinco espécies de frutos cultivados ofertados a quatro indivíduos criados em cativeiro. Sombras de sementes foram estimadas através da combinação de dados do padrão de deslocamento com dados do tempo de retenção de sementes. Para cada grupo, foram obtidas a distância média de dispersão e a proporção da área de uso ocupada em uma base mensal, e a relação destas duas variáveis foi verificada através de uma regressão linear simples. O tempo de retenção de sementes variou de 27 a 295 minutos (N = 394), sendo que mais da metade das sementes ficam retidas em até duas horas no trato digestivo, e o número médio de sementes por defecação foi de 3,5 (± 3,7; N = 111). Probabilidades de dispersão de sementes para fora das imediações da planta-matriz ultrapassam 80%, além de incluírem distâncias maiores do que 1 km. Apenas para dois grupos foi verificado que há relação entre a proporção da área de uso e as distâncias de dispersão sendo que para um destes o poder explanatório do modelo foi menor do que 20%. Os resultados indicam que S. bicolor dispersa sementes de forma efetiva e, assim como outros calitriquíneos, pode contribuir para a estruturação e regeneração de ecossistemas florestais.
  • THIAGO AUGUSTO PEDROSO BARBOSA
  • ASPECTOS ECOLÓGICOS DO BACU-PEDRA Lithodoras dorsalis (Valenciennes, 1840) (SILURIFORMES: DORADIDAE) NA FOZ AMAZÔNICA, BRASIL
  • Data: 22/02/2012
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  • O objetivo deste estudo foi investigar aspectos alimentares do bacu-pedra Lithodoras dorsalis (Siluriformes: Doradidae) na região da foz Amazônica e seu possível papel como dispersor de sementes. As coletas dos espécimes de L. dorsalis foram realizadas mensalmente de julho de 2010 a junho de 2011, totalizando 371 espécimes capturados. Por meio da análise das gônadas constatou-se que todos os espécimes coletados encontravam-se imaturos, caracterizando-os como jovens. O comprimento padrão médio foi igual a 15,40cm (DP ± 4,87cm) e a massa total média igual a 94g (DP ± 149,45g). A dieta da espécie foi composta por 28 itens alimentares, dos quais 16 foram de origem alóctone e 12 de origem autóctone, o que define a espécie como herbívora, com forte tendência à frugivoria devido aos altos valores de importância de frutos e sementes presente em sua dieta. Houve diferença entre os períodos pluvimétricos com relação a sazonalidade alimentar, sendo o final do período de transição entre chuva-estiagem e o início da estiagem os períodos de menor e maior atividade alimentar, respectivamente. Porém, a importância dos itens consumidos entre os períodos pluviométricos não apresentou diferença, sendo que a dieta da espécie foi similar durante todo o período de coleta. Quanto à ictiocoria, dos 371 espécimes de Lithodoras dorsalis coligidos, 268 (74,93%) apresentaram frutos e sementes em seus estômagos (principalmente açaí Euterpe oleracea Mart., aninga Montrichardia linifera (Arruda) Schott e buriti Mauritia flexuosa Mart). Para as análises de germinação foram utilizadas sementes do açaí Euterpe oleracea Mart. e da aninga Montrichardia linifera (Arruda) Schott por atingirem quantidade suficiente de amostras. A partir da análise do trato digestivo do bacu-pedra constatou-se que todas as sementes de Euterpe oleracea Mart. apresentavam-se intactas, havendo um aumento no desempenho germinativo, porém o mesmo não ocorreu para as estruturas germinativas de aninga Montrichardia linifera (Arruda) Schott, algumas das quais apresentaram-se destruídas devido ao processo digestivo. Concluiu-se que Lithodoras dorsalis é um potencial dispersor do açaí Euterpe oleracea Mart. na Foz Amazônica, uma vez que há um aumento do desempenho germinativo das sementes. Foi constatado um acréscimo na quantidade de frutos e sementes consumidos à medida que os indivíduos aumentam o tamanho corporal. Por fim, tendo em vista o alto consumo de material de origem alóctone por Lithodoras dorsalis, destaca-se a importância da vegetação ripária por fornecer itens como frutos essenciais na dieta desta e de outras espécies de peixes neotropicais. Além disso, Lithodoras dorsalis parece fazer parte do mecanismo de algumas espécies de plantas para a colonização de novas áreas (ictiocoria), como no caso do açaí Euterpe oleracea Mart.
  • BRUNO DA SILVEIRA PRUDENTE
  • ASPECTOS REPRODUTIVOS E ALIMENTARES DA PIRANHA Serrasalmus gouldingi FINK & MACHADO-ALLISON, 1992 (CHARACIFORMES: SERRASALMIDAE) EM RIOS AFOGADOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 21/02/2012
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  • O presente trabalho teve como objetivo avaliar a biologia reprodutiva, fator de condição e ecologia alimentar da piranha Serrasalmus gouldingi em relação a variações fluviométricas de rios afogados da região do baixo Rio Anapu, Amazônia Oriental, Pará, Brasil. Foram analisados 275 exemplares coletados bimestralmente de julho 2010 a maio 2011. Após coletados, os indivíduos foram mensurados quanto ao comprimento total, massa total e eviscerados para obtenção da massa da gônada e do estômago. As gônadas foram verificadas histologicamente quanto ao sexo e estágio de maturação, e os estômagos avaliados através da identificação do conteúdo estomacal. Quanto aos aspectos reprodutivos, a proporção sexual observada não diferiu de 1:1 para o período estudado como um todo, enquanto que para os diferentes períodos amostrados, verificou-se o predomínio de fêmeas durante os períodos transicionais de enchente e vazante. A espécie apresentou uma desova do tipo parcelada com dois picos de atividade reprodutiva nos períodos que antecederam os principais aumentos na fluviometria local. O L50 foi estimado em 12,24cm para machos e 16,13cm para fêmeas. O crescimento da espécie mostrou-se do tipo alométrico positivo, com um maior incremento de peso em relação ao comprimento e um fator de condição que, quando analisado ao longo do período amostrado, apresentou um decréscimo principalmente durante o período de desova. A dieta de S. gouldingi foi composta de 32 itens, agrupados em 10 categorias alimentares. Baseado em sua composição os resultados indicaram uma dieta onívora com forte tendência à piscivoria com um predomínio no consumo da categoria fragmentos de peixe, seguida por frutos e sementes e artrópodes alóctones. Diferenças na composição da dieta foram verificadas entre diferentes períodos hidrológicos, contudo, não houve diferença entre o sexo e estágio de maturação. Para o índice de repleção, machos e fêmeas apresentaram um mesmo padrão de variação, mostrando uma alimentação mais intensa durante os períodos de aumento do nível dos rios, e uma atividade menos intensa durante os períodos transicionais de vazante e enchente. A espécie também demonstrou variação em sua especificidade alimentar com uma dieta mais especialista durante o período de cheia, atribuída ao consumo quase que exclusivo de frutos e sementes.
  • BRUNO DA SILVEIRA PRUDENTE
  • ASPECTOS REPRODUTIVOS E ALIMENTARES DA PIRANHA Serrasalmus gouldingi FINK & MACHADO-ALLISON, 1992 (CHARACIFORMES: SERRASALMIDAE) EM RIOS AFOGADOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 21/02/2012
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  • O presente trabalho teve como objetivo avaliar a biologia reprodutiva, fator de condição e ecologia alimentar da piranha Serrasalmus gouldingi em relação a variações fluviométricas de rios afogados da região do baixo Rio Anapu, Amazônia Oriental, Pará, Brasil. Foram analisados 275 exemplares coletados bimestralmente de julho 2010 a maio 2011. Após coletados, os indivíduos foram mensurados quanto ao comprimento total, massa total e eviscerados para obtenção da massa da gônada e do estômago. As gônadas foram verificadas histologicamente quanto ao sexo e estágio de maturação, e os estômagos avaliados através da identificação do conteúdo estomacal. Quanto aos aspectos reprodutivos, a proporção sexual observada não diferiu de 1:1 para o período estudado como um todo, enquanto que para os diferentes períodos amostrados, verificou-se o predomínio de fêmeas durante os períodos transicionais de enchente e vazante. A espécie apresentou uma desova do tipo parcelada com dois picos de atividade reprodutiva nos períodos que antecederam os principais aumentos na fluviometria local. O L50 foi estimado em 12,24cm para machos e 16,13cm para fêmeas. O crescimento da espécie mostrou-se do tipo alométrico positivo, com um maior incremento de peso em relação ao comprimento e um fator de condição que, quando analisado ao longo do período amostrado, apresentou um decréscimo principalmente durante o período de desova. A dieta de S. gouldingi foi composta de 32 itens, agrupados em 10 categorias alimentares. Baseado em sua composição os resultados indicaram uma dieta onívora com forte tendência à piscivoria com um predomínio no consumo da categoria fragmentos de peixe, seguida por frutos e sementes e artrópodes alóctones. Diferenças na composição da dieta foram verificadas entre diferentes períodos hidrológicos, contudo, não houve diferença entre o sexo e estágio de maturação. Para o índice de repleção, machos e fêmeas apresentaram um mesmo padrão de variação, mostrando uma alimentação mais intensa durante os períodos de aumento do nível dos rios, e uma atividade menos intensa durante os períodos transicionais de vazante e enchente. A espécie também demonstrou variação em sua especificidade alimentar com uma dieta mais especialista durante o período de cheia, atribuída ao consumo quase que exclusivo de frutos e sementes.
2011
Descrição
  • FERNANDA ATANAENA GONCALVES DE ANDRADE
  • VARIABILIDADE MORFOMÉTRICA E MOLECULAR EM Desmodus rotundus (CHIROPTERA, PHYLLOSTOMIDAE) DE DIFERENTES ÁREAS DE RISCO PARA RAIVA RURAL NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
  • Data: 05/08/2011
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  • Desmodus rotundus, conhecido como “morcego vampiro comum”, possui ampla distribuição geográfica por toda América Latina e se alimenta preferencialmente em sangue de mamíferos. A introdução da pecuária bovina trouxe grandes transformações nas populações de D. rotundus e atualmente parece haver uma estreita relação entre a presença de bovinos e as populações do vampiro comum. Além de promover condições favoráveis de alimentação ao vampiro comum, as práticas de uso da terra para a criação de herbívoros domésticos teriam embutido um importante componente, o aumento da disponibilidade de abrigos diurnos, na forma de edificações rurais e bueiros. De modo geral, morcegos são considerados reservatórios naturais do vírus da raiva, portanto, a conseqüência mais preocupante para a vigilância em saúde, quando do favorecimento das suas taxas de sobrevivência, seria a geração de condições mínimas também à sobrevivência do vírus rábico. A ocorrência de casos confirmados de raiva paralítica (herbívoros e humanos) no meio rural é um acontecimento de longa data no estado do Pará, cuja relevância ficou mais evidenciada no cenário nacional, após os surtos de de 2004 e 2005. Tais acontecimentos ocorreram nos municípios do Marajó (Portel) e do nordeste do Pará (Viseu e Augusto Corrêa). Estes surtos, apesar de geograficamente distantes (cerca de 500 km), apresentam semelhanças incluindo o número de casos registrados, que ainda é considerado o mais alarmante de todos os tempos no Brasil. A análise molecular das variantes virais desses surtos identificaram uma divisão recente em duas linhagens associadas a D. rotundus na Amazônia. Uma linhagem incluiria o grupo do nordeste do Pará, e a outra, o Marajó, isoladas entre si por barreiras aparentemente naturais, como a cobertura da terra e os divisores de água. E uma vez que o vírus pode migrar através dos morcegos, a dispersão da doença estaria associada a estrutura populacional do morcego vampiro comum. Portanto, o presente estudo objetivou investigar grupos de D. rotundus de todas as mesorregiões paraenses para testar a hipótese de heterogeneidade populacional morfológica e molecular associadas a diferentes níveis de risco para a raiva.
  • RITA DE CASSIA OLIVEIRA DOS SANTOS
  • RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE GALHAS EM ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE, COM ÊNFASE EM Avicennia germinans (L.) STEARN (ACANTHACEAE), NA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ, BRASIL
  • Orientador : MARCUS EMANUEL BARRONCAS FERNANDES
  • Data: 05/08/2011
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  • É Avicennia germinans (L.) Stearn(Acanthaceae) uma super-hospedeira de insetos indutores de galhas no ecossistema de manguezal? Os trabalhos sobre herbivoria no manguezal têm enfocado principalmente sobre herbívoros mastigadores a despeito da alta riqueza de herbívoros endofíticos, principalmente galhadores, e da importância deste grupo no processo de herbivoria. Avicennia germinans é a principal espécie hospedeira de insetos galhadores no manguezal da península de Ajuruteua, Bragança, Pará, Brasil. Para essa região, um total de 14 galhas foram morfotipadas em A. germinans, o que caracteriza esta espécie arbórea de mangue como uma super-hospedeira de galhadores. Algumas características intrínsecas de A. germinans, tais como: altos níveis de nitrogênio total, baixos teores de compostos secundários, alta produção foliar, somada à composição florística do ecossistema manguezal em nível regional são alguns dos possíveis fatores que podem explicar a alta incidência de herbívoros endofíticos sobre essa espécie arbórea de mangue. As espécies A. marina, A. officinalis e A. schaueriana tambémpodem ser consideradas, caracteristicamente, como plantas super-hospedeiras para o ecossistema de manguezal, pois apresentam o mesmo papel ecológico promovendo o aumento da diversidade de herbívoros no sistema e causando impacto positivo na ciclagem da serapilheira.
  • SILVIA TEREZA DE CARVALHO
  • FILOGEOGRAFIA E LIMITES INTERESPECÍFICOS NO COMPLEXO
    Percnostola rufifrons (AVES: THAMNOPHILIDAE)

  • Data: 30/06/2011
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  • O complexo de espécies Percnostola rufifrons (Thamnophilidae) compreende atualmente uma espécies monotípica (P. arenarum) e uma espécie politípica (P. rufifrons), agrupando cinco táxons distribuídos parapatrica e alopatricamente ao norte do rio Solimões - Amazonas no Peru, Colômbia, Venezuela, Brasil e Guianas. O número de espécies válidas reconhecidas dentro deste complexo variou ao longo dos anos em função da autoridade taxonômica e do conjunto de caracteres utilizados nas análises de parentesco (morfológicos e vocais). Aqui, apresentamos pela primeira vez, uma filogenia molecular para o complexo P. rufifrons baseada em 1.762 pares de base de sequências dos genes mitocondriais cyt b e ND2 obtidas para 36 indivíduos pertencentes a todos os táxons do complexo. Adicionalmente, análises morfométricas e de caracteres de plumagem foram efetuadas para os táxons minor, rufifrons e subcristata com o objetivo de complementar uma análise anterior baseada no mesmo conjunto de caracteres. Árvores filogenéticas produzidas com Inferência Bayesiana e Máxima Verossimilhança foram idênticas quanto à topologia, recuperando um complexo P. rufifrons monofilético com forte apoio estatístico, o mesmo acontecendo com os táxons arenarum, jensoni e minor; já os táxons rufifrons e subcristata, embora não reciprocamente monofiléticos, se agruparam num clado independente também sustentado com alto apoio estatístico. Relações internas entre os táxons reciprocamente monofiléticos do complexo P. rufifrons, embora não fortemente apoiadas estatisticamente, mostraram uma divisão em dois clados principais distribuídos a leste (rufifrons+subcristata) e oeste (arenarum, jensoni e minor) do rio Negro. Dados moleculares, morfométricos e de plumagem não apoiaram uma diagnose consistente entre rufifrons e subcristata, justificando a sinonimização desse taxa, o primeiro com prioridade nomenclatural. Médias das distâncias genéticas entre as subespécies reciprocamente monofiléticas de P. rufifrons (jensoni, minor e rufifrons+subcristata) foram maiores que aquelas entre P. arenarum e todas as subespécies de P. rufifrons; esse fato, aliado à aparente parafilia da espécie politípica P. rufifrons, indicam que a taxonomia atual está em forte contraste com a história evolutiva do complexo P. rufifrons. Quando avaliados em conjunto, dados genéticos, vocais e morfológicos apóiam o reconhecimento de quatro espécies no complexo P. rufifrons: P. rufifrons, P. jensoni, P. arenarum e P. minor. Estimativas com base no relógio molecular indicam que as quatro principais linhagens do complexo P. rufifrons vêm evoluindo independentemente desde o início do Pleistoceno e que a sua origem é consistente com a re-organização da drenagem Amazônica no Plio-Pleistoceno após o aumento dramático das taxas de sedimentação nas bacias sedimentares pré-Andinas.

  • EMANUEL GIOVANI CAFOFO SILVA
  • DESEMPENHO DE ÍNDICES DE DIVERSIDADE-BETA COM DADOS DA ARANEOFAUNA (ARACHNIDA; ARANEAE) DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE TERRA FIRME DA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA

  • Data: 30/06/2011
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  • Tanto a diversidade-alfa quanto a diversidade-beta proporcionam parâmetros importantes para o entendimento das comunidades, sendo as informações de diversidade-beta obtidas necessariamente por meio de dados de diversidade-alfa. Portanto, várias abordagens metodológicas e problemas subjacentes, típicos dos estudos de diversidade-alfa, são replicados quando se trata de diversidade-beta, incluindo questões não resolvidas sobre quais são as melhores ferramentas frente ao problema da amostragem incompleta em ambos os casos. Este trabalho testou como alguns índices de dissimilaridade baseados em dados de incidência de espécies funcionam sob amostragem incompleta. Foi analisada a composição e riqueza de espécies das comunidades de aranhas de uma floresta de terra firme na Amazônia Oriental Brasileira, localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, situada nos Municípios de Melgaço e Portel, no Estado do Pará. Foi gerada uma lista de incidência e abundância das espécies de aranhas provenientes de sete parcelas em terra firme próximas das margens do Rio Caxiuanã. Parâmetros de diversidade-alfa e beta-substituição entre as sete parcelas foram comparados, permitindo avaliações do comportamento e robustez de 15 índices de dissimilaridade baseados em dados de incidência em comparações pareadas. O índice mais robusto foi utilizado na correlação entre a dissimilaridade e distâncias geográficas entre as parcelas. A mesma abordagem foi utilizada para avaliar o efeito das diferenças nas riquezas de espécies das parcelas nas performances dos índices. A base de dados foi composta por 126 amostras de Guarda-Chuva entomológico e 140 amostras de coleta manual noturna, constituídas por 5097 espécimes e 359 espécies (115 espécies com apenas 1 indivíduo). Intervalos de confiança de curvas de rarefação baseadas em indivíduos não foram significantes quanto a diferenças de riqueza para a maioria das parcelas. Duas parcelas localizadas nas proximidades da Baía de Caxiuanã apresentaram as menores riquezas. Os valores de robustez da maioria dos índices de dissimilaridade foram afetados por diferenças entre as riquezas medias. Nossos resultados indicaram que os índices mais robustos para comunidades de aranhas tropicais não são necessariamente os previamente testados sob uma abordagem similar aplicada a comunidades de aranhas de região temperada, onde os efeitos da amostragem incompleta são consideravelmente menores. Os melhores índices conforme a média dos valores de robustez em comparações pareadas foram Colwell & Coddington ßcc e Williams ß-3. O primeiro é recomendado quando as comparações são feitas entre dados de composição com grandes diferenças nas riquezas, e o segundo, quando estas diferenças são pequenas. Efeitos ambientais podem explicar o padrão composicional nas parcelas próximas da baía de Caxiuanã, sendo que nas demais parcelas a distância geográfica explica melhor tais padrões. Estes resultados melhoraram o entendimento sobre a diversidade beta de aranhas em florestas de terra firme na Amazônia Oriental e permitiram algumas considerações relevantes ao plano de Manejo da Floresta Nacional de Caxiuanã.

  • HERIBERTO FIGUEIRA DA SILVA FILHO
  • Ecologia trófica e reprodutiva de Phyllomedusa hypochondrialis (Daudin, 1802)
    (Hylidae, Phyllomedusinae) na Amazônia Oriental, Pará, Brasil.
    Dissertação
    Ecologia trófica e reprodutiva de Phyllomedusa hypochondrialis (Daudin, 1802)(Hylidae, Phyllomedusinae) na Amazônia Oriental, Pará, Brasil.Dissertação

  • Data: 30/06/2011
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  • Estudos sobre dieta de anuros podem servir como indicadores indiretos para o entendimento da ecologia das espécies, como a utilização de hábitat e comportamento de forrageamento, diferenças sexuais e ontogenéticas na composição de presas e mudanças sazonais na dieta. Diante disto, este trabalho tem como objetivo avaliar a contribuição das presas na dieta de Phyllomedusa hypochondrialis em dois remanescentes urbanos de Floresta de Terra-firme, Pará. Os estudos foram realizados em uma Fazenda de propriedade particular e no Parque Ecológico do Gumna. As coletas foram realizadas semanalmente de agosto/2010 a maio/2011, nos períodos seco e chuvoso. Foram feitas observações diretas e análises de conteúdo estomacal de 175 indivíduos de P. hypochondrialis (130 machos, 42 fêmeas e 3 jovens), sendo identificados 15 itens alimentares. Hemiptera foi o item mais frequente para ambos os sexos, tendo maior índice de importância alimentar (58,61%), respondendo junto com Araneae (IAi = 25,81%) por mais de 80% da dieta da espécie. Houve diferença na dieta entre os sexos, ocasionada pelo consumo diferenciado de Araneae e partes vegetais. Os machos tendem a consumir mais Araneae e as fêmeas mais partes vegetais. Notou-se que os machos consumiram Araneae e partes vegetais nos dois períodos. Já as fêmeas consumiram Araneae quase que exlusivamente no período seco e partes vegetais principalmente no período chuvoso. Ou seja, a dieta de macho não varia ao longo do período sazonal, já fêmeas tendem a procurar itens que lhes garantam maior retorno energético.

  • ADRIENE LEITE COSTA
  • REVISÃO DOS SUBGRUPOS parasaltans e saltans DO GRUPO saltans de Drosophila (DIPTERA, DROSOPHILIDAE)

  • Data: 29/06/2011
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  • Drosophilidae compreende setenta e três gêneros. Drosophila é o mais rico em espécies dentre estes gêneros e subdivide-se em oito subgêneros. Sophophora é um dos subgêneros de Drosophila mais especiosos. As espécies deste subgênero estão alocadas em grupos, sendo os quatro maiores: grupo Drosophila melanogaster, grupo D. obscura, grupo D. willistoni e grupo D. saltans. O grupo D. saltans é, até o momento, composto por 21 espécies as quais foram organizadas em cinco subgrupos, cordata, elliptica, sturtevanti, saltans e parasaltans. Todas as suas espécies distribuem-se exclusivamente na região Neotropical. O grupo é constituído por algumas espécies crípticas e a discriminação entre as espécies é feita principalmente pela terminália do macho, mais especificamente pelo edeago, como ocorre para a maior parte dos drosofilídeos. Nos trabalhos clássicos, com descrições da terminália das espécies do grupo, os edeagos foram desenhados em apenas uma posição, o que algumas vezes gera dúvidas na identificação, como no caso do subgrupo saltans, cujas espécies apresentam estrutura do edeago muito similares. Neste trabalho foram analisadas as espécies do subgrupo parasaltans e a maioria das espécies o subgrupo saltans. Os registros foram feitos com desenhos em câmara clara, fotos de microscopia óptica e eletrônica de varredura para as principais partes da terminália, com edeago em três posições: vista ventral, dorsal e lateral. Dados da distribuição das espécies foram atualizados com base na literatura e informações de coleções científicas. Os resultados mostram com maior precisão detalhes das terminálias e os caracteres distintivos das espécies, e foi produzida uma padronização na diagnose de todas as espécies analisadas. Lectótipos são designados para as seguintes espécies: D. subsaltans e D. parasaltans. Duas novas espécies são descritas neste trabalho, D.altaflore sp. nov. coletada em Alta Floresta, MT e D. caxiuana sp. nov. coletada na Floresta Nacional de Caxiuanã, Portel, PA. Propõemse a inclusão da primeira no subgrupo parasaltans e da segunda no subgrupo saltans.

  • SABINE GARCIA DE OLIVEIRA
  • Ecologia e repertório vocal de um grupo de Cebus kaapori (Queiroz, 1992) na região de influência da UHE de Tucuruí – PA

  • Data: 15/06/2011
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  • O macaco caiarara é um dos primatas mais ameaçados da Amazônia Brasileira. A espécie é endêmica de uma região onde a intensa degradação de habitat nas últimas décadas deixou as populações remanescentes limitadas a um contexto extremamente fragmentado. Até o momento, as únicas informações disponíveis para a espécie são observações isoladas de alimentação, registros de distribuição, informações de densidade populacional e tamanho de grupo, obtidos através de censos. Aqui nós apresentamos os primeiros dados da ecologia, comportamento e vocalização desta espécie. A vocalização está entre as principais formas de comunicação entre os primatas arborícolas, pois em florestas densas, a diminuição da visibilidade prejudica a comunicação visual, em longas distâncias. Um grupo de nove indivíduos foi monitorado durante um período de quatro meses na área de influência do reservatório da UHE de Tucuruí, em um fragmento de floresta ombrófila, com predomínio de mata secundária. Como outras espécies de caiararas, o grupo foi altamente frugívoro (78%), sendo a maior parte da dieta composta por polpa de frutos imaturos (53.6%), seguida de artrópodes (12.2%) e sementes (7.6%). Os animais gastaram a maior parte do seu tempo com locomoção (47.4%), sendo o único comportamento que apresentou diferença significativa entre os meses (p = 0.011). Também foi observada uma forte relação entre o consumo de frutos e a distância diária percorrida (p = 0.0002). O grupo usou uma área de 62,5 ha durante o estudo e o deslocamento diário foi igual a 2.173 m (± 400 m). Nossos dados revelam três tipos diferentes de vozes, alerta, localização e coesão. Verificou-se um repertório vocal bastante complexo do grupo de estudo e os animais apresentaram variação de uma mesma vocalização. É urgente a necessidade de estudos com grupos que ocupem outros tipos de habitat a fim de aumentar o conhecimento das necessidades ecológicas de Cebus kaapori e entender sua relação com espécies simpátricas como o macaco-prego (Cebus apella). Descobertas feitas na área de estudo mostraram que a espécie realmente merece o status de “Criticamente em Perigo” de extinção. Estas descobertas nos trazem a urgente necessidade de conhecimentos mais detalhados das espécies de primatas da Amazônia, particularmente na porção sudeste do bioma, onde a destruição do habitat está atingindo níveis alarmantes.

  • ELIZANDRA DE MATOS CARDOSO
  • INFERÊNCIAS FILOGENÉTICAS E DIVERSIDADE MOLECULAR NO GÊNERO Neacomys THOMAS 1900 (RODENTIA: CRICETIDAE)

  • Data: 31/05/2011
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  • Os camundongos-de-espinho, pertencentes ao gênero Neacomys Thomas, 1900, são roedores de hábitos terrestres distribuídos nas áreas florestais da América Central e Sul, desde o Panamá até a porção central da Bolívia e do Brasil. Nos últimos anos, autores apontaram que a diversidade deste gênero está subestimada, mediante dados moleculares com o gene Citocromo b (Cyt b) que mostraram uma diversidade genética até então desconhecida. Este trabalho tem como objetivos (i) propor uma hipótese filogenética para as espécies distribuídas na Amazônia, com ênfase na Amazônia oriental brasileira (ii) discutir a riqueza de espécies com base no levantamento de linhagens evolutivas independentes dentro do grupo, e (iii) atualizar o conhecimento sobre a distribuição geográfica das espécies reconhecidas, contribuindo para revisões sistemáticas e estudos evolutivos mais abrangentes para este grupo no futuro. Doze linhagens foram observadas, das quais seis correspondem a espécies válidas: N. dubosti, N. guianae, N. musseri, N. minutus, N. paracou e N. spinosus; três já foram reconhecidas como distintas das espécies válidas, mas não foram formalmente descritas: Neacomys sp.2, Neacomys sp.3, Neacomys sp.4; e três foram reconhecidos neste estudo como espécies válidas, dada sua alta divergência genética e topologia nos cladogramas gerados: Neacomys sp.1, Neacomys sp.5 e Neacomys sp.6. Nossos resultados apontam também níveis altos de divergências nucleotídicas entre as espécies e dentro de uma espécie em particular: Neacomys minutus, com 9,1% de divergência intra-específica. Estudos futuros são necessários para inferir se este grupo trata-se de um complexo de espécies. Padrões de distribuição foram verificados para este gênero, no qual os principais rios amazônicos parecem atuar como barreiras à distribuição de várias espécies, e ao menos um destes rios (rio Negro) pode ter tido papel fundamental na especiação deste grupo por vicariância.

  • ROSANGELA BARRETO AMADOR
  • EFEITO DA TOPOGRAFIA E ESTRATOS DA FLORESTA SOBRE A
    DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE DROSOPHILIDAE (DIPTERA).
    EFEITO DA TOPOGRAFIA E ESTRATOS DA FLORESTA SOBRE ADISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE DROSOPHILIDAE (DIPTERA).

  • Data: 31/05/2011
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  • Um dos temas centrais em Ecologia é o estudo das comunidades biológicas, que podem ser
    definidas como um conjunto de espécies que interagem entre si e com o meio natural. As
    espécies vivem em uma complexa rede de interações que podem explicar o comportamento
    e a estrutura de uma comunidade natural no espaço e no tempo. A distribuição das espécies
    da família Drosophilidae associadas a frutos, foi testada para duas dimensões da floresta:
    estratos da vegetação e perfis topográficos, relacionando os dados de riqueza e abundância
    com as variações microclimáticas e dados de estrutura do hábitat (abertura de dossel,
    densidade do sub-bosque). As coletas foram realizadas em março e junho de 2010 no sítio
    do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia (PPBio) na Floresta Nacional de
    Caxiuanã. A captura dos insetos foi realizada com a utilização de armadilhas com isca de
    banana fermentada em porções de 100g. Foram identificados 49.139 indivíduos da família
    Drosophilidae distribuídos em 29 espécies sendo duas delas não descritas, Drosophila
    b09007 e Drosophila ac10001. As espécies foram seletivas na ocupação de ambientes,
    sendo que, nas análises por espécie, o componente vertical foi mais evidente que os perfis
    topográficos. As espécies do subgrupo willistoni (Drosophila willistoni, Drosophila
    paulistorum e Drosophila equinoxialis) ocuparam preferencialmente o estrato inferior da
    floresta, enquanto que as do grupo saltans o estrato superior a 20 m do solo; exceto
    Drosophila subsaltans capturada principalmente a 1m de altura. As espécies comuns no
    estrato inferior da floresta responderam negativamente a valores altos de precipitação,
    temperatura e abertura de dossel enquanto que as espécies mais comuns a 20 metros são
    menos sensíveis a esses fatores. A heterogeneidade ambiental influencia a distribuição das
    espécies e as condições abióticas da floresta contribuem efetivamente na estruturação
    dessas comunidades. Efeitos globais que atuem sobre a estrutura da floresta e a
    constituição do microclima podem alterar drasticamente a distribuição e sobrevivência
    dessas espécies.
    Um dos temas centrais em Ecologia é o estudo das comunidades biológicas, que podem serdefinidas como um conjunto de espécies que interagem entre si e com o meio natural. Asespécies vivem em uma complexa rede de interações que podem explicar o comportamentoe a estrutura de uma comunidade natural no espaço e no tempo. A distribuição das espéciesda família Drosophilidae associadas a frutos, foi testada para duas dimensões da floresta:estratos da vegetação e perfis topográficos, relacionando os dados de riqueza e abundânciacom as variações microclimáticas e dados de estrutura do hábitat (abertura de dossel,densidade do sub-bosque). As coletas foram realizadas em março e junho de 2010 no sítiodo Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia (PPBio) na Floresta Nacional deCaxiuanã. A captura dos insetos foi realizada com a utilização de armadilhas com isca debanana fermentada em porções de 100g. Foram identificados 49.139 indivíduos da famíliaDrosophilidae distribuídos em 29 espécies sendo duas delas não descritas, Drosophilab09007 e Drosophila ac10001. As espécies foram seletivas na ocupação de ambientes,sendo que, nas análises por espécie, o componente vertical foi mais evidente que os perfistopográficos. As espécies do subgrupo willistoni (Drosophila willistoni, Drosophilapaulistorum e Drosophila equinoxialis) ocuparam preferencialmente o estrato inferior dafloresta, enquanto que as do grupo saltans o estrato superior a 20 m do solo; excetoDrosophila subsaltans capturada principalmente a 1m de altura. As espécies comuns noestrato inferior da floresta responderam negativamente a valores altos de precipitação,temperatura e abertura de dossel enquanto que as espécies mais comuns a 20 metros sãomenos sensíveis a esses fatores. A heterogeneidade ambiental influencia a distribuição dasespécies e as condições abióticas da floresta contribuem efetivamente na estruturaçãodessas comunidades. Efeitos globais que atuem sobre a estrutura da floresta e aconstituição do microclima podem alterar drasticamente a distribuição e sobrevivênciadessas espécies.

