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JACIEL RAMOS MOURA
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A CRIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES E AS MUDANÇAS NO MODO DE VIDA DOS MORADORES DE TRAVOSA.
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Data: 20/12/2012
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O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM), implementado no ano de 1981, é habitado até hoje por uma população que vive de agricultura, do extrativismo, da pesca, e, desde 2002 com a criação da rodovia MA-402, do turismo. Inicialmente pensado como categoria de proteção integral, que não admite a existência de moradores dentro da área, a ideia dos parques naturais como área sem moradores enfrenta críticas nas últimas duas décadas. Ao contrário do que diz a lei, os moradores do PNLM não foram expulsos de suas áreas, mas enfrentam cada vez mais as restrições que lhes são impostas no uso do seu espaço e dos recursos naturais. Esta situação conflitiva é estudada neste trabalho em nível local no distrito de Travosa, Município de Santo Amaro do Maranhão, maior povoado dentro do parque, por meio de um estudo de caso incluindo a observação direta, entrevistas semi-estruturadas e o registro fotográfico. O objetivo da pesquisa é analisar como a criação do PNLM contribuiu para mudanças no modo de vida dos moradores de Travosa. Os principais aspectos do modo de vida focalizados são as práticas cotidianas, que envolvem a moradia (tipos de residências, relações familiares), o trabalho (atividades extrativistas que desenvolvem e novas ocupações) e a sociabilidade (recreação; atividades lúdicas conjuntas). Os resultados da pesquisa mostram que a criação do PNLM conduziu a mudanças que afetaram o modo de vida dos moradores dentro do parque, que não podem mais realizar novas construções, nem tirar madeira para reconstrução de suas casas e dos barcos de pescaria. Há ainda o controle do tipo de malha a ser usada na pesca e a caça de pássaros e mamíferos é proibida. A sua subsistência é afetada pelo controle imposto à apropriação dos recursos de uso comum, que torna necessário a busca por alternativas de sobrevivência. Embora eles ainda não tenham sido expulsos da área, precisam agora aprender a conviver com as novas regras de controle definidos pelo Plano de Manejo. Diante das ações da fiscalização do parque, cuja responsabilidade passou do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em 2007, e que se tornaram ultimamente mais rigorosas, a frequência de conflitos aumentou criando preocupação entre os moradores do parque quanto ao seu futuro que poderia incluí-los na categoria dos "refugiados da conservação" (DOWIE, 2006).
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GLAUCIA MACEDO SOUSA
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Ação Coletiva na Comunidade Santa Ana de Piripindeua: um estudo de caso no Nordeste paraense
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Data: 22/11/2012
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O objetivo desta dissertação é analisar a ação coletiva por meio de um estudo de caso na Comunidade Santa Ana do Priripindeua, Assentamento Itabocal, no Nordeste paraense. A metodologia utilizada foi predominantemente qualitativa e incluiu análise de dados secundários, entrevistas estruturadas, semi-estruturadas e abertas, assim como observação e participação nos eventos cooperativos do grupo. Os principais resultados mostram o entrelaçamento de diferentes formas de ação coletiva como resultado da maneira de cooperação historicamente empreendida nessa comunidade: a partir dos anos 1930, por meio do mutirão e da sua apropriação pela Igreja Católica, depois do ano de 1950 com a criação da Coordenação da Comunidade. Essa iniciativa originou, em 1960, organizações como o Conselho da Comunidade, o Clube de Mães e o Clube Agrícola. A partir dos anos 1990, novas formas de cooperação foram incentivadas pelos órgãos governamentais como pré-requisito para a implementação de políticas públicas para regularização do acesso à terra, como a Associação Integrada de Piripindeua. As relações de reciprocidade estabelecidas por meio dessas organizações são fontes de prestígio social para as famílias. As diferentes formas de cooperação complementam-se para a obtenção das condições necessárias à reprodução social do grupo em estudo, tais como: a garantia da posse da terra, a disponibilização da mão-de-obra, a socialização dos jovens para o trabalho, o desenvolvimento de tecnologias adequadas e o acesso às políticas públicas.
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LENA CLAUDIA DOS SANTOS AMORIM
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Os Tembé do rio Guamá e do rio Gurupi: Um estudo etnográfico do conhecimento tradicional sobre o território na construção da identidade.
