Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • ODENIRA CORREA DIAS
  • “As roças na época era assim, como não é agora”: as transformações no territórioquilombola marajoara de Vila União/Campina, Salvaterra (PA)

  • Data: 27/02/2024
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  • Os territórios quilombolas das ilhas do Marajó historicamente vêm sofrendo com transformações nas dinâmicas socioespaciais, culturais e agrícolas, também relativas à chegada de perspectivas desenvolvimentistas contrárias às suas formas de viver. Tais perspectivas, majoritariamente, buscam sobrepor uma lógica economicista à relação sociedade-natureza construída pelas comunidades quilombolas no território e, pouco a pouco, acabam por cercear práticas agrícolas e demais atividades ligadas à manutenção de suas existências. No município de Salvaterra, localizado neste Arquipélago, tais perspectivas podem ser visualizadas através da implementação de atividades ligadas ao agronegócio, como dos monocultivos de arroz, e da construção de obras que beneficiem o escoamento dessa produção, com isso decorrem uma série de conflitos fundiários, bem como resistência e organização das comunidades. Além disso, as mudanças também decorrem da imposição de um modelo capitalista de produção no município, com os monocultivos de abacaxi, gerando assim uma fragilidade das lógicas tradicionais. É nesse contexto que a presente pesquisa objetiva analisar a relação entre as mudanças na dinâmica territorial quilombola, sobretudo as relacionadas à configuração dos roçados, e a chegada de projetos de “desenvolvimento” de caráter homogeneizante em Salvaterra. A abordagem utilizada para atender ao objetivo proposto foi a qualitativa, e os instrumentais metodológicos foram a pesquisa bibliográfica, entrevistas semiestruturadas, história oral, entrevistas abertas, além de observação participante, diário de campo, turnês guiadas e registros fotográficos. Para a transcrição das entrevistas, utilizamos a técnica de decupagem, além do uso da técnica com a análise de modo vertical (cada entrevista) e horizontal das entrevistas (o conjunto delas em relação a cada questão). Como principais resultados, ficou evidente que o contexto histórico de concentração fundiária no Marajó contribuiu para a contextualização atual dos conflitos existentes. Assim, com a chegada de perspectivas “desenvolvimentistas” na região, principalmente através do monocultivo de arroz e da construção de estradas, os territórios quilombolas experimentaram mudanças. Em Vila União/Campina, essa perspectiva chega por meio da tentativa de imposição do monocultivo de abacaxi aos agricultores familiares – que gerou algumas fragilidades nos sistemas tradicionais, como os roçados de mandioca – e da abertura e pavimentação da estrada PA-154, que possivelmente catalisou muitas das mudanças, a partir do aumento populacional na comunidade e a fragmentação do território. Ademais, o atraso na titulação do território quilombola intensificou as transformações vivenciadas na comunidade, somado à limitada mão de obra disponível e à busca por trabalhos não agrícolas que, dentre outros fatores, colaboraram para a diminuição da área dos roçados na Vila União/Campina. Contudo, em meio às mudanças vivenciadas pelos moradores da comunidade, estes constroem estratégias de reprodução socioeconômica e cultural para sua permanência no território. Dentre essas estratégias, destacam-se a inserção do abacaxi com os demais cultivos nos roçados e com isso a manutenção da diversidade dos seus cultivos, principalmente nos roçados de mandioca, que acabam por evidenciar uma importante agrobiodiversidade local, assim como a diversificação das suas fontes de renda, pelo trabalho no comércio nas margens da estrada.

2023
Descrição
  • RAUL TEIXEIRA DE ANDRADE
  • AS PRÁTICAS AGRÍCOLAS DAS ROÇAS DE MANDIOCA E SUAS TRANSFORMAÇÕES PROTAGONIZADAS POR AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE IRITUIA-PA.

  • Data: 11/12/2023
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  • Esta dissertação trata das práticas agrícolas das roças de mandioca e suas transformações, fala
    sobre as trajetórias do sistema de corte e queima, protagonizada por agricultores familiares no
    município de Irituia-PA. A mandioca é uma espécie originária da América do Sul, já era
    cultivada por indígenas antes dos colonizadores chegarem à região, e depois foi espalhada pelos
    portugueses principalmente pelo continente africano, em muitos países deixou de ser uma
    cultura de subsistência e passou a ser produto de exportação, de acordo com dados da FAO. O
    Brasil está entre os grandes produtores, o Pará é o maior produtor de mandioca do país. O estudo
    foi realizado no município de Irituia, localizado na mesorregião Nordeste Paraense, onde se
    localiza os municípios que são os maiores produtores do Estado e do Brasil. As roças de corte
    e queima no município de Irituia, é o principal sistema de produção de mandioca e outras
    culturas anuais consorciadas, como o arroz, feijão, milho, melancia, abóbora e outras. A cultura
    principal é a mandioca, comumente cultivada para o consumo e comercialização, já outras
    culturas costumam ser para a subsistência, para alimentação da família e de animais. A presente
    pesquisa tem como pergunta de partida: Quais transformações ocorridas nas roças de mandioca
    e como elas se processaram, no município de Irituia-PA? O objetivo geral foi analisar as práticas
    empregadas nas roças de mandioca e suas transformações ao logo do tempo, no município de
    Irituia, PA. A metodologia utilizada foi com abordagem sistêmica, com análise da paisagem e
    dos Agroecossistemas, em uma escala do maior para o menor, aplicou questionários semi
    estruturados nas propriedades entrevistas Históricas com lideranças e pessoas chaves, e em
    algumas propriedades selecionadas, cada uma com representando uma tipologia diferente,
    aplicou se uma entrevista retrospectiva, que faz uma análise da história da propriedade da
    família, traçou se a trajetória até o momento atual. Obteve se os seguintes resultados na
    pesquisa: O cultivo mandioca continua sendo uma das principais atividades econômicas do
    município, é cultivada principalmente por agricultores familiares e o sistema de corte e queima
    é o sistema predominante de cultivo. Entretanto passa por transformações, principalmente:
    diminuição do tamanho das roças e da produção, menor tempo de pousio, menor número de
    pessoas da família trabalhando na propriedade. Cresceu o número de agricultores trabalhando
    com sistemas agroflorestais Safs., para diversificar as atividades e aumentar a renda, inclusive
    em algumas propriedades agricultores tem adotado o plantio da mandioca dentro dos Safs.
    Destaca se as principais transformações nas roças: a diminuição das áreas e dos tempos de
    pousio, a adoção de mecanização nas áreas já abertas e já cultivadas por alguns anos no sistema
    de corte e queima, a implantação de roças em áreas já cultivadas, fazendo a limpeza da área
    com capina manual, com roçadeiras ou com herbicidas químicos, entretanto sobre o uso de
    herbicidas, na pesquisa os agricultores não declaram abertamente que usam, mas muitos
    relataram sem citar nomes, que é utilizado. Conclui se que o cultivo da mandioca, continua ser
    uma das principais atividades da agricultura familiar, juntamente com a extração de açaí, mas
    passa pelas transformações relatadas.


  • LUIZ CARLOS NEVES DA FONSECA
  • A AGRICULTURA FAMILIAR NA AMAZÔNIA PARAENSE: a formação socioprodutiva, as demandas do campo e a formulação de políticas públicas.

  • Data: 27/11/2023
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  • É urgente que agricultura familiar amazônica seja compreendida a partir da diversidade
    existente em sua constituição. Esta tese analisa a agricultura familiar na Amazônia
    Paraense, considerando a formação socioprodutiva, as demandas de organizações
    coletivas e instituições públicas no campo e a formulação das Políticas Públicas. Para
    isso, a pesquisa de campo foi realizada, entre novembro de 2022 e março de 2023, por
    meio de entrevistas semiestruturadas com participantes-chave que atuam em
    organizações coletivas e/ou instituições públicas localizadas em diferentes territórios do
    estado do Pará. Também, houve pesquisa documental a partir do levantamento e seleção
    de documentos (programas públicos) dos Planos Plurianuais do Pará, referente ao
    planejamento de 2000 até 2023, recorrendo-se, ainda, ao método de Análise de Conteúdo
    e pesquisa bibliográfica. A agricultura familiar paraense é constituída por diversificação
    de grupos sociais, atividades produtivas e demandas, diárias e urgentes, relacionadas, em
    geral, a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), Políticas Públicas e produção
    familiar, entre outras. Além disso, a agricultura familiar na agenda pública em nível
    estadual está associada tanto ao princípio da diversificação, que estimula a autonomia das
    famílias no campo, quanto a especialização, voltada à dependência do mercado. Portanto,
    a agricultura familiar na Amazônia paraense, marcada por complexidade e diversidade,
    deve ser tratada com ênfase, cada vez maior, aos elementos de diversificação e autonomia
    no campo e na formulação de Políticas Públicas perenes, com abordagem territorial, para
    agricultura familiar na Amazônia paraense. Deste modo, esta tese contribui para maior
    visibilidade a constituição da agricultura familiar no campo paraense, para a condução de
    pesquisas acadêmicas e para o planejamento (e realização) da agenda pública em nível
    estadual, buscando a compreensão do campo como lugar de vida e não somente produção.


  • ANDREY MENDONÇA DE SOUZA
  • Fazendo horta e marcando espaço: A gestão territorial quilombola na Ilha do Marajó

  • Data: 29/09/2023
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  • Essa pesquisa teve como compromisso estudar as questões que circundam o “Projeto
    Conversando com a mãe terra: Convidado solidário no Quilombo Vila União/Campina,
    Marajó, Brasil”; com foco voltado para as questões de gestão territorial e as relações
    sociais da comunidade com a terra. O trabalho traz uma abordagem conceitual que
    estabelece interlocução entre dois conceitos principais: gestão territorial e
    etnodesenvolvimento. Levamos em consideração temas importantes para entender essa
    relação comunitária quilombola, como território e etnodesenvolvimento, assim como os
    objetivos do projeto estudado, enfatizamos a soberania alimentar, pandemia do COVID19,
    políticas afirmativas voltas para democratização do acesso ao ensino superior e o destaque
    fundamental para a importante participação das mulheres nas lutas e movimentos na
    comunidade. A pesquisa se deu por meio de entrevistas virtuais semiestruturadas, com
    criação de roteiro guiado posteriormente na comunidade, levantamento bibliográfico,
    observação participante e o método de indução não-específica com a utilização de palavras
    chaves. Os resultados se mostraram de extrema importância para o combate a falta de
    soberania alimentar, principalmente durante a pandemia, assim como a geração de renda
    e fortalecimento dos laços da comunidade. Nesse sentido, este projeto marcou um
    recomeço para as relações sociais dentro da comunidade e pela busca de fazer a gestão de
    seu território, ameaçado por agentes externos. A mobilização social e política da
    comunidade é um instrumento fundamental para tal processo, haja visto que a dinâmica
    da gestão territorial é marcada por um processo profundo de compreensão comunitária,
    para justificar e fortalecer a própria gestão.


  • ELLEN PATRICIA MARQUES DO CARMO
  • ASSOCIAÇÃO AGROEXTRATIVISTA DOS MORADORES DO AJÓ: Uma novidade organizacional essencialmente feminina na região do Baixo Tocantins/PA

  • Data: 31/08/2023
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  • Essa dissertação tem como lócus de análise a comunidade rural do Ajó, zona rural do município
    de Cametá, região do Baixo Tocantins, no estado do Pará, onde uma organização essencialmente
    feminina tem se consolidado: a Associação Agroextrativista dos Moradores do Ajó – AMA.
    Com o olhar direcionado a essa associação, este trabalho objetiva analisar a relação entre o
    surgimento da AMA e a mudança de práticas produtivas e organizacionais das mulheres
    associadas, bem como de suas famílias. De modo específico, propõe-se: a) investigar a trajetória
    de construção e fortalecimento da AMA; b) identificar as transformações socioprodutivas
    desencadeadas na vida das mulheres associadas a partir de seu vínculo com a AMA; e c)
    verificar as principais mudanças organizacionais suscitadas pela emergência da associação, bem
    como as mais significativas dificuldades de consolidação da AMA. Para o alcance desses
    objetivos, com base em uma pesquisa de cunho qualitativo, do tipo estudo de caso focado na
    AMA, realizou-se, entre os meses de julho a agosto de 2022, entrevistas semiestruturadas
    direcionadas a 11 agricultoras associadas à AMA, assim como a observação participante no
    âmbito da associação e os diários de campo. Como fonte de dados para posterior análise
    utilizou-se, o calendário histórico que possibilitou conhecer as experiências, fatos e mudanças
    que influenciaram no processo de construção e fortalecimento da AMA, o Diagrama de Veen,
    que oportunizou visualizar os atores sociais que estão correlacionados a associação, o fluxo de
    comercialização, por meio do qual foram citados todos os produtos comercializados pela AMA,
    e a matriz de uso do tempo que permitiu conhecer as atividades desenvolvidas diariamente pelas
    agricultoras associadas à AMA. À luz, sobretudo, da
    Novelty Production (Ploeg, 2004;
    Oostindie; Broekhuizen, 2008) e da Construção do conhecimento contextual (Oostindie;
    Broekhuizen, 2008; Cotrim, 2013), realizou-se a análise. De acordo com a primeira perspectiva
    teórica, a novidade é uma nova prática, um novo modo de pensar ou fazer, uma modificação
    dentro de uma prática existente ou constitui-se em uma nova prática. De acordo com a
    segunda perspectiva teórica, a construção do conhecimento contextual é originada pelo
    acúmulo de habilidades e capacidades desses atores, sendo esse conhecimento uma fonte
    importante de produção de novidades. Como resultados, a dissertação evidencia que a trajetória
    de construção e fortalecimento da AMA se alicerçam em trocas de experiências e construção de
    conhecimentos, bem como nas relações mantidas com os atores sociais envolvidos com a AMA.
    A partir da participação dessas mulheres na AMA, verificou-se mudanças no âmbito familiar
    delas, como a divisão das tarefas da casa, essas agricultoras puderam vislumbrar outros modos
    possíveis de vida, aumentando a sua sociabilidade, conquistaram a sua autonomia pessoal,
    financeira e administrativa. Referente as principais dificuldades que assolam à consolidação da
    AMA destacam-se a centralização de informações acerca de políticas públicas em apenas
    algumas mulheres associadas, além disso, a logística da entrega dos produtos comercializados
    pela AMA. Em conclusão, espera-se que esta análise contribua para as discussões sobre
    agricultura familiar, valorizando o papel das mulheres como componentes fundamentais, e não
    apenas complementares, nos espaços de produção rural.


  • MAIRON DE SOUSA FURTADO
  • MOBILIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS NA PRODUÇÃO DE AGROBIODIVERSIDADES NAS ROÇAS DA AGRICULTURA FAMILIAR DE BRAGANÇA, PA

  • Orientador : GUSTAVO GOULART MOREIRA MOURA
  • Data: 30/08/2023
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  • MOBILIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS NA PRODUÇÃO DE AGROBIODIVERSIDADES NAS ROÇAS DA AGRICULTURA FAMILIAR DE BRAGANÇA, PA

  • RENATA DE ANDRADE SANTOS
  • Práticas tradicionais de cura e suas influências na manutenção da biodiversidade na comunidade Rio Itamimbuca, Igarapé Miri, Pará

  • Data: 28/08/2023
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  • Esta pesquisa é um convite para adentrar nos mistérios das práticas de cura presentes em
    comunidades amazônicas. Formada a partir da contribuição de atores e atrizes de diferentes
    gerações, as práticas de cura revelam conhecimentos materiais e simbólicos que resistem às
    estruturas estabelecidas pela medicina convencional, agregando bens da natureza e suas lendas
    como forma de expressão de sua cultura e de continuidade dos saberes tradicionais. A
    biodiversidade presente na Floresta Amazônica se constitui importante fonte de conhecimento
    desde tempos imemoriais, remetendo, portanto, a um saber vindo da memória biocultural
    ancestral. Nesse sentido, a relação dos seres humanos com outros seres presentes na natureza,
    como as espécies animais e plantas, foi fundamental para a formação das sociedades. O
    aproveitamento de elementos naturais possibilitou maior autonomia para as comunidades
    tradicionais e influenciou suas formas de uso e manejo da biodiversidade, visando a
    conservação dos sistemas ecológicos. Dentre as formas de uso dos bens da natureza está sua
    inclusão nos sistemas tradicionais de cura, como na zooterapia, fitoterapia e etnoveterinária que
    podem contribuir para a continuidade dos saberes e ajudar a proteger as florestas, promovendo
    o desenvolvimento sustentável nas comunidades. A comunidade Rio Itamimbuca está
    localizada na região do Baixo Tocantins, especificamente no município de Igarapé Miri,
    próximo à Vila do Suspiro, apresentando um ecossistema de floresta tropical característico de
    várzeas amazônicas e a formação de seu modo de vida está ligada intimamente à dinâmica dos
    rios. A presente pesquisa analisou o uso e manejo de bens da natureza nas práticas tradicionais
    de cura, assim como sua influência na manutenção da biodiversidade e a forma de transmissão
    desses conhecimentos entre as gerações na comunidade ribeirinha Rio Itamimbuca, no
    município de Igarapé Miri, Pará. Para sua estruturação foi realizado levantamento de espécies
    animais e vegetais utilizadas em tratamentos na saúde humana e animal. A análise foi baseada
    em conceitos etnobotânicos, etnozoológicos e etnoveterinários. A metodologia adotada foi a
    quali-quantitativa, priorizando a abordagem etnográfica. As técnicas utilizadas para obtenção
    de dados foram observação participante, técnica da bola de neve (
    snowball), entrevistas abertas
    e semiestruturadas, lista livre (
    free listing), visita guiada, atividades escolares grupais e o
    registro fotográfico. Os resultados obtidos foram o levantamento de 90 plantas medicinais e 21
    animais medicinais, a partir das entrevistas com 15 colaboradores especialistas em práticas de
    cura, dos desenhos de plantas e animais medicinais de estudantes da escola Caetano Correa
    Leão, de um ensaio de história oral com uma jovem da comunidade Rio Itamimbuca, da
    apresentação de lendas e encantaria, e de uma cartilha de plantas medicinais. Conclui-se que as
    práticas de cura são fundamentais no processo de manutenção da biodiversidade, pois os bens
    da natureza empregados para a produção de remédios caseiros utilizados nestas atividades são
    conservados e cultivados, garantindo sua disponibilidade e propagando os conhecimentos sobre
    sua utilização.


  • MAURA CARDOSO DE SOUSA
  • O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz.) e os princípios agroecológicos: refletindo sobre a sustentabilidade dos agroecossistemas familiares com certificação de Indicação Geográfica (IG), em Bragança – PA

  • Orientador : LUIS MAURO SANTOS SILVA
  • Data: 18/08/2023
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  • O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz.) e os princípios agroecológicos: refletindo sobre a sustentabilidade dos agroecossistemas familiares com certificação de Indicação Geográfica (IG), em Bragança – PA

  • LILIAN LOPES GUEDES
  • A pesca artesanal do aviú (Acetes marinus) e a construção de saberes e práticas alimentares no cotidiano de uma comunidade ribeirinha na Amazônia paraense

  • Data: 07/07/2023
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  • Esta pesquisa estudou a pesca artesanal do aviú (Acetes marinus) e a construção de saberes e
    práticas alimentares no cotidiano de uma comunidade ribeirinha na Amazônia paraense. A pesca
    artesanal do Aviú é uma das principais atividades produtivas da região. Assim, a pesquisa parte
    dos aspectos culturais no que consiste os saberes e práticas alimentares, bem como das práticas de
    captura dos crustáceos. Para a coleta de dados foram utilizadas metodologias como observação
    participante, entrevistas não diretivas e aplicação de questionários semi-estruturados. Os
    resultados alcançados demonstram que os pescadores e pescadoras artesanais possuem muitos
    conhecimentos e saberes a respeito das práticas de pesca e práticas alimentares. Apresentam o
    pano de filó como o apetrecho adequado para a realização de uma pesca bem-sucedida, bem como
    conhecimentos de marés, uma vez que, identificam a vazante e as noites escuras como adequadas
    à sua prática. Mesmo com as mudanças de hábitos, principalmente entre as novas gerações, as
    práticas tradicionais de alimentação permanecem entre muitas famílias, o que destaca a identidade
    cultural dessas pessoas, ou seja, o cozinhar no fogão a lenha, e o ato de comer com as mãos, são
    exemplos de práticas que persiste até os dias atuais. Todos esses conhecimentos e saberes são
    obtidos cotidianamente, principalmente por meio da relação que possuem com a natureza. Essas
    são características passadas de geração a geração, e adaptadas de acordo com as necessidades dos
    pescadores diante sociedade. A pesca artesanal, os conhecimentos, saberes e práticas alimentares
    relacionadas a esta atividade são de muita importância tanto para as famílias que dependem da
    pesca, quanto para a comunidade geral, devido a geração de renda e acessibilidade dos alimentos.


  • OMAR MACHADO DE VASCONCELOS
  • A EXPANSÃO ESPACIAL DOS AÇAIZAIS NATIVOS NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO

  • Data: 04/05/2023
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  • O fruto de açaí, é hoje, um dos alimentos mais procurados no mercado de produtos de
    natureza vegetal produzido em áreas de várzeas no estuário amazônico, essa demanda por
    uma produção cada vez maior, tem promovido a expansão espacial dos açaizais nas regiões de
    várzea que o produz, com destaque para o Baixo Tocantins - PA, justamente por ser este,
    atualmente, o maior produtor nacional deste fruto. Neste senário, foi feito o recorte espacial
    do município de Limoeiro do Ajuru, cujos batedores de açaí da zona urbana, dez no total,
    participaram da fase inicial da pesquisa, Artigo I, na qual foram realizadas entrevistas não
    diretivas para a coleta de informações sobre as suas realidades de trabalho bem como sobre a
    origem da sua matéria prima, objetivando identificar as principais áreas não alagáveis
    produtoras de açaí deste município. Em um segundo momento da pesquisa, Artigo II, foram
    abordados os efeitos da dinâmica expansionista do açaí de várzea sobre as práticas de cultivo
    mediante o tipo de área utilizada, bem como o seu processo histórico, com o objetivo de
    compreender melhor o ocorrido nos últimos vinte anos de atividades com o açaí de várzea,
    para isso, foram mobilizados como métodos de pesquisa 40 questionários e 08 entrevistas
    históricas com produtores ribeirinhos, além de entrevistas com entidades públicas locais como
    EMATER, INCRA, Secretaria Municipal de Agricultura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais
    e Colônia de Pescadores, realizando-se ao final, uma tipologia das práticas de cultivos e
    análise de produção de fruto. No terceiro e último momento da pesquisa, Artigo III, foi
    analisado o processo de expansão espacial propriamente dito, tentando responder: como,
    quando e por que ocorre, e também, como se dá os efeitos dessa expansão sobre o sistema de
    produção ribeirinho, para isso, foram usados como métodos de pesquisa 40 questionários
    aplicados a agricultores familiares ribeirinhos, 08 entrevistas históricas e visitas específicas a
    lotes para acompanhamento das atividades desenvolvidas nos açaizais. Ao final, concluiu-se
    que, no Artigo I, foi possível identificar algumas das principais áreas produtoras de açaí do
    município, suas localizações e condições físicas, alagáveis e não alagáveis, bem como sua
    importância no que diz respeito ao fornecimento de frutos para o comércio local, e ainda,
    enfatizou a importância da atividade de batedor de açaí como trabalho essencialmente
    familiar. No Artigo II, foram identificadas três tipologias de manejos, sendo elas, o Manejo
    Consuetudinário, o Manejo Tecnológico e o Manejo Híbrido, bem como as suas variações de
    produção e de práticas de acordo com o tipo de áreas de cultivo, alagáveis e não alagáveis,
    ressaltando, a importância da produção das áreas não alagáveis em períodos específicos da
    entressafra. No Artigo III, foi possível identificar que o processo de expansão espacial dos

    açaizais de várzea ocorre, inicialmente, nos menores lotes, entre 15 ha e 20 ha, de lotes
    marginais a grandes rios para lotes marginais a pequenos rios ou igarapés, gerando alterações
    no sistema de produção ribeirinho cujo mesmo tem demonstrado um desequilíbrio na
    produção vegetal entre as cultura que normalmente sempre foram produzidas (milho, arroz,
    cacau e açaí); no que diz respeito à produção animal, houve um aumento significativo da
    maioria das espécies que compõem este sistema de produção (peixe, pato e frango),
    significando, dessa forma, uma inversão entre a produção vegetal e a produção animal do
    sistema de produção como um todo.


  • LEONALDO DE CARVALHO BRANDAO
  • ENTRE A OLARIA E O AÇAIZAL: transformações nas relações sociais de trabalho sob perspectiva de gênero, no Quilombo de Médio Itacuruçá, Abaetetuba-PA, Brasil”

  • Orientador : NOEMI SAKIARA MIYASAKA PORRO
  • Data: 01/03/2023
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  • ENTRE A OLARIA E O AÇAIZAL: transformações nas relações sociais de trabalho sob perspectiva de gênero, no Quilombo de Médio Itacuruçá, Abaetetuba-PA, Brasil”

  • EDUARDO JUSTINO SANTANA
  • “Eu não me baixo, eu não entrego os pontos, eu saio, eu vou à luta”: processos de emancipação de mulheres rurais da cooperativa D’Irituia, Pará

  • Data: 27/02/2023
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  • Na sociedade em que vivemos, as mulheres estão sob opressão regulamentada e
    normalizada pelas relações de poder que a construção de gênero possibilita. O trabalho das
    mulheres rurais também, vêm sendo invisibilizado quando comparado ao trabalho dos
    homens, as mulheres do campo têm os quintais como um dos principais agroecossistemas de
    produção. Local onde elas são as principais protagonistas da implantação ao manejo, esses
    agroecossistemas são importantes tanto para a renda quanto para a segurança alimentar das
    famílias – no entanto, assim como o trabalho das mulheres, são espaços inviabilizados.
    Trabalhos desenvolvidos pelos sujeitos que constroem a agroecologia têm proporcionado
    mudanças nesse pensar sobre os quintais e o trabalho das mulheres. Assim como as mulheres
    vêm se organizando em coletivos (cooperativismo) para reforçar e fazer o seu trabalho ser
    valorizado. Criando assim, espaços de emancipação. Com base nessas informações,
    objetivou-se com este trabalho compreender como as mulheres agricultoras da cooperativa
    D’Irituia criam ferramentas de emancipação a partir dos quintais agroflorestais e do
    cooperativismo. Partimos de um estudo de caso, estruturado a partir de observações diretas,
    entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental para buscarmos subsídio para responder o
    objetivo proposto. Trabalhamos com doze (12) mulheres que são cooperadas da cooperativa
    D’Irituia, localizada em Irituia, Pará, Amazônia. No primeiro capítulo intitulado:
    Depois que
    faz parte da cooperativa, você não para mais de estudar”: um olhar sobre as mulheres da
    cooperativa D’Irituia, apresentamos as mulheres da cooperativa e suas relações políticas e
    comerciais na cooperativa; conhecemos a idade e escolaridade das mulheres; fonte de renda;
    situação fundiária, acesso a crédito e assistência técnica. Concluímos que os quintais, assim
    como o cooperativismo são importantes para a geração de renda para as mulheres e, em
    Irituia, os quintais são tidos como importantes agroecossitemas e as mulheres trabalham nos
    quintais juntamente com os familiares. No capítulo II, trabalhamos com o título: “Eu não me
    baixo, eu não entrego os pontos, eu saio, eu vou à luta”: emancipação das mulheres da
    cooperativa d’irituia. Observamos que os quintais são espaços importantes de formação
    política para as mulheres, os quintais também, colabara para a formação da cooperativa. Essa
    insere as mulheres nos movimentos socias naicionais. Dessa forma, tanto os quintais, a
    cooperativa e os movimentos sociais são espaços importantes para a emancipação das
    mulheres, por mais que exista muitas contradições nesse processo. Há constantes imposições
    do mercado capitalista, que impõe as relações de cooperativismo de mercado.


  • HILTON LUCAS GONCALVES DURAO
  • ENTRE RETIROS E ROÇAS: A DINÂMICA DA AGROBIODIVERSIDADE EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA NA AMAZÔNIA TOCANTINA, PARÁ

  • Data: 30/01/2023
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  • As comunidades quilombolas desenvolvem atividades produtivas que são cruciais para a
    garantia dos modos de vida, da soberania alimentar e fortalecimento da identidade cultural.
    Dessa maneira, o presente trabalho investiga como se configura a agrobiodiversidade nos
    sistemas agrícolas da comunidade quilombola de Porto Alegre, município de Cametá, Pará,
    compreendendo sua correlação com os saberes locais mais expressivos e seu papel nas
    estratégias econômicas. Metodologicamente, a pesquisa contou com o método da observação
    participante que esteve diretamente relacionado ao pertencimento do autor com referida
    comunidade. Em seguida foram aplicadas vinte e cinco entrevistas semiestruturadas durante o
    segundo semestre de 2021, junto aos agricultores quilombolas, os quais foram selecionados a
    partir da técnica
    snowball, com isso, as perguntas versavam sobre aspectos socioeconômicos,
    produtivos e culturais da comunidade. Os dados obtidos foram analisados mediante a
    interpretação das entrevistas, das anotações, gravações, fotografias e percepções em campo, e
    as informações foram sistematizadas e organizadas por meio do programa Microsoft Office
    Excel® (2010). Como resultado da investigação foi possível constatar que a configuração da
    agrobiobiodiversidade dos sistemas produtivos está fortemente atrelada aos aspectos
    socioculturais e às estratégias econômicas e alimentares. Dentre os espaços produtivos mais
    significativos destacam-se as roças de derruba e queima que contam com 27 etnovariedades de
    mandioca, os quintais agroflorestais que possuem mais de 60 espécies vegetais manejadas, e os
    espaços denominados de retiros, no qual identificou-se a expressividade dos cultivos de açaí e
    pimenta-do-reino. Desse modo, pode-se concluir que as práticas produtivas tradicionais estão
    diretamente relacionadas à cultura quilombola local, que são desenvolvidas em função da
    agrobiodiversidade, expressas pelo cotidiano que promove relações de reciprocidade e
    diferentes lógicas familiares. Tornando-se evidente a emergência de ações que promovam o
    fortalecimento e proteção dos conhecimentos tradicionais associados aos recursos genéticos
    detidos pelos agricultores quilombolas de Porto Alegre.


2022
Descrição
  • GENILSON DE SOUSA SANTOS
  • Escola indígena Karaí Guaxu: a luta e os desafios do povo Guarani-Mbyá, da Terra Indígena Nova Jacundá, por uma Educação Escolar Indígena

  • Data: 20/12/2022
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  • Esta pesquisa está referida ao tema da educação escolar indígena e aborda o caso do povo
    Guarani-mbyá, da terra indígena Nova Jacundá, município de Jacundá, estado do Pará.
    Descreve o processo de ocupação do território, organização, luta pelo reconhecimento e
    reivindicação de educação escolar, além de apresentar os desafios, no contexto de um território
    etnoeducional, para a implantação de uma educação condizente com as demandas do povo
    Guarani, qual seja, diferenciada e pautada nos princípios da Educação Escola Indígena. A
    pesquisa buscou analisar a implementação da política nacional dos Territórios
    Etnoeducacionais (TEE) por meio da incorporação do sistema agrícola Guarani-Mbyá na matriz
    curricular da Escola Indígena Karaí Guaxu. Para tanto, foi realizada pesquisa de campo com
    observação direta, realização de entrevistas, além de pesquisa bibliográfica e coleta de material
    de fontes secundárias. No estudo foram analisados os documentos: Projeto Político Pedagógico
    (PPP) e projeto e relatórios do processo de construção da Matriz Curricular da Escola Indígena
    Karaí Guaxu, localizada na Terra Indígena. Por meio da análise e de reflexões acerca do PPP e
    da matriz curricular Guarani, pude perceber que o povo Guarani tem avançado muito com
    relação à afirmação de uma Educação Escolar Indígena, apesar disso, também se pode concluir
    que os desafios são muito grandes nesse processo ainda em construção. Os resultados
    evidenciam que um dos grandes problemas refere-se à dificuldade de se colocar em prática tudo
    que vem sendo construído e o que já consta nos dois documentos, o PPP, já finalizado, e o
    documento curricular ainda por ser finalizado. As falas dos entrevistados, principalmente dos
    professores, apontam a necessidade de se levar em consideração no processo de escolarização
    tudo que foi inserido nos dois documentos, assim os alunos terão uma educação condizente com
    a vivência e história Guarani. O estudo mostrou também vários elementos dos sistemas
    agrícolas Guarani-Mbyá inseridos tanto no PPP da Escola Karaí Guaxu quanto nos relatórios
    de construção da matriz curricular Guarani e ainda que o Sistema Modular de Ensino (SOME),
    ofertado para os alunos do ensino fundamental maior, não contempla as necessidades e
    especificidades dos moradores de Nova Jacundá, uma vez que gostariam que os professores
    fossem todos da comunidade, no momento em que houver profissionais formados na própria
    terra indígena. Demandam também que o ensino funcione de forma regular.


  • ADRIELLY ALBUQUERQUE DA SILVA
  • “O VIVER BEM E O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO NA RESEX TAPAJÓS-ARAPIUNS: frente às mudanças socioambientais ocorridas no Baixo Amazonas”

  • Data: 06/12/2022
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  • Esta é uma pesquisa interdisciplinar, que visa dialogar entre áreas do conhecimento, para
    que assim possamos compreender as relações estabelecidas entre os povos da floresta
    com a Natureza. Visto que o objetivo central é investigar como os moradores da Resex
    Tapajós-Arapiuns, das comunidades Mentai e Pascoal concebem o viver bem e o
    sentimento de pertencimento. Expondo a problemática das mudanças socioambientais
    ocorridas no Baixo Amazonas, entre os anos 2009 a 2019, que afetam os serviços
    ecossistêmicos e consequentemente as vidas que dependem desses serviços. Utilizou
    métodos mistos, sendo que os procedimentos de coleta foram o
    Global Person Generated
    Index
    (GPGI), é um indicador quantitativo e questionário de perguntas semi-estruturadas
    e abertas. A codificação adotada acerca dos critérios para viver bem, adquirida pelo GPGI
    segue as características de domínios feitas por McKinnon et al. (2016), no qual é
    associado o bem-estar humano com outros indicadores. As análises foram feitas através
    da Estatística Descritiva e Análise de Conteúdo. Foram adotadas literaturas sobre
    conceito de Bem Viver e Bem-estar, para compreender como as pessoas avaliam a sua
    vida, refletindo nas dimensões multidimensional. Desta maneira, observa-se os interesses
    e motivações que mantêm as relações com a floresta. Tudo isso perpassa o entendimento
    de percepção entre os interlocutores, referentes à dimensão afetiva e de valores
    relacionais. O domínio – cultura e espiritualidade – é um dos critérios mais mencionados
    para vivem bem, e são reforçados nas percepções do sentimento de pertencimento.
    Referente as mudanças, os interlocutores avaliam uma redução da biodiversidade e é
    percebido a ocorrência da degradação ambiental, consequentemente a diminuição dos
    benefícios promovidos pelos serviços ecossistêmicos. Por fim, indica-se a continuidade
    dessa pesquisa para compreender se houveram mudanças nas percepções diante da crise
    sanitária e ambiental, ocorrida nos últimos três anos, no governo Bolsonaro.


  • DANILLO VAZ COSTA
  • PRÁTICAS E ACORDOS DE USO E MANEJO NO EXTRATIVISMO DO BABAÇU EM ASSENTAMENTOS DO MÉDIO MEARIM, MARANHÃO”

  • Data: 04/10/2022
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  • A luta pelo acesso aos babaçuais pelas quebradeiras de coco babaçu em Lago do Junco e Lago
    dos Rodrigues, no Médio Mearim, estado do Maranhão, resultou na construção de mecanismos
    para assegurar a manutenção da atividade extrativa, dentre os quais se destacam as práticas e
    acordos de uso do babaçu, respeitando as necessidades e realidades de cada comunidade. A
    partir deste cenário, o trabalho buscou inicialmente compreender fatores que influenciam a
    construção coletiva desses acordos e práticas de acesso, uso e manejo do babaçu, assim como
    analisou os principais elementos que compõem um plano de manejo para conservação do
    babaçu, atualmente em construção pela Cooperativa de Pequenos Produtores Agroextrativistas
    de Lago do Junco (Coppalj). Além disso, identificou como a organização das mulheres
    quebradeiras de coco afeta as práticas e acordos para acesso, uso e gestão do babaçu na
    construção do território. O estudo integrou método qualitativo por meio de entrevistas
    interativas durante pesquisa de campo, com a análise de dados quantitativos derivados de
    questionários estruturados. Foram entrevistadas extrativistas de nove comunidades, separadas
    em dois núcleos da Coppalj, e conduzidas reuniões e entrevistas semiestruturadas com
    informantes chave e agentes mediadores da construção do plano de manejo. A pesquisa
    demonstrou elementos importantes na caracterização das práticas extrativistas, com destaque
    para o efeito da situação fundiária e de relações de parentesco no efetivo acesso às áreas.
    Percebeu-se que a rotina de coleta das quebradeiras de coco também varia de acordo com
    classes de idade e volume produzido de amêndoas. Evidenciou-se a preferência para coleta em
    áreas de pastagens em fazendas. Em virtude disso, a legitimação dos acordos de uso e manejo
    entre quebradeiras de coco e fazendeiros é crítica no Médio Mearim. Ainda que existam
    conflitos relacionados ao acesso, o trabalho constatou que o acesso aos babaçuais é
    predominantemente livre, sendo respeitada a Lei do Babaçu Livre, decorrente da organização
    social das quebradeiras de coco e trabalhadores rurais. A pesquisa demonstrou que o pioneiro
    plano de manejo para o babaçu representa um importante esforço de construção participativa
    de um documento que busque alinhar e certificar que acordos e boas práticas sejam respeitados
    no contexto local. O estudo discutiu diferenças e similaridades entre o plano de manejo para o
    babaçu, com outras modalidades de plano de manejo. Por fim, a dissertação evidencia a conexão
    entre estudos de gênero e campesinato a partir da realidade do trabalho das quebradeiras de
    coco babaçu, assim como discute desdobramentos na aplicação da Lei do Babaçu Livre no
    território, a territorialidade da mulher quebradeira de coco e sua luta pela valorização da coleta
    e quebra do babaçu.


  • LARISSA LOURENÇO DE OLIVEIRA
  • Pronaf no Estado do Pará: Análise espacial e ambiental nos últimos 20 anos

  • Data: 06/09/2022
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  • O programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar (PRONAF), foi criado em
    1996, como meio de fomento para o setor da agricultura que até então não recebia atenção
    devida por parte do governo brasileiro. Após lutas dos movimentos sociais, estudos
    acadêmicos e movimentos internacionais, a política pública foi implementada e aprimorada ao
    longo dos anos. Nesse contexto, a pesquisa aborda como essa política pública se portou no
    Estado do Pará, ao longo dos últimos 20 anos. O objetivo geral foi analisar a relação entre a
    concessão de crédito rural ao longo dos anos e a degradação ambiental nas regiões
    consideradas de fronteira, no Estado, como o Sudeste e Sudoeste Paraense. O embasamento
    teórico teve abordagens relacionadas com a implementação e funcionamento do Pronaf no
    Brasil, a utilização de políticas públicas no espaço agrário brasileiro e os ciclos de
    desenvolvimento aplicados à região Amazônica. A pesquisa utilizou-se de pesquisa
    quantitativa, por meio da análise dos dados disponibilizados pelo Banco Central do Brasil
    (BACEN), e por meio da consulta aos dados de focos de calor, disponibilizados pelo Instituto
    Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Verificou-se que a região sudeste do Pará foi a que
    mais recebeu valores destinados ao Pronaf, independente da categoria financiada (agricultura
    ou pecuária). Verificou-se ainda que, o aumento do número de focos de calor, pode estar
    relacionado com o aumento do número de contratos destinado à pecuária nas regiões do
    Sudeste e Sudoeste Paraense, devendo atentar-se para outras variáveis que podem impactar
    nos focos de calor.


  • ELLEM SUANE FERREIRA ALVES
  • Agrobiodiversidade, conhecimentos e práticas tradicionais sobre plantas alimentícias de uma comunidade quilombola no nordeste paraense

  • Data: 09/08/2022
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  • Agrobiodiversidade, conhecimentos e práticas tradicionais sobre plantas alimentícias de uma comunidade quilombola no nordeste paraense

  • LIVIA SILVA SANTOS
  • “DESCASCANDO” O ABACAXI: DESAFIOS DE GESTÃO COLETVA E DE SUSTENTABILIDADE SOCIOPRODUTIVA DA RESEX MARINHA DE SÃO JOÃO DA PONTA- PA

  • Data: 13/07/2022
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  • As Reservas Extrativistas (RESEX) são unidade conservação de uso sustentável de
    território de uso comum que tem por objetivo garantir a conservação dos recursos naturais e a
    reprodução dos meios de vida e cultura dos povos tradicionais, para que isso ocorra, é
    necessária a existência de uma gestão compartilhada entre o poder público e representantes de
    povos tradicionais com princípios participativos. Como representantes dos povos tradicionais
    são criadas as associações de usuários, pois a gestão da RESEX gera uma implicação nas
    estratégias socioprodutivas das famílias, por isso, é necessário que antes de quaisquer
    decisões sob esses territórios os extrativistas sejam consultados para saber se eles concordam
    ou não a mudança que venha acontecer. Desta forma, a presente pesquisa tentará responder ao
    seguinte questionamento:
    Quais as relações entre a gestão da RESEX de São João da Ponta e
    as estratégias socioprodutiva das famílias?
    Neste sentido, a pesquisa tem como objetivo,
    estudar as relações entre a gestão coletiva e as estratégias de reprodução das famílias
    extrativistas na RESEX São João da Ponta, tendo em vista a garantia de conservação dos
    recursos e a manutenção dos modos de vida da população local. Nessa conformação,
    instrumentos como os indicadores de sustentabilidade são ferramentas importantes para
    contribuir no processo de avaliação. As famílias desenvolvem atividades de forma
    individualizada em que cada comunidade dependendo do acesso ao ecossistema e estradas,
    priorizam diferentes atividades produtivas. A falta de gestão coletiva na RESEX, vem fazendo
    com que as famílias se reproduzam na área da RESEX de forma individualizada.


  • THIAGO LUAN BESSA MARTINS
  • DO “PLANTA E ARRANCA” À “ARRISCADA DO DENDÊ”: Condutas econômicas camponesas de adesão à agroindústria do dendê

  • Orientador : SONIA MARIA SIMOES BARBOSA MAGALHAES SANTOS
  • Data: 30/06/2022
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  • DO “PLANTA E ARRANCA” À “ARRISCADA DO DENDÊ”: Condutas econômicas camponesas de adesão à agroindústria do dendê

  • EBERTON DA COSTA MOREIRA
  • Para onde foram os camponeses? As reconfigurações nas estratégias de reprodução social após a venda dos estabelecimentos no contexto de expansão da dendeicultura na Amazônia paraense

  • Data: 14/06/2022
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  • Para onde foram os camponeses? As reconfigurações nas estratégias de reprodução social após a venda dos estabelecimentos no contexto de expansão da dendeicultura na Amazônia paraense

  • THYANE ALYNE SILVA FERREIRA
  • Integração ao dendê e inclusão social em Irituia-PA: análises e diagnóstico

  • Orientador : MAURICIO GONSALVES TORRES
  • Data: 07/03/2022
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  • Integração ao dendê e inclusão social em Irituia-PA: análises e diagnóstico

  • DÉBORAH ARAÚJO SILVA
  • POLÍTICAS PÚBLICAS NO COTIDIANO DE PESCADORAS E PESCADORES ARTESANAIS NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 28/01/2022
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  • O objetivo geral dessa pesquisa foi analisar a incidência de políticas públicas no cotidiano de
    pescadores artesanais no Estado do Pará. Para isso, definimos os seguintes objetivos
    específicos: i) verificar como a pesca artesanal aparece na literatura científica nacional e como
    os temas políticas públicas e mulheres pescadoras são tratados; ii) analisar a percepção de
    pescadores e não pescadores sobre atores que incidem no cotidiano de comunidades
    tradicionais e; iii) contribuir para o fortalecimento dos estudos sobre o tema Mulher Pescadora
    através da narrativa de história de vida e o cotidiano. Utilizou-se de abordagem qualitativa.
    Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados, foi realizado levantamento bibliográfico
    sobre o tema proposto desta pesquisa; utilização de formulário
    online para coleta de dados e
    entrevistas. Para cada objetivo específico, utilizamos um procedimento metodológico
    principal para a coleta de dados, mas não excluindo os demais haja visto que a teoria deve
    embasar os dados levantados em pesquisas. Percebeu-se que o antigo bolsa família,
    classificado como política pública de redistribuição de renda, teve forte incidência no dia a dia
    da mulher pescadora. Foi possível identificar também que o seguro-defeso está presente no
    cotidiano de comunidades tradicionais paraense e muitos pescadores se beneficiam dessa
    política.