  • DAVID FIGUEIREDO CANDIANI
  • Análise cladística e revisão taxonômica do gênero Myrmecium Latreille, 1824 (Araneae, Corinnidae, Castianeirinae)
  • Data: 24/05/2011
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  • The ant-like spider genus Myrmecium Latreille, 1824 is revised, including 37 species, all herein diagnosed, described and illustrated. The following synonymies are proposed: Myrmecium aurantiacum Mello-Leitão, 1941 with M. camponotoides Mello-Leitão, 1932; M. gounellei Simon, 1896 with M. obscurum Keyserling, 1891; M. itatiaiae Mello-Leitão, 1932 and M. vertebratum Walckenaer, 1837 with M. rufum Latreille, 1824. Four species are considered species inquirendae: Myrmecium bonaerense Holmberg, 1881, M. monacanthum Simon, 1897, Myrmecium latreillei (Lucas, 1856) and M. trifasciatum Caporiacco, 1947. Males of M. dacetoniforme, Mello- Leitão, 1932, M. fuscum Dahl, 1907, M. obscurum, Keyserling, 1891 and adults of M. viehmeyeri Dahl, 1907 and M. reticulatum Dahl, 1907 are described for the first time. Myrmecium bifasciatum Taczanowski, 1874 and M. rufum Latreille, 1824 are also redescribed and illustrated. The following 29 new species are described, diagnosed and illustrated: Myrmecium amphora sp. nov. (female from Chichiriviche, Venezuela); M. bolivar sp. nov. (male and female from Caracas and Sucre, Venezuela and Colombia); M. carajas sp. nov. (male from Pará, Brazil); M. carvalhoi sp. nov. (female from Piauí, Tocantins and Goiás, Brazil); M. catuxy sp. nov. (female from Amazonas, Brazil and Puerto Lopez, Colombia); M. chikish sp. nov. (female from Huánuco, Peru); M. cizauskasi sp. nov. (male and female from Amazonas, Brazil); M. colosso sp. nov. (male from Amazonas, Brazil); M. deladanta sp. nov. (male from Sucúmbios, Ecuador); M. diasi sp. nov. (male and female from Amazonas, Brazil); M. duocordis sp. nov. (female from British Guiana); M. ferro sp. nov.(female from Paraiba, Brazil); M. indicatti sp. nov. (male and female from Pará, Brazil); M. konakona sp. nov. (female from Amazonas, Brazil and Madre de Dios, Peru); M. lomanhungae sp. nov. (male and female from Amazonas and Pará, Brazil); M. machetero sp. nov. (female from Beni, Bolivia); M. malleum sp. nov. (male and female from Aragua and Lara, Venezuela and Caldas, Colombia); M. nogueirai sp. nov. (male and female from Amazonas, Brazil); M. oompaloompa sp. nov. (male and female from Bahia, Brazil and Kurupukari, Guyana); M. otti sp. nov. (male and female from Pará, Amazonas and Mato Grosso, Brazil and Madre de Dios in Peru); M. pakpaka sp. nov. (male and female from Huánuco, Peru); M. raveni sp. nov. (male and female from Amazonas and Pará, Brazil); M. ricetti sp. nov. (male and female from the states of Pará, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás and Mato Grosso, Brazil and Puerto Lopez, Colombia); M. sineventer sp. nov. (male from Bolívar, Venezuela); M. souzai sp. nov. (male from Amazonas, Brazil); M. tanguro sp. nov. (male and female from Rondonia, Mato Grosso, Brazil); M. tikuna sp. nov. (male from Amazonas, Brazil); M. urucu sp. nov. (female from Amazonas, Brazil); M. yamamotoi sp. nov. (male and female from Amapá, Amazonas and Pará, Brazil and Marowijne, Suriname). A cladistic analysis of all species of Myrmecium, plus seven outgroup species, scored for 90 morphological characters, is also provided. Heuristic searchers with unweighted characters produced a single most parsimonious hypothesis, in which the monophyly of the genus is supported by thirteen synapomorphies, nine of which unambiguous.
  • DANILO LEAL ARCOVERDE
  • AVALIAÇÃO DO COMPLEXO PERIÓTICO-TIMPÂNICO, O OUVIDO MÉDIO, DE Sotalia guianensis (VAN BÉNÉDEN, 1864) (CETACEA: DELPHINIDAE) COMO FERRAMENTA NA IDENTIFICAÇÃO DE VARIAÇÕES GEOGRÁFICAS

  • Data: 30/04/2011
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  • Aspectos morfométricos do complexo periótico-timpânicos (PTs) são considerados uma boa fonte de informações em estudos de variação geográfica e diferenciação de populações de cetáceos. Entretanto, tais aspectos têm sido pouco investigados no gênero Sotalia. Este trabalho teve como objetivo comparar a estrutura morfométrica dos PTs de Sotalia guianensis entre cinco áreas da costa brasileira, denominadas unidades taxonômicas operacionais (UTOs): Unidade Amapá/Pará (AP/PA), Maranhão/Piauí (MA/PI), Ceará (CE), Rio de Janeiro Campos (RJ - Campos) e Lagos (RJ - Lagos), a fim de se analisar variações geográficas e identificar padrões populacionais associados ao crescimento, sexo, e simetria bilateral. Foram visitadas as coleções zoológicas de cinco instituições brasileiras: MPEG; PROCEMA/ ICEP; AQUASIS; UENF e GEMM-Lagos, e mensurados 22 caracteres em todos os PTs, além do comprimento do crânio (CCB). Para a análise de crescimento dos PT’s, foram realizadas regressões lineares simples entre CCB e o comprimento e largura dos timpânicos e dos perióticos. O dimorfismo sexual e a simetria bilateral foram avaliados através dos testes T² de Hotelling e t de Student. A variação geográfica foi analisada para os TPs esquerdos e direitos, através de análise de componentes principais (ACP), para reduzir o número de variáveis a serem utilizadas na análise de função discriminante (AFD), com o método forward stepwise. A similaridade entre as cinco UTOs foi estimada a partir do parâmetro da distância de Mahalanobis. Foram analisados os PTs de 143 espécimes de S. guianensis (53 machos, 34 fêmeas e 56 espécimes com sexo desconhecido), totalizando 243 PTs, sendo 125 esquerdos e 118 direitos. Os PTs de S. guianensis não demonstraram correlações significativas com o crescimento do crânio. Apresentaram até cinco variáveis dimórficas, que foram eliminadas da análise de variação geográfica. Ainda que considerados simétricos, os espécimes da unidade MA/PI apresentaram diferenças entre os resultados das análises dos lados esquerdo e direito. As ACPs selecionaram sete variáveis a partir das quais as AFDs revelaram variação geográfica significativa, relacionada principalmente ao timpânico. O método forward stepwise selecionou a variável 3 (DPEPS) como principal responsável pela variação. Houve crescimento clinal dos timpânicos no sentido norte-sul de sua distribuição. A análise de similaridade variou de acordo com o lado. Enquanto os PTs esquerdos agruparam as unidades da costa norte (AP/PA) e nordeste (MA/PI e CE), os PTs direitos revelaram que a unidade CE estava mais relacionada às unidades do Rio de Janeiro (RJ – Campos e RJ – Lagos).

  • ANA CAROLINA PINTO GUIMARAES
  • “ECOLOGIA E DIETA DE CHIROPOTES SATANAS (HOFFMANNSEGG, 1807)
    EM FRAGMENTO FLORESTAL NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE DE
    TUCURUÍ-PARÁ”
    “ECOLOGIA E DIETA DE CHIROPOTES SATANAS (HOFFMANNSEGG, 1807)EM FRAGMENTO FLORESTAL NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE DETUCURUÍ-PARÁ”

  • Data: 30/04/2011
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  • O cuxiú-preto (Chiropotes satanas) é uma espécie de primata com hábito arbóreo, de
    porte médio. Encontra-se ameaçado de extinção devido à perda e fragmentação de seu
    habitat, processo que altera a constituição florestal e oferta de alimento para diversas
    espécies. O objetivo deste estudo foi pesquisar o comportamento e dieta de um grupo de
    cuxiús-pretos, buscando uma compreensão detalhada sobre possíveis mudanças
    comportamentais em resposta aos efeitos de fragmentação do seu habitat. O presente
    estudo foi realizado em um fragmento florestal na margem direita do rio Tocantins
    chamado Trilha 4 (4º 15’ S, 49º 31’ W), no lago formado pela usina hidroelétrica de
    Tucuruí. O comportamento do grupo foi monitorado durante sete meses, seis dias por
    mês (387 horas). Um total de 9.818 registros foram anotados através de varreduras com
    registro de 3 minutos e intervalo de 10 e registrando todas as ocorrências de
    alimentação. Durante as varreduras, informações sobre comportamento, itens
    alimentares consumidos e uso do espaço foram obtidos. O comportamento foi dividido
    em 5 atividades comportamentais, sendo elas: alimentação, deslocamento, forrageio,
    outros e parado. A dieta foi dividida em itens alimentares, sendo eles: Sementes, frutos,
    flores, material vegetativo não-reprodutivo e artrópodes. O orçamento de atividades
    demonstrou que o grupo despendeu 31.2% de seu tempo em alimentação, 33.8% em
    deslocamento, 6.4% em forrageio, 0.4% na atividade outros e 28.2% parado, variando
    entre os meses. A dieta do grupo foi bastante diversa em termos taxonômicos, 66
    espécies pertencentes a 27 famílias vegetais foram utilizadas. As famílias mais
    importantes na dieta do grupo foram Fabaceae, Arecaceae, Caesalpiniaceae,
    Lecythidaceae e Bignoniaceae. As seis espécies mais consumidas foram Alexa
    grandiflora, Attalea speciosa, Attalea dalgheriana, Dialium guianense, Memora
    magnífica e Eschweilera coriacea representando cerca de 67% dos registros de
    alimentação, com concentração na utilização de flores de Alexa grandiflora entre os
    meses de agosto e outubro, nos quais a espécie correspondeu de 50% a mais dos
    registros de alimentação. O grupo utilizou aproximadamente 43.3 ha da área em que
    vive. O deslocamento diário foi estimado em 2.329±883 metros; variando ao longo dos
    meses de estudo. O orçamento de atividades do grupo T4 seguiu o padrão geral
    encontrado em outros estudos com o gênero Chiropotes, apresentando na área de estudo
    dieta diversa e comportamentos dentro dos padrões encontrados em outros estudos. O
    grande número de espécies (182) e famílias vegetais (43) utilizadas pelo grupo nos
    quatro estudos realizados entre 2001 e 2010, demonstra que a dieta é diversa, e os
    cuxiús utilizam um grande número de fontes alimentares. Somente estudos mais
    detalhados e em longo prazo serão capazes de estimar os efeitos da fragmentação de
    habitat sobre o comportamento e dieta da espécie, sendo ferramenta fundamental para
    contribuir para o planejamento da sua conservação.
    O cuxiú-preto (Chiropotes satanas) é uma espécie de primata com hábito arbóreo, de porte médio. Encontra-se ameaçado de extinção devido à perda e fragmentação de seu habitat, processo que altera a constituição florestal e oferta de alimento para diversas espécies. O objetivo deste estudo foi pesquisar o comportamento e dieta de um grupo decuxiús-pretos, buscando uma compreensão detalhada sobre possíveis mudanças comportamentais em resposta aos efeitos de fragmentação do seu habitat. O presente estudo foi realizado em um fragmento florestal na margem direita do rio Tocantinschamado Trilha 4 (4º 15’ S, 49º 31’ W), no lago formado pela usina hidroelétrica deTucuruí. O comportamento do grupo foi monitorado durante sete meses, seis dias por mês (387 horas). Um total de 9.818 registros foram anotados através de varreduras com registro de 3 minutos e intervalo de 10 e registrando todas as ocorrências de alimentação. Durante as varreduras, informações sobre comportamento, itens alimentares consumidos e uso do espaço foram obtidos. O comportamento foi dividido em 5 atividades comportamentais, sendo elas: alimentação, deslocamento, forrageio,outros e parado. A dieta foi dividida em itens alimentares, sendo eles: Sementes, frutos,flores, material vegetativo não-reprodutivo e artrópodes. O orçamento de atividadesdemonstrou que o grupo despendeu 31.2% de seu tempo em alimentação, 33.8% emdeslocamento, 6.4% em forrageio, 0.4% na atividade outros e 28.2% parado, variandoentre os meses. A dieta do grupo foi bastante diversa em termos taxonômicos, 66espécies pertencentes a 27 famílias vegetais foram utilizadas. As famílias maisimportantes na dieta do grupo foram Fabaceae, Arecaceae, Caesalpiniaceae,Lecythidaceae e Bignoniaceae. As seis espécies mais consumidas foram Alexagrandiflora, Attalea speciosa, Attalea dalgheriana, Dialium guianense, Memoramagnífica e Eschweilera coriacea representando cerca de 67% dos registros de alimentação, com concentração na utilização de flores de Alexa grandiflora entre osmeses de agosto e outubro, nos quais a espécie correspondeu de 50% a mais dosregistros de alimentação. O grupo utilizou aproximadamente 43.3 ha da área em quevive. O deslocamento diário foi estimado em 2.329±883 metros; variando ao longo dos meses de estudo. O orçamento de atividades do grupo T4 seguiu o padrão geralencontrado em outros estudos com o gênero Chiropotes, apresentando na área de estudo dieta diversa e comportamentos dentro dos padrões encontrados em outros estudos. O grande número de espécies (182) e famílias vegetais (43) utilizadas pelo grupo nosquatro estudos realizados entre 2001 e 2010, demonstra que a dieta é diversa, e oscuxiús utilizam um grande número de fontes alimentares. Somente estudos maisdetalhados e em longo prazo serão capazes de estimar os efeitos da fragmentação dehabitat sobre o comportamento e dieta da espécie, sendo ferramenta fundamental para contribuir para o planejamento da sua conservação.

  • JOSE NAZARENO ARAUJO DOS SANTOS JUNIOR
  • REVISÃO TAXONÔMICA DO GRUPO DE PROTOPOLYBIA EXIGUA (DE SAUSSURE, 1854) E FILOGENIA DE PROTOPOLYBIA DUCKE, 1905 (HYMENOPTERA: VESPIDAE, POLISTINAE)

  • Data: 30/04/2011
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  • A família Vespidae é um grupo monofilético composto por seis subfamílias viventes (Euparaginae, Masarinae, Eumaninae, Stenogastrinae, Polistinae, Vespinae) e uma extinta (Priovespinae). Polistinae é uma das mais diversas subfamílias de Vespidae, com três tribos, 25 gêneros e cerca de 950 espécies com distribuição cosmopolita. No Brasil, ocorrem 21 gêneros e aproximadamente 300 espécies. Dentre os gêneros de Polistinae, Protopolybia Ducke,1905 foi inicialmente descrito para Polistes minutissima Spinola, 1851, Polybia bella Von Ihering, 1903, P. holoxantha Ducke, 1904 e Chartergus nitidus Ducke, 1904; e Pseudochartergus Ducke, 1905 descrito para Charterginus cinctellus (Fox, 1898) mais C. fuscatus (Fox, 1898). Pseudochartergus foi posteriormente sinonimizado com Protopolybia, mas, o posicionamento filogenético de suas espécies dentro de Protopolybia ampliado não foi determinado. Atualmente, têm sido muito comuns problemas relacionados ao conceito de Protopolybia exigua, visto que um razoável número de espécimes identificados como P. exigua, são, na verdade, possíveis espécies novas. No presente estudo é revisado o grupo de Protopolybia exigua. Protopolybia holoxantha, P. exigua (de Saussure, 1854), P. rubrithorax Bequaert, 1944a são redescritas; P. diligens (Simith, 1857) é revalidado; Polybia nana Cameron, 1912 é sinonimizado com Protopolybia bituberculata Silveira & Carpenter, 1995; quatro espécies novas são descritas. São apresentadas novas ocorrências para P. exigua, P. chanchamayensis Bequaert 1944a e P. aliciae Silveira 2004, uma chave de identificação para as espécies do grupo de Protopolybia exigua e, mapas com registros de coleta para algumas espécies do grupo de P. exigua e para o gênero Protopolybia. Genitálias masculinas de P. exigua, P. diligens, Protopolybia sp. n. 1, Protopolybia sp. n. 2, Protopolybia sp. n. 3, P. holoxantha e P. scutellaris Bequaert 1944a são descritas e ilustradas. Uma hipótese filogenética para o gênero Protopolybia é proposta.

  • FABIO JOSE SOUZA COSTA
  • Filogenia das espécies do gênero Plagioscion Gill, 1861 9 (Perciformes, Sciaenidae)

  • Data: 30/04/2011
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  • O gênero Plagioscion Gill, 1861 (Sciaenidae-Perciformes) é composto por cinco espécies válidas (P. auratus, P. magdalenae, P. montei, P. squamosissimus e P. ternetzi) amplamente  distribuída na América do Sul. O presente estudo teve como principal objetivo testar a monofilia de Plagioscion e propor uma hipótese de relacionamento filogenético entre as espécies do gênero, com base na análise de 27 caracteres da morfologia externa e interna. O grupo interno é formado por cinco espécies de Plagioscion. O grupo externo foi composto por oito espécies dos gêneros Ctenosciaena, Cynoscion, Isopisthus, Larimus, Macrodon e Pachyurus. A análise cladística resultou em um único cladograma mais parcimonioso (L = 48, IC = 0,60 e IR = 0,72). A monofília do gênero Plagioscion foi apoiada pela presença de cinco sinapomorfias. O cladograma mais parcimonioso gerou a seguinte hipótese de relações entre as espécies do gênero: ((P. squamosissimus + P. ternetzi) (P. auratus (P. montei + P. magdalenae))). Comentários sobre todos os caracteres são apresentados.

  • ISABELA CARVALHO BRCKO
  • TAXONOMIA DO GÊNERO Bolitoglossa (CAUDATA: PLETHODONTIDAE) NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 30/04/2011
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  • Por mais de 40 anos a espécie Bolitoglossa paraensis esteve em sinonímia com Bolitoglossa altamazonica. Este problema esteve relacionado, principalmente, a problemas taxonômicos decorrentes às semelhanças morfológicas entre estas espécies e à escassez de material depositado em coleções. Contudo, nos últimos 20 anos, novos espécimes de Bolitoglossa foram coletados ao longo da Amazônia brasileira. Sendo assim o objetivo deste estudo foi verificar quantos e quais táxons do gênero Bolitoglossa ocorrem na Amazônia brasileira, descrevendo espécies novas e redescrevendo B. paraensis. Foram analisados 220 espécimes de Bolitoglossa procedentes dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia, além de acessarmos os dados morfológicos de B. altamazonica procedentes da Colômbia. Parte do material analisado pôde ser agrupada com base em seus caracteres fenéticos. A Análise de Função Discriminante foi aplicada em apenas três destes grupos e apoiou o reconhecimento de três grupos distintos. A outra parte do material não pôde ser utilizada em análises estatísticas devido ao tamanho reduzido das amostras. Dessa forma, três novas espécies de Bolitoglossa são descritas, redescrevemos B. paraensis, confirmamos a distribuição de B. altamazonica para o extremo oeste do Brasil e ampliamos para cinco o número de espécies que ocorrem na Amazônia brasileira.

  • MARCELIA BASTO DA SILVA
  • DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE Cnemidophorus (REPTILIA; TEIIDAE) NO ESTADO DO PIAUÍ

  • Data: 27/04/2011
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  • O Brasil possui elevada diversidade de répteis, em parte resultado dos vários biomas presentes no país. O Nordeste brasileiro abriga parcela considerável dessa elevada riqueza de espécies. O estado do Piauí, no nordeste do Brasil, é recoberto predominantemente por vegetação de Cerrado (33% da área total do estado) e Caatinga (37%), com outros 19% do Estado ocupados por zonas de ecótonos, onde ocorre um mosaico de fitofisionomias, algumas com características próprias. O Piauí encontra-se dentro da área de ocorrência conhecida de espécies do gênero Cnemidophorus pertencentes ao complexo ocellifer, atualmente composto por oito espécies. Dessas, até recentemente apenas C. ocellifer (Spix, 1825) era registrada para o Estado, um nome que reconhecidamente abriga diversas espécies. Atualmente, além de C. ocellifer, duas outras espécies são registradas no Piauí: C. confusionibus Arias, Carvalho, Rodrigues & Zaher 2011 e C. venetacaudus Arias, Carvalho, Rodrigues & Zaher 2011. Foram analisadas a morfologia externa e características hemipenianas de espécimes de diferentes localidades do Estado do Piauí e os resultados indicaram a presença de pelo menos quatro espécies: C. ocellifer, C. confusionibus, C.venetacaudus e uma nova espécie, ambas relacionados ao complexo C. ocellifer. A análise do hemipênis corroborou a existência de dois subgrupos dentro do complexo ocellifer, separando C. venetacaudus das três outras espécies. A nova espécie ocorre no norte do Estado do Piauí, em áreas ecotonais entre os domínios do Cerrado e da Caatinga, e difere das demais espécies do complexo ocellifer, principalmente, quanto à morfologia hemipeniana e em alguns caracteres merísticos, tais como o número de poros femorais, o número de lamelas sob quarto dedo e artelho e no padrão de coloração. A descrição da nova espécie, bem como uma caracterização das outras três espécies e a descrição dos hemipênis são apresentados.

  • JOSE ABILIO BARROS OHANA
  • VARIAÇÃO MORFOLÓGICA DO
    TAMANDUÁ-MIRIM, Tamandua tetradactyla
    (LINNAEUS, 1758) (PILOSA, VERMILINGUA)
    VARIAÇÃO MORFOLÓGICA DOTAMANDUÁ-MIRIM, Tamandua tetradactyla(LINNAEUS, 1758) (PILOSA, VERMILINGUA)

  • Data: 03/04/2011
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  • Os tamanduás-mirins são animais de médio porte da família Myrmecophagidae. O grupo
    amplamente distribuído na América do Sul cisandina era, até então, reconhecido como uma
    única espécie, Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758). Um extenso histórico taxonômico
    marcado por sinonimizações, táxons descritos sem menção a tipos e localidades imprecisas
    tornaram a taxonomia do grupo confusa. O presente estudo tem como objetivo a análise da
    morfologia craniana e da coloração da pelagem desses tamanduás, verificando a existência de
    padrões de distribuição dos caracteres. Foram analisados 403 peles e 423 crânios depositados em
    quatro coleções no Brasil e três nos Estados Unidos. Registros secundários confiáveis
    disponíveis na literatura também foram utilizados. A América do Sul foi a área estudada, ao
    longo do gradiente de distribuição do grupo. Somente os espécimes adultos foram selecionados.
    A unidade evolutiva foi o semaforonte e o conceito de espécie utilizado foi o Conceito
    Filogenético Geral II. Os caracteres morfológicos foram escolhidos e analisados através dos
    métodos das transecções para verificar a variação dos estados de caráter ao longo do gradiente.
    Foram analisados 11 caracteres da coloração da pelagem e 13 caracteres de morfologia do crânio
    e mandíbula. As análises de morfometria geométrica em duas dimensões pelo método dos
    marcos anatômicos homólogos foram realizadas para a vista dorsal e ventral. Foi realizado o
    ordenamento da variação da forma do crânio de todos indivíduos (Análise de Componentes
    Principais – PCA), e entre os indivíduos separados por localidades principais (Análise de
    Variáveis Canônicas – AVC – e Análise de Função Discriminante – ADF). O dimorfismo sexual
    de forma e tamanho foram testados. A variação do tamanho do centróide entre as localidades
    principais também foi alvo de investigação. Não foram encontradas diferenças sexuais
    significativas de forma e tamanho entre machos e fêmeas. Cinco caracteres de coloração da
    pelagem apontaram a necessidade de subdividir a amostra em dois grupos. O grupo A, ao norte
    do rio Amazonas e oeste do Madeira, onde se distribuem os animais com alta variação da
    coloração da pelagem, região lombar e porção interna das coxas amarelas; e o grupo B, ao sul do
    rio Amazonas e leste do rio Madeira, onde se distribuem os animais com forte estabilização do
    fenótipo geral de coloração da pelagem, região lombar e porção interna da coxa preta. A ADF
    entre os grupos A e B também acusou diferenças significativas na forma do crânio entre os
    espécimes dos dois grupos (grupo A, p<0,01 e grupo B, p<0,05). A AVC entre as localidades
    principais do grupo A, assim como entre as do grupo B, não apontaram áreas de intergradação
    secundária entre populações distintas ou esquemas de distribuição de subespécies. Os
    tamanduás-mirins foram identificados pela coloração da pelagem na última revisão do grupo.
    Quatro grandes padrões de coloração foram utilizados para tanto. No presente estudo, foi
    possível refinar esses caracteres, o que possibilitou análises mais minuciosas sobre a variação das
    cores da pelagem. A ADF entre os grupos A e B corroborou a separação, apoiada por resultados
    de estudos cariológicos. No presente estudo são reconhecidas duas espécies de Tamandua na
    América do Sul cisandina: Tamandua nigra e T. tetradactyla. A primeira se distribui ao norte do
    rio Amazonas e oeste do rio Madeira e corresponde ao grupo A, e a segunda ao sul do rio
    Amazonas e leste do rio Madeira, correspondendo ao grupo B. Além do padrão de coloração
    descrito acima para o grupo A, T. nigra caracteriza-se também por um encurtamento e
    alargamento dos nasais, encurtamento do frontal, alargamento do neurocrânio, do palatino, dos
    pterigóides e do basicrânio e estiramento do côndilo occipital. T. tetradactyla caracteriza-se por
    um estiramento e estreitamento dos nasais, estiramento do frontal, estreitamento do neurocrânio,
    do palatino, dos pterigóides, encurtamento do basicrânio e do côndilo occipital.
    Os tamanduás-mirins são animais de médio porte da família Myrmecophagidae. O grupoamplamente distribuído na América do Sul cisandina era, até então, reconhecido como umaúnica espécie, Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758). Um extenso histórico taxonômicomarcado por sinonimizações, táxons descritos sem menção a tipos e localidades imprecisastornaram a taxonomia do grupo confusa. O presente estudo tem como objetivo a análise damorfologia craniana e da coloração da pelagem desses tamanduás, verificando a existência depadrões de distribuição dos caracteres. Foram analisados 403 peles e 423 crânios depositados emquatro coleções no Brasil e três nos Estados Unidos. Registros secundários confiáveisdisponíveis na literatura também foram utilizados. A América do Sul foi a área estudada, aolongo do gradiente de distribuição do grupo. Somente os espécimes adultos foram selecionados.A unidade evolutiva foi o semaforonte e o conceito de espécie utilizado foi o ConceitoFilogenético Geral II. Os caracteres morfológicos foram escolhidos e analisados através dosmétodos das transecções para verificar a variação dos estados de caráter ao longo do gradiente.Foram analisados 11 caracteres da coloração da pelagem e 13 caracteres de morfologia do crânioe mandíbula. As análises de morfometria geométrica em duas dimensões pelo método dosmarcos anatômicos homólogos foram realizadas para a vista dorsal e ventral. Foi realizado oordenamento da variação da forma do crânio de todos indivíduos (Análise de ComponentesPrincipais – PCA), e entre os indivíduos separados por localidades principais (Análise deVariáveis Canônicas – AVC – e Análise de Função Discriminante – ADF). O dimorfismo sexualde forma e tamanho foram testados. A variação do tamanho do centróide entre as localidadesprincipais também foi alvo de investigação. Não foram encontradas diferenças sexuaissignificativas de forma e tamanho entre machos e fêmeas. Cinco caracteres de coloração dapelagem apontaram a necessidade de subdividir a amostra em dois grupos. O grupo A, ao nortedo rio Amazonas e oeste do Madeira, onde se distribuem os animais com alta variação dacoloração da pelagem, região lombar e porção interna das coxas amarelas; e o grupo B, ao sul dorio Amazonas e leste do rio Madeira, onde se distribuem os animais com forte estabilização dofenótipo geral de coloração da pelagem, região lombar e porção interna da coxa preta. A ADFentre os grupos A e B também acusou diferenças significativas na forma do crânio entre osespécimes dos dois grupos (grupo A, p<0,01 e grupo B, p<0,05). A AVC entre as localidadesprincipais do grupo A, assim como entre as do grupo B, não apontaram áreas de intergradaçãosecundária entre populações distintas ou esquemas de distribuição de subespécies. Ostamanduás-mirins foram identificados pela coloração da pelagem na última revisão do grupo.Quatro grandes padrões de coloração foram utilizados para tanto. No presente estudo, foipossível refinar esses caracteres, o que possibilitou análises mais minuciosas sobre a variação dascores da pelagem. A ADF entre os grupos A e B corroborou a separação, apoiada por resultadosde estudos cariológicos. No presente estudo são reconhecidas duas espécies de Tamandua naAmérica do Sul cisandina: Tamandua nigra e T. tetradactyla. A primeira se distribui ao norte dorio Amazonas e oeste do rio Madeira e corresponde ao grupo A, e a segunda ao sul do rioAmazonas e leste do rio Madeira, correspondendo ao grupo B. Além do padrão de coloraçãodescrito acima para o grupo A, T. nigra caracteriza-se também por um encurtamento ealargamento dos nasais, encurtamento do frontal, alargamento do neurocrânio, do palatino, dospterigóides e do basicrânio e estiramento do côndilo occipital. T. tetradactyla caracteriza-se porum estiramento e estreitamento dos nasais, estiramento do frontal, estreitamento do neurocrânio,do palatino, dos pterigóides, encurtamento do basicrânio e do côndilo occipital.