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Data: 14/11/2012
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O presente trabalho relata o resultado da dissertação de mestrado realizada entre os povos indígena Tembé das aldeias Cajueiro e Sede, localizadas na Terra Indígena Alto rio Guamá. A situação dos povos indígenas atualmente passa por um processo de reflexão principalmente no que se refere a assimilação da cultura do branco, pois no decorrer dos anos o povo Tembé tem identificado a necessidade de recorrer aos ritos que mostram a cultura Tembé. A pesquisa aborda o processo identitário Tembé, e como a identidade é uma característica relevante para o grupo assim como o conhecimento tradicional referente às questões territoriais e identitárias existentes nas duas aldeias mencionadas e dessa forma conhecer a importância da cosmologia do grupo expressada em histórias míticas, envolvendo a origem do povo Tembé, e como se configurou a trajetória territorial deste povo. Apesar do contato, alguns ritos ainda persistem e são reavivados todo ano como a Festa da moça (Wyra´u haw). A metodologia utilizada foi o método etnográfico principal ferramenta metodológica da antropologia, a partir das técnicas de pesquisa, tais como observação participante e entrevistas semi-estruturadas. No decorrer da pesquisa constatou que a identidade é reafirmada nas manifestações culturais ocorridas em ambos os campos de pesquisa é que o território esta relacionado diretamente as questões sociais, políticas e culturais que envolvem o povo Tembé.
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DEUZELIA PATRICIA VALENTE MACHADO
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AUTOSEGREGAÇÃO URBANA: UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DA SEGURANÇA PRIVADA EM BELÉM/PA.
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Data: 01/11/2012
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O processo de segregação difundido nas grandes cidades brasileiras tem provocado uma espécie de reconfiguração no espaço urbano em nosso país. Como conseqüência desse processo, surge o fenômeno da autosegregação urbana.Uma minoria, com elevado nível financeiro passa a procurar novas formas de moradia com intuito de fugir de tudo que lhe causa desconforto. Deixa o centro da cidade rumo às periferias mais longíquas, à medida que, a criminalidade e a violência tornam-se fatores primordiais para o aumento da sensação de insegurança. A partir de então, os empreendedores imobiliários percebem nessas modificações um excelente meio rentável e passam a investir seriamente na construção de condomínios fechados, exclusivos. A cidade de Belém foi a escolhida, para demonstrar a transformação no espaço urbano, a corrida na construção de condomínios fechados facilitando a especulação imobiliária e consequentemente, o avanço no mercado da segurança privada que surge em meio à tudo isso. A estretégia metodológica ocorreu em dois momentos, levantamento bibliográfico e levantamento de dados, na utilização de questionários com funcionários atuantes na segurança privada na cidade, visando analisar como deu-se o avanço no mercado da segurança privada face ao processo de autosegregação, tais resultados são perceptíveis quanto a aproximação dos dois fenômenos.
Palavras-chave: Autosegregação urbana. Condomínios exclusivos. Especulaçãoimobiliária.SegurançaPrivada.
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SAMARA DE NAZARE BARRIGA DIAS
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INTRANSIGÊNCIA E VIOLÊNCIA: O CASO DA FAZENDA SANTA MARTA.
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Data: 31/10/2012
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Este estudo objetiva analisar a intransigência e violência no caso de reintegração de posse da fazenda Santa Marta, localizada na região do nordeste paraense, na zona rural do Município de Moju/PA e a 20 km do município de Tailândia. Nossa inquietação está em desvelar a intransigência, esta um dispositivo para a violência, através da análise do discurso dos posseiros e familiares, haja vista as consecutivas ações de despejos da área ocupada. Assumindo status de categoria de análise, a noção de intransigência compõe-se de um cotejo teórico das contribuições de A. Hirshman (1992), M. Bovero (2000) e A. Gramsci (2005). O cenário de inflexibilidade que se instalar a cada cumprimento de reintegração de posse sinaliza, além do sentimento de revolta decorrido dos depreciativos argumentos e acusações apresentadas na peça jurídica, certa unilateralidade, esta que beneficia um e desfavorece muitos outros. Despertando-se assim, entre os lados, atitudes de inflexibilidade, de não negociação e a disposição em defender com extremo rigor a dignidade do que não tem preço.