  • MANOEL FAGNO AVIZ
  • Saberes e práticas tradicionais sobre os recursos faunísticos e cultura alimentar na comunidade quilombola do Jacarequara, município de Santa Luzia do Pará, Amazônia Oriental” 

  • Data: 27/01/2022
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  • Saberes e práticas tradicionais sobre os recursos faunísticos e cultura alimentar na comunidade quilombola do Jacarequara, município de Santa Luzia do Pará, Amazônia Oriental” 

  • EDER VICTOR OEIRAS LEITE
  • Direito do “mangal” e direito do gabinete: experiências nas Reservas Extrativistas Marinhas do Nordeste Paraense”

  • Data: 25/01/2022
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  • As Reservas Extrativistas (RESEX) são instrumento de política pública no Brasil com
    sua gênese em lutas populares por justiça socioambiental. Quando criadas em
    ecossistemas costeiro-marinhos, as RESEX recebem o nome de Reservas Extrativistas
    Marinhas (REM). Constituem legalmente áreas de uso por comunidades tradicionais e
    têm entre os objetivos a proteção de seus modos de vida e cultura, garantindo
    sustentabilidade a sociobiodiversidade. Como em outras RESEX, nas REM da região
    costeira do Pará (Nordeste Paraense), espaço de recorte empírico do presente trabalho,
    os modos de vida das comunidades tradicionais se relacionam ao manejo e manutenção
    da sociobiodiversidade no território, de onde se formam normas de Direito
    consuetudinário. A partir das peculiaridades das comunidades tradicionais do Nordeste
    Paraense, a concepção de território é substituída pela compreensão de
    maretório. Neste
    contexto, práticas tradicionais de manejo da sociobiodiversidade, por vezes, colidem
    com novas práticas de manejo que passam a ser exercidas em áreas de uso comum,
    ensejando conflitos de natureza socioambiental. Com essa constatação, o objetivo da
    pesquisa consistiu em investigar as principais razões que contribuíram na formação de
    conflitos socioambientais entre práticas tradicionais de manejo e novas práticas
    exercidas no manejo da sociobiodiversidade nas REM do Nordeste Paraense, que
    formam um conjunto de RESEX com características históricas e socioambientais
    semelhantes, com destaque para o ecossistema manguezal ou
    mangal. No contexto de
    pandemia de Covid-19, realizei a pesquisa por meio da técnica documental pela análise
    de processos administrativos referentes às REM, nos quais estão registrados dados
    quantitativos e qualitativos não tratados, especialmente informações fornecidas por
    atores sociais das comunidades. Apoiei-me nas bases do Direito, por meio da teoria do
    Direito consuetudinário dos pobres, de Karl Marx, e da teoria da posse agroecológica,
    de José Heder Benatti; e nas bases da Sociologia, por meio da teoria crítica do conflito
    social. A Ecologia Política, que estuda os conflitos socioambientais, atuou como campo
    de convergência entre as bases teóricas que contemplam entre si a tríade
    conflito,
    Direito e justiça. A pesquisa resultou na escrita de dois artigos científicos. No primeiro
    artigo, busquei identificar as principais razões que levaram a criação das REM e, neste
    contexto, evidências de normas de Direito costumeiro. Além das teorias do Direito,
    apliquei a Sociologia da capacidade crítica de Luc Boltanski e Laurent Thévenot. O
    conflito relacionado a pressão sobre a pesca artesanal constitui uma motivação comum
    da luta por justiça socioambiental que levou a criação das REM, além de outras causas
    específicas. No segundo artigo, busquei identificar conflitos entre o direito costumeiro
    forjado a partir de práticas tradicionais de manejo e práticas de manejo que passam a
    integrar o maretório, mas, em regra, abominadas pelas comunidades tradicionais. Além
    disso, a partir de um caso concreto, apresentei estratégias das comunidades e
    possibilidades técnico-jurídicas quanto ao reconhecimento, pelo Estado, de práticas
    tradicionais de manejo exercidas pelas comunidades, que passaram a ser proibidas por
    normas de gestão produzidas pelo Estado sem considerar o contexto local. Para isso,
    quanto à base teórica do conflito, utilizei a teoria crítica do reconhecimento de Axel
    Honneth, que contribuiu na formulação dos conceitos “Direito do mangal” e “Direito do
    gabinete”. Pude identificar algumas práticas de manejo entendidas como predatórias
    pelas comunidades, mas exercidas frequentemente sob interesses mercadológicos, além
    de divergências quanto a determinadas normas formalizadas pelo Estado. Como
    estratégias de reconhecimento de práticas tradicionais de manejo, verifiquei a luta por
    questões de justiça socioambiental, que incluíram parcerias com organizações de 
    interesses semelhantes quanto a sustentabilidade e o aproveitamento de canais de acesso
    para o reconhecimento e recuperação de direitos.


  • LUCAS GABRIEL DA SILVA MORAES
  • O Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais no Nordeste paraense: as motivações dos participantes em Tomé-Açu”

  • Data: 25/01/2022
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  • O Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais no Nordeste paraense: as motivações dos participantes em Tomé-Açu”

  • TAYARA SILVA COSTA
  • O IMPACTO DA COVID-19 NA COMERCIALIZAÇÃO E NO CONSUMO DE ANIMAIS SILVESTRES: um estudo sobre Segurança Alimentar e Nutricional em tempo de pandemia no município de Abaetetuba/PA” 

  • Data: 25/01/2022
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  • O IMPACTO DA COVID-19 NA COMERCIALIZAÇÃO E NO CONSUMO DE ANIMAIS SILVESTRES: um estudo sobre Segurança Alimentar e Nutricional em tempo de pandemia no município de Abaetetuba/PA” 

  • MANOEL RODRIGUES SILVA POTIGUAR
  • Entre Organização Social e Normativas: Acordos de pesca para gestão de recursos de uso comum do rio Canaticu no município de Curralinho, Marajó, PA

  • Data: 24/01/2022
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  • A pesca artesanal é uma das atividades mais antigas dos povos tradicionais da Amazônia, sendo
    até hoje um componente importante de subsistência e fonte de renda, além da significância na
    construção de valores culturais e modos de vida. Porém, a partir da segunda metade do século
    XX os modelos de exploração dos recursos pesqueiros sofreram grande influência da lógica
    capitalista, do princípio da “eficiência” da exploração impulsionado pela pesca industrial. Esta
    pressão econômica afetou diretamente a pesca artesanal e os estoques de recursos pesqueiros.
    Com a emergência dos movimentos sociais ambientais na Amazônia a partir dos anos 1980s,
    sistemas inovadores de cogestão de recursos pesqueiros começaram a ser experimentados na
    região, envolvendo tomada de decisões através de processos colaborativos e participativos entre
    organizações do movimento social dos pescadores, agências governamentais e outros atores de
    pesquisa e apoio – os chamados acordos de pesca. Este trabalho analisa o acordo de pescado
    rio Canaticu, em Curralinho, na Ilha do Marajó/PA, refletindo sobre os arranjos estabelecidos
    entre a rede de atores envolvidos para a definição das normas locais para regular a gestão de
    recursos de uso comum, e analisando se esse esforço coletivo no Canaticu, que envolveu mais
    de 1.500 famílias em 23 afluentes do rio, reconhecido pelo Estado, logrou êxito, ou seja, se
    esses acordos de fato se institucionalizaram junto aos usuários. Para tal, o presente trabalho
    utilizou os oito princípios de design de Elinor Ostrom como parâmetro para analisar o sucesso
    ou não desses acordos. Foram realizadas análises documental, em mais de 100 documentos do
    Projeto Marajó Viva Pesca, do Instituto Peabiru, e temática, por meio de entrevistas de 16
    membros do Núcleo Gestor dos acordos de pesca do Canaticu. O que se percebe é que a
    desassistência do Estado, em cumprir sua parte no processo de cogestão, condição para os
    Acordos de Pesca, e o afastamento do grupo de parceiros (órgãos públicos, do terceiro setor,
    comunitários e de classe), contribuíram para o fraco desempenho que esses acordos tiveram
    enquanto instituições de gestão de recursos de uso comum.


2021
Descrição
  • KARLA REGIANE FERREIRA DA SILVA
  • Regras tradicionais e oficiais no uso de recursos pesqueiros na Vila Mota, Reserva Extrativista Marinha de Maracanã, Pará”

  • Data: 17/12/2021
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  • Regras tradicionais e oficiais no uso de recursos pesqueiros na Vila Mota, Reserva Extrativista Marinha de Maracanã, Pará”

  • JEAN MICHEL DA SILVA GUALDEZ
  • A feira e o campo: impactos da experiência da UFPA em lógicas familiares de produção”

  • Data: 16/12/2021
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  • Esta dissertação teve como objetivo geral analisar o processo de consolidação da Feira da
    Agricultura Familiar da UFPA-Belém e impactos nas lógicas de produção das famílias que dela
    participam. Para além desse foco, apresentam-se reflexões acerca do processo de construção de
    novos mercados adaptados à realidade da agricultura familiar, inseridos na dinâmica dos
    Circuitos Curtos de Comercialização (CCC). A pesquisa tem enfoque na abordagem qualitativa,
    com procedimentos voltados ao estudo de caso. A coleta de dados ocorreu por meio de
    entrevistas, com auxílio de roteiros, realizadas com dez famílias no ambiente da feira e nos
    estabelecimentos familiares em diferentes territórios do estado. De maneira geral, os resultados
    demonstram que a feira foi instituída a partir da demanda dos agricultores familiares que não
    participam das chamadas públicas destinadas às compras institucionais e o processo de inclusão
    no projeto ocorre de forma desordenada. As famílias são oriundas de quatorze municípios do
    Nordeste paraense e região metropolitana de Belém, e são representadas, na maioria, por
    mulheres que desempenham um importante papel na feira. Inseridas em diferentes organizações
    sociais, as famílias criam vínculos, estabelecem parcerias com a universidade e captam
    benefícios destinados ao desenvolvimento das atividades no campo. A feira da UFPA é
    interpretada, por algumas famílias, como uma oportunidade comercial, criação de vínculos
    institucionais, troca de saberes e conhecimentos entre os participantes, assim como um
    ambiente para atribuir visibilidade aos alimentos e produtos agroecológicos. A partir da
    caracterização dos agroecossistemas, constatou-se que a feira da UFPA tem impactado nas
    lógicas produtivas familiares de diferentes formas, em alguns casos ocorre o processo de
    ampliação e diversificação dos arranjos produtivos impulsionados pela intensificação das
    vendas e a demanda por novos produtos, em outros a feira causou um efeito de baixo impacto
    na lógica socioprodutiva das famílias.


  • RENATO DOS PRAZERES RODRIGUES
  • “Tem coisa melhor que vender açaí?”: os passos e percalços na expansão dos açaizais na várzea do Baixo Tocantins

  • Data: 08/09/2021
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  • Essa dissertação apresenta como objetivo geral analisar a relação entre as estratégias de
    comercialização de açaí desenvolvidas por camponeses-ribeirinhos da Ilha Guajará de Baixo,
    Cametá (PA) e a transformação de suas Unidades de Produção, com especial atenção à sua
    sustentabilidade. Os três objetivos específicos dessa dissertação ganharam estrutura de artigos
    científicos. Para o alcance desses objetivos, para além de pesquisas bibliográficas, realizou-se,
    entre os meses de agosto a dezembro de 2020, entrevistas semiestruturadas direcionadas a 21
    atores sociais envolvidos na produção e comercialização do açaí em Guajará de Baixo. Dentre
    os entrevistados estiveram camponeses-ribeirinhos, intermediários do processo de
    comercialização e representantes de duas organizações sociais, uma associação e uma
    cooperativa, ambas com iniciativas desenvolvidas na Ilha. De modo mais específico, o primeiro
    artigo identificou as principais atividades e produções agroextrativistas dos camponesesribeirinhos, de modo a caracterizar suas Unidades de Produção Familiar-UPF. O segundo artigo
    analisou as possíveis correlações entre as transformações nas formas de manejo praticadas por
    camponeses-ribeirinhos da Ilha de Guajará de Baixo e a valorização econômica do açaí no
    Estado. O terceiro e último artigo verificou dissonâncias e consonâncias entre discursos e
    práticas referentes à sustentabilidade socioambiental, desenvolvidos por lideranças de
    organizações sociais, bem como camponeses-ribeirinhos, envolvidos na comercialização do
    açaí da Ilha Guajará de Baixo, em Cametá-PA. De modo geral, os resultados da dissertação
    indicam uma influência significativa dos mercados acessados pelos camponeses-ribeirinhos na
    diversificação e sustentabilidade das UPF. Quanto mais se aproxima do tipo camponês de
    agricultura, e maior é seu vínculo com mercados de cadeias curta para a comercialização do
    açaí, igualmente maior é a diversificação produtiva das UPF dos camponeses-ribeirinhos e
    melhor é o autogerenciamento de sua base de recursos. De forma inversa, quanto mais se
    aproxima de um tipo empresarial de agricultura, menor autonomia no acesso a mercados e
    menor diversificação produtiva da UPF do camponês-ribeirinho. E, nesse caso em especial, tal
    relação ganha ainda significativa complexidade quando permeada por incoerências discursivas
    acerca da sustentabilidade externalizada como pretendida pelos atores sociais.


  • TASSELI FIGUEIREDO DOS SANTOS
  • Agrobiodiversidade e as relações de trocas entre agricultores familiares que possuem sistemas agroflorestais na região de Itabocal, Irituia (PA)

  • Data: 30/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa trata dos processos de trocas de saberes locais, mudas e
    sementes entre agricultores familiares e as influências desses processos sobre o
    avanço dos SAFs e da agrobiodiversidade local. Como objetivo geral, a pesquisa
    busca a
    nalisar as dinâmicas das trocas de saberes locais, mudas e sementes entre
    os agricultores que possuem SAF na região de Itabocal (Irituia-PA) e as influências
    sobre a agrobiodiversidade local. A coleta de dados se deu a partir de pesquisa em
    campo, em que foi realizado um estudo exploratório da área e visitas a agricultores
    familiares com aplicação de entrevistas semi-estruturadas e/ou questionário semiaberto acompanhado da turnê guiada. Em seguida, também foi apresentado um
    croqui da área de estudo para os agricultores visando indicar as relações de trocas.
    Os resultados da pesquisa estão descritos em três tópicos: o primeiro trata dos SAFs
    e as dinâmicas das trocas de mudas e/ou sementes, descrevendo o processo do
    avanço dos SAFs na região e o papel da cooperativa D’Irituia; em relação às trocas
    de mudas e/ou semente, revelamos que existe um fluxo intenso desses materiais
    entre os agricultores e também fora da região em nível municipal, que ocorrem em
    momento de idas a feiras de agricultores, visitas aos vizinhos ou familiares e outros
    momentos de encontros ou reuniões de agricultores cooperados e outros. O
    segundo tópico trata do saber local, as trocas e os diálogos com o saber técnicocientífico, revelando que o saber local é formado pelo acúmulo de experiências
    culturais, ou seja, com anos de trabalho e aprendizagem com os sujeitos mais
    antigos aliado com saber técnico-científico repassado pelas instituições. Portanto a
    troca de saberes ocorre tanto entre os agricultores como entre os técnicos ou
    pesquisadores por meio da oralidade, sendo importante para compreender a
    solidariedade e reciprocidade como base para melhorar o plantio e a produção. O
    terceiro tópico trata da agrobiodiversidade local a partir da formação dos SAFs,
    revelando uma diversidade de 81 (oitenta e uma) espécies distribuídas em 45
    (quarenta e cinco) famílias botânicas, sendo 59,8% de uso alimentício e 24,4% de
    uso madeireiro. Neste sentido, os processos de trocas de saberes e de mudas e
    sementes estão sendo fundamentais para o avanço dos SAFs na região e têm
    contribuído significativamente na manutenção e manejo da agrobiodiversidade local.


  • ALINE SOUZA NASCIMENTO
  • Ação coletiva e meios de vida: análise das transformações operadas pela Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco (Coppalj) em comunidades do Médio Mearim, MA

  • Data: 26/02/2021
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  • A busca por melhores condições de vida e de comercialização da produção levou ao surgimento
    da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco (Coppalj) que,
    desde o seu surgimento, tem contribuído para a melhoria das condições de reprodução social de
    seus membros, por meio da combinação de uma gama de recursos sociais, econômicos e
    ambientais que os permitem se precaver contra a falta de oportunidades, a pobreza e a
    marginalidade decorrentes das injustiças sociais. Nesta perspectiva, o trabalho busca identificar
    as transformações operadas nos meios de vida locais, derivadas da combinação de estratégias
    adotadas por ela e as percepções de sócios e não sócios acerca da sua atuação, bem como sua
    contribuição para a construção da autogestão, da autonomia camponesa e da diversificação
    produtiva e tecnológica no território. O estudo está embasado em consulta bibliográfica e
    documental, combinada a entrevistas semiestruturadas e interativas em comunidades de atuação
    da Coppalj. Demonstra como, com sua política de valorização da produção agrícola e extrativa, a
    cooperativa colaborou para o surgimento de novas perspectivas e o aumento do acesso das
    famílias à renda. Ressalta ainda as ações empreendidas por camponeses durante os conflitos
    agrários, e que resultaram na criação de organizações que têm desempenhado importante papel na
    garantia dos seus direitos, e a contribuição da Igreja Católica para a organização política
    camponesa no Médio Mearim.


2020
Descrição
  • LETICIA MALCHER CARDOSO
  • “Da Floresta Ao Mar”: Participação e Gestão de Uma Recém-Criada Reserva Extrativista Marinha no Nordeste Paraense.

  • Data: 04/12/2020
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  • “Da Floresta Ao Mar”: Participação e Gestão de Uma Recém-Criada Reserva Extrativista Marinha no Nordeste Paraense.

  • KHETY ELANE HOLANDA DE OLIVEIRA
  • A ação coletiva de agricultores integrados à agroindústria de dendê na Associação dos Moradores e Agricultores Familiares da Região do Igarapé-Açu de Baixo, em IrituiaPará.

  • Data: 17/11/2020
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  • Neste estudo analiso a atuação dos sócios comuns e da diretoria da Associação dos
    Moradores e Agricultores Familiares de Igarapé-Açu de Baixo (Amafib), no município de
    Irituia, Pará, em propostas relativas à ação coletiva junto a seus parceiros, a Central das
    Organizações Sociais Entre os Rios Guamá e Capim (Consergc) e a empresa multinacional
    Archer Daniels Midland Company (ADM) no contexto da integração da agricultura familiar
    à agroindústria de dendê. A metodologia constou de um estudo de caso com abordagens
    qualitativa e quantitativa. Foram realizados: observação direta de reuniões e de atividades de
    trabalho dos sócios; entrevistas não diretivas e semiestruturadas entre agosto de 2019 e
    fevereiro de 2020; e revisão da literatura pertinente, priorizando as categorias ação coletiva,
    associativismo e integração produtiva. Os resultados mostram que as ações da Amafib junto
    a seus parceiros têm sido favoráveis aos integrantes da associação. Na cooperação com a
    Consergc foram alcançadas várias reivindicações como a adequação da pesagem dos frutos
    para a balança digital, a venda de fertilizantes pela própria empresa, o aumento do preço pago
    pelo dendê e a comercialização de ferramentas por meio de compra coletiva. Num cenário de
    negociações entre as partes para o bem comum, a Consergc possui protagonismo na ação
    coletiva e contribuiu para o bom andamento dos projetos.


  • RAQUEL DE JESUS COSTA
  • “Um conhecido estranho”: Transformações no lugar de morada e nas relações de sociabilidade sob influência da
    dendeicultura na vila Forquilha, Tomé-Açu/Pará.


  • Data: 30/10/2020
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  • Esta dissertação trata dos temas transformações no lugar de morada e sociabilidade entre os
    antigos e novos moradores, esses últimos atraídos pela possibilidade de trabalho na
    dendeicultura. Assim, o objetivo geral é analisar as transformações no lugar de morada e as
    relações de sociabilidade sob a condição do afluxo de novos residentes para trabalhar
    assalariados na dendeicultura na vila Forquilha em Tomé-Açu/PA. Trata-se de um estudo de
    caso, por meio de abordagens quantitativa e qualitativa com revisão de literatura e levantamento
    de dados secundários. Entrevistas semiestruturadas e não diretivas foram realizadas com
    moradores da vila Forquilha, sendo 46 com pessoas que residem há mais tempo (“os daqui”) e
    com 51 que chegaram recentemente motivadas pelo assalariamento (“de fora”). Observações
    se deram no campo sobre as pessoas e o lugar, considerando o que ocorria relacionado à forma
    de morar, às relações de sociabilidade, às estruturas físicas e às significações do lugar de
    morada. As principais conclusões mostram que as transformações não foram somente na
    estrutura da vila, mas também nas relações de trabalho e na sociabilidade entre os diferentes
    grupos. Houve expansão em área da vila, aumento populacional e mudanças na infraestrutura e
    organização social. As interações também mudaram devido à vinda de pessoas para trabalhar,
    em sua maioria, homens jovens que migraram mais de uma vez em busca de assalariamento.
    Em decorrência disso, há três tipos de interação social: entre moradores “daqui”; entre
    moradores “de fora” e; entre ambos os moradores. É perceptível uma interação com maior
    fluidez no convívio entre o mesmo tipo de morador, porém, entre um tipo e outro é superficial
    e a sociabilidade torna-se mais difícil pelas diferenças.


  • SUEYLA MALCHER BEZERRA
  • Agrobiodiversidade e conhecimentos locais das plantas alimentícias no quilombo de Deus Ajude, Arquipélago do Marajó – Pará

  • Data: 08/10/2020
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  • Nesta pesquisa, buscamos analisar os conhecimentos tradicionais que constituem a agrobiodiversidade das plantas alimentícias, bem como, são capazes de assegurar a soberania alimentar e a autonomia na produção dos alimentos no quilombo de Deus Ajude, Salvaterra/PA. Para a constituição da pesquisa, utilizamos a abordagem quali- e quantitativa com o auxílio do estudo de caso e dos procedimentos metodológicos de observação participante, entrevistas não diretivas, questionários, listas livres, coleta e identificação de material botânico. A análise dos dados coletados foi realizada pela sistematização das informações, análise vertical e horizontal das entrevistas, triangulação dos dados e Índice de Saliência Cognitiva. Os resultados demostraram que o conhecimento tradicional da comunidade quilombola sobre as plantas alimentícias é constituído a partir da relação diária do quilombola com a natureza, bem como, pela promoção continuada do diálogo de saberes entre as diferentes gerações. A sazonalidade amazônica revelou-se como uma reguladora da pluralidade de atividades produtivas ao logo do ano, e, estas são desempenhadas por intermédio de uma associação simbiótica, onde natureza e quilombo se sustentam. No mais, as comidas representativas do quilombo marajoara, como: beiju, cação, tiborna, cunhapira e crueira etc., transformam-se em uma das formas de manter a agrobiodiversidade do quilombo. Em contrapartida, questões sociais do território e as influências externas são ações concretas e simbólicas promotoras de mudanças na forma como os alimentos são obtidos e nos hábitos alimentares dos quilombolas. Portanto, a valorização da cultura quilombola é uma resistência ao seu modo de vida e torna-se uma aliada a preservação dos conhecimentos tradicionais e da natureza manejada.

  • DIENE DO ESPIRITO SANTO NUNES
  • FATORES DE ADOÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS POR AGRICULTORES FAMILIARES DE CAMETÁ-PA

  • Data: 31/08/2020
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  • Os sistemas agroflorestais apresentam-se como potentes sistemas tradicionais de uso da terra,
    na qual sua adoção pode contribuir para a diminuição da vulnerabilidade socioeconômica e
    ambiental na agricultura familiar. Dessa forma, o trabalho teve como objetivo analisar os
    fatores que levam a adoção dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) por agricultores familiares
    nas áreas de várzea e terra firme na comunidade Bosque Menino Jesus, no Município de
    Cametá-Pa. Para tanto, utilizou-se do método de estudo de caso, com uma abordagem
    participativa, dividida em duas etapas. Na primeira foi utilizada a técnica de observação
    participante e bola de neve, na segunda foi feita uma análise de paisagem e aplicação de
    questionários semiestruturados, com 21 agricultores. Para análise dos dados coletados,
    utilizou-se gráficos e tabelas e a técnica de análise de conteúdo, a qual identificou nos
    resultados os principais fatores que levam a adoção dos SAFs nas áreas de várzea e terra
    firme nas subcategorias socioeconômicas, sociorganizacionais, ambientais e culturais. Na
    socioeconômica os principais fatores foram a geração de renda e a variedade de produção ao
    longo do ano. Nos sociorganizacionais, as relações de gênero e as trocas e compartilhamento
    de experiências externas e internas à comunidade. Já nos ambientais e culturais destacou-se
    como fatores os benefícios ecológicos do sistema, recuperação de áreas degradadas e as
    experiências provenientes dos conhecimentos e saberes tradicionais. Os resultados
    mostraram ainda que os SAFs de várzea são manejados a partir de açaizais, com espécies
    florestais nativas, já os de terra firme surgem a partir das extensões das diversidades e lógicas
    dos quintais agroflorestais para as áreas de monocultivos, na recuperação das áreas
    degradadas. As famílias agricultoras que adotaram os SAFs têm origem no município de
    Cametá, o que demonstra uma agricultura de cunho tradicional. Concluiu-se que o principal
    fator de adoção é a diversidade de produção ao longo do ano nas áreas de várzea e terra firme,
    que prover segurança alimentar e benefícios socioeconômicos aos agricultores. E esses SAFs
    são adotados a partir dos conhecimentos tradicionais e das experiências diárias no uso e
    manejo desses ambientes, de acordo com as necessidades do estabelecimento produtivo e
    familiar.


  • ANTONIO EDUARDO GOMES MONTEIRO
  • Dinâmicas Territoriais no Nordeste do Estado do Pará

  • Data: 29/08/2020
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  • O objetivo desta pesquisa foi identificar e compreender as dinâmicas territoriais de dois
    territórios dados do nordeste do estado do Pará. O presente trabalho apresenta os principais
    fatores que determinam as dinâmicas espaciais a partir do sistema de dinâmicas territoriais.
    Os recortes da pesquisa são os Territórios Nordeste I e Salgado, que estão localizados na
    região litorânea do nordeste paraense que se caracteriza como a mais antiga fronteira de
    colonização do Estado. A metodologia de zoneamento participativo por atores chaves foi
    aporte necessário de informações, que resultou na tipologia das dinâmicas espaciais. A
    pesquisa permitiu criar modelos específicos de cada território, o que possibilita a análise
    comparativa das dinâmicas territoriais, assim como tirar ensinamentos sobre as políticas
    públicas e as perspectivas dos atores sociais nos territórios dados.


  • LUCIVANDO BARBOSA DE MORAES
  • Para além do alimento: inovações sociais em torno do açaí na comunidade ribeirinha Santo Ezequiel Moreno em Portel, Arquipélago do Marajó, Pará.

  • Data: 28/08/2020
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  • A dissertação aborda inovações sociais relacionadas ao agroextrativismo do açaí na
    comunidade ribeirinha Santo Ezequiel Moreno (SEM), município de Portel, arquipélago do
    Marajó, estado do Pará. O objetivo desta pesquisa foi identificar e analisar as principais
    inovações sociais, decorrentes do agroextrativismo do açaí, na comunidade SEM, bem como
    suas inter-relações. O método utilizado foi o de estudo de caso, e os dados foram coletados
    com a participação dos ribeirinhos seguindo etapas da pesquisa e contou com análises
    qualitativas e quantitativas descritas em forma de sistematização. Foram identificadas quatro
    inovações sociais na comunidade SEM conforme o recorte proposto na pesquisa, que estão
    interligadas através de ajuda mútua dos comunitários facilitada pela autogestão de todas elas,
    além disso, apresentam o Fundo Solidário Açaí (FSA) como inovação social base em função
    do processo de construção que despertou maior organização e cooperação entre os
    comunitários. O perfil alimentar dos comunitários é comum à identidade de ribeirinhos da
    região, mas merece especial atenção para coibir a inserção de alimentos industrializados e
    superprocessados que vem sendo incorporados à dieta alimentar, em função da elevação da
    renda, associada ao açaí, e do acesso contínuo ao contexto urbano da cidade de Portel, se
    contrapondo à cultura alimentar local e afetando, assim, a soberania alimentar da comunidade.


  • RENATA KELLY COSTA DE VILHENA
  • Memórias e saberes quilombolas acerca dos sistemas alimentares em contexto de expropriação territorial do quilombo da Bocaina, Porto Estrela, Mato Grosso

  • Data: 30/06/2020
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  • A partir de estudo de cunho etnográfico das memórias relacionadas ao sistema alimentar
    das famílias quilombolas da Bocaina, no município de Porto Estrela, Mato Grosso, foram
    identificadas e descritas as transformações ocorridas na alimentação refletidas após o
    processo de expropriação do território ocorrido na década de 1970. O estudo se embasou
    a partir do aporte de conceitos como território (RAFFESTIN, 1993) e (LITTLE, 2002),
    antropologia da alimentação (CONTRERAS; GRACIA, 2011) e (DAMATTA, 1986) e
    memória (HALBWACHS, 2004), e a partir de dados empíricos oriundos da pesquisa de
    campo. Para tal, foram aplicados como métodos e instrumentos de pesquisa a observação
    participante, diário de campo, registros fotográficos, conversas informais, entrevistas
    semiestruturadas e história oral. Como resultados, a dissertação apresenta o histórico do
    quilombo que retrata o processo de expropriação, além das diferentes formas de produção,
    preparo e consumo dos alimentos, evidenciando as atividades produtivas de agricultura,
    extrativismo, caça, pesca dentre outras, que vêm resistindo, afim de reviver o passado
    quando estes viviam no território da Bocaina. É perceptível que houve reduções nas
    atividades produtivas importantes para o autoconsumo e segurança alimentar das
    famílias, uma vez que os locais que essas famílias vivem atualmente não representam o
    valor que o território tinha. Outro aspecto relevante nos contextos alimentares se deu entre
    as análises das relações entre comidas, sociabilidades, identidade e cultura, dos quais
    podem se fazer presente as importantes Festas de Santos de “São João Batista” e “São
    Pedro”. As famílias têm esperança com a resolução do acesso ao território, por meio de
    processo judicial que garanta o direito de retornar às suas terras. Enquanto isso, o
    cotidiano é ressignificado e transformado na esperança de reviver novamente no seu
    território.


  • IVANILDE DE SOUSA DO ESPIRITO SANTO
  • Governança Territorial: a trajetória do funcionamento dos conselhos deliberativos nas Reservas Extrativistas Marinhas Caeté-Taperaçu e Araí-Peroba na Região Bragantina do Estado do Pará.

  • Data: 30/06/2020
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar e comparar o funcionamento da gestão dos
    conselhos deliberativos das Reservas Extrativistas (Resexs) marinhas Caeté-Taperaçu e
    Araí-Peroba ao longo de suas trajetórias, sob a ótica da governança territorial. De forma
    específica, a pesquisa descreve a trajetória de funcionamento da gestão dos conselhos
    deliberativos dessas duas Resexs marinhas, analisa a gestão desses conselhos deliberativos
    a partir de alguns critérios da governança territorial e compara a gestão entre os conselhos
    deliberativos. O estudo foi realizado nas Resexs Marinhas Caeté-Taperaçu (município de
    Bragança) e a Araí-Peroba (município de Augusto Corrêa), criadas em 2005, na região do
    nordeste do estado do Pará. O trabalho foi elaborado a partir de uma abordagem qualitativa.
    Utilizou-se para obter os resultados, os diagramas de Venn e as matrizes direcionadas para
    os conselheiros e as lideranças. A coleta de dados se deu através de questionários,
    entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Como instrumento teórico, usou-se
    os conceitos de territórios, de governança territorial sob a ótica da gestão social,
    governança dos conselhos deliberativos específicos das Resexs marinhas, e a gestão
    coletiva dos bens comuns. Observou-se que apesar das dificuldades o conselho deliberativo
    da Resex marinha Caeté-Taperaçu está funcionando, embora em uma gestão mais
    centralizada, enquanto que o conselho deliberativo da Resex marinha Araí-Peroba
    encontra-se inativo desde 2014, um dos motivos que levou a inatividade desse conselho foi
    à falta de uma gestão descentralizada, o difícil acesso a Resex, a política partidária e a falta
    de uma politização. Conclui-se que apesar da governança territorial ser uma inovação social
    para a gestão dos territórios de Resexs marinhas, nos conselhos deliberativos Caeté-
    Taperaçu e Araí-Peroba trata-se de uma governança ainda em fase de experimentação, visto
    que, identificou-se arranjos institucionais enfraquecidos e participações não efetivas das
    comunidades extrativistas no processo de decisão, o que gera conflitos e impossibilita
    atuação da governança territorial.


  • VICTOR MIRANDA LEÃO
  • CULTIVANDO AUTONOMIA: ANÁLISE DA SOCIOECONOMIA E AGROBIODIVERSIDADE NO QUILOMBO DE PROVIDÊNCIA, SALVATERRA, ILHA DO MARAJÓ/PA

  • Data: 15/06/2020
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  • As comunidades tradicionais quilombolas têm nas práticas produtivas tradicionais uma
    estratégia de manutenção do seu modo de vida e reforço de sua identidade cultural. Desse
    modo, o presente trabalho visa investigar o papel da agrobiodiversidade nas estratégias
    econômicas e alimentares, registrando os saberes e práticas tradicionais associadas a ela, assim
    como sua relação com a soberania alimentar na comunidade quilombola de Providência,
    Salvaterra, Marajó, PA. Metodologicamente, a pesquisa ocorreu com onze representantes de
    nove unidades familiares, durante sessenta dias nos meses de fevereiro, maio, julho e novembro
    de 2019, sendo devidamente solicitada e autorizada pela liderança local e pelos demais
    moradores por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Em seguida,
    as entrevistas ocorreram com representantes das unidades familiares e a seleção se deu por
    amostragem não probabilística. Foram realizadas entrevistas não-diretivas e aplicados
    questionários semiestruturados com perguntas que versavam sobre os aspectos
    socioeconômicos, produtivos e alimentares, bem como observação participante. Tais dados
    foram compilados em Microsoft Excel para otimização gráfica e, posteriormente, foram
    calculados os índices de diversidade e de saliência cultural, bem como a caracterizado o perfil
    alimentar da comunidade. Como resultado da investigação, pode-se constatar que as práticas
    produtivas locais estão fortemente atreladas aos costumes religiosos e alimentar local e que as
    atividades tradicionais, tais como roça, extrativismo, pesca e criação animal, colaboram para a
    construção da renda familiar, que é composta majoritariamente pelos benefícios sociais do
    governo. Desse modo, pode-se concluir que as práticas produtivas tradicionais estão
    diretamente relacionadas a cultura quilombola local que são desenvolvidas em função da
    agrobiodiversidade, expressas também na fé, religiosidade herança histórica, bem como no
    cotidiano e nas preferências alimentares do grupo.


  • HELTON KANIA ANDREATA
  • Ação coletiva e Sistemas Agroflorestais na comunidade São Manoel, Quilombo Jambuaçu, Moju/PA

  • Data: 22/05/2020
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  • Os Sistemas Agroflorestais (SAF) podem ser utilizados como um meio de
    recuperação florestal e são interessantes devido a sua diversidade de produtos e à
    sustentabilidade do sistema, principalmente, no Nordeste paraense, o qual possui
    uma predominância de florestas secundárias, chamadas popularmente de
    “capoeiras”, áreas as quais podem ser aproveitadas para a sua implantação. O
    objetivo deste estudo foi analisar a relação entre a Ação Coletiva e os SAF na
    comunidade São Manoel, no município de Moju, estado do Pará. Os dados da
    pesquisa foram coletados nos anos de 2018 e 2019 por meio de entrevistas do tipo
    histórica, aberta e semiestruturada com os agricultores e as principais lideranças da
    comunidade. Os dados são predominantemente qualitativos e os procedimentos
    para sistematizá-los foram transcrição de entrevistas, elaboração de tabelas e
    análises verticais e horizontais dos discursos. A comunidade de São Manoel é uma
    pequena vila rural com um histórico de lutas contra grandes empresas para a
    manutenção do seu território, e possui como principal fonte de renda o açaí nativo. A
    titulação da terra é coletiva, e as principais questões de gestão de recursos são
    discutidas junto à Associação Quilombola dos Agricultores de São Manoel, a qual
    também possui outras atribuições, como discussão da questão de segurança,
    organização comunitária, melhoria das fontes de renda, além da representação
    jurídica em diferentes instâncias. Os resultados mostram que os SAF chegaram à
    comunidade em 2015 levados por um dos agricultores (que é técnico agropecuário),
    e tiveram grande repercussão após os comunitários constatarem o êxito do sistema
    em São Manoel O grupo que tem SAF é composto por quinze pessoas que
    trabalham desde o viveiro à implantação de áreas por meio do mutirão. Tal grupo
    possui um sistema diferenciado de implantação dos SAF ao realizar o manejo da
    capoeira de forma a utilizá-la como insumo para a nutrição das plantas. Foram
    encontrados três tipos diferentes de SAF em São Manoel que variam quanto ao
    número de espécies no sistema, sendo o cupuaçu, o cacau, o açaí e a banana as
    principais espécies implantadas. Os dados mostram que os SAF tiveram uma boa
    aceitação entre os agricultores porque o sistema foi levado por um dos membros da
    comunidade, o que tem gerado repercussão também em outras comunidades do
    Território Jambuaçu. A ação coletiva foi fundamental para o sucesso dos SAF, pois a
    maioria dos agricultores relatou que não conseguiria implantá-los em suas áreas
    sozinhos, razão pela qual essa força da comunidade foi essencial para o sucesso de
    um sistema que visa gerar renda por meio da diversificação da produção,
    ressignificando o território com a sua ocupação mediante a conservação produtiva.


  • ANDRE CARLOS DE OLIVEIRA ROCHA
  • Trajetórias e concepções do cooperativismo camponês no nordeste paraense

  • Data: 06/05/2020
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  • O cooperativismo surgiu como alternativa ao capitalismo. No Brasil desenvolveram-se
    duas correntes, uma tradicional/empresarial e uma popular/solidária. Pergunta-se:
    que fatores influenciam a trajetória de uma cooperativa camponesa, suas concepções,
    contradições e novidades, considerando se elas tendem para uma lógica do
    cooperativismo tradicional ou do cooperativismo popular? O objetivo geral foi analisar
    as concepções, contradições e novidades do movimento cooperativista camponês.
    pesquisa foi do tipo quantitativa e qualitativa, com abordagem indutiva, com um estudo
    quantitativo de 14 cooperativas e se aprofundou no estudo de caso de três delas,
    analisando as categorias: trabalho, gestão, solidariedade e emancipação. Como
    instrumentos de coleta de dados, têm-se entrevistas históricas, entrevistas
    semiestruturadas, questionário objetivo, linha tempo, observação direta, pesquisa
    documental e bibliográfica e fotografias. A análise dos dados foi feita por
    sistematização e análise horizontal e vertical das entrevistas, baseada na
    hermenêutica-dialética. No Pará, o impulso para o cooperativismo se deu durante a
    ditadura militar. Durante os anos 1990, ONG’s assumiram um trabalho com
    cooperativismo popular, sendo que a OCB tinha um foco nas cooperativas de crédito
    e da região metropolitana de Belém, passou somente após 2015 a focar no ramo
    agropecuário e nas cooperativas ligadas à agricultura familiar. O diagnóstico realizado
    mostra que, o cooperativismo camponês nas regiões estudadas apresenta a maioria
    das cooperativas sem assalariados, metade tem agroindústria, mais da metade
    participa de feiras e redes de comercialização, mais de três quartos delas
    comercializam com não sócios(as), todas mantém assembleia geral e reuniões de
    diretoria, as ações de solidariedade junto as comunidades não é algo priorizado, a
    intercooperação é feita por quase a totalidade das cooperativas. Conclui-se que as
    cooperativas na região são concebidas para resolver um problema econômico, de
    melhoria de renda a partir da comercialização dos produtos da agricultura. Quando
    ligada a luta sindical, se acrescenta um debate de classe. Em suas práticas aparecem
    contradições, seja em relação ao valor de troca do trabalho se sobrepondo ao seu
    valor de uso, seja na democracia representativa tomando lugar da participação
    dos(as) sócios(as), ou ainda, seja no apagamento do valor da solidariedade.


  • RAFAELA DA CUNHA PINTO
  • Um discurso, várias vozes: Análise de representações sociais de qualidade de vida em políticas socioambientais.

  • Data: 29/04/2020
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo geral da dissertação é Analisar a mobilização discursiva do conceito de
    qualidade de Vida por diferentes atores institucionais e de grupos locais. Essa análise visa
    contribuir para o debate sobre desenvolvimento territorial, identificando aspectos ideológicospolíticos que refletem nas ações públicas. A pesquisa tem como recorte de análise a Resex
    Marinha Caeté-Taperaçu. A partir de abordagem qualitativa, foram estudados narrativas
    históricas, documentos oficiais , visões intitucionais e os seus reflexos na representação de
    qualidade de vida implementanda em políticas socioambientais. Os procedimentos utilizados
    foram entrevistas com roteiros semiestruturados e entrevistas não diretivas. Neste trabalho
    várias inferências e reflexões podem ser observadas, porém os principais resultados das
    análises comparativas, apresentam a mobilização do discurso de qualidade de vida como
    campo de entendimento mutuo entre diferentes atores, no entanto na prática antigos conflitos
    e problemas permanecem para os grupos que historicamente lutam por mais direitos sociais.
    Qualidade de vida é um termo utilizado como canal de ação do Estado, diálogo das
    organizações sociais e construção de identidade de comunidades tradicionais, porém também
    pode ser fortemente instrumentalizado na perspectiva de abafar conflitos agrários. Espero que
    este trabalho contribua para maiores reflexões sobre definição de políticas públicas
    socioambientais ligadas à qualidade de vida para populações de Reservas Extrativistas
    Marinhas no Pará, e indiretamente para outros contextos de unidades de conservação de uso
    sustentável na Amazônia.


  • EDENILZE CONCEICAO SILVA DE JESUS
  • Do uso comum ao parcelamento da terra: as transformações territoriais em uma comunidade camponesa do Baixo Acará, Acará/PA.

  • Data: 30/03/2020
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  • Esta pesquisa analisa as transformações territoriais de uma comunidade tradicional
    camponesa denominada Centro Alegre, localizada na região do Baixo Acará, Acará/PA,
    Nordeste paraense, nas últimas duas décadas. Trata-se de uma pesquisa etnográfica realizada
    com base nas abordagens qualitativas e quantitativas, com informações obtidas a partir de
    questionários semiestruturados, observação participante e entrevista histórica. A
    comunidade estudada organizava-se a partir do uso comum da terra e do acesso aos recursos
    naturais. Mas, no início dos anos 2000, o território da comunidade é atravessado por uma
    rodovia e isso desencadeia uma série de transformações, inclusive, derivando em um
    parcelamento da terra comunalmente ocupada em frações unifamiliares, o que gera
    transformações significativas na organização socioterritorial do grupo. A realização dessa
    pesquisa revelou que, com o parcelamento das terras da comunidade, houve significativa
    diminuição do seu território e desencadeou-se um processo de venda de frações de terra.
    Do
    total das 13 parcelas de terra em que fora dividida a comunidade, apenas três
    permanecem integrais, sem terem sido alvo de venda de ao menos um pedaço. Das dez
    restantes, seis foram desmembradas e tiveram alguma porção vendida, e quatro foram
    comercializadas integralmente.
    A pesquisa etnográfica na comunidade, com observação na
    forma da ocupação territorial, revelou que as famílias vivem hoje um contexto de fortes
    limitações de recursos naturais em seus lotes, chegando ao ponto de a maioria delas não terem
    mais roçados. Observou-se, ainda, que a comunidade sofreu profundas transformações nas
    relações sociais entre os indivíduos que a constituem.


  • MARIO MORAIS OLIVEIRA NETO
  • Análise sistêmica da riqueza e diversidade florística dos sistemas agroflorestais (SAF) de agricultores familiares de Tomé Açu, PA

  • Data: 30/03/2020
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  • “Análise sistêmica da riqueza e diversidade florística dos sistemas agroflorestais (SAF) de agricultores familiares de Tomé Açu, PA”

  • DENISE DA SILVA GRACA
  • Antes a gente tinha um rio, agora a gente tem um lagoa construção do território ribeirinho às margens do reservatório do CHE Belo Monte

  • Data: 27/03/2020
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  • A construção de hidrelétricas desencadeia processos de desterritorialização e
    reterritorialização de comunidades tradicionais. Esta dissertação tem por objetivo analisar a
    construção do território ribeirinho, isto é, as formas usadas para reconstruir a vida em um
    ambiente destruído, pós-instalação do CHE Belo Monte. Para isso, foi realizado um estudo de
    caso na localidade do Palhal, às margens do reservatório principal, no município de Altamira,
    Pará, por meio de observação participante e entrevistas. As famílias ribeirinhas passaram pelo
    violento processo de deslocamento compulsório, repleto de violações dos direitos. Assim, as
    famílias foram buscando formas de denunciar e conseguir a recomposição do seu modo de
    vida tradicional, movimento que culminou na criação do território ribeirinho. O início de
    construção do novo território tem sido marcado, principalmente, por novas atribuições de
    significados ao espaço; pelas atualizações dos conhecimentos tradicionais para se apropriar do
    novo ambiente; pela reconstrução das redes de parentesco e reciprocidade; e pelo uso de
    valores morais para a regulação do acesso aos recursos naturais escassos.


  • DAYANA PORTELA DE ASSIS OLIVEIRA
  • AS FLORESTAS E AS ROÇAS: A Construção de uma Territorialidade Indígena na Aldeia Pino’a Tembé (Alto Rio Guamá, Pará)

  • Data: 09/03/2020
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  • O objetivo geral deste trabalho foi analisar o processo de construção de um território de pertencimento do povo
    Tembé, na aldeia Pino’a (alto rio Guamá, Pará) com enfoque na importância das florestas e roças. A pesquisa foi
    realizada em uma área de retomada e diante disso, buscamos traçar a trajetória territorial do povo Tembé, dentro
    do contexto maior da história e do grupo indígena. Posteriormente caracterizamos-se as práticas de manejo das
    áreas de roça e de floresta na aldeia Pino’a; e analisamos como as práticas de manejo nestas áreas contribuem para
    a construção de uma territorialidade indígena local. A pesquisa foi realizada por meio de uma abordagem
    qualitativa, de cunho etnográfico, baseada em transcrições e descrições do caderno de campo, assim como a
    interpretação dos dados inspirados pela etnografia. Além disso, foi utilizado a observação participante e entrevistas
    semiestruturadas, e os dados secundários foram coletados por meio de livros, revistas, artigos, entre outros. O
    estudo foi realizado com os primeiros moradores, e com os chefes (as) de famílias e seus filhos, para analisarmos
    a importância das roças e florestas para o povo local de origem Tembé. De forma geral, foi realizado uma análise,
    com toda comunidade indígena da aldeia Pino’a, para que fosse possível entender o processo de territorialidade e
    território de pertencimento, dentro do contexto regional e local indígena. Os interlocutores envolvidos no processo
    de pesquisa se expressaram livremente para que fosse possível apreender a sua percepção sobre a realidade, sem
    interferir ou induzir o entrevistado a outro caminho que não se articula com a pesquisa. As principais conclusões
    mostram que a terra indígena do alto rio Guamá, foi palco de conflitos territoriais, uma vez que, parte dela,
    encontrava-se colonos e fazendeiros não-indígenas. E, o trecho que atualmente é a aldeia Pino’a, antes era ocupado
    por colonos, mas por um processo de extrusão, atualmente essa área é composta por indígenas Tembé. E, nesse
    território, os indígenas realizam práticas de cultivo de mandioca nas roças e fazem acampamentos nas matas como
    forma de perpetuar sua cultura, por meio de seus hábitos e costumes. E, as primeiras roças foram elaboradas nesse
    período inicial, como forma de sobrevivência e resistência na terra. A partir disso, os indígenas foram criando
    laços de territorialidade com o local, sendo que, as roças e as florestas estão interligadas como fonte de alimento,
    abrigo, proteção e resistência em permanecer no território. Dessa forma, as roças e as florestas fazem parte da
    territorialidade local, uma vez que, as florestas estão ligadas as práticas de acampamento e coleta de frutos como
    o açaí, e a roça está coadunada aos rituais da festa da menina Moça, por meio da mandioca de variedade
    Mandiocaba, que é utilizada durante o ritual de passagem de menina para mulher, representando um ato simbólico
    para os indígenas Tembé. Além disso, a roça é muito significativa para eles, por meio da confecção de farinha, um
    alimento muito utilizado durante as refeições indígenas Tembé. Portanto, é nesse território localizado na terra
    indígena do alto rio Guamá e mais especifico na aldeia Pino’a, que os Tembé reproduzem sua territorialidade,
    perpetuando suas formas de vida e seus laços culturais e simbólicos, assim como suas relações de afetividade entre
    os membros e suas formas de utilizar os recursos oferecidos pelas roças e florestas.


