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LETICIA MALCHER CARDOSO
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“Da Floresta Ao Mar”: Participação e Gestão de Uma Recém-Criada Reserva Extrativista Marinha no Nordeste Paraense.
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Data: 04/12/2020
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“Da Floresta Ao Mar”: Participação e Gestão de Uma Recém-Criada Reserva Extrativista Marinha no Nordeste Paraense.
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KHETY ELANE HOLANDA DE OLIVEIRA
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A ação coletiva de agricultores integrados à agroindústria de dendê na Associação dos Moradores e Agricultores Familiares da Região do Igarapé-Açu de Baixo, em IrituiaPará.
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Data: 17/11/2020
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Neste estudo analiso a atuação dos sócios comuns e da diretoria da Associação dos Moradores e Agricultores Familiares de Igarapé-Açu de Baixo (Amafib), no município de Irituia, Pará, em propostas relativas à ação coletiva junto a seus parceiros, a Central das Organizações Sociais Entre os Rios Guamá e Capim (Consergc) e a empresa multinacional Archer Daniels Midland Company (ADM) no contexto da integração da agricultura familiar à agroindústria de dendê. A metodologia constou de um estudo de caso com abordagens qualitativa e quantitativa. Foram realizados: observação direta de reuniões e de atividades de trabalho dos sócios; entrevistas não diretivas e semiestruturadas entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020; e revisão da literatura pertinente, priorizando as categorias ação coletiva, associativismo e integração produtiva. Os resultados mostram que as ações da Amafib junto a seus parceiros têm sido favoráveis aos integrantes da associação. Na cooperação com a Consergc foram alcançadas várias reivindicações como a adequação da pesagem dos frutos para a balança digital, a venda de fertilizantes pela própria empresa, o aumento do preço pago pelo dendê e a comercialização de ferramentas por meio de compra coletiva. Num cenário de negociações entre as partes para o bem comum, a Consergc possui protagonismo na ação coletiva e contribuiu para o bom andamento dos projetos.
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RAQUEL DE JESUS COSTA
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“Um conhecido estranho”: Transformações no lugar de morada e nas relações de sociabilidade sob influência da dendeicultura na vila Forquilha, Tomé-Açu/Pará.
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Data: 30/10/2020
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Esta dissertação trata dos temas transformações no lugar de morada e sociabilidade entre os antigos e novos moradores, esses últimos atraídos pela possibilidade de trabalho na dendeicultura. Assim, o objetivo geral é analisar as transformações no lugar de morada e as relações de sociabilidade sob a condição do afluxo de novos residentes para trabalhar assalariados na dendeicultura na vila Forquilha em Tomé-Açu/PA. Trata-se de um estudo de caso, por meio de abordagens quantitativa e qualitativa com revisão de literatura e levantamento de dados secundários. Entrevistas semiestruturadas e não diretivas foram realizadas com moradores da vila Forquilha, sendo 46 com pessoas que residem há mais tempo (“os daqui”) e com 51 que chegaram recentemente motivadas pelo assalariamento (“de fora”). Observações se deram no campo sobre as pessoas e o lugar, considerando o que ocorria relacionado à forma de morar, às relações de sociabilidade, às estruturas físicas e às significações do lugar de morada. As principais conclusões mostram que as transformações não foram somente na estrutura da vila, mas também nas relações de trabalho e na sociabilidade entre os diferentes grupos. Houve expansão em área da vila, aumento populacional e mudanças na infraestrutura e organização social. As interações também mudaram devido à vinda de pessoas para trabalhar, em sua maioria, homens jovens que migraram mais de uma vez em busca de assalariamento. Em decorrência disso, há três tipos de interação social: entre moradores “daqui”; entre moradores “de fora” e; entre ambos os moradores. É perceptível uma interação com maior fluidez no convívio entre o mesmo tipo de morador, porém, entre um tipo e outro é superficial e a sociabilidade torna-se mais difícil pelas diferenças.
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SUEYLA MALCHER BEZERRA
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Knowledge and agrobiodiversity of food plants in Quilombo de Deus Ajude, Marajó Archipelago - Pará.