  • GUILHERME MOREIRA DUTRA
  • Revisão taxonômica das espécies do grupo Trichomycterus hasemani (Siluriformes: Trichomycteridae) com a descrição de duas espécies novas

  • Data: 31/03/2011
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  • O grupo Trichomycterus hasemani é revisado incluindo duas espécies nominais (T. hasemani e T. johnsoni) e a descrição de duas espécies novas. Trichomycterus hasemani, de drenagens dos rios Amazonas e Essequibo, é diagnosticada por uma combinação exclusiva de caracteres, dentre eles: presença de série de manchas laterais no flanco, ausência de linhas longitudinais irregulares no flanco, nadadeira peitoral com i,3-5 raios, nadadeira pélvica presente e morfometria dos barbilhões. Trichomycterus johnsoni, do alto Paraguai, baixo Paraná, rios Solimões, Jari e pequeno afluente do baixo Amazonas, é diagnosticada pela presença de linhas longitudinais irregulares no flanco, uma faixa mediana ventral, e uma combinação exclusiva de caracteres morfométricos e merísticos. Trichomycterus sp. n. 1, da bacia do rio Aripuanã e afluentes dos rios Amazonas e Tapajós, é diagnosticada pelo sistema látero-sensorial restrito à ll1 e ll2, nadadeira peitoral com i,2 raios, ausência de nadadeira pélvica, 6-7 odontódios no interopérculo e ausência de raios vestigiais anteriores às nadadeiras dorsal e anal. . Trichomycterus sp. n. 2, procedente de um igarapé afluente do rio Urucu, afluente direito do rio Solimões, é diagnosticada pelo padrão de coloração sem manchas e um série de caracteres morfométricos exclusivos. Caracteres sinapomórficos para o grupo T. hasemani são discutidos e uma chave dicotômica para espécies é apresentada.

  • ROBERTA DANNYELE OLIVEIRA RAIOL
  • Ecologia alimentar e reprodutiva do muré Bathygobius soporator (Valenciennes, 1837) na Zona Costeira Amazônica

  • Data: 31/03/2011
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  • O objetivo deste trabalho foi verificar principalmente qual a influência da atividade alimentar sobre os períodos reprodutivos de uma população de muré, Bathygobius soporator (Gobiidae: Perciformes), oriunda de poças de maré da Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal/Maiandeua, no estado do Pará. As coletas foram realizadas mensalmente durante o ano de 2010, totalizando a captura de 480 espécimes, sendo 317 fêmeas (66%) e 163 (34%) machos, todos identificados macroscopicamente através da papila genital. Foram identificados 19 itens alimentares, sendo o crustáceo Petrolisthes armatus o item mais importante na dieta de ambos os sexo, representando mais de 80% do total de itens consumidos. Não Houve diferença intersexual na dieta, como evidenciado pelo ANOSIM (R= -0,013; p=0,51), embora haja um maior consumo de itens da categoria macroalgas por machos e de teleósteos por fêmeas. Nossos resultados mostram que a espécie pode ser classificada como onívora, com tendência a carcinofagia. Embora a análise dos gráficos de Índice de Repleção (IR%) e Índice Gonadossomático (IGS%), aparentemente tenha indicado relação entre atividade alimentar e período reprodutivo, as análises de Spearman mostraram uma assicronia entre essas atividades, indicando que o volume de itens ingeridos por machos e fêmeas independe de B. soporator estar em período reprodutivo ou não. Dessa forma, outros fatores não explorados nesse trabalho, como por exemplo o ciclo lunar, maré ou alterações fisico-químicas da água, podem estar influenciando a dinâmica reprodutiva da espécie.

  • ANNY LIMA DE MOURA
  • EFEITO DA FRAGMENTAÇÃO DE HÁBITAT SOBRE A RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE BORBOLETAS FRUGÍVORAS (LEPIDOTERA, NYMPHALIDAE) EM ALTER DO CHÃO, SANTARÉM – PARÁ, BR
  • Data: 30/03/2011
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  • A fragmentação de hábitat é uma das maiores causas de extinção local, mas não afeta as espécies igualmente. Mudanças na riqueza e composição são resultado de respostas específicas, que podem ser extremamente variadas. Para avaliar o efeito da fragmentação sobre as espécies de borboletas frugívoras foram testadas as seguintes predições: as florestas contínuas apresentam maior riqueza de espécies quando comparadas com manchas de hábitat, a composição de espécies entre as duas configurações de paisagem é distinta, e o tamanho da mancha e a estrutura da vegetação estão relacionados à composição das espécies em manchas de hábitat e florestas contínuas. A área do estudo está situada a oeste do Estado do Pará, município de Santarém, distrito de Alter do Chão. Foram amostradas 27 áreas, sendo 20 manchas de hábitat e sete florestas contínuas, durante três ocasiões de coletas no período de agosto a dezembro de 2009. Para avaliar as predições foram conduzidas análises sobre as componentes de riqueza e composição de espécies e testada a relação das variáveis ambientais, relacionadas à paisagem e de fatores abióticos com a estruturação da composição das espécies. Foram coletados 1033 indivíduos, pertencentes a 70 espécies distribuídas entre as subfamílias Charaxinae, Morphinae, Satyrinae, Biblidinae, Brassolinae e Nymphalinae: Coeini. As configurações de paisagem não diferiram em relação a riqueza. A composição de espécies foi distinta entre as manchas de hábitat e floresta contínua. O número de árvores, abertura de dossel e a proporção de mancha foram as variáveis mais importantes na estruturação da composição das espécies. Este estudo mostra que a resposta de borboletas frugívoras após o processo de fragmentação de hábitats pode ser muito sutil, mas que esses são organismos sensíveis às alterações ambientais. Conclui-se que o padrão de riqueza não é suficiente para se constatar os possíveis efeitos, enquanto que para as duas configurações de paisagem, mancha de hábitat e florestas contínuas foi possível observar diferenças na composição de espécies da fauna de borboletas frugívoras. Não foi detectado efeito do tamanho da mancha. Já os efeitos da estrutura da vegetação nesses ambientes foram evidentes para a ocorrência das espécies entre as configurações de paisagem.
  • RAPHAEL ALVES FONSECA
  • Estratégias de caça de subsistência entre comunidades ribeirinhas tradicionais da Florestal Nacional do Tapajós, Pará, Brasil
  • Data: 30/03/2011
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  • A caça de subsistência é uma atividade importante para os habitantes da floresta amazônica, por constituir fonte significativa de proteína animal, mas também exerce pressão sobre uma grande variedade de populações animais, como aves, mamíferos e répteis. Este trabalho avaliou a composição de espécies caçadas e o rendimento da caça de subsistência na fauna silvestre em seis áreas ocupadas por comunidades ribeirinhas na Floresta Nacional do Tapajós, de acordo com os pressupostos da Teoria do Forrageio Ótimo. Analisamos as relações entre rendimento de caça e idade, número de consumidores e porcentagem de cobertura florestal das comunidades, e observamos que estas características das comunidades influenciam na dinâmica das atividades de caça. O rendimento de caça foi utilizado como indicador de pressão de caça, e serviu para demonstrar que a fauna de mamíferos sofre pressão de caça moderada em comunidades antigas e populosas da Floresta Nacional do Tapajós, afetando inclusive a sua composição de espécies caçadas. A comunidade mais nova e menos populosa possui o maior consumo per capita de carne de animais silvestres, obtendo melhores rendimentos de caça que as demais comunidades. Esses resultados estão de acordo com os pressupostos da Teoria do Forrageio Ótimo. Sugerimos que a gestão da Floresta Nacional do Tapajós deva planejar medidas de proteção dos recursos naturais e ao mesmo tempo incentivar práticas de manejo sustentável.
  • LEONARDO DE SOUSA MIRANDA
  • MOLECULAR, MORPHOLOGICAL, AND VOCAL VARIATION AND SPECIES LIMITS IN THE IHERING´S ANTWREN Myrmotherula iheringi (THAMNOPHILIDAE), WITH THE DESCRIPTION OF A NEW SPECIES

  • Data: 28/02/2011
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  • Atualmente a espécie Myrmotherula iheringi (Thamnophilidae) é composta por duas subespécies que ocorrem na Amazônia centro-ocidental: M. i. iheringi e M. i. heteroptera. Dados moleculares, morfológicos e vocais apresentados aqui demonstram que a atual taxonomia de M. iheringi não reflete a sua história evolutiva. As análises filogenéticas baseadas em dados moleculares demonstraram a existência de três clados principais reciprocamente monofiléticos, também diagnosticados por vocalizações e padrões de plumagem das fêmeas distintos, os quais correspondem à forma nominal iheringi monofilética e ao clado heteroptera parafilético. Nós elevamos os três clados ao status de espécies plenas e propomos um novo nome para uma população formalmente tratada como heteroptera. Nós também reconstruímos os contextos espacial e temporal de diferenciação no complexo Myrmotherula iheringi nos últimos 2,54 milhões de anos, contrastando esses dados com as diferentes hipóteses de diversificação na Amazônia.

  • LOANA PASTANA NASCIMENTO
  • DIETA, REPRODUÇÃO E DIMORFISMO SEXUAL DA COBRA CIPÓ CHIRONIUS FUSCUS (LINNAEUS, 1758) (SERPENTES: COLUBRIDAE) DA REGIÃO AMAZÔNICA, BRASIL

  • Data: 28/02/2011
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  • Chironius fuscus é popularmente conhecida como cobra-cipó e está distribuída na Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Peru, Colômbia e Brasil (Amazônia e nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo). É freqüente em vários ambientes como mata primária, capoeira e igapó e apresenta hábitos semi-arborícolas, atividade diurna e modo reprodutivo ovíparo. Este trabalho teve como objetivo estudar a dieta, reprodução e o dimorfismo sexual de Chironius fuscus da região Amazônica. Foram examinados 333 exemplares e obtidos os seguintes dados (medidas em mm): procedência, sexo, comprimento rostro-cloacal, comprimento da cauda, largura da cabeça, comprimento da cabeça, diâmetro dos olhos, contagens de escamas ventrais, subcaudais e dados sobre gônadas das fêmeas e alimentação. Para análise da dieta e reprodução foram examinados 120 exemplares e para análise de dimorfismo sexual foram examinados todos os 333 exemplares. Os resultados mostram que a espécie alimenta-se primariamente de anuros (95.92%) e eventualmente de lagartos (4.08%). O sentido de ingestão predominante foi o póstero-anterior (52.38%), seguido por ântero-posterior (47.62%). Não houve relação significativa entre as medidas de comprimento total da presa e comprimento rostro-cloacal e comprimento da cabeça do predador. Não houve diferença na dieta entre machos e fêmeas e nem diferenças ontogenéticas em C. fuscus. A maioria das fêmeas em período reprodutivo não apresentou presas no trato digestório. Machos amadurecem com menor tamanho corporal que as fêmeas e o ciclo reprodutivo das fêmeas não é sazonal. Verificou-se de um a seis folículos em vitelogênese secundária e de três a seis ovos. Não houve correlação entre o número de folículos vitelogênicos e ovos com o comprimento rostro-cloacal das fêmeas. Machos possuem comprimento rostro-cloacal e número de escamas ventrais significativamente maiores que das fêmeas. Fêmeas apresentaram comprimento da cauda, número de escamas subcaudais e diâmetro do olho significativamente maiores que dos machos. Não houve diferença significativa de comprimento e largura da cabeça entre os sexos.

  • DEBORA MENDES SIQUEIRA
  • Ecologia da serpente sul-americana Mastigodryas boddaerti (Sentzen, 1796) (Serpentes, Colubridae)

  • Data: 28/02/2011
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  • Mastigodryas boddaerti é uma serpente de porte médio que apresenta ampla distribuição na América do Sul. A análise de 321 espécimes procedentes da Amazônia (n=221) e do Cerrado (n=100) brasileiro forneceram dados de variação geográfica no dimorfismo sexual e reprodução. E a análise de 171 espécimes precedendes de diversas localidades da região amazônica forneceram informações sobre a biologia alimentar. Fêmeas maduras apresentaram comprimento rostro-cloacal e número de escamas ventrais significativamente maior que os machos maduros. Verificou-se variação do grau de dimorfismo sexual pra o comprimento rostro-cloacal, mas não para a robustez, o que deve estar relacionado a diferença na dieta das populações associado a pressões seletivas para maximizar o successo reprodutivo. Machos apresentaram número de escamas subcaudais e comprimento da cabeça maior que as fêmeas. Não houve diferença no comprimento da cauda e largura da cabeça entre os sexos. Encontrou-se fêmeas contendo entre um e seis ovos (n= 12; média= 3) para a população amazônica. Para a população do Cerrado foram encontradas duas fêmeas com ovos, uma com quatro e outra com seis (média= 5). Não houve relação entre o comprimento rostro-cloacal das fêmeas com o número de ovos ou folículos vitelogênicos para a população amazônica.Os machos atingem a maturidade sexual com menor tamanho corporal que as fêmeas em ambas as populações. O ciclo reprodutivo das fêmeas não é sazonal na Amazônia. Há indícios de sazonalidade reprodutiva para as fêmeas do Cerrado. O ciclo espermatogênico dos machos é contínuo em ambas as populações, porém o diâmetro dos ductos deferentes apresentou variação entre os períodos do ano na população de cerrado, o que pode indicar estoque de esperma. A espécie alimenta-se primariamente de lagartos (n=56; 73,68%), seguido de mamíferos (n=11; 14,47%), anuros (n=5; 6,58%), aves (n=2; 2,63%) e ovos de répteis (n=2; 2,63%). Observou-se relação positiva e significativa do comprimento rostro cloacal da serpente com o comprimento total da presa, do comprimento da cabeça da serpente com o comprimento total da presa, da largura da cabeça da serpente com a largura da presa e do peso da serpente com o peso da presa. Houve variação sexual na dieta, na qual machos alimentam-se de presas maiores e fêmeas de presas mais largas. Na composição da dieta não houve diferença entre os sexos. Houve variação ontogenética na composição da dieta, na qual juvenis se alimentam principalmente de anuros e lagartos e somente em adultos e juvenis com tamanho próximo a adultos alimentaram-se de mamíferos. Das 61 fêmeas maduras analisadas, 30 estavam em período reprodutivo, das quais 19 apresentaram conteúdo no trato digestivo, sendo três grávidas, o que pode indicar que não há mudança no comportamento alimentar dessa espécie durante este período.

  • LORENA E SILVA MONTE DE ALMEIDA
  • Avaliação de Impacto da Retirada de Macrófitas Aquáticas durante a Pesca do
    Pirarucu (Araipamas gigas) nos Lagos de Várzea na Reserva Mamirauá (Tefé,
    Amazonas, Brasil): Efeito em Macroinvertebrados bentônicos
    Avaliação de Impacto da Retirada de Macrófitas Aquáticas durante a Pesca doPirarucu (Araipamas gigas) nos Lagos de Várzea na Reserva Mamirauá (Tefé,Amazonas, Brasil): Efeito em Macroinvertebrados bentônicos

  • Data: 28/02/2011
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  • Este estudo teve como objetivo estudar as variações espaciais e temporais das associações macrobentônicas dos lagos de várzea da Reserva Mamirauá, correlacionando tais flutuações às mudanças ambientais naturais da região e daquelas causadas pela retirada das macrófitas aquáticas durante a pesca manejada do pirarucu (Araipamas gigas), utilizando como descritores a densidade, riqueza, diversidade e equitatividade das associações. As coletas foram realizadas em novembro de 2009 (período seco – quando ocorre a pesca do pirarucu) e maio de 2010 (período chuvoso – sem pesca). Foram selecionados oito lagos, sendo quatro classificados como lagos com pouca atividade da pesca (PAP) e quatro classificados como lagos com intensa atividade da pesca (IAP). Para a coleta utilizou-se um pegador de fundo tipo VanVeen (20x20x20 cm). A fauna foi composta por 38 taxa pertencentes aos filos Annelida, Mollusca e Arthropoda. Os lagos PAP apresentaram 14 taxa no total, com 12 taxa no período seco e apenas cinco no período chuvoso. Entre os lagos, houve variações significativas nos descritores biológicos ocasionadas pelas diferenças nos parâmetros ambientais, em especial a composição do sedimento. Ao comparar os lagos PAP e IAP, observou-se que em ambos os períodos hidrológicos os lagos IAP foram mais ricos e diversos. Os lagos PAP apresentaram as maiores densidades em ambos o períodos. Porém, os resultados de MDS, ANOSIM e de IDM demonstraram não haver diferença significativa na estrutura da macrofauna bentônica entre os lagos PAP e IAP em ambos os períodos analisados. Dessa forma, a variação espaço-temporal na estrutura da macrofauna bentônica parece ser mais bem explicada pelo regime hidrológico e padrões espaciais naturais e não pela retirada das macrófitas aquáticas durante a pesca manejada do pirarucu (Araipamas gigas).

  • MARCELA MEIRA RAMOS ABRANTES
  • INTERAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS COM A PESCA ARTESANAL
    NA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA MÃE GRANDE DE CURUÇÁ,
    PARÁ, BRASIL
    INTERAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS COM A PESCA ARTESANALNA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA MÃE GRANDE DE CURUÇÁ,PARÁ, BRASIL

  • Data: 28/02/2011
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  • A pesca é hoje a atividade antrópica que mais ameaça a sobrevivência de tartarugas
    marinhas. Dentre as técnicas pesqueiras mais difundidas globalmente, as redes de arrasto,
    os espinhéis pelágicos e de fundo e as redes de emalhe são as que mais causam mortandade
    de tartarugas marinhas ao redor do mundo. No litoral paraense, estado de grande
    importância para a pesca artesanal, existem inúmeros relatos de capturas e desovas de
    tartarugas marinhas e, apesar disso, não existem quaisquer acompanhamentos sistematicos.
    Com o objetivo de avaliar como o tipo, estrutura e localização dos artefatos utilizados na
    pesca artesanal influenciam na captura e na mortalidade de tartarugas marinhas este estudo
    foi realizado na RESEX Marinha Mãe Grande de Curuçá, município de Curuçá – PA entre
    os meses de novembro de 2009 e setembro de 2010. Foram monitorados os currais e redes
    estacadas, dos quais foram coletadas variáveis quantitativas (altura da rede, entrada do
    curral, abertura e largura do chiqueiro) e qualitativas (tipo de curral, posição em relação ao
    mar e macroambiente em que estava o curral). As taxas de captura entre as redes e currais
    foram comparadas através do teste de Mann-Whitney. A influência das características dos
    currais sobre a captura de tartarugas marinhas foi analisada utilizando testes de Quiquadrado,
    Regressão Logística e Regressão Múltipla. Foram entrevistados 27 pescadores,
    que relataram a captura de 44 indivíduos de tartarugas marinhas, evidenciando os currais e
    as redes de pesca como os principais artefatos de pesca que capturam tartarugas marinhas
    na região. No monitoramento foram registradas 77 capturas, onde a Chelonia mydas foi a
    espécie mais capturada, seguida da Lepidochelys olivacea, Caretta caretta e Eretmochelys
    imbricata. O aumento das capturas parece ser influenciado pelo aumento da quantidade de
    chuvas da região. As C. caretta mostraram ser mais capturadas nos currrais de vazante. O
    Comprimento Curvilíneo do Casco mostrou relação positiva com o tamanho da entrada do
    curral. Desta forma, devido aos incentivos das Colônias de Pescadores, têm aumentado a
    cada ano o número de pescadores que utilizam as redes estacadas e os currais no litoral
    A pesca é hoje a atividade antrópica que mais ameaça a sobrevivência de tartarugasmarinhas. Dentre as técnicas pesqueiras mais difundidas globalmente, as redes de arrasto,os espinhéis pelágicos e de fundo e as redes de emalhe são as que mais causam mortandadede tartarugas marinhas ao redor do mundo. No litoral paraense, estado de grandeimportância para a pesca artesanal, existem inúmeros relatos de capturas e desovas detartarugas marinhas e, apesar disso, não existem quaisquer acompanhamentos sistematicos.Com o objetivo de avaliar como o tipo, estrutura e localização dos artefatos utilizados napesca artesanal influenciam na captura e na mortalidade de tartarugas marinhas este estudofoi realizado na RESEX Marinha Mãe Grande de Curuçá, município de Curuçá – PA entreos meses de novembro de 2009 e setembro de 2010. Foram monitorados os currais e redesestacadas, dos quais foram coletadas variáveis quantitativas (altura da rede, entrada docurral, abertura e largura do chiqueiro) e qualitativas (tipo de curral, posição em relação aomar e macroambiente em que estava o curral). As taxas de captura entre as redes e curraisforam comparadas através do teste de Mann-Whitney. A influência das características doscurrais sobre a captura de tartarugas marinhas foi analisada utilizando testes de Quiquadrado,Regressão Logística e Regressão Múltipla. Foram entrevistados 27 pescadores,que relataram a captura de 44 indivíduos de tartarugas marinhas, evidenciando os currais eas redes de pesca como os principais artefatos de pesca que capturam tartarugas marinhasna região. No monitoramento foram registradas 77 capturas, onde a Chelonia mydas foi aespécie mais capturada, seguida da Lepidochelys olivacea, Caretta caretta e Eretmochelysimbricata. O aumento das capturas parece ser influenciado pelo aumento da quantidade dechuvas da região. As C. caretta mostraram ser mais capturadas nos currrais de vazante. OComprimento Curvilíneo do Casco mostrou relação positiva com o tamanho da entrada docurral. Desta forma, devido aos incentivos das Colônias de Pescadores, têm aumentado acada ano o número de pescadores que utilizam as redes estacadas e os currais no litoral paraense, o que pode ser um fator preocupante, não somente para a sobrepesca, como também para a captura incidental de tartarugas marinhas.

  • ANGELO CORTEZ MOREIRA DOURADO
  • Mecanismo de urotomia em Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1837) e Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820) (Serpentes, Colubridae)

  • Data: 28/02/2011
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  • As micro e macroestruturas das vértebras e músculos caudais de Dendrophidion dendrophis e Mastigodryas bifossatus foram descritas, utilizando lâminas histológicas, dissecções, radiografias e diafanizações de fragmentos de caudas inteiras, fraturadas e cicatrizadas. Os locais de fratura da cauda foram relacionados ao sexo e classe etária; enquanto que, as frequências de caudas cicatrizadas foram relacionadas ao sexo, classe etária e distribuição geográfica. Para análise da relação entre as freqüências de fratura e distribuição geográfica foram estabelecidas a priori duas populações de D. dendrophis e seis de M. bifossatus. Verificou-se que as fraturas das caudas nas duas espécies são intervertebrais e que não existem modificações morfológicas e estruturais que facilitem o mecanismo, sendo classificadas como urotomia do tipo pseudoautotomia não-especializada. As vértebras caudais de D. dendrophis e M. bifossatus apresentam pequenas diferenças no formato do côndilo, cótilo e bordas do espinho neural e no tamanho e orientação das hemapófises e pleurapófises. A ausência de sangramento da cauda no momento de sua fratura pode indicar a presença de esfíncteres nas veias e artérias de D. dendrophis. A extremidade distal da última vértebra retida, em caudas cicatrizadas de D. dendrophis e M. bifossatus, participa no processo de cicatrização como possível fonte de cálcio para a formação do tampão calcificado. Foram observadas altas frequências de fratura das caudas nas duas espécies analisadas, podendo ocorrer em praticamente toda a extensão da cauda, não havendo regiões específicas onde se concentram as mesmas. Não houve diferença nas frequências de caudas cicatrizadas entre machos e fêmeas das diferentes populações de D. dendrophis e M. bifossatus, exceto entre os adultos de M. bifossatus da Amazônia e Mata Atlântica. Os jovens apresentam menores frequências de fratura que os adultos, em ambas as espécies, exceto as populações de M. bifossatus do Cerrado e Pampa.

  • MONICA SILVA COELHO
  • Impactos de florestas plantadas de eucalipto (Eucalyptus sp.)sobre a fauna de mamíferos
    de médio e grande porte em área originalmente de Cerrado amazônico, no Município de
    Porto Grande, Amapá.

  • Data: 28/02/2011
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  • Neste estudo analisamos os efeitos da plantação de eucalipto em larga escala
    sobre a fauna de mamíferos de médio e grande porte do Cerrado amazônico, localizado
    no estado do Amapá, Brasil. Foram realizados 900 km de censo por transecção linear e
    busca por vestígios. Foram registradas 26 espécies de mamíferos, sendo que somente 6
    ocorreram nas plantações de eucalipto, 18 espécies ocorreram no Cerrado
    Remanescente associado aos plantios de eucalipto e 22 espécies ocorreram no Cerrado
    amazônico contínuo. Algumas espécies pertencentes à guilda dos herbívoros/frugívoros,
    incluindo os cervídeos se mostraram mais tolerante à conversão da paisagem original
    em plantio de eucalipto. O ambiente exclusivo de eucalipto não se mostrou capaz de
    manter a diversidade original de mamíferos de médio e grande porte do Cerrado
    amazônico original. Entretanto, considerando os plantios de eucalipto associados aos
    remanescentes de Cerrado amazônico, o índice de diversidade não foi estatisticamente
    diferente das áreas de Cerrado amazônico contínuo.

  • ADERSON DE SOUZA ALCANTARA
  • Efeito do ciclo hidrológico e da proximidade de assentamentos
    humanos sobre a abundância, a densidade e a estrutura
    populacional de Podocnemis unifilis Troschel 1848 (Testudines:
    Podocnemididae) no Rio Xingu, Pará, Brasil
    Efeito do ciclo hidrológico e da proximidade de assentamentoshumanos sobre a abundância, a densidade e a estruturapopulacional de Podocnemis unifilis Troschel 1848 (Testudines:Podocnemididae) no Rio Xingu, Pará, Brasil

  • Data: 25/02/2011
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  • Podocnemis unifilis está distribuída por toda a Bacia Amazônica e os principais aspectos da sua ecologia reprodutiva e trófica estão vinculados ao ciclo hidrológico da região. É uma espécie de alto valor cinegético e utilizada como alimento desde o período pré-colonial, tendo sua densidade e abundância afetadas negativamente pela pressão de pesca. O objetivo desta pesquisa foi investigar como o ciclo hidrológico e a presença humana afetam a abundância e a estrutura populacional dessa espécie ao longo do Médio Rio Xingu. Em três fases do ciclo hidrológico, em setembro (seca) e dezembro de 2007 (enchente), e em março de 2008 (cheia), foram coletados dados sobre a densidade e abundância de P. unifilis usando métodos de contagem visual de animais assoleando e pesca experimental com auxílio de um puçá. Os resultados encontrados mostram que o ciclo hidrológico influenciou a densidade (Anova, F = 5,63; N = 109; GL = 2; p = 0,005) e abundância (Kruskal-Wallis, H = 82.446; N = 110; GL = 2; p = 0,000) de P. unifilis. A época de enchente apresentou as maiores densidades de animais assoleando e a seca foi o período com as menores densidades. Um padrão diferente foi encontrado baseado nas capturas, onde os maiores rendimentos de pescaria foram obtidos durante a estação seca. A densidade variou positivamente com a distância fluvial de Altamira, o principal centro consumidor (Regressão Simples, F = 23.4; R2 = 0,24; p < 0,0001). Também foi encontrada correlação positiva entre o rendimento das capturas e a distância fluvial até a cidade (Correlação de Spearman, rs = 0,5894; N = 31; p = 0,0005), demonstrando que a abundância de P. unifilis está sendo afetada negativamente pela proximidade dos centros urbanos. No trecho da Volta Grande do Rio Xingu, observou-se as menores densidades, abundâncias e tamanho médio dos animais, o que se interpreta como reflexo da presença de garimpos e de comunidades ribeirinhas no local, com maior pressão sobre os estoques. Verificou-se também que a razão sexual foi desviada para os machos (1,90:1), possivelmente resultante da captura preferencial de fêmeas por estas fornecerem maior rendimento em carne e ovos.

  • MARINA TEOFILO PIGNATI
  • ECOLOGIA REPRODUTIVA DE PODOCNEMIS UNIFILIS TROSCHEL, 1848 (TESTUDINES: PODOCNEMIDIDAE) EM UMA ÁREA DE VÁRZEA DO BAIXO RIO AMAZONAS, SANTARÉM, PARÁ, BRASIL

  • Data: 25/02/2011
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  • O objetivo desta pesquisa foi investigar as características dos locais selecionados para desova, bem como as conseqüências desta seleção na razão sexual, no desenvolvimento embrionário, no sucesso de eclosão e nos eventos de eclosão e emergência de Podocnemis unifilis em uma área de várzea do baixo rio Amazonas, Santarém, Pará. Em dois ciclos reprodutivos, entre outubro de 2007 e janeiro de 2008 e setembro e dezembro de 2009, os ninhos foram localizados e características físicas e ambientais mensuradas. Durante a duração de incubação diariamente foram registrados eventos de eclosão, emergência e perda de ninhos, sendo coletados filhotes para a identificação sexual. Foram monitorados 273 ninhos (106 em 2007 e 167 em 2009) e foi verificado que existe um padrão de seleção das fêmeas por características dos locais de desova: ambientes mais altos e distantes do rio, próximos à vegetação e com maior teor de areia muito fina. As principais causas de perda de ninhos foram a predação e a coleta humana. A altura do ninho em relação ao nível da água influenciou na probabilidade de alagamento; os primeiros ninhos a serem depositados foram os mais predados; e ninhos coletados estavam mais próximos ao rio e à vegetação, tiveram as maiores alturas, as maiores profundidades e foram os primeiros a serem depositados quando comparados com aqueles que não foram coletados. O número de horas/grau acima de 32° C e o número de dias após o início das desovas influenciaram a duração da incubação. O tamanho do sedimento e o número de horas/grau acima de 32° C influenciaram a sobrevivência dos filhotes. A razão sexual variou nos dois anos e foi correlacionada com a duração da incubação. Os ovos localizados no topo do ninho foram os primeiros a eclodir. O número de ovos influenciou o intervalo entre o primeiro e o último filhote eclodido. Ninhos mais próximos à vegetação e mais tardios tiveram maior duração entre a incubação e a emergência. A diferença entre a duração da postura-eclosão e a postura-emergência foi de 10,99 dias em 2007 e 7,31 em 2009.

  • LOURIVAL DIAS CAMPOS
  • REVISÃO E ANÁLISE FILOGENÉTICA DO SUBGÊNERO Dorypleura de Edessa (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE, EDESSINAE)

  • Data: 25/01/2011
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  • Heteroptera é a maior ordem de insetos hemimetábolos com cerca de 38.000 espécies distribuídas em sete infraordens, 23 superfamílias e 80 famílias. Destas, Pentatomidae é a quarta maior em número de espécies e possui oito subfamílias reconhecidas atualmente. Edessinae é uma das subfamílias de Pentatomidae que mais apresenta problemas taxonômicos e de nomenclatura, ela é atualmente formada por seis gêneros (Edessa, Olbia, Pantochlora, Brachystethus, Peromatus e Doesburgedessa). O maior destes gêneros, e o que concentra a maioria destes problemas, é Edessa. Este táxon, por sua vez apresenta cinco subgêneros que não são usados na prática por problemas de delimitação. Um destes subgêneros, Dorypleura, é aqui estudado. Foram analisados 74 exemplares provenientes de 16 instituições. As descrições seguem o modelo proposto para Edessinae. São apresentadas medidas e fotografias dos exemplares, desenhos do processo metasternal e genitálias de ambos os sexos, mapa de distribuição e chave dicotômica. Dorypleura é revalidado como gênero de Edessinae. O grupo é revisado, cinco espécies são redescritas e três novas são descritas. Edessa bubalus (Lepeletier & Serville, 1825), E. thumbergii Stål, 1872, E. ansata Distant, 1887 e E. oryx Breddin, 1903 são transferidas para Dorypleura. Edessa trabeata é revalidada
    e transferida para Dorypleura. A espécie Edessa brontes é sinonimizada com Dorypleura oryx. Edessa dallasi é sinomizada com Dorypleura trabeata. As espécies conhecidas que compõem o gênero são: Dorypleura bubalus (Lepeletier & Serville, 1825), D. trabeata (Burmeister, 1835), D. thumbergii (Stål, 1872), D. ansata (Distant, 1887) e D. oryx (Breddin, 1903). Uma análise cladística do gênero foi feita usando os programas NONA e WINCLADA para rodar a matriz e apresentar a árvore final. O algoritmo usado foi o de busca heurística, mantendo um máximo de 100000 árvores na memória, com 1000 replicações e 100 árvores mantidas por replicação. O grupo externo considerado foi: Edessa grandispina, Edessa gaudens, Olbia elegans, Peromatus bolivianus, Brachystethus cribrus e Pantochlora vivida. A análise teve como base 13 caracteres e apóia o monofiletismo do gênero. A árvore mais parcimoniosa teve 17 passos, índice de consistência igual a 76 e índice de retenção igual a 91. A topologia final do cladograma obtido na análise foi (D. sp n. 64a (D. thunbergii (D. ansata (D. sp n. 65 (D. trabeata (D. bubalus (D. oryx + D. sp n. 64)))))).