  • DIEGO DE MENDONCA COSTA
  • PROTEGER A MATA PARA O RIO NÃO SECAR”: ANÁLISE DA RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES REALIZADA POR AGRICULTORES FAMILIARES ÀS MARGENS DO RIO ITABOCAL, IRITUIA – PA

  • Data: 06/03/2020
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  • Agricultores familiares residentes de municípios da mesorregião Nordeste do estado do Pará vêm se destacando por conta da implantação de experiências voltadas à recuperação florestal em suas propriedades rurais. Neste contexto, objetivou-se compreender como a recuperação florestal de matas ciliares vem sendo implementada em seus estabelecimentos agrícolas, levando em consideração a importância delas para o meio ambiente e a relação construída entre estas áreas, as populações rurais amazônicas e os seus recursos hídricos. Para tal, a pesquisa apoiou-se em princípios da abordagem sistêmica e da interdisciplinaridade. A região de Itabocal, zona rural do município de Irituia, situado no Nordeste do Pará, foi selecionada como recorte amostral. No primeiro artigo, através de tipologia elaborada após pesquisa de campo, caracterizou-se os processos de recuperação florestal encontrados nas áreas de mata ciliar. Ao todo, três principais tipos de recuperação foram identificados, dividindo-se em enriquecimento de capoeira, regeneração natural e sistemas agroflorestais. No segundo artigo, a partir de análise espaço-temporal, investigou-se as trajetórias sócio-produtivas que levaram os agricultores a optarem pela recuperação das matas ciliares. Após analisar como os fatores externos aos seus estabelecimentos agrícolas e aqueles próprios dos seus sistemas de produção vieram a influenciá-los ao longo dos anos, depreendeu-se que a recuperação destas áreas partiu, sobretudo, da preocupação com a manutenção da qualidade, fluxo e biota do maior curso d’água da região, o rio Itabocal. Compreendendo a importância do rio Itabocal para a população local, o terceiro artigo levantou os impactos ambientais sofridos pelo rio e a proposição de soluções para controlá-los, baseando-se em diagnóstico socioespacial construído junto aos agricultores. O desmatamento das matas ciliares, incentivado principalmente por latifundiários, destacou-se como o impacto de maior ocorrência. Percebeu-se, também, que a gestão do curso d’água se encontra estabelecida de maneira não institucionalizada na região, partindo dos esforços dedicados pelos próprios agricultores a favor de sua manutenção. Os resultados demonstraram que os agricultores familiares de Itabocal seguem tendência à recuperação florestal, além de possuírem percepção bem definida acerca dos problemas causados pelo desmatamento das matas ciliares. Os principais entraves constatados para a recuperação destas áreas encontraram-se: a) na ineficiência do poder público local em fiscalizá-la e estimulá-la, seja por meio da proposição de instrumentos legais de incentivo ou da inclusão dos residentes da região nas tomadas de decisão referentes à conservação ambiental; e b) na ausência de consciência ambiental de certos grupos sociais, como os latifundiários, que insistem em explorar as vegetações ripárias de forma predatória. Concluiu-se que a relevância da recuperação florestal de mata ciliar procede da estreita relação que a população estudada possui com as suas águas.

  • ANAEL SOUZA NASCIMENTO
  • Da natureza à mesa: a pesca artesanal na vida e alimentação dos quilombolas da
    Comunidade de Mangueiras (Ilha do Marajó – Pará)


  • Data: 21/02/2020
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  • Esta pesquisa comprometeu-se a estudar as formas de captura e preparo dos recursos
    pesqueiros, bem como a relação da comunidade quilombola de Mangueiras em Salvaterra
    - Ilha do Marajó – PA com a comida. Parti das dimensões culturais no contexto dos
    conhecimentos tradicionais, as formas de obter, preparar, acondicionar e consumir
    alimentos de origem pesqueira no quilombo. Além de caracterizar os recursos pesqueiros
    e as práticas utilizadas na pesca artesanal no quilombo de Mangueiras, descrever os
    saberes e práticas alimentares das famílias, destacando as estratégias envolvidas na
    transformação da sociobiodiversidade pesqueira em comida e descrever quais as
    preferências e restrições (tabus) acerca do consumo de recursos pesqueiros. A pesquisa
    de campo ocorreu no ano de 2019 e os principais instrumentos da metodologia empregada
    foram entrevistas abertas, entrevistas semiestruturadas, observação participante, turnês
    guiadas por pescadores locais, técnica da listagem livre e a etnofotografia. Os resultados
    alcançados demonstraram que os pescadores e pescadoras mantêm um constante diálogo
    de conhecimentos, adquirido através do cotidiano contato com os peixes e com o rio desde
    as fases iniciais da vida. O conhecimento tradicional revela muito da identidade e cultura
    do quilombo, território dominado por atores sociais com
    expertise nas espécies de peixes,
    diferenciando-os por seu habitat, preferências alimentares e comportamentos específicos,
    incluindo conhecimento acerca de aspectos climáticos e lunares que influenciam a
    dinâmica da pesca na região. Os recursos pesqueiros se mostraram importantes para os
    preparos de comidas como peixes fritos, assados e cozidos, mujica de caramujo, torta de
    caramujo, caranguejo ao leite do coco, ensopado de turu. No entanto, também observamos
    o incremento de alimentos processados, ocasionado por uma maior relação com a cidade
    e acesso aos programas sociais do Governo Federal brasileiro. Mesmo com todas as
    transformações ocorridas, é incontestável que o modo que se prepara os alimentos ainda
    se mantém até hoje como forma de valorização da cultura e resistência. Assim, as escolhas
    alimentares são influenciadas diretamente pelas características ambientais, além de
    preferências individuas ligadas as questões sociais e culturais do quilombo. Os tabus têm
    um papel importante e que influencia diretamente nas escolhas das espécies alvos.


2019
Descrição
  • SINARA DIAS SILVA
  • Formação, Transformação e Expansão dos Quintais Agroflorestais de agricultores familiares da Cooperativa D’Irituia, Pará

  • Data: 27/12/2019
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  • Os diversos problemas ocasionados pelo processo de corte e queima demonstram o quanto o
    solo é importante para o agricultor familiar, por isso, o uso de práticas de manejo que
    possibilitem a ciclagem de nutrientes, através da manutenção da matéria orgânica e micro vida
    do solo são essenciais. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo analisar o processo
    de formação, transformação e expansão de quintais agroflorestais em sistemas de produção de
    agricultores familiares da Cooperativa D’Irituia, Pará. Para atender a essa proposta, optou-se
    por utilizar uma metodologia fundamentada nas bases teóricas da abordagem sistêmica, para
    isso foram selecionadas 23 famílias de agricultores familiares da cooperativa D’Irituia que
    possuem quintais agroflorestais e cinco informantes chave das principais instituições ligada a
    dinâmica rural do município. As ferramentas metodológicas adotadas consistiram em
    entrevistas históricas, dados secundários, questionários semiestruturado, tipologia e crônicas
    dos estabelecimentos. Os resultados mostraram os fatores externos que influenciaram na
    formação dos quintais agroflorestais foram, as políticas públicas creditícias como o FNO e o
    Proambiente; a Secretaria de agricultura de Irituia e a própria cooperativa D’Irituia. Os quintais
    agroflorestais encontrados em Irituia apresentam grande diversidade de espécies, entre elas
    frutíferas e anuais. Vale ressaltar que, em 74% das áreas onde estão implantados hoje os quintais
    agroflorestais eram áreas de capoeira e 13% em áreas de roças. Através da tipologia foi possível
    formar dois grandes grupos, além disso um dos principais fatores responsáveis pela
    transformação e expansão dos quintais agroflorestais é a necessidade de aumentar a produção.
    Com as crônicas dos estabelecimentos podemos observar que os acontecimentos identificados
    no decorrer do tempo nem sempre foi o fator motivador das mudanças identificadas dentro dos
    estabelecimentos agrícolas, no entanto, afetou os dois grupos aqui representados, porém de
    forma diferente. Portanto, pode-se concluir que os Sistemas agroflorestais hoje encontrados no
    município de Irituia são de grande importância na garantia da soberania alimentar como
    também no desenvolvimento socioeconômico dessas famílias, além de ter um importante papel
    na preservação ambiental.


  • PAULA IZADORA DO EGYTO TAVARES
  • Dendê é Reflorestamento? Percepção de diferentes atores envolvidos na agroindústria do dendê no Nordeste Paraense.

  • Data: 20/11/2019
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  • Esta dissertação analisa a percepção de agricultores familiares integrados à agroindústria sobre
    a dendeicultura como reflorestamento. A temática se deu em torno da indicação de possíveis
    benefícios ambientais com a implantação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) para produção de agrocombustíveis no país. O programa foi o principal impulsionador da expansão das áreas de dendê na Amazônia paraense. Entre as suas diretrizes, se estabelece que o cultivo seja de cunho sustentável e funcione como uma possibilidade de recupera-
    ção de áreas degradadas por meio do reflorestamento. Para esta pesquisa foi realizado levantamento de dados primários e secundários no município de Irituia, Nordeste do estado do Pará,
    bem como do histórico do reflorestamento no Brasil. Foram revisadas leis ambientais e trabalhos científicos a fim de analisar sob quais circunstâncias a atividade é indicada e implantada,
    e os conceitos utilizados. Foram entrevistados 30 agricultores, dois técnicos das Secretarias de
    Meio Ambiente e de Agricultura e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras
    Rurais do município. Os resultados são apresentados em dois artigos. O primeiro analisa a chegada da dendeicultura em Irituia e as reações iniciais ao projeto por atores locais, expondo as
    motivações para sua adesão ou rejeição. O segundo revela as percepções dos atores sobre a
    noção de reflorestamento segundo suas diferentes visões de mundo. Conclui-se que a dendeicultura em Irituia foi recebida com divergências que persistem até os dias atuais entre os defensores da atividade, que a têm como boa opção para a melhoria de vida e rendimentos econômicos, e os opositores, que acreditam que a atividade não se adequa à realidade local. Sobre o
    reflorestamento, houve a atuação de grupos de interesses para legalizar a dendeicultura sob esta
    condição. Os agricultores, ao compararem as atuais áreas de dendê com as de outrora (formadas
    por pasto ou capoeira baixa), acreditam que é pertinente dizer que a palmeira cumpre o papel
    de reflorestá-las, uma vez que apreciam benefícios como sombra, melhoria no clima ao redor
    do plantio e existência de animais, mesmo que se tratem apenas de roedores, cobras e aranhas.


  • BIANCA DA SILVA HOLANDA
  • “A ÁGUA FICOU PRESA PRA LÁ” – TRANSFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS A JUSANTE DA BARRAGEM DE TUCURUÍ.

  • Data: 18/10/2019
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  • Esta dissertação trata sobre a memória das transformações socioambientais a partir do que os
    camponeses ribeirinhos, registram como mudanças, no que se refere ao território de pesca e ao
    consumo do mapará. Utilizo como referenciais teóricos a memória social e a memória
    biocultural, associadas ao conceito de desastre ambiental levando em consideração a relação
    homem-natureza. O trabalho foi realizado em três comunidades ribeirinhas da ilha Saracá,
    município de Limoeiro Ajuru, estado do Pará - localizada na região à jusante da barragem
    hidrelétrica de Tucuruí, próximo à foz do rio Tocantins. O trabalho analisa como as
    transformações socioambientais derivadas do desastre do barramento do rio Tocantins
    repercutem no modo de vida e na reprodução social dos ribeirinhos. Também busca
    compreender e descrever a relação dos homens com os peixes e suas interações com o ambiente.
    A pesquisa foi realizada a partir de uma abordagem qualitativa com base na observação
    participante, também foram realizadas entrevistas informais semi estruturadas. O trabalho
    considera que os danos são irreparáveis,
    o represamento do rio Tocantins desestruturou os
    ecossistemas aquáticos da região, ocasionando a diminuição da abundância e da diversidade
    dos peixes, afetando diretamente o modo de vida das populações ribeirinhas. Mesmo diante da
    escassez dos recursos pesqueiros a pesca coletiva do borqueio do mapará, se mantém com uma
    importância não apenas, do ponto de vista econômico, mas simbólico e cultural. Os
    conhecimentos envolvidos nesta atividade são fruto do cotidiano e da vivência do pescador,
    observador nato do rio e dos peixes.


  • JAQUELINE RAQUEL CARDOSO MESQUITA
  • Conflitos socioambientais e resistência camponesa: estudo do efeito da utilização da hidrovia Tapajós-Amazonas em uma comunidade ribeirinha do estuário amazônico.

  • Data: 06/08/2019
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  • O avanço do agronegócio na Amazônia brasileira traz consigo uma série de conflitos
    socioambientais para os povos e comunidades tradicionais que habitam os espaços pleiteados
    pelo grande capital para implantação dos seus projetos. Para estudar os conflitos
    socioambientais decorrentes da utilização do furo do Capim como parte da hidrovia TapajósAmazonas, foi necessário identificarmos quais as mudanças ocorridas na ilha do Capim e
    descrever de que forma ocorre a espacialização das narrativas dos ribeirinhos sobre a
    percepção dessas transformações, que compõe o primeiro artigo deste trabalho. Para isso
    realizamos entrevistas históricas, aplicação de questionários, observação participante e
    oficinas para análise de conflitos socioambientais. No segundo artigo focamos em analisar de
    que forma as transformaçõesestão relacionadas com a desterritorialização dos ribeirinhos,
    partindo de um estudo que discorre sobre a territorialização do agronegócio e as mudanças
    ocasionadas nas práticas produtivas e alimentares das famílias. Para isso foi necessário
    realizarmosentrevistas históricas, questionários, observação participante e croqui de acesso
    aos alimentos das famílias ribeirinhas.No terceiro e último artigo buscamos pautar as ações do
    agronegócio na ilha do Capim e seus arredores e contextualizar o histórico da resistência das
    famílias frente à apropriação e uso do seu território. Para isso realizamos entrevistas
    históricas, observação participante e oficina para análise de conflitos socioambientais.
    Constatamos que as narrativas dos ribeirinhos sobre a percepção dos conflitos
    socioambientais vivenciados, estão ligadas tanto a elementos individuais como a elementos
    coletivos. Essas diferenças são resultantes das diversas territorialidades desse mesmo grupo
    social, sendo todas elas usadas a favor da territorialização e reinvindicação desseterritório.
    Verificamos também que ocorreram mudanças nas práticas produtivas e alimentares dos
    ribeirinhos, após a utilização do furo do Capim como parte da hidrovia, e que essas mudanças
    são percebidas como negativas por eles. Ainda identificamos que as ações do agronegócio são
    articuladas de forma a desterritorializar os ribeirinhos, que por sua vez se articulam com
    instituições que os apoiam e promovem iniciativas que afirmam o direito de permanência em
    seus territórios.


  • LIDENILSON SOUSA DA SILVA
  • Estratégia de valorização da Farinha de Bragança, Pará: controvérsias no processo da certificação da Indicação Geográfica (IG)

  • Data: 31/07/2019
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  • O trabalho focou na análise da estratégia de valorização da Farinha de Bragança, no
    Nordeste Paraense. O objetivo foi compreender as implicações do processo de criação da
    Identificação Geográfica para um produto, cuja qualidade, está intrinsicamente
    relacionada ao modo artesanal do saber-fazer. É visto como mecanismo de salvaguardar
    a cultura e a tradição, enquanto, outros a potencializam como mercadoria. Os
    procedimentos metodológicos adotados foram revisão bibliográfica, análise documental,
    cartografia das controvérsias e história oral, auxiliado pela abordagem da Teoria do AtorRede. Analisou-se, que o processo da certificação fez interface com diferentes temas:
    mudança do processo de produção da mandioca e fabricação da farinha, construção de
    mercados sociais, construção da identidade da IG da Farinha de Bragança e os desafios
    da transição agroecológica. Os temas desenvolvidos na forma de conteúdo, aprofundaram
    a análise sobre a tecnificação da fabricação da farinha, frente a crescente demanda. Deu
    um panorama dos mercados acessados pelos agricultores, com ênfase para os mercados
    sociais de circuitos curtos e os institucionais. Identificou a trajetória da IG como cheias
    de controvérsias complexas responsáveis por associação, (re)associações e
    (re)agregações dos atores-redes, e, uma análise direcionada para a dimensão técnico
    produtiva da transição agroecológica. Concluiu-se, que a fabricação mecanizada
    polarizou as opiniões dos produtores, entre garantir a produtividade
    versus manter a
    qualidade, originalidade e tipicidade da Farinha de Bragança. Mas, a análise dos actantes,
    não permitiu qualificá-los em fortes ou fracos, sendo as associações dinâmicas, porém
    não são absolutas.


  • LAYSE DE NAZARÉ GONZAGA BRAGA
  • “O QUE MUDOU?”: ESTUDO DAS TRAJETÓRIAS DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE IRITUIA-PA.

  • Data: 28/06/2019
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  • Esta dissertação trata das trajetórias dos sistemas de produção dos agricultores familiares que
    trabalham com SAFs no município de Irituia, identificando as condições internas e externas
    que os levam a introduzir/modificar o SAF. A pergunta que mobiliza a pesquisa é: Como
    evoluiu, no tempo, o papel dos SAFs nas lógicas familiares de produção, no município de
    Irituia, Nordeste Paraense? O estudo foi realizado no município de Irituia no ano de 2018.
    Para compreender as mudanças ocorrentes no sistema de produção foi feita uma análise multi
    escalar, do contexto agrário e dos estabelecimentos agrícolas, com base no enfoque sistêmico.
    Para tanto, utiliza-se como método e ferramentas a entrevista histórica, análise documental,
    análise de paisagem, aplicação de questionários e a análise retrospectiva. Os resultados são
    apresentados em dois artigos: I – o primeiro artigo identifica os eventos históricos e as
    mudanças nos fatores externos ao sistema de produção que condicionaram suas
    transformações para a introdução/ modificação dos SAFs. Verificou-se que os SAFs em
    Irituia foram consolidados a partir, principalmente, de incentivos endógenos provenientes de
    ações locais que estimularam a sua expansão/modificação dentro do sistema de produção.
    Políticas públicas que ocorreram na história, como o PROAMBIENTE, o PAA e o PNAE, a
    organização social e a estruturação da infraestrutura do município têm estimulado e
    valorizado a diversificação do SAF e do próprio sistema de produção. II – o segundo artigo
    analisa as transformações ocorridas nos sistemas de produção ao longo do tempo e as
    adaptações necessárias para introdução/ modificação dos SAFs. Constatou-se que os
    agricultores adequam seus sistemas de acordo com as oportunidades, interesses próprios e da
    família em um dado momento da história. Percebe-se que as trajetórias dos sistemas de
    produção passam por um período em que a roça entra em crise e, por este e por outros
    motivos, o SAF vai ganhando espaço nos estabelecimentos agrícolas familiares e no
    município. De um modo geral, as trajetórias dos sistemas de produção compreendem fases de
    transformação, de diversificação e agregação de valor, tanto no SAF quanto no sistema de
    produção como um todo. Há sinalização de recuperação florestal nos estabelecimentos pela
    prática do SAF e conservação de capoeiras ocasionada pela apicultura. Conclui-se que a
    expansão do SAF em Irituia e a diversificação do sistema de produção foram possíveis graças
    ao desenvolvimento estrutural, os interesses e apoio do poder local e o empenho dos
    agricultores. A inserção dos SAFs nos sistemas de produção proferiu mudanças para além da
    estrutura do sistema de produção, ocasionando a criação da cooperativa, a mudança da relação
    dos agricultores com a natureza e a construção de uma nova identidade.


  • MARA CRISTINA DE LIMA COSTA
  • Trajetória da reforma agrária ambiental na Amazônia: avaliação de resultados em
    Projetos de Desenvolvimento Sustentável em Anapu, Sudoeste do Pará.


  • Data: 21/06/2019
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  • O trabalho apresenta resultados da pesquisa que teve como objetivo analisar a trajetória de
    implementação da modalidade de assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável-PDS
    no Sudoeste do Pará, a fim de constatar a efetiva ocorrência de iniciativas ambientalmente
    diferenciadas. O recorte da pesquisa compreende o município de Anapu, pertencente a região
    da Transamazônica-PA, que devido ao modelo de colonização imposto pelo governo
    ocasionou diversos conflitos e tensões, principalmente em função da disputa pela posse da
    terra e do acesso a outros recursos naturais. Diante desses conflitos surge na região, por meio
    da luta dos movimentos sociais, a modalidade de assentamento PDS, como uma nova
    proposta diante dos problemas decorrentes dos assentamentos convencionais. Para a pesquisa
    foram utilizados métodos qualitativos e quantitativos. A coleta de dados foi realizada por
    meio de entrevistas semi-estruturadas, diagnóstico socioeconômico e realização de reuniões
    com grupos focais, o que possibilitou uma analise comparativa entre a modalidade de
    assentamento convencional e os PDS. Entre os principais resultados destacou-se que apesar da
    maior consciência ambiental entre os assentados dos PDS, as iniciativas ambientalmente
    sustentáveis ainda não são uma realidade nesses assentamentos. Os resultados do estudo
    concluem que a implementação de assentamentos ambientalmente diferenciados, apesar de ser
    proposta inovadora, não se concretiza de modo a alcançar o desenvolvimento proposto pela
    modalidade, sendo necessárias melhorias e maior investimento nas ações.


  • MAYARA GONCALVES LIMA
  • NARRATIVAS COSMOLÓGICAS REGISTRADAS NA MATA DO BACURIZAL NO QUILOMBO BAIRRO ALTO, SALVATERRA (PA)

  • Data: 11/06/2019
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  • Esta pesquisa de mestrado se debruçou em analisar as relações produtivas do trabalho com o
    bacuri, e a relação entre a sociedade e a natureza da Comunidade Quilombola Bairro Alto,
    pertencente à cidade de Salvaterra, que faz parte do arquipélago fluviomarinho do Marajó
    (PA). A ilha passou por diversas ocupações ao longo dos séculos inicialmente as etnias
    indígenas, e posteriormente com a colonização europeia houve a diáspora africana, no qual os
    africanos foram trazidos para trabalhar em fazendas de gado. As comunidades quilombolas
    marajoaras se constroem a partir das relações étnicas no arquipélago, assim como a
    organização politica nacional de outros quilombos, atravessaram a comunidade estudada, e ao
    longo dos anos reivindicam as leis principalmente as ligadas à titulação definitiva das suas
    terras, devido os conflitos territoriais com fazendeiros, a EMBRAPA, entre outros. As áreas
    em disputas são importantes para a reprodução econômica dos quilombos, os trabalhos com
    coleta dos recursos naturais, nas roças, matas, rios, mares, campos, entre outros ecossistemas
    garantem a manutenção das unidades familiares, a pesquisa se debruçou em analisar
    justamente o trabalho com a coleta do bacuri, os saberes tradicionais usados nas matas dos
    onde estão as árvores do bacuri revelam as cosmovisões das comunidades. A pesquisa
    antropológica efetuada metodológica se baseou na etnografia aliada à observação participante
    nas casas das famílias, entrevistas, foetnografia, e nas vivências nas matas, para compreender
    a rotina das famílias e como se organizavam para o trabalho nos bacurizais, as entrevistas e
    fotos complementam os dados coletados.


  • MARIA JOSÉ BRITO PINHEIRO
  • A Contribuição dos Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEAs) para o Ensino, Pesquisa e
    Extensão em Instituições no Nordeste Paraense.


  • Data: 07/06/2019
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  • Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a contribuição dos núcleos de estudos em
    agroecologia no estado do Pará para os processos de ensino-pesquisa-extensão nas instituições
    de ensino e pesquisa no nordeste paraense. Fundamentamos o trabalho em princípios da
    agroecologia, do desenvolvimento sustentável, da construção do conhecimento agroecológico
    e da indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão. Realizamos a pesquisa em quatro
    núcleos de estudos em agroecologia: NEA IFPA-Castanhal, NEA Ajuri-UFPA Belém, NEA
    UFRA-Capitão Poço e o NEA Puxirum Agroecológico-Embrapa Amazônia Oriental.
    Utilizamos uma abordagem qualitativa apoiada pela pesquisa bibliográfica, pesquisa
    documental, pesquisa de campo, entrevistas semiestruturada e a utilização do questionário.
    Como resultado nós interferimos que os núcleos de estudos em agroecologia vêm
    desenvolvendo ações relevantes em torno do processo de construção do conhecimento
    agroecológico no nordeste paraense, refletindo também em outros territórios do estado. Os
    núcleos de estudos em agroecologia apresentam esforços significativos para levar a cabo os
    processos indissociáveis entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Com características
    institucionais distintas, os núcleos de estudos em agroecologia se constituem em espaços de
    debate sobre os princípios da agroecologia e funcionam como ferramentas importantes para a
    articulação entre o conhecimento científico acadêmico e o saber das comunidades e povos do
    campo.


  • ELLY CRYSTIAN DE OLIVEIRA PINTO
  • TRAJETÓRIA DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA AGROECOLOGIA NO NORDESTE PARAENSE: AS EXPERIÊNCIAS DE IRITUIA E SANTA LUZIA DO PARÁ

  • Data: 17/05/2019
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  • TRAJETÓRIA DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA AGROECOLOGIA NO NORDESTE PARAENSE: AS EXPERIÊNCIAS DE IRITUIA E SANTA LUZIA DO PARÁ

  • EDILCINA MONTEIRO FERREIRA
  • ENTRE O CAMPO E A CIDADE: O JOVEM RIBEIRINHO E SUAS RELAÇÕES COM O PROCESSO DE MIGRAÇÃO NA REGIÃO DAS ILHAS DE ABAETETUBA/PA

  • Data: 29/04/2019
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  • Neste estudo é apresentado os anseios de jovens ribeirinhos de algumas
    comunidades das ilhas do município de Abaetetuba/PA. Anseios por um futuro com
    estabilidade financeira para si e seus familiares. Anseios por uma vida na cidade onde
    poderão dar continuidade aos estudos e ter uma boa formação, almenjando emprego
    com carteira assinada. É apresentado ainda a realidade de jovens que desejam
    permanecer no campo dando sucessão ao trabalho praticado pela família durante
    décadas, que desejam viver na calmaria do meio rural e livre da correria de quem vive
    na cidade. São apresentados os principais motivos que levam os jovens ribeirinhos a
    desejarem sair do campo em direção a cidade, e a realidade da migração do gênero
    feminino e a masculinização do campo. Foram realizadas 45 entrevistas
    semiestruturadas, organizadas através de questionários, aplicados com jovens das
    comunidades visitadas, os jovens entrevistados foram localizados nas comunidade
    (jovens que ainda residem nas ilhas) e também na cidade (jovens que são das
    comunidades das ilhas, mas residem atualmente na cidade de Abaetetuba/PA), a
    pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa. Além destas, também foram
    realizadas 9 entrevistas direcionadas as famílias de jovens em três comunidades
    (Sagrado Coração de Jesus, Santa Maria e Bom Jesus), nesse momento utilizou-se o
    método de pesquisa participante, que consiste numa investigação efetivada a partir
    da inserção e interação do pesquisador(a) no grupo, comunidade ou instituição
    investigada. Na área de várzea os jovens auxiliam nas atividades domésticas e nas
    plantações, a principal fonte de renda das famílias está no período da safra do açaí,
    quando os ribeirinhos colhem os frutos e vendem na cidade ou para atravessadores.
    Nesse período que os jovens ganham dinheiro, colhendo os frutos e ajudando os pais
    na comercialização, mas é também nesse período que surgem as evasões de jovens
    da escola, uma situação muito frisada por alguns entrevistados. Este trabalho buscou
    mostrar a diferença de gêneros frente a migração e os motivos que levam homens e
    mulheres a migrarem para a cidade.


  • RAFAEL PENICHE FERREIRA
  • PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM ANALÍTICOCOMPORTAMENTAL NO CONTEXTO DA AGRICULTURA FAMILIAR

  • Data: 03/04/2019
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  • As especificidades da gestão de um estabelecimento familiar requerem, por parte dos projetos
    de intervenção e da assistência técnica, compreensão e atuação que abarquem estas
    especificidades. Para além da análise global proposta na abordagem sistêmica, é igualmente
    importante acompanhar o nível de apropriação das informações técnicas ou não envolvidas no
    processo, a fim de melhorar os desempenhos finais. Neste estudo realizamos uma análise do
    processo de ensino-aprendizado, com base na teoria de Skinner, ocorrido durante a execução
    de um projeto de intervenção voltado para agricultores familiares produtores de leite em
    Paragominas. A pesquisa investigou a relevância da abordagem comportamental aplicado ao
    processo de ensino-aprendizagem, buscando compreender os benefícios destas para os
    profissionais que atuam no meio rural. Para tanto, foi utilizado uma abordagem quantiqualitativa e aplicações de questionários em campo baseados e adaptados para o método de
    Donald Kirkpatrick. Esse método é formado por quatro níveis, (primeiro nível – análise da
    satisfação (Reação); segundo – análise da aprendizagem (Aprendizagem); terceiro nível –
    análise comportamental (Comportamento) e o ultimo análise das mudanças (Resultado),
    diferentes avaliações. Os principais resultados apontaram que o conhecimento prévio
    consolidado influi no processo de ensino-aprendizagem, pois afeta o reconhecimento de
    informações, e consequentemente a capacidade de aprender, ou consolidar informações novas.
    De forma geral os agricultores apropriaram-se bem das informações tratadas, plantio,
    isolamento e tamanho da área, e apontaram fragilidades em duas etapas do processo:
    informações sobre divisão e uso das áreas de pastos. Segundo a literatura pesquisada, a
    dificuldade de compreensão pode ser decorrente da falta do conhecimento prévio.


  • VALDIR DA CRUZ RODRIGUES
  • IDEIAS, INTERESSES E INSTITUCIONALIZAÇÕES: PROPOSTAS DE FORTALECIMENTO DA AGROECOLOGIA NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA NO ESTADO DO PARÁ 

  • Data: 08/03/2019
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  • Este estudo teve como objetivo a identificação e análise de propostas de fortalecimento da
    agroecologia em Territórios da Cidadania. O universo do estudo se deu no âmbito dos territó-
    rios Baixo Tocantins, Nordeste Paraense e Sudeste Paraense. A abordagem de tratamento foi
    predominantemente qualitativa, tendo como referência de análise o enfoque dos 3I – Ideias,
    Interesses e Institucionalização. Para isso, se utilizou de entrevistas semiestruturadas, roteiro
    de pesquisa e observação participante. Analisou-se os processos que resultaram na concepção
    de ideias agroecológicas, suas lógicas de construção e a realidade de execução de propostas de
    investimento nos territórios institucionais comparando-as com as ações desenvolvidas nos
    territórios de ação coletiva dos atores locais. Isso permitiu tirar ensinamentos sobre as formas
    e as realidades de institucionalização da agroecologia nos três territórios, no sentido de sua
    forma de consolidação e perenização a partir dos jogos do atores. Com base na análise das
    informações e na realidade da agroecologia constatou-se uma diversidade de ideias acerca de
    quais percepções de agroecologia são evidenciadas pelos diferentes atores. A partir de um
    dispositivo de governança territorial – o CODETER - essas ideias se traduziram em propostas
    agroecológicas que foram inclusas em Planos Territoriais (PTDRS), cujas dimensões foram
    mobilizadas pelos Projetos Territoriais (PROINFs) em favor a agroecologia. Para isso, emer
    giram disputas de interesses e jogos de poder em torno dessas proposições e de outras dinâmi
    cas locais que estruturam os modos de institucionalização. De fato, o estudo mostra esses ter
    ritórios conseguiram institucionalizar referenciais e práticas agroecológicas em várias dimen
    sões, com diferenças significativas entre os territórios de ação pública e os territórios de ação
    coletiva. Perspectivas sobre a ação pública ligada à agroecologia e sua relação com o enfoque
    territorial são destacadas.


2018
Descrição
  • ANA CAROLINA SILVA DA COSTA
  • Da percepção à ação da gestão social para o desenvolvimento territorial: Diversidade de atores e interesses no Nordeste Paraense I

  • Data: 31/08/2018
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  • Da percepção à ação da gestão social para o desenvolvimento territorial: Diversidade de atores e interesses no Nordeste Paraense I

  • RODRIGO LEAL MORAES
  • PRÁTICAS LOCAIS E REGRAS INSTITUCIONAIS: USO DOS RECURSOS NATURAIS POR PESCADORES ARTESANAIS DA RESEX MARINHA CAETÉ-TAPERAÇU 

  • Data: 27/08/2018
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  • Nesta pesquisa, as atividades produtivas realizadas por pescadores artesanais em duas
    comunidades, inseridas no contexto de uma Reserva Extrativista, foram analisadas para
    obtenção de respostas quanto às possíveis mudanças em relação ao saber-fazer dos pescadores
    após a implementação de regras de uso e acordos de convivência oriundos da criação da
    Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança-Pa. A
    análise das práticas de indivíduos que utilizam os recursos em um ambiente de uso comum,
    onde há a dependência dos recursos naturais e a disputa pela apropriação do território com
    outros atores, incluindo o Estado e representantes da sociedade civil, é o que este trabalho
    pretende apresentar, buscando respostas sobre as possíveis mudanças nas práticas de
    pescadores artesanais após a criação da Reserva Extrativista. O estudo parte da hipótese de
    que as relações dinâmicas entre instituições e indivíduos que possuem interesses diversos em
    relação aos recursos disponíveis podem ser uma relação de continuidade ou de resignificação,
    onde os condicionamentos exteriores, como regras criadas por instituições, e a subjetividade
    do indivíduo, materializada através das práticas, são fatores que devem ser considerados para
    a efetividade do alcance dos objetivos de territórios criados não só para conservação da
    natureza, mas também para manutenção dos meios de vida de pescadores artesanais através de
    Reservas Extrativistas Marinhas.


  • YORGANA CAROLINA YAJURE PRADO
  • LÓGICAS FAMILIARES DE PRODUÇÃO E CONSUMO: INTERFERÊNCIAS NA SEGURANÇA ALIMENTAR DA COMUNIDADE QUILOMBOLA NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MUNICÍPIO DE IGARAPÉ- AÇU, PARÁ 

  • Data: 27/08/2018
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  • A segurança alimentar é um tema que vem sendo discutido por diversos países e instituições a
    nível nacional e internacional. A busca de avanços e soluções neste assunto continua sendo
    uma realidade inegável no mundo, sobretudo entre grupos tradicionais como os quilombolas
    que, devido a processos históricos, geográficos, socioeconômicos e/ou ambientais, apresentam
    vulnerabilidade ao risco alimentar. Esta pesquisa analisou as estratégias aplicadas pelas
    famílias da Comunidade Quilombola Nossa Senhora do Livramento para a obtenção de
    alimentos e sua interferência no estado da segurança alimentar das famílias estudadas. A
    amostra foi constituída por 25 famílias atendidas e não atendidas ao Programa de Fomento às
    Atividades Produtivas Rurais (MDSA-SEAD). Para a obtenção dos dados, optou-se pelo uso
    de entrevistas (estruturadas, semiestruturas e abertas); Diagnóstico Rápido Participativo
    (DRP); Linha do Tempo; Turnê Guiada; e Indicadores de Segurança Alimentar.
    A condição de
    segurança alimentar das famílias depende diretamente das políticas sociais do Governo
    Federal (Bolsa Família e aposentadorias) e da diversificação das estratégias (lógicas)
    utilizadas para aquisição de renda familiar mensal, que geralmente obedecem a trabalhos do
    tipo “bico” ou àquelas denominadas pelas famílias de “trabalhos fora da propriedade”. A
    produção para o autoconsumo perdeu forças entre os grupos familiares da comunidade,
    incrementando o consumo de alimentos industrializados e o deslocamento das atividades
    próprias da cultura quilombola, interferindo nas atividades produtivas e na fragmentação das
    relações internas e externas da comunidade, que leva,
    indiscutivelmente, os grupos familiares
    a
    encontrarem-se dentro de uma situação desfavorável de segurança alimentar

  • MAURO ANDRE COSTA DE CASTRO
  • INCLUSÃO SOCIAL: REALIDADE OU DISCURSO? AGRICULTORES FAMILIARES INTEGRADOS À AGROINDÚSTRIA DO DENDÊ NO ALTO MOJU- NORDESTE PARAENSE 

  • Data: 24/08/2018
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  • INCLUSÃO SOCIAL: REALIDADE OU DISCURSO? AGRICULTORES FAMILIARES INTEGRADOS À AGROINDÚSTRIA DO DENDÊ NO ALTO MOJU- NORDESTE PARAENSE 

  • EVANDRO CARLOS COSTA NEVES
  • O MST CONSTRUINDO A LUTA NO COTIDIANO: A EXPERIÊNCIA DO ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO, MARABÁ (PA) 

  • Data: 23/08/2018
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  • O objetivo deste trabalho é compreender a atuação cotidiana do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no que concerne à sua organização e à criação de seus quadros interpretativos (frames), além do desenvolvimento de seus repertórios de ação coletiva em um assentamento rural no Sudeste do Pará. Para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa teve como base teórica a Teoria da Mobilização Política, que constitui as teorias dos movimentos sociais (GOHN, 1997), e mobilizou contribuições específicas de Charles Tilly (1979; 1981) sobre os repertórios de ação coletiva e de estudos sobre os quadros interpretativos (SNOW et al., 1986; SNOW; BENFORD, 1988; 2000). Com isso, desloca-se o entendimento dos movimentos sociais enquanto anomalia do corpo social ou como resultado de reivindicações não canalizadas e passa-se a percebê-los como portadores de ideias, construtores de significados, capazes de organizar sua própria compreensão da realidade e, portanto, como detentores de um grande potencial para a mudança da mesma. A área de pesquisa é o Assentamento 26 de Março, antiga fazenda Cabaceiras de propriedade da família Mutran, atualmente sob a organização preponderante do MST. Foram realizadas pesquisas de campo entre os meses de março e julho de 2017 e fevereiro de 2018. Os resultados apontam que a criação do assentamento em 2008 proporcionou uma mudança na estrutura organizativa mediante a necessidade de divisão dos lotes e distribuição das famílias. Ao mesmo tempo, os repertórios de ação coletiva arrefeceram e cederam lugar a formas de ação mais individuais, enquanto que os quadros interpretativos passaram a enfrentar desafios para a sua realização diante da institucionalização do território por meio da política de reforma agrária.

  • LUIZ FELIPE NAZARE VILHENA
  • Reforma Agrária Popular e Agroecológica do MST, e a Experiência dos Assentados do Abril Vermelho, Santa Bárbara-PA  

  • Data: 31/07/2018
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  • Desde sua formação o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
    se destaca na luta pela reforma agrária, sendo no cenário nacional, a principal
    organização camponesa no combate ao latifúndio, exploração da mão de obra,
    pobreza e concentração de renda no campo. Seu método de ocupação de
    terras para reforma agrária tornou-se a materialização de sua existência,
    consolidando o sentido de sua organização e formação na espacialização e
    territorialização de seus assentamentos, realizando processos de
    campesinação e recampesinação. Este trabalho objetiva analisar e refletir
    sobre as estratégias de produção em áreas com histórico de monocultivo, a
    partir da experiência de assentados do Abril Vermelho, em Santa Bárbara-PA,
    incentivados pela proposta agroecológica do MST. Para alcançar o objetivo
    proposto, foi necessário caracterizar como o MST pensa e organiza sua
    proposta agroecológica de produção, identificar junto aos assentados do Abril
    Vermelho, as suas estratégias produtivas, e analisar a influência da proposta
    agroecológica do MST no desenvolvimento dos seus sistemas produtivos. Para
    isso, usou-se uma abordagem metodológica interdisciplinar com elementos
    teóricos das ciências agrárias e sociais, partindo de um referencial teórico
    fundamentado nos conceitos de campesinato, movimentos sociais e
    agroecologia, utilizando-se das técnicas de pesquisa: documentação indireta
    (pesquisa documental); a observação participante (pesquisa de campo);
    passando pela análise histórica, caracterização das práticas produtivas,
    entrevistas semiestruturadas, caminhada transversal (nos lotes) e registros
    fotográficos. Como resultado do trabalho, constatamos que no abril vermelho a
    proposta agroecológica do MST tem contribuído para a consolidação dos
    sistemas produtivos na linha orgânica, sustentável. Concluímos a partir dos
    apontamentos do setor de produção do MST e das estratégias produtivas dos
    assentados do Abril Vermelho, que a Reforma Agrária Popular de base
    agroecológica do MST tem sido imprescindível para consolidar sistemas
    produtivos de base ecológica e sustentável, enriquecendo suas autonomias
    produtivas, valorizando seus conhecimentos tradicionais, sendo, nessa escala
    de análise, um eficiente modelo contra hegemônico de produção


  • LÍDIA LACERDA
  • Bactérias endofíticas de sistemas de produção familiares de pimenteira-do-reino e sua atividade antagônica sobre Fusarium oxysporum

  • Data: 31/07/2018
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  • Bactérias endofíticas de sistemas de produção familiares de pimenteira-do-reino e sua atividade antagônica sobre Fusarium oxysporum

  • JESUS FIEL GONCALVES
  • VILA BRABA: PARENTESCO E TERRITÓRIO EM UMA SOCIEDADE CAMPONESA NO BAIXO TOCANTINS (PA)

  • Data: 12/07/2018
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  • O presente estudo analisa a delimitação e uso territorial por um grupo
    camponês conhecido como Pereirada, morador de uma localidade chamada
    Vila Braba. Localizada no município de Cametá/Pará, essa comunidade
    amazônida nasceu de um longo processo de deslocamento beirando os cursos
    d´água do grande Rio Tocantins. Para alcançar o que foi pretendido era
    necessária uma aproximação particularizada, o que foi permitido pela
    etnografia e suas ferramentas operacionais. A esta se agregou o uso de
    conceitos teóricos acreditados como chaves para o intento, como o de
    parentesco e território, uma vez que era de interesse desvendar nuances da
    produção e reprodução social do grupo, aspectos que passam pela forma como
    fazem uso do território, que por sua vez é moldado pelas relações de
    parentesco. Neste uso diversas unidades sociais se compõem e decompõem,
    preservando a indivisibilidade da terra adquirida por via mercantil associada ao
    uso comum dos campos de natureza, dos igarapés e da mata. Uma
    territorialidade alicerçada nas relações de parentesco, com predomínio do que
    chamamos de endogamia territorial, e fragilizada pelo contínuo processo de
    apropriação privada das terras e pelo empobrecimento biológico das áreas de
    caça e coleta. Ameaças a sua territorialidade, e ao seu território, implicam no
    desaparecimento deste grupo específico, uma vez que as condições
    necessárias à sua reprodução social não mais existiriam. É preciso, portanto,
    garantir seu território a fim de garantir a reprodução e existência deste
    seguimento do campesinato amazônida e baixo-tocantino.


  • RENAN DO VALE CARNEIRO
  • EXPERIÊNCIAS DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL PRATICADAS POR AGRICULTORES FAMILIARES DO NORDESTE PARAENSE

  • Data: 25/05/2018
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  • Os agricultores familiares do Nordeste do Pará, tradicionalmente desenvolvem práticas de recuperação florestal em seus lotes, e mais recentemente vem adaptando-as. Nesta pesquisa buscou-se analisar as experiências que vêm sendo realizadas por estes sujeitos e compreender os principais desafios e processos em curso. Para isto, a pesquisa apoiou-se em princípios da transdisciplinaridade e da abordagem sistêmica, e assim realizou um levantamento de 60 ex-periências em quatro municípios da mesorregião Nordeste do Pará: Capitão Poço, Irituia, Bragança e Tomé-Açu. No primeiro artigo, a partir da realização de uma tipologia da recupe-ração florestal compreendeu-se as peculiaridades destas experiências, destacando as percep-ções e motivações dos agricultores. Assim foram encontrados os cinco principais tipos de recuperação florestal praticados pelos agricultores familiares da região: regeneração natural, quintal agroflorestal e os três tipos de sistemas agroflorestais (pouco diversificado, diversifi-cado e altamente diversificado). O segundo artigo, a partir de pesquisa de campo, analise es-pacial e de dados secundários, verificou a integração das práticas que vem sendo realizadas pelos agricultores e que possibilitaram a ampliação das escalas de recuperação florestal em algumas regiões específicas, e das políticas públicas que tem atuado na região, com maior ou menor eficiência. O terceiro artigo analisa, sob uma perspectiva espaço-temporal, a diversida-de de trajetórias que envolvem os processos de recuperação florestal praticados por agriculto-res familiares. Foi encontrado um padrão nas trajetórias estudadas, onde os sistemas de pro-dução dos agricultores inicialmente passam por um processo de intensificação do uso da terra, em seguida atingem um ápice de crise e, a partir daí, começam um processo de diversificação produtiva, em busca da valorização das terras já abertas. Os resultados ajudaram a concluir que a recuperação florestal praticada pela agricultura familiar no Nordeste do Pará possui tra-ços de práticas tradicionais, mas também inovadores, sinalizando assim um quadro ascendente de mudanças. Existe ainda uma confluência de motivações, que tem incentivados estes agri-cultores a desenvolverem este tipo de pratica, seja através de valores típicos destes sujeitos ou a partir da atuação pública frente aos problemas ambientais. E assim, o cenário local, portan-to, inspirado em paradigmas sociais, ambientais e econômicos, parece apontar novos rumos produtivos para a Amazônia Oriental.

  • DERICK LIMA GOMES
  • OS LIMITES DA INCLUSÃO SOCIAL: AGRICULTORES INTEGRADOS ÀS AGROINDÚSTRIAS DE DENDÊ NO PARÁ

  • Data: 11/05/2018
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  • A expansão do cultivo de dendê no estado do Pará é um fenômeno que tem recebido grande destaque, noticiário e acadêmico. Com o apoio de políticas públicas e devido à sua aptidão agroclimática, o Nordeste paraense tornou-se o maior produtor da oleaginosa no Brasil. A justificativa para a instalação de empresas na mesorregião baseou-se na promulgação do de-senvolvimento regional, da geração de empregos e da inclusão social dos agricultores familia-res locais por meio da integração às agroindústrias que produzem dendê. Objetivamos anali-sar, nesse contexto, como a ―inclusão social‖ evidencia-se para os agricultores integrados, tendo como lócus empírico o município de Garrafão do Norte (PA). A metodologia utilizada apoiou-se, sobretudo, em entrevistas com uso de questionários semiestruturados e em entre-vistas abertas, baseadas em um roteiro, com agricultores locais. Os dados foram sistematiza-dos no programa Microsoft Office Excel e depois analisados segundo o Teste ―t‖ de Student pareado. Também realizamos revisão de literatura e de documentos pertinentes sobre a temá-tica. Constatamos, ao final da pesquisa, que os limites da inclusão social, título do presente trabalho, residem tanto na forma marginal com que essa ainda acontece para os agricultores, pois desconsidera suas culturas tradicionais e segue prioritariamente a lógica da cadeia produ-tiva do dendê; quanto nos efeitos práticos que limitam o acesso a créditos, assistência técnica e cursos ao atendimento das demandas da produção da oleaginosa, sem considerar o estabele-cimento todo como um sistema de produção. Diante de processos anteriores e atuais de exclu-são, a inclusão marginal atual é percebida pelos agricultores como uma oportunidade que lhes foi historicamente negada, daí visualizarem na integração à agroindústria local não só a opor-tunidade de adquirirem melhorias, mas de manter o modo de vida de suas famílias enquanto agricultoras.