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Data: 08/10/2020
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In this research, we seek to analyze the traditional knowledge that constitutes the agrobiodiversity of food plants and that ensure food sovereignty and autonomy in food production in the quilombo of Deus Ajude, Salvaterra / PA. A qualitative and quantitative approach was used, comprehending a case study and the methodological procedures of participant observation, non-directive interviews, questionnaires, free lists, collection, and identification of botanical material. The data analysis was carried out by systematizing the information, vertical and horizontal analysis of the interviews, triangulation of the data and Cognitive Salience Index. The results showed that the traditional knowledge of the quilombola community about food plants is constituted from the daily relationship between quilombola and nature, as well as through the continuous promotion of the dialogue of knowledge between different generations. Amazonian seasonality has revealed itself as a regulator of the plurality of productive activities throughout the year, and these are carried out through a symbiotic association, where nature and quilombo are sustained. In addition, the representative foods of the quilombo marajoara, such as beiju, cação, tiborna, cunhapira and crueira, etc., become one of the ways of maintaining the quilombo's agrobiodiversity. On the other hand, social issues in the territory and external influences are concrete and symbolic actions that promote changes in the way food is obtained and on the eating habits of quilombolas. Therefore, the valorization of quilombola culture is a resistance to their way of life and becomes an ally to the preservation of traditional knowledge and managed nature.
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DIENE DO ESPIRITO SANTO NUNES
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FATORES DE ADOÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS POR AGRICULTORES FAMILIARES DE CAMETÁ-PA
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Data: 31/08/2020
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Os sistemas agroflorestais apresentam-se como potentes sistemas tradicionais de uso da terra, na qual sua adoção pode contribuir para a diminuição da vulnerabilidade socioeconômica e ambiental na agricultura familiar. Dessa forma, o trabalho teve como objetivo analisar os fatores que levam a adoção dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) por agricultores familiares nas áreas de várzea e terra firme na comunidade Bosque Menino Jesus, no Município de Cametá-Pa. Para tanto, utilizou-se do método de estudo de caso, com uma abordagem participativa, dividida em duas etapas. Na primeira foi utilizada a técnica de observação participante e bola de neve, na segunda foi feita uma análise de paisagem e aplicação de questionários semiestruturados, com 21 agricultores. Para análise dos dados coletados, utilizou-se gráficos e tabelas e a técnica de análise de conteúdo, a qual identificou nos resultados os principais fatores que levam a adoção dos SAFs nas áreas de várzea e terra firme nas subcategorias socioeconômicas, sociorganizacionais, ambientais e culturais. Na socioeconômica os principais fatores foram a geração de renda e a variedade de produção ao longo do ano. Nos sociorganizacionais, as relações de gênero e as trocas e compartilhamento de experiências externas e internas à comunidade. Já nos ambientais e culturais destacou-se como fatores os benefícios ecológicos do sistema, recuperação de áreas degradadas e as experiências provenientes dos conhecimentos e saberes tradicionais. Os resultados mostraram ainda que os SAFs de várzea são manejados a partir de açaizais, com espécies florestais nativas, já os de terra firme surgem a partir das extensões das diversidades e lógicas dos quintais agroflorestais para as áreas de monocultivos, na recuperação das áreas degradadas. As famílias agricultoras que adotaram os SAFs têm origem no município de Cametá, o que demonstra uma agricultura de cunho tradicional. Concluiu-se que o principal fator de adoção é a diversidade de produção ao longo do ano nas áreas de várzea e terra firme, que prover segurança alimentar e benefícios socioeconômicos aos agricultores. E esses SAFs são adotados a partir dos conhecimentos tradicionais e das experiências diárias no uso e manejo desses ambientes, de acordo com as necessidades do estabelecimento produtivo e familiar.
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ANTONIO EDUARDO GOMES MONTEIRO
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Dinâmicas Territoriais no Nordeste do Estado do Pará
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Data: 29/08/2020
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O objetivo desta pesquisa foi identificar e compreender as dinâmicas territoriais de dois territórios dados do nordeste do estado do Pará. O presente trabalho apresenta os principais fatores que determinam as dinâmicas espaciais a partir do sistema de dinâmicas territoriais. Os recortes da pesquisa são os Territórios Nordeste I e Salgado, que estão localizados na região litorânea do nordeste paraense que se caracteriza como a mais antiga fronteira de colonização do Estado. A metodologia de zoneamento participativo por atores chaves foi aporte necessário de informações, que resultou na tipologia das dinâmicas espaciais. A pesquisa permitiu criar modelos específicos de cada território, o que possibilita a análise comparativa das dinâmicas territoriais, assim como tirar ensinamentos sobre as políticas públicas e as perspectivas dos atores sociais nos territórios dados.
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LUCIVANDO BARBOSA DE MORAES
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Para além do alimento: inovações sociais em torno do açaí na comunidade ribeirinha Santo Ezequiel Moreno em Portel, Arquipélago do Marajó, Pará.