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BRENO AUGUSTO GARCIA SALES
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IMAGENS, SABERES E PERCEPÇÕES: UM EXERCÍCIO ETNOGRÁFICO COM JOVENS MORADORES DE UMA ´REGIÃO DO ENTORNO´ DO PARQUE ESTADUAL DO UTINGA (BELÉM/ANANINDEUA-PARÁ).
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Data: 31/10/2012
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Esta pesquisa é uma etnografia que trata dos saberes, percepções e imagens que jovens estudantes de uma escola pública de ensino fundamental constroem em suas vidas enquanto moradores das proximidades do Parque Estadual do Utinga (PEUt) - uma área ambientalmente protegida na Região Metropolitana de Belém. A hipótese que norteia a pesquisa é a seguinte: como esses estudantes constroem conhecimentos que contribuem ou que ainda não contribuem para Educação Ambiental própria àquele espaço da cidade? Tratar-se-ia então de constituir um trabalho de conexões de saberes entre os conhecimentos partilhados pelos jovens e o conhecimento escolarizado sobre os ambientes do Parque? Para construir os dados da pesquisa, realizei duas oficinas na Escola Lucia Wanderley (bairro da Guanabara, Ananindeua Pará) cujos resultados foram desenhos e fotografias que aqui são considerados como imagens-textos e compõem a etnografia da mesma forma que as narrativas orais registradas em vídeo e no caderno de campo. Na conclusão, sugiro que a inserção dos interlocutores no espaço do PEUt se encontra dentro de um processo que produz saberes parciais e que deve ter a participação ativa da escola, pois apesar de alguns estudantes desenvolverem sensibilidades ambientais baseadas em suas vivências enquanto moradores do Parque, a escola tem um papel fundamental em apresentar atividades e conteúdos que proporcionem vivências reflexivas acerca da relevância social do PEUt na vida dos moradores do entorno e de toda Região Metropolitana de Belém.
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ANA PAULA PALHETA SANTANA
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A cada dos dias - a vida no cárcere feminino.
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Data: 30/10/2012
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O presente trabalho aborda, no âmbito das ciências sociais, as percepções que as mulheres sentenciadas a regime fechado no Centro de Reeducação Feminino (CRF), presídio feminino localizado no estado do Pará, constroem sobre o sistema penal no qual estão inseridas, partindo do que as mesmas se referem/representam como sendo crime, justiça e liberdade ― categorias básicas para a pesquisa que, afinal, serviram, principalmente, para revelar um mundo maior de correlações dentro do espaço pesquisado. A discussão apresentada é proveniente do trabalho de campo realizado no ano de 2010 e no primeiro semestre de 2011, com um grupo de doze interlocutoras, duas agentes prisionais e dois policiais que foram entrevistados no intuito de evidenciar as diferentes relações instituídas a partir da vida no cárcere. Nesta perspectiva, os dados relativos à pesquisa aludem para o fato de que o presídio feminino não é simples espaço onde as interlocutoras estão pela obrigatoriedade do cumprimento da pena; ele é reelaborado e ressignificado cotidianamente, marcando as mudanças de valores, concepções e condutas das mulheres sentenciadas, transformando as certezas da vida anterior ao cárcere em dúvidas recorrentes e que também criam oportunidades de novos arranjos sociais.
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GLAUCY LEARTE DA SILVA
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SUBPOLÍTICA E ESTRATÉGIAS DE ACESSO À JUSTIÇA EM BELÉM DO PARÁ: ATUAÇÃO DO MOVIMENTO PELA VIDA - MOVIDA FRENTE À VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL.
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Data: 26/10/2012
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Este estudo busca analisar as estratégias que o Movimento pela Vida- MOVIDA, surgido no ano de 2005 em Belém do Pará e que reúne os familiares das vítimas da Violência Urbana utiliza para ter acesso à justiça. Nossas inquietações voltam-se para as estratégias tomadas por este movimento para ajudar as famílias das vítimas a lutarem por justiça, que nem sempre conseguem a condenação dos réus. Suas manifestações ocorrem em uma Praça Pública da cidade, de modo a pressionar o sistema judiciário a punir as pessoas que cometeram crimes, sejam membros do Estado ou não. Analisaremos a atuação do MOVIDA a partir de casos de violência institucional, tomando como ponto de análise o conceito de Subpolítica, caracterizado pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, termo este proposto para designar uma nova forma de fazer política, a qual se diferencia da política formal ao permitir que agentes externos ao sistema político apareçam no cenário do planejamento social, não somente os agentes sociais coletivos (movimentos sociais entre outros), mas também indivíduos.