  • FELIPE DE OLIVEIRA JACINTO
  • BICHO, CURA E MAGIA! PRÁTICAS CULTURAIS E CONHECIMENTOS TRADICIONAIS NA RESERVA EXTRATIVISTA MAPUÁ (ILHA DO MARAJÓ, PARÁ): UMA PERSPECTIVA ETNOZOOLÓGICA 

  • Data: 04/05/2018
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  • Esta dissertação apresenta um estudo de cunho etnográfico sobre o conjunto de saberes e
    práticas culturais dos agroextrativistas da Reserva Extrativista Mapuá, na Ilha do Marajó,
    estado do Pará, Brasil. O objetivo principal foi descrever e analisar os saberes acerca da
    medicina tradicional, com foco para os usos destinados aos recursos faunísticos locais.
    Observação participante e entrevistas semiestruturadas foram os principais métodos
    utilizados. A pesquisa documentou o uso medicinal de 59 espécies de animais, bem como de
    categorias distintas de atribuição da fauna medicinal, como os remédios para os males físicos,
    os remédios para os males espirituais e os remédios de caçador. Também discutiu-se as
    atribuições simbólicas da fauna, que demonstram uma cosmovisão tipicamente amazônica que
    figura indistintamente entre os domínios natural e cultural. Os resultados apresentam mais do
    que listas de ‘bichos’ e seus respectivos usos na cura local, mas um rico patrimônio
    biocultural que envolve a vida social, o mundo natural e a vida cosmológica regidos pelas
    mesmas categorias. Este empreendimento ressalta a importância de documentar os saberes
    dos povos da floresta a partir das estratégias de resolução de problemas de saúde com base no
    acesso aos animais úteis aos seres humanos


  • ROSILEIA CARVALHO ANDRADE
  • RECUPERAÇÃO FLORESTAL EM AÇAIZAIS DE VÁRZEA SUBMETIDOS AO MANEJO INTENSIVO NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO

  • Data: 20/04/2018
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  • A recuperação florestal tem sido uma estratégia utilizada pelos ribeirinhos do estuário amazônico para recuperação de florestas fortemente antropizada pela exploração intensiva dos açaizais. Neste trabalho buscamos identificar e analisar o surgimento dessas experiencias de recuperação florestal no município de Abaetetuba. Para estudar a recuperação florestal em áreas de açaizais de várzea foi necessário realizar o zoneamento dessas experiencias, o que resultou em 38 experiencias identificadas e distribuídas na região de várzea. Identificando suas características e natureza, realizando assim uma tipologia, que compõe o primeiro artigo deste trabalho. No segundo artigo nos focamos em analisar as trajetórias dessas experiencias, partindo de um estudo detalhado de um estabelecimento por cada tipo encontrado, entendendo os fatores históricos decisivos para a diferenciação das trajetórias, analisamos também as lógicas de mudanças das práticas no manejo dos açaizais, percebendo que por vezes ocorre a confluência de diversas lógicas, acionadas pelos ribeirinhos para tomada de decisões. Para isso foi necessário realizar entrevistas retrospectivas com as famílias escolhidas para o estudo detalhado, totalizando 4 famílias. Também buscamos identificar os fatores que influenciaram a conformação do cenário das experiencias de recuperação florestal, dentre eles principalmente a destinação de créditos para incentivo à recuperação da diversidade florestal. No terceiro e último artigo buscamos compreender como as experiencias de recuperação florestal nas áreas de açaizais tem refletido nos saberes e práticas dos ribeirinhos. Encontramos uma variedade de estratégias utilizadas no manejo dos açaizais que incorporam vários níveis de saberes, variáveis externas como o mercado e assistência técnica influenciam nas mudanças dessas práticas e saberes. Constatamos que nem sempre mudança de saberes representa mudanças práticas, tendo em vista que o ribeirinho pode não dispor de recursos para realiza-las. E que as estratégias produtivas podem ser constituídas de conhecimentos tradicionais, bem como de novos saberes.

  • ALCIENE OLIVEIRA FELIZARDO
  • AS LÓGICAS AGROEXTRATIVISTAS E OS PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA NAS ILHAS DO CAPIM, CARIPETUBA E XINGU EM ABAETETUBA- PARÁ 

  • Data: 09/04/2018
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  • O estudo de intervenções no meio rural amazônico é desafiador, em função tanto das
    especificidades ligadas ao meio biofísico e humano quanto das lógicas de reprodução
    presentes nesses territórios. Este trabalho analisa como as lógicas produtivas dos
    agroextrativistas influenciaram no processo de inovação tecnológica desencadeado por
    projetos de desenvolvimento agrícola implementados nas Ilhas do Capim, Caripetuba e Xingu
    em Abaetetuba, Pará. Para atender essa proposta articulam-se os recursos teórico-analíticos
    relacionados a três temas centrais, as matrizes produtivas que orientam os projetos de
    desenvolvimento no meio rural, o processo de introdução de inovações tecnológicas a partir
    de projetos de desenvolvimento agrícola e o enfoque sistêmico aplicado ao estudo das
    estratégias produtivas. Optou-se por analisar o “Projeto Produzindo a Inclusão” implementado
    pela Associação dos Moradores das Ilhas de Abaetetuba - AMIA. Verificou-se que as lógicas
    produtivas das famílias agroextrativistas têm sido determinantes no processo de inovação
    tecnológica desencadeados por projetos de desenvolvimento agrícola nas Ilhas de Abaetetuba.
    Isso ocorre em função dos centros de decisão desenvolverem suas estratégias particulares
    baseadas na endogeneidade das práticas realizadas nos seus estabelecimentos familiares. A
    identificação da complexidade das lógicas agroextrativistas revela a necessidade de mudança
    de enfoque nos processos de intervenção pensados para realidades como as Ilhas do Capim,
    Caripetuba e Xingu, comum no território Amazônico. O enfoque programático, utilizado pelo
    “Projeto Produzindo a Inclusão” ocasionou a não permanência da inovação tecnológica nos
    sistemas família-estabelecimento. Diante disso, verifica-se a necessidade de avanços em
    intervenções que possibilitem o fortalecimento da criação animal com base no enfoque
    estratégico adotado pelos agroextrativistas.

     

  • CIRO DE SOUZA BRITO
  • Bem viver vivido, conquistado e almejado: um estudo sobre comunidades tradicionais que lutam por reconhecimento territorial na Baixada Maranhense.

  • Data: 29/03/2018
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  • A noção de bem viver emerge inspirada nos conhecimentos emanados de modos de vida de
    povos indígenas da América Latina, sendo concebida por acadêmicos e militantes como uma
    alternativa aos modelos de consecução do Estado baseado nas propostas hegemônicas de
    desenvolvimento. Desde sua incorporação no ordenamento constitucional da Bolívia e do
    Equador, com base nessa noção, elevou-se a natureza à posição de sujeita de direitos, antes
    ocupada historicamente apenas pelo homem. Nessa noção aponta-se intrínseca relação entre o
    homem e a natureza e indica-se a forte vinculação de povos e comunidades tradicionais com os
    seus territórios. Neste sentido, esta dissertação buscou analisar a noção do bem viver à luz de
    um caso de regularização fundiária para povos e comunidades tradicionais no Brasil. Trata-se
    de reivindicação de regularização como quilombo por comunidades tradicionais do Território
    Sesmaria do Jardim, na Baixada Maranhense, área de campos naturais que são compostos por
    terras secas e terras alagáveis inseridas na Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense
    e considerada um sítio da Convenção Ramsar. A investigação se realizou a partir de revisão
    crítica da literatura à luz de empiria observada e participada por meio de pesquisa-ação junto
    às comunidades envolvidas e ao órgão fundiário que dá andamento ao processo de regularização
    fundiária. O trabalho é de cunho jurídico-antropológico, guarda caráter qualitativo e se realizou
    de julho de 2016 a janeiro de 2018, com trabalho de campo nos povoados e no Instituto de
    Colonização e Terras do Maranhão. Identificou-se complexa vinculação entre o processo e a
    forma de regularização fundiária com a noção de bem viver, dada a diversidade de grupos
    tradicionais em situação de conflito em território comum. Constatou-se que sobre o mesmo
    território há grupos com concepções distintas de vida na qual uns concebem a noção de bem
    viver, mesmo que sob diferentes aspectos, e outros não concebem nada parecido a essa noção.
    Demonstrou-se que antagonistas não contribuem com o bem viver, pois suas práticas e formas
    de apropriação da natureza desqualificam e se incompatibilizam com essa noção. Isso gera
    conflitos que vêm obrigando as comunidades tradicionais a se mobilizarem ante as violações
    de direitos que vêm passando e buscar soluções que adequem o tempo bom de viver que tinham
    anteriormente e a garantia do seu direito à terra – terras secas e alagadas – que possibilita
    reprodução física e social. O caso investigado mostrou que o bem viver é construído a partir da
    articulação de territorialidades específicas, em que algumas concepções e formas de
    apropriação da natureza podem ser responsáveis por quebrar a coesão da comunidade e do
    território, e outras não, comportando um certo grau de dissenso que se embasa no direito à
    diferença. E mostrou ainda que o bem viver está sendo construído diariamente nas práticas
    sociais e jurídicas que abarcam a resistência como prática atual e a liberdade como estágio
    almejado, mas não deixa de ser, no discurso, reivindicado como um futuro melhor. A pesquisa
    visa problematizar e melhor qualificar quem ou em que situação sujeitos têm direitos a ter quais
    direitos e a eficácia dessa questão. Cabe, portanto, ler processos sociais coletivos localizados
    como alternativas emergentes para a consecução do bem viver.


  • ANA JÚLIA MOURÃO SALHEB DO AMARAL
  • Várzea ou Terra Firme? A (Re) Produção do Sistema Família Estabelecimento na Microbacia Aricurá-Cametá/Pará

  • Data: 26/03/2018
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  • Várzea ou Terra Firme? A (Re) Produção do Sistema Família Estabelecimento na Microbacia Aricurá-Cametá/Pará

  • ERCILENE DE CÁSSIA FERREIRA RODRIGUES
  • Estratégias de Famílias Agricultoras com Enfoque no Manejo de Bacurizeiros (Plantonia insignis MART) no Nordeste Paraense e Marajó

  • Data: 20/03/2018
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  • Esta pesquisa buscou analisar as dinâmicas e as inter-relações existentes entre o manejo
    de bacurizeiros e as estratégias de famílias agricultoras no Nordeste Paraense e Marajó. A
    escolha das Mesorregiões do Nordeste Paraense e Marajó como áreas de estudo decorreu da
    informação corrente de que são áreas produtoras que respondem pela maior oferta de frutos de
    bacuri no estado do Pará. Para realização do levantamento de campo, optou-se por uma
    amostragem intencional, considerando-se somente os agricultores familiares que possuíam
    bacurizeiros nos seus estabelecimentos e que realizavam algum tipo de comercialização dos
    produtos. Foram aplicados ao total 77 questionários entre os 7 municípios estudados, sendo 57
    na Mesorregião Nordeste Paraense e 20 no Marajó. Foi realizado uma Tipologia de sistemas
    de produção, encontrando-se 4 tipos: bacuri e roça, bacuri e frutíferas, bacuri e pesca e bacuri
    e previdencia social. Verificou-se que os sistemas de produção com maior grau de
    diversificação de espécies possuem maior potencial de geração de renda e são os que têm maior
    renda agrícola e maior renda familiar, esses são os sistemas de produção pertencente ao grupo
    Bacuri e Frutíferas (T2), que alcançaram valor agregado de R$ 23.140,33/ano. As principais
    estratégias de reprodução social praticadas pelas famílias entrevistadas foram a diversificação
    da produção, a produção para o autoconsumo e o emprego em atividades não agrícolas. O
    sistema de comercialização de frutos
    in natura é bastante simples, baseado na coleta de frutos
    e em distribuídas no curto período de safra. Verificou-se que está ocorrendo uma mudança na
    comercialização do fruto in natura para a produção de polpa. As principais motivações em
    realizar o manejo de bacurizeiros apontadas pelas famílias foi a comercialização e beleza da
    composição do bosque. Este estudo demonstrou que algumas famílias realizam práticas
    etnotecnológicas para aumentar a produtividade dos frutos, as quais são importantes para
    resgatar e valorizar o conhecimento tradicional e o valor cultural destas comunidades. Concluise ainda que o manejo de bacurizeiros constitui-se uma estratégia familiar importante para a
    manutenção das famílias no campo e apresenta potencial de crescimento capaz de atender
    demanda de exportação, importante para geração de emprego e local.


  • LUCIANA MOREIRA DOS REIS
  • Empoderamento de Mulheres no Sindicalismo de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Marabá/PA

  • Data: 14/03/2018
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  • O objetivo da dissertação foi analisar o processo de empoderamento das mulheres dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Marabá. Para essa pesquisa, o empoderamento foi considerado como ampliação do poder, nas dimensões econômica, pessoal, social e política. A pesquisa é um estudo de caso do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Marabá (PA), com abordagem qualitativa. A metodologia abrangeu pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. A coleta de dados ocorreu através de: a) pesquisa documental no acervo do sindicato pesquisado e no acervo da Comissão Pastoral da Terra; b) pesquisa de campo, através de entrevista não-diretiva com 18 pessoas, sendo 11 mulheres e 07 homens. Com o desenvolvimento da pesquisa, identificou-se que as mulheres do STTR de Marabá participaram de lutas e embora obtivessem conquistas, foram vítimas de discriminação e violência doméstica no âmbito e decorrer da militância sindical. Isso é reflexo do caráter processual do empoderamento, sendo esse processo complexo e marcado por contradições, avanços e recuos. O combate à violência doméstica foi um dos indicadores de empoderamento mais citados nas entrevistas realizadas, em todas as suas formas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. O principal desafio das mulheres é continuar lutando, através de uma agenda permanente, para superar a violência doméstica e a discriminação, garantindo que prevaleça um trabalho de parceria e respeito entre as mulheres e homens do sindicato pesquisado.

  • ARTHUR ERIK MONTEIRO COSTA DE BRITO
  • Representações do outro e conflitos no uso da terra: O caso do PDS Virola Jatobá- Anapú-PA

  • Data: 26/02/2018
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  • A presente pesquisa objetiva analisar conflitos acerca de formas de apropriação e uso dos recursos naturais entre famílias camponesas, tendo como estudo empírico o caso do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá, situado na região da Transamazônica, munícipio de Anapu, Estado do Pará. A partir de dados empíricos coletados em trabalho de campo, analisados com o aporte de conceitos sócio-espaciais como Paisagem, Cartografia e Território, buscou-se evidenciar as representações camponesas sobre o Outro e as causas do conflito internalizado neste assentamento rural, enfocando tensões expressas nas Áreas de Uso Alternativo, espaços destinados às práticas produtivas das famílias assentadas. Como parte da metodologia para coleta de dados foram feitas observações direta e participante em campo, entrevistas semi-estruturadas e registros fotográficos. Além disso, foram realizadas coleta e análise de dados espaciais para a confecção de mapas pela equipe de pesquisadores do Projeto Automanejo, no qual participávamos. Como resultado preliminar pôde-se registrar que os conflitos entre camponeses são localmente atribuídos a falsos dualismos, tais como pioneiros-novatos, agricultura-pecuária e Associação Virola Jatobá-Associação Liberdade do Povo, sobre os quais são criados significados e valores diversos, fragmentando as relações sociais entre os segmentos camponeses do assentamento. Como resultado final, vemos que os conflitos têm sua gênese em antagonismos entre grupos sociais com distintas relações com a natureza, demonstrando-se que no PDS Virola Jatobá existem diversas territorializações em construção.

  • HUELITON PEREIRA AZEVEDO
  • Transição agroecológica: reflexões a partir de agroecossistemas de camponeses
    agroextrativistas na Amazônia numa perspectiva política

  • Data: 26/02/2018
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  • Esta dissertação trata sobre a transição agroecológica no contexto de agroecossistemas de
    camponeses agroextrativistas na Amazônia. Esse tema tem gerado controvérsias acadêmicas e
    desafios políticos importantes para o movimento agroecológico. A presente pesquisa buscou
    contribuir no aprofundamento deste debate através da análise dos agroecossistemas com base
    nos aportes da agroecologia política a partir da articulação entre a ecologia política, a teoria
    dos recursos comuns e o enfoque sistêmico. Os resultados revelam a necessidade da transição
    agroecológica em função da crise do manejo tradicional dos agroecossistemas dos
    camponeses agroextrativistas.

2017
Descrição
  • THAYNÁ PEREIRA FAÇANHA
  • DIVERSIDADE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS, SEUS HOSPEDEIROS E INIMIGOS NATURAIS EM IGARAPÉ-AÇÚ E MARAPANIM, PARÁ

  • Data: 31/08/2017
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  • A fruticultura é um segmento importante para a agropecuária brasileira, sendo as moscas-dasfrutas
    (Diptera: Tephritidae) o principal problema fitossanitário da cadeia. No contexto
    Amazônico o cultivo de fruteiras nativas e exóticas é abrangente, as quais normalmente estão
    inseridas em cultivos diversificados de agricultores familiares, assumindo importância
    elevada na segurança alimentar dessas famílias assim como na complementação da sua renda.
    Esta pesquisa caracterizou os sistemas de cultivos de fruteiras em comunidades de agricultura
    familiar, através de coletas de frutas nessas áreas, determinando a riqueza de espécies de
    moscas-das-frutas, seus hospedeiros e inimigos naturais em dois municípios do nordeste
    paraense. Os estudos foram realizados nos municípios de Igarapé-Açú (S1°07’33 –
    W47°37’27”) e Marapanim (S00° 43’ 03” – W47° 41' 59"). Agricultores familiares
    selecionadas foram entrevistados nas propriedades de acordo com suas disponibilidades, com
    a finalidade de caracterizar as áreas dos sistemas de cultivos encontrados (Capítulo 1) e
    realizadas coletas das amostras de frutos para identificação das moscas-das-frutas, seus
    hospedeiros (Capítulo 2) e inimigos naturais (Capítulo 3). As coletas foram realizadas em
    áreas de cultivos diversificados e no seu entorno. Frutos foram coletados, aleatoriamente, em
    amostras oriundas de plantae e recém caídas ao solo. As amostras foram acondicionadas e
    transportadas ao laboratório de Entomologia da Embrapa Amazônia Oriental, onde foram
    dispostas em bandejas plásticas envoltas com tecido de organza e avaliadas a cada 48 horas
    para verificação da emergência de pupas. As pupas foram depositadas em frascos plástico
    transparentes (8 cm diâmetro x 6 cm altura), em camada de vermiculita e envoltas com tecido
    de organza, e climatizadas em B.O.D até a obtenção de adultos. Estes quando emergidos
    foram mortos e depositados em frascos com etanol, a 70%, e etiquetados para a posterior
    identificação. Nesta pesquisa foram coletados 1.287 frutos, divididos em 57 amostras
    compostas e 77 individualizadas, pertencentes a 17 espécies de frutíferas de 10 famílias
    botânicas. Apenas 303 frutos foram infestados por larvas de moscas-das-frutas, dos quais
    foram contabilizados 504 pupários, que originaram 197 espécimes de tefritídeos somento do
    gênero Anastrepha. Foram identificadas quatro espécies distintas, sendo A. bahiensis L.
    reportada pela primeira vez no Estado do Pará, associada à frutos de carambola (Averrhoa
    carambola). Foram infestadas frutas de 5 hospedeiros, que já foram anteriormente descritos
    no Pará. Foram obtidos, ainda, 48 adultos de parasitoides da família Braconidae, distribuídas
    em três espécies distintas: Doryctobracon areolatus (Szépligeti), Opius bellus (Gahan) e
    Asobara Anastrephae (Muesebeck).

  • CLEICE DA LUZ VIDAL
  • “Transformações ambientais e povos tradicionais: Um estudo na Volta Grande do Xingu, a jusante da UHE Belo Monte”

  • Orientador : SONIA MARIA SIMOES BARBOSA MAGALHAES SANTOS
  • Data: 30/08/2017
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  • “Transformações ambientais e povos tradicionais: Um estudo na Volta Grande do Xingu, a jusante da UHE Belo Monte”

  • MAGDA FRANCIANE NASCIMENTO ALEXANDRE
  • Os sistemas de produção da agricultura familiar em áreas de assentamentos rurais no município de Paragominas - PA: uma via para a transição agroecológica?

  • Data: 28/06/2017
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  • São progressivas as análises e discussões referentes a sustentabilidade em suas diversas dimensões. Decorrentes de preocupações ambientais, da busca pelo suprimento das crescentes demandas de mercados, e um direcionamento a segurança alimentar e nutricional da população rural e urbana. Motivações que dão subsídio para que a agricultura familiar camponesa seja hoje considerada como ator principal da mudança nas bases de produção agropecuária no país. Tem-se proposto no município de Paragominas políticas públicas como possibilidade de cumprir os objetivos em busca da sustentabilidade, os incentivos estão direcionados para a diminuição do desmatamento através dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta – SILPF dentre outras iniciativas. Nesse contexto nos propomos a investigar se esse sistema pode vir a ser utilizado pela agricultura familiar assentada; que práticas esta categoria vem utilizando para modificar seu agroecossistema e se as intervenções no meio natural através dos sistemas produtivos se configuram em processos de transição agroecológica. Para estruturarmos esta compreensão do importante papel que a agricultura familiar camponesa desenvolve no Brasil é necessário conhecer quais são as motivações que os levam a utilizar diferentes formas de modificar o agroecossistema através de seus sistemas de produção. Nesse sentido como ações diferenciadas nessa pesquisa nos utilizamos da abordagem sistêmica, e da análise retrospectiva desenvolvida por Moulin et al. (2005), que assim como cada metodologia utilizada (tipologia, entrevista histórica, questionários) foram essenciais para compreender a tomada de decisão referente a utilização de cada sistema de produção com o intuito de atender as necessidades em busca da concretização dos objetivos de vida da família. Identificamos três principais impedimentos para que esta categoria não adote o SILPF. Foi possível afirmar que a agricultura familiar camponesa assentada em Paragominas tem optado por diversificar tanto as práticas como os sistemas de produção, desenvolvendo processos mais complexos como a integração de sistemas de cultivo e criação, se configurando como agricultores e sistemas em transição agroecológica. E para designar esta forma de fazer e gerir os recursos naturais no processo produtivo foi proposta uma nova nomenclatura, levando em consideração a incidência direta das questões culturais, suas possibilidades estruturais, econômicas e de acesso as políticas públicas nos sistemas de produção. Sendo possível concluir que a agricultura familiar por está em constante processo de transformação, cria e recria novas formas de intervir no meio natural em busca da melhoria de suas condições de vida.

  • DIOCELIA ANTONIA SOARES DO NASCIMENTO
  • Trabalho e autonomia em campo de domínio masculino: Mulheres que têm contratos de produção com agroindústrias de dendê em São Domingos do Capim-Pa”

  • Data: 27/06/2017
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  • Trabalho e autonomia em campo de domínio masculino: Mulheres que têm contratos de produção com agroindústrias de dendê em São Domingos do Capim-Pa”

  • MYRLA DA SILVA FRANCO ANTUNES
  • “Motivação de jovens para o trabalho em Perseverança, São Domingos do Capim - PA ”

  • Data: 30/05/2017
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  • “Motivação de jovens para o trabalho em Perseverança, São Domingos do Capim - PA ”

  • MÁRCIA COUTINHO CAETANO
  • A organização do trabalho familiar sob a influência do cultivo do dendê na comunidade de Santa Maria / Tomé-Açu, Pará.

  • Data: 05/05/2017
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  • Nesta dissertação, minha pretensão foi analisar as novas evidências do trabalho familiar num contexto de incentivo à especialização para o cultivo de dendê. Trata-se de uma localidade no município de Tomé-Açu, um dos pólos de produção de dendê no estado do Pará. Este município abriga diferentes formas de agriculturas (familiar e empresarial) e relações de trabalho, destacando-se no cenário estadual pela produção de frutas, pimenta do reino, culturas alimentares e, recentemente, dendê no escopo do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo, a partir de 2010. A produção de dendê se dá por meio de monocultivo em estabelecimentos empresariais e familiares sob a condição de integração (agricultura por contrato). O objetivo desta pesquisa é analisar a organização do trabalho dos camponeses que cultivam dendê por meio de contratos de integração com a empresa Belém Bioenergia Brasil. A pesquisa foi realizada na localidade rural de Santa Maria, situada no município de Tomé-Açu, nordeste paraense. A metodologia privilegiou as abordagens qualitativas e quantitativas com revisão de literatura e levantamento de dados primários e secundários. Um estudo de caso foi realizado com todos os camponeses que têm contrato de integração e residem na localidade. Os procedimentos constaram de observações e entrevistas (estruturadas e não diretivas). As observações foram realizadas nas esferas domésticas e da produção. Já as entrevistas foram realizadas com os autodesignados chefes das famílias. Ademais, conversas livres ocorreram com outros membros da localidade sobre o histórico do lugar, as manifestações religiosas e de lazer, as opções e formatos do trabalho. As principais conclusões mostram que o trabalho familiar passa por redefinições para realizar o cultivo do dendê em decorrência de: i) os sistemas de produção serem compostos por mandioca, dendê, frutíferas, culturas alimentares (milho, feijão e arroz) e a criação de pequenos animais; ii) a mão de obra familiar não ser suficiente, quer seja pela insuficiência quantitativa, quer seja pela qualitativa, pois o trabalho de dendê requer força física associada aos homens jovens; iii) a maioria das mulheres se dedicar apenas ao trabalho de adubação, atividade que não exige força física, havendo algumas exceções; iv) haver concentração das mulheres nas atividades domésticas; v) desconhecimento por parte dos integrados em relação ao que está proposto no contrato; vi) necessidade da contratação da mão de obra de camponeses integrados, na condição de diaristas, em todos os estabelecimentos para tarefas no cultivo do dendê no intuito de cumprir contrato; vii) a migração de alguns jovens dos grupos domésticos para trabalharem como assalariados nas agroindústrias de dendê. Apesar desse panorama influenciado pelo advento da integração de camponeses no cultivo do dendê estes têm perspectivas promissoras em relação a melhorias de vida e renda.

  • CARLOS PINTO ROJAS
  • Relações do manejo do açaizeiro com mudanças da vegetação e com a economia do estabelecimento familiar ribeirinho em várzea no município de Cametá/PA 

  • Data: 27/04/2017
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  • Relações do manejo do açaizeiro com mudanças da vegetação e com a economia do estabelecimento familiar ribeirinho em várzea no município de Cametá/PA.

  • RAFAEL AQUINO NOGUEIRA
  • As roças na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio: um estudo sobre agrobiodiversidade, conhecimentos tradicionais e práticas entre os povos beiradeiros da Terra do Meio - Amazônia

  • Orientador : FLAVIO BEZERRA BARROS
  • Data: 20/04/2017
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  • As roças na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio: um estudo sobre agrobiodiversidade, conhecimentos tradicionais e práticas entre os povos beiradeiros da Terra do Meio - Amazônia

  • RAFAEL DE RIVERA
  • “Trajetórias das práticas alimentares na comunidade quilombola de Bairro Alto (Barro Alto), Ilha do Marajó, Salvaterra - Pará ”

  • Data: 13/04/2017
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  • Esta pesquisa propõe uma reflexão sobre os processos que envolvem a
    trajetória alimentar da comunidade quilombola Bairro Alto, Salvaterra, Ilha do
    Marajó – PA. Parti das dimensões culturais no contexto dos saberes e fazeres,
    as formas de produzir, obter, preparar, acondicionar e consumir alimentos no
    quilombo. Orientado pela linha do tempo, exponho também os eventos
    marcantes, como os conflitos endógenos e exógenos, as políticas de
    assistência, como bolsa família e também “novos formatos” de renda e como
    esses processos afetam a segurança alimentar e nutricional na comunidade em
    questão. A partir dos croquis situacionais e inspirado pelo Projeto Nova
    Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), apresento o uso do território no
    passado, no presente e no futuro, e relaciono a soberania alimentar, a
    agroecologia e a permacultura à gestão territorial junto aos projetos futuros
    desejados pela comunidade estudada. A pesquisa de campo ocorreu no ano de
    2016 e utilizou como métodos, a partir de um enfoque sistêmico, lista livre,
    entrevistas semiestruturadas, observação participante, construção coletiva de
    croquis situacionais e etnofotografia. A pesquisa mostrou que os quilombolas
    de Bairro Alto consomem 238 itens alimentares oriundos de diferentes fontes e
    categorias, os quais representam o domínio do conhecimento vivo da
    apropriação da natureza para fins alimentares, ainda que muitos desses
    alimentos sejam industrializados. O anseio por projetos comunitários reflete a
    necessidade de buscar novas fontes de renda onde a qualidade ambiental seja
    restaurada e os vínculos comunitários presentes no território possam ser
    resgatados em algumas partes e inovados em outras. Os mecanismos de
    gestão territorial serão de extrema importância para poder aferir as áreas
    necessárias e seus respectivos usos a curto, médio e longo prazo a fim de
    garantir a reprodução da cultura local e gerar benefícios sociais, econômicos e
    ambientais.


  • ANTÔNIO WEMERSON DE LIMA VIANA
  • Desafios e Potencialidades de inserção do açaí (euterpe oleracea Mart.) na alimentação escolar no estuário Amazônico

  • Orientador : LIVIA DE FREITAS NAVEGANTES ALVES
  • Data: 10/04/2017
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  • Desafios e Potencialidades de inserção do açaí (euterpe oleracea Mart.) na alimentação escolar no estuário Amazônico

  • LISSANDRA CORDEIRO RIBEIRO
  • 'Mesmo com essas coisas ruins que o dendê trouxe, eu não saio daqui': Resistência à agroindústria do dendê na comunidade do Castanhalzinho em Concórdia do Pará

  • Data: 31/03/2017
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  • 'Mesmo com essas coisas ruins que o dendê trouxe, eu não saio daqui': Resistência à agroindústria do dendê na comunidade do Castanhalzinho em Concórdia do Pará

  • NATALIA MONGE ZÚNIGA
  • “'O dom não se ensina, a gente nasce com ele...!' Saberes, práticas e histórias de vida de parteiras tradicionais da RESEX Mapuá, Ilha do Marajó. ”

  • Data: 31/03/2017
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  • Esta dissertação apresenta uma etnografia sobre o conjunto de crenças, saberes e práticas que detêm
    as parteiras da RESEX Mapuá, Ilha do Marajó, Brasil. O objetivo principal foi relatar com as
    histórias de vida destas mulheres o universo de partejar desenvolvido pelas parteiras das
    comunidades de São Sebastião, Bom Jesus e São Benedito. Observação participante e entrevistas
    semiestruturadas foram os principais métodos utilizados, apoiados de registros fotográficos e
    fonográficos. Os resultados expõem histórias de vida de oito (8) parteiras, destacando-as como
    detentoras de um rico e complexo saber sobre saúde das comunidades onde atuam. Ressalta-se a
    importância de visualizar o universo ao redor do ofício de partejar, para assim compreender o papel
    essencial dessa sabedoria para as comunidades tradicionais e para o mundo inteiro.


  • DANIEL LUCAS RIBEIRO PONTES
  • Resistência camponesa à agroindústria do dendê na comunidade de Conceição do Guajará em Bujarú/PA 

  • Data: 30/03/2017
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  • Este estudo tem como objetivo analisar a resistência camponesa à agroindústria do
    dendê existente na comunidade Conceição do Guajará, no município de Bujaru no
    Estado do Pará. A resistência se estabelece devido à introdução da dendeicultura em
    forma de monocultivo e grande projeto para a Amazônia Paraense apresentando, desta
    maneira, impactos ambientais e sociais evidentes na localidade, tais como o
    desmatamento e a visível diminuição de terras cultiváveis pelo campesinato. Este
    trabalho foi organizado em formato de artigos com o intuito de focalizar a diversidade
    de análises presentes na pesquisa, colaborando, assim, para posteriores publicações. A
    pesquisa pautou-se em estudo de campo na referida comunidade rural, utilizando a
    observação direta, pesquisa qualitativa e bibliográfica para o aproveitamento dos dados
    e informações resultantes do trabalho de campo e da literatura acadêmico-científica
    pertinente.


  • MONIQUE ROCHA RODRIGUES
  • A atuação da Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua (PA) diante de conflitos sociais relacionados ao uso dos recursos naturais

  • Data: 30/03/2017
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  • A atuação da Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua (PA) diante de conflitos sociais relacionados ao uso dos recursos naturais

  • BRENDA GLAUDE ARRAIS CRUZ ZAMORIM
  • AMÊNDOA DE CACAU DE ALTA QUALIDADE NA TRANSAMAZÔNICA: AS PRÁTICAS DOS AGRICULTORES FAMILIARES EM FUNÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO MERCADO.

  • Data: 24/02/2017
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  • AMÊNDOA DE CACAU DE ALTA QUALIDADE NA TRANSAMAZÔNICA: AS PRÁTICAS DOS AGRICULTORES FAMILIARES EM FUNÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO MERCADO.

2016
Descrição
  • JOSIELE PANTOJA DE ANDRADE
  • Labor e prazer: a prática e o sentido dos multirões na comunidade Monte Sião, São Domingos do Capim - PA

  • Data: 31/08/2016
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  • Objetivamos nesse trabalho compreender as práticas e o sentido do mutirão e como os
    mesmos contribuem para o estabelecimento das relações de reciprocidade camponesa, a
    partir de uma análise do trabalho, em especial em mutirões, como parte integrante da
    vida camponesa, entendido como um espaço de reprodução da vida cotidiana. Esse
    estudo foi realizado na comunidade Monte Sião, Nordeste Paraense. Para a realização
    da pesquisa, optamos pela abordagem metodológica qualitativa, entretanto, métodos
    quantitativos também foram utilizados como uma forma de auxiliar a interpretação da
    realidade social. Como estratégia metodológica, utilizamos o estudo de caso, realizado
    com 45 famílias, nos valendo da observação participante, entrevistas e questionários, os
    quais permitiram compreender a história de formação da comunidade, a instalação da
    igreja Assembleia de Deus, a organização da APEPA, os festejos, a divisão social do
    trabalho na unidade de produção familiar, os espaços de sociabilidade e, sobretudo,
    compreender a organização dos distintos mutirões e as relações de reciprocidade que se
    estabelecem entre camponeses e camponeses e divindades, além apreendermos a noção
    de mutirão que os camponeses detêm. O estudo aponta a reciprocidade na essência
    camponesa. O mutirão até o século XX era realizado para auxílio em trabalhos
    agrícolas, em casos de doença, especialmente nos trabalhos das roças de mandioca.
    Havia duas formas de realizar o trabalho dos roçados: o mutirão e o trabalho de
    companhia. O primeiro, uma forma de ajuda mútua não formalizada, porém entendida
    como um contrato moral; o segundo entendido como uma forma institucionalizada,
    composto por um grupo fixo de camponeses, com registro hierárquico dos cargos
    ocupados e das atividades a serem executadas. Com as transformações
    socioeconômicas, a entrada da comercialização do açaí e a diminuição dos recursos
    naturais, as roças deixaram de ser a principal atividade econômica dos camponeses e,
    como consequência, o trabalho de companhia deixava de existir no trabalho dos
    roçados, sendo ressignificado e ganhando força em outras atividades, como na
    instituição religiosa, onde os camponeses se reúnem em mutirões movidos por um
    sentimento de fé e amizade para realizar determinados trabalhos, como construções,
    festejos, artesanatos e campanhas para captar recursos financeiros para doar a Deus,
    uma relação de reciprocidade entre os homens e Deus. A Associação, durante um
    período, também acionou os mutirões para o manejo dos açaizais e confecção de
    artesanatos. E, por último, o mutirão organizado pelos camponeses para ter acesso à
    energia elétrica. Esses mutirões ultrapassam a ideia utilitarista, são entendidos como um
    espaço pedagógico de aprendizagem coletiva. E, mais ainda, como uma forma de ação
    política, além de representar a união dos camponeses e a luta por acesso a serviços
    públicos historicamente negados. Eles não existem separados do restante da vida.
    Durante o trabalho as pessoas conversam da vida, fofocam, dão risos, fazem
    brincadeiras e até podem ocorrer desentendimentos. Assim, concluímos que os
    mutirões, em Monte Sião, continuam vivos na essência camponesa, sendo
    ressignificados e acionados de acordo com as necessidades econômicas, sociais,
    políticas, religiosas e culturais da comunidade.

  • AMÁLIA GABRIELA ROCHA AGUIAR
  • Manejo de população de açaizeiro (Euterpe olecarea Mart.) em parcelas de produção de frutos em área de várzea

  • Data: 31/05/2016
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  • Manejo de população de açaizeiro (Euterpe olecarea Mart.) em parcelas de produção de frutos em área de várzea

  • WALMIRO AMADOR DA SILVA JUNIOR
  • A várzea está para peixe: Viabilidade socioeconômica da piscicultura praticada na Bacia do Aricurá, Cametá, Pará.

  • Data: 30/05/2016
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  • A partir da década de 1980, em resposta à redução do estoque pesqueiro os agricultores do baixo Tocantins passaram a criar peixe em cativeiro, através de viveiro escavado em várzea os quais os agricultores chamam de tanque. Por se tratar de uma atividade introduzida recentemente ao sistema de produção, objetivou-se através deste trabalho investigar se a introdução provocou mudanças nos aspectos socioeconômico dos estabelecimentos rurais. A pesquisa foi realizada no distrito Sede do município de Cametá, mais precisamente na bacia do rio Aricurá que tem os igarapés Ajó e Merajuba como seus tributários. A área de estudo se destaca pela diversidade quanto ao ecossistema, com presença de várzea, e de terra firme. O estudo envolveu 18 estabelecimentos e foi realizado em 3 etapas. Na primeira foi elaborada uma tipologia do sistema de produção. Na segunda, já com a formação de dois tipos, um formado por estabelecimentos que apresentam área de várzea e de terra firme, e outro por estabelecimentos que apresentam somente área de várzea, foram selecionado4 estabelecimento para representar cada tipo. Em todos os estabelecimentos selecionados foram levantados o itinerário técnico da piscicultura, efetuada uma análise de paisagem, entrevistas sobre o histórico e elaborado um croqui. Na terceira e ultima etapa, para analisar em profundidade as possíveis mudanças na relação social do trabalho, foi realizado um estudo de caso de uma unidade de produção. Em estabelecimento familiar, em virtude do pequeno porte, cerca 54 ha, a produção ocorre de maneira consorciada. Apesar da grande diversidade, as atividades são organizadas para diminuir a competição por espaço produtivo entre elas.Por isso, apesar da introdução da piscicultura tornar o sistema ainda mais complexo, não provocou o rearranjo espacial das áreas de produção, seja em estabelecimento com disponibilidade só de várzea, como naqueles com várzea mais terra firme. Por outro lado houve redução na intensidade e no recrutamento de força de trabalho aplicada à extração aquática (pesca e captura do camarão), essa que antes era praticada quase todas as noites, passou a ser realizada cerca 3 dias por semana. Outra coisa importante é que quando a criação passou a ser planejada para atender o mercado local, o peixe oriundo da piscicultura transformou-se em ingresso ao mercado e gerador de renda com efeito significativo na circulação do capital, assumindo o papel, que antes era somente dos produtos aquáticos. A piscicultura praticada em várzea por agricultores familiares tem garantido a reprodução socioeconômica do grupo familiar, sem que haja competição pela mão de obra e pelo espaço e pode ser desenvolvida sem impacto ambiental.

  • NOEMI DINIZ SACRAMENTO PARADELLA
  • Do dendê eu tenho medo até dos espinhos: resistência cotidiana à integração à agroindústria do dendê pelos camponeses de Maçaranduba – Tomé Açu, no Nordeste Paraense.

  • Data: 25/05/2016
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  • SACRAMENTO, Noemi Diniz. “Do dendê eu tenho medo até dos espinhos”: resistência cotidiana à agroindústria do dendê pelos camponeses de Maçaranduba – Tomé-Açu, no Nordeste Paraense. 100 f. Dissertação (Mestrado em Agriculturas Amazônicas). Universidade Federal do Pará. Belém, 2016.
    Construí esta dissertação com o objetivo de analisar as formas cotidianas de resistência à integração à agroindústria do dendê, a partir dos camponeses da colônia Maçaranduba, localizada no município de Tomé-Açu, região nordeste do estado do Pará. As formas cotidianas de resistência não são assuntos costumeiros dentro das pesquisas sobre resistência por estarem subscritas no cotidiano das sociedades camponesas que nem sempre permitem aos pesquisadores tomá-las como objeto de análise. Maçaranduba está geograficamente inserida na zona de expansão do monocultivo de dendê, em que a integração é um mecanismo utilizado pelas agroindústrias para a expansão das áreas cultivadas com dendezeiro, subsidiada pela criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) e do Programa de Produção Sustentável da Palma de Óleo (PSOP). Destarte assumi que os sujeitos não são estáticos, mas que desenvolvem justificativas, opiniões e atribuem sentido às suas escolhas baseados nos projetos que a família possui e no “medo” que a integração possa reduzir a autonomia a que estão habituados possuir. Utilizei como base teórica as reflexões de James Scott, autor que considera o cotidiano o lugar onde a resistência camponesa se torna plausível e concreta. A metodologia partiu de um estudo de caso, que permitiu compreender como os sujeitos de Maçaranduba empreenderam a resistência à integração, para conceber os dados foram aplicados trinta questionários cuja organização das perguntas se centrou sobre o conhecimento das famílias sobre o programa e de seus posicionamentos acerca da integração, além de entrevistas a informantes chaves para conhecimento da história local e a agentes públicos envolvidos no debate. Com a pesquisa constatei que as famílias elaboram suas justificativas para a resistência a partir de suas experiências cotidianas, sempre pensando em projetos produtivos que garantam a permanência da família no estabelecimento agrícola, rejeitando projetos que assumam riscos para a manutenção das gerações futuras. Observei ainda que as famílias adquirem conhecimento sobre a integração a partir de uma rede invisível de informação que tecem entre os sujeitos que fazem parte dos seus cotidianos, entre eles estão as famílias residentes em localidades próximas e que aderiram ao projeto. Apesar da resistência à integração, os camponeses de Maçaranduba sentem os reflexos da expansão dos cultivos de dendezeiro, através da aplicação de agrotóxicos nos cultivos próximos e na modificação da paisagem a que estavam habituados.

  • MARIA DA CONCEIÇÃO SILVA ROSA
  • Regularização Ambiental Rural: (des) encontros entre o instituído e o executado no Projeto de Assentamento Águia - Paragominas / Ulianópolis (PA).

  • Data: 09/05/2016
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  • Regularização Ambiental Rural: (des) encontros entre o instituído e o executado no Projeto de Assentamento Águia - Paragominas / Ulianópolis (PA).

  • CEZARIO FERREIRA DOS SANTOS JUNIOR
  • Segurança alimentar em projetos de assentamento de reforma agrária com ênfase ambiental: estudo de caso no Projeto de Desenvolvimento Sustentável Virola Jatobá, Transamazônica, Estado do Pará 

  • Data: 31/03/2016
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  • A presente pesquisa busca compreender as questões alimentares e socioambientais
    através da análise das práticas agrícolas e das experiências florestais dos
    agricultores, visto que a produção de alimentos (para consumo e renda) para os
    grupos sociais tradicionais na Amazônia é um importante elemento na garantia da
    segurança alimentar, pois utilizam os recursos florestais e agrícolas na manutenção
    da unidade familiar. Este estudo de caso toma como empiria o Projeto de
    Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá, situado na região da
    Transamazônica, município de Anapu/PA. Esta modalidade de assentamento traz o
    debate emblemático sobre a articulação entre questões ambientais, agrícolas e
    florestais, com a possibilidade da exploração madeireira legal através do manejo
    florestal comunitário. Utilizou-se o método quanti-qualitativo, realizando-se o
    levantamento de dados através de observações direta e participante, entrevistas e
    aplicação de questionário socioeconômico. Por meio dos quais compreendeu-se as
    transformações sócio produtivas ocorridas ao longo da trajetória de vida dos
    assentados. Os resultados da pesquisa apontam para mudanças das práticas sobre
    a segurança alimentar dos assentados em função das questões ambientais sobre os
    sistemas tradicionais de produção.

  • SUELLEN SUZY DE SOUZA COSTA
  • “"Sindicato é pra quem entende": (DES)IGUALDADE DE GÊNERO NO SINDICALISMO DOS EMPREGADOS RURAIS DE MOJU

  • Data: 31/03/2016
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  • A maior inserção da mulher rural nos sindicatos e nos demais movimentos e organizações se
    dá principalmente a partir início da década de 1980. Mesmo assim, a posição de liderança no
    movimento sindical ainda é restrita para as mulheres. Neste trabalho analisei a atuação de
    lideranças femininas assalariadas à dendeicultura na diretoria do Sindicato dos Empregados
    Rurais de Moju – SERMTAB. A pesquisa foi realizada com abordagem predominantemente
    qualitativa, por meio de um estudo de caso no município de Moju, Pará. Foram realizadas
    entrevistas não-diretivas e semiestruturadas com os membros da diretoria do sindicato
    composta por 09 diretores, dos quais, 3 são mulheres. As principais conclusões demonstram
    que o SERMTAB é a maior entidade de representação dos empregados rurais de Moju. A
    diretoria advém da agricultura familiar, é diversa com jovens, mulheres e homens mais
    velhos, porém mantém os espaços de decisão restritos às figuras masculinas. Com a sua
    atuação comprometida e relação de poder hierarquizada, colocam as mulheres em uma
    condição subalterna e de domínio masculino. Contudo, o rompimento das relações de poder
    ocorre de maneira sutil, ao aceitarem participar e fazerem o enfretamento familiar, entrarem
    em embates com outros trabalhadores e encararem os preconceitos por serem sindicalistas.
    Ainda assim, sua ausência formal na direção dificulta o surgimento de sua identidade
    enquanto trabalhadora rural assalariada e sindicalista.


  • ANNY DA SILVA LINHARES
  • Quebradeiras de coco babaçu: (re)construindo identidades e protagonizando suas histórias na Microrregião do Médio Mearim, Estado do Maranhão. 

  • Orientador : NOEMI SAKIARA MIYASAKA PORRO
  • Data: 29/03/2016
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  • Quebradeiras de coco babaçu: (re)construindo identidades e protagonizando suas histórias na Microrregião do Médio Mearim, Estado do Maranhão. 