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Data: 28/08/2020
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A dissertação aborda inovações sociais relacionadas ao agroextrativismo do açaí na comunidade ribeirinha Santo Ezequiel Moreno (SEM), município de Portel, arquipélago do Marajó, estado do Pará. O objetivo desta pesquisa foi identificar e analisar as principais inovações sociais, decorrentes do agroextrativismo do açaí, na comunidade SEM, bem como suas inter-relações. O método utilizado foi o de estudo de caso, e os dados foram coletados com a participação dos ribeirinhos seguindo etapas da pesquisa e contou com análises qualitativas e quantitativas descritas em forma de sistematização. Foram identificadas quatro inovações sociais na comunidade SEM conforme o recorte proposto na pesquisa, que estão interligadas através de ajuda mútua dos comunitários facilitada pela autogestão de todas elas, além disso, apresentam o Fundo Solidário Açaí (FSA) como inovação social base em função do processo de construção que despertou maior organização e cooperação entre os comunitários. O perfil alimentar dos comunitários é comum à identidade de ribeirinhos da região, mas merece especial atenção para coibir a inserção de alimentos industrializados e superprocessados que vem sendo incorporados à dieta alimentar, em função da elevação da renda, associada ao açaí, e do acesso contínuo ao contexto urbano da cidade de Portel, se contrapondo à cultura alimentar local e afetando, assim, a soberania alimentar da comunidade.
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RENATA KELLY COSTA DE VILHENA
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Memórias e saberes quilombolas acerca dos sistemas alimentares em contexto de expropriação territorial do quilombo da Bocaina, Porto Estrela, Mato Grosso
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Data: 30/06/2020
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A partir de estudo de cunho etnográfico das memórias relacionadas ao sistema alimentar das famílias quilombolas da Bocaina, no município de Porto Estrela, Mato Grosso, foram identificadas e descritas as transformações ocorridas na alimentação refletidas após o processo de expropriação do território ocorrido na década de 1970. O estudo se embasou a partir do aporte de conceitos como território (RAFFESTIN, 1993) e (LITTLE, 2002), antropologia da alimentação (CONTRERAS; GRACIA, 2011) e (DAMATTA, 1986) e memória (HALBWACHS, 2004), e a partir de dados empíricos oriundos da pesquisa de campo. Para tal, foram aplicados como métodos e instrumentos de pesquisa a observação participante, diário de campo, registros fotográficos, conversas informais, entrevistas semiestruturadas e história oral. Como resultados, a dissertação apresenta o histórico do quilombo que retrata o processo de expropriação, além das diferentes formas de produção, preparo e consumo dos alimentos, evidenciando as atividades produtivas de agricultura, extrativismo, caça, pesca dentre outras, que vêm resistindo, afim de reviver o passado quando estes viviam no território da Bocaina. É perceptível que houve reduções nas atividades produtivas importantes para o autoconsumo e segurança alimentar das famílias, uma vez que os locais que essas famílias vivem atualmente não representam o valor que o território tinha. Outro aspecto relevante nos contextos alimentares se deu entre as análises das relações entre comidas, sociabilidades, identidade e cultura, dos quais podem se fazer presente as importantes Festas de Santos de “São João Batista” e “São Pedro”. As famílias têm esperança com a resolução do acesso ao território, por meio de processo judicial que garanta o direito de retornar às suas terras. Enquanto isso, o cotidiano é ressignificado e transformado na esperança de reviver novamente no seu território.
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IVANILDE DE SOUSA DO ESPIRITO SANTO
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Governança Territorial: a trajetória do funcionamento dos conselhos deliberativos nas Reservas Extrativistas Marinhas Caeté-Taperaçu e Araí-Peroba na Região Bragantina do Estado do Pará.
