Dissertações/Teses

Clique aqui para acessar os arquivos diretamente da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPA

2014
Descrição
  • ANILSON RUSSI
  • ENTRE O LEGAL E O REAL: A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NOS
    ASSENTAMENTOS URBANOS INFORMAIS DO MUNICÍPIO DE MARABÁ.

  • Data: 09/10/2014
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa tem como objetivo central analisar o processo de regularização
    fundiária nos assentamentos urbanos informais no município de Marabá a partir da
    ocupação urbana conhecida como Bairro da Paz. Diferentes autores afirmam que a
    execução deficitária dos mecanismos dispostos na legislação constitucional e
    infraconstitucional pelo poder público, favorece a segregação sócio espacial,
    promove o aparecimento de periferias longínquas desprovidas de serviços e
    equipamentos urbanos coletivos essenciais e não garante a regularização fundiária.
    A metodologia teve suporte da abordagem qualitativa e de um conjunto de
    ferramentas de pesquisa tais como revisão bibliográfica, análise de documentos
    técnicos, entrevistas semiestruturadas e visitas. O estudo mostrou que o Plano
    Diretor Participativo no município de Marabá está em consonância com o Estatuto
    da Cidade, mas do ponto de vista legal não promove a regularização fundiária nos
    assentamentos informais, dificultando o direito à moradia digna

  • ROSEMAYRE LIMA BEZERRA
  • O TRABALHO EM TEMPOS DE FLEXIBILIZAÇÃO:
    O TRABALHO TERCEIRIZADO NO SETOR DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO NA INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL EM PARAUAPEBAS/PA

  • Data: 30/09/2014
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo tem como objetivo compreender a experiência do trabalho terceirizado realizado por trabalhadores do setor de transportes na exploração mineral presente na Serra de Carajás, no município de Parauapebas/PA. A dissertação analisa diferentes dimensões dessa prática, no que se refere às condições e relações de trabalho, do acesso a direitos, bem como, nas práticas de organização sindical, procurando observar suas repercussões para os trabalhadores. A pesquisa articulou diferentes ferramentas metodológicas, dando ênfase, contudo, a análise qualitativa, através da realização de entrevistas com trabalhadores e representantes sindicais. Como resultado, a pesquisa mostra que o processo de terceirização empreendido em Carajás produziu entre outras questões uma dinâmica crescente de degradação nas condições de trabalho e de fragmentação e fragilização dos espaços coletivos de negociação de direitos, o que tem gerado acessos diferenciados a conquistas trabalhistas

  • RIBAMAR RIBEIRO JUNIOR
  • Akrãtikatêjê: Dominação e Resistência na luta por seu território

  • Data: 14/08/2014
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho objetiva desvelar a complexidade da dinâmica territorial indígena na Terra Indígena Mãe Maria, a partir dos Akrãtikatêjê. Nosso percurso teórico metodológico foi construído a partir da perspectiva do método dialético através do qual procuramos compreender a luta pelo território num processo de dominação e resistência desse grupo indígena nas suas dimensões interna e externa, na afirmação da sua identidade, nas suas contradições e nos seus conflitos. O processo de dominação, aqui referido ocorre no conflito entre Estado e ELETRONORTE, cujo objetivo é a implantação dos projetos de “desenvolvimento”, contra os Akrãtikatêjê. É nesse conflito que esse grupo indígena constrói há 30 anos, sua resistência para a conquista de seu território através de ações coletivas e estratégias com vistas a sua reprodução social ameaçada pela expansão do capital sobre os territórios indígenas a partir dos empreendimentos de infraestrutura promovidos pelo Estado. O trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A pesquisa de campo com os Akrãtikatêjê ocorreu a partir das atividades desenvolvidas com a inserção dos indígenas no curso de Agroecologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, pelo Campus Rural de Marabá. Nossa analise revela a expropriação dos territórios e dos direitos indígenas desde a “colonização brasileira”. O desrespeito dos direitos indígenas, reconhecidos constitucionalmente, coloca novos desafios aos povos indígenas e a certeza da relevância de sua luta, sua resistência e a (re)afirmação de sua identidade contra o processo violento de permanente tentativa de anulação de sua existência enquanto grupo social na região.