  • LAIANE BEZERRA RIBEIRO
  • O TRABALHO SOB INFLUÊNCIA DA DENDEICULTURA EM VILAS RURAIS PARAENSES

  • Data: 11/03/2016
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  • O TRABALHO SOB INFLUÊNCIA DA DENDEICULTURA EM VILAS RURAIS PARAENSES

  • EDFRANKLIN MOREIRA DA SILVA
  • Expansão da dendeicultura e transformações nos sistemas de produção familiares na Amazônia Oriental 

  • Data: 11/03/2016
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  • Expansão da dendeicultura e transformações nos sistemas de produção familiares na Amazônia Oriental 

  • LUIZ CARLOS BASTOS SANTOS
  • Cooperação e conflitos na gestão da Reserva Extrativista Marinha de Maracanã, Estado do Pará

  • Data: 02/03/2016
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  • As Reservas Extrativistas são espaços de uso comum, dedicados à conservação dos recursos
    naturais e destinados às populações tradicionais. O modelo de gestão praticado nessa
    modalidade de Unidades de Conservação deve acontecer através do estabelecimento de regras
    formais que possibilitam balizar a regulação na exploração dos recursos naturais da área, além
    de possibilitar a participação dos usuários. Este trabalho tem como objetivo analisar a
    cooperação e os conflitos entre usuários no processo de gestão da Reserva Extrativista
    Marinha de Maracanã, Estado do Pará. A metodologia adotada para a realização desta
    pesquisa contou com uma abordagem qualitativa. Através dela foi possível utilizar técnicas
    como a observação e a entrevista para coletar uma diversidade de dados que só se tornaram
    possíveis de acessá-los a partir do estabelecimento de um contato direto com os indivíduos
    participantes da ação. Foram efetuados levantamentos de dados primários e secundários.
    Dessa forma, foram realizadas cinco incursões em campo, nessas ocasiões foi possível
    acompanhar a realização de diferentes atividades coletivas relacionadas à gestão daquela área,
    e aplicadas vinte e cinco entrevistas semiestruturadas. Foi acessada literatura com enfoques
    associados aos temas em estudo. Como resultado verificou-se que, o principal espaço coletivo
    para tomadas de decisões, o Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Marinha de
    Maracanã é constituído por múltiplos atores, inclusive os próprios usuários participam de
    forma representativa, mas as reuniões não vêm sendo executadas regularmente. Nesse
    processo destaca-se a existência dos Comitês que são estruturas organizativas compostas
    unicamente por usuários que se propõem a colaborar com a gestão da RESEX. Por fim,
    considerou-se que os Comitês são um diferencial no processo de gestão daquela Unidade de
    Conservação e uma iniciativa que visa ampliar a capacidade de participação da população
    tradicional no gerenciamento daquele espaço em busca de assegurar a conservação dos
    recursos naturais conforme estabelece as ferramentas oficiais de gestão daquela área.
    Entretanto, a simples criação de estruturas organizativas, se estiver, entre outros, desprovidos
    de suporte material e de poder coercitivo, não irá se consolidar como a solução para sanar as
    fragilidades existentes no gerenciamento dos recursos naturais daquele espaço de uso comum.

  • ANDERSON LUIS ROCHA PEDRINI
  • Sistemas Agroflorestais como alternativa a pecuária extensiva: As experiências de agricultores familiares de assentamentos rurais do Município de Conceição do Araguaia- PA

  • Data: 01/03/2016
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  • A mesorregião do sudeste paraense é marcada em sua história por diversos fatos
    políticos e sociais que representam a forma como que o estado brasileiro e principalmente os
    grupos econômicos nacionais e internacionais agiram na Amazônia, ou seja, de forma não
    organizada e causando impactos sociais e ambientais que possuem reflexos até os dias atuais.
    Conceição do Araguaia, um dos principais municípios dessa região carrega em sua história a
    maioria desses fatos. Conflitos sociais, criação e articulação de movimentos de agricultores e a
    política de assentamento de milhares de famílias, são traços importantes do legado do
    município. No aspecto ambiental, além do desmatamento promovido pela política do estado
    brasileiro de ocupação da Amazônia somado à realidade da exploração madeireira dos grandes
    grupos econômicos instalados, foi introduzido no município e na região o modelo da pecuária
    extensiva, visando principalmente garantir grandes parcelas de terras, agravando os impactos
    ambientais já realizados. Este estudo se dedicou a pesquisar as alternativas produtivas utilizando os sistemas
    agroflorestais implementadas por agricultores familiares vinculados ao Sindicato dos
    Trabalhadores Rurais e à Cooperativa de agricultores no município de Conceição do Araguaia
    frente ao modelo da pecuária extensiva. Os dados de campo foram coletados através de questionário aplicado diretamente com os agricultores familiares de três assentamentos escolhidos pela direção do Sindicato e
    Cooperativa. Foram encontrados SAFs em sistemas aleatórios que possuem diversidade e
    contribuem economicamente e ambientalmente com os agroecossistemas e se apresentam como
    uma importante alternativa frente ao modelo da pecuária extensiva predominante da região.


  • FAGNER FREIRES DE SOUSA
  • Miriti: o Açaí do inverno? extrativismo, comercialização e consumo de frutos da Mauritia flexuosa L.f no estuário amazônico.

  • Data: 01/03/2016
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  • Visando analisar o potencial do extrativismo de frutos de miriti para a reprodução social
    ribeirinha e conservação da biodiversidade frente à “açaização” dos estabelecimentos de
    produção familiares (EPF’s) do estuário amazônico, empreendemos pesquisa de campo junto
    a 22 famílias ribeirinhas na ilha Sirituba, Abaetetuba – PA, onde o extrativismo de miriti
    ainda é recorrente. Na condução da pesquisa utilizamos o estudo de caso como estratégia
    metodológica, nos valendo de observação participante, aplicação de questionários
    semiestruturados, entrevistas não diretivas e diário de produção, os quais oportunizaram
    apreender as práticas utilizadas nesse sistema, a divisão social do trabalho, a formação de
    circuitos de comercialização e a utilização do miriti na alimentação diária. Com intuito de
    conhecer os usos alimentares do fruto na cidade de Abaetetuba, realizamos entrevistas com
    mingauleiros de miriti e observação participante na praça de alimentação das duas últimas
    edições do Miriti Fest. Os resultados revelaram um vasto conhecimento por parte dos
    ribeirinhos sobre o miriti e a existência de uma relação de reciprocidade entre homens e
    palmeiras, as quais sinalizam para a conservação da espécie. No aspecto produtivo,
    constatamos a intensa participação da família no trabalho com o miriti que é realizado
    conjuntamente, oportunizando a troca de saberes entre gerações, o que favorece o
    fortalecimento da tradição em torno do extrativismo desta palmeira. O potencial econômico
    da atividade também foi evidenciado, com forte demanda pelo fruto e seus derivados na
    cidade de Abaetetuba, principal mercado acessado pelos extrativistas, comercializa-se cerca
    de 125 t. por mês, destacando-se os circuitos curtos de comercialização (venda na feira e por
    encomenda), os quais possibilitam uma renda média mensal superior ao salário mínimo e
    faturamento médio por safra semelhante ao da extração do açaí. Os usos alimentares do fruto
    foram registrados tanto no contexto rural, onde integra todas as refeições, contribuindo
    significativamente para segurança e soberania alimentar, quanto no contexto urbano, onde é
    consumido no dia-a-dia, principalmente na forma de mingau e, ressignificado, torna-se
    “comida de festa” durante o Miriti Fest. Assim, concluímos que o extrativismo do miriti é
    uma atividade produtiva tradicional com potencial para garantir a reprodução ribeirinha
    durante a entressafra do açaí e contribuir para a conservação da biodiversidade, caso realizado
    de forma sustentável. Acrescentamos ainda, a necessidade de investimentos em políticas
    públicas voltadas ao incentivo dessa prática e ao fortalecimento da cadeia produtiva do miriti.

  • RAFAELA SALES DE SOUSA
  • Captação, tratamento e usos da água em comunidades rurais do Munícipio de Igarapé-Açu

  • Data: 26/02/2016
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  • A região Amazônica do Brasil é reconhecida mundialmente por sua biodiversidade e a vasta bacia hidrográfica. Apesar da abundância de recursos hídricos, a região apresenta limitações no acesso a ferramentas, inerentes à gestão apropriada de uso da água instituída por políticas públicas, principalmente em áreas rurais. Nessa perspectiva, é que se propôs o estudo de captação, tratamento e usos da água em comunidades rurais do município de Igarapé-Açu-PA. O objetivo deste trabalho é descrever como a população rural, situada na microbacia do Igarapé Cumaru, capta, trata e usa a água, ancorando-se nas políticas públicas voltadas para essa temática. Este estudo está estruturado em três artigos, em que se descreve as práticas de captação, tratamento e usos da água e sua relação com as políticas públicas e normas em escalas federal, estadual e municipal. A pesquisa preocupou-se também em registrar como a população rural tem gerido esse recurso, descrevendo os usos e abusos da água pela própria comunidade. Ressalta-se que os três artigos estão embasados em dados coletados em campo e na literatura pertinente a temática de estudo. Para tanto, a pesquisa de campo foi feita com uso de ferramentas como: observação participante, roteiros, questionários fechados e entrevistas abertas. Dados revelaram que no município não há estação de tratamento de água, havendo apenas a distribuição, pela secretaria de saúde, de hipoclorito de sódio. Mas a maioria dos agricultores (100% São José; 72% Cumaru), apesar de receber o produto não faz uso, sob alegação de que interfere no gosto da água. Identificou-se ainda que os microssistemas de abastecimento carecem de dosadores. Destaca-se, por fim, que há, no município, uma limitação em se executar o que normatiza as políticas públicas, contudo, as populações rurais ─ dispersas espacialmente, com necessidades diferenciadas do recurso hídrico ─ devem ser consideradas no seu contexto.

  • GENISSON PAES CHAVES
  • Camponeses, agrotóxicos e agroindústria de dendê no Estado do Pará: um estudo a partir de São Vicente

  • Data: 25/02/2016
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  • Camponeses, agrotóxicos e agroindústria de dendê no Estado do Pará: um estudo a partir de São Vicente

  • SANDOLENE DO SOCORRO RAMOS PINTO
  • Mobilização e Conflitos em torno da Criação de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável no Campo de Mangaba, Maracanã-Pará 

  • Data: 16/02/2016
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  • Mobilização e Conflitos em torno da Criação de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável no Campo de Mangaba, Maracanã-Pará 

2015
Descrição
  • CAMILA MACIEL DE SOUZA PEREIRA
  • O extrativismo da andiroba (Carapa sp.) como foco mobilizador do Grupo de Trabalhadores Artesanais e Extrativistas (GTAE) no sudeste do Pará: motivações, estratégias, decisões e ações.

  • Data: 04/11/2015
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  • O extrativismo da andiroba (Carapa sp.) como foco mobilizador do Grupo de Trabalhadores Artesanais e Extrativistas (GTAE) no sudeste do Pará: motivações, estratégias, decisões e ações.

  • ROZANGELA SOUSA DA SILVA
  • Comercialização como fator de mudanças nas práticas dos produtores de leite de Paragominas - PA 

  • Data: 04/09/2015
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  • Comercialização como fator de mudanças nas práticas dos produtores de leite de Paragominas - PA 

  • CLENILDA TOLENTINO BENTO DA SILVA
  • Estudo dos sistemas produtivos da Cooperativa Agropecuária dos Produtores Familiares Irituienses e o potencial de extratos de plantas medicinais no manejo de pragas doenças do maracujazeiro

  • Data: 20/08/2015
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  • O presente trabalho teve como objetivo ampliar os conhecimentos sobre os sistemas
    produtivos, os aspectos sociais, econômicos e culturais dos filiados a Cooperativa
    Agropecuária dos Produtores Familiares Irituienses (Irituia-PA), avaliando-se o efeito de
    extratos alcoólicos das plantas medicinais cultivadas pelos agricultores sobre o crescimento in
    vitro de patógenos da cultura do maracujazeiro e na redução da severidade da bacteriose em
    casa de vegetação, bem como avaliar o potencial inseticida dos extratos sobre larvas de
    Tenebrio molitor L. 1758. Na pesquisa utilizaram-se entrevistas gravadas e guiadas por
    questionários previamente estruturados. Observou-se que a agricultura é a principal atividade
    econômica para os cooperados, a mão-de-obra é familiar e o sistema de produção é baseado
    em lavouras temporárias e perenes, piscicultura, criação de animais de pequeno porte, além do
    trabalho de recuperação e preservação da floresta nativa. As principais plantas medicinais
    cultivadas pelos agricultores são: alfavacão (Ocimum gratissimum L.), babosa (Aloe vera L.),
    boldo-do-reino (Plectranthus barbatus Andrews), capim-santo (Cymbopogon citratus (DC.).
    Stapf), cipó d’alho (Mansoa alliaceae Gentry), coramina (Pedilanthus tithymaloides Port),
    erva-cidreira (Lippia alba (Mill) N.E.Brown.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.),
    gengibre (Zingiber officinallis Rosc.), manjericão (Ocimum basilicum L.), mastruz
    (Chenopodium ambrosioides L.), nim (Azadirachta indica A. Juss), noni (Morinda citrifolia
    L.) e vinagreira (Hibiscus sabdariffa L.). Para avaliar o efeito antifúngico sobre o
    crescimento micelial in vitro dos fungos Rhizoctonia solani, Fusarium oxysporum, Fusarium
    solani e Colletotrichum gloeosporioides isolados do maracujazeiro, os extratos alcóolicos
    foram incorporados ao meio de cultura (BDA) fundente, 55°C a 1%. Após a solidificação do
    meio de cultura nas placas, depositou-se um disco de micélio do fungo de aproximadamente 8
    mm de diâmetro no centro de cada placa. A testemunha não recebeu os tratamentos. O
    crescimento micelial foi avaliado diariamente com auxilio de um paquímetro digital até que o
    fungo em um dos tratamentos atingisse as extremidades da placa. O delineamento
    experimental foi o inteiramente casualizado com 15 tratamentos e cinco repetições. Na
    avaliação do efeito antibacteriano sobre o crescimento de X. axonopodis pv. passiflorae, os
    extratos foram incorporados ao meio 523 na concentração de 1% a 55 ºC. Após a
    solidificação do meio, depositou-se 100 L da suspensão bacteriana, a qual foi espalhada com
    auxilio de uma alça de Drigalski. As placas foram incubadas por 48h a 28 ºC e o
    delineamento experimental foi o inteiramente casualizado. A avaliação foi realizada através
    da contagem das Unidades Formadoras de Colônia (UFC) nas placas. No ensaio in vivo, os
    extratos a 1% foram aplicados em plantas de maracujá com 2 a 3 pares de folhas verdadeiras
    três dias antes da inoculação do patógeno. O delineamento experimental foi em blocos
    casualizados com 16 tratamentos e cinco repetições. A avaliação foi aos 2, 4, 6, 8, 10 e 12
    dias após a inoculação, o oxicloreto de cobre foi utilizado como tratamento controle. Em
    ambos os ensaios os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e a comparação
    das médias foi realizada pelo teste Scott & Knott (1974) utilizando-se o programa estatístico
    SISVAR. Foi constatado que todos os extratos apresentaram potencial antifúngico sendo que,
    o extrato de eucalipto reduziu o crescimento micelial de todos os fungos estudados com
    resultados entre 21,06 a 51,73%. Enquanto que, os extratos de erva-cidreira, eucalipto, cipó
    d’alho, mastruz, nim, babosa e vinagreira inibiram o crescimento de X. axonopodis pv.
    passiflorae entre 15,35 a 30,3%. Em casa de vegetação os extratos de boldo -do-reino,
    coramina, gengibre, nim, eucalipto e oxicloreto de cobre promoveram redução da severidade
    da mancha bacteriana entre 27,24 e 53,86%. Na avaliação do potencial inseticida utilizaramse dois métodos, o de contato e de aplicação tópica sobre larvas d e Tenebrio molitor. No
    efeito por contato em superfície contaminada, discos de papel de filtro foram impregnados
    com 700 µl dos extratos brutos e para a via de aplicação tópica utilizou-se 3 µl do extrato
    aplicado sobre cada larva. As quais foram mantidas em câmara do tipo B.O.D., a 25 ± 2
    o
    C,
    umidade relativa de 70% e fotoperíodo de 12 horas. O delineamento experimental foi o
    inteiramente casualizado com 18 tratamentos e quatro repetições avaliadas diariamente . Após
    10 dias constatou-se que em superfície contaminada os extratos não apresentaram propriedade
    inseticida. Porém, quando aplicados topicamente todos os extratos promoveram mortalidade
    entre 50 e 100%, demonstrando potencial biocida contra larvas T. molitor em laboratório.
    Concluiu-se que, a Cooperativa D’ Irituia exerce papel importante no desenvolvimento
    econômico, social e cultural dos agricultores. O processo de adoção das práticas
    agroecológicas esta ocorrendo de forma gradual. Com base nos resultados obtidos pode-se
    inferir que os extratos das plantas medicinais estudadas nesta pesquisa, além do potencial
    inseticida as mesmas possuem substâncias potencialmente promissoras que podem ser
    utilizadas como controle alternativo no manejo de doenças bacterianas e fúngicas em
    maracujazeiros.

  • ANA CAROLINA CASEMIRO VIEIRA
  • A "INTEGRAÇÃO" CAMPONESA AO MONOCULTIVO DE DENDÊ: SUBORDINAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DO CAMPESINATO AMAZÔNICO. 

  • Orientador : SONIA MARIA SIMOES BARBOSA MAGALHAES SANTOS
  • Data: 18/08/2015
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  • A "INTEGRAÇÃO" CAMPONESA AO MONOCULTIVO DE DENDÊ: SUBORDINAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DO CAMPESINATO AMAZÔNICO. 

  • ANA PAULA DIAS COSTA
  • A influência da intensificação da produção de açaí (Euterpe oleracea Mart.) na diversidade de atividades produtivas de ribeirinhos no estuário amazônico.

  • Data: 02/07/2015
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  • A influência da intensificação da produção de açaí (Euterpe oleracea Mart.) na diversidade de atividades produtivas de ribeirinhos no estuário amazônico.

  • CRISTIANE FONSECA COSTA CORRÊA
  • As práticas de produção de leite dos agricultores familiares de Paragominas-Pará e as ditas 'boas práticas' de produção: caminhos e descaminhos de uma aproximação. 

  • Data: 31/03/2015
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  • As práticas de produção de leite dos agricultores familiares de Paragominas-Pará e as ditas 'boas práticas' de produção: caminhos e descaminhos de uma aproximação. 

  • XOAN CARLOS SANCHEZ COUTO
  • A ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS POR CAMPONESES: ESTUDO DE CASO NO OESTE MARANHENSE 

  • Data: 24/03/2015
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  • A ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS POR CAMPONESES: ESTUDO DE CASO NO OESTE MARANHENSE 

  • ANDRÉS CHICA MURILLO
  • Soberania Alimentar dos Indígenas Ticura na Tríplice Fronteira Amazonica Brasil- Colombia- Peru 

  • Orientador : FLAVIO BEZERRA BARROS
  • Data: 23/03/2015
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  • Soberania Alimentar dos Indígenas Ticura na Tríplice Fronteira Amazonica Brasil- Colombia- Peru 

  • AIANNY NAIARA GOMES MONTEIRO
  • As práticas sociais e jurídicas na gestão dos babaçuais como recurso natural de uso comum nas comunidades tradicionais de quebradeiras de coco: Estudo de caso do Povoado Três Poços - MA 

  • Data: 16/03/2015
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  • As práticas sociais e jurídicas na gestão dos babaçuais como recurso natural de uso comum nas comunidades tradicionais de quebradeiras de coco: Estudo de caso do Povoado Três Poços - MA 

  • BEATRIZ HELENA LOPEZ ARBOLEDA
  • Trajetória, práticas e redes em comunidades indígenas Ticuna na Tríplice Fronteira Amazônica (Colômbia, Brasil e Peru)

  • Data: 16/03/2015
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  • A pesquisa sobre etnoconservação das sementes crioulas foi trabalhada em Comunidades Indígenas Ticuna da Tríplice Fronteira Amazônica Brasil, Colômbia e Peru. A situação de Tríplice Fronteira tem apresentado para o povo Ticuna, desde as épocas de colonização, e logo depois da exploração da borracha, mudanças nas suas zonas de moradia assim como nas suas práticas tradicionais. A permanência dos povos Ticuna na situação de fronteira até hoje evidencia a relação com seu entorno que devido aos seus conhecimentos ancestrais tem lhes permitido o seu manejo e uso. Porém o crescimento da população das comunidades indígenas e sua proximidade aos centros urbanos tem colocado em risco os seus modos de vida As Comunidades Indígenas de Umariaçu II, no Brasil, Gamboa, no Peru e San Sebastian de los Lagos, na Colômbia, consideradas como os locais de estudo, possibilitaram a compreensão das formas de etnoconservação das sementes a través da vivência no seu cotidiano, as quais evidenciaram as suas perspectivas-imaginários em torno às sementes. O contato tanto com os moradores das comunidades como com seu entorno local e regional permitiu compreender sua estreita relação com a natureza representada nas suas práticas tradicionais que contribuem a conservação e preservação das sementes. Para o estudo foram abordadas segundo a perspectiva dos moradores através do tempo e espaço, sendo enquadradas nas práticas de armazenamento de sementes, práticas artesanais e de pesca, além dos significados das sementes nas suas histórias como nos seus rituais. Devido à complexidade do território, foi preciso uma abordagem sistêmica por meio da identificação de redes em relação as sementes que permitiu uma compreensão local, regional e global.

  • CHIRLES DA SILVA MONTEIRO
  • Educação e Resistência: os sentidos e significados da educação na luta pela terra no Sudeste Paraense. 

  • Data: 11/02/2015
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  • Este trabalho consiste na análise da relação da luta pela terra e a utilização da educação como
    estratégia de resistência camponesa no Sudeste do Pará. À medida que os camponeses foram
    se organizando, a região do Sudeste do Pará foi sofrendo transformação na sua estrutura
    fundiária. A disputa pela terra e pela vida deu origem a conflitos que perduram,
    caracterizando a região como a área de maior pressão social do Estado. O trabalho versa a
    partir do estudo de caso realizado no Acampamento Dalcídio Jurandir, localizado no
    Município de Eldorado dos Carajás, onde se buscou entender, a partir das narrativas e do
    convívio em campo, os sentidos e significados atribuídos à educação pelos camponeses na
    luta pela reforma agrária. O estudo buscou extrair do convívio das famílias acampadas a
    compreensão do fenômeno educativo que perpassa o movimento social, e como essa
    compreensão ajuda a perceberem a luta pela terra e sua significação para se promover os
    direitos de cidadania negados, tais como: saúde, educação, transportes, crédito alimentação e
    dignidade. É dentro desta luta que a educação foi identificada pelos camponeses como
    estratégia de resistência, e historicamente tem contribuído para construir um conceito de
    educação para os povos do campo. Concebemos neste trabalho a Educação do Campo como
    instrumento político pedagógico de construção da identidade camponesa e de um modelo de
    desenvolvimento humano sustentável, nascido no seio do movimento social camponês. O
    trabalho aponta a educação que permeia o cotidiano das pessoas, como elemento que fortalece
    a resistência política dos camponeses, tratada neste trabalho, não apenas relacionada à
    conquista da terra, mas também, à permanência na mesma e à mudança da qualidade de vida
    nos acampamentos e assentamentos. Trata-se de manter-se na terra como elemento produtivo
    e como lugar de moradia, de produção cultural, de um estilo de vida que tem relação com a
    valorização da natureza. Desta forma, compreendemos que a educação tem a mesma lógica de
    resistência do campesinato, porque é nele que ela tem sua raiz histórica. Trata-se de uma
    educação que antecede à escola e vai muito além dela.


2014
Descrição
  • MARIA DE JESUS CORRÊA DOS PRAZERES
  • Cultivando sonhos: A Escola Nacional de Formação CONTAG no Estado do Pará, Brasil.

  • Data: 15/12/2014
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  • Cultivando sonhos: A Escola Nacional de Formação CONTAG no Estado do Pará, Brasil.

  • JAMILLE FERREIRA GUIMARÃES
  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): influências sobre o trabalho das mulheres do Trevo de Belterra, Belterra - PA

  • Data: 05/11/2014
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  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): influências sobre o trabalho das mulheres do Trevo de Belterra, Belterra - PA

  • NASHIRA REMÍGIO MOTA
  • Práticas agroecológicas e organização do trabalho familiar na comunidade Barra do Leme, Pentescoste, Ceará. 

  • Data: 29/08/2014
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  • Práticas agroecológicas e organização do trabalho familiar na comunidade Barra do Leme, Pentescoste, Ceará. 

  • ANDREIA CRISTINE SCALABRIN
  • Transformação dos sistemas técnicos da agricultura familiar camponesa em Cametá, Pará: A intervenção da Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC) 

  • Data: 26/08/2014
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  • Este trabalho avalia o resultado da atuação da APACC nas mudanças efetuadas nos
    sistemas produtivos de várzea e de terra firme quando do incentivo e apoio que essa
    ONG presta aos agricultores com a finalidade de aumentar a produtividade dos
    estabelecimentos agrícolas através de práticas sustentáveis. Ele- faz-se a partir da
    comparação de sistemas de produção de agricultores que participaram do programa
    de formação de multiplicadores e de agricultores não participantes do referido
    programa de formação da APACC, buscando identificar as transformações dos
    sistemas técnicos de produção em ambiente de várzeae de terra firme, como elas
    foram efetuadas pelos agricultores e como se deu o processo de mudança. A coleta
    de dados no campo foi efetuada através de entrevista exploratória não diretiva com
    agricultores e observação não participante dos sistemas de produção. Foram
    entrevistados, seis agricultores sendo três multiplicadores e três vizinhos não
    participantes do programa de formação, seguindo um roteiro pré-definido. A
    observação de campo se deu percorrendo a propriedade de cada um dos
    agricultores entrevistados, buscando entender quais as proximidades e diferenças
    referentes aos cultivos, diversidade de produção, as suas práticas nos processos
    produtivos, assim como as inovações técnicas existentes. Observou-se que as
    práticas agroecológicas incentivadas pela APACC motivaram a diversificação da
    produção imprimindo maior diversidade de autoconsumo e de renda. Os sistemas
    introduzidos foram a piscicultura na várzea e a apicultura e a horticultura na terra
    firme. Inovações agroecológicas foram tentadas na produção da mandioca, do açaí,
    da pimenta do reino e manejo das capoeiras. As inovações não resultaram em maior
    produtividade da mandioca dos que adotaram em relação aos seus vizinhos,
    enquanto a produtividade do açaí mostrou maior efeito das práticas de manejo no
    ambiente de várzea. Dos sistemas introduzidos a apicultura e a piscicultura foram os
    que se destacaram quanto a geração de renda. Verificou-se que a quantidade de
    área e de mão de obra são condições essenciais paraa adoção de novos sistemas
    de produção e para desenvolvimento das inovações agroecológicas/tecnológicas
    incentivadas.

  • RODRIGO AUGUSTO ALVES DE FIGUEIREDO
  • A comida que vem da mata: aspectos etnoecológicos da caça em uma comunidade quilombola da Reserva Extrativista Ipaú-Anilzinho, Amazônia, Brasil.
  • Data: 25/08/2014
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  • A comida que vem da mata: aspectos etnoecológicos da caça em uma comunidade quilombola da Reserva Extrativista Ipaú-Anilzinho, Amazônia, Brasil.
  • JOSE GOMES DE MELO JUNIOR
  • Importância da diversidade dos sistemas agroflorestais na sustentabilidade de
    agroecossistemas familiares na Comunidade Santa Luzia, município de Tomé-Açu/Pará.

  • Data: 20/08/2014
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  • O objetivo desta pesquisa foi avaliar a importância que a diversidade dos sistemas
    agroflorestais (SAFs) tem para a sustentabilidade dos agroecossistemas na Comunidade Santa
    Luzia, localizada no município de Tomé-Açu, Nordeste Paraense, em que, a mais de duas
    décadas, são utilizados SAFs enquanto alternativa de uso da terra em áreas antes cultivadas
    predominantemente com pimenta-do-reino (Piper nigrum L.). A fim de buscar informações a
    respeito de aspectos ambientais e socioeconômicos dos SAFs e estabelecer uma relação para a
    sustentabilidade dos agroecossistemas de famílias agricultoras desta comunidade, utilizou-se
    o Marco de Avaliação de Sistema de Manejo de Recursos Naturais Incorporando Indicadores
    de Sustentabilidade (MESMIS). Investigou-se a realidade de 28 famílias agricultoras da
    comunidade, 18 famílias com SAFs em seus agroecossistemas e 10 famílias sem SAFs em
    seus agroecossistemas, utilizando-se enquanto ferramentas de coleta de dados, questionários
    de caracterização dos agroecossistemas familiares com SAFs e sem SAFs. Por meio dos
    resultados obtidos evidenciou-se que os agroecossistemas com SAFs consistem enquanto
    mais sustentáveis do que aqueles sem SAFs, ao apresentaram, em sua maioria, notas da
    sustentabilidade, que se distanciam do nível crítico de sustentabilidade (5,0), enquanto os
    agroecossistemas sem SAFs, em sua maioria, apresentaram-se abaixo e/ou na margem do
    nível crítico de sustentabilidade. Devendo-se isso, aos agroecossistemas com SAFs terem
    maior composição de sua nota da sustentabilidade na dimensão social, seguida da dimensão
    econômica e dimensão ambiental, em virtude da presença da Associação dos Produtores e
    Produtoras Rurais da Agricultura Familiar do Município de Tomé-Açu (APPRAFAMTA) que
    além de ser ponto de apoio para comercialização dos produtos agroflorestais, e assim gerar
    renda, incentiva também a manutenção dos recursos locais.

  • NATÁLIA SILVA DE SOUZA
  • Interações tritróficas entre moscas-das-frutas, suas plantas hospedeiras e seus parasitoides das regiões Nordeste e Sudeste do Estado do Pará.
  • Data: 30/06/2014
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  • Interações tritróficas entre moscas-das-frutas, suas plantas hospedeiras e seus parasitoides das regiões Nordeste e Sudeste do Estado do Pará.
  • AMANDA PAIVA QUARESMA
  • Galo não canta nesse terreiro: Mulheres e Quintais Agroflorestais no Contexto da Agricultura Familiar Amazônica
  • Data: 16/05/2014
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  • Galo não canta nesse terreiro: Mulheres e Quintais Agroflorestais no Contexto da Agricultura Familiar Amazônica
  • ELIELSON SOARES FARIAS
  • Cooperativa Agroleiteira da Transamazônica (COOPETRA): fatores que influenciam na sua persistência.

  • Data: 28/04/2014
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  • Analiso a persistência da ação coletiva e da cooperação na Cooperativa Agroleiteira da
    Transamazônica, Oeste do Estado do Pará. Os dados foram coletados entre janeiro de 2013 e
    janeiro de 2014. Trata-se de um estudo de caso e os métodos e as técnicas utilizadas foram:
    observação direta; entrevistas com aplicação de questionário semi-estruturado e pesquisa
    documental. As observações foram realizadas nas assembleias gerais e nas reuniões do
    conselho de administração. As entrevistas foram realizadas com os associados em seus
    estabelecimentos rurais, que não diferem da forma como foram entrevistadas as lideranças
    locais e regionais. Para os funcionários foi aplicado um questionário estruturado e foram
    feitas observações diretas na fabrica. Apresento uma contextualização da região, onde se
    insere esta pesquisa, ressaltando os aspectos históricos e o processo de construção da ação
    coletiva a partir da mobilização dos agricultores, lideranças e outras organizações, em
    especial as Igrejas Luterana e Católica. A categoria central é a ação coletiva, mas também se
    destaca o poder, a participação e a gestão. Utilizo-me da teoria da sociologia das organizações
    para compreender o papel dos atores na construção da cooperação e da ação. Apresento
    alguns aspectos do dilema da cooperação, que neste estudo, em parte se mostra negociado e
    ajustado pelos atores que estruturam e mantém a cooperativa. Descrevo como os interesses
    dos atores se manifestam e afetam a estabilidade da organização sem que isso represente uma
    ameaça concreta. As lideranças assumem a função de filtrar as pressões externas e fazer o
    controle do que entra no contexto da organização. As lideranças possuem experiências
    políticas, de organização e sabem negociar. Destaco ainda a participação ativa dos associados
    que, mesmo por representação, assumem uma função importante no controle da organização,
    definem as atividades fins e não interferem na gestão das atividades meios. Por fim, esse
    constructo, que é dinâmico e negociado no interior da cooperativa, tem evitado o fracasso e
    construído uma alternativa possível de cooperação e ação coletiva de sucesso.


  • ROBERTHO MARCONI SANTOS RUAS
  • O livre pastejo do gado bovino na via pública de áreas urbanas: Considerações a partir do caso dos pecuaristas urbanos do Município de Castanhal (Pará, Brasil, Amazônia Oriental)
  • Data: 28/04/2014
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  • O livre pastejo do gado bovino na via pública de áreas urbanas: Considerações a partir do caso dos pecuaristas urbanos do Município de Castanhal (Pará, Brasil, Amazônia Oriental)
  • HELDIANE ALVES ARANHA
  • “Roçado vira capoeira!” Dinâmica das práticas agrícolas de tiradores de açaí no município de Afuá – Pará.

  • Data: 07/03/2014
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  • Esta dissertação descreve e analisa a articulação das práticas agrícolas e extrativas por tiradores de açaí, através de estudo de caso em uma vila ribeirinha na Ilha da Queimada, município de Afuá, Estado do Pará, Brasil. Descrevemos e analisamos as práticas agrícolas e extrativas, as relações sociais envolvidas e o conhecimento tradicional associado. As análises foram realizadas por métodos qualitativos e abrangeu três unidades de produção familiar e 17 áreas de roçados (atuais e de anos anteriores). Como resultados obtivemos o histórico das famílias e sua relação com os roçados, bem como a medição e mapeamento de cada uma das áreas de roçado analisadas, identificando-se os principais cultivos. A observação participante e as entrevistas durante as atividades cotidianas permitiram o registro do histórico de uso das áreas, dos processos de tomada de decisão, e das relações sociais entre e dentre as unidades familiares envolvidas. Nessa análise buscamos compreender a gestão das unidades de produção familiar sobre os recursos naturais disponíveis, visando a reprodução física e social do grupo enquanto camponeses amazônicos autônomos. As transformações sociais do grupo de tiradores de açaí se relacionam não somente a relações fundiárias, mas também a gestão e manejo dos recursos. Os resultados indicam que a articulação de atividades do roçado com a extração de açaí e de palmito, resultando na diversificação dos cultivos agrícolas, no arranjo das espécies e na determinação das atividades sazonais são práticas adotadas pelas unidades familiares para garantir direitos de uso e de acesso e também a sustentabilidade dos recursos. Sobretudo, os resultados mostram que, apesar da visibilidade alcançada pelo açaí devido ao aumento de demanda no mercado regional, nacional e internacional, a sua articulação com práticas agrícolas e extrativas diversificadas é que garantem a autonomia dessa comunidade tradicional representativa do campesinato amazônico.

  • PEDRO SERGIO VIEIRA MARTINS
  • Tradição, memória e direitos em uma comunidade de quebradeiras de coco babaçu: o caso de Centrinho do Acrísio em Lago do Junco, Maranhão
  • Data: 06/03/2014
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  • Tradição, memória e direitos em uma comunidade de quebradeiras de coco babaçu: o caso de Centrinho do Acrísio em Lago do Junco, Maranhão
  • CLEIDIANE DO ROSARIO COSTA
  • A Influência da prática de pesquisa na prática profissional de egressos do curso de mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável da UFPA

  • Data: 21/02/2014
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  • O objeto da presente pesquisa, “A influência da pesquisa na prática profissional de egressos
    de mestrado acadêmico”, foi abordado a partir de uma perspectiva qualitativa associada à
    abordagem quantitativa. A pesquisa, no âmbito do Mestrado em Agriculturas Familiares e
    Desenvolvimento sustentável - MAFDS/UFPA, da qual nos referimos tem sua origem no
    dispositivo denominado PD (Pesquisa-Desenvolvimento), o qual foi articulado ao dispositivo
    PF (Pesquisa-Formação), enquadrados como arranjo PFD (Pesquisa-Formação-
    Desenvolvimento) destinado à formação de profissionais que possam contribuir para o
    fortalecimento da agricultura familiar em nível de Estado do Pará. O trabalho tem como
    objetivo analisar a influência da pesquisa, realizada durante a formação, na prática
    profissional dos egressos do MAFDS/UFPA. Partiu-se da seguinte argumentação: a pesquisa
    tem influência na prática profissional dos egressos por possibilitar o acúmulo de
    conhecimentos e saberes necessários à prática profissional voltada para o campo da
    agricultura familiar, constituindo-se como ação reflexiva que conduz a um processo de autoformação,
    pois a pesquisa atua como um instrumento de (re)construção da prática
    profissional. Portanto, os resultados da pesquisa conduzem ao entendimento de que essa
    influência é exercida independentemente do locus de atuação profissional dos egressos ao
    contribuir na mudança de postura a partir do desenvolvimento de competências e habilidades
    necessárias ao desenvolvimento da agricultura familiar.

  • MARIANA MENEZES VANZIN
  • Avaliação do uso sustentável da água na produção agrícola: impacto da inserção de sistemas agroflorestais em unidades produtivas familiares do Nordeste Paraense.

  • Data: 10/02/2014
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  • A inserção de inovações técnicas no meio rural altera o modo de sobrevivência do agricultor e
    a dinâmica produtiva que, consubstanciada a lógica da agricultura familiar potencializam
    impactos ambientais e socioeconômicos. Nesse contexto, o uso da água no processo produtivo
    agrícola ilustra esses impactos, cujas implicações colocam à prova a sustentabilidade através
    da dualidade: demanda racional e a adequada qualidade dos recursos hídricos, superficial
    (utilização das águas dos rios); ou subterrâneo (utilização da água de poços). Portanto, o
    objetivo geral desse trabalho é avaliar o uso sustentável da água no processo produtivo das
    unidades produtivas familiares (UPF) que implementaram sistema agroflorestais (SAF) como
    uma inovação técnica. As UPF investigadas estão inseridas nos municípios de Igarapé-Açu e
    Marapanim, nordeste do estado do Pará, integrantes do projeto Raízes da Terra, financiado
    pela Embrapa Amazônia Oriental. Para tanto, adotou-se como hipótese inicial que a inserção
    do SAF deve ofertar, minimamente, qualidade adequada e uso racional da água utilizada no
    processo produtivo, bem como proporcionar impactos positivos na dimensão ambiental, social
    e econômica. Nesse sentido, a metodologia desenhou-se a partir do cumprimento de três
    etapas: (I) caracterização do uso da água, sendo aplicado um questionário do tipo aberto para
    identificar: fonte de captação e finalidade de uso; e, percepção do agricultor sobre escassez,
    outorga e qualidade; (II) aplicação do sistema Ambitec-Agro, cujo produto final foram índices
    de impacto nas dimensões ambiental, social, econômica; (III) estabelecimento e quantificação
    de coeficientes de impacto na quantidade e qualidade da água, com a inclusão e análise de
    parâmetros físico-químicos, bacteriológicos e a Salmonella. A verificação da hipótese inicial
    foi aferida por um teste-t. As características na maioria das UPF foram: a água captada de
    fonte subterrânea é utilizada no processo produtivo e para o consumo próprio, a partir do
    bombeamento de poços freáticos; mesmo sem a ciência sobre outorga, alguns agricultores
    fizeram derivações e barramento do curso natural dos rios que cortam suas propriedades,
    sendo que frequente período de estiagem pode ser reflexo dessas ações. De um modo geral, a
    percepção do agricultor sobre a qualidade foi associada à cor, odor e gosto. Aplicado o
    sistema Ambitec-Agro, as UPF indicaram impactos positivos em todas as dimensões;
    contudo, impactos negativos na dimensão ambiental foram verificados em duas UPF. O
    coeficiente de impacto da quantidade foi negativo em todas as UPF, sugerindo que houve uma
    demanda irracional de água. A presença de Salmonella em algumas UPF contribuiu para que
    o coeficiente de impacto na qualidade tenha classificado a água como minimamente
    adequada. Embora a hipótese inicial tenha sido rejeitada, apontando uma demanda irracional e
    inadequada qualidade de água; a inserção do SAF não foi associada como uma alternativa
    insustentável. Assim, a demanda irracional deveu-se ao aumento do consumo de água para
    irrigação em face da diminuição da área de cultivo, uma vez que volumes de água após o SAF
    permaneceram constantes. A inadequação da qualidade da água foi diretamente relacionada a
    algumas UPF que ainda utilizaram agrotóxicos e uso do fogo; e dispõem a dessedentação de
    animais e instalações sanitárias próximas as fontes de captação de água.

  • JOENES ANTÔNIO GUIMARÃES PEREIRA
  • O seguro-defeso e a reprodução social em uma localidade no interior do Pará.
  • Data: 07/02/2014
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  • O seguro-defeso e a reprodução social em uma localidade no interior do Pará.
2013
Descrição
  • MICHEL CLEYTON DO CARMO SILVA
  • Agricultura orgânica e a sustentabilidade de agroecossistemas familiares em Medicilândia-PA
  • Data: 19/08/2013
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  • Agricultura orgânica e a sustentabilidade de agroecossistemas familiares em Medicilândia-PA
  • LEANDRO BORGES PEREIRA
  • PECUÁRIA BUBALINA E MUDANÇA DE PAISAGEM NA RESEX VERDE PARA SEMPRE: UM OLHAR A PARTIR DA ANÁLISE RETROSPECTIVA
  • Orientador : MYRIAM CYNTIA CESAR DE OLIVEIRA
  • Data: 03/06/2013
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  • PECUÁRIA BUBALINA E MUDANÇA DE PAISAGEM NA RESEX VERDE PARA SEMPRE: UM OLHAR A PARTIR DA ANÁLISE RETROSPECTIVA
  • MARIA CRISTINA DE MORAES COUTO
  • Beneficiamento e comercialização dos produtos dos sistemas agroflorestais ua Amazônia, comunidade Santa Luzia, Tomé-Açú, Pará.
  • Data: 31/05/2013
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  • Beneficiamento e comercialização dos produtos dos sistemas agroflorestais ua Amazônia, comunidade Santa Luzia, Tomé-Açú, Pará.
  • RICARDO EDUARDO DE FREITAS MAIA
  • Resistência e Expropriação Camponesa na Volta Grande do Xingu: o caso de localidades atingidas pela Barragem de Belo Monte, Pará, Brasil.
  • Data: 28/05/2013
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  • Resistência e Expropriação Camponesa na Volta Grande do Xingu: o caso de localidades atingidas pela Barragem de Belo Monte, Pará, Brasil.
  • ROBERTA ROWSY AMORIM DE CASTRO
  • Comunidades Tradicionais e Unidades de Conservação no Pará: a influência da criação da Reserva Extrativista Rio Xingu - Terra do Meio, nos modos de vida das famílias locais.

  • Data: 28/05/2013
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  • A natureza, conforme visualizamos hoje, foi moldada através da ação humana. Entretanto,
    essa ação em alguns casos foi depredadora, tornando os recursos naturais escassos. Com o
    tempo esse modelo de exploração foi questionado, surgindo diversas propostas que
    preconizavam a preservação ambiental e ecológica, sendo muitas voltadas para região
    amazônica. Dentre diversas alternativas para viabilização da preservação socioambiental,
    surgiram as Reservas Extrativistas, fortemente alavancadas pelo Movimento dos Seringueiros,
    originário no Acre. Mesmo sendo uma alternativa à devastação do meio ambiente e da cultura
    das comunidades tradicionais residentes, as RESEXs, através das regras estabelecidas em seu
    Plano de Uso podem, em alguns casos, coibir ações corriqueiras de seus habitantes. Buscando
    analisar tão assertiva, a pesquisa teve como objetivo compreender as influências exercidas
    pela criação da RESEX Rio Xingu, Terra do Meio, Pará, sobre os modos de vida e as práticas
    sociais, de gestão e manejo de recursos naturais adotadas pelas famílias locais. A metodologia
    utilizada foi a imersão ao locus de pesquisa em duas visitas, compreendidas entre maio e
    agosto de 2012, onde através de roteiro pré-elaborado, foram entrevistadas 23 famílias
    moradoras da Unidade. Como métodos para alcançar o objetivo proposto, foram realizadas
    também conversas informais, observação participante e observação direta. Verificou-se que as
    comunidades tradicionais da região passaram por intensos processos históricos, muitos deles
    regados a conflitos ocasionados pela expropriação e coação sofridas pelos habitantes locais, o
    que corroborou para a criação da área protegida. Após a criação da RESEX que se deu de
    forma muito rápida, na tentativa de cessar a exploração dos recursos naturais por atores
    externos, as famílias se sentiram mais seguras em relação à permanência nas terras. No
    entanto, as regras instituídas no Plano de Manejo não foram apreendidas pelas mesmas, o que
    se justifica pela não participação nas reuniões (40%); falhas de comunicação, uma vez que a
    linguagem dos atores externos (gestores) não é compreendida (26%), a participação passiva
    dos moradores na escolha e determinação das regras e a existência de falhas nos critérios de
    escolha dos conselheiros, ambas relatadas em 17% das entrevistas. Mesmo demonstrando
    incompreensão sobre as normas estabelecidas, a maior parte das famílias entrevistadas (entre
    65% e 78%) afirmou cumprir as regras. A afirmação das mesmas foi analisada como uma
    tentativa de manter seus modos de vida inalterados, uma vez que, mesmo expondo cumprir as
    normas, os moradores denunciam uns aos outros, o que permite deduzir que estes continuem a
    realizar as atividades conforme faziam antes da criação da RESEX, ficando alheios as normas
    estabelecidas. Além disso, como o entendimento das normas se deu de diferentes formas, isso
    8
    pode servir como justificativa para o não cumprimento. Constatou-se ainda que os modos de
    vida das famílias no que diz respeito a atividades praticadas não foi significativamente
    alterado. Entretanto, as relações sociais entre as comunidades foram abaladas pela imposição
    e os diferentes entendimentos sobre as regras, o que se legitima pela externalização e
    intensificação de brigas e fofocas entre os moradores.

  • MARIA NATALIA SILVA BRITO
  • A Reforma Agrária na Amazônia Oriental: Implicações do processo de interdição de assentamentos rurais na vida de camponeses na Transamazônica-PA
  • Data: 27/05/2013
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  • A Reforma Agrária na Amazônia Oriental: Implicações do processo de interdição de assentamentos rurais na vida de camponeses na Transamazônica-PA
  • ELCIO COSTA DO NASCIMENTO
  • Segurança Alimentar em Comunidade Quilombola no Município de Abaetetuba, PA
  • Data: 22/05/2013
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  • Segurança Alimentar em Comunidade Quilombola no Município de Abaetetuba, PA
  • ELTON RODRIGUES DE SOUSA
  • ESTUDOS DAS PRÁTICAS DE MUTIRÃO: TRANSFORMAÇÕES NO CONHECIMENTO EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NO VALE DO MEARIM, ESTADO DO MARANHÃO
  • Orientador : NOEMI SAKIARA MIYASAKA PORRO
  • Data: 13/05/2013
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  • ESTUDOS DAS PRÁTICAS DE MUTIRÃO: TRANSFORMAÇÕES NO CONHECIMENTO EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NO VALE DO MEARIM, ESTADO DO MARANHÃO
  • ALISON PUREZA CASTILHO
  • ÍNDICES DE INFESTAÇÃO E PARASITISMO DE ANASTREPHA SERPENTINA (WLEDEMANN) (DIP., TEPHRITIDAE) EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DE LARANJA EM CAPITÃO POÇO, PARÁ.
  • Data: 13/05/2013
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  • ÍNDICES DE INFESTAÇÃO E PARASITISMO DE ANASTREPHA SERPENTINA (WLEDEMANN) (DIP., TEPHRITIDAE) EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DE LARANJA EM CAPITÃO POÇO, PARÁ.
  • KATHARINE TAVARES BATISTA
  • AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE AGROECOSSISTEMAS FAMILIARES AGROEXTRATIVISTAS DE AÇAIZEIROS NA REGIÃO DAS ILHAS DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ, PARÁ.