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Data: 30/06/2020
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O presente trabalho tem por objetivo analisar e comparar o funcionamento da gestão dos conselhos deliberativos das Reservas Extrativistas (Resexs) marinhas Caeté-Taperaçu e Araí-Peroba ao longo de suas trajetórias, sob a ótica da governança territorial. De forma específica, a pesquisa descreve a trajetória de funcionamento da gestão dos conselhos deliberativos dessas duas Resexs marinhas, analisa a gestão desses conselhos deliberativos a partir de alguns critérios da governança territorial e compara a gestão entre os conselhos deliberativos. O estudo foi realizado nas Resexs Marinhas Caeté-Taperaçu (município de Bragança) e a Araí-Peroba (município de Augusto Corrêa), criadas em 2005, na região do nordeste do estado do Pará. O trabalho foi elaborado a partir de uma abordagem qualitativa. Utilizou-se para obter os resultados, os diagramas de Venn e as matrizes direcionadas para os conselheiros e as lideranças. A coleta de dados se deu através de questionários, entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Como instrumento teórico, usou-se os conceitos de territórios, de governança territorial sob a ótica da gestão social, governança dos conselhos deliberativos específicos das Resexs marinhas, e a gestão coletiva dos bens comuns. Observou-se que apesar das dificuldades o conselho deliberativo da Resex marinha Caeté-Taperaçu está funcionando, embora em uma gestão mais centralizada, enquanto que o conselho deliberativo da Resex marinha Araí-Peroba encontra-se inativo desde 2014, um dos motivos que levou a inatividade desse conselho foi à falta de uma gestão descentralizada, o difícil acesso a Resex, a política partidária e a falta de uma politização. Conclui-se que apesar da governança territorial ser uma inovação social para a gestão dos territórios de Resexs marinhas, nos conselhos deliberativos Caeté- Taperaçu e Araí-Peroba trata-se de uma governança ainda em fase de experimentação, visto que, identificou-se arranjos institucionais enfraquecidos e participações não efetivas das comunidades extrativistas no processo de decisão, o que gera conflitos e impossibilita atuação da governança territorial.
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VICTOR MIRANDA LEÃO
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CULTIVANDO AUTONOMIA: ANÁLISE DA SOCIOECONOMIA E AGROBIODIVERSIDADE NO QUILOMBO DE PROVIDÊNCIA, SALVATERRA, ILHA DO MARAJÓ/PA
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Data: 15/06/2020
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As comunidades tradicionais quilombolas têm nas práticas produtivas tradicionais uma estratégia de manutenção do seu modo de vida e reforço de sua identidade cultural. Desse modo, o presente trabalho visa investigar o papel da agrobiodiversidade nas estratégias econômicas e alimentares, registrando os saberes e práticas tradicionais associadas a ela, assim como sua relação com a soberania alimentar na comunidade quilombola de Providência, Salvaterra, Marajó, PA. Metodologicamente, a pesquisa ocorreu com onze representantes de nove unidades familiares, durante sessenta dias nos meses de fevereiro, maio, julho e novembro de 2019, sendo devidamente solicitada e autorizada pela liderança local e pelos demais moradores por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Em seguida, as entrevistas ocorreram com representantes das unidades familiares e a seleção se deu por amostragem não probabilística. Foram realizadas entrevistas não-diretivas e aplicados questionários semiestruturados com perguntas que versavam sobre os aspectos socioeconômicos, produtivos e alimentares, bem como observação participante. Tais dados foram compilados em Microsoft Excel para otimização gráfica e, posteriormente, foram calculados os índices de diversidade e de saliência cultural, bem como a caracterizado o perfil alimentar da comunidade. Como resultado da investigação, pode-se constatar que as práticas produtivas locais estão fortemente atreladas aos costumes religiosos e alimentar local e que as atividades tradicionais, tais como roça, extrativismo, pesca e criação animal, colaboram para a construção da renda familiar, que é composta majoritariamente pelos benefícios sociais do governo. Desse modo, pode-se concluir que as práticas produtivas tradicionais estão diretamente relacionadas a cultura quilombola local que são desenvolvidas em função da agrobiodiversidade, expressas também na fé, religiosidade herança histórica, bem como no cotidiano e nas preferências alimentares do grupo.