2010
Descrição
  • JO DE FARIAS LIMA
  • "Esqueleto gástrico em Gecarcinidae MacLeay, 1838 (Crustacea: Decapoda: Brachyura): implicações filogenéticas".
  • Data: 01/12/2010

  • PABLO SUAREZ
  • ESTUDOS CROMOSSÔMICOS EM ANUROS DAS FAMÍLIAS HYLIDAE RAFINESQUE, 1815 E LEPTODACTYLIDAE WERNER, 1896 (AMPHIBIA: ANURA)
  • Data: 21/10/2010
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  • Embora exista uma grande diversidade de complementos cromossômicos em Leptodactylidae (2n = 18 a 2n = 26) e Hylidae (2n = 20 a 2n = 32), a elevada fragmentação de dados limita o acesso a informações sobre as origens e os mecanismos responsáveis por esta diversidade. Isto provavelmente tem influenciado que os dados citogenéticos tenham sido principalmente utilizados na caracterização do status de espécies mais do que incluídos amplamente em análises filogenéticas. Este trabalho aborda, por meio de dados citogenéticos, aspectos evolutivos de três grandes grupos de anuros de ampla distribuição na região Neotropical. O gênero Leptodactylus é agrupado com Hydrolaetare, Paratelmatobius e Scythrophrys na família Leptodactylidae. Os antecedentes cromossômicos neste gênero indicam variações nos números diplóides de 2n = 18 a 2n = 26, assim como variações nos números fundamentais (número de braços autossômicos, NF) e nas posições das Regiões Organizadoras do Nucléolo (NOR). Os resultados das análises de 26 espécies de Leptodactylus empregando diversas técnicas representa, provavelmente, a análise citogenética mais inclusiva realizada no gênero Leptodactylus até o momento, e os resultados constituem um marco para a proposição de hipóteses consistentes de evolução cromossômica no gênero. A tribo Lophyiohylini agrupa atualmente 81 espécies distribuídas em 10 gêneros. A informação citogenética é escassa e restrita apenas a 12 espécies. São aqui apresentados comparativamente dados citogenéticos em espécies dos gêneros Argenteohyla, Itapotihyla, Phyllodytes, Trachycephalus e Osteocephalus. Os resultados indicam que, com exceção de O. buckleyi (2n = 26; NF = 50) e P. edelmoi (2n = 22; NF = 44), todas as demais espécies analisadas coincidem com os dados citogenéticos disponíveis, que indicam um 2n = 24 (NF = 48) na maioria das espécies cariotipadas, com NOR e constrições secundarias (CS) localizadas no par 11. Entretanto, em Phyllodytes edelmoi e Argentohyla siemersi pederseni, essas regiões localizam-se nos pares 2 e 5, respectivamente. Blocos heterocromáticos foram associados às CS adicionais (sítios frágeis) em Osteocephalus, mas não em Trachycephalus. Dados citogenéticos nos gêneros Nyctimantis e Tepuihyla, assim como técnicas com maior poder de resolução e estudos mais inclusivos, são necessários para compreender melhor a evolução cromossômica da tribo. A tribo Dendropsophini atualmente agrupa os gêneros Scinax, Pseudis, Scarthyla, Sphaenorhynchus, Xenohyla e Dendropsophus. Os dados citogenéticos registrados em todos os gêneros revelaram uma elevada diversidade cariotípica com grandes variações nos números diplóides (2n = 22 em Scarthyla; 2n = 24 em Scinax e Xenohyla; 2n = 24, 24 +1-2B e 26 em Sphaenorhynchus; 2n = 24 e 28 em Pseudis; e, 2n = 30 em Dendropsophus). O 2n = 24 observado em X. truncata indica que o 2n = 30 constitui uma sinapomorfia do gênero Dendropsophus. A localização das NOR no par 7 é uma característica compartilhada por espécies dos gêneros Scarthyla, Xenohyla, Pseudis e Sphaenorhynchus, com algumas exceções nos dois últimos (P. caraya e S. carneus). Entretanto, o gênero Dendropsophus exibe uma interessante diversidade em relação a número e localização das NOR. Por outro lado, a distribuição de heterocromatina apresentou padrões variáveis, particularmente gênero Pseudis. Embora exista uma excepcional variação cromossômica neste grupo, a informação fragmentária em alguns gêneros dificulta a formulação de hipóteses consistentes sobre o papel dos cromossomos na evolução do grupo.
  • INES DE LIMA SERRANO
  • DISTRIBUIÇÃO E CONSERVAÇÃO DE AVES MIGRATÓRIAS NEÁRTICAS DA ORDEM
    CHARADRIIFORMES (FAMÍLIAS CHARADRIIDAE E SCOLOPACIDAE) NO BRASIL.
    DISTRIBUIÇÃO E CONSERVAÇÃO DE AVES MIGRATÓRIAS NEÁRTICAS DA ORDEMCHARADRIIFORMES (FAMÍLIAS CHARADRIIDAE E SCOLOPACIDAE) NO BRASIL.

  • Data: 29/09/2010
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  • Apesar dos esforços de pesquisa nos últimos anos, muitos dos aspectos das migrações dos
    charadrídeos e escolopacídeos no Brasil permanecem desconhecidos. A maioria dos estudos em
    escala local ou regional revela a necessidade de uma síntese das informações em escala espacial
    adequada para facilitar a detecção dos grandes padrões de movimento destas espécies no país.
    Desta forma, esta tese teve como objetivo geral identificar os padrões de distribuição e migrações
    das espécies de aves das famílias Charadriidae e Scolopacidae que se reproduzem no hemisfério
    norte e usam o território brasileiro durante as suas migrações, visando desenvolver estratégias
    para a conservação do grupo. Como objetivos específicos, caracterizar as principais rotas
    migratórias para estas espécies; identificar as áreas críticas para a conservação utilizando os
    critérios propostos pela metodologia das AIAs e ACBs; avaliar o estado de conservação atual das
    áreas críticas para a conservação destas espécies de acordo ao Sistema Nacional de Unidades de
    Conservação; avaliar se as áreas críticas são parte das áreas prioritárias para a conservação da
    biodiversidade brasileira; aplicar os critérios da Convenção de Ramsar e da WHSRN para identificar
    áreas críticas para conservação destas espécies. A base de dados foi estabelecida a partir de
    levantamento bibliográfico; consultas às coleções científicas de museus brasileiros e estrangeiros;
    utilização de bases de dados de recuperações de anilhas brasileiras e norte-americanas; dados
    cedidos por pesquisadores do Brasil, Argentina e Estados Unidos; dados de campo coletados
    pessoalmente no Pantanal (MS), litoral dos estados do Maranhão e Rio Grande do Sul. Entre os
    principais resultados, 19 das 24 espécies possuem um conjunto importante de dados, com as
    demais sendo ocasionais ou com poucas informações. Há uma maior concentração de dados na
    região costeira do país, com menor cobertura de áreas do interior. A Amazônia Ocidental mostrouse
    a menos conhecida nos aspectos abordados, embora seja a via de passagem para algumas das
    espécies analisadas. O litoral entre a foz do Amazonas e São Luiz, no Maranhão foi a principal área
    de concentração em termos numéricos. A costa do Rio Grande do Sul foi o segundo local com
    maior destaque nas análises. Quinze espécies foram registradas em todos os meses do ano,
    demonstrando que nem todos os indivíduos migram anualmente para o hemisfério norte.
    Considerando as rotas globais, 8 espécies utilizam a rota do Atlântico e 10 a rota do Mississipi ou
    do centro da América do Norte. As outras 6 possivelmente utilizam-se das duas rotas. O
    Apesar dos esforços de pesquisa nos últimos anos, muitos dos aspectos das migrações doscharadrídeos e escolopacídeos no Brasil permanecem desconhecidos. A maioria dos estudos emescala local ou regional revela a necessidade de uma síntese das informações em escala espacialadequada para facilitar a detecção dos grandes padrões de movimento destas espécies no país.Desta forma, esta tese teve como objetivo geral identificar os padrões de distribuição e migraçõesdas espécies de aves das famílias Charadriidae e Scolopacidae que se reproduzem no hemisférionorte e usam o território brasileiro durante as suas migrações, visando desenvolver estratégiaspara a conservação do grupo. Como objetivos específicos, caracterizar as principais rotasmigratórias para estas espécies; identificar as áreas críticas para a conservação utilizando oscritérios propostos pela metodologia das AIAs e ACBs; avaliar o estado de conservação atual dasáreas críticas para a conservação destas espécies de acordo ao Sistema Nacional de Unidades deConservação; avaliar se as áreas críticas são parte das áreas prioritárias para a conservação dabiodiversidade brasileira; aplicar os critérios da Convenção de Ramsar e da WHSRN para identificaráreas críticas para conservação destas espécies. A base de dados foi estabelecida a partir delevantamento bibliográfico; consultas às coleções científicas de museus brasileiros e estrangeiros;utilização de bases de dados de recuperações de anilhas brasileiras e norte-americanas; dadoscedidos por pesquisadores do Brasil, Argentina e Estados Unidos; dados de campo coletadospessoalmente no Pantanal (MS), litoral dos estados do Maranhão e Rio Grande do Sul. Entre osprincipais resultados, 19 das 24 espécies possuem um conjunto importante de dados, com asdemais sendo ocasionais ou com poucas informações. Há uma maior concentração de dados naregião costeira do país, com menor cobertura de áreas do interior. A Amazônia Ocidental mostrousea menos conhecida nos aspectos abordados, embora seja a via de passagem para algumas dasespécies analisadas. O litoral entre a foz do Amazonas e São Luiz, no Maranhão foi a principal áreade concentração em termos numéricos. A costa do Rio Grande do Sul foi o segundo local commaior destaque nas análises. Quinze espécies foram registradas em todos os meses do ano,demonstrando que nem todos os indivíduos migram anualmente para o hemisfério norte.Considerando as rotas globais, 8 espécies utilizam a rota do Atlântico e 10 a rota do Mississipi oudo centro da América do Norte. As outras 6 possivelmente utilizam-se das duas rotas. O conhecimento na utilização das 5 rotas propostas por Antas (1983) durante a migração sul-norte indicou que algumas espécies têm registros no interior da Amazônia, período em que possivelmente seus habitats estariam inundados. O padrão de chegada na migração norte-sul no Brasil é entre agosto e outubro, com incremento a partir de setembro. A migração sul-norte ocorre entre meados de março e abril na maioria das espécies. Durante o período não reprodutivo existe um padrão de distribuição ao longo da costa utilizado por 9 espécies, outro continental para 7 espécies no interior e ainda um terceiro, difuso, encontrado em 5 espécies que se distribuem tanto na costa quanto no interior do país. Foram identificadas 260 áreas críticas importantes para as espécies avaliadas. Observou-se que 72% das ACBs identificadas estão fora do SNUC. A sobreposição das ACBs com as Áreas Prioritárias para a Conservação revelou que 46% das primeiras estão sem indicação de importância neste programa. São elegíveis para os critérios da Convenção Ramsar 69 ACBs, enquanto 65 podem ser inseridas no programa da WHSRN. Entre as principais conclusões, o conhecimento de processos biológicos fundamentais à manutenção do ciclo de vida e o curso de suas migrações anuais, de parâmetros relacionados à mudas de penas, ganho de massa corporal, razão sexual e etária das populações migrantes são aspectos ainda insuficientemente detalhados para estas espécies no Brasil, e mesmo na América do Sul, assim como a necessidade de pesquisas que possam gerar estimativas e tendências populacionais, uma vez que em escala global várias destas espécies apresentam declínio populacional.

  • IVÃ BARBOSA SANTOS
  • REVISÃO SISTEMÁTICA E FILOGEOGRAFIA DE DECONYCHURA LONGICAUDA (AVES – DENDROCOLAPTIDAE)

  • Data: 29/09/2010
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  •  

    Os limites interespecíficos da espécie politípica Deconychura longicauda (Dendrocolaptidae) foram investigados por uma análise conjunta, incluindo caracteres moleculares, morfológicos e vocais. Um total de 1.108 pares de bases de genes mitocondriais Cit b e ND2 foram usados para construir hipóteses filogenéticas, ao passo que os caracteres morfológicos e vocais foram analisados com métodos estatísticos univariado e multivariado. Todas as árvores filogenéticas recuperadas indicam altos níveis de diferenciação genética e estrutura filogeográfica em Deconychura longicauda, com o reconhecimento de quatro grupos principais bem apoiados, geograficamente constituídos por aves (1) do centro de endemismo Guiana no nordeste da América do Sul (2), da bacia amazônica excluindo o escudo das Guianas (3), do sopé oriental dos Andes, e (4), trans-Andinas da América do Sul e América Central. O nível de divergência genética entre estes clados varia de 6-8% (entre as aves Guianenses, não-Guianenses, do sopé dos Andes e trans-Andinas). Embora os caracteres morfológicos contribuam pouco para a diagnose em Deconychura, o canto, por outro lado, consistetemente os distinguem. Nós recomendamos com base, principalmente, em sua diagnose molecular e vocal o desdobramento de D. longicauda nas seguintes espécies filogenéticas e biológicas: Deconychura longicauda, D. pallida, D. zimmeri, D. connectens, D. typica e um táxon ainda não nomeado, endêmico do sopé oriental dos Andes.
    Palavras-chave: Amazônia, Dendrocolaptidae, Sistemática Molecular, Neotrópicos, Limites de Espécies, Variação Vocal.

    Os limites interespecíficos da espécie politípica Deconychura longicauda (Dendrocolaptidae) foram investigados por uma análise conjunta, incluindo caracteres moleculares, morfológicos e vocais. Um total de 1.108 pares de bases de genes mitocondriais Cit b e ND2 foram usados para construir hipóteses filogenéticas, ao passo que os caracteres morfológicos e vocais foram analisados com métodos estatísticos univariado e multivariado. Todas as árvores filogenéticas recuperadas indicam altos níveis de diferenciação genética e estrutura filogeográfica em Deconychura longicauda, com o reconhecimento de quatro grupos principais bem apoiados, geograficamente constituídos por aves (1) do centro de endemismo Guiana no nordeste da América do Sul (2), da bacia amazônica excluindo o escudo das Guianas (3), do sopé oriental dos Andes, e (4), trans-Andinas da América do Sul e América Central. O nível de divergência genética entre estes clados varia de 6-8% (entre as aves Guianenses, não-Guianenses, do sopé dos Andes e trans-Andinas). Embora os caracteres morfológicos contribuam pouco para a diagnose em Deconychura, o canto, por outro lado, consistetemente os distinguem. Nós recomendamos com base, principalmente, em sua diagnose molecular e vocal o desdobramento de D. longicauda nas seguintes espécies filogenéticas e biológicas: Deconychura longicauda, D. pallida, D. zimmeri, D. connectens, D. typica e um táxon ainda não nomeado, endêmico do sopé oriental dos Andes.

     

  • TAMARA ALMEIDA FLORES
  • DIVERSIDADE MORFOLÓGICA E MOLECULAR DO GÊNERO Oecomys THOMAS,
    1906 (RODENTIA: CRICETIDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA
    DIVERSIDADE MORFOLÓGICA E MOLECULAR DO GÊNERO Oecomys THOMAS,1906 (RODENTIA: CRICETIDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA

  • Data: 27/09/2010
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  • Os roedores arborícolas do gênero Oecomys possuem distribuição reconhecida para áreas de
    floresta tropical e subtropical da América Central e do Sul, e compreendem 17 espécies
    atualmente reconhecidas, além de duas descritas, mas não nomeadas, reconhecidas em
    estudos prévios. Destas, apenas seis têm ocorrência esperada para a Amazônia oriental
    brasileira. A delimitação das espécies com base apenas em caracteres morfológicos é
    complicada, de forma que diversos táxons nominais já foram associados ao gênero e diversos
    arranjos taxonômicos foram propostos. Na única revisão taxonômica para o gênero, realizada
    há 50 anos, foram reconhecidas apenas duas espécies politípicas. Desde então, vários
    trabalhos envolvendo análises morfológicas, moleculares e cariotípicas têm demonstrado que
    há uma maior diversidade de espécies em Oecomys, resultando em descrições de espécies
    novas e revalidações de espécies anteriormente sinonimizadas. Este trabalho buscou
    caracterizar a variação morfológica e a diversidade molecular das espécies com ocorrência na
    Amazônia oriental brasileira. Para isto, empregamos análises filogenéticas com base no gene
    mitocondrial citocromo-b a fim de definir clados que representassem espécies, para as quais
    descrevemos a morfologia externa e craniana. Como resultado, reconhecemos 11 espécies
    com ocorrência para o leste da Amazônia brasileira, das quais cinco são esperadas para a
    região (Oecomys auyantepui, O. bicolor, O. paricola, O. rex e O. rutilus), duas são registradas
    pela primeira vez para o bioma Amazônia (Oecomys catherinae e O. cleberi) e quatro
    espécies são novas ou não reconhecidas como válidas atualmente, aqui denominadas Oecomys
    sp. A, Oecomys sp. B, Oecomys sp. C e Oecomys sp. D. Além disso, corroboramos estudos
    moleculares prévios em que Oecomys bicolor é um complexo de espécies, com base na alta
    taxa de divergência nucleotídica apresentada (7,5 %). Observamos dimorfismo sexual e
    variação ontogenética na morfometria craniana da espécie Oecomys paricola, e para efeito de
    comparação extrapolamos estas variações para as demais espécies tratadas aqui. Sugerimos
    também uma hipótese filogenética entre as espécies do gênero a partir de 653 pb do gene
    citocromo-b, sendo esta a filogenia mais abrangente para Oecomys publicada até o momento,
    devido ao elevado número de espécies incluídas (11 das 16 espécies atualmente reconhecidas
    e sete prováveis novas espécies) e a amplitude geográfica das amostras aqui utilizadas.
    Os roedores arborícolas do gênero Oecomys possuem distribuição reconhecida para áreas defloresta tropical e subtropical da América Central e do Sul, e compreendem 17 espécies atualmente reconhecidas, além de duas descritas, mas não nomeadas, reconhecidas emestudos prévios. Destas, apenas seis têm ocorrência esperada para a Amazônia orientalbrasileira. A delimitação das espécies com base apenas em caracteres morfológicos écomplicada, de forma que diversos táxons nominais já foram associados ao gênero e diversosarranjos taxonômicos foram propostos. Na única revisão taxonômica para o gênero, realizadahá 50 anos, foram reconhecidas apenas duas espécies politípicas. Desde então, váriostrabalhos envolvendo análises morfológicas, moleculares e cariotípicas têm demonstrado quehá uma maior diversidade de espécies em Oecomys, resultando em descrições de espéciesnovas e revalidações de espécies anteriormente sinonimizadas. Este trabalho buscoucaracterizar a variação morfológica e a diversidade molecular das espécies com ocorrência naAmazônia oriental brasileira. Para isto, empregamos análises filogenéticas com base no genemitocondrial citocromo-b a fim de definir clados que representassem espécies, para as quaisdescrevemos a morfologia externa e craniana. Como resultado, reconhecemos 11 espéciescom ocorrência para o leste da Amazônia brasileira, das quais cinco são esperadas para aregião (Oecomys auyantepui, O. bicolor, O. paricola, O. rex e O. rutilus), duas são registradaspela primeira vez para o bioma Amazônia (Oecomys catherinae e O. cleberi) e quatroespécies são novas ou não reconhecidas como válidas atualmente, aqui denominadas Oecomyssp. A, Oecomys sp. B, Oecomys sp. C e Oecomys sp. D. Além disso, corroboramos estudosmoleculares prévios em que Oecomys bicolor é um complexo de espécies, com base na altataxa de divergência nucleotídica apresentada (7,5 %). Observamos dimorfismo sexual evariação ontogenética na morfometria craniana da espécie Oecomys paricola, e para efeito decomparação extrapolamos estas variações para as demais espécies tratadas aqui. Sugerimostambém uma hipótese filogenética entre as espécies do gênero a partir de 653 pb do genecitocromo-b, sendo esta a filogenia mais abrangente para Oecomys publicada até o momento,devido ao elevado número de espécies incluídas (11 das 16 espécies atualmente reconhecidase sete prováveis novas espécies) e a amplitude geográfica das amostras aqui utilizadas.

  • LUCIANO JORGE SEREJO DOS ANJOS
  • HÁBITAT E CONSERVAÇÃO DE AVES AMEAÇADAS DA ÁREA DE ENDEMISMO BELÉM

  • Data: 27/09/2010
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  • Os táxons da Área de Endemismo Belém (AEB), localizada na Amazônia oriental, são caracterizados por uma distribuição geográfica restrita e um alto nível de ameaça advinda de atividades humanas. Em um esforço pioneiro, o estudo teve como um dos objetivos chamar a atenção para as condições em que os táxons estão submetidos atualmente através de parâmetros do seu hábitat original. Como organismos-modelo, foram utilizados nove táxons de aves especializadas no hábitat florestal, endêmicos à AEB e ameaçados de extinção. Utilizando uma abordagem multifatorial, os táxons foram caracterizados quanto ao seu estado de conservação atual e o principal instrumento para a conservação do seu hábitat (áreas protegidas) foi avaliado. Os resultados revelaram um estado crítico de ameaça dos táxons do estudo, que apresentaram elevados níveis de perda e fragmentação do hábitat original, assim como ineficiência (quantitativa e qualitativa) e a baixa eficácia das áreas protegidas da região. Em contrapartida a este cenário, o outro objetivo do estudo foi identificar oportunidades e propor uma possível solução para a conservação dos táxons na AEB. O uso de ‘hábitats não-originais’ pelos táxons foi estimado de forma empírica e dessa forma foi possível mensurar a característica suplementar de tais hábitats em um cenário de expansão. O estudo culminou na identificação de áreas prioritárias para a conservação dos táxons e de seu hábitat, de modo a suprir a deficiência apresentada pelo atual conjunto de áreas protegidas. Com a utilização dos elementos da paisagem, como os remanescentes florestais desprotegidos, áreas protegidas pré-existentes e o hábitat suplementar potencial, tudo dentro de unidades autônomas e funcionais para a conservação, é proposta uma rede de áreas protegidas, dentro de uma perspectiva integrada de conservação.

  • PEDRO SANTOS ABE
  • COMPOSIÇÃO E HISTÓRIA NATURAL DAS SERPENTES DE UMA REGIÃO DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA – CERRADO, QUERÊNCIA, MATO GROSSO, BRASIL
  • Data: 01/09/2010
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  • Esse trabalho foi desenvolvido na Fazenda Tanguro, localizada em uma região de transição Amazônia - Cerrado, município de Querência/ MT, com o objetivo de estudar a composição e história natural da comunidade de serpentes encontrada na região. Foram realizadas seis expedições a área de estudo, que resultaram no registro de 203 espécimes (194 capturas), distribuídos em 34 espécies, 26 gêneros e 8 famílias. Uma Estimativa baseada na incidência de espécies raras (Jackknife 1) indicou uma riqueza total de 38 espécies na área. As espécies mais abundantes foram Caudisona durissa (N=50), Philodryas olfersii (N=15), Philodryas nattereri (N=13), Xenodon rabdocephalus (N=12), Lachesis muta (N=10) e Liophis almadensis (N=10). Uma análise de Coordenadas Principais (PCO) demonstrou que as taxocenoses se sobrepõem, revelando uma tendência para a formação de três grupos distintos: taxocenoses amazônicas, Cerrado e Mata Atlântica. A composição de espécies na fazenda Tanguro apresentou-se intermediária em relação aos agrupamentos formados por espécies Amazônicas e de Cerrado, ocorrendo espécies tanto com ampla distribuição, como endêmicas dos biomas Cerrado ou Amazônico. O padrão de utilização de habitat da taxocenose é terrícola, seguido de semi-arboricolas e fossorial. Há predominância de espécies de serpentes generalistas quanto a alimentação. Na análise de agrupamentos ecológicos, foram observados quatro grupos funcionais, mostrando que a complexidade da taxocenose é explicada tanto por fatores ecológicos como históricos.

  • ELLEN CRISTINA SERRAO ACIOLI
  • USO DE HÁBITAT DURANTE PERÍODO REPRODUTIVO DE Ameerega
    trivittata (SPIX, 1824) (ANURA, DENDROBATIDAE) EM UMA ÁREA DE
    FLORESTA DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL
    USO DE HÁBITAT DURANTE PERÍODO REPRODUTIVO DE Ameeregatrivittata (SPIX, 1824) (ANURA, DENDROBATIDAE) EM UMA ÁREA DEFLORESTA DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 06/08/2010
  • Mostrar Resumo
  • Informações sobre a biologia reprodutiva são importantes para entender a
    dinâmica populacional e a manutenção das espécies. Os objetivos desse
    estudo foram verificar o uso do hábitat e analisar aspectos da biologia
    reprodutiva de Ameerega trivittata, como números de oócitos por fêmea,
    relação número de oócitos maduros e comprimento rostro-cloacal, tamanho
    do comprimento rostro-cloacal de machos e fêmeas, quantidade de girinos
    transportados por machos, em uma área de floresta de terra firme no oeste
    do estado do Pará, Amazônia Oriental. Três expedições foram realizadas na
    área de estudo no período de janeiro a setembro de 2009. Durante as duas
    primeiras expedições, 31 parcelas de tamanho médio 2,3 ha foram
    vistoriadas, sendo seis na primeira e 25 na segunda. Na terceira expedição
    foram feitas coletas em trilhas e estradas. Cada parcela foi vistoriada por
    duas a quatro pessoas por 1h30min. Nas 31 parcelas foram registrados 233
    indivíduos de A. trivittata, sendo 115 registrados visualmente e 118 pela
    vocalização do macho. Dos 115 indivíduos avistados, 66,1% estavam na
    serapilheira, 17,4% sobre troncos de árvores caídos, 15,7% sobre as raízes
    aéreas de Cecropia sp., uma espécie de árvore pioneira, e 0,8% em cipó.
    Foram avistados 32 machos cantando em sítios de vocalização a altura
    média de 44,60 cm do solo. Dez machos foram observados transportando
    girinos em seus dorsos (média de 10,80/macho). Durante as três expedições
    foram observados machos vocalizando ou transportando girinos no dorso. A
    quantidade média de oócitos maduros no ovário das fêmeas dissecadas foi
    de 20,17. O número de óocitos maduros não foi relacionado
    significativamente com o tamanho das fêmeas. As fêmeas foram
    significativamente maiores do que os machos, com tamanho médio de 42,87
    3
    mm e 38,19 mm, respectivamente. A extensão da temporada reprodutiva
    difere da observada para a população de A. trivittata da Amazônia Peruana, a
    qual cessou suas atividades de vocalização e reprodução no período menos
    chuvoso. Dados sobre a biologia reprodutiva de A. trivittata como a
    quantidade e tamanho dos oócitos maduros e número de girinos
    transportados por machos não estão disponíveis na literatura.
    Informações sobre a biologia reprodutiva são importantes para entender adinâmica populacional e a manutenção das espécies. Os objetivos desseestudo foram verificar o uso do hábitat e analisar aspectos da biologiareprodutiva de Ameerega trivittata, como números de oócitos por fêmea,relação número de oócitos maduros e comprimento rostro-cloacal, tamanhodo comprimento rostro-cloacal de machos e fêmeas, quantidade de girinostransportados por machos, em uma área de floresta de terra firme no oestedo estado do Pará, Amazônia Oriental. Três expedições foram realizadas naárea de estudo no período de janeiro a setembro de 2009. Durante as duasprimeiras expedições, 31 parcelas de tamanho médio 2,3 ha foramvistoriadas, sendo seis na primeira e 25 na segunda. Na terceira expediçãoforam feitas coletas em trilhas e estradas. Cada parcela foi vistoriada porduas a quatro pessoas por 1h30min. Nas 31 parcelas foram registrados 233indivíduos de A. trivittata, sendo 115 registrados visualmente e 118 pelavocalização do macho. Dos 115 indivíduos avistados, 66,1% estavam naserapilheira, 17,4% sobre troncos de árvores caídos, 15,7% sobre as raízesaéreas de Cecropia sp., uma espécie de árvore pioneira, e 0,8% em cipó.Foram avistados 32 machos cantando em sítios de vocalização a alturamédia de 44,60 cm do solo. Dez machos foram observados transportandogirinos em seus dorsos (média de 10,80/macho). Durante as três expediçõesforam observados machos vocalizando ou transportando girinos no dorso. Aquantidade média de oócitos maduros no ovário das fêmeas dissecadas foide 20,17. O número de óocitos maduros não foi relacionadosignificativamente com o tamanho das fêmeas. As fêmeas foramsignificativamente maiores do que os machos, com tamanho médio de 42,873mm e 38,19 mm, respectivamente. A extensão da temporada reprodutivadifere da observada para a população de A. trivittata da Amazônia Peruana, aqual cessou suas atividades de vocalização e reprodução no período menoschuvoso. Dados sobre a biologia reprodutiva de A. trivittata como aquantidade e tamanho dos oócitos maduros e número de girinostransportados por machos não estão disponíveis na literatura.