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ALANA DA MOTA SALGADO
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O trabalho docente do sociólogo: uma análise da intensificação em uma instituição de ensino superior (IES).
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Data: 01/10/2012
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Esta pesquisa objetiva, através do aporte teórico da Sociologia Clássica do trabalho, da ciência da Educação e da Administração fazer a leitura da intensificação do trabalho do sociólogo em uma instituição de ensino superior do setor privado. Ao elucidar as condições do exercício profissional do trabalhador na realidade educacional do setor privado, regida pela lógica do capital, que determina e intensifica o estranhamento do professor em sua prática universitária, procurou-se mostrar o intercurso entre o trabalho do sociólogo e uma instituição de ensino superior que se tocam em um micro-ambiente, em um mesmo espaço organizacional. Trata-se de um estudo descritivo, conduzido por meio de uma abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 04 (quatro) professores do Centro de Ciências Humanas e Educação de uma universidade particular da cidade de Belém-Pará. O método qualitativo utilizou a entrevista semiestruturada, os dados qualitativos foram tratados mediante Análise de conteúdo. Os resultados do trabalho docente vem acompanhadas das restrições impostas pelos políticos educacionais e as relações de poder que atravessam a prática universitária cotidiana. É partilhada pelo grupo de professoras a significação que seu trabalho, além de intensificação, sofre um crescente processo de proletarização que advem de uma maior precarização de suas condições salariais e de trabalho. As vivencias de intensificação do trabalho estão relacionadas a sobrecarga de trabalho, que compromete a vida pessoal e familiar do professor, além de sentimentos de indignação e desvalorização. Os resultados evidenciam que as professoras investigadas estão sujeitas às contradições do contexto de trabalho que geram a intensificação do trabalho docente. Sugere-se como agenda para futuras pesquisas investigar a intensificação do trabalho de diferentes categorias profissionais que congregam no sistema de ensino superior.
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DOUGLAS DE OLIVEIRA E OLIVEIRA
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Cotidiano, sofrimento e resistência ética: educar em meio à violência.
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Data: 11/09/2012
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A realidade docente dos ensinos fundamental e médio no Brasil é permeada por caminhos de difícil apreensão quando somente olhada de modo superficial. O quadro atual no qual se encontram inseridos os docentes está repleto de situações violentas de toda a ordem, e estes têm de lidar com eventos cada vez mais complexos no que diz respeito às relações cotidianas em seu locus de atuação. Como, diante dessa situação e do sofrimento que causa, age o docente? Como faz para manter-se docente? Como se comporta para resistir e seguir em frente? É justamente diante do sentimento de sofrimento que alguns profissionais docentes encontram forças para persistir em seus intentos e elaborar técnicas e táticas com fins à superação do vazio mecânico e alienado que o cotidiano impõe. Logo, investigar a relação entre o sentimento de sofrimento e a prática docente traz em seu bojo o intento de fomentar uma discussão sociológica sobre a condição do docente na atualidade, visando assim a suscitar alternativas que poderão servir de ponto de partida para uma possível mudança desse quadro, dedicando um olhar cuidadoso sobre os seus modos de implementação da resistência ética.
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RICARDO NEI DE ARAUJO
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Da casa a escola: o ir e vir dos estudantes Karajá em Fontoura entre 1990 a 2011, ilha do Bananal (TO).
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Data: 31/08/2012
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RESUMO: Busca-se nesta pesquisa, através da observação antropológica, analisar significado(s) e sentido(s) da presença e da influência da educação escolar entre os Karajá da aldeia Fontoura entre os anos de 1990 a 2011, tendo como enfoque a relação casa/escola para refletir sobre o ir e vir dos estudantes nesta aldeia, quando suas marcas fazem parte de um processo contínuo e secular de experiências. Se no passado a escola bem serviu como uma das primeiras ferramentas de conquista, imposta por palavras de ordem e ensino religioso, na atualidade, esta escola é pauta e assunto recorrente em reuniões e conversas informais até mesmo fora da aldeia. Os interlocutores desta pesquisa são professores, alunos e lideranças, dentre outros habitantes da aldeia, aferindo-se com profícua inclinação para a leitura dos avós, pais, tios/tias. Embora não seja interesse deste trabalho dissertar sobre as idiossincrasias de poder do Estado, a experiência em arquivo na Gerência de Educação Indígena no estado do Tocantins revelou alguns desdobramentos sobre a relação do Estado com os Karajá, no que tange o tratamento e a postura do mesmo frente estas demandas. Assim, o contato das sociedades nativas com a educação do tori (do branco) gerou efeitos e reações diversas mesmo antes da presença da escola. Atualmente um número significativo de indígenas frequenta e reage à escola se servindo de alguns direitos e deveres em uma contínua negociação por espaços, serviços e conhecimento.