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HELTON KANIA ANDREATA
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Ação coletiva e Sistemas Agroflorestais na comunidade São Manoel, Quilombo Jambuaçu, Moju/PA
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Data: 22/05/2020
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Os Sistemas Agroflorestais (SAF) podem ser utilizados como um meio de recuperação florestal e são interessantes devido a sua diversidade de produtos e à sustentabilidade do sistema, principalmente, no Nordeste paraense, o qual possui uma predominância de florestas secundárias, chamadas popularmente de “capoeiras”, áreas as quais podem ser aproveitadas para a sua implantação. O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre a Ação Coletiva e os SAF na comunidade São Manoel, no município de Moju, estado do Pará. Os dados da pesquisa foram coletados nos anos de 2018 e 2019 por meio de entrevistas do tipo histórica, aberta e semiestruturada com os agricultores e as principais lideranças da comunidade. Os dados são predominantemente qualitativos e os procedimentos para sistematizá-los foram transcrição de entrevistas, elaboração de tabelas e análises verticais e horizontais dos discursos. A comunidade de São Manoel é uma pequena vila rural com um histórico de lutas contra grandes empresas para a manutenção do seu território, e possui como principal fonte de renda o açaí nativo. A titulação da terra é coletiva, e as principais questões de gestão de recursos são discutidas junto à Associação Quilombola dos Agricultores de São Manoel, a qual também possui outras atribuições, como discussão da questão de segurança, organização comunitária, melhoria das fontes de renda, além da representação jurídica em diferentes instâncias. Os resultados mostram que os SAF chegaram à comunidade em 2015 levados por um dos agricultores (que é técnico agropecuário), e tiveram grande repercussão após os comunitários constatarem o êxito do sistema em São Manoel O grupo que tem SAF é composto por quinze pessoas que trabalham desde o viveiro à implantação de áreas por meio do mutirão. Tal grupo possui um sistema diferenciado de implantação dos SAF ao realizar o manejo da capoeira de forma a utilizá-la como insumo para a nutrição das plantas. Foram encontrados três tipos diferentes de SAF em São Manoel que variam quanto ao número de espécies no sistema, sendo o cupuaçu, o cacau, o açaí e a banana as principais espécies implantadas. Os dados mostram que os SAF tiveram uma boa aceitação entre os agricultores porque o sistema foi levado por um dos membros da comunidade, o que tem gerado repercussão também em outras comunidades do Território Jambuaçu. A ação coletiva foi fundamental para o sucesso dos SAF, pois a maioria dos agricultores relatou que não conseguiria implantá-los em suas áreas sozinhos, razão pela qual essa força da comunidade foi essencial para o sucesso de um sistema que visa gerar renda por meio da diversificação da produção, ressignificando o território com a sua ocupação mediante a conservação produtiva.
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ANDRE CARLOS DE OLIVEIRA ROCHA
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Trajetórias e concepções do cooperativismo camponês no nordeste paraense
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Data: 06/05/2020
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O cooperativismo surgiu como alternativa ao capitalismo. No Brasil desenvolveram-se duas correntes, uma tradicional/empresarial e uma popular/solidária. Pergunta-se: que fatores influenciam a trajetória de uma cooperativa camponesa, suas concepções, contradições e novidades, considerando se elas tendem para uma lógica do cooperativismo tradicional ou do cooperativismo popular? O objetivo geral foi analisar as concepções, contradições e novidades do movimento cooperativista camponês. pesquisa foi do tipo quantitativa e qualitativa, com abordagem indutiva, com um estudo quantitativo de 14 cooperativas e se aprofundou no estudo de caso de três delas, analisando as categorias: trabalho, gestão, solidariedade e emancipação. Como instrumentos de coleta de dados, têm-se entrevistas históricas, entrevistas semiestruturadas, questionário objetivo, linha tempo, observação direta, pesquisa documental e bibliográfica e fotografias. A análise dos dados foi feita por sistematização e análise horizontal e vertical das entrevistas, baseada na hermenêutica-dialética. No Pará, o impulso para o cooperativismo se deu durante a ditadura militar. Durante os anos 1990, ONG’s assumiram um trabalho com cooperativismo popular, sendo que a OCB tinha um foco nas cooperativas de crédito e da região metropolitana de Belém, passou somente após 2015 a focar no ramo agropecuário e nas cooperativas ligadas à agricultura familiar. O diagnóstico realizado mostra que, o cooperativismo camponês nas regiões estudadas apresenta a maioria das cooperativas sem assalariados, metade tem agroindústria, mais da metade participa de feiras e redes de comercialização, mais de três quartos delas comercializam com não sócios(as), todas mantém assembleia geral e reuniões de diretoria, as ações de solidariedade junto as comunidades não é algo priorizado, a intercooperação é feita por quase a totalidade das cooperativas. Conclui-se que as cooperativas na região são concebidas para resolver um problema econômico, de melhoria de renda a partir da comercialização dos produtos da agricultura. Quando ligada a luta sindical, se acrescenta um debate de classe. Em suas práticas aparecem contradições, seja em relação ao valor de troca do trabalho se sobrepondo ao seu valor de uso, seja na democracia representativa tomando lugar da participação dos(as) sócios(as), ou ainda, seja no apagamento do valor da solidariedade.
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RAFAELA DA CUNHA PINTO
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Um discurso, várias vozes: Análise de representações sociais de qualidade de vida em políticas socioambientais.