  • ROSIMEIRE LOPES DA TRINDADE
  • MARUINS (DIPTERA: CERATOPOGONIDAE) DO LESTE DO ESTADO DO PARÁ, COM ÊNFASE NAS ESPÉCIES DA SERRA DOS MARTÍRIOS-ANDORINHAS, MUNICÍPIO DE SÃO GERALDO DO ARAGUAIA, PARÁ, BRASIL.
  • Data: 21/07/2010
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  • A família Ceratopogonidae é composta de pequenos dípteros nematóceros, medindo de um a seis milímetros de comprimento, com corpos esguios a moderadamente robustos. A maioria das espécies hematófagas dessa família pertence ao gênero Culicoides Latreille, o qual é o maior com aproximadamente 1.400 espécies registradas no mundo. Além de Culicoides, as espécies de Leptoconops Skuse e Forcipomyia Meigen, subgênero Lasiohelea Kieffer também são hematófagas e amplamente distribuídas no mundo. No Brasil essas espécies são conhecidas vulgarmente como “miruins”, “maruins”, “mosquitinhos pólvora” e “mosquitinhos de mangue”. Este trabalho teve como objetivo estudar os maruins do leste do Pará, com ênfase nas espécies da Serra dos Martírios-Andorinhas, referindo as mais importantes para o ser humano. Assim como, divulgar a coleção de maruins do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) ampliada nos últimos dez anos. Os principais métodos de coleta usados foram armadilhas luminosas do tipo CDC e atrativo humano. Do material coletado no leste do estado do Pará foram identificadas 48 espécies de maruins, distribuídas em três subfamílias e nos gêneros Culicoides, Forcipomyia e Leptoconops. Dessas espécies quatro foram diagnosticadas como novas, das quais C. kuripako já foi descrita (Felippe-Bauer, et al. 2010), cinco são novas ocorrências para o Brasil e dez novas ocorrências para o estado do Pará. Uma chave foi elaborada para as espécies registradas no estado do Pará, agrupando 84 espécies, sendo uma de Leptoconops, uma de Forcipomyia e 82 de Culicoides. Em termos de importância médica foram coletadas 17 espécies de maruins antropofílicos, das quais C. paraensis (Goeldi), C. foxi Ortíz, L. brasiliensis Lutz e F. stylifer Lutz foram consideradas as mais importantes para o ser humano nesta região do estado do Pará. A coleção de maruins do Museu Goeldi ampliada e organizada nos últimos 10 anos é proveniente do estado do Pará, principalmente da região leste, com exceção de 67 exemplares de Culicoides procedentes do estado do Amapá. Atualmente essa coleção é composta por 1.500 exemplares montados em lâminas e cerca de 12.000 exemplares conservados a seco em tubos de ensaio, acondicionados em vidros de tampa de rosca com naftalina. São pertencentes a 60 espécies dos gêneros Culicoides, Forcipomyia (subgênero Lasiohelea) e Leptoconops. Dessas 60 espécies identificadas, seis são novas (Culicoides kuripako Felippe-Bauer et al., Culicoides sp1, sp2, sp3, sp5 e sp11), as quais estão sendo descritas.
  • SHERLEM PATRICIA DE SEIXAS FELIZARDO
  • Revisão taxonômica do grupo limata de Crematogaster Lund, 1831
    (Formicidae: Myrmicinae: Crematogastrini)
    Revisão taxonômica do grupo limata de Crematogaster Lund, 1831(Formicidae: Myrmicinae: Crematogastrini)

  • Data: 20/07/2010
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  • O gênero Crematogaster é um grupo diverso, com características peculiares e taxonomia
    complexa. Cerca de 780 espécies e subespécies foram descritas para este gênero, e constantes
    mudanças são feitas ao longo do tempo devido a sua ampla distribuição geográfica e
    variedade morfológica. Poucas revisões foram feitas para este gênero, sendo, as existentes,
    feitas com fauna regional. Neste trabalho, foi feita a revisão taxonômica do grupo de espécies
    Crematogaster limata, onde foram redescritas sete espécies: Crematogaster brasiliensis
    Mayr, 1878, C. carinata Mayr, 1862, C. levior Longino, 2003, C. limata Smith, 1858, C.
    longispina Emery, 1890, C. tenuicula Forel, 1904 e quatro novas espécies foram descritas:
    Cremastogaster sp. nov. 1, Cremastogaster sp. nov. 2, Crematogaster sp. nov. 3,
    Crematogaster sp. nov. 4. A variedade Crematogaster longispina var. boliviana foi elevada à
    categoria de espécie e redescrita. Mapas de distribuição geográfica para todas as espécies e
    uma chave de identificação específica baseada em operárias são apresentados.
    O gênero Crematogaster é um grupo diverso, com características peculiares e taxonomiacomplexa. Cerca de 780 espécies e subespécies foram descritas para este gênero, e constantesmudanças são feitas ao longo do tempo devido a sua ampla distribuição geográfica evariedade morfológica. Poucas revisões foram feitas para este gênero, sendo, as existentes,feitas com fauna regional. Neste trabalho, foi feita a revisão taxonômica do grupo de espéciesCrematogaster limata, onde foram redescritas sete espécies: Crematogaster brasiliensisMayr, 1878, C. carinata Mayr, 1862, C. levior Longino, 2003, C. limata Smith, 1858, C.longispina Emery, 1890, C. tenuicula Forel, 1904 e quatro novas espécies foram descritas:Cremastogaster sp. nov. 1, Cremastogaster sp. nov. 2, Crematogaster sp. nov. 3,Crematogaster sp. nov. 4. A variedade Crematogaster longispina var. boliviana foi elevada àcategoria de espécie e redescrita. Mapas de distribuição geográfica para todas as espécies euma chave de identificação específica baseada em operárias são apresentados.

  • ARIANE AUXILIADORA ARAUJO SILVA
  • VARIAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DE Typhlops reticulatus (LINNAEUS, 1758) (SERPENTES: TYPHLOPIDAE)

  • Data: 09/07/2010
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  • As serpentes atuais são tradicionalmente divididas em dois grupos: Alethinophidia, taxonômica e ecologicamente mais diverso e Scolecophidia, grupo de serpentes fossoriais popularmente conhecidas como cobras-cegas, sendo Typhlopidae a família que possui maior número de espécies. Em função do hábito fossorial, os Typhlopidae são pouco representados em coleções cientificas e a escassez de amostras de tecido tem sido um fator limitante para realização de estudos moleculares dessa família. Por isso aspectos da biologia evolutiva como modos de especiação, padrão de diversificação e estruturação geográfica que devido o hábito fossorial e a pouca diferenciação morfológica intra e interespecífica são ainda pouco entendidos. Esse trabalho teve como objetivo analisar a variação morfológica e molecular de Typhlops reticulatus. Para isso foram analisados 314 exemplares de Typhlops, sendo 192 de T. reticulatus. Para análise morfológica foram utilizados caracteres morfométricos, morfológicos (folidose, hemipênis e osteologia craniana). Nas análises moleculares foram sequenciados 21 amostras de T. reticulatus dos genes mitocondriais Coi e Cyt b de diferentes localidades. As árvores filogenéticas foram feitas usando os métodos de Máxima Parcimônia e Máxima Verossimilhança e as relações entre os grupos foram inferidos através de rede de haplótipos. Através da combinação de caracteres moleculares e morfológicos foi possível observar a presença de duas linhagens evolutivas distintas de T. reticulatus: uma ao norte do Rio Amazonas e outra ao sul, esta última descrita como nova espécie nesse trabalho. Durante a análise dos exemplares de Typhlops para esse trabalho foi possível identificar duas novas espécies: Typhlops sp nov. 1 presente no Estado do Maranhão e Typhlops sp nov. 2 proveniente de Manaus, Amazonas. Os resultados desse estudo corroboram a afirmação que espécies com ampla distribuição geográfica podem apresentar diversidade críptica considerável e uma história evolutiva mais complexa do que se imagina.

  • NATALIA DE CASTRO E CASTRO
  • Revisão taxonômica de Electrophorus Gill, 1864
    (Gymnotiformes, Gymnotidae) com descrição de quatro
    espécies novas
    Revisão taxonômica de Electrophorus Gill, 1864(Gymnotiformes, Gymnotidae) com descrição de quatroespécies novas

  • Data: 06/07/2010
  • Mostrar Resumo
  • O gênero Electrophorus Gill, 1864 é revisado. Quatro espécies novas de Electrophorus
    173 são descritas e E. electricus é redescrita. Electrophorus sp. n. 1, do médio Rio Negro,
    174 diferencia-se pelos dentes notoriamente desenvolvidos e expostos na gengiva, mais a
    175 combinação de outros caracteres não exclusivos. Electrophorus sp. n. 2, do alto rio
    9
    Xingu, é diagnosticado pelo elevado número d 176 e raios na nadadeira anal, nunca menos
    177 de 400, mais a combinação de outros caracteres não exclusivos. Electrophorus sp. n. 3,
    178 do Peru, Iquitos, alto Amazonas, diferencia-se pela extremidade da boca ultrapassar a
    179 margem anterior vertical do olho, pela distância vertical da boca ao olho pequena e a
    180 combinação de outros caracteres não exclusivos. Electrophorus sp. n. 4, da calha do
    181 baixo Amazonas, em regiões de várzea, diferencia-se dos congêneres pela combinação
    182 de caracteres não exclusivos. Electrophorus electricus, do Orinoco e Guianas,
    183 diferenciam-se pelo número de raios na nadadeira peitoral, e também por uma
    184 combinação de caracteres não exclusivos. Uma chave dicotômica para espécies, bem
    185 como comentários sobres caracteres exclusivos e/ou compartilhados são apresentados.
    186 Palavra-chave: Neotropical, peixes de água doce, poraquês, Sistemática.
    187
    188 Introdução
    O gênero Electrophorus Gill, 1864 é revisado. Quatro espécies novas de Electrophorus são descritas e E. electricus é redescrita. Electrophorus sp. n. 1, do médio Rio Negro, diferencia-se pelos dentes notoriamente desenvolvidos e expostos na gengiva, mais a combinação de outros caracteres não exclusivos. Electrophorus sp. n. 2, do alto rio Xingu, é diagnosticado pelo elevado número d e raios na nadadeira anal, nunca menos de 400, mais a combinação de outros caracteres não exclusivos. Electrophorus sp. n. 3, do Peru, Iquitos, alto Amazonas, diferencia-se pela extremidade da boca ultrapassar a margem anterior vertical do olho, pela distância vertical da boca ao olho pequena e a combinação de outros caracteres não exclusivos. Electrophorus sp. n. 4, da calha do baixo Amazonas, em regiões de várzea, diferencia-se dos congêneres pela combinação de caracteres não exclusivos. Electrophorus electricus, do Orinoco e Guianas, diferenciam-se pelo número de raios na nadadeira peitoral, e também por uma combinação de caracteres não exclusivos. Uma chave dicotômica para espécies, bem como comentários sobres caracteres exclusivos e/ou compartilhados são apresentados.

  • SIDCLAY CALACA DIAS
  • Comunidade de aranhas (Araneae) em clareiras na região de Porto Urucu, Coari, Amazonas, Brasil
  • Data: 24/06/2010
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  • São investigadas diferenças na abundância relativa e na riqueza de espécies de aranhas em clareiras artificiais com diferentes níveis de regeneração em Porto Urucu, Coari, Amazonas, Brasil, avaliando os efeitos de diversas variáveis físicas das clareiras sobre as assembléias associadas. Os dados foram coletados a partir de um inventário estruturado de aranhas em 33 clareiras originadas pela atividade de exploração petrolífera. Estes dados são discutidos em termos quali-quantitativos e comparados com os dados de outros inventários. As análises feitas para verificar se existe gradiente de regeneração entre as clareiras não mostraram significância estatística. Foram empregadas três metodologias de coleta complementares que resultaram na captura de 3786 indivíduos adultos, identificados em 623 espécies pertencentes a 39 famílias. O presente trabalho foi o que mais acumulou espécies dentre todos os artigos publicados com inventários da fauna de aranhas na região neotropical. Entretanto, 248 espécies foram representadas por singletons e 98 foram representadas por doubletons, indicando que 55% da amostragem foi composta por organismos raros. Como esperado, dado o alto número de espécies raras, todos os estimadores de riqueza real apontaram valores altos. O algoritmo mais adequado para a presente base de dados, o método ACE, estimou uma riqueza real para Porto Urucu de 924 espécies. A rarefação feita para cada uma das 33 clareiras amostradas destacou um grupo de clareiras com poucas espécies acumuladas (40 a 43) e um grupo de clareiras com riqueza de espécies significativamente maior (98 a 100) que as clareiras restantes. Entretanto, as variáveis ambientais controladas no presente estudo não explicam as diferenças na abundancia e riqueza de espécies de aranhas nas clareiras de Porto Urucu. Apesar das diferenças de abundância e riqueza entre clareiras não terem sido estatisticamente significativas, existe uma relação detectável entre estes parâmetros em cada clareira, indicando que o número de espécies registrado é uma função direta da abundância obtida em cada ponto. Isto sugere que o uso efetivo de dados sobre riqueza e abundância de aranhas na avaliação da regeneração de florestas tropicais depende de um esforço amostral muito maior do que o que foi até agora empregado em inventários estruturados destes animais na Amazônia Brasileira
  • CRISTIANE DO SOCORRO RAMOS
  • Revisão taxonômica de Gymnorhamphichthys (Gymnotiformes, Rhamphichthyidae) com descrição de duas novas espécies

  • Data: 08/06/2010
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  • A revisão taxonômica do gênero Gymnorhamphichthys é apresentada, a diagnose para o gênero é ampliada, cinco espécies nominais são reconhecidas e duas espécies novas são descritas: Gymnorhamphichthys sp. n. 1, de rios da bacia do Paraguai, é diagnosticada pelas barras delgadas na região dorsal do corpo, barras ultrapassam a linha lateral, número de barras 6-19 e baixo número de raios da anal 141-177 entre outros caracteres; Gymnorhamphichthys sp. n. 2, da bacia Amazônica, é diagnosticada pela presença de uma mascara escura na cabeça, barras largas com forma retangular e pelo elevado número de raios da anal 185-260 entre outros caracteres. Discussões sobre as relações interespecíficas e sinais filogenéticos de caracteres são apresentados. Uma chave dicotômica para espécies é fornecida.

     


  • DANIEL PIRES COUTINHO
  • Revisão Taxonômica do Gênero Polycentrus Müller & Troschel, 1848 (Perciformes; Polycentridae) com a descrição de três novas espécies

  • Data: 01/06/2010
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  • O gênero Polycentrus Müller & Troschel é revisado. Quatro espécies são reconhecidas P.  schomburgkii redescrita e três espécies novas descritas. A diagnose do gênero é ampliada  baseada em dados merísticos, morfológicos e do colorido. Polycentrus “Caxiuanã”, do baixo  Amazonas, diferencia-se pela borda ventral do inter-opercular totalmente serreada vs. lisa ou  parcialmente serreada nos congêneres, entre outros caracteres. Polycentrus n. sp. “Rio  Negro”, do médio Rio Negro, pelo osso lacrimal liso vs. serreado nos congêneres mais a  combinação de outros caracteres não exclusivos. Polycentrus n. sp.. “Flechal”, da bacia do rio  Araguari, diferencia-se por apresentar barra negra vertical no opérculo vs. máculas não  formando barras nos congêneres, mais a combinação de outros caracteres não exclusivos.
     Uma chave dicotômica para espécies, bem como comentários sobres caracteres exclusivos e compartilhados são apresentados.

  • ANNELISE BATISTA D''ANGIOLELLA
  • FILOGENIA MOLECULAR E TAXONOMIA DO GRUPO ANOLIS CHRYSOLEPIS DUMÉRIL & BIBRON, 1837 (SQUAMATA, POLYCHROTIDAE)

  • Data: 11/05/2010
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  • A Amazônia é considerada a maior floresta tropical contínua do mundo e diversos mecanismos têm sido propostos para tentar explicar a sua alta diversidade biológica. Um dos mecanismos mais discutidos desde sua proposição é a hipótese dos Refúgios, que se baseia na retração da floresta em períodos mais secos, isolando a fauna de florestas em refúgios imersos em uma matriz de vegetação aberta. Essas retrações e subseqüentes expansões em períodos mais mésicos provocariam a interrupção do fluxo gênico entre as populações isoladas e poderiam gerar especiação. Contudo, estudos moleculares recentes indicam que a diversificação de espécies de vertebrados de florestas tropicais provavelmente precede o período pleistocênico, originalmente indicado na hipótese dos Refúgios como o período em que esses eventos teriam ocorrido. A espécie politípica Anolis chrysolepis, juntamente com Anolis bombiceps, foi previamente estudada como um típico exemplo de diversificação gerada pelas flutuações climáticas do Pleistoceno, embora estudos posteriores tenham domonstrado a presença de grande divergência molecular entre parte das subespécies, indicando uma separação mais antiga desses táxons e levantando o questionamento sobre seu status taxonômico. Utilizamos o gene mitocondrial ND2 para investigar as relações filogenéticas entre as subespécies de Anolis chrysolepis e os táxons determinados em estudos anteriores como mais próximos a elas. Além disso, a sua morfologia e o seu status taxonômico foram revisados, a fim de verificar a congruência entre os dados morfológicos e moleculares, determinando se os táxons previamente reconhecidos morfologicamente são espécies válidas. Com base nos dois conjuntos de dados, nós elevamos as cinco subespécies do grupo Anolis chrysolepis ao status de espécies, diagnosticamos cada uma delas com comentários sobre as principais diferenças morfológicas entre as espécies irmãs e fornecemos novos dados de distribuição.

  • LEANDRA DE PAULA CARDOSO PINHEIRO
  • SIMILARIDADE DE ANFÍBIOS ANUROS EM ÁREAS DE SAVANA AMAZÔNICA, FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS, PARÁ, BRASIL

  • Data: 05/05/2010
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  • A Floresta Nacional de Carajás apresenta um conjunto de serras descontinuas com três tipos de vegetações distintas (Floresta ombrófila densa, Floresta ombrófila aberta e vegetação de savana). Este trabalho foi realizado em seis áreas de savana influenciadas por diversos atributos ambientais, tais como solos com alto grau de oligotrofismo, deficiência de água e alta insolação. As áreas de savana de Carajás possuem três tipos de fitofisionomias: capão de mata, campo rupestre e campo brejoso que se diferenciam quanto aos aspectos pedológicos, estrutura da vegetação e formações hidrológicas. O objetivo deste trabalho foi verificar se existe diferença na composição de anfíbios entre as seis serras da Floresta Nacional de Carajás e entre as fitofisionomias das áreas de savana amostradas, assim como caracterizar ecologicamente as espécies das áreas de savana de Carajás.  Foram encontradas 30 espécies de anuros, distribuídas em nove famílias. A composição de anfíbios anuros foi semelhante entre as serras, entretanto, a composição de espécies diferiu entre as fitofisionomias, provavelmente devido às diferenças ambientais entre elas, com ambientes florestados, herbáceo-arbustivo com solo desnudo, compostos por rochas evidentes e ambientes de brejo. A maioria das espécies observadas é generalista de habitat, terrestre, noturna e se reproduz diretamente em corpos d’água, características ecológicas encontradas, com frequência, em espécies que ocupam ambientes com estresse hídrico, como a Caatinga e outras áreas de savana.  


  • YOUSZEF OLIVEIRA DA CUNHA BITAR
  • INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS NA DIVERSIDADE E MODOS REPRODUTIVOS DE ANUROS EM ÁREA DE FLORESTA DE TRANSIÇÃO, MATO GROSSO

  • Data: 04/05/2010
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  • A heterogeneidade ambiental, a umidade relativa do ar e a disponibilidade de corpos d’água são alguns dos principais fatores atuantes na distribuição e diversidade de anuros, e as variações nesses fatores devem influenciar na composição de espécies. A fim de verificar se matas ciliares antropizadas e preservadas, margem do Rio Tanguro, seringal e área desmatada distinguiam-se quanto à abundância e riqueza de espécies de anuros, 54 parcelas de 0,5 hectare foram distribuídas entre esses ambientes e amostradas por procura visual e auditiva. Os ambientes não se mostraram completamente distintos quanto à composição e abundância de anuros, e a interpretação dos dados qualitativos mostrarou resultados diferentes daqueles observados com os dados quantitativos na diferenciação entre os ambientes. As variáveis ambientais umidade, temperatura, altura da serrapilheira, número de árvores, circunferência das árvores e abertura de dossel, escolhidas como preditoras da distribuição das espécies, mostraram forte correlação entre si, portanto, somente umidade e abertura de dossel foram utilizadas. A umidade não influenciou a comunidade de anuros, porém, a abertura de dossel influenciou positivamente a abundância e riqueza de espécies. As matas ciliares foram os ambientes com maior diversidade de espécies, principalmente aquelas com distribuição amazônica, enquanto que nos ambientes degradados, espécies do Cerrado bem adaptadas a áreas abertas foram predominantes, demonstrando a importância de áreas florestadas na manutenção da diversidade de espécies locais.

  • TIAGO MAGALHAES DA SILVA FREITAS
  • ASPECTOS ECOLÓGICOS DO CACHORRO-DE-PADRE Auchenipterichthys longimanus (SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) EM IGARAPÉS DA AMAZÔNIA ORIENTAL, PARÁ, BRASIL

  • Data: 22/04/2010
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  • O objetivo deste trabalho foi verificar aspectos ecológicos referentes ao crescimento relativo, tamanho de primeira maturação gonadal, reprodução, investimento energético, proporção sexual e dieta do cachorro-de-padre Auchenipterichthys longimanus (Siluriformes: Auchenipteridae) proveniente de igarapés da Floresta Nacional de Caxiuanã. As coletas de dados foram realizadas bimestralmente no período de julho de 2008 a julho de 2009, totalizando a captura de 625 exemplares, sendo 338 fêmeas, 251 machos e 36 indivíduos que não tiveram seus sexos definidos macroscopicamente. Foi verificado um padrão de crescimento polifásico para ambos os sexos, sendo que o ponto de mudança de fase dessa alteração foi aproximadamente 11,5 cm para machos e 12,5 cm para fêmeas, valores estes próximos ao estimado para o tamanho de primeira maturação (L50). Por meio do Índice Gonadossomático (IGS%) foi observada uma assincronia entre os sexos, onde os machos obtiveram maiores valores de IGS% em janeiro e as fêmeas apresentaram seu pico em março. Ressalta-se ainda, diferenças nos padrões de investimento energético entre os sexos e maturidade, de acordo com o Fator de Condição (K). Em relação à proporção sexual, foi observada uma maior freqüência de captura de fêmeas no período reprodutivo, sugerindo um padrão de segregação sexual com fins reprodutivos, onde possivelmente haveria formação de haréns ou deslocamentos reprodutivos. Quanto à dieta, A. longimanus foi considerado de hábito onívoro, com tendência a insetivoria. Entretanto foi considerado frugívoro no mês de março de 2009 devido ao elevado consumo de frutos de ucuúba Virola surinamensis (Myristicaceae). Em vista da maior ocorrência de itens alóctones na dieta, ressalta-se a importância das florestas ripárias como fonte de alimento para uma das espécies mais abundantes nas pescarias experimentais na região de Caxiuanã. Pelo fato das sementes permaneceram intactas no estômago de A. logimanus, foi analisado o potencial ecológico do peixe como dispersor de sementes de V. surinamensis, verificando viabilidade (aproximadamente 70%) das mesmas após a semeadura. Assim, esperamos ter contribuído de forma significativa para o conhecimento acerca da ecologia de A. longimanus no baixo Amazonas, bem como para tomadas de decisão político-ambientais relacionadas à avaliação, preservação e manejo do estoque natural das populações de peixes nos sistemas hídricos de umas das maiores Unidades de Conservação do Estado do Pará.

  • RACHEL ULLMANN LEITE
  • Composição, distribuição, utilização de ambientes e variação sazonal na densidade de quelônios aquáticos do Lago Verde, Alter do Chão, Santarém, Pará, Brasil.

  • Data: 22/04/2010
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  • A bacia amazônica abriga 16 espécies de quelônios de água doce. A maioria dos estudos com estes animais já realizados na região estão baseados em aspectos reprodutivos, com poucos estudos voltados para a abundância, o uso de ambientes e a estrutura populacional. Nós estudamos a distribuição espacial, o uso de ambientes e a variação sazonal na densidade de cinco espécies de quelônios aquáticos do Lago Verde, em Santarém, Pará, Brasil (Podocnemis expansa, P. erythrocephala, P. unifilis, Peltocephalus dumerilianus e Phrynops tuberosus), ao longo do período compreendido entre dezembro de 2008 e novembro de 2009. Os animais foram avistados e capturados através de contagens de animais assoalhando e de mergulhos. A maioria dos animais foi encontrada nos ambientes de igapós (n = 64; 66%), principalmente no igapó de aningal (Montrichardia sp) e no igapó misto, com exceção de Phrynops tuberosus, espécie que foi capturada em sua maioria nas margens do lago. As maiores densidades foram registradas na estação hidrológica da enchente, durante a subida do nível das águas, não havendo capturas nas amostragens realizadas durante o período seco, com apenas um indivíduo avistado em dezembro (P. unifilis). Não foi observada relação entre a densidade de animais avistados e a cota do rio Tapajós. Não houve variação na razão sexual das espécies registradas entre os ambientes do Lago Verde. Os mapas de distribuição dos indivíduos nas distintas fases do ciclo hidrológico apontam uma clara tendência de avanço para o interior do igapó na medida em que o nível da água sobe e alaga este ambiente. Os igapós, principalmente os que abrigam aglomerações de aninga, são ambientes de importância crítica para os quelônios aquáticos na área de estudo, recomendando-se a proteção destas áreas para a conservação da comunidade de quelônios aquáticos do Lago Verde.

  • TATYANA PINHEIRO MAGALHAES
  • ECOLOGIA, COMPORTAMENTO E ASSOCIAÇÕES POLIESPECÍFICAS DO MACACO-DE-CHEIRO (Saimiri sciureus), AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 12/04/2010
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  • Saimiri sciureus é uma espécie de primata amplamente distribuída pela Bacia Amazônica. Contudo, há poucos estudos feitos em ambiente natural na Amazônia brasileira envolvendo aspectos ecológicos e/ou comportamentais da espécie e praticamente nenhum sobre suas associações com outras espécies. Neste trabalho foram estudados os padrões gerais da ecologia e do comportamento de dois grupos de S. sciureus e suas associações com outras espécies de primatas no Mosaico de Unidades de Conservação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Os sítios de estudo foram a Ilha de Germoplasma (IG) e a Zona de Preservação da Vida Silvestre Base 4 (B4). Os dados foram coletados pelos métodos de varredura instantânea e ad libitum por seis meses entre março e outubro de 2009. A área de uso dos grupos correspondeu a aproximadamente 75 ha na B4 e 77,5 ha na IG. No uso do espaço vertical, houve preferência pelos estratos inferiores e médios. Além disso, houve um marcado padrão no uso dos estratos ao longo o dia, com maior frequência de uso dos estratos mais altos nas duas primeiras horas de atividades, dos estratos mais baixos das 10 às 14 horas e dos estratos intermediários no final do dia. Os comportamentos de forrageio (50% IG; 49% B4) e locomoção (29% ambos) foram mais frequentes que alimentação (12% IG; 15% B4), interação social (6% IG; 4% B4) e descanso (3% para ambos), concordando com outros estudos na Amazônia. A dieta foi predominantemente frugívora (75% B4, 71% IG), diferindo de uma série de estudos que caracterizaram todo o gênero como altamente insetívoro. As espécies vegetais mais importantes foram Attalea maripa no período chuvoso e Inga spp. no período seco, para ambos os grupos. A frequência de associação foi 100% do tempo (B4) e 49% (IG) com Cebus apella, 20% (B4) com Chiropotes satanas e 3% (IG) com Chiropotes utahicki. Houve encontro com Alouatta belzebul e Saguinus niger nos dois sítios, com Aotus azarae na B4 e Callicebus moloch na IG. O grupo da IG passou mais tempo em associação durante a estação chuvosa. O tempo em associação com C. satanas foi maior no período seco, sem diferença sazonal para C. utahicki e C. apella. Houve diferença entre S. sciureus, C. apella e C. satanas no uso do espaço vertical, no tipo de suporte e nos itens alimentares explorados. Os macacos-de-cheiro apresentaram nicho maior que os macacos-prego para uso de espaço vertical e itens alimentares, e os macacos-prego apresentaram nicho maior para tipo de suporte. A maior sobreposição de nichos nas três dimensões medidas foi entre C. apella e S. sciureus.

  • FABRICIO SIMOES CORREA
  • Abundância espacial e temporal de Bolitoglossa paraensis no Parque Ecológico de Gunma, Santa Bárbara, Pará

  • Data: 22/03/2010
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  • Estudos com salamandras em região temperada têm mostrado que a pluviosidade, a temperatura do ar, a umidade do ar e a estrutura de seus hábitats são fatores importantes na abundância temporal e espacial das espécies. Estudos abordando aspectos ecológicos de salamandras na região tropical são escassos, sendo a maioria sobre taxonomia e sistemática. O objetivo desse estudo foi verificar a influência de fatores ambientais sobre a variação temporal e espacial de uma população de Bolitoglossa paraensis em um fragmento de floresta na região metropolitana de Belém, Estado do Pará. O estudo foi realizado em quatro períodos do ano de 2009: março-abril (meio da estação de chuvas), maio-junho (final da estação de chuvas), agosto (início da estação de menor precipitação) e
    outubro (final da estação de menor precipitação). Em cada período, 23 parcelas de 50x5m, distantes no mínimo 200m entre si, foram visitadas para estimar a abundância da espécie, medir a temperatura e umidade do ar, contar a densidade de árvores e estimar a abertura do dossel. Prováveis substratos e micro-hábitats (e.g. troncos de árvores, plantas herbáceas, buracos nas árvores) usados pelas salamandras foram vistoriados entre 19:00 e 22:00h. No período de Março-Abril foram observados 90 indivíduos, 46 em Maio-Junho, 45 em Agosto e 25 em Outubro. Variação significativa da abundância de salamandras foi observada apenas entre os dois períodos mais extremos: Março-Abril e Outubro. Nenhuma das variáveis ambientais teve correlação significativa com a abundância espacial de salamandras, quando analisado por período do ano. A variação temporal da abundância de salamandras pode estar associada à variação da umidade do ar, a qual foi maior no primeiro período e menor no quarto período de amostragem, estando essa intimamente associada ao meio da estação chuvosa e ao final da estação de seca, respectivamente. A ausência de correlação entre as variáveis ambientais e abundância de salamandras pode estar associada à distância entre parcelas e/ou localização da área de estudo. Distâncias menores do que
    500m associadas a uma região tropical onde a variação climática temporal e espacial são muito pequenas quando comparadas a regiões temperadas não contribui para diferenças na dinâmica das populações, o que pode indicar estratégias diferenciadas para a conservação de espécies em regiões tropicais.

  • VALERIA DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
  • ASPECTOS REPRODUTIVOS DE Anableps anableps (Linnaeus, 1758) (CYPRINODONTIFORMES: ANABLEPIDAE) NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO

  • Data: 19/03/2010
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  • O presente trabalho teve como objetivo descrever a relação peso-comprimento e alguns aspectos da biologia reprodutiva de A. anableps na foz do rio Maracanã – PA durante o período de setembro de 2008 a agosto de 2009. Os exemplares foram coletados por meio de redes de espera de 30m de comprimento com malhas de 15 e 20mm e com um puçá com 1m de diâmetro com malha de 10mm. Foram capturados 865 espécimes, os quais foram analisados para estabelecer a razão sexual, que foi de 2,12 fêmeas por macho (x² = 13,07; p<0,05). De acordo com o coeficiente de alometria as fêmeas apresentaram crescimento alométrico positico e os machos alométrico negativo. Para as demais análises foram examinados 371 exemplares de fêmeas, os quais tiveram suas gônadas observadas microscopicamente. O desenvolvimento gonadal foi classificado em três estágios distintos: imaturo (4,5%), em maturação (12,0%) e maturo fecundado (83,1%). O desenvolvimento embrionário foi classificado em cinco fases distinta de acordo com o tamanho do embrião e do saco vitelínico. A fecundidade média encontrada foi de 12 ovos/embriões por fêmea, variando de um a 37 ovos/embrião. Foi observada uma relação significativa entre o comprimento padrão de fêmeas com o número de embriões e com o peso dos ovários. O tamanho médio da primeira maturação sexual (L50) para as fêmeas foi estimado em 11,7cm. Observou-se ainda que essa espécie se reproduz durante todo o ano.