  • Data: 10/05/2013
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  • A escolha do tema de pesquisa deve-se à importância que o fruto açaí, Euterpe oleracea Mart., representa na socioeconomia da população cametaense, principalmente a ribeirinha, bem como a preocupação sobre possíveis alterações ocorridas ou que possam ocorrer nos sistemas de produção de açaizeiros dos agroecossistemas de várzeas devido à crescente demanda pelo fruto. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental de agroecossistemas familiares agroextrativistas de açaizeiros na região das ilhas do município de Cametá, Pará. A referida pesquisa foi realizada em 52 agroecossistemas familiares distribuídos em 19 ilhas fluviais, entre os meses de agosto a dezembro de 2012, considerando o ano da safra do fruto açaí de 2011. Os agroecossistemas foram caracterizados em cinco dimensões da sustentabilidade: aspectos gerais; social; econômica; tecnológica e ambiental. Posteriormente foram identificados os fatores determinantes da sustentabilidade (rentabilidade da produção; custo total da produção e localização dos agroecossistemas) através de análise fatorial exploratória, e verificada as similaridades entre os agroecossistemas agrupados utilizando a técnica do dendrograma (Análise de Cluster). Ao comparar o estado atual de sustentabilidade dos agroecossistemas familiares da região das ilhas de Cametá e correlacionar ao manejo de açaizeiros adotados nos mesmos verificou-se que os agroecossistemas considerados mais sustentáveis em ordem decrescente constituem-se dos que apresentam receita rural mais elevada que a renda não rural e adotam técnicas de manejo proveniente de pesquisas agropecuárias.

  • ELTON CARLOS GARCEZ DA SILVA
  • Territorialidades específicas e mudanças fundiárias: o processo de territorialização dos Monteiro do rio Preto, município de Afuá, Pará.
  • Orientador : NOEMI SAKIARA MIYASAKA PORRO
  • Data: 08/03/2013
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  • Territorialidades específicas e mudanças fundiárias: o processo de territorialização dos Monteiro do rio Preto, município de Afuá, Pará.
  • JOÃO PAULO LEÃO DE CARVALHO
  • Agroecossistemas familiares e adaptações às mudanças no contexto socioeconômico e ambiental no município de Curralinho, Marajó, Pará
  • Data: 08/03/2013
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  • Agroecossistemas familiares e adaptações às mudanças no contexto socioeconômico e ambiental no município de Curralinho, Marajó, Pará
  • LOYANNE LIMA FEITOSA
  • Sistemas agroflorestais, manejo e sustentabilidade em agroecossistemas familiares no Município de Irituia. Região do nordeste paraense.
  • Orientador : LUIS MAURO SANTOS SILVA
  • Data: 15/02/2013
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  • Sistemas agroflorestais, manejo e sustentabilidade em agroecossistemas familiares no Município de Irituia. Região do nordeste paraense.
2012
Descrição
  • MARIA MARGARETTE LISBOA ROCHA
  • Conflitos sociais pelo acesso aos recursos: O extrativismo de mangaba (Hancornia Speciosa Gomes) no Povoado Pontal / Sergipe.
  • Data: 17/12/2012
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  • Conflitos sociais pelo acesso aos recursos: O extrativismo de mangaba (Hancornia Speciosa Gomes) no Povoado Pontal / Sergipe.
  • BIANCA FERREIRA LIMA
  • Vida e trabalho: um estudo sobre mulheres extrativistas de mangaba na Ilha do 
    Marajó, Estado do Pará.
    Vida e trabalho: um estudo sobre mulheres extrativistas de mangaba na Ilha do Marajó, Estado do Pará.

  • Data: 31/08/2012
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  • Vida e trabalho: um estudo sobre mulheres extrativistas de mangaba na Ilha do 
    Marajó, Estado do Pará.
    Vida e trabalho: um estudo sobre mulheres extrativistas de mangaba na Ilha do Marajó, Estado do Pará.

  • RAQUEL RODRIGUES DA POCA
  • Capacidade produtiva de solo de áreas em processo de recuperação por plantio de árvores em propriedades de agricultores familiares no nordeste paraense

  • Data: 31/08/2012
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  • Capacidade produtiva de solo de áreas em processo de recuperação por plantio de árvores em propriedades de agricultores familiares no nordeste paraense

  • SUELEM MOREIRA RIBEIRO
  • Artropodofauna associada a diferentes sistemas de cultivo de açaizeiros no Nordeste paraense

  • Data: 31/08/2012
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  • Artropodofauna associada a diferentes sistemas de cultivo de açaizeiros no Nordeste paraense

  • JOSIE HELEN OLIVEIRA FERREIRA
  • Experimentação Agroecológica na Agricultura Familiar no Nordeste Paraense

  • Data: 31/08/2012
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  • Experimentação Agroecológica na Agricultura Familiar no Nordeste Paraense

  • AMINTAS LOPES DA SILVA JUNIOR
  • QUANDO OS PAUS DE FRUTA DA MATA VIRAM PLANTAS: O AMÁLGAMA ENTRE AGRICULTURA E FLORESTA NA RESEX ARIÓCA PRUANÃ, OEIRAS DO PARÁ
  • Data: 30/08/2012
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  • QUANDO OS PAUS DE FRUTA DA MATA VIRAM PLANTAS: O AMÁLGAMA ENTRE AGRICULTURA E FLORESTA NA RESEX ARIÓCA PRUANÃ, OEIRAS DO PARÁ
  • LUCILEI MARTINS GUEDES
  • CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES: ATIVIDADES MINERÁRIAS EM PROJETO DE ASSENTAMENTO NO MUNICÍPIO DE OURILÂNDIA DO NORTE PA

  • Data: 28/08/2012
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  • CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES: ATIVIDADES MINERÁRIAS EM PROJETO DE ASSENTAMENTO NO MUNICÍPIO DE OURILÂNDIA DO NORTE PA

  • BRUNO RIBEIRO DA SILVA JUNIOR
  • Viabilidade de Estabelecimentos Agrícolas da Reforma Agrária em Área Periurbana no Município de Castanhal - Pará

  • Data: 17/08/2012
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  • Viabilidade de Estabelecimentos Agrícolas da Reforma Agrária em Área Periurbana no Município de Castanhal - Pará

  • PRISCILA DUARTE MALANSKI
  • Mudanças técnicas em sistemas de criação leiteiros: a introdução de leguminosas forrageiras no assentamento Belo Horizonte I, São Domingos do Araguaia-PA

  • Data: 18/05/2012
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  • Mudanças técnicas em sistemas de criação leiteiros: a introdução de leguminosas forrageiras no assentamento Belo Horizonte I, São Domingos do Araguaia-PA

  • DIEGO CORREA FURTADO
  • Entre o extrativismo e a catação: Utilização das sementes de andiroba (Carapa guianensis Aublet.) no município de Marapanim (Pará, Brasil)

  • Data: 26/04/2012
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  • Entre o extrativismo e a catação: Utilização das sementes de andiroba (Carapa guianensis Aublet.) no município de Marapanim (Pará, Brasil)

  • DENILMA SANTOS FIGUEIREDO
  • Senhoras Donas das Vilas de Bragança e de Ourém nos Oitocentos 

  • Data: 12/04/2012
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  • Por  meio  de  um  levantamento de testamentos  e  inventários  post-mortem,  foi  possível 
    investigar a participação de mulheres proprietárias rurais das vilas de Bragança e de Ourém na 
    condição  de  inventariantes  e  inventariadas,  e  com  isso  agrupá-las  segundo  as  informações 
    obtidas  nas  documentações,  enquanto  mulheres  de  poucas  posses,  mulheres  de  posses 
    medianas  e  mulheres  abastadas,  em  um  contexto  repleto  de  tensões  como  foi  o  oitocentos. 
    Buscou-se  também  identificar  quais os  símbolos  de  riqueza  vigente  à época, e  como  se 
    processava  a  partilha dos  bens,  bem  como  as  implicações  que  surgiam  durante  o  processo. 
    Recompor  a  história  dessas  mulheres,  verificando  a  composição  e  manutenção  de  seus 
    patrimônios foi o objetivo dessa investigação. 
    Por  meio  de  um  levantamento de testamentos  e  inventários  post-mortem,  foi  possível investigar a participação de mulheres proprietárias rurais das vilas de Bragança e de Ourém na condição  de  inventariantes  e  inventariadas,  e  com  isso  agrupá-las  segundo  as  informações obtidas  nas  documentações,  enquanto  mulheres  de  poucas  posses,  mulheres  de  posses medianas  e  mulheres  abastadas,  em  um  contexto  repleto  de  tensões  como  foi  o  oitocentos. Buscou-se  também  identificar  quais os  símbolos  de  riqueza  vigente  à época, e  como  se processava  a  partilha dos  bens,  bem  como  as  implicações  que  surgiam  durante  o  processo. Recompor  a  história  dessas  mulheres,  verificando  a  composição  e  manutenção  de  seus patrimônios foi o objetivo dessa investigação. 

  • ANA CAROLINE NERIS NOGUEIRA
  • O processo de diversificação de agroecossistemas familiares no Sul do Pará

  • Data: 23/03/2012
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  • O processo de diversificação de agroecossistemas familiares no Sul do Pará

  • ANTONIO GABRIEL LIMA RESQUE
  • Processos de modificação e a sustentabilidade de agroecossistemas familiares na região das Ilhas de Cametá - PA

  • Data: 22/03/2012
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  • Este  estudo  identificou  e  avaliou  processos  de  modificação  de  agroecossistemas 
    familiares  na  região  do  Baixo  Tocantins,  município  de  Cametá,  PA,  a  partir  da 
    influência  de  intervenções  externas  (iniciativa  de desenvolvimento  local  e  o  crédito 
    rural oficial), tendo como enfoque principal a diversidade produtiva, considerada aqui 
    como elemento chave na sustentabilidade multidimensional em contexto amazônico. 
    A  metodologia  utilizada  se  baseou  no Marco  para  a  Avaliação  de  Sistemas  de 
    Manejo  de  Recursos  Naturais  Incorporando  Indicadores  de  Sustentabilidade 
    (MESMIS). O trabalho foi desenvolvido em áreas de várzea de Cametá, no primeiro 
    semestre de 2011, tendo como locus empírico e geográfico a comunidade do Caripi. 
    Foram  avaliados  11  indicadores  de  sustentabilidade (1  simples  e  10  compostos) 
    adaptados  a  realidade  local  e  contemplando  as  dimensões  ambiental,  social  e 
    técnica  econômica,  de  11  agroecossistemas.  As  ferramentas  de  coleta  de  dados 
    utilizadas  foram  questionário,  roteiro  semiestruturado,  caderno  de  campo  e 
    observação  participante.  Preconizou-se  a  participação  ativa  de  atores  locais  nas 
    diversas  etapas  do  processo.  Dentre  os  indicadores utilizados,  alguns  foram  mais 
    relevantes  para  a  peculiaridade  do  Baixo  Tocantins,  tais  como:  os  ambientais, 
    manutenção  da  diversidade  natural  (ADN)  e  conservação  do  recurso  pesqueiro 
    (ARP);  os  sociais,  qualidade  de  vida  (SQV)  e  nível de  organização  (SORG);  e  os 
    técnico econômicos, desempenho da economia familiar (TECON), possibilidades de 
    diversificação (TEDIVERS) e eficiência do manejo (TEFIC). A sustentabilidade ampla 
    dos  agroecossistemas  avaliados  foi  considerada  satisfatória  sendo  que  apenas  1 
    agroecossistema  apresentou  nota  inferior  ao  nível  crítico  (5,0).  Observou-se 
    diferença  nos  valores  obtidos  entre  os  agroecossistemas  que  sofreram  maior 
    intervenção  externa  em  comparação  aos  que  não  sofreram,  sendo  que  se  atribui 
    esta  diferença  não  somente  a  intervenção,  mas  ainda  a  outras  variáveis.  As 
    intervenções  influenciaram  a  valorização  e  manutenção  da  diversidade  natural  e  a 
    indução  da  especialização  produtiva.  Conclui-se  que  uma  intervenção  em  nível  de 
    agroecossistema afeta mais diretamente os elementos constituintes das dimensões 
    técnico-econômica  e  ambiental.  Já  os  elementos  da  dimensão  social  sofrem  maior 
    influência  de  intervenções  que  ocorram  numa  escala  maior  da  realidade  (nível 
    comunitário,  por  exemplo).  O  marco  MESMIS,  apesar  de  algumas  inconsistências, 
    demonstra-se eficiente para ser aplicado na região.
    Este  estudo  identificou  e  avaliou  processos  de  modificação  de  agroecossistemas familiares  na  região  do  Baixo  Tocantins,  município  de  Cametá,  PA,  a  partir  da influência  de  intervenções  externas  (iniciativa  de desenvolvimento  local  e  o  crédito rural oficial), tendo como enfoque principal a diversidade produtiva, considerada aqui como elemento chave na sustentabilidade multidimensional em contexto amazônico. A  metodologia  utilizada  se  baseou  no Marco  para  a  Avaliação  de  Sistemas  de Manejo  de  Recursos  Naturais  Incorporando  Indicadores  de  Sustentabilidade (MESMIS). O trabalho foi desenvolvido em áreas de várzea de Cametá, no primeiro semestre de 2011, tendo como locus empírico e geográfico a comunidade do Caripi. Foram  avaliados  11  indicadores  de  sustentabilidade (1  simples  e  10  compostos) adaptados  a  realidade  local  e  contemplando  as  dimensões  ambiental,  social  e técnica  econômica,  de  11  agroecossistemas.  As  ferramentas  de  coleta  de  dados utilizadas  foram  questionário,  roteiro  semiestruturado,  caderno  de  campo  e observação  participante.  Preconizou-se  a  participação  ativa  de  atores  locais  nas diversas  etapas  do  processo.  Dentre  os  indicadores utilizados,  alguns  foram  mais relevantes  para  a  peculiaridade  do  Baixo  Tocantins,  tais  como:  os  ambientais, manutenção  da  diversidade  natural  (ADN)  e  conservação  do  recurso  pesqueiro (ARP);  os  sociais,  qualidade  de  vida  (SQV)  e  nível de  organização  (SORG);  e  os técnico econômicos, desempenho da economia familiar (TECON), possibilidades de diversificação (TEDIVERS) e eficiência do manejo (TEFIC). A sustentabilidade ampla dos  agroecossistemas  avaliados  foi  considerada  satisfatória  sendo  que  apenas  1 agroecossistema  apresentou  nota  inferior  ao  nível  crítico  (5,0).  Observou-se diferença  nos  valores  obtidos  entre  os  agroecossistemas  que  sofreram  maior intervenção  externa  em  comparação  aos  que  não  sofreram,  sendo  que  se  atribui esta  diferença  não  somente  a  intervenção,  mas  ainda  a  outras  variáveis.  As intervenções  influenciaram  a  valorização  e  manutenção  da  diversidade  natural  e  a indução  da  especialização  produtiva.  Conclui-se  que  uma  intervenção  em  nível  de agroecossistema afeta mais diretamente os elementos constituintes das dimensões técnico-econômica  e  ambiental.  Já  os  elementos  da  dimensão  social  sofrem  maior influência  de  intervenções  que  ocorram  numa  escala  maior  da  realidade  (nível comunitário,  por  exemplo).  O  marco  MESMIS,  apesar  de  algumas  inconsistências, demonstra-se eficiente para ser aplicado na região.

  • TAYNA ZANDERLY DA SILVA PEREIRA
  • Crédito e Atividade pecuária bovina em estabelecimentos de assentamentos da reforma agrária em Marabá-Pará

  • Data: 29/02/2012
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  • As mudanças agrárias ocorridas na Amazônia e a criação dos assentamentos e de
    programas de apoio à agricultura familiar merecem destaque, especialmente pelas
    implicações que têm com a expansão das pastagens e o aumento do desmatamento por um
    lado, e pela expectativa de que essas mudanças possam influir na fixação dos agricultores
    em um mesmo local, mantendo seus sistemas produtivos. Este trabalho apresenta resultado
    do estudo de dois assentamentos da Reforma Agrária com contextos históricos diferentes,
    localizados no município de Marabá-Pará. Analisa-se a relação entre o crédito rural, a
    implantação de pastagem e a atividade pecuária bovina. Também analisa a situação atual e
    as perspectivas de permanência dos agricultores que desenvolvem essa atividade em seus
    lotes. Utiliza observação
    in loco, aplicação de questionários e entrevistas acompanhada de
    roteiro para coleta de dados nas localidades estudadas. Realiza comparações estatísticas
    entre grupos de estabelecimentos com e sem crédito, com e sem venda de leite e avalia as
    diferenças entre indicadores de implantação de pastagem e criação de gado, identifica
    quais os que melhor justificam as variáveis indicadoras do avanço da implantação de
    pastos bem como da produção, da produtividade e da venda de leite. O aumento da
    implantação de pastagens está mais intimamente ligado a fatores como o tamanho do
    estabelecimento e do tempo decorrido desde o início da criação de gado, do que ao crédito,
    mas a produção de leite é maior quando o crédito está presente. A expansão da atividade
    pecuária bovina nos estabelecimentos da Reforma Agrária é dificultada pela forma
    extensiva de desenvolvimento dessa atividade, que também fragiliza a permanência dos
    agricultores o que pode ter implicação no avanço em novas áreas de mata e com o êxodo
    rural.


  • MARICÉLIA GONÇALVES BARBOSA
  • O Açaí é nosso ouro hoje! : Relações de trabalho na unidade familiar de produção de tiradores de açaí (Euterpe Oleracea Mart.), no município de Afuá-PA

  • Data: 29/02/2012
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  • O Açaí é nosso ouro hoje! : Relações de trabalho na unidade familiar de produção de tiradores de açaí (Euterpe Oleracea Mart.), no município de Afuá-PA

  • JOSILENE FERREIRA MENDES
  • O direito vivo na luta pela terra no Projeto de Desenvolvimento Sustentável Virola Jatobá em Anapu/PA

  • Data: 28/02/2012
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  • Essa dissertação tem como objetivo analisar e descrever os diferentes aspectos da noção de
    “direito vivo” apreendida junto às unidades familiares camponesas ao longo dos processos
    de ocupação, criação e implementação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Virola
    Jatobá no município de Anapu, Estado do Pará. Nesses diferentes processos, as unidades
    familiares construíram e acrescentaram, com base em seu direito vivido, diferentes
    aspectos à noção de direito à terra, a partir de suas práticas sociais e jurídicas que se
    contrapõem, por vezes, ao que dita o direito formal. No processo de ocupação, se destacam
    as práticas sociais e jurídicas de lideranças de organizações sociais locais e das primeiras
    famílias ocupantes da área, e abstrai-se então a noção de direito a
    terra para quem nela
    trabalha
    . No processo de criação oficial do assentamento, as unidades familiares ocupantes
    passam a assumir o comando do PDS. Para tanto, se fazem representar pela figura de uma
    Associação para protagonizar negociações e reivindicações perante as instituições do poder
    público, particularmente o INCRA, e assim se configura a noção do
    direito a terra para
    quem nela trabalha com autonomia
    . No processo de implementação do PDS, as famílias
    enfrentam a execução do projeto de manejo florestal comunitário, que passa por um
    processo de negociação entre o poder público e as famílias envolvendo a adoção de novas
    condições de trabalho. Nessa negociação, se configura a noção do
    direito a terra para
    quem nela trabalha com autonomia e cuidado com a mata
    .

2011
Descrição
  • JOSE MARIA CARDOSO SACRAMENTO
  • Gestão comunitária e individual dos recursos naturais nas várzeas do Baixo Tocantins: o caso do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Ilha de Samaúma e Igarapé Miri - PA

  • Data: 05/09/2011
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  • Gestão comunitária e individual dos recursos naturais nas várzeas do Baixo Tocantins: o caso do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Ilha de Samaúma e Igarapé Miri - PA

  • SILVIANE BATISTA MIRANDA
  • Contribuição de quintais agroflorestais para segurança alimentar de agricultores familiares do Baixo Irituia, Nordeste Paraense

  • Data: 31/08/2011
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  • Contribuição de quintais agroflorestais para segurança alimentar de agricultores familiares do Baixo Irituia, Nordeste Paraense

  • ELIANE RAISSA RIBEIRO SILVA
  • Agricultura urbana: contribuição e importância dos quintais para a alimentação e renda dos agricultores urbanos de Santarém-PA

  • Data: 29/08/2011
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  • Agricultura urbana: contribuição e importância dos quintais para a alimentação e renda dos agricultores urbanos de Santarém-PA

  • FRANCINALDO FERREIRA DE MATOS
  • ENTRE  LEIRAS  E  LABAREDAS: A  ADOÇÃO  DA  ROÇA  SEM  QUEIMA  PELOS 
    AGRICULTORES DO MUNICÍPIO DE LAGO DO JUNCO - MA. 
    ENTRE  LEIRAS  E  LABAREDAS: A  ADOÇÃO  DA  ROÇA  SEM  QUEIMA  PELOS AGRICULTORES DO MUNICÍPIO DE LAGO DO JUNCO - MA. 

  • Data: 03/08/2011
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  • Esta  dissertação  estuda  as  razões  que  levaram  os  agricultores  familiares, 
    associados da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas do Município 
    de Lago do Junco - MA (COPPALJ), a adotar (ou rejeitar) e desistir (ou persistir) a 
    execução  da  proposta  do  sistema  técnico  denominado roça  sem  queima  (RSQ), 
    considerada  como  inovação,  em  incorporação  no  sistema  de  produção  desses 
    agricultores.  Essa  proposta  é  incentivada  pela  Associação  em  Áreas  de 
    Assentamento  no  Estado  do  Maranhão  (ASSEMA)  e  possui  objetivos  de 
    preservação dos babaçuais e de sustentabilidade do sistema de produção agrícola. 
    A pesquisa utilizou o método hipotético-dedutivo a partir de levantamento de dados 
    obtidos  através  de  entrevistas  semi-dirigidas,  acompanhadas  de  observação  não 
    participante. Os resultados obtidos indicam que a adoção da RSQ como inovação 
    técnica  para  os  agricultores  adotantes,  constituiu-se  de  inovações  passíveis  de 
    sofrer diferentes graus de integração no sistema de produção, enquanto que para os 
    que a rejeitaram constituiu-se em uma inovação técnica cuja adoção requeria um 
    elevado risco de transformação no sistema de produção que não pode ser superado. 
    Contudo,  dentre  os  agricultores  que  persistem,  a  RSQ  não  se  constitui  uma 
    alternativa  que  exclui  a  roça  queimada  (RQ),  mas  um  complemento  que  alcança 
    parcialmente os objetivos técnico-produtivos, sociais e ambientais, negociados com 
    a  cooperativa.  Essas  inovações  incluem  adoções,  rejeições,  desistências  e 
    persistências  parciais,  e  os  agricultores  se  apropriam  delas,  transformando-as  e 
    aplicando-as  em  outras  atividades  desenvolvidas  no estabelecimento.  Por  outro 
    lado,  a  adoção  ou  não  da  proposta  da  RSQ  está  ligada,  respectivamente,  à 
    existência de equilíbrio ou de desequilíbrio entre o trabalho aplicado na operação do 
    sistema de produção e o atendimento das necessidades de consumo dos grupos 
    familiares; a desistência está ligada ao aumento desse desequilíbrio após a adoção 
    e a persistência ao aumento do equilíbrio. Mesmo os agricultores que rejeitaram, ou 
    desistiram,  incluem  no  sistema  de  RQ  e  no  estabelecimento,  em  graus  e  em 
    atividades diferenciadas, práticas oriundas da proposta da RSQ. 
    Esta  dissertação  estuda  as  razões  que  levaram  os  agricultores  familiares, associados da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas do Município de Lago do Junco - MA (COPPALJ), a adotar (ou rejeitar) e desistir (ou persistir) a execução  da  proposta  do  sistema  técnico  denominado roça  sem  queima  (RSQ), considerada  como  inovação,  em  incorporação  no  sistema  de  produção  desses agricultores.  Essa  proposta  é  incentivada  pela  Associação  em  Áreas  de Assentamento  no  Estado  do  Maranhão  (ASSEMA)  e  possui  objetivos  de preservação dos babaçuais e de sustentabilidade do sistema de produção agrícola. A pesquisa utilizou o método hipotético-dedutivo a partir de levantamento de dados obtidos  através  de  entrevistas  semi-dirigidas,  acompanhadas  de  observação  não participante. Os resultados obtidos indicam que a adoção da RSQ como inovação técnica  para  os  agricultores  adotantes,  constituiu-se  de  inovações  passíveis  de sofrer diferentes graus de integração no sistema de produção, enquanto que para os que a rejeitaram constituiu-se em uma inovação técnica cuja adoção requeria um elevado risco de transformação no sistema de produção que não pode ser superado. Contudo,  dentre  os  agricultores  que  persistem,  a  RSQ  não  se  constitui  uma alternativa  que  exclui  a  roça  queimada  (RQ),  mas  um  complemento  que  alcança parcialmente os objetivos técnico-produtivos, sociais e ambientais, negociados com a  cooperativa.  Essas  inovações  incluem  adoções,  rejeições,  desistências  e persistências  parciais,  e  os  agricultores  se  apropriam  delas,  transformando-as  e aplicando-as  em  outras  atividades  desenvolvidas  no estabelecimento.  Por  outro lado,  a  adoção  ou  não  da  proposta  da  RSQ  está  ligada,  respectivamente,  à existência de equilíbrio ou de desequilíbrio entre o trabalho aplicado na operação do sistema de produção e o atendimento das necessidades de consumo dos grupos familiares; a desistência está ligada ao aumento desse desequilíbrio após a adoção e a persistência ao aumento do equilíbrio. Mesmo os agricultores que rejeitaram, ou desistiram,  incluem  no  sistema  de  RQ  e  no  estabelecimento,  em  graus  e  em atividades diferenciadas, práticas oriundas da proposta da RSQ. 

  • LIVIO SERGIO DIAS CLAUDINO
  • Ocupação dos espaços, gestão e degradação das pastagens entre pecuaristas 
    da microrregião de São Félix do Xingu – PA.
    Ocupação dos espaços, gestão e degradação das pastagens entre pecuaristas da microrregião de São Félix do Xingu – PA.

  • Data: 02/08/2011
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  • A pecuária bovina é uma das principais atividades em diversas partes da Amazônia brasileira. 
    Na  microrregião  de  São  Félix  do  Xingu,  particularmente  nos  municípios  de  São  Félix  do 
    Xingu e Tucumã, a  atividade apresentou exponencial  crescimento especialmente a partir dos 
    anos  90,  observando-se  principalmente  pela  rápida  expansão  das  pastagens  e  efetivo  dos 
    rebanhos  bovinos.  Diversos  questionamentos  sobre  o  papel  da  atividade  nos  processos  de 
    desmatamentos  na  região  emergiram.  Um  dos  apontamentos  centrais,  encontrados  na 
    literatura  das  duas  últimas  décadas, é  o fato  da  pecuária  bovina  se  desenvolver  a  partir  da 
    conversão  de  florestas  em  pastagens,  que  apresentam  elevado  estado  de  degradação  agrícola 
    em  pouco  tempo,  sendo  posteriormente  abandonadas  pelos  pecuaristas,  principalmente 
    familiares,  que  migram  para  novas  áreas  de  floresta,  iniciando  novos  processos  de 
    desmatamentos. Compreender estas dinâmicas e estabelecer estratégias de conter os processos 
    de desmatamentos são grandes desafios da atualidade. Neste trabalho, buscamos compreender 
    se  e  como  a  degradação  das  pastagens  se  constitui  num  motor  de  novos  desmatamentos, 
    verificando  também as distinções  e/ou  similaridades  nos  processos  de  gestão e  situação das 
    pastagens  e  dos  rebanhos  entre  as  distintas categorias socioeconômicas de  pecuaristas  que 
    desenvolvem  a  atividade  na  microrregião de  São  Félix  do  Xingu.  As  hipóteses  levantadas 
    foram  que:  i)  os  fatores  socioeconômicos,  ambientais,  políticos,  fundiários  e  produtivos 
    influenciam  as  formas  de  ocupação  e  gestão  dos  espaços;  ii)  as  práticas  de  gestão  das 
    pastagens e dos rebanhos são as principais causas da degradação agrícola dos pastos; e, iii) a 
    degradação  das  pastagens  influencia  novos  desmatamentos.  Foram  entrevistados  63 
    pecuaristas entre os meses de setembro e dezembro de 2008, no âmbito das pesquisas da Rede 
    –  Geoma.  Utilizamos  os  resultados  dos  testes  de  análises  de  variância  (ANOVA)  para 
    compararmos  as  formas  de  ocupação  e  gestão  das  pastagens  entre  os  distintos  grupos  de 
    pecuaristas,  e,  modelos  de  regressão  estatística  para  identificarmos  as  variáveis  que 
    influenciam  os  estádios  de  degradação  agrícola  das  pastagens.  Os  resultados  obtidos 
    mostraram  que,  tanto  as  formas  de  ocupação  dos  espaços  como  a  gestão  e  a  situação  das 
    pastagens são bastante similares entre todas as categorias socioeconômicas de pecuaristas. Os 
    fatores  que  influenciam  a  degradação  das  pastagens  diferem  entre  pecuaristas  de  categorias 
    socioeconômicas  distintas,  sendo  que,  fatores  externos  como  os  períodos  secos  e  ataques  de 
    pragas  afetam  principalmente  os  pecuaristas  em  condições  socioeconômicas  menos 
    favorecidas.  No  entanto,  distintamente  da  hipótese  levantada,  atualmente  a  degradação  das 
    pastagens  não  se  mostra  como  motor  da  migração  e  abertura  de  novas  áreas,  mesmo  entre 
    pecuaristas  familiares.  A  estratégia  adotada  em  todas  as  categorias  de  pecuaristas  é  a 
    intensificação no manejo das pastagens, principalmente pela reforma dos pastos e aumento no 
    número de divisões, além de variação sazonal no efetivo dos rebanhos durante o ano, a fim de 
    diminuir a pressão sobre o pasto e capitalizar-se para efetuar melhorias nos pastos.
    A pecuária bovina é uma das principais atividades em diversas partes da Amazônia brasileira. Na  microrregião  de  São  Félix  do  Xingu,  particularmente  nos  municípios  de  São  Félix  do Xingu e Tucumã, a  atividade apresentou exponencial  crescimento especialmente a partir dos anos  90,  observando-se  principalmente  pela  rápida  expansão  das  pastagens  e  efetivo  dos rebanhos  bovinos.  Diversos  questionamentos  sobre  o  papel  da  atividade  nos  processos  de desmatamentos  na  região  emergiram.  Um  dos  apontamentos  centrais,  encontrados  na literatura  das  duas  últimas  décadas, é  o fato  da  pecuária  bovina  se  desenvolver  a  partir  da conversão  de  florestas  em  pastagens,  que  apresentam  elevado  estado  de  degradação  agrícola em  pouco  tempo,  sendo  posteriormente  abandonadas  pelos  pecuaristas,  principalmente familiares,  que  migram  para  novas  áreas  de  floresta,  iniciando  novos  processos  de desmatamentos. Compreender estas dinâmicas e estabelecer estratégias de conter os processos de desmatamentos são grandes desafios da atualidade. Neste trabalho, buscamos compreender se  e  como  a  degradação  das  pastagens  se  constitui  num  motor  de  novos  desmatamentos, verificando  também as distinções  e/ou  similaridades  nos  processos  de  gestão e  situação das pastagens  e  dos  rebanhos  entre  as  distintas categorias socioeconômicas de  pecuaristas  que desenvolvem  a  atividade  na  microrregião de  São  Félix  do  Xingu.  As  hipóteses  levantadas foram  que:  i)  os  fatores  socioeconômicos,  ambientais,  políticos,  fundiários  e  produtivos influenciam  as  formas  de  ocupação  e  gestão  dos  espaços;  ii)  as  práticas  de  gestão  das pastagens e dos rebanhos são as principais causas da degradação agrícola dos pastos; e, iii) a degradação  das  pastagens  influencia  novos  desmatamentos.  Foram  entrevistados  63 pecuaristas entre os meses de setembro e dezembro de 2008, no âmbito das pesquisas da Rede –  Geoma.  Utilizamos  os  resultados  dos  testes  de  análises  de  variância  (ANOVA)  para compararmos  as  formas  de  ocupação  e  gestão  das  pastagens  entre  os  distintos  grupos  de pecuaristas,  e,  modelos  de  regressão  estatística  para  identificarmos  as  variáveis  que influenciam  os  estádios  de  degradação  agrícola  das  pastagens.  Os  resultados  obtidos mostraram  que,  tanto  as  formas  de  ocupação  dos  espaços  como  a  gestão  e  a  situação  das pastagens são bastante similares entre todas as categorias socioeconômicas de pecuaristas. Os fatores  que  influenciam  a  degradação  das  pastagens  diferem  entre  pecuaristas  de  categorias socioeconômicas  distintas,  sendo  que,  fatores  externos  como  os  períodos  secos  e  ataques  de pragas  afetam  principalmente  os  pecuaristas  em  condições  socioeconômicas  menos favorecidas.  No  entanto,  distintamente  da  hipótese  levantada,  atualmente  a  degradação  das pastagens  não  se  mostra  como  motor  da  migração  e  abertura  de  novas  áreas,  mesmo  entre pecuaristas  familiares.  A  estratégia  adotada  em  todas  as  categorias  de  pecuaristas  é  a intensificação no manejo das pastagens, principalmente pela reforma dos pastos e aumento no número de divisões, além de variação sazonal no efetivo dos rebanhos durante o ano, a fim de diminuir a pressão sobre o pasto e capitalizar-se para efetuar melhorias nos pastos.

  • TATIANE BRAGA FERREIRA
  • Manejo, gestão de recursos naturais e luta pela terra pelos Borari de Novo Lugar – TI 
    Maró, Santarém, Pará
    Manejo, gestão de recursos naturais e luta pela terra pelos Borari de Novo Lugar – TI Maró, Santarém, Pará

  • Data: 24/05/2011
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  • Os  povos  indígenas  possuem  um  vasto  conhecimento  sobre  a  diversidade  biológica  de  seus 
    territórios. Conhecimento este, adquirido ao longo dos séculos, através das variadas formas de 
    adaptação  aos  ecossistemas,  dos  saberes  adquiridos  acerca  do  manejo  dos  recursos  naturais, 
    mitos  e  crenças.  Esta  dissertação  tem  por  objetivo  geral:  analisar  as  formas  de  ocupação e 
    defesa do território, através da auto-identificação, enfatizando o manejo e gestão dos recursos 
    naturais  pelos  Borari  de  Novo  Lugar.  Os  objetivos  específicos  são:  a)  caracterizar 
    culturalmente a etnia Borari na Aldeia Novo Lugar, e resgatar historicamente sua ocupação na 
    região  do  Rio  Maró;  b)  caracterizar  as  principais  formas  de  manejo  e  gestão  dos  recursos 
    naturais na Aldeia Novo Lugar, realizando levantamento etnobotânico das principais espécies 
    vegetais utilizadas e manejadas pelos Borari e c) levantar as situações de conflito por recursos 
    naturais e posse da terra na Gleba Nova Olinda e analisar como os Borari se organizam para 
    garantir seus direitos. O estudo foi realizado na Aldeia Novo Lugar, TI Maró, Santarém-PA. 
    Foram  realizadas  entrevistas  estruturadas  e  semi-estruturadas  com  as  21  famílias  da  aldeia, 
    registro  da  história  de  vida,  mapeamento  participativo,  observação  direta  e  participante, 
    registros  fotográficos,  gravações,  coleta  e  herborização  de  amostras  botânicas  das  principais 
    espécies  vegetais  consideradas  pelos  Borari,  em  seus  quintais,  roças  e  florestas,  através  das 
    técnicas de turnê guiada e lista livre. As amostras botânicas foram identificadas pelos métodos 
    usuais e depositadas no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental. Atualmente vivem 
    na  aldeia  88  pessoas  cuja  organização  sócio-política,  religiosa  e  econômica  é  bem  definida: 
    cacique e vice-cacique, pajé, liderança feminina, delegada sindical, clube de futebol, grupo de 
    jovens e equipe de catequese. O processo de formação da Aldeia se deu através da migração 
    da família do Sr. Manoel Avelino Borari, ao longo do rio Maró. As atividades de agricultura, 
    coleta dos produtos das florestas, caça e pesca compõem o padrão de utilização dos recursos 
    naturais  pelos  Borari.  Foram  citadas  pelos  indígenas  201  espécies  vegetais  utilizadas  e 
    manejadas  em  seus  quintais,  roças  e  florestas.  Destas,  31  espécies  foram  consideradas 
    principais  para  sua  reprodução  social,  tais  como: Manihot  esculenta Crantz  (mandioca), 
    Euterpe oleraceae Mart. (açaí) e Attalea spectabilis Mart (curuá). A chegada de madeireiros, 
    na  região  da  Gleba  Nova  Olinda  a  partir  de  2000,  provocou  inúmeros  conflitos  sócio-ambientais com madeireiros e moradores de comunidades vizinhas, acelerando o processo de 
    organização  dos  Borari  em  prol  da  regularização  fundiária  da  aldeia,  a  partir  da  auto-identificação  indígena  do  grupo.  Os  Borari  possuem  um  grande  conhecimento  sobre  os 
    recursos  vegetais  locais,  resultante de  sua  ancestralidade  e  ocupação  territorial  na  região, 
    evidenciando sua identidade indígena. A diversidade de plantas manejadas e utilizadas pelos 
    Borari é consideravelmente alta, e seu cultivo e/ou coleta, é realizado basicamente para suprir 
    as demandas familiares e para a doação entre os demais indígenas da aldeia. Os conflitos no 
    entorno da TI Maró estão afetando diretamente os modos de vida dos Borari e seu padrão de 
    apropriação  e  utilização  dos  recursos  naturais,  devido  ao  confinamento  em  área  limitada, 
    imposto  pelos  madeireiros  e  a  exploração  em  grande  escala  dos  recursos  naturais, 
    especialmente os madeireiros.
    Os  povos  indígenas  possuem  um  vasto  conhecimento  sobre  a  diversidade  biológica  de  seus territórios. Conhecimento este, adquirido ao longo dos séculos, através das variadas formas de adaptação  aos  ecossistemas,  dos  saberes  adquiridos  acerca  do  manejo  dos  recursos  naturais, mitos  e  crenças.  Esta  dissertação  tem  por  objetivo  geral:  analisar  as  formas  de  ocupação e defesa do território, através da auto-identificação, enfatizando o manejo e gestão dos recursos naturais  pelos  Borari  de  Novo  Lugar.  Os  objetivos  específicos  são:  a)  caracterizar culturalmente a etnia Borari na Aldeia Novo Lugar, e resgatar historicamente sua ocupação na região  do  Rio  Maró;  b)  caracterizar  as  principais  formas  de  manejo  e  gestão  dos  recursos naturais na Aldeia Novo Lugar, realizando levantamento etnobotânico das principais espécies vegetais utilizadas e manejadas pelos Borari e c) levantar as situações de conflito por recursos naturais e posse da terra na Gleba Nova Olinda e analisar como os Borari se organizam para garantir seus direitos. O estudo foi realizado na Aldeia Novo Lugar, TI Maró, Santarém-PA. Foram  realizadas  entrevistas  estruturadas  e  semi-estruturadas  com  as  21  famílias  da  aldeia, registro  da  história  de  vida,  mapeamento  participativo,  observação  direta  e  participante, registros  fotográficos,  gravações,  coleta  e  herborização  de  amostras  botânicas  das  principais espécies  vegetais  consideradas  pelos  Borari,  em  seus  quintais,  roças  e  florestas,  através  das técnicas de turnê guiada e lista livre. As amostras botânicas foram identificadas pelos métodos usuais e depositadas no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental. Atualmente vivem na  aldeia  88  pessoas  cuja  organização  sócio-política,  religiosa  e  econômica  é  bem  definida: cacique e vice-cacique, pajé, liderança feminina, delegada sindical, clube de futebol, grupo de jovens e equipe de catequese. O processo de formação da Aldeia se deu através da migração da família do Sr. Manoel Avelino Borari, ao longo do rio Maró. As atividades de agricultura, coleta dos produtos das florestas, caça e pesca compõem o padrão de utilização dos recursos naturais  pelos  Borari.  Foram  citadas  pelos  indígenas  201  espécies  vegetais  utilizadas  e manejadas  em  seus  quintais,  roças  e  florestas.  Destas,  31  espécies  foram  consideradas principais  para  sua  reprodução  social,  tais  como: Manihot  esculenta Crantz  (mandioca), Euterpe oleraceae Mart. (açaí) e Attalea spectabilis Mart (curuá). A chegada de madeireiros, na  região  da  Gleba  Nova  Olinda  a  partir  de  2000,  provocou  inúmeros  conflitos  sócio-ambientais com madeireiros e moradores de comunidades vizinhas, acelerando o processo de organização  dos  Borari  em  prol  da  regularização  fundiária  da  aldeia,  a  partir  da  auto-identificação  indígena  do  grupo.  Os  Borari  possuem  um  grande  conhecimento  sobre  os recursos  vegetais  locais,  resultante de  sua  ancestralidade  e  ocupação  territorial  na  região, evidenciando sua identidade indígena. A diversidade de plantas manejadas e utilizadas pelos Borari é consideravelmente alta, e seu cultivo e/ou coleta, é realizado basicamente para suprir as demandas familiares e para a doação entre os demais indígenas da aldeia. Os conflitos no entorno da TI Maró estão afetando diretamente os modos de vida dos Borari e seu padrão de apropriação  e  utilização  dos  recursos  naturais,  devido  ao  confinamento  em  área  limitada, imposto  pelos  madeireiros  e  a  exploração  em  grande  escala  dos  recursos  naturais, especialmente os madeireiros.

  • KETIANE DOS SANTOS ALVES
  • Organização do trabalho de famílias agricultoras na Comunidade Nossa Senhor de Lourdes, no nordeste paraense

  • Data: 03/05/2011
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  • Organização do trabalho de famílias agricultoras na Comunidade Nossa Senhor de Lourdes, no nordeste paraense

  • CLARISSA VIEIRA DOS SANTOS
  • O espaço-vivido como lugar de projeto: reflexões a partir de um assentamento rural do sudeste paraense

  • Data: 28/04/2011
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  • O espaço-vivido como lugar de projeto: reflexões a partir de um assentamento rural do sudeste paraense

  • THIARA FERNANDES E SILVA
  • Entre Campo e Casa: a autonomia da mulher e o extrativismo da mangaba

  • Data: 01/04/2011
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  • Entre Campo e Casa: a autonomia da mulher e o extrativismo da mangaba

  • JACIRENE DA SILVA QUEIROZ
  • Ecoturismo de base comunitária na Amazônia Oriental: o caso do Instituto Tapiaim em Curuçá-PA

  • Data: 28/03/2011
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  • Ecoturismo de base comunitária na Amazônia Oriental: o caso do Instituto Tapiaim em Curuçá-PA

  • IONE VIEIRA DOS SANTOS
  • A intervenção no desmatamento e a mobilidade espacial de agricultores familiares em áreas de assentamento: o estudo de caso no PDS Anapú-Pará

  • Data: 24/03/2011
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  • A intervenção no desmatamento e a mobilidade espacial de agricultores familiares em áreas de assentamento: o estudo de caso no PDS Anapú-Pará

  • GLAUCIA DE SOUSA MORENO
  • O Pote de Ouro no Final do Arco-Íris: Ação Coletiva e Luta pela Terra no Assentamento Palmares II, Pará

  • Data: 15/03/2011
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  • O Pote de Ouro no Final do Arco-Íris: Ação Coletiva e Luta pela Terra no Assentamento Palmares II, Pará

  • DANIELLE WAGNER SILVA
  • Entre a vila e o assentamento: estratégias de reprodução social de agricultores familiares da região da Vila Santa Fé, município de Marabá-PA

  • Data: 28/02/2011
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  • Através desta dissertação objetivou-se compreender, a partir do estudo da região da vila Santa 
    Fé, situada no município de Marabá, sudeste paraense, a influência de núcleos de povoamento 
    na reprodução social das famílias agricultoras situadas em seu entorno. A pesquisa de campo 
    foi  realizada  nos  meses  de  junho  e  agosto  de  2010  por  meio  de  entrevistas  com  famílias 
    agricultoras,  comerciantes  locais  e  funcionários  públicos.  Os  resultados  mostram  que o 
    processo  de  ocupação e  transformação  pelo  qual  vem  passando a  região  da  vila  Santa  Fé 
    reflete  a  dinâmica  da  região  de Marabá  como  região  de  fronteira  em  estabilização.  Sua 
    formação e consolidação enquanto núcleo de povoamento ocorreu em meio a transformações 
    regionais que estimularam o deslocamento de um grande número de pessoas para o interior do 
    município. Ao mesmo tempo em que a vila passou a existir por ocasião da ocupação das áreas 
    por  famílias  agricultoras, passou  também  a  influenciar  a reprodução  social  dos  agricultores 
    familiares  de  seu  entorno  desempenhando  funções  como  lugar  de  negócios,  de  lazer  e  de 
    acesso  a  serviços  públicos.  Essas  características  têm  gerado  processos  dinâmicos  e 
    simbióticos através  dos  quais foram  constituídas  a  vila  e  a  agricultura  familiar  regional. 
    Observou-se  que  ao  longo  do  tempo  a  vila  tornou-se  um  espaço  social  fundamental  e 
    estruturante  do modo  de  vida  da  população do  seu  entorno.  Nesse  quadro  de  mudanças,  as 
    famílias  têm  adotado  diversos  tipos  de  estratégias  produtivas  e sociais  para  alcançar  seus 
    projetos. Essas estratégias tem sido também fator estruturante das relações vivenciadas pelas 
    famílias  considerando  diferentes  espaços:  a  vila,  a  cidade  de  Marabá  e  os  projetos  de 
    assentamento. A emergência  de  novas  formas  de sociabilidade, de relações  de  trabalho  e de 
    atividades  produtivas, tem  contribuído  para  permanência  de  relações  que  marcaram  a 
    construção  da  sociedade  local  como  uma  sociedade  de  interconhecimento,  tais  como 
    confiança, reciprocidade e clientelismo.
    Através desta dissertação objetivou-se compreender, a partir do estudo da região da vila Santa Fé, situada no município de Marabá, sudeste paraense, a influência de núcleos de povoamento na reprodução social das famílias agricultoras situadas em seu entorno. A pesquisa de campo foi  realizada  nos  meses  de  junho  e  agosto  de  2010  por  meio  de  entrevistas  com  famílias agricultoras,  comerciantes  locais  e  funcionários  públicos.  Os  resultados  mostram  que o processo  de  ocupação e  transformação  pelo  qual  vem  passando a  região  da  vila  Santa  Fé reflete  a  dinâmica  da  região  de Marabá  como  região  de  fronteira  em  estabilização.  Sua formação e consolidação enquanto núcleo de povoamento ocorreu em meio a transformações regionais que estimularam o deslocamento de um grande número de pessoas para o interior do município. Ao mesmo tempo em que a vila passou a existir por ocasião da ocupação das áreas por  famílias  agricultoras, passou  também  a  influenciar  a reprodução  social  dos  agricultores familiares  de  seu  entorno  desempenhando  funções  como  lugar  de  negócios,  de  lazer  e  de acesso  a  serviços  públicos.  Essas  características  têm  gerado  processos  dinâmicos  e simbióticos através  dos  quais foram  constituídas  a  vila  e  a  agricultura  familiar  regional. Observou-se  que  ao  longo  do  tempo  a  vila  tornou-se  um  espaço  social  fundamental  e estruturante  do modo  de  vida  da  população do  seu  entorno.  Nesse  quadro  de  mudanças,  as famílias  têm  adotado  diversos  tipos  de  estratégias  produtivas  e sociais  para  alcançar  seus projetos. Essas estratégias tem sido também fator estruturante das relações vivenciadas pelas famílias  considerando  diferentes  espaços:  a  vila,  a  cidade  de  Marabá  e  os  projetos  de assentamento. A emergência  de  novas  formas  de sociabilidade, de relações  de  trabalho  e de atividades  produtivas, tem  contribuído  para  permanência  de  relações  que  marcaram  a construção  da  sociedade  local  como  uma  sociedade  de  interconhecimento,  tais  como confiança, reciprocidade e clientelismo.