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Data: 29/04/2020
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O objetivo geral da dissertação é Analisar a mobilização discursiva do conceito de qualidade de Vida por diferentes atores institucionais e de grupos locais. Essa análise visa contribuir para o debate sobre desenvolvimento territorial, identificando aspectos ideológicospolíticos que refletem nas ações públicas. A pesquisa tem como recorte de análise a Resex Marinha Caeté-Taperaçu. A partir de abordagem qualitativa, foram estudados narrativas históricas, documentos oficiais , visões intitucionais e os seus reflexos na representação de qualidade de vida implementanda em políticas socioambientais. Os procedimentos utilizados foram entrevistas com roteiros semiestruturados e entrevistas não diretivas. Neste trabalho várias inferências e reflexões podem ser observadas, porém os principais resultados das análises comparativas, apresentam a mobilização do discurso de qualidade de vida como campo de entendimento mutuo entre diferentes atores, no entanto na prática antigos conflitos e problemas permanecem para os grupos que historicamente lutam por mais direitos sociais. Qualidade de vida é um termo utilizado como canal de ação do Estado, diálogo das organizações sociais e construção de identidade de comunidades tradicionais, porém também pode ser fortemente instrumentalizado na perspectiva de abafar conflitos agrários. Espero que este trabalho contribua para maiores reflexões sobre definição de políticas públicas socioambientais ligadas à qualidade de vida para populações de Reservas Extrativistas Marinhas no Pará, e indiretamente para outros contextos de unidades de conservação de uso sustentável na Amazônia.
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EDENILZE CONCEICAO SILVA DE JESUS
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Do uso comum ao parcelamento da terra: as transformações territoriais em uma comunidade camponesa do Baixo Acará, Acará/PA.
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Data: 30/03/2020
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Esta pesquisa analisa as transformações territoriais de uma comunidade tradicional camponesa denominada Centro Alegre, localizada na região do Baixo Acará, Acará/PA, Nordeste paraense, nas últimas duas décadas. Trata-se de uma pesquisa etnográfica realizada com base nas abordagens qualitativas e quantitativas, com informações obtidas a partir de questionários semiestruturados, observação participante e entrevista histórica. A comunidade estudada organizava-se a partir do uso comum da terra e do acesso aos recursos naturais. Mas, no início dos anos 2000, o território da comunidade é atravessado por uma rodovia e isso desencadeia uma série de transformações, inclusive, derivando em um parcelamento da terra comunalmente ocupada em frações unifamiliares, o que gera transformações significativas na organização socioterritorial do grupo. A realização dessa pesquisa revelou que, com o parcelamento das terras da comunidade, houve significativa diminuição do seu território e desencadeou-se um processo de venda de frações de terra. Do total das 13 parcelas de terra em que fora dividida a comunidade, apenas três permanecem integrais, sem terem sido alvo de venda de ao menos um pedaço. Das dez restantes, seis foram desmembradas e tiveram alguma porção vendida, e quatro foram comercializadas integralmente. A pesquisa etnográfica na comunidade, com observação na forma da ocupação territorial, revelou que as famílias vivem hoje um contexto de fortes limitações de recursos naturais em seus lotes, chegando ao ponto de a maioria delas não terem mais roçados. Observou-se, ainda, que a comunidade sofreu profundas transformações nas relações sociais entre os indivíduos que a constituem.
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MARIO MORAIS OLIVEIRA NETO
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Análise sistêmica da riqueza e diversidade florística dos sistemas agroflorestais (SAF) de agricultores familiares de Tomé Açu, PA
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Data: 30/03/2020
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“Análise sistêmica da riqueza e diversidade florística dos sistemas agroflorestais (SAF) de agricultores familiares de Tomé Açu, PA”
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DENISE DA SILVA GRACA
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Antes a gente tinha um rio, agora a gente tem um lago: a construção do território ribeirinho às margens do reservatório do CHE Belo Monte
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Data: 27/03/2020
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A construção de hidrelétricas desencadeia processos de desterritorialização e reterritorialização de comunidades tradicionais. Esta dissertação tem por objetivo analisar a construção do território ribeirinho, isto é, as formas usadas para reconstruir a vida em um ambiente destruído, pós-instalação do CHE Belo Monte. Para isso, foi realizado um estudo de caso na localidade do Palhal, às margens do reservatório principal, no município de Altamira, Pará, por meio de observação participante e entrevistas. As famílias ribeirinhas passaram pelo violento processo de deslocamento compulsório, repleto de violações dos direitos. Assim, as famílias foram buscando formas de denunciar e conseguir a recomposição do seu modo de vida tradicional, movimento que culminou na criação do território ribeirinho. O início de construção do novo território tem sido marcado, principalmente, por novas atribuições de significados ao espaço; pelas atualizações dos conhecimentos tradicionais para se apropriar do novo ambiente; pela reconstrução das redes de parentesco e reciprocidade; e pelo uso de valores morais para a regulação do acesso aos recursos naturais escassos.