  • PERICLES SENA DO REGO
  • ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA E ESTUDO
    POPULACIONAL DE Antilophia bokermanni (AVES: PIPRIDAE)
    COM IMPLICAÇÕES PARA SUA CONSERVAÇÃO

  • Data: 12/02/2010
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  • O Soldadinho-do-araripe – Antilophia bokermanni (Passeriformes, Pipridae) é
    atualmente o membro mais ameaçado de extinção de sua família, sendo classificado como
    “criticamente em perigo”. Com uma população estimada em somente 800 indivíduos, está
    espécie é endêmica de uma pequena área (aproximadamente 30 km2) de floresta úmida de
    encosta da Chapada do Araripe no nordeste do Brasil. A urgente necessidade de
    implementação de um programa de conservação efetivo para o Soldadinho-do-araripe tem
    estimulado muitas pesquisas com diversos aspectos de sua biologia. No presente estudo, nós
    examinamos variações nas seqüências de segmentos do mtDNA e ncDNA em representantes
    de A. bokermanni e A. galeata. As análises mostraram nenhuma evidência para
    subestruturamento populacional e também de história de expansão populacional para A.
    bokermanni. Sua variabilidade genética é ligeiramente menor quando comparada com a sua
    espécie-irmã, mas suas similaridades indicam um recente processo de separação, indicado pela
    retenção de polimorfismo ancestral (separação incompleta de linhagens) em todos os
    marcadores. Nós também não encontramos nenhuma associação entre variação de plumagem e
    variações nucleotídicas do gene MC1R no gênero Antilophia. Este estudo representa uma
    contribuição da genética para o Plano de Conservação do Soldadinho-do-araripe (Antilophia
    bokermanni).

2009
Descrição
  • JOSE RAIMUNDO ROCHA GUIMARAES
  • A COMUNIDADE DE CURCULIONIDAE (COLEOPTERA) DE INFLORESCÊNCIAS DA PALMEIRA EUTERPE LONGEBRACTEATA BARB. RODR. EM UMA ÁREA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO, MATO GROSSO, BRASIL.

  • Data: 20/10/2009
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  • Foi realizado o estudo da comunidade de Curculionidae de inflorescências da palmeira Euterpe longebracteata em Áreas de Preservação Permanente, degradadas e preservadas, na Fazenda Tanguro, Mato Grosso, Brasil, com o objetivo de fornecer subsídios às políticas de manejo e recuperação das áreas. Os curculionídeos representaram o componente mais importante da fauna associada às inflorescências de Euterpe longebracteata, com riqueza de 23 espécies, frequência de 97% nas amostras e abundância de 10.000 exemplares (ou 90% da abundância total). As espécies Phyllotrox sp. 18, Phyllotrox sp. 19, Erirhininae gen.n.Asp.1 , Erirhininae gen.n.Esp.1 e Bondariella sp.n.3 representaram mais de 98% da abundância, foram consideradas dominantes nas inflorescências de E. longebracteata e, portanto, especificamente associadas à palmeira, podendo atuar como as espécies polinizadoras efetivas de E. longebracteata na área. Apesar das diferenças entre APPs preservadas e degradadas, as populações de E. longebracteata e a composição de espécies de Curculionidae não apresentaram correlação com o nível de degradação das APPs. A riqueza de Curculionidae também não apresentou correlação com a cobertura do dossel, distância da amostra à borda, tamanho das inflorescências e o número de flores por inflorescências de E. longebracteata. A influência do período de coleta sobre a abundância da maioria das espécies dominantes foi considerada indício de flutuação populacional e sucessão ecológica. Enquanto que Phyllotrox sp. 19, parece apresentar padrão de distribuição agregada. As espécies Phyllotrox sp.18 e Erirhininae gen.n.Asp.1 foram consideradas com tendo abundância mais sensível a degradação das APPs. A palmeira Euterpe longebracteata apresenta potencial de uso na recuperação das áreas degradadas da Fazenda Tanguro, pois suas populações e suas espécies de prováveis Curculionidae polinizadores apresentaram tolerância à degradação observada.

  • MAYA SONNENSCHEIN FACCIO
  • "FILOGEOGRAFIA DE TRÊS ESPÉCIES DE PASSERIFORMES (SUBOSCISNES) NA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS - ILHA DO MARAJÓ - PARÁ."
  • Data: 20/08/2009

  • SIDCLAY CALACA DIAS
  • Dinâmica na comunidade de aranhas (Araneae) em clareiras com diferentes níveis de regeneração em Porto Urucu, Coari, Amazonas, Brasil
  • Data: 14/08/2009
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  • Apresenta-se um inventário preliminar da fauna de aranhas em clareiras naturais e artificiais em “Porto Urucu”, uma instalação produtora de petróleo e gás natural na bacia do Rio Urucu, Coari, Amazonas, Brasil. As amostras foram realizadas de modo ocasional e com um protocolo estruturado composto por um conjunto de técnicas de amostragem: guarda-chuvas entomológicos (32 amostras), amostras manuais noturnas (48), rede de varredura (16), extratores de Winkler (24) e armadilhas de queda (120). Um total de 4200 aranhas pertencentes a 43 famílias e 393 morfoespécies foi coletado durante a estação seca em julho de 2003. Excluindo as amostras ocasionais, a riqueza observada foi de 357 espécies. No teste de desempenho de sete estimadores, ICE (Incidence Based Coverage Estimator) gerou o melhor resultado, com 639 espécies estimadas. Para avaliar diferenças na riqueza de espécies associadas a clareiras naturais e artificiais, conjuntos de amostras do centro da clareira a até 300 m adentro da floresta adjacente foram comparados através da inspeção dos intervalos de confiança de curvas de rarefação baseadas no número de indivíduos de cada tratamento. A riqueza observada foi significantemente maior nas clareiras naturais combinadas com as florestas adjacentes do que nas clareiras artificiais combinadas com as matas do entorno. Além disso, uma análise de similaridade entre as faunas coletadas em ambos os tratamentos mostrou que existe diferenças consideráveis na composição de espécies. A abundância significativamente mais alta de Lycosidae nas florestas de clareiras artificiais é explicada pela presença de vegetação herbácea nas clareiras propriamente ditas. Ctenidae foi significantemente mais abundante nas florestas de clareiras naturais, provavelmente devido ao aumento da disponibilidade de abrigos causado pela queda de árvores nas clareiras propriamente ditas. Ambas estas famílias são identificadas como potenciais indicadores de mudanças ambientais relacionadas com o estabelecimento ou recuperação de clareiras artificiais na área de estudo.
  • SILVIA ELIZA D' OLIVEIRA PAVAN
  • Diversidade de espécies no complexo Monodelphis brevicaudata Erxleben, 1777 (Didelphimorphia: Didelphidae), inferida por dados moleculares (cit b, 16 s) e morfológicos"
  • Data: 15/07/2009

  • LINCOLN SILVA CARNEIRO
  • Variação morfológica, vocal e molecular em Hylopezus macularius (Temminck, 1830) (Aves, Grallariidae).

  • Data: 07/07/2009
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  • Uma revisão sistemática da espécie politípica Hylopezus macularius (Grallariidae), baseada em caracteres morfométricos, de plumagem, vocais e moleculares, é apresentada. As análises morfológicas e vocais foram baseadas, respectivamente, em 45 espécimes e em 104 gravações. As filogenias moleculares basearam-se em 1.371 pares de bases de ADN dos genes mitocondriais 16S, ND2, e cyt b de 26 espécimes, incluindo diversos táxons como grupos externos. Nossos resultados revelaram a existência de um táxon não descrito, endêmico do interflúvio Xingu - Madeira, cripticamente similar morfologicamente ao paraensis, mas distinguível vocal e geneticamente do último e de todos os outros táxons agrupados sob H. macularius. As árvores moleculares obtiveram forte apoio e monofiletismo recíproco entre as quatro linhagens principais de H. macularius, três das quais correspondem aos táxons já nomeados (dilutus, macularius, e paraensis), e um ao táxon anônimo, que é descrito neste trabalho. Nós mostramos que aqueles quatro táxons são mutuamente diagnosticáveis através de uma combinação de características vocais e morfológicas, portanto recomendamos tratá-los como espécies separadas. Datas das árvores moleculares indicaram que as separações entre espécies do complexo ocorreram entre 2.92 e 0.78 milhões de anos, com as separações mais antigas concentradas no noroeste da Amazônia (através do rio Negro) e as mais recentes na parte sudeste da bacia (através do rio Xingu).

  • NAIARA ABRAHIM DOS SANTOS
  • "REVISÃO DO GÊNERO Neoxyphinus Birabén, 1953 (ARANAE, OONOPIDAE)"
  • Data: 02/07/2009

  • MARINA DA COSTA RAMOS
  • ECOLOGIA DA POLINIZAÇÃO DE TAPEREBÁ (Spondias mombin L., ANACARDIACEAE) EM ÁREA DE FLORESTA SECUNDÁRIA NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO TAUÁ, PARÁ, BRASIL

  • Data: 25/06/2009
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  • Este trabalho teve como objetivo caracterizar o sistema de polinização de Spondias mombin L., obtendo dados sobre a fenologia, biologia floral, sistema reprodutivo e os visitantes florais. Spondias mombin floresceu durante a estação seca e produziu frutos maduros na estação chuvosa. É uma espécie andromonóica, produzindo flores hermafroditas e masculinas, com números e viabilidades polínicas semelhantes. A análise da razão pólen/óvulo revelou que é uma espécie que se enquadra no tipo de sistema reprodutivo xenogâmico, necessitando da polinização cruzada realizada, neste caso, pelos insetos. Spondias mombin foi visitada por uma variedade de insetos de pequeno porte e generalistas como abelhas, moscas, vespas e besouros. As abelhas Apis mellifera Linneu, 1758, Tetragona goettei (Friese, 1900) e Trigona hyalinata (Lepeletier, 1836) apresentaram maior freqüência e, seu comportamento, tocando as partes reprodutivas das flores, sugere que são os principais polinizadores desta espécie vegetal. Além disso, a análise do pólen coletado pelos principais polinizadores demonstrou a fidelidade destes ao taperebá e o grande poder de recrutamento desta espécie

  • AMANDA ANDRE LIMA
  • COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE ESPÉCIES DE ANFÍBIOS NA REGIÃO DO MÉDIO RIO XINGU.

  • Data: 23/06/2009
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  • Este estudo teve como objetivo inventariar a fauna de anfíbios nos diferentes hábitats da região do Médio Rio Xingu. Para tanto, foram selecionadas seis localidades, sendo as amostragens realizadas em três incursões, entre novembro de 2007 e março de 2008, totalizando 48 dias. Foram identificados seis tipos de hábitats na região amostrada: floresta de terra-firme, floresta sazonalmente alagável (várzea), margem do rio, “pedral”, lagoa e área alterada. Para a coleta de dados foram utilizadas duas metodologias: armadilhas de interceptação e queda e procura ativa. As armadilhas foram instaladas apenas nas áreas de floresta de terra-firme, enquanto a procura ativa foi empregada em todos os tipos de hábitats identificados. As amostragens resultaram no registro de 56 espécies de anfíbios e outras oito espécies foram identificadas e registradas em estudos anteriores na área. A diversidade e riqueza de espécies foram maiores na localidade Caracol, onde predominou a floresta de terra-firme, e menor na localidade Ilha Grande, dominada por floresta sazonalmente alagável. Foram registrados nove modos reprodutivos na área de estudo, sendo todos observados na floresta de terra-firme e apenas três nos “pedrais”, o que parece refletir a baixa heterogeneidade ambiental dessa área. Para comparar as localidades estudadas foram realizadas duas análises de similaridade, uma para cada metodologia de coleta utilizada. A análise de similaridade dos dados de procura ativa apontou maior semelhança na composição das espécies entre as áreas de floresta de terra-firme do que entre os outros hábitats. A análise de agrupamento realizada entre a composição de espécies obtida nesse estudo e outros levantamentos realizados na Amazônia agrupou esta área com outra também localizada no Médio Xingu.

  • EDSON GUILHERME DA SILVA
  • "AVIFAUNA DO ESTADO DO ACRE: COMPOSIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E CONSERVAÇÃO"

  • Data: 12/06/2009
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  •  

    O estado do Acre faz fronteiras internacionais com o Peru e a Bolívia e nacionais
    com os estados do Amazonas e Rondônia. O Acre está localizado nas terras baixas
    da Amazônia sul‐ocidental, próximo ao sopé dos Andes, dentro de uma região
    considerada megadiversa da Amazônia brasileira. Apesar disso, a região ainda é
    pouco conhecida e considerada prioritária para a realização de novos
    levantamentos biológicos. Com o intuito de contribuir para o conhecimento da
    avifauna do sudoeste amazônico, este estudo teve como principais objetivos
    responder as seguintes questões: (a) Quantas e quais são as espécies de aves do
    estado do Acre? (b) Como as espécies estão distribuídas dentro do estado do Acre?
    e (c) Qual o estado de conservação das espécies residentes no estado do Acre? A
    metodologia para responder a estas questões contemplou: (a) uma ampla revisão
    bibliográfica; (b) dois anos de levantamento em campo, incluindo registros e a
    coletas de espécimes testemunhos; (c) a confecção do mapa de distribuição de cada
    táxon (incluindo espécies e subespécies); (d) a distribuição dos táxons pelas três
    grandes regiões interfluviais do Estado (leste, central e oeste); (e) a identificação de
    zonas de contato e hibridização, baseada na distribuição dos táxons parapátridos
    dentro do Estado; (f) o cálculo da distribuição potencial dos táxons dentro do Acre,
    baseado na extrapolação da área ocupada por cada unidade ecológica
    (fitofisionomia) onde eles foram registrados; (g) o cálculo da meta de conservação
    de cada táxon residente no Estado e (h) uma análise de lacunas, baseada na
    sobreposição dos mapas de distribuição potencial de cada táxon com o das Áreas
    Protegidas do Estado. A análise de lacuna foi realizada tendo três diferentes
    cenários como referência: (a) primeiro cenário ‐ levou em consideração todas as
    Áreas Protegidas; (b) o segundo cenário – levou em consideração apenas as
    Unidades de Conservação ‐ UCs de Proteção Integral e (c) terceiro cenário – levou
    em consideração apenas as UCs de Proteção Integral + as de Uso Sustentável
    (exclusas as Terras Indígenas). A revisão bibliográfica e os levantamentos (históricos
    e de campo) tiveram início em agosto de 2005 e se estenderam até dezembro de
    2007. Após o término da revisão bibliográfica e das expedições em campo, foram
    compilados 7.141 registros de aves para o todo o estado do Acre. Destes, 4. 623 são
    de espécimes coletados, dos quais, 2.295 (49,6%) são oriundos de coletas feitas
    durante a realização deste estudo. Confirmou‐se para o Acre a presença de 655
    espécies biológicas, distribuídas em 73 Famílias e 23 Ordens. Como conseqüência
    direta deste estudo, cinco novas espécies foram acrescentadas à lista de aves
    brasileiras. Registrou‐se também, 59 espécies migratórias, das quais, 30 (50,8%) são
    migrantes neárticas, 11 (18,6%) foram consideradas como migrantes intratropicais e
    18 (30,5%) como migrantes austrais. De todas as espécies registradas no Estado, 44
    são endêmicas do centro de endemismo Inambari. Dos 556 táxons de aves florestais
    residentes no Acre, 72,8% (405) distribui‐se nas três sub‐regiões do Estado; 10,0%
    (56) foi registrado apenas na sub‐região oeste; 5,3% (30) apenas na sub‐região leste
    e 0,5% (03) apenas na sub‐região central. Ao menos seis pares de táxons irmãos
    apresentaram padrão de distribuição alopátrida e 15 conjuntos de táxons
    apresentaram distribuição parapátrida dentro do Estado. Foram identificadas duas
    zonas de contato secundário (leste/oeste) e duas possíveis zonas de hibridização
    (leste/oeste) dentro do Estado. As análises de lacunas mostraram que no primeiro

    O estado do Acre faz fronteiras internacionais com o Peru e a Bolívia e nacionaiscom os estados do Amazonas e Rondônia. O Acre está localizado nas terras baixasda Amazônia sul‐ocidental, próximo ao sopé dos Andes, dentro de uma regiãoconsiderada megadiversa da Amazônia brasileira. Apesar disso, a região ainda épouco conhecida e considerada prioritária para a realização de novoslevantamentos biológicos. Com o intuito de contribuir para o conhecimento daavifauna do sudoeste amazônico, este estudo teve como principais objetivosresponder as seguintes questões: (a) Quantas e quais são as espécies de aves doestado do Acre? (b) Como as espécies estão distribuídas dentro do estado do Acre?e (c) Qual o estado de conservação das espécies residentes no estado do Acre? Ametodologia para responder a estas questões contemplou: (a) uma ampla revisãobibliográfica; (b) dois anos de levantamento em campo, incluindo registros e acoletas de espécimes testemunhos; (c) a confecção do mapa de distribuição de cadatáxon (incluindo espécies e subespécies); (d) a distribuição dos táxons pelas trêsgrandes regiões interfluviais do Estado (leste, central e oeste); (e) a identificação dezonas de contato e hibridização, baseada na distribuição dos táxons parapátridosdentro do Estado; (f) o cálculo da distribuição potencial dos táxons dentro do Acre,baseado na extrapolação da área ocupada por cada unidade ecológica(fitofisionomia) onde eles foram registrados; (g) o cálculo da meta de conservaçãode cada táxon residente no Estado e (h) uma análise de lacunas, baseada nasobreposição dos mapas de distribuição potencial de cada táxon com o das ÁreasProtegidas do Estado. A análise de lacuna foi realizada tendo três diferentescenários como referência: (a) primeiro cenário ‐ levou em consideração todas asÁreas Protegidas; (b) o segundo cenário – levou em consideração apenas asUnidades de Conservação ‐ UCs de Proteção Integral e (c) terceiro cenário – levouem consideração apenas as UCs de Proteção Integral + as de Uso Sustentável(exclusas as Terras Indígenas). A revisão bibliográfica e os levantamentos (históricose de campo) tiveram início em agosto de 2005 e se estenderam até dezembro de2007. Após o término da revisão bibliográfica e das expedições em campo, foramcompilados 7.141 registros de aves para o todo o estado do Acre. Destes, 4. 623 sãode espécimes coletados, dos quais, 2.295 (49,6%) são oriundos de coletas feitasdurante a realização deste estudo. Confirmou‐se para o Acre a presença de 655espécies biológicas, distribuídas em 73 Famílias e 23 Ordens. Como conseqüênciadireta deste estudo, cinco novas espécies foram acrescentadas à lista de avesbrasileiras. Registrou‐se também, 59 espécies migratórias, das quais, 30 (50,8%) sãomigrantes neárticas, 11 (18,6%) foram consideradas como migrantes intratropicais e18 (30,5%) como migrantes austrais. De todas as espécies registradas no Estado, 44são endêmicas do centro de endemismo Inambari. Dos 556 táxons de aves florestaisresidentes no Acre, 72,8% (405) distribui‐se nas três sub‐regiões do Estado; 10,0%(56) foi registrado apenas na sub‐região oeste; 5,3% (30) apenas na sub‐região lestee 0,5% (03) apenas na sub‐região central. Ao menos seis pares de táxons irmãosapresentaram padrão de distribuição alopátrida e 15 conjuntos de táxonsapresentaram distribuição parapátrida dentro do Estado. Foram identificadas duaszonas de contato secundário (leste/oeste) e duas possíveis zonas de hibridização(leste/oeste) dentro do Estado. As análises de lacunas mostraram que no primeiro cenário, 87,1% dos táxons atingiram 100% da meta de conservação; 12% ficaram em classes de conservação intermediárias, ou seja, em lacuna parcial de proteção e apenas 0,8% ficaram em lacuna total de proteção. No segundo cenário, apenas 0,6% dos táxons atingiram 100% da meta de conservação; 97,6% ficaram em lacuna parcial e 1,8% ficaram em lacuna total de proteção. No terceiro cenário, 73,5% dos táxons atingiram 100% da meta de conservação; 25,5% ficaram em lacuna parcial e apenas 0,8% ficaram em lacuna total de proteção. As principais conclusões obtidas a partir deste estudo foram: (a) que a riqueza avifaunística do estado do Acre é bastante expressiva, porém, o número de espécies detectadas deverá aumentar à medida que novos levantamentos forem realizados; (b) que os rios Purus e Juruá não são as barreiras físicas que determinam o padrão de distribuição da maioria das aves residentes no estado do Acre; (c) que a presença de zonas de contato secundário, não coincidentes com o curso dos dois principais rios do Estado, dá suporte a idéia de que fatores não ligados a uma barreira física devem estar atuando na manutenção do padrão de distribuição atual de alguns táxons de aves residentes no Acre; (d) que o número de espécies “desprotegidas” ou em “lacuna parcial de proteção” entre a avifauna do Acre é muito baixo quando todo o sistema de Áreas Protegidas é levado em consideração, porém este número aumenta com a exclusão das Unidades de Conservação de Uso Sustentável e das Terras Indígenas; (e) que as aves restritas às campinas e campinaranas do oeste do Acre são as únicas que se encontram em lacuna do sistema de áreas protegidas do Acre, indicando a necessidade de se criar uma ou mais Unidades de Conservação para proteger este habitat específico.

     

  • MARCELA GUIMARAES MOREIRA LIMA
  • MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE DO PARQUE NACIONAL DAS NASCENTES DO RIO PARNAÍBA, BRASIL

  • Data: 29/05/2009
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  • O Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba está localizado na divisa dos Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia. Para verificar a composição, riqueza, abundância relativa e padrão de atividade da mastofauna de médio e grande porte do Parque, bem como a utilização das fitofisionomias presentes na área por essas espécies, foi realizado um inventário utilizando armadilhas-fotográficas, entrevistas semi-estruturadas e métodos complemetares de amostragem. Foi registrado um total de 37 espécies de mamíferos de médio e grande porte, distribuídos em 14 famílias e sete ordens. Vinte dessas espécies foram registradas por meio de armadilhas-fotográficas, 16 por meio de avistamentos e vestígios (rastros, fezes e carcaças), e todas por meio de entrevistas com moradores da região. O estimador de riqueza não-paramétrico Jackknife1 calculou 22 espécies (D.P. ± 1,41) para o Parque. Quanto às fitofisionomias, apenas mata de galeria e cerrado sensu stricto apresentaram diferença significativa quanto à riqueza e abundância relativa. Dentre as espécies registradas no Parque, as raposas Cerdocyon thous e Lycalopex vetulus foram as mais abundantes, respectivamente. Quanto ao uso do habitat, somente Cerdocyon thous e Mazama gouazoubira apresentaram diferença significativa entre as fitofisionomias, sendo a primeira de hábito generalista e registrada principalmente em áreas de cerrado sensu stricto, e a segunda mais freqüente em áreas de vegetação mais densa (cerradão). No que diz respeito à composição de espécies, a análise de agrupamento indicou as áreas de cerradão e cerrado sensu stricto como as de maior similaridade, o que provavelmente se deve à maior semelhança florística entre esses ambientes. A análise de composição regional mostrou que o Parque apresenta uma maior similaridade quanto à composição de espécies com as UCs localizadas no Sul do Estado do Piauí (E.E. de Uruçuí-Una e PARNA da Serra das Confusões) do que com as demais áreas de Cerrado.

  • ADRIANO OLIVEIRA MACIEL
  • TAXONOMIA DOS ANFÍBIOS DA ORDEM GYMNOPHIONA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 29/05/2009
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  • São conhecidas 89 espécies de Gymnophiona para a região Neotropical sendo para a maioria dessas a taxonomia ainda mal definida. Alguns gêneros são claramente parafiléticos e em nível de espécies a falta de novas coletas e a dificuldade aí implícita, pela natureza fossorial desses anfíbios impedem o conhecimento sobre a variação nos caracteres utilizados para as definições taxonômicas. Este trabalho foi implementado para fornecer conhecimento sobre a variação não geográfica e geográfica em caracteres morfológicos externos das espécies da Amazônia brasileira, além de atualizar as informações sobre a distribuição delas. Foram analisados 623 espécimes provenientes de dez coleções zoológicas nacionais e duas do exterior. Foram reconhecidas 16 espécies de Gymnophiona para a Amazônia brasileira, sendo duas formas incertae sedis. Caecilia marcusi Wake, 1984 é sinonimizada com C. mertensi Taylor, 1973 em base na análise de material recentemente coletado em diferentes localidades no Brasil, além de um dos parátipos de C. marcusi (ZSM 82/1982) e fotos detalhadas do holótipo de C. mertensi. Uma espécie nova do gênero, até então monoespecífico, Rhinatrema Duméril & Bibron 1841 e outra do gênero Microcaecilia são descritas. É constatada baixa variação geográfica nos caracteres examinados. A análise multivariada apontou baixa variação quanto à morfometria entre as populações estudadas de Caecilia gracilis e C. tentaculata. São apresentados alguns problemas na diagnose de espécies a partir de comentários sobre espécimes que permanecem como incertae sedis. São apresentadas a distribuição das espécies em mapas e discussões sobre o seu status de conservação.

  • IORI LEONEL ARNOLDO HUSSAK VAN VELTHEM LINKE
  • CARACTERIZAÇÃO DO USO DA FAUNA CINEGÉTICA EM ALDEIAS DAS ETNIAS WAYANA E APARAI NA TERRA INDÍGENA PARQUE DO TUMUCUMAQUE, PARÁ.

  • Data: 22/05/2009
  • Mostrar Resumo
  • A caça é uma atividade bastante importante para a manutenção das formas tradicionais de vida dos povos indígenas da Amazônia. Entretanto, quando esta atividade não é feita de forma sustentável a sua pressão pode acarretar em extinções locais e desequilíbrios no ecossistema. Este estudo visa caracterizar o uso da fauna cinegética em duas aldeias das etnias Wayana e Aparai no Parque Indígena do Tumucumaque, norte do Estado do Pará. Foram monitorados e entrevistados 29 caçadores em 60 dias de coleta de dados. As entrevistas permitiram levantar 45 espécies de mamíferos ocorrentes na área e também as principais espécies cinegéticas com suas respectivas temporadas de caça. Ao todo foram caçados 219 animais de 35 espécies diferentes, totalizando 2.558 Kg de biomassa. A espécie mais caçada foi Tayassu pecari (n=50; 1.350 Kg), em segundo Ateles paniscus (n=30; 261 Kg). A ave mais caçada foi o Crax alector (n=18; 58,5 Kg); e os lagarto Iguana iguana foi o réptil mais caçado (n=18; 37 Kg). Destes, todos estavam dentro dos pesos médios esperados. Apenas para I. iguana foi observado diferença estatística na razão sexual, e todos os A. paniscus abatidos eram fêmeas. As curvas de sobrevivência das espécies mais caçadas de mamíferos, T. pecari, A. paniscus, Cebus apella (n=16) e Cuniculus paca (n=12) apontam para uma caça centralizada em animais adultos e senis. As espécies favoritas, em ordem decrescente, são A. paniscus, C. apella, C. paca, T. pecari, Pecari tajacu, Tapirus terrestris, Alouatta macconnelli, Mazama americana, C. alector e Psophia crepitans. Foi registrado o mesmo numero de animais caçados entre os métodos de caça ativo-seletivos e oportunistas-não-seletivos. Devido à caça de grandes mamíferos, as formas oportunistas registraram maior quantidade de biomassa abatida (1590 Kg), enquanto os métodos seletivos que focalizaram aves e primatas, totalizaram 968 Kg. Devido a questões culturais os Wayana e os Aparai procuram caçar os animais apenas quando estes estiverem gordos. Raramente caçam animais fora e suas épocas de abate. A atividade de pesca rendeu 1211,7Kg de 44 morfoespécies. A caça representou cerca de 2/3 de toda biomassa consumida. As refeições com base na carne de caça foram mais fartas e renderam mais proteína do que as refeições com peixe. O consumo per capita diário de caça foi de 104,37g e de peixe 22,44g. A área de uso de caça das duas aldeias foi estimada em 518,73 Km². A análise de sustentabilidade de caça sugere que apenas C. apella e A. paniscus estão sendo sobre-explorados.

  • ALEXANDRO HERBERT DOS SANTOS BASTOS
  • "DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO DE FORMIGAS PONERINES (HYMENOPTERA, FORMICIDAE, PONERINAE) DE SERAPILHEIRA NA ESTAÇÃO CIENTÍFICA FERREIRA PENNA, MELGAÇO, PARÁ, BRASIL".
  • Data: 21/05/2009

  • FERNANDA DA SILVA SANTOS
  •  

    A DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE E
    O POTENCIAL DESTA FAUNA NA REGENERAÇÃO DE CLAREIRAS
    ARTIFICIAIS NA REGIÃO DO RIO URUCU, COARI, AMAZONAS

    A DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EO POTENCIAL DESTA FAUNA NA REGENERAÇÃO DE CLAREIRASARTIFICIAIS NA REGIÃO DO RIO URUCU, COARI, AMAZONAS

  • Data: 18/05/2009
  • Mostrar Resumo
  •  

    A região do rio Urucu, localizada na porção oeste da Amazônia brasileira,
    está entre as áreas consideradas prioritárias para conservação devido a sua
    grande riqueza de espécies e importância biogeográfica. Nesta região são
    desenvolvidas atividades de exploração de petróleo e gás natural, as quais
    geram a abertura de clareiras em meio a floresta contínua. Os objetivos deste
    estudo foram: 1) estimar a riqueza, composição e abundância da comunidade
    de mamíferos de médio e grande porte em Urucu a qual foi amostrada através
    dos métodos de transecção linear, busca por vestígios e armadilhas
    fotográficas; e 2) registrar a presença de mamíferos nas clareiras e verificar a
    participação destes animais no processo de regeneração através do
    monitoramento das clareiras artificiais por meio de armadilhas fotográficas e
    por observações in loco (clareira-focal). Adicionalmente, também foram
    instaladas armadilhas fotográficas no interior da floresta (amostras-controle).
    No total foram registradas 40 espécies de mamíferos de médio e grande porte,
    sendo 25 através da transecção linear, 16 pela busca por vestígios e 15 por
    armadilhas fotográficas. A espécie Lagothrix cana foi a mais abundante através
    do método de transecção linear, enquanto Tapirus terrestris foi a mais
    abundante para os métodos de busca por vestígios e armadilhas fotográficas.
    O monitoramento através das armadilhas fotográficas resultou no registro de
    sete espécies em clareiras e 14 espécies em floresta. Nas clareiras registrouse
    maior freqüência de espécies herbívoras-frugívoras. Já na floresta, espécies
    de diferentes hábitos alimentares foram registradas em proporção equilibrada.
    x
    O monitoramento visual (clareira-focal) nas clareiras totalizou 144 horas de
    observação, sendo registradas três espécies. A espécie D. fuliginosa exibiu
    com maior freqüência as categorias comportamentais deslocamento e parado,
    enquanto que as espécies T. terrestris e S. pileatus despenderam maior tempo
    na categoria alimentação. Os dados obtidos através do monitoramento das
    clareiras sugerem que estes animais podem atuar ativamente na regeneração
    destas áreas através dos processos de herbivoria e dispersão de frutos e
    sementes.
    Palavras–chave: Urucu; mamíferos de médio e grande porte; abundância;
    regeneração; herbivoria; dispersão

    A região do rio Urucu, localizada na porção oeste da Amazônia brasileira,está entre as áreas consideradas prioritárias para conservação devido a suagrande riqueza de espécies e importância biogeográfica. Nesta região sãodesenvolvidas atividades de exploração de petróleo e gás natural, as quaisgeram a abertura de clareiras em meio a floresta contínua. Os objetivos desteestudo foram: 1) estimar a riqueza, composição e abundância da comunidadede mamíferos de médio e grande porte em Urucu a qual foi amostrada atravésdos métodos de transecção linear, busca por vestígios e armadilhasfotográficas; e 2) registrar a presença de mamíferos nas clareiras e verificar aparticipação destes animais no processo de regeneração através domonitoramento das clareiras artificiais por meio de armadilhas fotográficas epor observações in loco (clareira-focal). Adicionalmente, também foraminstaladas armadilhas fotográficas no interior da floresta (amostras-controle).No total foram registradas 40 espécies de mamíferos de médio e grande porte,sendo 25 através da transecção linear, 16 pela busca por vestígios e 15 porarmadilhas fotográficas. A espécie Lagothrix cana foi a mais abundante atravésdo método de transecção linear, enquanto Tapirus terrestris foi a maisabundante para os métodos de busca por vestígios e armadilhas fotográficas.O monitoramento através das armadilhas fotográficas resultou no registro desete espécies em clareiras e 14 espécies em floresta. Nas clareiras registrousemaior freqüência de espécies herbívoras-frugívoras. Já na floresta, espéciesde diferentes hábitos alimentares foram registradas em proporção equilibrada.xO monitoramento visual (clareira-focal) nas clareiras totalizou 144 horas deobservação, sendo registradas três espécies. A espécie D. fuliginosa exibiucom maior freqüência as categorias comportamentais deslocamento e parado,enquanto que as espécies T. terrestris e S. pileatus despenderam maior tempona categoria alimentação. Os dados obtidos através do monitoramento dasclareiras sugerem que estes animais podem atuar ativamente na regeneraçãodestas áreas através dos processos de herbivoria e dispersão de frutos e sementes.