  • DANIELLE WAGNER SILVA
  • Entre a vila e o assentamento: estratégias de reprodução social de agricultores familiares da região da Vila Santa Fé, município de Marabá-PA

  • Data: 28/02/2011
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  • Através desta dissertação objetivou-se compreender, a partir do estudo da região da vila Santa 

    Fé, situada no município de Marabá, sudeste paraense, a influência de núcleos de povoamento 

    na reprodução social das famílias agricultoras situadas em seu entorno. A pesquisa de campo 
    foi  realizada  nos  meses  de  junho  e  agosto  de  2010  por  meio  de  entrevistas  com  famílias 
    agricultoras,  comerciantes  locais  e  funcionários  públicos.  Os  resultados  mostram  que o 
    processo  de  ocupação e  transformação  pelo  qual  vem  passando a  região  da  vila  Santa  Fé 
    reflete  a  dinâmica  da  região  de Marabá  como  região  de  fronteira  em  estabilização.  Sua 
    formação e consolidação enquanto núcleo de povoamento ocorreu em meio a transformações 
    regionais que estimularam o deslocamento de um grande número de pessoas para o interior do 
    município. Ao mesmo tempo em que a vila passou a existir por ocasião da ocupação das áreas 
    por  famílias  agricultoras, passou  também  a  influenciar  a reprodução  social  dos  agricultores 
    familiares  de  seu  entorno  desempenhando  funções  como  lugar  de  negócios,  de  lazer  e  de 
    acesso  a  serviços  públicos.  Essas  características  têm  gerado  processos  dinâmicos  e 
    simbióticos através  dos  quais foram  constituídas  a  vila  e  a  agricultura  familiar  regional. 
    Observou-se  que  ao  longo  do  tempo  a  vila  tornou-se  um  espaço  social  fundamental  e 
    estruturante  do modo  de  vida  da  população do  seu  entorno.  Nesse  quadro  de  mudanças,  as 
    famílias  têm  adotado  diversos  tipos  de  estratégias  produtivas  e sociais  para  alcançar  seus 
    projetos. Essas estratégias tem sido também fator estruturante das relações vivenciadas pelas 
    famílias  considerando  diferentes  espaços:  a  vila,  a  cidade  de  Marabá  e  os  projetos  de 
    assentamento. A emergência  de  novas  formas  de sociabilidade, de relações  de  trabalho  e de 
    atividades  produtivas, tem  contribuído  para  permanência  de  relações  que  marcaram  a 
    construção  da  sociedade  local  como  uma  sociedade  de  interconhecimento,  tais  como 
    confiança, reciprocidade e clientelismo.
    Através desta dissertação objetivou-se compreender, a partir do estudo da região da vila Santa Fé, situada no município de Marabá, sudeste paraense, a influência de núcleos de povoamento na reprodução social das famílias agricultoras situadas em seu entorno. A pesquisa de campo foi  realizada  nos  meses  de  junho  e  agosto  de  2010  por  meio  de  entrevistas  com  famílias agricultoras,  comerciantes  locais  e  funcionários  públicos.  Os  resultados  mostram  que o processo  de  ocupação e  transformação  pelo  qual  vem  passando a  região  da  vila  Santa  Fé reflete  a  dinâmica  da  região  de Marabá  como  região  de  fronteira  em  estabilização.  Sua formação e consolidação enquanto núcleo de povoamento ocorreu em meio a transformações regionais que estimularam o deslocamento de um grande número de pessoas para o interior do município. Ao mesmo tempo em que a vila passou a existir por ocasião da ocupação das áreas por  famílias  agricultoras, passou  também  a  influenciar  a reprodução  social  dos  agricultores familiares  de  seu  entorno  desempenhando  funções  como  lugar  de  negócios,  de  lazer  e  de acesso  a  serviços  públicos.  Essas  características  têm  gerado  processos  dinâmicos  e simbióticos através  dos  quais foram  constituídas  a  vila  e  a  agricultura  familiar  regional. Observou-se  que  ao  longo  do  tempo  a  vila  tornou-se  um  espaço  social  fundamental  e estruturante  do modo  de  vida  da  população do  seu  entorno.  Nesse  quadro  de  mudanças,  as famílias  têm  adotado  diversos  tipos  de  estratégias  produtivas  e sociais  para  alcançar  seus projetos. Essas estratégias tem sido também fator estruturante das relações vivenciadas pelas famílias  considerando  diferentes  espaços:  a  vila,  a  cidade  de  Marabá  e  os  projetos  de assentamento. A emergência  de  novas  formas  de sociabilidade, de relações  de  trabalho  e de atividades  produtivas, tem  contribuído  para  permanência  de  relações  que  marcaram  a construção  da  sociedade  local  como  uma  sociedade  de  interconhecimento,  tais  como confiança, reciprocidade e clientelismo.

     

2010
Descrição
  • ALANA CARINE SOBRINHO SOARES
  • Seleção de extratos botânicos promissores para o controle de insetos-praga e doenças na agricultura familiar.

  • Data: 31/08/2010
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  • Seleção de extratos botânicos promissores para o controle de insetos-praga e doenças na agricultura familiar.

  • ACACIO TARCISO MOREIRA DE MELO
  • Ação Coletiva entre Assentados da Reforma Agrária: O Grupo de Mutirão no Assentamento Benedito Alves Bandeira, no Município do Acará/PA

  • Data: 30/08/2010
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  • Este  trabalho  tem  como  objetivo  o  estudo  das  estratégias  coletivas  desenvolvidas  pelos 
    agricultores  familiares  assentados  no  projeto  de  assentamento  da  reforma  agrária  Benedito 
    Alves Bandeira (BAB), no município do Acará, Estado do Pará, a partir da prática do mutirão. 
    A  pesquisa  foi  realizada  no  período  de  junho  a  novembro  de  2009  e  no  mês  de  janeiro  de 
    2010.  A  metodologia  constou  de  abordagens  qualitativas  e  quantitativas,  tendo  como 
    principais  procedimentos:  revisão  de  literatura,  entrevistas  estruturadas  e  semiestruturadas, 
    observações e levantamento de dados secundários. Os resultados mostram uma forma peculiar 
    de  ação  coletiva,  na  qual  um  grupo  (10%  do  total  dos  assentados)  engajado  na  prática  de 
    mutirão  assumiu  a  direção  da  associação  que  gerencia  o  assentamento  em  geral.  Contribuiu 
    para  isso,  o  fato  de  que  o  grupo  do  mutirão,  na  sua  prática,  não  tratou  apenas  de  questões 
    relacionadas  à  produção,  como  é  comum  nos  mutirões,  mas  também  das  ações  políticas, 
    econômicas  e  sociais  do  assentamento.  Enquanto  muitos  estudos  sobre  assentamentos  da 
    reforma agrária apontam a resistência dos assentados à produção agrícola coletiva, promovida 
    especialmente  pelo  Movimento  dos  Trabalhadores  Rurais  Sem  Terra  (MST),  a  experiência 
    analisada  mostra  a  aceitação  do  trabalho  coletivo  de  um  grupo  de  assentados  reunidos  pelo 
    mutirão  para  a produção  agrícola.  Foram  identificados  os  seguintes  fatores  que  favoreceram 
    esta forma de trabalho: a) um preparo anterior dos líderes pela igreja católica; b) a realização 
    voluntária da atividade; c) o dono do lote administra as atividades do mutirão; d) os próprios 
    usuários definem as regras, e; e) o tamanho do grupo. A experiência do trabalho coletivo nos 
    lotes orienta também as ações realizadas pela associação, cujas reuniões acontecem de forma 
    rotativa nas casas onde são realizados os mutirões. Apesar do exemplo dessa prática utilizada 
    no  assentamento  desde  o  inicio  de  sua  criação,  há  resistências  dentro  e  fora  do  mesmo  à 
    gestão  do  grupo  de  mutirão  frente  à  associação,  caracterizadas  por  interesses  individuais  e 
    jogos  de  poder  dos  adversários,  envolvendo  até  órgãos  governamentais.  Este  estudo 
    contribuirá para a compreensão das estratégias de reciprocidade que facilitam a ação coletiva 
    entre  assentados  no  nordeste  paraense  articulando  dois  fenômenos:  a  pouca  probabildade  da 
    cooperação,  segundo  a  lógica  da  ação  coletiva  (Olson,  1965)  que  questiona  a  disposição  de 
    um grupo de se engajar para os objetivos comuns, e a promoção da cooperação por meio de 
    estruturas de reciprocidade. 
    Este  trabalho  tem  como  objetivo  o  estudo  das  estratégias  coletivas  desenvolvidas  pelos agricultores  familiares  assentados  no  projeto  de  assentamento  da  reforma  agrária  Benedito Alves Bandeira (BAB), no município do Acará, Estado do Pará, a partir da prática do mutirão. A  pesquisa  foi  realizada  no  período  de  junho  a  novembro  de  2009  e  no  mês  de  janeiro  de 2010.  A  metodologia  constou  de  abordagens  qualitativas  e  quantitativas,  tendo  como principais  procedimentos:  revisão  de  literatura,  entrevistas  estruturadas  e  semiestruturadas, observações e levantamento de dados secundários. Os resultados mostram uma forma peculiar de  ação  coletiva,  na  qual  um  grupo  (10%  do  total  dos  assentados)  engajado  na  prática  de mutirão  assumiu  a  direção  da  associação  que  gerencia  o  assentamento  em  geral.  Contribuiu para  isso,  o  fato  de  que  o  grupo  do  mutirão,  na  sua  prática,  não  tratou  apenas  de  questões relacionadas  à  produção,  como  é  comum  nos  mutirões,  mas  também  das  ações  políticas, econômicas  e  sociais  do  assentamento.  Enquanto  muitos  estudos  sobre  assentamentos  da reforma agrária apontam a resistência dos assentados à produção agrícola coletiva, promovida especialmente  pelo  Movimento  dos  Trabalhadores  Rurais  Sem  Terra  (MST),  a  experiência analisada  mostra  a  aceitação  do  trabalho  coletivo  de  um  grupo  de  assentados  reunidos  pelo mutirão  para  a produção  agrícola.  Foram  identificados  os  seguintes  fatores  que  favoreceram esta forma de trabalho: a) um preparo anterior dos líderes pela igreja católica; b) a realização voluntária da atividade; c) o dono do lote administra as atividades do mutirão; d) os próprios usuários definem as regras, e; e) o tamanho do grupo. A experiência do trabalho coletivo nos lotes orienta também as ações realizadas pela associação, cujas reuniões acontecem de forma rotativa nas casas onde são realizados os mutirões. Apesar do exemplo dessa prática utilizada no  assentamento  desde  o  inicio  de  sua  criação,  há  resistências  dentro  e  fora  do  mesmo  à gestão  do  grupo  de  mutirão  frente  à  associação,  caracterizadas  por  interesses  individuais  e jogos  de  poder  dos  adversários,  envolvendo  até  órgãos  governamentais.  Este  estudo contribuirá para a compreensão das estratégias de reciprocidade que facilitam a ação coletiva entre  assentados  no  nordeste  paraense  articulando  dois  fenômenos:  a  pouca  probabildade  da cooperação,  segundo  a  lógica  da  ação  coletiva  (Olson,  1965)  que  questiona  a  disposição  de um grupo de se engajar para os objetivos comuns, e a promoção da cooperação por meio de estruturas de reciprocidade. 

  • LORENA NUNES DO ESPIRITO SANTO
  • Diversidade de inimigos naturais em cultivos de dendê Elaeis guineensis implantados em diferentes sistemas agroflorestais na agricultura familiar

  • Data: 30/08/2010
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  • Diversidade de inimigos naturais em cultivos de dendê Elaeis guineensis implantados em diferentes sistemas agroflorestais na agricultura familiar

  • ROSIANE CRISTINA PIMENTEL PANTOJA
  • Ação coletiva na criação e gestão do projeto de assentamento Paulo Fonteles em Mosqueiro, Belém - Pará

  • Data: 27/08/2010
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  • Ação coletiva na criação e gestão do projeto de assentamento Paulo Fonteles em Mosqueiro, Belém - Pará

  • FLAVIA NOGUEIRA DE CASTRO
  • Território do Sudeste paraense: os dilemas na implementação dos programas de desenvolvimento territorial

  • Data: 20/08/2010
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  • A abordagem territorial enquanto instrumento de promoção do desenvolvimento rural
    sustentável é introduzida no Brasil no bojo das reformas estruturais do Estado, partindo da
    avaliação dos resultados obtidos com os programas anteriores para o desenvolvimento rural.
    É neste contexto que se cria o Ministério do Desenvolvimento Agrário e sua Secretaria de
    Desenvolvimento Territorial, cuja ação se materializa na criação dos Territórios Rurais. Em
    2003 é fundado o Território Rural do Sudeste Paraense, uma região onde a agricultura
    familiar se territorializa na disputa com o projeto desenvolvimentista dos Governos
    Militares, através da sua organização sindical e social, e que esse enfrentamento leva a
    formação de vários espaços públicos de debate acerca da aplicação das políticas públicas
    voltadas à reforma agrária e agricultura familiar. Neste contexto o trabalho estuda a
    interação entre os atores locais e os Programas Territoriais introduzidos nestes últimos anos.
    Pode-se notar que o princípio de conformação de um espaço único, que seria o Colegiado de
    Desenvolvimento Territorial, não consegue aglutinar os debates em torno das políticas
    públicas e nem ampliar a participação dos atores, havendo uma desarticulação dos espaços
    anteriores. E, como se trata de uma intervenção do Estado, a noção com a qual os atores
    locais trabalham é a de um território administrativo, inclusive o termo “território” foi
    introduzido ao vocabulário dos mesmos a partir da execução dos Programas Territoriais do
    Governo Federal.

  • DEUSIMAR MIRANDA RODRIGUES
  • A COOPAEXPA E PARTICIPAÇÃO NOS SEUS NÚCLEOS DE
    PRODUÇÃO

  • Data: 09/08/2010
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  • Este  estudo  analisa  as  formas  de  participação exercidas  pelos  agricultores  afiliados  a  uma
    cooperativa,  a  COOPAEXPA,  no  que  se  refere  ao  planejamento  e  organização  da  produção
    agrícola e do seu encaminhamento a uma central de cooperativas, a Central Nova Amafrutas,
    que desenvolveu suas atividades no município de Benevides-Pará, no período de 2000 a 2007,
    quando  ocorreu  a  falência  do  empreendimento.  Através  dos  objetivos  específicos  descreve
    como  foram  constituídos  os  núcleos  de  produção,  caracterizando  a  participação  dos
    agricultores  na  tomada  de  decisão  sobre  a  constituição  dos  mesmos;  descreve  como
    funcionaram os núcleos de produção assim como caracteriza a participação no planejamento e
    organização  da  produção  e  da  entrega  à  central  de  cooperativas;  analisa  os  resultados  em
    termos de produção e entrega da produção e como estes resultados corresponderam ao que foi
    planejado.  As  conclusões  mostram  que  os  núcleos  de  produção  mesmo  com  as  suas
    fragilidades,  de  modo  geral,  funcionaram  razoavelmente  bem  no  fornecimento  da  matéria-prima  à  Nova  Amafrutas,  até  o  momento  em  que  esta  através  da  COOPAGRI  centralizou  o
    processo  de  tomada  de  decisões  que  afeta  os  produtores,  o  que  coincide  com  o  período  em
    que a COOPAEXPA oferece condições de infraestrutura e logística para a implementação dos
    trabalhos  de  seus  sócios  nos  referidos  núcleos.  Na  tomada  coletiva  de  decisão,  o  que  se
    observou é que aos cooperados só foi permitido tomar decisões  no planejamento e execução
    das ações nos núcleos de produção, cabendo-lhes apenas a avaliação incipiente dos resultados
    nas  assembléias  gerais.  A  participação  dos  sócios  nas  assembléias  gerais  resumia-se  quase
    sempre  em  referendar  as  decisões  já  tomadas  pelos  dirigentes  e  assessores  da  cooperativa.
    Percebe-se,  portanto,  que  o  grau  de  controle  dos  cooperados  sobre  as  decisões  mais
    importantes  tomadas  restringia-se  à  “consulta  obrigatória”,  pois  as  decisões  eram
    apresentadas  em  assembléias  gerais  e  os  cooperados,  pelo  princípio  do  voto,  aprovavam  ou
    não,  muitas  vezes  sem  entender  de  fato  o  processo.  Evidencia-se  que  a  informação  e  a
    formação cooperativista não  fluíram  no sentido da preparação para a participação consciente
    que possibilitasse aos dirigentes e sócios conduzirem o processo cooperativamente.

  • ADSON JONNAS ROCHA CARVALHO
  • A busca da sustentabilidade das pastagens no assentamento Belo Horizonte, em São Domingos do Araguaia, PA

  • Data: 29/06/2010
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  • A busca da sustentabilidade das pastagens no assentamento Belo Horizonte, em São Domingos do Araguaia, PA

  • SIMONE SILVA NOGUEIRA
  • INTENSIFICAÇÃO OU DIVERSIFICAÇÃO?  
    A pecuária leiteira em questão
    INTENSIFICAÇÃO OU DIVERSIFICAÇÃO?  A pecuária leiteira em questão

  • Data: 04/06/2010
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  • Na região Sudeste do Pará a pecuária bovina voltada para a produção de leite tem crescido e 
    se  desenvolvido  principalmente  no  âmbito  da  agricultura  familiar,  formando  uma  bacia 
    leiteira  caracterizada  por  sistemas  de  produção  em  diferentes  níveis  de  especialização  na 
    atividade.  O  objetivo  da  pesquisa  consistiu  em  identificar  e  analisar tipos  de  sistemas  de 
    produção  leiteira  desenvolvidos  por  agricultores  familiares  refletindo  se  a  pecuária  leiteira 
    configura-se  ou  não  como  uma  atividade  que  fortalece  a  agricultura  familiar  regional. 
    Aplicou-se  30  questionários  em  duas  comunidades,  Murumuru  e  Vale  do  Mucura,  onde 
    identificamos  seis  (6)  tipos  de  sistemas  de  produção,  os  quais  se  diferenciam  pelo  nível  de 
    integração  e  importância  da  pecuária  leiteira  na  contribuição  da  renda  e  no  uso  do  solo.  Os 
    resultados foram divididos em duas partes, na primeira, realizou-se a caracterização dos tipos 
    identificados,  onde  os  dados  mostraram  que  em  todas  as  situações  a  pecuária  leiteira  se 
    configura como de dupla aptidão, salvo em duas situações onde há rebanhos específicos para 
    produção de leite e outro para produção de carne. Isto significa que os agricultores não estão 
    “especializados” stricto sensu na produção de leite, ao contrário, eles adotam a estratégia de 
    mestiçagem  do rebanho  e  de  diversificação  de  atividades  e  rendas.  Na  segunda  parte  do 
    trabalho,  faz-se  uma  análise  dos  tipos  de  sistemas  de  produção  identificados,  através  dos 
    pilares diversificação  (DIV),  eficiência  técnico-produtiva  do  sistema  leiteiro  (ET)  e  a 
    comercialização  do  leite  (COM)  onde  se  verificou  que  as  situações  e  interações  desses 
    critérios  contribuem  de  formas  específicas  para  o  fortalecimento  dos  sistemas  de  produção 
    leiteira.  Os  dados  permitem  concluir  que  a  pecuária  leiteira  em  conjunto  com  as  demais 
    atividades  desempenhadas  por  esses agricultores-produtores  de  leite visam  à  produção  e  à 
    reprodução  (socioeconômica)  dos  mesmos  e  de  seus  sistemas  de  produção.  Contudo,  esta 
    atividade,  tem  se  refletido  de  forma  negativa  em  relação  ao  aspecto  agroecológico  dos 
    estabelecimentos agrícolas, pois em longo prazo os recursos poderão estar ameaçados. 
    Na região Sudeste do Pará a pecuária bovina voltada para a produção de leite tem crescido e se  desenvolvido  principalmente  no  âmbito  da  agricultura  familiar,  formando  uma  bacia leiteira  caracterizada  por  sistemas  de  produção  em  diferentes  níveis  de  especialização  na atividade.  O  objetivo  da  pesquisa  consistiu  em  identificar  e  analisar tipos  de  sistemas  de produção  leiteira  desenvolvidos  por  agricultores  familiares  refletindo  se  a  pecuária  leiteira configura-se  ou  não  como  uma  atividade  que  fortalece  a  agricultura  familiar  regional. Aplicou-se  30  questionários  em  duas  comunidades,  Murumuru  e  Vale  do  Mucura,  onde identificamos  seis  (6)  tipos  de  sistemas  de  produção,  os  quais  se  diferenciam  pelo  nível  de integração  e  importância  da  pecuária  leiteira  na  contribuição  da  renda  e  no  uso  do  solo.  Os resultados foram divididos em duas partes, na primeira, realizou-se a caracterização dos tipos identificados,  onde  os  dados  mostraram  que  em  todas  as  situações  a  pecuária  leiteira  se configura como de dupla aptidão, salvo em duas situações onde há rebanhos específicos para produção de leite e outro para produção de carne. Isto significa que os agricultores não estão “especializados” stricto sensu na produção de leite, ao contrário, eles adotam a estratégia de mestiçagem  do rebanho  e  de  diversificação  de  atividades  e  rendas.  Na  segunda  parte  do trabalho,  faz-se  uma  análise  dos  tipos  de  sistemas  de  produção  identificados,  através  dos pilares diversificação  (DIV),  eficiência  técnico-produtiva  do  sistema  leiteiro  (ET)  e  a comercialização  do  leite  (COM)  onde  se  verificou  que  as  situações  e  interações  desses critérios  contribuem  de  formas  específicas  para  o  fortalecimento  dos  sistemas  de  produção leiteira.  Os  dados  permitem  concluir  que  a  pecuária  leiteira  em  conjunto  com  as  demais atividades  desempenhadas  por  esses agricultores-produtores  de  leite visam  à  produção  e  à reprodução  (socioeconômica)  dos  mesmos  e  de  seus  sistemas  de  produção.  Contudo,  esta atividade,  tem  se  refletido  de  forma  negativa  em  relação  ao  aspecto  agroecológico  dos estabelecimentos agrícolas, pois em longo prazo os recursos poderão estar ameaçados. 

2009
Descrição
  • TARCISIO FEITOSA DA SILVA
  • A criação da Reserva Extrativista do Médio Xingu: a última peça do Mosaico da Terra do Meio

  • Data: 31/08/2009
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  • A criação da Reserva Extrativista do Médio Xingu: a última peça do Mosaico da Terra do Meio

  • HUANDRIA FIGUEIREDO DO NASCIMENTO
  • Transição Agroecológica: Sonhos e Realidades, uma reflexão do Pólo Rio Capim do Proambiente

  • Data: 31/08/2009
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  • Identifica e analisa as mudanças de práticas agrícolas ou não agrícolas ocorridas nos lotes dos 
    agentes  comunitários  e  agricultores familiares  do  Pólo  Rio  Capim  do  PROAMBIENTE.  Os 
    objetivos do estudo foram alcançados por meio de uma pesquisa de campo onde se utilizou as 
    abordagens quantitativa e qualitativa, tendo sido utilizados como instrumentos metodológicos 
    questionários,  entrevistas  e  observações.  Os  indivíduos  estudados  (agentes  e  agricultores) 
    foram  analisados  por  tipos:  agentes  e  agricultores  tipo  A,  agentes  e  agricultores  tipo  B  e 
    agentes  e  agricultores  tipo  C.  Os  processos  de  capacitação  identificados  foram  divididos  em 
    cinco classes: 1- curso em técnicas de produção e processamento de produtos, 2- intercâmbios 
    e dias de campo, 3- cursos de gestão da propriedade, 4- participação em eventos e, 5- outros. 
    As  mudanças  identificadas  foram  analisadas  qualitativamente  fazendo  uso  da análise  das 
    entrevistas.  Quantitativamente  foi  realizada  uma avaliação  para  as  variáveis  investigadas 
    (mecanização,  uso  do  fogo,  uso  de  insumos,  contratação  de  mão-de-obra,  troca  de  diárias  e 
    mutirões,  renda  da  família,  participação  em  cursos,  produção,  qualidade  dos  produtos, 
    despesas com a produção, despesas com a  família, incidência de pragas e doenças e doenças 
    na família) entre indivíduos (agentes ou agricultores) dos tipos A, B e C, e níveis de respostas 
    (aumentou, permaneceu, diminuiu). As conclusões revelam que os agentes do tipo A sofreram 
    elevada  influência  de  processos  de  formação  anterior  ao  PROAMBIENTE  o  que  incidiu  na 
    mudança  de  práticas  agrícolas  em  seus  lotes.  Os  agentes  do  tipo  B  têm  dificuldade  na 
    implantação de ações agroecológicas pela falta de tempo em decorrência do seu envolvimento 
    político/sindical  e  a  atividades  externas  a  unidade  de  produção.  Já  os  agentes  do  tipo  C  de 
    igual  modo  ao  tipo  B  possuem  elevado  envolvimento  político,  ainda  acrescenta-se  o  baixo 
    nível de capacitação o que influencia para a não adoção de práticas agroecológicas. De modo 
    geral  os  processos  de  formação  técnica/sensibilização  que  geraram  mudanças  nas  unidades 
    dos  agricultores  independentes  do  tipo  em  que  foram  classificados,  em  sua  maioria  foram 
    promovidos pelo PROAMBIENTE. Por fim, a transição agroecológica necessária as unidades 
    de  produção  dos  entrevistados  não  se  dará  somente  pela  substituição  e/ou  eliminação  de 
    insumos agrícolas, mas pela racionalização na forma de uso dos recursos naturais, tendo sido 
    estes os elementos essenciais da agricultura familiar na Amazônia. 
    Identifica e analisa as mudanças de práticas agrícolas ou não agrícolas ocorridas nos lotes dos agentes  comunitários  e  agricultores familiares  do  Pólo  Rio  Capim  do  PROAMBIENTE.  Os objetivos do estudo foram alcançados por meio de uma pesquisa de campo onde se utilizou as abordagens quantitativa e qualitativa, tendo sido utilizados como instrumentos metodológicos questionários,  entrevistas  e  observações.  Os  indivíduos  estudados  (agentes  e  agricultores) foram  analisados  por  tipos:  agentes  e  agricultores  tipo  A,  agentes  e  agricultores  tipo  B  e agentes  e  agricultores  tipo  C.  Os  processos  de  capacitação  identificados  foram  divididos  em cinco classes: 1- curso em técnicas de produção e processamento de produtos, 2- intercâmbios e dias de campo, 3- cursos de gestão da propriedade, 4- participação em eventos e, 5- outros. As  mudanças  identificadas  foram  analisadas  qualitativamente  fazendo  uso  da análise  das entrevistas.  Quantitativamente  foi  realizada  uma avaliação  para  as  variáveis  investigadas (mecanização,  uso  do  fogo,  uso  de  insumos,  contratação  de  mão-de-obra,  troca  de  diárias  e mutirões,  renda  da  família,  participação  em  cursos,  produção,  qualidade  dos  produtos, despesas com a produção, despesas com a  família, incidência de pragas e doenças e doenças na família) entre indivíduos (agentes ou agricultores) dos tipos A, B e C, e níveis de respostas (aumentou, permaneceu, diminuiu). As conclusões revelam que os agentes do tipo A sofreram elevada  influência  de  processos  de  formação  anterior  ao  PROAMBIENTE  o  que  incidiu  na mudança  de  práticas  agrícolas  em  seus  lotes.  Os  agentes  do  tipo  B  têm  dificuldade  na implantação de ações agroecológicas pela falta de tempo em decorrência do seu envolvimento político/sindical  e  a  atividades  externas  a  unidade  de  produção.  Já  os  agentes  do  tipo  C  de igual  modo  ao  tipo  B  possuem  elevado  envolvimento  político,  ainda  acrescenta-se  o  baixo nível de capacitação o que influencia para a não adoção de práticas agroecológicas. De modo geral  os  processos  de  formação  técnica/sensibilização  que  geraram  mudanças  nas  unidades dos  agricultores  independentes  do  tipo  em  que  foram  classificados,  em  sua  maioria  foram promovidos pelo PROAMBIENTE. Por fim, a transição agroecológica necessária as unidades de  produção  dos  entrevistados  não  se  dará  somente  pela  substituição  e/ou  eliminação  de insumos agrícolas, mas pela racionalização na forma de uso dos recursos naturais, tendo sido estes os elementos essenciais da agricultura familiar na Amazônia. 

  • SILVIO KANNER PEREIRA FARIAS
  • Gestão Coletiva de Máquinas e Equipamentos Agrícola na Agricultura Familiar no Assentamento Luiz Lopes Sobrinho.

  • Data: 31/08/2009
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  • Gestão Coletiva de Máquinas e Equipamentos Agrícola na Agricultura Familiar no Assentamento Luiz Lopes Sobrinho.

  • GUILHERME COELHO BRITTO
  • PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS PELA AGRICULTURA FAMILIAR: Verificação em Unidades de Produção Familiar Rurais da Transamazônica

  • Data: 28/08/2009
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  • Na  maioria  dos  estabelecimentos da  agricultura  familiar  na  região  é  usado o  sistema
    tradicional de agricultura, chamado de sistema corte e queima, que é caracterizado pelo uso de
    uma  área  por  um  a  dois  anos,  seguido  por  vários  anos  de  pousio.  Talvez  por  isso,  ainda
    predomine  a  visão  da  produção  familiar  amazônica  identificada  como  uma  agricultura
    "migratória"  com  culturas  temporárias  voltadas  para  a  subsistência,  configurando-se  como
    problema social e atualmente grande vilã ecológica. A agricultura familiar, em contraponto a
    essa visão, é um setor estratégico para a manutenção e recuperação do emprego, redistribuição
    da  renda,  garantia  da  soberania  alimentar  do  país  e  construção  do  desenvolvimento
    sustentável.  Na  agricultura  familiar,  predomina  atualmente  uma  tendência  de  diversificação
    crescente  dos  sistemas  de  produção  agrícola,  incluindo  de  forma  variável  culturas  perenes  e
    temporárias,  pequena  criação,  extração  vegetal  e  até  pecuária,  ou  seja,  sistemas  mais
    diversificados  e  equilibrados  do  ponto  de  vista  produtivo  e  ecológico. Nesse  sentido,  o
    trabalho se propõe a verificar o potencial de prestação de serviços ambientais em sistemas de
    produção de agricultores familiares a partir das práticas produtivas utilizadas ao longo de um
    ciclo  agrícola. Para  que  se  pudesse  realizar  uma  comparação  entre  os  diferentes  tipos  de
    sistemas de produção e evitar a generalização da análise foi realizada a tipologia dos sistemas
    de  produção. Para  isso  buscou-se  a  ferramenta  Eco-Cert.Proambiente,  desenvolvida  pela
    Embrapa,  da  qual  os  princípios  critérios  e  indicadores  para  que  as  práticas  utilizadas  pelas
    famílias fossem avaliadas. Foi construído um conjunto de matrizes de verificação onde cada
    uma  das  práticas  foi  avaliada  segundo  todos  os  indicadores  selecionados.  Os  resultados
    alcançados mostraram que os sistemas de produção que apresentaram maior diversificação de
    atividades produtivas têm maior potencial de prestação dos serviços ambientais por apresentar
    um  número  maior  de  práticas  utilizadas  ao  longo  de  um  ciclo  agrícola,  porém  o  fato  das
    famílias  fazerem  parte  do  programa  Proambiente  também  contribui  para  que  esse  potencial
    seja  favorecido,  pois ao  aderirem  ao  programa  as  famílias  deixaram  de  derrubar  áreas  de
    florestas e reduziram consideravelmente o uso do fogo como prática agrícola.

  • MIQUEIAS FREITAS CALVI
  • FATORES DE ADOÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS POR AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE MEDICILÂNDIA, PARÁ
  • Data: 24/08/2009
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  • Sistemas agroflorestais (SAFs) é uma alternativa às práticas agrícolas convencionais e de uso do solo ainda pouco utilizados por agricultores familiares, porém com grande importância econômica e ambiental. Incentivar à implantação desses sistemas é relevante devido as preocupações com a conservação da biodiversidade e as mudanças climáticas globais. O cacaueiro é uma cultura propicia à implantação em SAFs devido à necessidade de sombreamento das lavouras, sendo o município de Medicilândia, Oeste do Estado do Pará, um dos principais pólos cacaueiros do país. Objetivando entender quais fatores contribuem e/ou limitam a utilização dos SAFs como atividade produtiva nesse município, foram aplicados questionários com perguntas objetivas e subjetivas a 73 famílias agricultoras, abordando as especificidades das famílias, das propriedades, do acesso às políticas públicas, da comercialização dos produtos agrícolas e dos SAFs. No estudo foram identificados 164 arranjos destes sistemas, com idade variando entre 4 e 38 anos. Os principais fatores que determinam a adoção de SAFs pelos agricultores estão relacionados à ordem econômica e produtiva, sendo a existência de mercado e o aumento da renda os fatores que se destacam para essa adoção. Em oposição, a principal limitação refere-se à insuficiência e baixa qualidade dos serviços de assistência técnica pública oferecida, afetando, diretamente, a produção dos sistemas uma vez que a gestão de SAFs sem acompanhamento técnico poderá reduzir, consideravelmente, a produtividade da lavoura.
  • MARIA GRINGS BATISTA
  • Terra da Família – Família de Trabalho: Estudo de Famílias Agricultoras no Nordeste Paraense

  • Data: 10/07/2009
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  • o objetivo central deste trabalho é de analisar a reprodução social da agricultura familiar através do estudo da interrelação entre família e trabalho em cinco famílias agricultoras no Nordeste Paraense. Para tal foi realizado um estudo de caso utilizando a abordagem qualitativa, onde os principais instrumentos metodológicos foram entrevistas, questionários e observações. As categorias centrais de análise são agricultura familiar, família e trabalho. As conclusões mostram que os agricultores do estudo tiveram acesso às suas terras de formas bem diversificadas: herança - com a partilha ou sem partilha da terra; regularização fundiária - através da criação de um assentamento da reforma agrária e; transações comerciais - direta, através da compra ou indireta, por troca. A principal atividade produtiva é a roça de mandioca para a produção de farinha, mas são encontradas também roças de milho e de feijão, Sistemas Agro-florestais, extrativismo e criação de gado bovino. A organização e realização do trabalho nos grupos estudados estão amparadas principalmente nas relações de parentesco, sendo os membros da família nuclear quem realizam quase a totalidade das atividades, que são distribuídas em três espaços: a casa ­predominantemente feminina; a roça - prioritariamente masculina e; o retiro - local de trabalho de toda a família. Entre os grupos existem diferentes arranjos, mas prevalece uma divisão social do trabalho embasada em diferenças de sexo e geração, amparada nas diferenças de sexo e idade segundo a noção de serviço "leve" - passível de ser realizado por mulheres e crianças - e "pesado" - realizado exclusivamente pelos homens. Mas o que se verificou foi que tanto a noção da divisão rígida de trabalho na casa e na roça, quanto as noções de "leve" e "pesado" não se confirmam no dia-a-dia de trabalho. Enfim, os grupos domésticos estudados vivem de seu trabalho na terra, de forma que esta representa para eles efetivamente o local de morada e de trabalho. 

2008
Descrição
  • DERYCK PANTOJA MARTINS
  • ACORDOS DE COMUNIDADES COM EMPRESAS PARA O MANEJO FLORESTAL, O CASO DA RESERVA EXTRATIVISTA RIO PRETO-JACUNDÁ EM MACHADINHO D’OESTE – RO.

  • Data: 29/08/2008
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  • Os acordos entre empresas madeireiras e comunidades rurais têm sido disseminados na Amazônia como uma alternativa viável de uso dos recursos naturais. Esta visão foi expressa no desenvolvimento de projetos de manejo florestal comunitário com o advento de acordos empresa-comunidade em Rondônia, inclusive na Reserva Extrativista Estadual Rio Preto-Jacundá, localizada no município de Machadinho d’Oeste, área de estudo desta pesquisa. Como premissa, a pesquisa discute o histórico de conflitos e relações desiguais nos acordos formalizados entre empresas florestais madeireiras e comunidades rurais para utilização dos recursos madeireiros, busca compreender que tipos de avanços essas relações apresentam quando comparadas com as relações tradicionalmente realizadas ao longo do tempo e como estes acordos se constroem. A pesquisa contou com entrevistas realizadas com camponeses da Resex, empresários madeireiros e outros atores envolvidos nos acordos. Os acordos firmados na Resex demonstram vários aspectos que constituem obstáculos ao processo como, por exemplo, a prática de adiantamentos de recursos pela associação junto a empresários madeireiros; falta de habilidade na administração e gestão dos acordos pela associação comunitária; falta de transparência na administração da associação; a desconsideração aos preços praticados no mercado; dependência em mediadores; dificuldades na apropriação dos camponeses do processo e a ausência do Estado como interveniente dos processos de acordos em terras públicas. Apesar dos problemas, a análise dos fatos demonstra que um acordo enquanto ferramenta pode criar condições adequadas ao desenvolvimento de comunidades rurais, porém, há muitos ajustes e etapas a serem melhores compreendidas para uma construção de acordos empresa-comunidade mais justa e consubstanciada da realidade local.

  • JOSE OLENILSON COSTA PINHEIRO
  • Desenvolvimento Local em Comunidades Tradicionais 
    situadas em Áreas Costeiras: o estudo de caso da Vila 
    Mota, Maracanã (PA)
    Desenvolvimento Local em Comunidades Tradicionais situadas em Áreas Costeiras: o estudo de caso da Vila Mota, Maracanã (PA)

  • Data: 29/08/2008
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  • Este  trabalho  analisa  a  dinâmica  socioeconômica  da Vila  Mota,  uma  comunidade 
    tradicional  pesqueira,  situada  na  costa  atlântica  paraense,  pertencente  ao  município  de 
    Maracanã,  e  que,  a  partir  do  ano  de  2002,  passou  a fazer  parte  da  Reserva  Extrativista 
    Marinha  de  Maracanã  –  RESEX/Maracanã.  Alguns  aspectos  sobre  as  condições  de  vida 
    naquela  comunidade  foram  observados,  bem  como  identificados  fatores  limitantes  e 
    potencializadores para o desenvolvimento local. Para tal análise, foram realizadas estimativas 
    para  alguns  indicadores  que  compõem  o  Índice  de  Desenvolvimento  Humano  (IDH)  e  suas 
    variantes,  estabelecidos  pelo  Programa  das  Nações  Unidas  para  o  Desenvolvimento  (1998). 
    Na  identificação  e  análise  dos  fatores  que  interferem  no  desenvolvimento  local,  foram 
    adotados,  considerando-se  as  especificidades  da  Vila  Mota,  os  critérios  adotados  em 
    Bittencourt et al. (1998), para o estudo de desenvolvimento local em projetos de assentamento 
    de reforma agrária no Brasil. Os pressupostos assumidos neste estudo foram: a predominância 
    da  prática  de  monoatividade,  no  caso  a  pesca  artesanal,  compromete  a  economia  doméstica, 
    cujos  rendimentos  monetários  costumam  ser  baixos;  e  a  baixa  mobilização  sócio-política 
    interfere  no  processo  de  desenvolvimento  local,  dificultando  ações  reivindicatórias  de 
    políticas  públicas  que  beneficiem  a  população  local.  Foram  pesquisadas  72  famílias,  que 
    correspondem  a  uma  amostra  de  48%  do  total  de  famílias  residentes  na  Vila  Mota.  Os 
    resultados obtidos indicaram que os rendimentos monetários são inferior a um salário mínimo 
    para  62,5%  das  famílias  que  desenvolvem  a  pesca  artesanal,  como  atividade  principal.  A 
    ausência  de  cooperativas  ou  associações,  a  falta  de  uma  estrutura  de  produção  e 
    comercialização,  e  a  deficiência  dos  serviços  de  saúde  e  transporte,  são  indicativos  de  uma 
    baixa capacidade de organização sócio-política, considerando-se que a maioria da população 
    já  está  estabelecida  há  mais  de  25  anos  na  Vila  Mota.  No  entanto,  essa  Vila  apresentou  um 
    nível  médio  de  desenvolvimento  humano,  apontando  condições  favoráveis  de  vida, 
    especialmente, em relação à educação e habitação. 
    Este  trabalho  analisa  a  dinâmica  socioeconômica  da Vila  Mota,  uma  comunidade tradicional  pesqueira,  situada  na  costa  atlântica  paraense,  pertencente  ao  município  de Maracanã,  e  que,  a  partir  do  ano  de  2002,  passou  a fazer  parte  da  Reserva  Extrativista Marinha  de  Maracanã  –  RESEX/Maracanã.  Alguns  aspectos  sobre  as  condições  de  vida naquela  comunidade  foram  observados,  bem  como  identificados  fatores  limitantes  e potencializadores para o desenvolvimento local. Para tal análise, foram realizadas estimativas para  alguns  indicadores  que  compõem  o  Índice  de  Desenvolvimento  Humano  (IDH)  e  suas variantes,  estabelecidos  pelo  Programa  das  Nações  Unidas  para  o  Desenvolvimento  (1998). Na  identificação  e  análise  dos  fatores  que  interferem  no  desenvolvimento  local,  foram adotados,  considerando-se  as  especificidades  da  Vila  Mota,  os  critérios  adotados  em Bittencourt et al. (1998), para o estudo de desenvolvimento local em projetos de assentamento de reforma agrária no Brasil. Os pressupostos assumidos neste estudo foram: a predominância da  prática  de  monoatividade,  no  caso  a  pesca  artesanal,  compromete  a  economia  doméstica, cujos  rendimentos  monetários  costumam  ser  baixos;  e  a  baixa  mobilização  sócio-política interfere  no  processo  de  desenvolvimento  local,  dificultando  ações  reivindicatórias  de políticas  públicas  que  beneficiem  a  população  local.  Foram  pesquisadas  72  famílias,  que correspondem  a  uma  amostra  de  48%  do  total  de  famílias  residentes  na  Vila  Mota.  Os resultados obtidos indicaram que os rendimentos monetários são inferior a um salário mínimo para  62,5%  das  famílias  que  desenvolvem  a  pesca  artesanal,  como  atividade  principal.  A ausência  de  cooperativas  ou  associações,  a  falta  de  uma  estrutura  de  produção  e comercialização,  e  a  deficiência  dos  serviços  de  saúde  e  transporte,  são  indicativos  de  uma baixa capacidade de organização sócio-política, considerando-se que a maioria da população já  está  estabelecida  há  mais  de  25  anos  na  Vila  Mota.  No  entanto,  essa  Vila  apresentou  um nível  médio  de  desenvolvimento  humano,  apontando  condições  favoráveis  de  vida, especialmente, em relação à educação e habitação. 