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DAYANA PORTELA DE ASSIS OLIVEIRA
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AS FLORESTAS E AS ROÇAS: A Construção de uma Territorialidade Indígena na Aldeia Pino’a Tembé (Alto Rio Guamá, Pará)
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Data: 09/03/2020
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O objetivo geral deste trabalho foi analisar o processo de construção de um território de pertencimento do povo Tembé, na aldeia Pino’a (alto rio Guamá, Pará) com enfoque na importância das florestas e roças. A pesquisa foi realizada em uma área de retomada e diante disso, buscamos traçar a trajetória territorial do povo Tembé, dentro do contexto maior da história e do grupo indígena. Posteriormente caracterizamos-se as práticas de manejo das áreas de roça e de floresta na aldeia Pino’a; e analisamos como as práticas de manejo nestas áreas contribuem para a construção de uma territorialidade indígena local. A pesquisa foi realizada por meio de uma abordagem qualitativa, de cunho etnográfico, baseada em transcrições e descrições do caderno de campo, assim como a interpretação dos dados inspirados pela etnografia. Além disso, foi utilizado a observação participante e entrevistas semiestruturadas, e os dados secundários foram coletados por meio de livros, revistas, artigos, entre outros. O estudo foi realizado com os primeiros moradores, e com os chefes (as) de famílias e seus filhos, para analisarmos a importância das roças e florestas para o povo local de origem Tembé. De forma geral, foi realizado uma análise, com toda comunidade indígena da aldeia Pino’a, para que fosse possível entender o processo de territorialidade e território de pertencimento, dentro do contexto regional e local indígena. Os interlocutores envolvidos no processo de pesquisa se expressaram livremente para que fosse possível apreender a sua percepção sobre a realidade, sem interferir ou induzir o entrevistado a outro caminho que não se articula com a pesquisa. As principais conclusões mostram que a terra indígena do alto rio Guamá, foi palco de conflitos territoriais, uma vez que, parte dela, encontrava-se colonos e fazendeiros não-indígenas. E, o trecho que atualmente é a aldeia Pino’a, antes era ocupado por colonos, mas por um processo de extrusão, atualmente essa área é composta por indígenas Tembé. E, nesse território, os indígenas realizam práticas de cultivo de mandioca nas roças e fazem acampamentos nas matas como forma de perpetuar sua cultura, por meio de seus hábitos e costumes. E, as primeiras roças foram elaboradas nesse período inicial, como forma de sobrevivência e resistência na terra. A partir disso, os indígenas foram criando laços de territorialidade com o local, sendo que, as roças e as florestas estão interligadas como fonte de alimento, abrigo, proteção e resistência em permanecer no território. Dessa forma, as roças e as florestas fazem parte da territorialidade local, uma vez que, as florestas estão ligadas as práticas de acampamento e coleta de frutos como o açaí, e a roça está coadunada aos rituais da festa da menina Moça, por meio da mandioca de variedade Mandiocaba, que é utilizada durante o ritual de passagem de menina para mulher, representando um ato simbólico para os indígenas Tembé. Além disso, a roça é muito significativa para eles, por meio da confecção de farinha, um alimento muito utilizado durante as refeições indígenas Tembé. Portanto, é nesse território localizado na terra indígena do alto rio Guamá e mais especifico na aldeia Pino’a, que os Tembé reproduzem sua territorialidade, perpetuando suas formas de vida e seus laços culturais e simbólicos, assim como suas relações de afetividade entre os membros e suas formas de utilizar os recursos oferecidos pelas roças e florestas.