  • FERNANDA DA SILVA SANTOS
  • A DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE E
    O POTENCIAL DESTA FAUNA NA REGENERAÇÃO DE CLAREIRAS
    ARTIFICIAIS NA REGIÃO DO RIO URUCU, COARI, AMAZONAS
    A DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EO POTENCIAL DESTA FAUNA NA REGENERAÇÃO DE CLAREIRASARTIFICIAIS NA REGIÃO DO RIO URUCU, COARI, AMAZONAS

  • Data: 17/05/2009
  • Mostrar Resumo
  • A região do rio Urucu, localizada na porção oeste da Amazônia brasileira,
    está entre as áreas consideradas prioritárias para conservação devido a sua
    grande riqueza de espécies e importância biogeográfica. Nesta região são
    desenvolvidas atividades de exploração de petróleo e gás natural, as quais
    geram a abertura de clareiras em meio a floresta contínua. Os objetivos deste
    estudo foram: 1) estimar a riqueza, composição e abundância da comunidade
    de mamíferos de médio e grande porte em Urucu a qual foi amostrada através
    dos métodos de transecção linear, busca por vestígios e armadilhas
    fotográficas; e 2) registrar a presença de mamíferos nas clareiras e verificar a
    participação destes animais no processo de regeneração através do
    monitoramento das clareiras artificiais por meio de armadilhas fotográficas e
    por observações in loco (clareira-focal). Adicionalmente, também foram
    instaladas armadilhas fotográficas no interior da floresta (amostras-controle).
    No total foram registradas 40 espécies de mamíferos de médio e grande porte,
    sendo 25 através da transecção linear, 16 pela busca por vestígios e 15 por
    armadilhas fotográficas. A espécie Lagothrix cana foi a mais abundante através
    do método de transecção linear, enquanto Tapirus terrestris foi a mais
    abundante para os métodos de busca por vestígios e armadilhas fotográficas.
    O monitoramento através das armadilhas fotográficas resultou no registro de
    sete espécies em clareiras e 14 espécies em floresta. Nas clareiras registrouse
    maior freqüência de espécies herbívoras-frugívoras. Já na floresta, espécies
    de diferentes hábitos alimentares foram registradas em proporção equilibrada.
    x
    O monitoramento visual (clareira-focal) nas clareiras totalizou 144 horas de
    observação, sendo registradas três espécies. A espécie D. fuliginosa exibiu
    com maior freqüência as categorias comportamentais deslocamento e parado,
    enquanto que as espécies T. terrestris e S. pileatus despenderam maior tempo
    na categoria alimentação. Os dados obtidos através do monitoramento das
    clareiras sugerem que estes animais podem atuar ativamente na regeneração
    destas áreas através dos processos de herbivoria e dispersão de frutos e
    sementes.
    Palavras–chave: Urucu; mamíferos de médio e grande porte; abundância;
    regeneração; herbivoria; dispersão
    A região do rio Urucu, localizada na porção oeste da Amazônia brasileira,está entre as áreas consideradas prioritárias para conservação devido a suagrande riqueza de espécies e importância biogeográfica. Nesta região sãodesenvolvidas atividades de exploração de petróleo e gás natural, as quaisgeram a abertura de clareiras em meio a floresta contínua. Os objetivos desteestudo foram: 1) estimar a riqueza, composição e abundância da comunidadede mamíferos de médio e grande porte em Urucu a qual foi amostrada atravésdos métodos de transecção linear, busca por vestígios e armadilhasfotográficas; e 2) registrar a presença de mamíferos nas clareiras e verificar aparticipação destes animais no processo de regeneração através domonitoramento das clareiras artificiais por meio de armadilhas fotográficas epor observações in loco (clareira-focal). Adicionalmente, também foraminstaladas armadilhas fotográficas no interior da floresta (amostras-controle).No total foram registradas 40 espécies de mamíferos de médio e grande porte,sendo 25 através da transecção linear, 16 pela busca por vestígios e 15 porarmadilhas fotográficas. A espécie Lagothrix cana foi a mais abundante atravésdo método de transecção linear, enquanto Tapirus terrestris foi a maisabundante para os métodos de busca por vestígios e armadilhas fotográficas.O monitoramento através das armadilhas fotográficas resultou no registro desete espécies em clareiras e 14 espécies em floresta. Nas clareiras registrousemaior freqüência de espécies herbívoras-frugívoras. Já na floresta, espéciesde diferentes hábitos alimentares foram registradas em proporção equilibrada.xO monitoramento visual (clareira-focal) nas clareiras totalizou 144 horas deobservação, sendo registradas três espécies. A espécie D. fuliginosa exibiucom maior freqüência as categorias comportamentais deslocamento e parado,enquanto que as espécies T. terrestris e S. pileatus despenderam maior tempona categoria alimentação. Os dados obtidos através do monitoramento dasclareiras sugerem que estes animais podem atuar ativamente na regeneraçãodestas áreas através dos processos de herbivoria e dispersão de frutos esementes.

  • LAURA TAVARES MIGLIO
  • TAXONOMIA DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS DE ACTINOPUS PERTY, 1833 (Araneae Mygalomorphae, Actinopodidae).
  • Data: 01/05/2009

  • FERNANDO DA SILVA CARVALHO FILHO
  • REVISÃO TAXONÔMICA DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS DO GÊNERO ARGORAVINIA (DIPTERA:SARCOPHAGIDE).
  • Orientador : MARIA CRISTINA ESPOSITO BARTHEM
  • Data: 13/04/2009

  • MARCELO JOSE STURARO
  • Revisão taxonômica do complexo Gonatodes concinnatus (Reptilia: Sphaerodactylidae)

  • Data: 06/04/2009
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  • O complexo Gonatodes concinnatus, conforme estabelecido aqui, consiste nas espécies caracterizadas por uma mancha suprahumeral branca com margens pretas; vermiculações no dorso; e escamas alargadas sob a cauda, apresentando a seqüência 1’1’1” e, em alguns casos, 1’1’2” (na porção anterior). Duas espécies são atualmente reconhecidas neste grupo amazônico, G. concinnatus e G. tapajonicus. Novos materiais encontrados no leste da Amazônia (nos estados do Pará e Amapá, Brasil) fizeram necessária a revisão dessas espécies. Analisamos diversas populações dentro deste complexo, provenientes do Peru, Equador, Colômbia e Brasil (mas não da Venezuela), incluindo os novos registros. Os espécimes foram separados em grupos definidos com base no padrão de coloração. Análises discriminantes, utilizando o método por passos (stepwise), foram realizadas para comparar a morfologia externa (representada por medições e contagens de escama, separadamente) nestes grupos. Os resultados apóiam o reconhecimento de quatro táxons, correspondendo a G. concinnatus, da Amazônia Ocidental, no nordeste do Equador e do Peru; G. tapajonicus, da bacia do Rio Tapajós, no Pará, Brasil; e duas novas espécies, uma do leste da Amazônia, nos estados do Pará e Amapá, Brasil, e outra da região cisandina central da Colômbia. As diagnoses e descrições de todas as espécies são apresentadas.

  • PEDRO LUIZ VIEIRA DEL PELOSO
  • "Variação Geográfica e Taxonomia do lagarto Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger 1912 (Squamata, Gymnophthalmidae)"
  • Data: 06/04/2009

  • ZAFIRA DA SILVA DE ALMEIDA
  • "OS RECURSOS PESQUEIROS MARINHOS E ESTUARINOS DO MARANHÃO: Biologia, Tecnologia, Socioeconomia, Estado da Arte e Manejo".
  • Orientador : VICTORIA JUDITH ISAAC NAHUM
  • Data: 06/04/2009

  • KARINE SANTANA CARVALHO
  • INFLUÊNCIAS DOS NINHOS DE SAÚVA (FORMICIDAE: ATINNI) NA NUTRIÇÃO, CRESCIMENTO E PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO CONTRA O FOGO, EM UMA FLORESTA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO
  • Orientador : PAULO ROBERTO DE SOUZA MOUTINHO
  • Data: 20/02/2009

2008
Descrição
  • EMERSON MONTEIRO DOS SANTOS
  • SIMULÍDEOS (DIPTERA: NEMATOCERA) DAS BACIAS DO LESTE DO ESTADO DO PARÁ, COM ÊNFASE NA SERRA DOS MARTÍRIOSANDORINHAS
  • Data: 13/11/2008
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  • Os estudos neste trabalho acrescentam diversas informações sobre simulídeos (Diptera: Simuliidae) do leste do estado do Pará, Brasil. Tem como objetivo avaliar a distribuição geográfica das espécies; elaborar uma chave para a identificação de pupas de simulídeos do leste paraense; estimar a riqueza de espécies; avaliar a atividade hematofágica diurna; avaliar a relação dos fatores limnológicos e meteorológicos com as populações de simulídeos e outros insetos aquáticos associados; registrar o estado de conservação e similaridade de três áreas (Atlântico-Nordeste, Serras das Andorinhas e Carajás), baseadas em um protocolo ambiental e nas espécies de piuns. Foram registradas 14 espécies: S. nigrimanum, S. incrustatum, S. minusculum, S. quadrifidum, S. limbatum, S. perflavum, S. iracouboense, S. rorotaense, S. spinibranchium, S. subpallidum, S. pertinax, S. subnigrum, S. brachycladum e S. goeldii. Chave de identificação baseada nas pupas dessas espécies foi elaborada. Estes dados são inéditos e as espécies de interesse em saúde pública (S. nigrimanum, S. incrustatum, S. rorotaense, S. minusculum, S. subnigrum e S. pertinax) foram encontradas em diversos ambientes, com ampla distribuição e registros de novas ocorrências no Pará e Amazônia Oriental. Estudou-se a hematofagia de S. rorotaense, S. minusculum e S. pertinax nos meses de janeiro, abril, agosto e dezembro de 2006, na Serra das Andorinhas. Estas atividades de ataque foram correlacionadas principalmente à temperatura e umidade relativa do ar, exibindo dois picos de atividades, um pela manhã e outro pela tarde. A preferência por regiões do corpo de humanos também foi estudada. Os simulídeos e entomofauna aquática associada dos sistemas aquáticos foram ordenados em dois grupos e correlacionaram em maior ou menor grau à vazão, velocidade, profundidade, largura, alcalinidade e ferro, em ambas as regiões estudadas (Costa Atlântica-Nordeste e Tocantins-Araguaia). Registrou-se ainda que o meio ambiente apresenta-se bem conservado na Serra das Andorinhas, mas bastante alterado na Serra dos Carajás e em localidades da Costa Atlântica- Nordeste. A maior similaridade na composição das espécies de simulídeos foi observada entre as Serras das Andorinhas e Carajás, seguida pela similaridade com Costa Atlântica-Nordeste.
  • STEPHENSON HALLISON FORMIGA ABRANTES
  • REVISÃO DOS LAGARTOS CERCOSAURA DO GRUPO ARGULUS (REPTILIA: SQUAMATA: GYMNOPHTHALMIDAE)
  • Data: 27/10/2008
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  • A taxonomia dos lagartos Gymnophthalmidae do gênero Cercosaura Wagler, 1830 foi recentemente modificada com a inclusão dos gêneros Pantodactylus e Prionodactylus. Como reconhecido atualmente, o gênero Cercosaura contêm 11 espécies. Entretanto, divergências na literatura recente indicam que o nome Cercosaura argulus pode abranger um grupo de espécies. O presente estudo examinou os Cercosaura com frontonasal dividida, aqui chamado “grupo argulus”, que inclui as espécies nominais: Cercosaura argulus Peters, 1863 e Prionodactylus oshaughnessyi Boulenger, 1885. Um total de 151 espécimes de 41 localidades foram estudados com base em cinco caracteres morfométricos e 22 caracteres merísticos. Os espécimes foram divididos em três grupos, de acordo com os caracteres previamente considerados como diagnósticos das duas espécies nominais, em seguida Cercosaura oshaughnessyi foi dividido em dois grupos: um grupo do oeste e um grupo da Guiana. Uma Análise de Função Discriminante (AFD) foi utilizada para comparar estes três grupos. Inicialmente, uma Análise de Componentes Principais (PCA) foi utilizada para: (1) eliminar a influência do tamanho nas comparações (resíduos dos dados morfométricos com o primeiro fator de uma PCA foram calculados e utilizados em todas as análise estatísticas subseqüentes); e (2) para selecionar um menor número de variáveis merísticas para serem utilizadas na AFD. Os resultados indicam que C. argulus e C. oshaughnessyi diferem principalmente pela presença de poros pré-anais e número de escamas ao redor do meio do corpo. Cercosaura oshaughnessyi é considerada uma espécie válida, restrita ao oeste da Amazônia, enquanto uma terceira espécie não descrita de Cercosaura com frontonasal dividida ocorre na Guiana Francesa e Amapá (Brasil).
  • JULIANA ARARIPE GOMES DA SILVA
  • "GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE PIRARUCUS (Arapaima gigas) DA RESERVA MAMIRAUÁ E CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTRUTURA GENÉTICA PARA A ESPÉCIE"
  • Data: 24/10/2008
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  • O pirarucu (Arapaima gigas) é um importante recurso pesqueiro da região amazônica, que vem sendo explorado desde o século XIX, havendo indícios de diminuição do tamanho populacional em algumas localidades ao longo da sua distribuição. O manejo da pesca vem sendo uma das estratégias adotadas para manter essa atividade pesqueira associada a conservação da espécie. Neste trabalho avaliamos aspectos populacionais de pirarucus de duas localidades da Reserva Mamirauá (Jarauá e Maraã), e comparamos estas com as populações já analisadas de Santarém e Tucuruí, verificando suas variabilidade e estrutura genética. Para isso foram utilizados sete locos microssatélites genotipados para 463 pirarucus da Reserva Mamirauá coletados ao longo de cinco anos. Nossos resultados encontraram uma maior diversidade genética para esta população em comparação as encontradas em Santarém e Tucuruí. As análises indicam que o manejo esta sendo ecologicamente eficiente, não tendo havido alterações significantes ao longo dos cinco anos de estudo. A migração lateral, associada a um possível padrão de retorno ao lago sem fidelidade espacial, parece ter grande importância na homogeneização genética local. Entretanto, este fator é espacialmente limitado, sendo observada uma pequena diferenciação entre os pirarucus do Jarauá e do Maraã. Entre localidades mais distantes, a diferenciação é maior, apesar de somente a distância não ser capaz de explicar esse fenômeno. Acreditamos que a diminuição populacional em localidades intermediárias, provavelmente causada por sobre-pesca, pode estar influenciando a conectividade ao longo dos pontos estudados.
  • MAURICIO PINTO DE ALMEIDA
  • "HISTORIA NATURAL DAS RAIAS DE AGUA DOCE (CHONDRICHTHYES: POTOMOTRYGONIDAE) NA ILHA DE MARAJÓ (PARÁ-BRASIL)"
  • Data: 24/10/2008
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  • O presente estudo envolve a história natural de espécies de raia de água doce (Potamotrygonidae) da região da ilha de Marajó e foi desenvolvido em quatro pontos de amostragem (Afuá, Lago Arari, Muaná e Soure), envolvendo estações de seca, chuva e suas transições, entre os anos de 2005 a 2007. As coletas registraram a ocorrência de cinco espécies descritas de raias na região, Plesiotrygon iwamae, Paratrygon aiereba, Potamotrygon motoro, Potamotrygon orbignyi e Potamotrygon scobina e duas espécies novas para a ciência que se encontram atualmente em processo de descrição. Informações sobre a composição e distribuição da Família Potamotrygonidae foram obtidas e incluíram a freqüência de ocorrência, biomassa e a seletividade das artes de pesca. Dados referentes à reprodução e alimentação das espécies, com ênfase a Potamotrygon motoro, foram descritos para esta região.
  • ELINETE BATISTA RODRIGUES
  • VARIAÇÃO MORFOLÓGICA, VOCAL E GENÉTICA NA ESPÉCIE POLITÍPICA LEPIDOCOLAPTES ALBOLINEATUS (AVES – DENDROCOLAPTIDAE)

  • Data: 21/10/2008
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  • Lepidocolaptes albolineatus (Aves: Dendrocolaptidae) é uma espécie biológica politípica, constituída pelos seguintes táxons: L. a. albolineatus, que ocorre na Área de Endemismo (AE) Guiana, L. a. duidae (AE Imeri), L .a. fuscicapillus (AE Rondônia), L. a. madeirae (AE Rondônia) e L. a .layardi (AEs Tapajós, Xingu e Belém). Os objetivos deste trabalho foram: (1) revisar a validade e a diagnosabilidade dos táxons atualmente agrupados em L. albolineatus com base em caracteres morfológicos, vocais e moleculares e (2) reavaliar os limites interespecíficos entre estes táxons. Foram mensurados 150 espécimes depositados em 8 museus do Brasil e EUA. Para a análise molecular, foram seqüenciados um total de 940 pb do gene mitocondrial ND2 para 35 indivíduos de todos os táxons de L. albolineatus. As análises filogenéticas foram realizadas nos programa PAUP 4.0 b 10 e MrBayes 3.1 utilizando-se os métodos de parcimônia (MP), máxima verossimilhança (MV) e inferência Bayesiana. A combinação de dados morfológicos e moleculares revelou a existência de 5 clados fortemente apoiados estatisticamente: clado 1 (agrupando indivíduos da AE Rondônia), clado 2 (agrupando espécimes das AE Belém, Xingu e Tapajós), clado 3 (incluindo espécimes da AE Inambari), clado 4 (incluindo indivíduos da AE Imeri) e clado 5 (agrupando indivíduos da AE Guiana). Todos os clados corresponderam a táxons já nomeados, exceto o clado 3 para o qual nenhum nome válido se encontra disponível, já que o nome fuscicapillus na verdade se aplica ao clado 1 e, portanto, deve ser considerado sinônimo sênior de madeirae. A principal separação genética e morfológica em L. albolineatus acontece entre o táxon nominal e os demais, embora cada um dos 5 clados possa ser considerado uma espécie distinta (com base 13 no Conceito Filético Geral de Espécie) através de uma combinação única de caracteres morfológicos, vocais e moleculares diagnósticos.

  • FABRICIO DA COSTA CAXIAS
  • PROPOSIÇÃO E DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DO GRUPO Edessa pallida, DALLAS, 1851 (HETEROPTERA PENTATOMIDAE).
  • Data: 21/10/2008
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  • Pentatomidae é a quarta maior família dentro de Heteroptera sendo composta por 760 gêneros e 4700 espécies. Esta família tem distribuição mundial, mas as subfamílias Cyrtocorinae, Discocephalinae e Edessinae são exclusivas da região Neotropical. Dentre as subfamílias de Pentatomidae, Edessinae é uma das que apresenta o maior número de problemas taxonômicos e nomenclaturais, concentrados basicamente no gênero Edessa. Edessinae é um táxon megadiverso (cerca de 280 espécies conhecidas e mais de 350 desconhecidas da ciência) e formada atualmente por cinco gêneros: Edessa (259 espécies descritas), Olbia (5), Pantochlora (1), Peromatus (7) e Brachystethus (10). O estudo atual de Edessa é feito através da organização de exemplares em grupos de espécies morfologicamente semelhantes. Este trabalho segue esta linha com a proposição do grupo Edessa pallida. Este grupo é baseado em características morfológicas externas como a forma afunilada do corpo, padrão de pontuação do corpo, reticulação das asas, padrão de manchas no abdome, bem como características da genitália dos machos. As espécies incluídas neste grupo são Edessa pallida Dallas, 1851, Edessa inscripta Walker, 1868 e Edessa polymita Distant, 1890, além de cinco espécies novas para ciência. O número total de exemplares examinados neste trabalho foi 70 indivíduos pertencentes a 12 coleções nacionais e estrangeiras. As espécies foram descritas, ilustradas e medidas seguindo um padrão adotado para a família. As espécies já conhecidas tiveram suas distribuições geográficas ampliadas. A sp. nov. 1 foi descrita de exemplares provenientes do Suriname, Guiana Francesa e Brasil; a sp. nov. 2 da Guiana e Brasil; a sp. nov. 3 do Brasil; a sp. nov. 4 da Guiana Francesa; e a sp. nov. 5 da Guiana, Suriname. Guiana Francesa e Brasil. Uma chave de identificação e um mapa com a distribuição geográfica das espécies são apresentados.
  • JULIANA MIRANDA DA SILVEIRA
  • EFEITOS DO FOGO RECORRENTE NA SERRAPILHEIRA: CONSEQUÊNCIAS PARA ARTRÓPODES, DECOMPOSIÇÃO E MINERALIZAÇÃO DE CARBONO E NITROGÊNIO EM UMA FLORESTA DE TRANSIÇÃO DA AMAZÔNIA
  • Data: 10/10/2008
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  • Os artrópodes possuem uma importante função no ecossistema, pois participam da ciclagem de nutrientes, decomposição, trituração e mistura da serrapilheira. Os incêndios florestais, cada vez mais freqüentes na Amazônia, destroem a camada de serrapilheira e os artrópodes que nela vivem. O objetivo desta tese é investigar como o fogo recorrente atua sobre este processo, investigando a abundância e densidade de artrópodes de serrapilheira e as taxas de decomposição da matéria orgânica e a mineralização de C e N em uma floresta de transição da Amazônia no município de Querência, estado do Mato Grosso. Para tanto, uma parcela de 50 ha de floresta primária (500 x 1000 m) foi queimada experimentalmente a cada ano a partir de 2004, e outra área de mesmo tamanho foi mantida intacta para controle. Os artrópodes foram coletados aleatoriamente em 40 pontos distribuídos dentro da parcela, por meio de armadilhas de solo (“pitfalls”) e em 40 pontos sendo extraídos da serrapilhaira através de funis de Berlese. As coletas foram realizadas em fevereiro, abril (estação chuvosa), junho e agosto (estação seca) de 2007, após a terceira queima experimental anual. Os artrópodes foram analisados até o nível taxonômico de ordem e as formigas foram identificadas até gênero. O estudo de decomposição foi feito com 480 bolsas se serrapilheira distribuídas aleatoriamente, com 240 em cada parcela, quatro meses após a última queimada. As bolsas foram confeccionadas com malhas de nylon com aberturas de 2 mm (malha fina), e em metade delas foram feitos três orifícios de 1 cm2 de cada lado, permitindo a entrada de macroartrópodes (malha grossa). Em cada bolsa foi inserido cerca de 10 g de folhas secas. A cada dois meses 30 bolsas de cada tipo de malha foi retirada de cada parcela, totalizando duas retiradas na estação seca e duas na estação chuvosa. As bolsas foram secas em estufa e pesadas novamente. A diferença entre peso seco inicial e final representou a taxa de decomposição. A cada retirada de um lote de bolsas de cada tipo de malha e de cada parcela, uma subamostra (10) destas bolsas foram selecionadas aleatoriamente para análises de análise de C e N das folhas. Os artrópodes apresentaram fortes diferenças sazonais. Na estação seca os colêmbolas ocorreram em menor abundância e as formigas ocorreram em maior abundância. Concomitantemente aos efeitos de sazonalidade, os artrópodes apresentaram diversas respostas ao fogo, com alguns grupos apresentando aumento e outros redução em abundância e densidade em diferentes datas pós-fogo, em comparação a floresta controle. Os ortópteros se destacaram por terem apresentado maior abundância em todas as datas pós-fogo em comparação a floresta controle. Em geral os macropredadores freduziram sua abundância e densidade após o fogo (formigas, besouros, dentre outros) e os engenheiros de ecossistema e decompositores foram mais abundantes (baratas, ácaros, dentre outros) em relação à floresta controle. As formigas também apresentaram diferenças entre as parcelas: maior diversidade e modificações na composição de gêneros durante a estação seca, pois o fogo favoreceu o aumento em abundância de formigas generalistas. As taxas de decomposição na parcela queimada foram menores do que na parcela controle, e as bolsas de malha fina com menores taxas de decomposição do que as bolsas de malha grossa. As taxas de C e N também foram diferentes entre as parcelas, e a razão C/N, na parcela queimada se manteve estável em todas as datas pós-fogo, enquanto na parcela controle houve declínio gradual durante o experimento seguindo as estações. Estes resultados indicam que o fogo modifica a fauna de serrapilheira, reduzindo diversas populações de artrópodes e modificando a composição deste grupo. As bolsas de malha fina indicam que a exclusão de macroartrópodes reduzem a taxa de decomposição da matéria orgânica e que os microartrópodes são mais prejudicados. O fogo também reduz o processo de mineralização de C e N já que a razão C/N se manteve estável na parcela queimada. Este estudo demonstra que o fogo recorrente tem forte efeito sobre artrópodes de serrapilheira e ciclagem de nutrientes em florestas de transição da Amazônia.
  • PAULO GUILHERME PINHEIRO DOS SANTOS
  • ESTUDO DA COMUNIDADE DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO-VOADORES, SOB EFEITO DO FOGO E DA BORDA, EM ÁREA DE FLORESTA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO, QUERÊNCIA, MT.

  • Data: 08/10/2008
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  • O desmatamento da Amazônia, causado pelas atividades pecuárias e pela agroindústria no norte do Estado do Mato Grosso, tem comprometido as chamadas Florestas de Transição Amazônia-Cerrado, antes que a biodiversidade destas áreas seja conhecida pelos pesquisadores. A fauna de pequenos mamíferos não-voadores faz parte dos grupos pouco conhecidos na região, e podem estar sofrendo impactos das ações antrópicas, principalmente efeito do fogo, usado para limpeza dos pastos e desmatamento para plantios da soja. Este trabalho caracterizou a diversidade de pequenos mamíferos não voadores em uma área de floresta de transição Amazônia-Cerrado, no norte do Estado do Mato Grosso e investigou o efeito do fogo e o efeito de borda sobre este grupo da fauna. Duas áreas de 150 hectares foram amostradas, uma preservada e outra sob impacto do fogo, com 183 armadilhas do tipo live-trap durante três anos em duas estação (seca e chuvosa). O método utilizado foi de captura-marcação-recaptura. O esforço amostral foi 23.424 armadilhas-noite. Capturaram-se 390 indivíduos, portanto, com sucesso de captura de 1,66 %. No total foram capturados 11 espécies, sendo 6 roedores e 5 marsupiais. Hylaeamys megacephalus foi a espécie mais abundante. A diversidade de pequenos mamíferos da área estudada foi mais relacionada com o bioma Cerrado do que com a Amazônia. Em relação ao fogo, a riqueza de espécies não foi estatisticamente diferente, porém a abundância foi significativamente maior nas transecções localizadas em área sem fogo. Dois grupos distintos de transecções foram característicos em função da presença ou não do fogo basedo na composição de pequenos mamíferos. A abundância de Hylaeamys megacephalus foi significativamente maior nas transecções que não sofreram impacto do fogo. Em relação ao efeito de borda, na Área 2, apesar da riqueza de espécies não ter sido significativamente diferente, a abundância foi signicativamente maior em relação a distância da borda com maiores abundâncias no interior das florestas. Já na Área 1, nem riqueza nem abundância foi estatísticamente diferente em relação a distância da borda. Este fato pode estar sendo mascarado tanto pelo efeito direto quanto indireto (na vegetação) do fogo experimental sobre os pequenos mamíferos. Quando analisados em conjunto fogo e distância da borda, o relacionamento entre ambos ficou mais claro, visto que todas as transecções amostradas sob efeito do fogo tiveram menores abundâncias. O tamanho populacional de Hylaemys megacephalus foi calculado ao longo de cinco estações na área sem influencia do fogo experiental, sendo que a estação chuvosa de 2006 foi estatisticamente diferente as demais e o pico desse crescimento pode ser explicado pelo “Efeito de Alle”. Não houve diferenças estatísticas significativas na estrutura da comunidade de pequenos mamíferos não-voadores entre as estações secas e chuvosas. Este trabalho de pesquisa contribuiu para o conhecimento da mastofauna desta região bastante ameaçada por pressões antrópicas.