  • CRISTIANO BENTO DA SILVA
  • A COMUNICAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE MARABÁ TRADUZINDO UMA SITUAÇÃO SOCIAL DE CONFLITO: reflexões a partir de um território ribeirinho do sudeste paraense

  • Data: 04/07/2014
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho aborda o tema do conflito social tendo como referência a disputa pelo território ribeirinho da vila Espírito Santo (sudeste paraense), o qual está sendo pleiteado para a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Marabá. Os agentes sociais daquele espaço veem de forma crítica a ideia de terem que deixar o seu território, que é representado, dentre outras formas, tanto como um espaço de reprodução material da vida, quanto como espaço de referência simbólica. Esta situação específica conduz este trabalho a perseguir o seguinte objetivo, qual seja: estudar a dimensão do conflito que permeia a relação entre os agentes sociais do território ribeirinho da vila Espírito Santo e os grupos vinculados ao projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Marabá. No plano metodológico o esforço é para discutir o conceito de conflito social buscando um dialogo com a noção de território na perspectiva geográfica. Ainda, nessa discussão, optou-se por tratar da noção de efeitos sociais para falar do comportamento revelado pelos grupos sociais quando estes estão sob a ameaça de barragens. A partir disso foi possível compreender que os conflitos sociais no entorno de projetos hidrelétricos não só desintegra os grupos, mas impulsiona-os a relações de cooperação. E o objetivo deles é a autopreservação. No contexto da vila Espírito Santo as relações sociais entre os habitantes dali e os segmentos empresariais vinculados à barragem de Marabá não é nada amistosa. Há um processo de construção social do conflito na medida em que falta esclarecimento sobre o que vai significar (numa escala mais aprofundada) a presença desta tecnologia no referido território. Ali, a comunicação/anúncio da referida usina hidrelétrica significa a perda da tranquilidade de viver o presente, e as narrativas se referem ao futuro como um lugar de incertezas. Portanto, o futuro é sempre tido como um tempo onde não vai haver possibilidades de uma vida digna. E isso concorre para que a barragem de Marabá, já em processo, simbolize algo desastroso para a existência (simbólica e cultural) naquele território, o que faz dela algo contestável.

  • RENATO NORONHA MARTINS
  • TOYOTIZAÇÃO DO CURRÍCULO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ: Campus Industrial de Marabá e a
    expansão do capitalismo na Amazônia

  • Data: 18/06/2014
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação trata do controle e domínio implantados por meio do currículo da educação profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Industrial de Marabá, como iniciativa do Estado na organização da educação profissional oficial, utilizando-se de mecanismos ideológicos presentes na sociedade. O foco principal de irradiação ideológica concentra-se na escola, aparelho ideológico principal de manifestação dos interesses estatais e, em consequência, burgueses. Discutimos nesse aparelho ideológico o peso que tem a educação profissional na reprodução dos interesses da classe dominante por meio do currículo. Três documentos são base de discussão do currículo do Campus Industrial de Marabá: O Projeto Político Pedagógico (PPP), Projeto Pedagógico do Curso técnico em Edificações subsequente ao ensino médio (PPC) e o Projeto Pedagógico do curso técnico em Eletrotécnica subsequente ao ensino médio (PPC). A partir das reflexões dos documentos observamos que os cursos são fundamentados com base na abordagem das competências e habilidades, que também são os elementos norteadores da política de educação profissional nacional, por meio dos Referenciais curriculares nacionais da educação profissional de nível técnico de 2000. Os cursos discutidos nos remetem a algumas reflexões, quando comparados com planejamento central do Campus Industrial de Marabá por meio do Projeto Político Pedagógico, entre elas: a incapacidade do Campus de romper com a barreira de fragmentação da ciência moderna, conforme proposto no PPP, diante do currículo fragmentado dos cursos (Edificações, Eletrotécnica, Mecânica); a formação humanística destacada como objetivo geral dos cursos em contradição com uma abordagem que destaca como foco ―trabalhar em consonância com os arranjos produtivos locais‖ (algo destacado no PPP); o peso acentuado que ainda possui a formação técnica (no que refere ao saber-fazer) a partir de uma nova reorganização do mundo do trabalho; a formação com intencionalidades a partir do aprendizado de competências e habilidades que incluem não apenas, o saber-fazer, mas o saber-conhecimento e o saber-ser como competências que são próprias das novas relações de trabalho ensejadas pela reestruturação produtiva toyotista. Observamos, a partir dos elementos citados acima, que existe algo subjacente ao currículo do Campus Industrial de Marabá que remete a controle e domínio, pois sua fundamentação, enquanto abordagem condiz com aquilo que se deseja na reestruturação produtiva toyotista - formação a partir de competências - algo necessário para reprodução do capital.