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DIEGO DE MENDONCA COSTA
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PROTEGER A MATA PARA O RIO NÃO SECAR”: ANÁLISE DA RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES REALIZADA POR AGRICULTORES FAMILIARES ÀS MARGENS DO RIO ITABOCAL, IRITUIA – PA
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Data: 06/03/2020
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Agricultores familiares residentes de municípios da mesorregião Nordeste do estado do Pará vêm se destacando por conta da implantação de experiências voltadas à recuperação florestal em suas propriedades rurais. Neste contexto, objetivou-se compreender como a recuperação florestal de matas ciliares vem sendo implementada em seus estabelecimentos agrícolas, levando em consideração a importância delas para o meio ambiente e a relação construída entre estas áreas, as populações rurais amazônicas e os seus recursos hídricos. Para tal, a pesquisa apoiou-se em princípios da abordagem sistêmica e da interdisciplinaridade. A região de Itabocal, zona rural do município de Irituia, situado no Nordeste do Pará, foi selecionada como recorte amostral. No primeiro artigo, através de tipologia elaborada após pesquisa de campo, caracterizou-se os processos de recuperação florestal encontrados nas áreas de mata ciliar. Ao todo, três principais tipos de recuperação foram identificados, dividindo-se em enriquecimento de capoeira, regeneração natural e sistemas agroflorestais. No segundo artigo, a partir de análise espaço-temporal, investigou-se as trajetórias sócio-produtivas que levaram os agricultores a optarem pela recuperação das matas ciliares. Após analisar como os fatores externos aos seus estabelecimentos agrícolas e aqueles próprios dos seus sistemas de produção vieram a influenciá-los ao longo dos anos, depreendeu-se que a recuperação destas áreas partiu, sobretudo, da preocupação com a manutenção da qualidade, fluxo e biota do maior curso d’água da região, o rio Itabocal. Compreendendo a importância do rio Itabocal para a população local, o terceiro artigo levantou os impactos ambientais sofridos pelo rio e a proposição de soluções para controlá-los, baseando-se em diagnóstico socioespacial construído junto aos agricultores. O desmatamento das matas ciliares, incentivado principalmente por latifundiários, destacou-se como o impacto de maior ocorrência. Percebeu-se, também, que a gestão do curso d’água se encontra estabelecida de maneira não institucionalizada na região, partindo dos esforços dedicados pelos próprios agricultores a favor de sua manutenção. Os resultados demonstraram que os agricultores familiares de Itabocal seguem tendência à recuperação florestal, além de possuírem percepção bem definida acerca dos problemas causados pelo desmatamento das matas ciliares. Os principais entraves constatados para a recuperação destas áreas encontraram-se: a) na ineficiência do poder público local em fiscalizá-la e estimulá-la, seja por meio da proposição de instrumentos legais de incentivo ou da inclusão dos residentes da região nas tomadas de decisão referentes à conservação ambiental; e b) na ausência de consciência ambiental de certos grupos sociais, como os latifundiários, que insistem em explorar as vegetações ripárias de forma predatória. Concluiu-se que a relevância da recuperação florestal de mata ciliar procede da estreita relação que a população estudada possui com as suas águas.
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ANAEL SOUZA NASCIMENTO
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Da natureza à mesa: a pesca artesanal na vida e alimentação dos quilombolas da Comunidade de Mangueiras (Ilha do Marajó – Pará)
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Data: 21/02/2020
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Esta pesquisa comprometeu-se a estudar as formas de captura e preparo dos recursos pesqueiros, bem como a relação da comunidade quilombola de Mangueiras em Salvaterra - Ilha do Marajó – PA com a comida. Parti das dimensões culturais no contexto dos conhecimentos tradicionais, as formas de obter, preparar, acondicionar e consumir alimentos de origem pesqueira no quilombo. Além de caracterizar os recursos pesqueiros e as práticas utilizadas na pesca artesanal no quilombo de Mangueiras, descrever os saberes e práticas alimentares das famílias, destacando as estratégias envolvidas na transformação da sociobiodiversidade pesqueira em comida e descrever quais as preferências e restrições (tabus) acerca do consumo de recursos pesqueiros. A pesquisa de campo ocorreu no ano de 2019 e os principais instrumentos da metodologia empregada foram entrevistas abertas, entrevistas semiestruturadas, observação participante, turnês guiadas por pescadores locais, técnica da listagem livre e a etnofotografia. Os resultados alcançados demonstraram que os pescadores e pescadoras mantêm um constante diálogo de conhecimentos, adquirido através do cotidiano contato com os peixes e com o rio desde as fases iniciais da vida. O conhecimento tradicional revela muito da identidade e cultura do quilombo, território dominado por atores sociais com expertise nas espécies de peixes, diferenciando-os por seu habitat, preferências alimentares e comportamentos específicos, incluindo conhecimento acerca de aspectos climáticos e lunares que influenciam a dinâmica da pesca na região. Os recursos pesqueiros se mostraram importantes para os preparos de comidas como peixes fritos, assados e cozidos, mujica de caramujo, torta de caramujo, caranguejo ao leite do coco, ensopado de turu. No entanto, também observamos o incremento de alimentos processados, ocasionado por uma maior relação com a cidade e acesso aos programas sociais do Governo Federal brasileiro. Mesmo com todas as transformações ocorridas, é incontestável que o modo que se prepara os alimentos ainda se mantém até hoje como forma de valorização da cultura e resistência. Assim, as escolhas alimentares são influenciadas diretamente pelas características ambientais, além de preferências individuas ligadas as questões sociais e culturais do quilombo. Os tabus têm um papel importante e que influencia diretamente nas escolhas das espécies alvos.
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