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NIRSON MEDEIROS DA SILVA NETO
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Quebradeiras e carvoeiros: a transformação do extrativismo de coco babaçu nas terras do Araguaia-Tocantins.
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Data: 31/07/2012
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O presente trabalho retrata os efeitos materiais e simbólicos, na vida e no trabalho dos
extrativistas de coco babaçu fixados nas terras do Araguaia-Tocantins, da instalação de
indústrias produtoras de ferro-gusa no corredor da Estrada de Ferro Carajás que, desde
meados da década de 1990, passaram a usar o carvão de coco babaçu como redutor de
minério de ferro, promovendo assim um fenômeno de mercantilização de uma mercadoria que
outrora era utilizada mormente para o consumo e reprodução familiar, sendo comercializada
episodicamente e em pequena escala pelos trabalhadores pesquisados. A mercantilização do
carvão de babaçu promoveu uma notável desorganização e reorganização do modo de
produção tradicional de uma população eminentemente camponesa, em sua maioria composta
por nordestinos migrantes que acompanharam as frentes de expansão agrícola que se
deslocaram à região amazônica, trazendo consigo formas muito específicas de organização
social da produção, fundadas em regime de economia doméstica ou familiar agroextrativista.
Desta forma, acabou por suceder a conversão de trabalhadores que estabeleciam relações
esporádicas com o mercado e que estavam mormente voltados para a reprodução familiar em
trabalhadores que começaram a produzir para atender demandas mercadológicas,
especialmente as de carvão vegetal pela siderurgia. Isto implicou no advento de novos modos
de produção extrativista de babaçu, que redundaram em outras forças produtivas e relações de
produção. Diante deste evento, a pesquisa cujos resultados seguem abaixo buscou
compreender as diferentes formas como o acontecimento da mercantilização do carvão de
babaçu foi interpretado e recepcionado pelos extrativistas de babaçu, fenômenos que tiveram
a mediação de estruturas sociais de longa duração que reagiram ao evento de colonização
capitalista seja resistindo patentemente às inovações e transformações proporcionadas pelos
modos de produção sobrepostos ao tradicional, seja assimilando quase integralmente as novas
forças produtivas e relações de produção de feição capitalista, ou ainda transfigurando
elementos do modo de produção precedente que penetraram, nem sempre reconhecidamente,
nos sistemas produtivos que se sobrepuseram. A pesquisa, de feição etnográfica, foi realizada
entre os anos de 2007 e 2011 junto a quebradeiras e carvoeiros residentes em vários povoados
distribuídos em municípios dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará. No curso da pesquisa
de campo, constatou-se que a mercantilização do carvão de coco babaçu favoreceu a
constituição de uma cadeia de terceirização de serviços realizados muitos deles sob a forma
de trabalho informal e somente alguns raros sob a forma empresarial, no mais das vezes
miscigenada com relações de produção domésticas e patrono-clientelistas, reproduzindo e
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atualizando estruturas produtivas de longa duração vigentes na zona do babaçu. Assim,
formou-se, objetivamente, uma enorme rede de produtores e fornecedores de carvão, uns
vinculados a carvoarias, outros autônomos, em relações de produção bastante diversificadas
com patrões e atravessadores, que variam desde uma produção no interior de carvoarias,
passando por uma produção verdadeiramente autônoma – realizada por trabalhadores com
acesso livre a babaçuais de sua propriedade, em uma unidade de conservação ou terras alheias
–, até uma organização da produção em que trabalhadores sem terra restaram forçados a pagar
renda em produção a fim de realizarem o carvoejamento de babaçu em palmeirais de outrem.