  • JOYCE CARDOSO OLÍMPIO IKEDA
  • EXPANSÃO DO CAPITAL, LUTA DE CLASSES E PODER LOCAL NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO SOBRE A COMPOSIÇÃO DO PODER POLÍTICO NO MUNICÍPIO DE MARABÁ/PARÁ (1985-2012)
  • Data: 09/05/2014
  • Mostrar Resumo
  • Pensar a organização do poder político, mesmo que na esfera local, demanda algumas reflexões teóricas e metodológicas, isso porque a definição do caminho de análise compromete, sobremaneira, tanto a construção quanto o resultado de uma pesquisa. Partimos do princípio de que a sociedade capitalista corresponde a uma determinada formação social, onde as relações de poder constituem-se na luta entre as classes sociais. Diante disto nos propomos a pensar a organização do poder político em Marabá/Pará sob a perspectiva materialista dialética, cuja definição é a de que não existe nada mais desigual do que considerar homens em condições materiais desiguais, como iguais. Nossa intenção é estudar o poder político local que, pressionado pela expansão do capital e a luta entre as classes sociais, se compõe e recompõe a cada ano eleitoral. Devido a isto, não nos limitamos a pensar a organização política a partir, ou por meio das concepções burguesas de democracia, mas indicando seus limites e denunciando seu caráter de classe. Em Marabá, o que se observa no período deste estudo é a ascensão de uma burguesia industrial e comercial, as quais buscam no poder político local a melhor forma de administrar a reprodução do capital em sua dinâmica regional no circuito de Marabá. A opção pela forma como organizamos e apresentamos esta pesquisa reflete o nosso esforço de contribuir para o debate que visa resgatar a política em sua forma para além da ideologia burguesa, ou seja, uma política que seja capaz de criar novas perspectivas de sociedade, na qual não existam dominantes e dominados, ou ainda, nos termos do discurso usual das teorias de globalização, privilegiados e excluídos.
  • LAÉCIO ROCHA DE SENA
  • REPRESENTAÇÕES DO MST NOS DISCURSOS DA MÍDIA IMPRESSA MARABAENSE: UM OLHAR A PARTIR DOS JORNAIS CORREIO DO TOCANTINS E OPINIÃO, NO ANO DE 1996
  • Data: 10/04/2014
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de representação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra/MST nos discursos da imprensa escrita marabaense, no ano de 1996, mais especificamente nos jornais Correio do Tocantins e Opinião. Assim, nosso interesse se volta à compreensão de como o discurso da mídia se organiza em sua materialidade e coloca em funcionamento suas posições ideológicas, em diálogo com outros setores da sociedade que também elaboram seus discursos em embate com o MST. Para o alcance do objetivo apresentado, identificamos diferentes estratégias discursivas na construção de uma heterogeneidade de sentidos acerca do MST. Como referencial teórico e metodológico que serviu de base para a pesquisa, no campo da Análise de Discurso francesa (AD), recorremos a Pêcheux (2009; 2010), Foucault (2004; 2007) e Maingueneau (1997; 2001), lançando mão ainda de fundamentos teóricos situados na perspectiva dialógica de Bakhtin (1997; 2006) e Authier-Revuz (1990; 2011). As análises indiciam que os discursos produzidos pelos jornais acerca do MST se constituem numa relação polêmica com outras formações discursivas, como por exemplo, a do MST e dos fazendeiros; esses discursos, muito embora busquem legitimar-se enquanto imparciais, se constituem a partir de uma instauração de regimes de memória, e nesse processo o jornal enquanto esfera social produz sentidos a partir de uma determinada formação ideológica que se manifesta a partir de representações negativas acerca das ações desse movimento social.
  • TIESE RODRIGUES TEIXEIRA JÚNIOR