  • MARCELO AUGUSTO MACHADO VASCONCELOS
  • ASSESSORIA TÉCNICA E ESTRATÉGIAS DE AGRICULTORES FAMILIARES NA PERSPECTIVA DA TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICAS. UMA ANÁLISE A PARTIR DO PÓLO RIO CAPIM DO PROGRAMA PROAMBIENTE NO NORDESTE PARAENSE

  • Data: 29/08/2008
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  • O  estudo  faz  uma  reflexão  da  intervenção  das  metodologias  da  assessoria  técnica  junto  aos
    diferentes  grupos  familiares  (agroextrativista,  roceiro,  diversificado,  diarista  e  pequeno
    criador)  identificadas  no  Pólo  Rio  Capim  do  Programa  Proambiente  e  analisa  as  suas
    estratégias para  adoção de práticas de base agroecológica. O  estudo  Indica  que  os  planos  de
    uso e os acordos comunitários influenciam nessas estratégias de cada um dos grupos e revela
    uma  predisposição  em  realizar  a  mudança  no  agrossistema,  uma  vez  que  a  capacitação  dos
    agricultores e da equipe técnica conseguiu incorporar os conhecimentos técnicos e saberes dos
    agricultores.  Assim,  observa-se  neste  estudo  que  ocorreu  uma  contribuição  significativa  da
    intervenção da assessoria técnica sobre o enfoque agroecológico proporcionado por meio das
    unidades  familiares  capacitadoras,  o  que  propiciou um  ambiente  empírico  e  técnico  para  a
    formação  de  todos.  Também  é  apontada  a  dificuldade de  executar  algumas  práticas  de  base
    agroecológica que, em geral, são muito exigentes em mão-de-obra. Neste caso, muitos desses
    grupos  estudados fazem uso de  estratégias produtivas, como a compra de  mão-de-obra,  e  de
    estratégias comunitárias — mutirão, troca de dias, troca de dias por meio de mutirão, além das
    estratégias  relacionadas  a  compadrio  e  vizinhança. Os  mutirões  são  bastante  mencionados
    como  uma  das  estratégias  primordiais  a  promover  o  espírito  do  associativismo  entre  os
    agricultores,  uma  vez  que  são  expressivos  nos  grupos  familiares  estudados,  bem  como
    importantes  na  participação  e  na  implementação  de  práticas  de  base  agroecológica  em
    conjunto  com  outros  agricultores,  o  que  estimula  a aprendizagem,  o  diálogo  e  a  troca  de
    experiências  entre  eles.  Mas,  por  outro  lado,  as  metodologias  da  assessoria  técnica  e  as
    estratégias  dos  grupos  familiares  para  adoção  dessas  novas  práticas  não  asseguram  a
    produção, sobrevivência e reprodução das famílias, visto que não há nenhuma segurança para
    amortizar possíveis perdas ou frustrações em relação  aos investimentos e esforço  físico  com
    as  atividades  agroecológicas.  Assim,  as  práticas  tradicionais,  mesmo  significando  menor
    retorno econômico e/ou pouca recuperação e preservação dos recursos naturais, mostraram ser
    preferidas pelos diferentes  grupos  representativos, que não querem apostar no  risco,  frente  a
    contextos de mudanças que envolvem incertezas como as do Programa Proambiente. Falta, no
    entanto,  uma  maior  segurança  nas  condições  oferecidas  pela  intervenção  do  programa,  pois
    não  há  comercialização  e  preços  diferenciados  para produção  de  base  agroecológica,
    remuneração pela prestação dos serviços ambientais para os agricultores dos grupos familiares
    (a  qual,  até  o  momento,  não  foi  efetivada)  e,  principalmente,  continuidade  de  recursos
    financeiros  para  assessoria  técnica,  visto  que  os  planos  de  uso  e  os  acordos  comunitários
    devem, obrigatoriamente, acompanhar as mudanças no meio biofísico dos agrossistemas, pois
    carecem ser reelaborados a todo tempo e dispõem de constante acompanhamento técnico.
    O  estudo  faz  uma  reflexão  da  intervenção  das  metodologias  da  assessoria  técnica  junto  aosdiferentes  grupos  familiares  (agroextrativista,  roceiro,  diversificado,  diarista  e  pequenocriador)  identificadas  no  Pólo  Rio  Capim  do  Programa  Proambiente  e  analisa  as  suasestratégias para  adoção de práticas de base agroecológica. O  estudo  Indica  que  os  planos  deuso e os acordos comunitários influenciam nessas estratégias de cada um dos grupos e revelauma  predisposição  em  realizar  a  mudança  no  agrossistema,  uma  vez  que  a  capacitação  dosagricultores e da equipe técnica conseguiu incorporar os conhecimentos técnicos e saberes dosagricultores.  Assim,  observa-se  neste  estudo  que  ocorreu  uma  contribuição  significativa  daintervenção da assessoria técnica sobre o enfoque agroecológico proporcionado por meio dasunidades  familiares  capacitadoras,  o  que  propiciou um  ambiente  empírico  e  técnico  para  aformação  de  todos.  Também  é  apontada  a  dificuldade de  executar  algumas  práticas  de  baseagroecológica que, em geral, são muito exigentes em mão-de-obra. Neste caso, muitos dessesgrupos  estudados fazem uso de  estratégias produtivas, como a compra de  mão-de-obra,  e  deestratégias comunitárias — mutirão, troca de dias, troca de dias por meio de mutirão, além dasestratégias  relacionadas  a  compadrio  e  vizinhança. Os  mutirões  são  bastante  mencionadoscomo  uma  das  estratégias  primordiais  a  promover  o  espírito  do  associativismo  entre  osagricultores,  uma  vez  que  são  expressivos  nos  grupos  familiares  estudados,  bem  comoimportantes  na  participação  e  na  implementação  de  práticas  de  base  agroecológica  emconjunto  com  outros  agricultores,  o  que  estimula  a aprendizagem,  o  diálogo  e  a  troca  deexperiências  entre  eles.  Mas,  por  outro  lado,  as  metodologias  da  assessoria  técnica  e  asestratégias  dos  grupos  familiares  para  adoção  dessas  novas  práticas  não  asseguram  aprodução, sobrevivência e reprodução das famílias, visto que não há nenhuma segurança paraamortizar possíveis perdas ou frustrações em relação  aos investimentos e esforço  físico  comas  atividades  agroecológicas.  Assim,  as  práticas  tradicionais,  mesmo  significando  menorretorno econômico e/ou pouca recuperação e preservação dos recursos naturais, mostraram serpreferidas pelos diferentes  grupos  representativos, que não querem apostar no  risco,  frente  acontextos de mudanças que envolvem incertezas como as do Programa Proambiente. Falta, noentanto,  uma  maior  segurança  nas  condições  oferecidas  pela  intervenção  do  programa,  poisnão  há  comercialização  e  preços  diferenciados  para produção  de  base  agroecológica,remuneração pela prestação dos serviços ambientais para os agricultores dos grupos familiares(a  qual,  até  o  momento,  não  foi  efetivada)  e,  principalmente,  continuidade  de  recursosfinanceiros  para  assessoria  técnica,  visto  que  os  planos  de  uso  e  os  acordos  comunitáriosdevem, obrigatoriamente, acompanhar as mudanças no meio biofísico dos agrossistemas, poiscarecem ser reelaborados a todo tempo e dispõem de constante acompanhamento técnico.

  • MARCELO AUGUSTO MACHADO VASCONCELOS
  • ASSESSORIA TÉCNICA E ESTRATÉGIAS DE AGRICULTORES FAMILIARES NA PERSPECTIVA DA TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICAS. UMA ANÁLISE A PARTIR DO PÓLO RIO CAPIM DO PROGRAMA PROAMBIENTE NO NORDESTE PARAENSE

  • Data: 29/08/2008
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  •  

    O  estudo  faz  uma  reflexão  da  intervenção  das  metodologias  da  assessoria  técnica  junto  aos
    diferentes  grupos  familiares  (agroextrativista,  roceiro,  diversificado,  diarista  e  pequeno
    criador)  identificadas  no  Pólo  Rio  Capim  do  Programa  Proambiente  e  analisa  as  suas
    estratégias para  adoção de práticas de base agroecológica. O  estudo  Indica  que  os  planos  de
    uso e os acordos comunitários influenciam nessas estratégias de cada um dos grupos e revela
    uma  predisposição  em  realizar  a  mudança  no  agrossistema,  uma  vez  que  a  capacitação  dos
    agricultores e da equipe técnica conseguiu incorporar os conhecimentos técnicos e saberes dos
    agricultores.  Assim,  observa-se  neste  estudo  que  ocorreu  uma  contribuição  significativa  da
    intervenção da assessoria técnica sobre o enfoque agroecológico proporcionado por meio das
    unidades  familiares  capacitadoras,  o  que  propiciou um  ambiente  empírico  e  técnico  para  a
    formação  de  todos.  Também  é  apontada  a  dificuldade de  executar  algumas  práticas  de  base
    agroecológica que, em geral, são muito exigentes em mão-de-obra. Neste caso, muitos desses
    grupos  estudados fazem uso de  estratégias produtivas, como a compra de  mão-de-obra,  e  de
    estratégias comunitárias — mutirão, troca de dias, troca de dias por meio de mutirão, além das
    estratégias  relacionadas  a  compadrio  e  vizinhança. Os  mutirões  são  bastante  mencionados
    como  uma  das  estratégias  primordiais  a  promover  o  espírito  do  associativismo  entre  os
    agricultores,  uma  vez  que  são  expressivos  nos  grupos  familiares  estudados,  bem  como
    importantes  na  participação  e  na  implementação  de  práticas  de  base  agroecológica  em
    conjunto  com  outros  agricultores,  o  que  estimula  a aprendizagem,  o  diálogo  e  a  troca  de
    experiências  entre  eles.  Mas,  por  outro  lado,  as  metodologias  da  assessoria  técnica  e  as
    estratégias  dos  grupos  familiares  para  adoção  dessas  novas  práticas  não  asseguram  a
    produção, sobrevivência e reprodução das famílias, visto que não há nenhuma segurança para
    amortizar possíveis perdas ou frustrações em relação  aos investimentos e esforço  físico  com
    as  atividades  agroecológicas.  Assim,  as  práticas  tradicionais,  mesmo  significando  menor
    retorno econômico e/ou pouca recuperação e preservação dos recursos naturais, mostraram ser
    preferidas pelos diferentes  grupos  representativos, que não querem apostar no  risco,  frente  a
    contextos de mudanças que envolvem incertezas como as do Programa Proambiente. Falta, no
    entanto,  uma  maior  segurança  nas  condições  oferecidas  pela  intervenção  do  programa,  pois
    não  há  comercialização  e  preços  diferenciados  para produção  de  base  agroecológica,
    remuneração pela prestação dos serviços ambientais para os agricultores dos grupos familiares
    (a  qual,  até  o  momento,  não  foi  efetivada)  e,  principalmente,  continuidade  de  recursos
    financeiros  para  assessoria  técnica,  visto  que  os  planos  de  uso  e  os  acordos  comunitários
    devem, obrigatoriamente, acompanhar as mudanças no meio biofísico dos agrossistemas, pois
    carecem ser reelaborados a todo tempo e dispõem de constante acompanhamento técnico.

    O  estudo  faz  uma  reflexão  da  intervenção  das  metodologias  da  assessoria  técnica  junto  aosdiferentes  grupos  familiares  (agroextrativista,  roceiro,  diversificado,  diarista  e  pequenocriador)  identificadas  no  Pólo  Rio  Capim  do  Programa  Proambiente  e  analisa  as  suasestratégias para  adoção de práticas de base agroecológica. O  estudo  Indica  que  os  planos  deuso e os acordos comunitários influenciam nessas estratégias de cada um dos grupos e revelauma  predisposição  em  realizar  a  mudança  no  agrossistema,  uma  vez  que  a  capacitação  dosagricultores e da equipe técnica conseguiu incorporar os conhecimentos técnicos e saberes dosagricultores.  Assim,  observa-se  neste  estudo  que  ocorreu  uma  contribuição  significativa  daintervenção da assessoria técnica sobre o enfoque agroecológico proporcionado por meio dasunidades  familiares  capacitadoras,  o  que  propiciou um  ambiente  empírico  e  técnico  para  aformação  de  todos.  Também  é  apontada  a  dificuldade de  executar  algumas  práticas  de  baseagroecológica que, em geral, são muito exigentes em mão-de-obra. Neste caso, muitos dessesgrupos  estudados fazem uso de  estratégias produtivas, como a compra de  mão-de-obra,  e  deestratégias comunitárias — mutirão, troca de dias, troca de dias por meio de mutirão, além dasestratégias  relacionadas  a  compadrio  e  vizinhança. Os  mutirões  são  bastante  mencionadoscomo  uma  das  estratégias  primordiais  a  promover  o  espírito  do  associativismo  entre  osagricultores,  uma  vez  que  são  expressivos  nos  grupos  familiares  estudados,  bem  comoimportantes  na  participação  e  na  implementação  de  práticas  de  base  agroecológica  emconjunto  com  outros  agricultores,  o  que  estimula  a aprendizagem,  o  diálogo  e  a  troca  deexperiências  entre  eles.  Mas,  por  outro  lado,  as  metodologias  da  assessoria  técnica  e  asestratégias  dos  grupos  familiares  para  adoção  dessas  novas  práticas  não  asseguram  aprodução, sobrevivência e reprodução das famílias, visto que não há nenhuma segurança paraamortizar possíveis perdas ou frustrações em relação  aos investimentos e esforço  físico  comas  atividades  agroecológicas.  Assim,  as  práticas  tradicionais,  mesmo  significando  menorretorno econômico e/ou pouca recuperação e preservação dos recursos naturais, mostraram serpreferidas pelos diferentes  grupos  representativos, que não querem apostar no  risco,  frente  acontextos de mudanças que envolvem incertezas como as do Programa Proambiente. Falta, noentanto,  uma  maior  segurança  nas  condições  oferecidas  pela  intervenção  do  programa,  poisnão  há  comercialização  e  preços  diferenciados  para produção  de  base  agroecológica,remuneração pela prestação dos serviços ambientais para os agricultores dos grupos familiares(a  qual,  até  o  momento,  não  foi  efetivada)  e,  principalmente,  continuidade  de  recursosfinanceiros  para  assessoria  técnica,  visto  que  os  planos  de  uso  e  os  acordos  comunitáriosdevem, obrigatoriamente, acompanhar as mudanças no meio biofísico dos agrossistemas, poiscarecem ser reelaborados a todo tempo e dispõem de constante acompanhamento técnico.

  • MARIA EVANEIDE PANTOJA DA SILVA
  • SOCIALIZAÇÃO DE AGRICULTORAS NO 
    MOVIMENTO DE MULHERES DO NORDESTE PARAENSE
    SOCIALIZAÇÃO DE AGRICULTORAS NO MOVIMENTO DE MULHERES DO NORDESTE PARAENSE

  • Data: 29/08/2008
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  • Trata-se  de  um  estudo  empírico  de  natureza  qualitativa  que  busca  analisar  o 
    Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense enquanto movimento social regional 
    e seu papel de agência socializante, considerando: os processos responsáveis pela 
    socialização  de  mulheres  agricultoras  nele  inseridas;  a  influência  que  as  mulheres 
    têm  na  socialização  umas  das  outras  e  em  que  aspectos  isso  se  reflete  na 
    continuidade do Movimento; como o Movimento socializa os homens ali inseridos e 
    como estes homens influenciam a socialização das mulheres no Movimento.  Para a 
    coleta  de  dados  priorizei  a  revisão  de  estudos  realizados  pelo  próprio  MMNEPA,  a 
    observação participante e a entrevista. A observação ocorreu no período de janeiro 
    de  2007  a  janeiro  de  2008  e  as  entrevistas  de  outubro de  2007 a  janeiro  de  2008. 
    Conclui-se  que  o  MMNEPA  enquanto  agência  socializante  utiliza  a  capacitação 
    como instrumento para inculcar a sua estrutura nas mulheres, levando-as a interagir 
    e, assim, fazer o Movimento se reproduzir e ter vigor.  
    Trata-se  de  um  estudo  empírico  de  natureza  qualitativa  que  busca  analisar  o Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense enquanto movimento social regional e seu papel de agência socializante, considerando: os processos responsáveis pela socialização  de  mulheres  agricultoras  nele  inseridas;  a  influência  que  as  mulheres têm  na  socialização  umas  das  outras  e  em  que  aspectos  isso  se  reflete  na continuidade do Movimento; como o Movimento socializa os homens ali inseridos e como estes homens influenciam a socialização das mulheres no Movimento.  Para a coleta  de  dados  priorizei  a  revisão  de  estudos  realizados  pelo  próprio  MMNEPA,  a observação participante e a entrevista. A observação ocorreu no período de janeiro de  2007  a  janeiro  de  2008  e  as  entrevistas  de  outubro de  2007 a  janeiro  de  2008. Conclui-se  que  o  MMNEPA  enquanto  agência  socializante  utiliza  a  capacitação como instrumento para inculcar a sua estrutura nas mulheres, levando-as a interagir e, assim, fazer o Movimento se reproduzir e ter vigor.  

  • JOAO PAULO CASTANHEIRA LIMA BOTH
  • MEL NA COMPOSIÇÃO DA RENDA EM UNIDADES DE PRODUÇÃO FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO, PARÁ, BRASIL

  • Data: 27/08/2008
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  • A atividade apícola visando a produção de mel, vem sendo desenvolvida há alguns
    anos por agricultores familiares do Município de Capitão Poço, que praticam a
    apicultura como atividade complementar ou principal. Esta pesquisa estuda e analisa
    a importância sócio-econômica da atividade apícola na produção de mel como
    atividade complementar para composição de renda em Unidades de Produção
    Familiar no Município de Capitão Poço, no Território do Nordeste Paraense. Os
    objetivos deste estudo foram identificar o manejo para a produção de mel e a
    importância sócio-econômica dessa atividade nas unidades de produção familiar,
    além de analisar a possibilidade de produção de mel orgânico em Capitão Poço. A
    pesquisa foi realizada em 24 comunidades baseada na metodologia de diagnóstico
    de sistemas agrários no município de Capitão Poço, nas quais foram entrevistadas
    105 famílias, com auxílio de questionários elaborados com perguntas objetivas e
    subjetivas abordando a situação fundiária, renda, produção de mel, atividade
    agropecuária e atividades extra-lotes. Utilizou-se em algumas comunidades o GPS
    como ferramenta de georreferenciamento apícola para a identificação das distâncias
    entre apiários. Os resultados demonstram o crescimento da produção de mel no ano
    de 2007, particularmente quando comparado aos dois anos anteriores. Diante dos
    resultados alcançados, conclui-se que o mel complementa entre 10% a 30% a renda
    familiar para 59 famílias de agricultores familiares. O número de apicultores
    aumentou entre os anos de 2004 (65 apicultores) e 2007 (105 apicultores). A
    produção total que em 2004 chegou a 48.870 kg de mel, nas 1961 colméias, saltou
    em 2007 para 94100 kg nas 3670 colméias, resultando no aumento da produção
    total de mel em 92,55%. O potencial de produção de mel orgânico em áreas antigas
    de colonização de Capitão Poço é baixo diante da situação fundiária do município. A
    apicultura é uma atividade rentável que deve ser encarada como atividade
    complementar para a região estudada interligando os aspectos sociais, econômicos
    e ambientais.


  • GRIMOALDO BANDEIRA DE MATOS
  • VALORIZAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS:
    O MANEJO DE BACURIZEIROS (Platonia insignis Mart.) NATIVOS
    DAS MESORREGIÕES DO NORDESTE PARAENSE E DO MARAJÓ
    VALORIZAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS:O MANEJO DE BACURIZEIROS (Platonia insignis Mart.) NATIVOSDAS MESORREGIÕES DO NORDESTE PARAENSE E DO MARAJÓ

  • Data: 13/06/2008
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  • Esta pesquisa descreve a inserção do extrativismo do bacuri no conjunto das atividades da
    agricultura familiar nos municípios selecionados das Mesorregiões do Nordeste Paraense e do
    Marajó, tendo em vista seu potencial de crescimento como produto para agroindústria e a
    recuperação de áreas degradadas na Amazônia Oriental. Foram identificados os sistemas de
    manejo e descritas as práticas adotadas pelos agricultores. O estudo realizado faz parte do
    Projeto Bacuri da Embrapa Amazônia Oriental, financiado pelo Fundo Estadual de Apoio à
    Pesquisa Científica e Tecnologia (Funtec), da extinta Secretaria Especial de Ciência
    Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará (Sectam), do Banco da Amazônia e do
    Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7). A metodologia
    utilizada neste estudo envolveu entrevista com 108 agricultores com a aplicação de um
    questionário, entrevistas com as pessoas envolvidas no processo de comercialização, líderes
    de comunidades e a observação direta das áreas de ocorrência. No questionário, as perguntas
    estavam voltadas para a identificação da composição da família, do uso da terra, das
    características dos bacurizeiros e da tipologia e das atividades dos agricultores. Com relação
    ao manejo de bacurizeiros nativos, foram descritas as técnicas de manejo adotadas, época de
    floração, agentes de polinização, produtividade, tipos, tamanho e durabilidade dos frutos,
    coleta, transporte e comercialização dos frutos e da polpa, alocação de mão-de-obra na
    catação dos frutos, beneficiamento e rendimento da polpa. Verificou-se que, mesmo na
    ausência de resultados de pesquisa sobre manejo de bacurizeiros, os produtores tendem a
    desenvolver soluções tecnológicas para alcançar os objetivos imaginados. O manejo constitui
    uma fase intermediária entre o extrativismo puro para o plantio racional. O crescimento do
    mercado de frutos de bacuri vem exercendo uma influência na conservação dos bacurizeiros e
    no desenvolvimento de técnicas de manejo visando o aumento da produção. Identificou-se,
    também, nove tipos de manejo adotados pelos agricultores familiares entrevistados. Espera-se, com a adoção de sistemas de manejo mais eficientes, aumentar a produtividade de
    bacurizeiros nativos, que varia de 0,5 a l,5 planta/hectare para 100 plantas/hectare, com
    espaçamento adequado de 10m x 10m; aumentar a produtividade da terra e da mão-de-obra,
    permitindo colher maior quantidade de frutos em menos tempo, assim representando uma
    alternativa para a recuperação de áreas degradadas de capoeira; bem como propiciar a geração
    de renda e emprego para os agricultores familiares das Mesorregiões do Nordeste Paraense e
    do Marajó, com apoio das linhas de crédito disponíveis.
    Esta pesquisa descreve a inserção do extrativismo do bacuri no conjunto das atividades daagricultura familiar nos municípios selecionados das Mesorregiões do Nordeste Paraense e doMarajó, tendo em vista seu potencial de crescimento como produto para agroindústria e arecuperação de áreas degradadas na Amazônia Oriental. Foram identificados os sistemas demanejo e descritas as práticas adotadas pelos agricultores. O estudo realizado faz parte doProjeto Bacuri da Embrapa Amazônia Oriental, financiado pelo Fundo Estadual de Apoio àPesquisa Científica e Tecnologia (Funtec), da extinta Secretaria Especial de CiênciaTecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará (Sectam), do Banco da Amazônia e doPrograma Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7). A metodologiautilizada neste estudo envolveu entrevista com 108 agricultores com a aplicação de umquestionário, entrevistas com as pessoas envolvidas no processo de comercialização, líderesde comunidades e a observação direta das áreas de ocorrência. No questionário, as perguntasestavam voltadas para a identificação da composição da família, do uso da terra, dascaracterísticas dos bacurizeiros e da tipologia e das atividades dos agricultores. Com relaçãoao manejo de bacurizeiros nativos, foram descritas as técnicas de manejo adotadas, época defloração, agentes de polinização, produtividade, tipos, tamanho e durabilidade dos frutos,coleta, transporte e comercialização dos frutos e da polpa, alocação de mão-de-obra nacatação dos frutos, beneficiamento e rendimento da polpa. Verificou-se que, mesmo naausência de resultados de pesquisa sobre manejo de bacurizeiros, os produtores tendem adesenvolver soluções tecnológicas para alcançar os objetivos imaginados. O manejo constituiuma fase intermediária entre o extrativismo puro para o plantio racional. O crescimento domercado de frutos de bacuri vem exercendo uma influência na conservação dos bacurizeiros eno desenvolvimento de técnicas de manejo visando o aumento da produção. Identificou-se,também, nove tipos de manejo adotados pelos agricultores familiares entrevistados. Espera-se, com a adoção de sistemas de manejo mais eficientes, aumentar a produtividade debacurizeiros nativos, que varia de 0,5 a l,5 planta/hectare para 100 plantas/hectare, comespaçamento adequado de 10m x 10m; aumentar a produtividade da terra e da mão-de-obra,permitindo colher maior quantidade de frutos em menos tempo, assim representando umaalternativa para a recuperação de áreas degradadas de capoeira; bem como propiciar a geraçãode renda e emprego para os agricultores familiares das Mesorregiões do Nordeste Paraense edo Marajó, com apoio das linhas de crédito disponíveis.

  • PETRONIO LAURO TEIXEIRA POTIGUAR JUNIOR
  • CAMINHOS E (DES) CAMINHOS DO ASSOCIATIVISMO ENTRE OS 
    “POVOS  DAS  ÁGUAS”:  A Associação  Beneficente  dos  Pescadores  de  Marudá, 
    Pará.
    CAMINHOS E (DES) CAMINHOS DO ASSOCIATIVISMO ENTRE OS “POVOS  DAS  ÁGUAS”:  A Associação  Beneficente  dos  Pescadores  de  Marudá, Pará.

  • Data: 25/04/2008
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  • A  proposição  dessa  dissertação  está  focada  nas  discussões  sobre  o  associativismo 
    envolvendo  as  populações  tradicionais  na  Amazônia, em  especial,  as  ribeirinhas  e 
    pesqueiras  no  Nordeste  Paraense,  tendo  como locus  da  pesquisa  a  vila  pesqueira  de 
    Marudá. Os pescadores que aí residem e a trajetória de uma das  associações existentes 
    no  local,  em  particular  a  Associação  Beneficente  dos  Pescadores  de  Marudá-  ABPM 
    terão  atenção  especial  nesse  estudo  que  pretende  entender  como  o  capital  social 
    enquanto processo de ajuda  mútua e confiança  na busca de objetivos comuns  envolve 
    ou  não  os  pescadores  e  os  dirigentes  da  ABPM  nos  caminhos  e  (des)  caminhos  do 
    associativismo  em  Marudá,  tendo  Putnam  (2007)  e  outros  autores  como  alicerces 
    teóricos  que  balizaram  essa  pesquisa.  Privilegiou-se  essa  associação  pela  trajetória  do 
    pesquisador  que  durante  alguns  anos,  esteve  no  local  e  percebeu  ser  a  ABPM  a  única 
    associação  que  direcionava  seus  objetivos  para  a  produção  pesqueira  na  região,  o  que 
    possibilitou a análise da trajetória associativista dos pescadores no local. A metodologia 
    utilizada  foi  a  aplicação  de  um  roteiro  de  entrevista  entre  os  pescadores  associados 
    informais,  ex-associados  e  os  pescadores  não  associados  na  ABPM.  A  técnica 
    antropólogica da observação e anotações no caderno de campo  foram  importantes para 
    estabelecer o contato e o diálogo com a realidade investigada. Para auxiliar nas análises 
    e interpretações, a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977) serviu de apoio para 
    as  interpretações  subjetivas  nas  análises  das  entrevistas.  Como  resultado  temporal, 
    notou-se  que,  apesar  da  existência  de  potencial  humano  para  alavancar  a  organização 
    política  dos  pescadores  locais,  a  prática  do  associativismo  em  Marudá  apresenta 
    dificuldades  causadas  pelo  fraco  capital  social  dos  que  estão  à  frente  da  ABPM  e  dos 
    pescadores  marudaenses cuja predisposição para a participação é  frágil em decorrência 
    da  inexistência  de  objetivos  comuns  impedindo  o  brotamento  do  que  teria  sido 
    acumulado para o fortalecimento do capital social. 
    A  proposição  dessa  dissertação  está  focada  nas  discussões  sobre  o  associativismo envolvendo  as  populações  tradicionais  na  Amazônia, em  especial,  as  ribeirinhas  e pesqueiras  no  Nordeste  Paraense,  tendo  como locus  da  pesquisa  a  vila  pesqueira  de Marudá. Os pescadores que aí residem e a trajetória de uma das  associações existentes no  local,  em  particular  a  Associação  Beneficente  dos  Pescadores  de  Marudá-  ABPM terão  atenção  especial  nesse  estudo  que  pretende  entender  como  o  capital  social enquanto processo de ajuda  mútua e confiança  na busca de objetivos comuns  envolve ou  não  os  pescadores  e  os  dirigentes  da  ABPM  nos  caminhos  e  (des)  caminhos  do associativismo  em  Marudá,  tendo  Putnam  (2007)  e  outros  autores  como  alicerces teóricos  que  balizaram  essa  pesquisa.  Privilegiou-se  essa  associação  pela  trajetória  do pesquisador  que  durante  alguns  anos,  esteve  no  local  e  percebeu  ser  a  ABPM  a  única associação  que  direcionava  seus  objetivos  para  a  produção  pesqueira  na  região,  o  que possibilitou a análise da trajetória associativista dos pescadores no local. A metodologia utilizada  foi  a  aplicação  de  um  roteiro  de  entrevista  entre  os  pescadores  associados informais,  ex-associados  e  os  pescadores  não  associados  na  ABPM.  A  técnica antropólogica da observação e anotações no caderno de campo  foram  importantes para estabelecer o contato e o diálogo com a realidade investigada. Para auxiliar nas análises e interpretações, a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977) serviu de apoio para as  interpretações  subjetivas  nas  análises  das  entrevistas.  Como  resultado  temporal, notou-se  que,  apesar  da  existência  de  potencial  humano  para  alavancar  a  organização política  dos  pescadores  locais,  a  prática  do  associativismo  em  Marudá  apresenta dificuldades  causadas  pelo  fraco  capital  social  dos  que  estão  à  frente  da  ABPM  e  dos pescadores  marudaenses cuja predisposição para a participação é  frágil em decorrência da  inexistência  de  objetivos  comuns  impedindo  o  brotamento  do  que  teria  sido acumulado para o fortalecimento do capital social. 

  • ALUISIO FERNANDES DA SILVA JUNIOR
  • TERRITORIALIDADE E REPRESENTAÇÃO DO PATRONATO RURAL 
    PARAENSE 
     
    TERRITORIALIDADE E REPRESENTAÇÃO DO PATRONATO RURAL PARAENSE  

  • Data: 25/04/2008
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  • A  pesquisa  refere-se  ao  estudo  do  patronato  rural  no  Estado  do  Pará, 
    objetivando  compreender a  territorialidade  e  representação  desta  categoria  social, 
    através de uma abordagem descritiva. Fez-se necessário a construção de capítulos 
    distribuídos  didaticamente  para  desenvolvimento  da  pesquisa, proporcionando o 
    debate a  priori  a respeito  da  trajetória  das organizações  patronais rurais  do  Estado 
    do  Pará  e  as  mais  representativas  do  País.  Na  seqüência  estuda  a  Federação  de 
    Agricultura  e  Pecuária  do  Estado  do  Pará -  FAEPA, objeto  crucial  de  pesquisa  e 
    principal  fonte  de dados  e  informações, a  composição  de  suas  diretorias  e  sua 
    regionalização  através  de  Núcleos  e  Sindicatos,  essencial  para  abordar  as 
    territorialidades  presentes  na  dinâmica  fundiária,  bem  como  a  representação do 
    patronato no Estado. O estudo demonstra a mudança de eixos da atividade pastoril 
    ao  longo  dos  anos  no estado,  através  da  representação  cartográfica,  o aumento 
    significativo de sindicatos filiados junto a Federação nos últimos anos, estratégias de 
    uso  e  domínio  do  território,  através  das  organizações  e  eventos  patronais  e as 
    complexas  teias  de  relações  presentes no  cotidiano  do  patronato  rural,  essencial 
    para  caracterizar  e  estabelecer um  perfil  social  do  patronato  paraense  e  suas 
    diversas  representações  vinculadas  à  Federação  de  Agricultura  e  Pecuária  do 
    Estado do Pará - FAEPA. Demonstram-se com esse estudo, projeções voltadas para 
    a  dinâmica  da  organização  patronal,  através  dos  investimentos  voltados  para  o 
    agronegócio, marca registrada dessas organizações.    
    A  pesquisa  refere-se  ao  estudo  do  patronato  rural  no  Estado  do  Pará, objetivando  compreender a  territorialidade  e  representação  desta  categoria  social, através de uma abordagem descritiva. Fez-se necessário a construção de capítulos distribuídos  didaticamente  para  desenvolvimento  da  pesquisa, proporcionando o debate a  priori  a respeito  da  trajetória  das organizações  patronais rurais  do  Estado do  Pará  e  as  mais  representativas  do  País.  Na  seqüência  estuda  a  Federação  de Agricultura  e  Pecuária  do  Estado  do  Pará -  FAEPA, objeto  crucial  de  pesquisa  e principal  fonte  de dados  e  informações, a  composição  de  suas  diretorias  e  sua regionalização  através  de  Núcleos  e  Sindicatos,  essencial  para  abordar  as territorialidades  presentes  na  dinâmica  fundiária,  bem  como  a  representação do patronato no Estado. O estudo demonstra a mudança de eixos da atividade pastoril ao  longo  dos  anos  no estado,  através  da  representação  cartográfica,  o aumento significativo de sindicatos filiados junto a Federação nos últimos anos, estratégias de uso  e  domínio  do  território,  através  das  organizações  e  eventos  patronais  e as complexas  teias  de  relações  presentes no  cotidiano  do  patronato  rural,  essencial para  caracterizar  e  estabelecer um  perfil  social  do  patronato  paraense  e  suas diversas  representações  vinculadas  à  Federação  de  Agricultura  e  Pecuária  do Estado do Pará - FAEPA. Demonstram-se com esse estudo, projeções voltadas para a  dinâmica  da  organização  patronal,  através  dos  investimentos  voltados  para  o agronegócio, marca registrada dessas organizações.    

  • MARCIA CRISTINA LOPES E SILVA
  • DA CASA DA  FAMÍLIA  À CASA DA ESCOLA: DIMENSÕES DE GÊNERO NA 
    EXPERIÊNCIA  EDUCATIVA  EM  ALTERNÂNCIA  NO  MUNICÍPIO  DE 
    CAMETÁ- PARÁ.  
     
    DA CASA DA  FAMÍLIA  À CASA DA ESCOLA: DIMENSÕES DE GÊNERO NA EXPERIÊNCIA  EDUCATIVA  EM  ALTERNÂNCIA  NO  MUNICÍPIO  DE CAMETÁ- PARÁ.   

  • Data: 28/03/2008
  • Mostrar Resumo
  • Estudos sobre a Educação do Campo com o enfoque na Pedagogia da  Alternância têm 
    sido recorrente nas várias reflexões de autores no Brasil e no Pará. No entanto, torna-se 
    necessário  lançar  um  olhar  sobre  o  cotidiano  de  alunos  e  alunas  nas  Casas  Familiares 
    Rurais,  onde  as  peculiaridades  da  Casa  Familiar  Rural  de  Cametá-  Pará  (CFRC) 
    mereceu  atenção  nessa  dissertação,  cujo  objetivo  principal  é  analisar  as  relações  de 
    gênero na CFRC e no estabelecimento familiar através da divisão do trabalho realizada 
    nestes  dois  espaços.  A  hipótese  é  que  a  formação  recebida  por  homens  e  mulheres  na 
    CFRC  reforça  a  divisão  do  trabalho  exercitada  nas  suas  famílias  em  que  atividade 
    pesada  é  considerada  de  homens  e  leves  de  mulheres.  Para  essa  analise  utilizou-se  a 
    pesquisa  teórica  e  de  campo  privilegiando-se  o  estudo  de  caso.  Os  principais 
    procedimentos  utilizados  foram  questionário,  observação  e  conversas  ocasionais.  A 
    amostra  foi  constituída  por  alunas  regularmente  matriculadas,  desistentes  ou  que  já 
    concluíram,  assim  como,  as  suas  famílias.  As  conclusões  mostram  que  no  âmbito  das 
    relações  familiares, a casa é o espaço da  mulher  e o roçado do homem. Essas relações 
    são reproduzidas nas atividades de campo da escola. Apesar da existência dessa relação 
    diferenciada, nas atividades de limpeza das instalações escolares ocorre um processo de 
    ajuda mútua, mostrando que da Casa da família à casa da escola as dimensões de gênero 
    assumem  outras  perspectivas  nos  espaços  múltiplos  que  são  freqüentados  por  alunos  e 
    alunas no lócus da pesquisa.  
     
    Estudos sobre a Educação do Campo com o enfoque na Pedagogia da  Alternância têm sido recorrente nas várias reflexões de autores no Brasil e no Pará. No entanto, torna-se necessário  lançar  um  olhar  sobre  o  cotidiano  de  alunos  e  alunas  nas  Casas  Familiares Rurais,  onde  as  peculiaridades  da  Casa  Familiar  Rural  de  Cametá-  Pará  (CFRC) mereceu  atenção  nessa  dissertação,  cujo  objetivo  principal  é  analisar  as  relações  de gênero na CFRC e no estabelecimento familiar através da divisão do trabalho realizada nestes  dois  espaços.  A  hipótese  é  que  a  formação  recebida  por  homens  e  mulheres  na CFRC  reforça  a  divisão  do  trabalho  exercitada  nas  suas  famílias  em  que  atividade pesada  é  considerada  de  homens  e  leves  de  mulheres.  Para  essa  analise  utilizou-se  a pesquisa  teórica  e  de  campo  privilegiando-se  o  estudo  de  caso.  Os  principais procedimentos  utilizados  foram  questionário,  observação  e  conversas  ocasionais.  A amostra  foi  constituída  por  alunas  regularmente  matriculadas,  desistentes  ou  que  já concluíram,  assim  como,  as  suas  famílias.  As  conclusões  mostram  que  no  âmbito  das relações  familiares, a casa é o espaço da  mulher  e o roçado do homem. Essas relações são reproduzidas nas atividades de campo da escola. Apesar da existência dessa relação diferenciada, nas atividades de limpeza das instalações escolares ocorre um processo de ajuda mútua, mostrando que da Casa da família à casa da escola as dimensões de gênero assumem  outras  perspectivas  nos  espaços  múltiplos  que  são  freqüentados  por  alunos  e alunas no lócus da pesquisa.   

2007
Descrição
  • IDELBERGUE FERREIRA ARAUJO
  • A  PARTICIPAÇÃO  DOS  AGRICULTORES  NA  CONSTRUÇÃO  DO
    PROAMBIENTE. Uma reflexão a partir do Pólo Transamazônica

  • Orientador : IRAN PEREIRA VEIGA JUNIOR
  • Data: 31/08/2007
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  • Nas  últimas  duas  décadas  principalmente,  as  organizações  representativas  têm
    conciliado  importantes  funções  no  que  diz  respeito  à  mediação  e,  mais  recentemente,  à
    elaboração de políticas públicas. Na Amazônia, a construção do Proambiente, apropriado pelo
    governo  federal  em  2003,  reafirma  esta  tendência.  Entretanto,  a  construção  deste  programa
    pelas organizações representativas dos agricultores da Amazônia e parceiros técnicos, mesmo
    provocando  uma  inversão  na  trajetória  de  políticas  públicas  no  Brasil,  historicamente  postas
    pelo  governo  à  sociedade,  ainda  não  envolveu  os  agricultores  na  sua  construção.  Assim,
    mesmo emergindo das organizações representativas, o Proambiente enfrenta forte resistência
    entre a maioria dos agricultores. E a razão aqui defendida é a distância existente entre o que
    previu o programa e as aspirações dos agricultores. Essa distância é decorrente das visões de
    mundo  existentes  entre  os  agricultores  e  as  lideranças  das  organizações  proponentes  deste
    programa.  No  grupo  São  Vicente,  em  particular,  mesmo  os  agricultores que  manifestam
    afinidade com o Proambiente não possuem uma proximidade consistente no que diz respeito
    aos  seus  princípios,  mas  sim  uma  apropriação  da  retórica  socioambiental,  proposta  pelas
    organizações representativas na Transamazônica.

  • ANA PAULA DOS SANTOS GARCIA
  • A Educação Ambiental como Intervenção na FLONA do Tapajós

  • Data: 28/08/2007
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  • As intervenções de educação ambiental, semelhante às de extensão rural,
    tradicionalmente, se desenvolveram com vistas  a alcançar determinados comportamentos do seu
    grupo-alvo. Essas intervenções surgiram a partir  da necessidade de disseminar conhecimentos
    e/ou técnicas a este grupo com intenções de  gerar a melhoria na sua qualidade de vida.
    A problemática que motivou a realização dest a pesquisa é a de que apesar de ser
    verificado um grande número de projetos direcionados à prática de educação ambiental no Pará
    e, neste caso, na Floresta Nacional do Tapajós,  os problemas ambientais se mantêm e se
    aprofundam.  O foco principal desta dissertação são as intervenções que o Projeto Saúde e
    Alegria (PSA) realiza sob o rótulo de educação ambiental junto a populações tradicionais de uma
    comunidade pertencente a esta unidade de conservação.
      O referencial teórico que orienta este  trabalho estabelece inter-relações com as
    categorias: educação ambiental, extensão rural  e participação, que foram revisadas a fim de
    subsidiar o estudo, relacionando-as  às intervenções de senvolvidas sob o ró tulo de educação
    ambiental para compreender como estas ocorrem,  como se dá o fenôme no da participação do
    grupo-alvo e suas interfaces com a extensão rural.  
    O estudo evidenciou um descompasso entre os discursos dos técnicos do projeto e suas
    práticas, pois, apesar do desejo em realizar uma prática diferente, a exemplo dos espetáculos
    circenses para ressaltar o aspecto lúdico, acreditando desenvolve r uma educação ambiental na
    perspectiva transformadora, os fundamentos da  educação ambiental conservadora ainda estão
    muito presentes nessas intervenções. Semelhante ao que, tradicionalmente, se verifica nas
    intervenções de extensão rural, estes técnicos  empregam considerável “fé” na informação e na
    transmissão de conhecimentos ao indicar compor tamentos ecologicamente corretos, o que ocorre
    sem um processo de problematização da realidade. Essas intervenções não conseguem alcançar
    as mudanças de comportamentos pretendidas  já que para tanto é necessário uma série de
    mudanças nos modos de pensar e de se comportar das pessoas, o que não se alcança pela mera
    transmissão de conhecimentos.
     Apesar do discurso dos técn icos apontarem o uso de me todologias participativas, a
    participação do grupo-alvo ocorre com a me diação destes, caracterizando-se em uma
    participação passiva, concedida e simbólica já  que os processos demandam dos técnicos e os
    indivíduos são mantidos na ilusão de estarem  realizando a participação política e social.  
    A maioria das atividades que o projeto desenvolve sob o rótulo da educação ambiental
    são, na verdade, atividades ambientais.  Apesar dos técnicos empregarem enorme
    intencionalidade ao seu “fazer e ducativo” estes continuam reproduzindo as relações tradicionais
    de educação ao prescreverem normas de  conduta no trato com a natureza, geralmente
    construídas fora do contexto do seu grupo-alvo, o que se insere em uma tendência que vem se
    processando no Brasil, que é o esvaziamento da educação ambiental.

2006
Descrição
  • ANA PAULA DOS SANTOS SOUZA
  • O DESENVOLVIMENTO  SOCIOAMBIENTAL  NA  TRANSAMAZÔNICA:  A
    TRAJETÓRIA DE UM DISCURSO  A MUITAS VOZES
    O DESENVOLVIMENTO  SOCIOAMBIENTAL  NA  TRANSAMAZÔNICA:  ATRAJETÓRIA DE UM DISCURSO  A MUITAS VOZES

  • Data: 20/04/2006
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  • A Transamazônica é uma região de fronteira agrícola planejada pelos governos militares, com 
    a finalidade de ligar a Amazônia ao restante do país. Com o abandono do projeto de 
    colonização, os migrantes reagiram e, com o apoio da Igreja Católica, criaram um movimento 
    social forte. O discurso   dodesenvolvimento sustentável, difundido pela ECO92, chega a 
    Transamazônica em 1989, a partir do Encontro dos povos indígenas do Xingu, em protesto à 
    construção da hidrelétrica de Belo Monte. O enfoque desse trabalho é o discurso. Trata-se de 
    uma análise histórico-social do discurso oral e escrito dos agricultores e da Igreja Católica, 
    sobre o desenvolvimento e o meio ambiente, identificando limites e possibilidades, bem como 
    as mudanças provocadas por ele no cenário político, social e ambiental da região. Utilizou-se 
    a ferramenta da Análise do Discurso, a partir da categoria da  interdiscursividade, definida por 
    Fairclough (2001) como a combinação de vários elementos de ordem de discurso em um 
    mesmo discurso. O objetivo dessa categoria é especificar os tipos de discurso que estão 
    delineados na amostra discursiva sob análise. A área do estudo está situada na região Oeste do 
    Pará com um recorte espacial nos municípios localizados ao longo da BR-230, de Rurópolis a 
    Pacajá, na BR 163 de Rurópolis a Itaituba e no médio Xingu incluindo os municípios de 
    Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Porto de Moz. Essa região é também a área 
    prioritária de atuação da Prelazia do Xingu e do movimento social coordenado pelos 
    agricultores familiares. Quatro assuntos foram selecionados para a análise: a demarcação da 
    terra indígena Cachoeira Seca, o FNO Especial, a construção de Belo Monte e o programa 
    Proambiente. Os resultados mostraram que o discurso socioambiental internacional 
    influenciou o movimento social dos agricultores da Transamazônica e Xingu. Entretanto, a 
    criação das resex, parques, bem como os debates sobre os impactos ambientais de Belo 
    Monte, a expansão da soja e outras iniciativas revelaram também que a agricultura familiar 
    diversificada, com acesso as políticas públicas, tendo sua produção beneficiada e 
    comercializada, é o modelo de desenvolvimento almejado por esses atores. O Proambiente é 
    um exemplo disso. 
     
    Palavras-chave:  
    A Transamazônica é uma região de fronteira agrícola planejada pelos governos militares, com a finalidade de ligar a Amazônia ao restante do país. Com o abandono do projeto de colonização, os migrantes reagiram e, com o apoio da Igreja Católica, criaram um movimento social forte. O discurso   dodesenvolvimento sustentável, difundido pela ECO92, chega a Transamazônica em 1989, a partir do Encontro dos povos indígenas do Xingu, em protesto à construção da hidrelétrica de Belo Monte. O enfoque desse trabalho é o discurso. Trata-se de uma análise histórico-social do discurso oral e escrito dos agricultores e da Igreja Católica, sobre o desenvolvimento e o meio ambiente, identificando limites e possibilidades, bem como as mudanças provocadas por ele no cenário político, social e ambiental da região. Utilizou-se a ferramenta da Análise do Discurso, a partir da categoria da  interdiscursividade, definida por Fairclough (2001) como a combinação de vários elementos de ordem de discurso em um mesmo discurso. O objetivo dessa categoria é especificar os tipos de discurso que estão delineados na amostra discursiva sob análise. A área do estudo está situada na região Oeste do Pará com um recorte espacial nos municípios localizados ao longo da BR-230, de Rurópolis a Pacajá, na BR 163 de Rurópolis a Itaituba e no médio Xingu incluindo os municípios de Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Porto de Moz. Essa região é também a área prioritária de atuação da Prelazia do Xingu e do movimento social coordenado pelos agricultores familiares. Quatro assuntos foram selecionados para a análise: a demarcação da terra indígena Cachoeira Seca, o FNO Especial, a construção de Belo Monte e o programa Proambiente. Os resultados mostraram que o discurso socioambiental internacional influenciou o movimento social dos agricultores da Transamazônica e Xingu. Entretanto, a criação das resex, parques, bem como os debates sobre os impactos ambientais de Belo Monte, a expansão da soja e outras iniciativas revelaram também que a agricultura familiar diversificada, com acesso as políticas públicas, tendo sua produção beneficiada e comercializada, é o modelo de desenvolvimento almejado por esses atores. O Proambiente é um exemplo disso.  Palavras-chave:  

2004
Descrição
  • JOAO MARCELO INTINI
  • Luzes e Sombras
    Negociação e diálogo no sul e sudeste do Estado do Pará: um
    estudo sobre as políticas públicas para reforma agrária e
    agricultura familiar

  • Orientador : IRAN PEREIRA VEIGA JUNIOR
  • Data: 17/08/2004
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  • O trabalho consiste na discussão da problemática da participação nos processos de
    descentralização das políticas públicas para a Reforma Agrária e de apoio à agricultura
    familiar, tomando por base as políticas de crédito agrícola e assistência técnica e extensão
    rural. A região de estudo compreende o Sul e Sudeste do Estado do Pará que tem, por
    característica, a violência histórica entre trabalhadores rurais e grupos dominantes e
    relações de dominação tradicional.
    Procuramos demonstrar que a composição de espaços públicos e esferas públicas de
    negociação e diálogo são recentes, nesta região, e que os atores locais vivenciam o processo
    de aprendizagem social, buscando estabelecer novas relações institucionais que garantam
    sua autonomia e representatividade.
    Desta forma, a partir do estudo sobre o processo de descentralização do Estado, o
    clientelismo na formação da sociedade brasileira e a composição dos espaços e esferas
    públicas de discussão e negociação; procuramos responder em que medida a
    descentralização e a implementação local das políticas públicas federais cria para a
    agricultura familiar condições à efetiva participação dos atores locais (sobretudo quanto às
    organizações representativas dos agricultores) e para a mudança das práticas sociais dos
    diferentes atores participantes.

2002
Descrição
  • RAUL BATISTA DE FIGUEIREDO
  • A AGRICULTURA FAMILIAR NA REGIÃO DE MARABÁ: INVESTIMENTO EM REPRODUTIBILIDADE DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO, PERÍODO 1990 A 1996

  • Data: 10/12/2002
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  • A AGRICULTURA FAMILIAR NA REGIÃO DE MARABÁ: INVESTIMENTO EM REPRODUTIBILIDADE DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO, PERÍODO 1990 A 1996

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