A demanda industrial por carvão de babaçu ainda apresentou como efeito oculto, quase não
reconhecido, o desencantamento do mundo laboral dos extrativistas pesquisados, isto é, a
ruptura com o processo de reprodução de suas tradições laborais promovida pela inserção dos
camponeses em lógicas econômicas e culturais não comprometidos com a continuidade do
extrativismo tradicional, o que resultou na resistência de muitos trabalhadores, sobretudo das
quebradeiras de coco babaçu, que se recusaram a aceitar sua conversão em carvoeiros.
PALAVRAS-CHAVE: EXTRATIVISMO; CAMPESINATO; INDUSTRIALIZAÇÃO.
O presente trabalho retrata os efeitos materiais e simbólicos, na vida e no trabalho dosextrativistas de coco babaçu fixados nas terras do Araguaia-Tocantins, da instalação deindústrias produtoras de ferro-gusa no corredor da Estrada de Ferro Carajás que, desdemeados da década de 1990, passaram a usar o carvão de coco babaçu como redutor deminério de ferro, promovendo assim um fenômeno de mercantilização de uma mercadoria queoutrora era utilizada mormente para o consumo e reprodução familiar, sendo comercializadaepisodicamente e em pequena escala pelos trabalhadores pesquisados. A mercantilização docarvão de babaçu promoveu uma notável desorganização e reorganização do modo deprodução tradicional de uma população eminentemente camponesa, em sua maioria compostapor nordestinos migrantes que acompanharam as frentes de expansão agrícola que sedeslocaram à região amazônica, trazendo consigo formas muito específicas de organizaçãosocial da produção, fundadas em regime de economia doméstica ou familiar agroextrativista.Desta forma, acabou por suceder a conversão de trabalhadores que estabeleciam relaçõesesporádicas com o mercado e que estavam mormente voltados para a reprodução familiar emtrabalhadores que começaram a produzir para atender demandas mercadológicas,especialmente as de carvão vegetal pela siderurgia. Isto implicou no advento de novos modosde produção extrativista de babaçu, que redundaram em outras forças produtivas e relações deprodução. Diante deste evento, a pesquisa cujos resultados seguem abaixo buscoucompreender as diferentes formas como o acontecimento da mercantilização do carvão debabaçu foi interpretado e recepcionado pelos extrativistas de babaçu, fenômenos que tiverama mediação de estruturas sociais de longa duração que reagiram ao evento de colonizaçãocapitalista seja resistindo patentemente às inovações e transformações proporcionadas pelosmodos de produção sobrepostos ao tradicional, seja assimilando quase integralmente as novasforças produtivas e relações de produção de feição capitalista, ou ainda transfigurandoelementos do modo de produção precedente que penetraram, nem sempre reconhecidamente,nos sistemas produtivos que se sobrepuseram. A pesquisa, de feição etnográfica, foi realizadaentre os anos de 2007 e 2011 junto a quebradeiras e carvoeiros residentes em vários povoadosdistribuídos em municípios dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará. No curso da pesquisade campo, constatou-se que a mercantilização do carvão de coco babaçu favoreceu aconstituição de uma cadeia de terceirização de serviços realizados muitos deles sob a formade trabalho informal e somente alguns raros sob a forma empresarial, no mais das vezesmiscigenada com relações de produção domésticas e patrono-clientelistas, reproduzindo e10atualizando estruturas produtivas de longa duração vigentes na zona do babaçu. Assim,formou-se, objetivamente, uma enorme rede de produtores e fornecedores de carvão, unsvinculados a carvoarias, outros autônomos, em relações de produção bastante diversificadascom patrões e atravessadores, que variam desde uma produção no interior de carvoarias,passando por uma produção verdadeiramente autônoma – realizada por trabalhadores comacesso livre a babaçuais de sua propriedade, em uma unidade de conservação ou terras alheias–, até uma organização da produção em que trabalhadores sem terra restaram forçados a pagarrenda em produção a fim de realizarem o carvoejamento de babaçu em palmeirais de outrem.A demanda industrial por carvão de babaçu ainda apresentou como efeito oculto, quase nãoreconhecido, o desencantamento do mundo laboral dos extrativistas pesquisados, isto é, aruptura com o processo de reprodução de suas tradições laborais promovida pela inserção doscamponeses em lógicas econômicas e culturais não comprometidos com a continuidade doextrativismo tradicional, o que resultou na resistência de muitos trabalhadores, sobretudo dasquebradeiras de coco babaçu, que se recusaram a aceitar sua conversão em carvoeiros.