  • FAZENDO AS PAZES COM A NATUREZA? ESTUDO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO “MUNICÍPIO VERDE” EM PARAGOMINAS/PA
  • Data: 09/04/2014
  • Mostrar Resumo
  • A crescente importância dos problemas ambientais no mundo contemporâneo tem levado ao desenvolvimento de abordagens teóricas que procuram verificar em que condições crescimento econômico e proteção ambiental podem ser compatibilizados. Dentre essas abordagens, a teoria da modernização ecológica é a que ganhou maior destaque. No espaço amazônico, elementos dessa abordagem se expressam no “Projeto Município Verde” (PMV), iniciativa desenvolvida no município de Paragominas/PA, que procurou dar uma resposta à pressão regulatória do governo federal contra o desmatamento, baseando-se na mobilização social de diferentes agentes sociais. Para compreender como o PMV desenvolveu-se, este trabalho procurou analisar sua vinculação com a história econômica local, analisando os discursos dos principais promotores do projeto, procurando também problematizar a representação dominante dele, como uma alternativa que consegue equilibrar desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Para tanto, mobiliza elementos do referencial teórico-metodológico da análise do discurso, para tentar compreender a formulação e circulação dos enunciados que revelam aspectos importantes no percurso que levou Paragominas da condição de cidade-problema à de cidade-modelo. Ao final é feita uma reflexão que busca pontuar os elementos que dão ao “Projeto Município Verde”, a condição de um expoente da teoria da Modernização Ecológica no espaço amazônico
  • VALTEY MARTINS DE SOUZA
  • DINÂMICAS TERRITORIAIS E AS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU NO MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA-PA
  • Data: 20/03/2014
  • Mostrar Resumo
  • Essa dissertação trata das dinâmicas territoriais ocorridas nos territórios das quebradeiras de coco babaçu no município de São Domingos do Araguaia, Pará, que faz parte de uma região em que uma das principais atividades econômicas é a agropecuária. Essa dissertação se justifica pela falta de trabalhos que tratem especificamente da dinâmica no território das quebradeiras de coco babaçu no município de São Domingos do Araguaia, Pará, provocada por políticas públicas e leis. A importância do assunto reside no estudo da dinâmica territorial das quebradeiras de coco babaçu perpetrada por meio de políticas públicas que apresentam uma abrangência muito maior que o território dessas mulheres, contudo, reconhecem a existência delas e provocam transformações nesses territórios. O conceito de território embora ainda mantenha seu caráter jurídico-administrativo, vai muito além do Estado nação, estendendo-se para o conjunto de terras agrupadas em uma unidade dependente de uma autoridade comum e que goza de um determinado regime. Trata-se de um compartimento do espaço politicamente distinto e uma entidade jurídica, administrativa e política. Assim, sua característica fundamental permanece sendo o caráter político-administrativo do território. No entanto, a perspectiva materialista de território, apresenta importantes nuanças, reivindicando também a inclusão de uma dimensão ideal ou apropriação simbólica, pois, o acesso, o controle e o uso é o que reivindica uma sociedade ao se apropriar de um território, tanto das realidades visíveis quanto dos poderes invisíveis que os compõem, e que parecem partilhar o domínio das condições de reprodução da vida dos homens, tanto a deles própria quanto a dos recursos dos quais são dependentes. A categoria identidade será usada nesse trabalho sempre como uma construção histórica dos significados sociais e culturais que norteiam o processo de distinção e identificação de um indivíduo ou de um grupo, uma relação, como uma “posição