  • ELAINE CRISTINA DE MIRANDA WANZELER
  • "EFEITO DO USO HABITAT SOBRE A COMUNIDADE DE GERROMORPHA (HETEROPTERA) EM UMA ÁREA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO, MATO GROSSO, BRASIL"
  • Data: 07/10/2008
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  • Os Heteroptera aquáticos e semi-aquáticos consistem em três infra-ordens monofiléticas, os Gerromorpha, Nepomorpha e Leptopodomorpha. No Brasil, existe um número bastante reduzido de literatura sobre este grupo, onde o estado de Minas Gerais concentra o maior número de estudos. Este trabalho objetivou determinar o efeito da intensidade de uso da terra sobre a comunidade de heterópteros aquáticos, infra-ordem Gerromorpha. A área de estudo está localizada na Fazenda Tanguro, estado do Mato Grosso, em uma faixa de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado. Foram realizadas quatro expedições nos meses de maio e julho, nos anos de 2006 e 2007. As coletas foram realizadas ao longo de seis riachos de primeira ordem localizados em três áreas diferentes: campo de soja, pastagem e mata contínua. Foram encontrados 5 famílias, 19 gêneros, 36 espécies e 13 morfoespécies de Gerromorpha. As curvas médias de acumulação de espécies para cada uma das três áreas de estudo não atingiram a assíntota ao final da adição de amostras, mas demonstraram uma clara tendência a estabilização, sugerindo que um aumento do esforço amostral aproximaria o número de espécies observadas da realidade do local de estudo. Embora a cobertura vegetal tenha sido significativamente diferente entre as três áreas estudadas (ANOVA, F2,45= 23,72; P < 0,001), o tipo de hábitat não influenciou no número de espécies de Gerromorpha (ANOVA F3,44= 0,77; P = 0,52). Sete espécies apresentaram diferenças significativas entre os hábitats. Os dois eixos do MDS baseados na composição das espécies não separaram as espécies quanto ao tipo de hábitat. Para a matriz de abundância, o eixo 1 (MANOVA; F2,45 = 16,27; P < 0,001) e o eixo 2 (MANOVA; F2,45 = 6,31; P = 0,004) diferenciaram as espécies que ocorreram na área de mata contínua. Um total de 57,14% das espécies coletadas é compartilhado pelas três áreas de estudo. A sensível redução no número de indivíduos registrados da área mais conservada (mata contínua) para as áreas degradadas (plantio de soja e pastagem, respectivamente) possivelmente está relacionada à perda de cobertura vegetal observada nas áreas degradadas. As espécies Brachymetra lata, Brachymetra sp 1, Cylindrostethus palmaris, Tachygerris celocis, Rhagovelia paulana, e Rhagovelia whitei podem ser consideradas espécies indicadoras de áreas florestadas; e Neogerris lubricus pode ser indicadora de ambientes sem cobertura vegetal.
  • LILIANNE ESTHER MERGULHAO PIRKER
  • Morfometria e descrição de otólitos de dourada (Brachyplatystoma rosseauxii) (Castelnau, 1855) e de piramutaba (B. vaillantii) (Valenciennes, 1840) (Siluriformes: Pimelodidae) e verificação de anéis de crescimento em otólitos de juvenis de dourada e de piramutaba na ilha de Colares - Baía de Marajó -PA
  • Orientador : RONALDO BORGES BARTHEM
  • Data: 23/09/2008

  • ALEXANDRE FERNANDES DE SOUZA E SILVA
  • O USO DA FAUNA CINEGÉTICA E O CONSUMO DE PROTEÍNA ANIMAL EM COMUNIDADES RURAIS DA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 19/09/2008
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  • A caça e a pesca são exemplos clássicos de exploração de recursos naturais pelo homem, uma vez que estas atividades vêm sendo desenvolvidas desde a pré-história e, para algumas comunidades, continua sendo fonte de alimento tão importante quanto era para nossos antepassados. A pesca e outros produtos oriundos do extrativismo vegetal têm sido alvo constante de pesquisas para atender o mercado industrial, em detrimento dos estudos de etnoconservação. Em consequência desse desinteresse institucional e de outros fatores políticos intrínsecos, pouco se sabe sobre a biologia, a ecologia, a etologia e principalmente sobre a intensidade de exploração da fauna cinegética nos trópicos. Há uma grande lacuna sobre estudos que tratam da dieta de populações tradicionais na Amazônia, sobretudo aqueles que discorrem sobre a importância econômica e nutricional da atividade de caça e sua correlação com a conservação da vida silvestre.
  • ANDREZA DE LOURDES SOUZA GOMES
  • INTERAÇÃO MUTUALÍSTICA ENTRE AVES FRUGÍVORAS DE SUB-BOSQUE E PLANTAS NO PARQUE ECOLÓGICO DE GUNMA, SANTA BÁRBARA DO PARÁ
  • Data: 28/08/2008
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  • O consumo de frutos por aves pode representar uma relação mutualística, na qual estas o utilizam como fonte de nutrientes, deixando as sementes intactas. Tais interações podem ser descritas por redes, as quais podem ocorrem ao acaso ou assumem um padrão. O presente estudo objetivou determinar a estruturação da rede na floresta primária e secundária, assim como o nível de aninhamento das interações da assembléia de aves de sub-bosque e espécies de vegetais do Parque Ecológico de Gunma, situado na região Amazônica. Foram realizadas captura de aves com redes ornitológicas para identificação da espécie, coleta e análise das fezes, no período de março a dezembro de 2007. Os dados foram empregados para determinação da conectância, do aninhamento do sistema mutualístico, do índice de importância das espécies e para elaboração da rede de interação. Os resultados obtidos mostraram que o grau de aninhamento na floresta secundária foi maior que na primária e, a rede de interação final do Parque Ecológico de Gunma foi composta por 37 espécies (animais e plantas) interagindo com conectância de 18% e grau de aninhamento de 95%. As aves potencialmente dispersoras de sementes foram representadas por 20 espécies, destacando-se as famílias Pipridae, Tyrannidae, Turdidae e Thraupidae. Dixiphia pipra foi a principal dispersora nas duas fisionomias estudadas, seguido de Lipaugus vociferans na floresta primária e Cyanerpes caerulens na floresta secundária. Dentre os vegetais, 17 espécies fizeram parte da dieta das aves, e Miconia ciliata apresentou o maior índice de importância, pois interagiu com 16 espécies de aves, seguida de Phthirusa micrantha, na floresta primária, e Euterpe oleracea na floresta secundária.
  • JERRIANE OLIVEIRA GOMES
  • DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ANUROS E LAGARTOS AO LONGO DE GRADIENTES AMBIENTAIS EM UMA FLORESTA DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL, PARÁ, BRASIL

  • Data: 11/08/2008
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  • O presente estudo investigou a relação de comunidades de anuros de serapilheira e lagartos com a área basal de árvores, densidade do sub-bosque, cobertura do dossel e profundidade da serapilheira, a fim de verificar se a distribuição dessa comunidade, assim como de algumas espécies analisadas separadamente, seria determinada por estes fatores ambientais. A amostragem ocorreu entre agosto e novembro de 2007, em uma grade de 25 km² implantada pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) / Amazônia, localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil. Duas técnicas de amostragem foram utilizadas: procura ativa diurna e armadilhas de interceptação e queda. No total, foram registrados 892 lagartos e anuros, pertencentes a 27 espécies (15 de anuros e 12 de lagartos). Na coleta ativa foram registradas 12 espécies de anuros (101 indivíduos) e 12 de lagartos (171 indivíduos), enquanto que nas armadilhas de interceptação e queda foram 11 espécies de anuros (327 indivíduos) e 15 de lagartos (293 indivíduos). Não houve relação significativa entre a distribuição das comunidades de anuros e lagartos com as variáveis preditoras, indicando que essas espécies ocorrem ao longo de todos os gradientes ambientais estudados. Apenas os lagartos Coleodactylus amazonicus e Ptychoglossus brevifrontalis apresentaram uma relação entre a sua distribuição e a densidade do sub-bosque e profundidade da serapilheira, respectivamente. Espera-se com este estudo contribuir para o aprimoramento do desenho amostral da herpetofauna do PPBio.

  • JOSE ROBERTO PEREIRA DE SOUSA
  • A FAUNA DE CALIFORÍDEOS E SARCOFAGÍDEOS (INSECTA, DIPTERA) DAS MATAS E CLAREIRAS COM DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS DA BASE DE EXTRAÇÃO PETROLÍFERA, BACIA DO RIO URUCU, COARI, AMAZONAS.
  • Data: 21/07/2008
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  • Este trabalho foi realizado na base de extração petrolífera, bacia do rio Urucu, Coari, Amazonas, nos meses de abril, junho e outubro de 2007, em 16 áreas, sendo 12 de clareiras e quatro de matas, categorizadas em quatro ambientes (C1,C2,C3 e MT) conforme o tipo de cobertura vegetal. O objetivo do mesmo foi estudar a composição, abundância, riqueza e diversidade de Calliphoridae e Sarcophagidae (Insecta, Diptera) como também avaliar a possibilidade destes táxons serem utilizados como parâmetros para avaliação do estado de recuperação vegetal das áreas de clareiras. Foram coletados 7.215 califorídeos (três subfamílias, oito gêneros e 16 espécies), sendo que as espécies Chloroprocta idioidea (Robineau-Desvoidy,1830) (88,06%) e Paralucilia adespota Dear,1985 (4,35%) foram as mais abundantes. Os padrões de abundância de califorídeos não diferiram entre os ambientes, porém os ambientes foram distintos em relação a riqueza estimada e diversidade, formando dois grupos (C1-C2) e (C3-MT). A análise de ordenação (escalonamento multidimensional não-métrico) demonstrou que os ambientes diferiram entre si, como também uma maior semelhança entre C1-C2 e entre C3-MT, em relação à estrutura de comunidades de califorídeos. Na família Sarcophagidae foram coletados 3.547 espécimes, distribuídos em 10 gêneros, 6 subgêneros e 23 espécies, sendo que as espécies Sarcodexia lambens (Wiedemann,1830) (47,05%) e Peckia (Peckia) chrysostoma (Wiedemann,1830) (19,11%) foram as mais abundantes. Nesta família os padrões de abundância, riqueza estimada e diversidade diferiram entre os ambientes e separaram os mesmos em dois grupos, um de clareiras (C1,C2 e C3) e o outro de mata (MT). A análise de ordenação (escalonamento multidimensional não-métrico) demonstrou uma separação entre a fauna de sarcofagideos das clareiras e das matas. A cobertura de dossel influenciou nos padrões de abundância da espécie Eumesembrinella randa (Walker, 1849) e de riqueza estimada de califorídeos. Na família Sarcophagidae apenas a abundância da espécie Peckia (Pattonella) intermutans (Walker,1861) foi maior nos ambientes com maiores porcentagens de coberturas de dossel. A abundância das espécies Oxysarcodexia amorosa (Schiner,1868), O. fringidea (Curran & Walley,1934), O. thornax (Walker,1849), P. (P.) chrysostoma e S. lambens apresentaram uma relação linear negativa com a cobertura de dossel. Estes resultados indicam a possibilidade do uso destes padrões como parâmetros na avaliação de mudança na estrutura da vegetação.
  • JOAO FABRICIO DE MELO SARMENTO
  • COLONIZAÇÃO POR ANFÍBIOS E LAGARTOS DE ÁREAS REFLORESTADAS NO PLATÔ SARACÁ, REGIÃO DE PORTO TROMBETAS-PARÁ
  • Data: 24/06/2008
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  • Poucos estudos têm considerado a colonização pela fauna em áreas reflorestadas após mineração. Para determinar os padrões de colonização por anfíbios e lagartos de áreas de reflorestamento em Porto Trombetas, Pará, foram examinadas a composição, riqueza e abundância de espécies, e as características biológicas de anfíbios e lagartos que ocupam áreas reflorestadas. Também foi avaliado o efeito da estrutura da vegetação e da distância da floresta nativa sobre a comunidade de anfíbios dos reflorestamentos. Anfíbios e lagartos foram amostrados ao longo de oito campanhas em oito áreas de reflorestamento e quatro áreas de floresta nativa através de procura ativa e com a utilização de poças artificiais para a reprodução de anfíbios. Foram registradas 20 espécies de anfíbios e 20 espécies de lagartos, sendo 14 espécies de anfíbios e 11 de lagartos em reflorestamentos e 19 espécies de anfíbios e 16 de lagartos em floresta nativa. Entre os anfíbios, Leptodactylus sp., Osteocephalus oophagus e Allobates femoralis foram as espécies mais abundantes nos dois ambientes e entre os lagartos, Gonatodes humeralis e Leposoma guianense foram as espécies mais abundantes em reflorestamentos e floresta nativa, respectivamente. Espécies de anfíbios de reprodução terrestre ou que utilizam pequenos corpos d’água temporários para a desova e lagartos arborícolas foram os grupos mais abundantes nos reflorestamentos. Espécies fossoriais e semifossoriais de anfíbios e lagartos de liteira foram os principais grupos ausentes nos reflorestamentos, sugerindo que o atual estágio da sucessão da vegetação ainda não oferece microhábitats apropriados para algumas espécies. A riqueza de espécies de anfíbios foi maior em áreas com maior cobertura do dossel. Áreas com maior cobertura de dossel tiveram maior abundância de Leptodactylus sp., Osteocephalus oophagus e Allobates femoralis. Apenas quatro espécies de anfíbios utilizaram as poças artificiais para desova e não houve relação significativa do número de espécies que utilizaram estas poças com a distância para a floresta nativa ou com a cobertura do dossel. Osteocephalus oophagus desovou em poças a maiores distâncias e A. femoralis em poças mais próximas em relação à floresta nativa. Os resultados evidenciam que a fauna de anfíbios e lagartos nas diferentes áreas de reflorestamento é um subconjunto da fauna da floresta nativa, e compreendem espécies florestais que indicam a importância relativa destas áreas para a conservação da fauna local.
  • CLEUTON LIMA MIRANDA
  • "DESENVOLVIMENTO DO DIMORFISMO SEXUAL EM ESPÉCIE DE MACACOS-PREGOS, GÊNERO Cebus ERXLEBEN, 1777 (PRIMATES, CEBIDAE)".

  • Data: 23/05/2008
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  • "DESENVOLVIMENTO DO DIMORFISMO SEXUAL EM ESPÉCIE DE MACACOS-PREGOS, GÊNERO Cebus ERXLEBEN, 1777 (PRIMATES, CEBIDAE)".

  • DIJANE PANTOJA MONTEIRO
  • "DIFORMISMO SEXUAL EM ESPÉCIES DE MACACOS-ARANHA, GÊNERO ATELES E. GEOFFROY, 1806 (ATELIDAE), COM DISTRIBUIÇÃO AMAZÔNICA".

  • Data: 23/05/2008
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  • MACACOS-ARANHA / DIMORFISMO SEXUAL / AMAZÔNICA / DISTRIBUIÇÃO

  • FERNANDA POZZAN PAIM
  • ESTUDO COMPARATIVO DAS ESPÉCIES DE SAIMIRI VOIGT, 1831 (PRIMATES, CEBIDAE) NA RESERVA MAMIRAUÁ, AMAZONAS.
  • Data: 29/04/2008
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  • Uma das dez espécies de primatas presentes na Reserva Mamirauá (RDSM), Saimiri vanzolinii, possui alguns limites de sua distribuição ainda indefinidos. Considera-se sua área de distribuição como uma das menores dentre os primatas neotropicais, com cerca de 950 Km2. Duas outras formas presentes do gênero Saimiri ainda não têm a sua taxonomia esclarecida. O objetivo principal deste estudo foi determinar características ecológicas e comportamentais que possam atuar como mecanismos de isolamento reprodutivo entre as formas de Saimiri na área da RDSM. Foram amostradas diversas áreas na RDSM, próximas às margens de rios e canais, coincidindo com as bordas da distribuição de S. vanzolinii. Ao longo do trajeto foram marcadas coordenadas geográficas no GPS. Em todos os pontos com presença de unidades sociais de Saimiri foram identificados a localidade, a forma de Saimiri, o número de indivíduos, hábitat, marca d’água e primatas associados. As vocalizações do tipo “cackle” foram gravadas oportunamente. Foram percorridos 218 Km, registrando-se 328 unidades sociais do gênero: 41% de Saimiri vanzolinii, 30% de Saimiri sp.1 e 29% de Saimiri sp.2. Um dos limites da distribuição (oeste-noroeste) de S. vanzolinii foi confirmado. Além disso, constatou-se ausência desta espécie em duas áreas consideradas com presença desses animais. Áreas de simpatria e sintopia também foram localizadas. Saimiri vanzolinii ocupa uma área com 106 Km2 a menos do que o conhecido, abrangendo apenas 870 Km2, o que confirma a menor área de distribuição de um primata neotropical. Dentre os resultados mais relevantes que podem determinar o isolamento reprodutivo entre as formas de Saimiri estão o uso do espaço (seletividade de habitat), o tamanho de unidade social, uso do estrato vertical e freqüências máximas da vocalização “cackle”. Saimiri vanzolinii apresenta preferência pelo chavascal nos dois extremos sazonais (seca e cheia), enquanto Saimiri sp.1 e Saimiri sp.2 apresentam preferência pela várzea baixa. O tamanho médio de unidade social de Saimiri sp.2, na estação da seca, foi menor que para as outras formas. Quanto ao uso do estrato vertical, Saimiri vanzolinii ocupou níveis mais baixos, na estação da seca, do que Saimiri sp.1. Todas as formas ocuparam estratos mais baixos na estação da cheia. As freqüências máximas da vocalização “cackle” apresentaram diferenças entre as três formas, sendo Saimiri vanzolinii < Saimiri sp.1 < Saimiri sp.2. Os resultados apresentados demonstram que a separação ecológica de Saimiri vanzolinii das outras formas parece ocorrer principalmente através do uso diferenciado do hábitat. O tamanho médio de unidade social torna Saimiri sp.2 ecologicamente diferente das outras formas. Diferenças entre Saimiri sp.1 e Saimiri sp.2 foram constatadas no tamanho de unidade social, uso vertical e freqüências máximas da vocalização “cackle”. As áreas onde estão distribuídas as formas de Saimiri na área focal da RDSM provavelmente apresentam diferenças paleogeográficas entre si, de modo que oferecem recursos distintos para cada táxon. Estudos de campo envolvendo aspectos vegetacionais, de geoprocessamento e de ecologia alimentar devem ser realizados naquela área para que se compreenda que tipos de diferenças podem estar atuando na distribuição de Saimiri e de outros primatas.
  • GLEOMAR FABIANO MASCHIO
  • "HISTÓRIA NATURAL E ECOLOGIA DAS SERPENTES DA FLORESTA NATURAL DE CAXIUANÃ, ÁREAS ADJACENTES, PARÁ, BRASIL"
  • Data: 21/01/2008

  • CARLOS EDUARDO BUSTAMANTE PORTES
  • REVISÃO SISTEMÁTICA E BIOGEOGRAFIA DA ESPÉCIE POLITÍPICA CAMPYLORHAMPHUS PROCURVOIDES

  • Data: 18/01/2008
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  • A última revisão do gênero Campylorhamphus (realizada por Zimmer em 1934),
    definiu a espécie politípica C. procurvoides como constituída pelos seguintes táxons de
    diagnose tradicionalmente difícil, feita principalmente com base em caracteres de
    plumagem: C. p. procurvoides, C. p multostriatus, C. p. probatus, C. p. sanus e C. p.
    successor. O objetivo do presente estudo foi revisar a sistemática desta espécie politípica
    através da descrição da variação geográfica e análise crítica da validade dos táxons
    atualmente reconhecidos, utilizando-se caracteres morfológicos e moleculares. A análise
    molecular indicou com forte apoio estatístico que a espécie politípica de C. procurvoides é
    polifilética, uma vez que os táxons nela agrupados se encontram distribuídos em três clados
    distintos e não proximamente relacionado dentro do gênero Campylorhamphus. Uma
    análise combinada dos caracteres morfológicos e genéticos possibilitou a diagnose objetiva
    dos táxons procurvoides, multostriatus, probatus e sanus, mas não de successor, que foi
    sinonimizada com um táxon agrupado numa outra espécie politípica (C. t. notabilis); esta
    mesma análise indicou a existência de dois táxons distintos previamente não reconhecidos e
    que aqui são diagnosticados e referidos como taxon novum 1 e táxon novum 2. Com base
    nas suas relações fologenéticas e diagnose consistente, os táxons considerados válidos nesta
    revisão e tradicionalmente tratados como subespécies de C. procurvoides, são aqui
    elevados ao nível de espécie com base no Conceito Filético Geral de Espécie.

2007
Descrição
  • ANA CARLA BARROS DE SOUZA
  • FILOGEOGRAFIA EM LAGARTOS NO BAIXO TOCANTINS, ILHA DO MARAJÓ E SUL DO AMAPÁ
  • Data: 06/09/2007
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  • Estudos filogeográficos têm ajudado a esclarecer o contexto espacial e temporal da diversificação de organismos amazônicos, o que pode ser diretamente comparado com cenários geológicos específicos. O presente estudo visa fornecer informações que possam auxiliar na reconstituição da história recente do baixo Tocantins/Ilha do Marajó a partir de uma análise filogeográfica de Gonatodes humeralis e Kentropyx calcarata. Adicionalmente, a utilidade do gene citocromo oxidase I como marcador para estudos populacionais de lagartos foi avaliada. Dados de 49 exemplares de G. humeralis e 32 de K. calcarata de 14 localidades ao sul do Amapá, baixo Tocantins, Ilha do Marajó e de uma externa à área focal do estudo foram analisados. Alem das medidas de diversidade e diferenciação genética, foram possíveis eventos de expansão demográfica recente nestas populações foram avaliados com uso da estatística R2. As relações filogenéticas entre as populações foram avaliadas pela construção de árvores não enraizadas usando-se os métodos de máxima parcimônia (MP) e máxima verossimilhança (MV). Os resultados obtidos demonstram que embora o COI tenha sido raramente utilizado para esta finalidade, a variação observada entre seqüências de populações de G. humeralis e K. calcarata indicam que ele é um marcador útil para análises filogeográficas. As cinco populações de ambas as espécies aqui estudadas, são geneticamente estruturadas. Isso indica um baixo ou mais provavelmente inexistente fluxo gênico entre elas. As relações filogeográficas observadas, embora mais seguramente para G. humeralis que para K. calcarata indicam que ocorreram mudanças significativas em tempos relativamente recentes no sistema de drenagem na região do baixo rio Tocantins e Ilha do Marajó. Isto porque, há neste estudo, fortes indícios de que em tempos pretéritos recentes houve maior movimentação, ativa ou passiva, das espécies entre as regiões do Marajó e oeste do rio Tocantins que teriam sido as mais diretamente afetadas por estas mudanças.
  • MARILIA CUNHA BOTELHO ALVES
  • A PESCA COMERCIAL DOS “TUCUNARES” CICHLA SPP. (PERCIFORMES, CICHLIDAE) NO RESERVATÓRIO DA UHE-TUCURUI, RIO TOCANTINS, PA

  • Data: 09/07/2007
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  • A pesca na Amazônia se destaca entre as regiões brasileiras pela riqueza de espécies
    exploradas, quantidade de pescado capturado e dependência da população a esta
    atividade. Este estudo descreve a pesca comercial dos “tucunarés” Cichla spp. no Baixo
    Rio Tocantins-PA, norte do Brasil, na área de influência da UHE-Tucuruí, com ênfase
    no reservatório. O estudo foi dividido em 2 capítulos. O primeiro descreve a pesca em
    relação às artes de pesca, estratégia dos pescadores, ambientes explorados, sazonalidade
    e o manejo local segundo a percepção dos pescadores. Ainda neste capítulo, foram
    analisados o conhecimento local dos pescadores, a classificação etnobiológica dos
    “tucunarés”, e aspectos sócio-econômicos e ecológicos envolvidos. Foram realizadas
    entrevistas com os pescadores e observações diretas em campo. A pesca dos
    “tucunarés” no lago da usina tem grande importância na vida sócio-econômica desses
    pescadores, e se caracteriza como principal fonte de renda. A pesca ocorre em locais
    específicos e utiliza métodos e equipamentos rudimentares. Segundo os pescadores, a
    produção é influenciada por variáveis ambientais e pelo uso da rede de emalhar, a qual
    afasta os “tucunarés” dos ambientes de pesca. O uso do espaço é o principal conflito
    entre os pescadores. As relações sociais no sistema de parceria e a presença do
    atravessador diminuem a rentabilidade da pesca para o pescador. Os pescadores
    possuem conhecimento consistente sobre a ecologia dos “tucunarés”. O seu sistema de
    classificação reconhece três etnoespécies, duas das quais, constituem uma única espécie
    científica. No capítulo II, são analisados dados de captura dos “tucunarés” coletados
    pela ELETRONORTE de 1997 a 2003 e a unidade de esforço de pesca mais adequada
    para os dados. A captura foi analisada por porto, arte de pesca, tipo de embarcação, área
    de pesca e ciclo de enchente do rio. Os dados demonstram que as frotas dos diferentes
    municípios possuem características próprias e exploram as áreas de pesca mais
    próximas. Os maiores níveis de captura são encontrados nos períodos que o nível do rio
    está subindo ou descendo, sendo a pesca com “caniço”, responsável pela maior parte da
    captura. As canoas são as embarcações mais utilizadas. Os dados demonstram que a
    pesca dos “tucunarés” é mais importante nos municípios e áreas de pesca localizados no
    lago da usina. A CPUE só apresenta comportamento estatístico adequado quando
    analisada por área de pesca e as unidades de esforço mais adequadas são números de
    pescadores e de dias de pesca após sofrerem transformação logarítmica.

  • PAOLA CRISTINA BEZERRA VIERA
  • "MÉTODOS DE COLETA DE MOSQUITOS (DÍPTERA: Culicidae) ALTERNATIVOS AO DE ATRAÇÃO HUMANA DIRETA".
  • Orientador : INOCENCIO DE SOUSA GORAYEB
  • Data: 22/06/2007

  • CHRISTOVAM DA SILVEIRA PAMPLONA NETO
  • "FILOGENIA MOLECULAR DOS XENARTHRA (MAMMALIA): ANÁLISE DO GRUPO CINGULATA A PARTIR DE SEQUÊNCIAS NUCLEOTÍDICAS DO GENE MITOCONDRIAL. Rrna 16S"

  • Orientador : HORACIO SCHNEIDER
  • Data: 18/06/2007
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  • "FILOGENIA MOLECULAR DOS XENARTHRA (MAMMALIA): ANÁLISE DO GRUPO CINGULATA A PARTIR DE SEQUÊNCIAS NUCLEOTÍDICAS DO GENE MITOCONDRIAL. Rrna 16S"

  • SUZANNA DE SOUSA SILVA
  • “VESPAS SOCIAIS DA FLORESTA NACIONAL DE CAXIUANÃ, MELGAÇO, PARÁ. DESCRIÇÃO DA FAUNA NUMA GRADE DE 25 Km2 E COMPARAÇÃO ENTRE PROTOCOLOS DE AMOSTRAGEM (HYMENOPTERA, VESPIDAE)”

  • Data: 25/05/2007
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  • Vespas sociais destacam-se pela complexidade da organização social, pela arquitetura dos ninhos e pela importância na cadeia alimentar, como predadores de outros insetos e artrópodes. Os levantamentos faunísticos no Brasil ainda são considerados reduzidos e há carência de padronização entre protocolos de coleta, o que dificulta a comparação dos resultados obtidos. O presente trabalho consiste em estudo da fauna de vespas sociais numa parcela de floresta de terra firme em Caxiuanã, Melgaço, PA, um quadrado de 25 km² previamente demarcado com trilhas de 5000 m entrecruzadas, em formato de grade. A coleta consistiu na busca ativa por indivíduos e colônias de vespas sociais ao longo das trilhas e na instalação de armadilhas de Malaise em alguns cruzamentos de trilhas. Foram percorridas 60 trilhas e instaladas 26 armadilhas, ao longo de 44 dias descontínuos de campo. Foram registradas 65 espécies de vespas sociais pertencentes a 12 gêneros. Polybia e Mischocyttarus destacaram-se como os principais gêneros em número de espécies. Agelaia fulvofasciata e Angiopolybia pallens foram as espécies mais freqüentes. Busca ativa apresentou um melhor desempenho quanto à descoberta de espécies de vespas sociais (63) do que armadilha de Malaise (26). Dois subconjuntos de 25 amostras, cujas respectivas acumulações também resultam em totais de 63 espécies, foram obtidos através do programa DIVA-GIS, demonstrando que o resultado geral do inventário poderia em tese ser alcançado com um esforço consideravelmente menor, distribuído por toda a extensão da grade. O levantamento representou um incremento de 21 espécies à lista obtida anteriormente para Caxiuanã, totalizando 100 espécies para a região, e de dois novos registros para o estado do Pará (Polybia brunnea e Mischocyttarus vaqueroi).

  • RENATA DE MELO VALENTE
  • AVES DA ESTAÇÃO CIENTIFICA FERREIRA PENNA, MELGAÇO, PARÁ

  • Data: 07/02/2007
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  • Listas completas de espécies e análises sobre a vulnerabilidade da avifauna são raras na
    região Neotropical. Apesar de extremamente importantes para o entendimento dos padrões
    ecológicos e biogeográficos das espécies, bem como para definir estratégias de
    conservação, a maioria dos levantamentos feitos nesta região é de cunho preliminar. Este
    trabalho é resultado de quatro anos de estudos conduzidos em uma área localizada na
    Floresta Nacional de Caxiuanã, uma das poucas unidades de conservação localizadas no
    centro de endemismo Xingu. Os padrões ecológicos da assembléia de aves foram avaliados
    com base em informações sobre a abundância, o tipo de hábitat e a guilda trófica das
    espécies. A análise de vulnerabilidade foi feita utilizando-se o método das sete formas de
    raridade de Rabinowitz, que utiliza como parâmetros de análise a distribuição geográfica, o
    tamanho da população e a especificidade ao hábitat das espécies. Eu testei se havia relação
    entre categorias de vulnerabilidade com guildas tróficas e com o tamanho das espécies.
    Noventa espécies foram adicionadas e quatro foram excluídas da lista preliminar que
    existia para a área, totalizando 367 espécies. Destas, a maioria está restrita a florestas de
    terra firme, enquanto que o hábitat “florestas inundáveis” apresenta o menor número de
    espécies exclusivas. A guilda de insetívoros foi a mais representativa na assembléia de
    aves e a maioria delas ocorre apenas em florestas de terra firme. Cerca de 80% das
    espécies foram raras em pelo menos uma dimensão. Entretanto, apenas duas espécies
    foram consideradas raras em todos os parâmetros analisados, sendo classificadas no nível
    mais alto de raridade. Não houve diferenças entre as guildas em relação ao número de
    espécies presentes em cada categoria de raridade. Também não foi encontrada relação
    entre formas de raridade e tamanho das espécies, mesmo na análise por guildas. Estes
    resultados diferem do que foi encontrado em outros estudos com aves, onde as guildas
    diferiram entre si e o peso das espécies foi um fator preditor de raridade, pelo menos em
    nível local. Outros resultados, como a alta proporção de espécies raras em pelo menos uma
    dimensão, foram semelhantes àqueles encontrados para outras áreas. A análise sobre os
    padrões de vulnerabilidade realizados em Caxiuanã pode ajudar a traçar estratégias de
    conservação para esta área da Amazônia.

2006
Descrição
  • ANA CAROLINE DE LIMA
  • ANÁLISE DA VARIAÇÃO MORFOLÓGICA DE Dipsas catesbyi (SENTZEN, 1796) E Dipsas pavonina SCHLEGEL, 1837 (SERPENTES: COLUBRIDAE: DIPSADINAE)

  • Data: 21/03/2006
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  • A subfamília Dipsadinae engloba 22 gêneros da fauna de colubrídeos neotropicais e 24 outros considerados incertae sedis, mas com caracteres comuns aos dipsadíneos. Os gêneros Dipsas, Sibon, Sibynomorphus e Tropidodipsas formalmente compõem a tribo Dipsadini a qual é considerado um grupo monofilético bem fundamentado. A tribo é caracterizada por serpentes que apresentam um alto grau de especialização morfológica, relacionado ao modo de alimentação e adaptações ao hábitat em que vivem. O gênero Dipsas inclui aproximadamente 32 espécies, distribuídas do México até a América do Sul, é constituído por serpentes de corpo delgado e alongado, com cabeça curta e proeminente, olhos grandes, pupilas verticais e ausência de sulco mentoniano. As espécies são notavelmente variáveis na coloração, número de escamas e outros caracteres morfológicos. Essa extrema variação tem dificultado a definição dos limites entre as espécies e a interpretação de padrões de variação geográfica. A grande variação morfológica dos caracteres presentes nas espécies D. catesbyi e D. pavonina, associada à dificuldade de identificação dos táxons e à escassez de informações sobre as suas distribuições geográficas, justificam a necessidade de uma análise mais detalhada destas espécies. Para tal, o presente estudo foi dividido em dois capítulos. O primeiro capítulo corresponde à análise da variação individual, sexual e geográfica de D. catesbyi e D. pavonina, e a comparação dos caracteres morfológicos entre as duas espécies. O segundo corresponde à análise da macroestrutura das glândulas cefálicas nestas duas espécies, relacionando-as com outros táxons de Dipsadinae.

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