relacional”, uma “posição-de-sujeito” construída de modo relacional e contrastiva. Assim, o objetivo principal desse trabalho foi o de analisar a forma de materialização da dimensão territorial coletiva das quebradeiras de coco babaçu e a percepção por parte do Estado e das quebradeiras acerca desse processo de territorialização. As metodologias para alcançar esses objetivos passaram por uma releitura conceitual acerca dos conceitos de território e identidade, o uso de cartografia, entrevistas semiestruturadas, levantamento de dados secundários que visaram a observação da atividade produtiva das quebradeiras, o modo como elas usam os recursos naturais e a caracterização da área de estudo. Como resultados dessa pesquisa, observou-se que a identificação do território das mulheres quebradeiras de coco babaçu residentes no município pode ser entendido como todas as localidades do município onde existam quebradeiras e babaçuais, tanto na zona rural quanto na zona urbana. Portanto, as formas de territorialização das quebradeiras de coco babaçu se dão pela relação com os recursos naturais que elas acessam, controlam e usam, pois é o que reivindica uma sociedade ao se apropriar de um território, tanto das realidades visíveis quanto dos poderes invisíveis que os compõem, e que parecem partilhar o domínio das condições de reprodução da vida dos homens, tanto a deles própria quanto a dos recursos dos quais são dependentes.
  • ANDRÉ SANTOS DE SOUZA
  • DINÂMICA TTERRITORIAL E TRABALHO NA AMAZÔNIA: ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS A PARTIR DA MIGRAÇÃO DE TRABALHADORES MARANHENSES DA MINERAÇÃO
  • Data: 17/03/2014
  • Mostrar Resumo
  • O município de Parauapebas, no sudeste do Estado do Pará, é um dos que apresentaram as mais altas taxas de crescimento demográfico entre os censos demográficos de 2000 e 2010. Sua população é composta, majoritariamente, por migrantes, sendo que os maranhenses representam um de cada três moradores – eles são quase 63 mil dos 177 mil cidadãos de Parauapebas. A partir de referenciais teóricos construídos em diversos estudos das áreas da geografia humana e demografia, é possível inferir que os trabalhadores maranhenses que habitam Parauapebas foram atraídos por grandes projetos de mineração que se instalaram no município na década de 1980 e que vêm sendo executados pela mineradora Vale S.A. Atualmente, a indústria extrativa mineral está presente por meio de diversas minas de ferro e manganês localizadas na província de Serra Norte, as quais, em 2013, produziram R$ 28,3 bilhões em minérios, e desse total, R$ 450,8 milhões ficaram efetivamente com Parauapebas, a título de cota-parte de compensação financeira pelos impactos da atividade mineradora. Essa mesma indústria extrativa, que chegou a empregar 11 mil trabalhadores, sendo 5.500 maranhenses, hoje emprega cada vez menos em razão dos serviços de mineração terem se tornado cada vez mais tecnológicos e especializados, exigindo graus de escolaridade e qualificação geralmente além do que a mão de obra maranhense pode oferecer. Em razão disso, a presente Dissertação busca desvendar a relação entre o processo migratório de trabalhadores maranhenses e a conformação da dinâmica territorial do município de Parauapebas, a partir da mineração, à luz da dinâmica do trabalho. Para tanto, faz uso de uma série de dados oficiais atualizados sobre população e setor mineral, analisando, ainda, de maneira inédita e com base em documentos elaborados pela mineradora Vale, o desfecho das minas de Serra Norte, no município, cuja exaustão está prevista para até 20 anos. Além disso, a pesquisa reflete sobre o atual cenário de desaceleração na geração de empregos, um dos disparates da presença dos grandes projetos capitalistas fincados em Parauapebas, que, em 2013, o consolidaram o maior exportador da balança comercial brasileira e, ao mesmo tempo, o segundo município onde há mais desligamentos de trabalhadores com carteira assinada. Como conclusão, a pesquisa aponta para abertura de novas frentes de migração, tomando Parauapebas, agora, como ponto de partida e Canaã dos Carajás, a 70 quilômetros, como principal destino dos trabalhadores migrantes, que antes viam em Parauapebas um “eldorado” de oportunidades. Isso porque a maior parte dos investimentos da Vale em mineração, para os próximos anos, está no projeto S11D, em Canaã, para onde os migrantes – inclusive trabalhadores desempregados já instalados em Parauapebas – estão tomando rumo.
  • FLÁVIA MARINHO LISBÔA
  • SIM E NÃO: FORMAÇÕES DISCURSIVAS E IDEOLÓGICAS EM PROPAGANDAS ELEITORAIS RADIOFÔNICAS
  • Data: 06/03/2014
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho faz uma análise discursiva das propagandas eleitorais radiofônicas veiculadas no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral, no período de campanha do plebiscito para a consulta sobre divisão do estado do Pará, visando à criação dos estados de Carajás e Tapajós, ocorrido em 11 de dezembro de 2011. Nessa conjuntura, a pesquisa se limita a buscar o funcionamento discursivo das propagandas de rádio que foram difundidas na região Sul/Sudeste do Pará, que enfocam a criação do estado de Carajás. Essas análises foram feitas à luz da Análise do Discurso (AD), da linha francesa, tendo como autores de base Pêcheux (2010) e Orlandi (2012). Para remontar às condições de produção dos discursos, faz-se uma interpretação das dinâmicas sociopolíticas e econômicas da região do Pará (que corresponderia ao estado de Carajás), buscando identificar as interconexões entre discursos. Metodologicamente, as análises partem da superfície linguística (as vinhetas de rádio) para chegar ao objeto discursivo e, por fim, ao processo de produção dos sentidos ou funcionamento dos discursos concorrentes: os produzidos pelo Comitê favorável á criação do novo estado (Sim) e pelo Comitê contrário (Não). Para buscar o funcionamento dos discursos das propagandas, utiliza-se um dispositivo analítico composto pelas noções de heterogeneidade, homogeneidade/unidade e jogo de imagens. Na primeira, parte-se de Authier-Revuz para mostrar que nas propagandas, como todo discurso, há heterogeneidade, já que o discurso assumido por cada comitê traz a presença do discurso concorrente nas vinhetas que produz, com o intuito de desconstruir as verdades do discurso rival. A partir de Boaventura, Milton Santos e Chauí, mostra-se como as dois discursos concorrentes constroem sentidos que corroboram para a noção de uma identidade homogênea. E, por fim, o trabalho recorre ao quadro imaginário de Pêcheux e à reformulação que Osakabe faz dele para identificar os imaginários que os discursos evidenciam, num jogo pelo qual o locutor antecipa as condições de produção dos discursos. Conclui-se que os dois comitês envolvidos na disputa plebiscitária produzem discursos que se filiam a formações discursivas diferentes. Enquanto a Formação Discursiva do Sim se alia-se à temática da emancipação, optando por um modo argumentativo de lidar com essa temática e arregimenta aspectos referenciais com o intuito de construir uma imagem de si vinculada ao racional, o Não situa-se em uma formação discursiva que adota a temática da unidade, com o modo de funcionamento imperativo, mobilizando sentidos que o apresentam como opositor passional à criação do Carajás. Porém, no plano ideológico, ambos são regidos pela mesma formação: o domínio político e econômico sobre o território que constituiria o estado de Carajás.
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - castanha.ufpa.br.castanha2