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MARIA BERNADETE DOS SANTOS DE OLIVEIRA
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O SENTIDO DO TRABALHO PARA O SERVIDOR TÉCNICO-ADMINISTRATIVO DA UFPA
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Data: 29/06/2012
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O trabalho é, acima de tudo, o meio pelo qual os seres se humanizam. Por meio do trabalho, as pessoas desejam poder contribuir para a consecução de objetivos sociais e pessoais e percebem que se está aprimorando como ser humano. Como um processo, implica numa finalidade, em um sentido. A dissertação busca identificar a influência da estrutura organizacional da UFPA na percepção do sentido do trabalho para os servidores, a partir da compreensão do processo de trabalho no qual estão inseridos. Para se chegar a este ponto, foi estabelecido como meios, identificar o sentido do trabalho para o servidor técnico-administrativo da Universidade Federal do Pará, identificar a percepção do servidor em relação ao conteúdo da tarefa realizada, ou seja, como o servidor se identifica com o produto final de sua tarefa – com o objetivo de seu trabalho, além de averiguar de que forma as transformações no mundo do trabalho podem interferir na percepção do sentido do trabalho para os servidores técnico-administrativos. Os resultados mostram que o servidor público técnico-administrativo da UFPA percebe seu trabalho como produtivo, percebido como uma forma de realização do ser humano e que contribui para a sociedade. O trabalho está associado à noção de emprego e à condição de receber recompensa que permita garantir a sobrevivência, possibilita ter autonomia e garante segurança. A organização dos processos de trabalho no contexto institucional interfere na forma como trabalho desse servidor é objetivado.
Palavras-chave: Mundo do Trabalho. Sentido do Trabalho. Servidor Público. Universidade
O trabalho é, acima de tudo, o meio pelo qual os seres se humanizam. Por meio do trabalho, as pessoas desejam poder contribuir para a consecução de objetivos sociais e pessoais e percebem que se está aprimorando como ser humano. Como um processo, implica numa finalidade, em um sentido. A dissertação busca identificar a influência da estrutura organizacional da UFPA na percepção do sentido do trabalho para os servidores, a partir da compreensão do processo de trabalho no qual estão inseridos. Para se chegar a este ponto, foi estabelecido como meios, identificar o sentido do trabalho para o servidor técnico-administrativo da Universidade Federal do Pará, identificar a percepção do servidor em relação ao conteúdo da tarefa realizada, ou seja, como o servidor se identifica com o produto final de sua tarefa – com o objetivo de seu trabalho, além de averiguar de que forma as transformações no mundo do trabalho podem interferir na percepção do sentido do trabalho para os servidores técnico-administrativos. Os resultados mostram que o servidor público técnico-administrativo da UFPA percebe seu trabalho como produtivo, percebido como uma forma de realização do ser humano e que contribui para a sociedade. O trabalho está associado à noção de emprego e à condição de receber recompensa que permita garantir a sobrevivência, possibilita ter autonomia e garante segurança. A organização dos processos de trabalho no contexto institucional interfere na forma como trabalho desse servidor é objetivado.
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ALEXANDRE DA SILVA
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Tanta tainha, pouca farinha: Antropologia Histórica da Vila de Monforte (antiga aldeia de Joanes) nos tempos do Diretório (1759-1769).
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Data: 28/06/2012
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A obra por fazer, escreve Balzac no Prefácio à Comédia Humana, ao expor seu plano geral: deveria ter uma forma tripla: os homens, as mulheres e as coisas, ou seja, as pessoas e a representação material que elas dão a seu pensamento (BALZAC, 2006;23). A parte as tantas dessemelhanças entre uma obra literária do século XIX e esta dissertação de mestrado escrita no começo do século XXI, há, na essência, um propósito semelhante: refletir sobre as pessoas e as coisas materiais que as cercam, ou, como a vida humana se entrelaça entre estes dois elementos.
Para tanto, este trabalho pretende, a partir de uma perspectiva da Antropologia Histórica, apresentar um estudo sobre a Vila de Monforte, na ilha Grande de Joanes durante a segunda metade do século XVIII, acompanhando os conflitos gerados durante a realização de duas atividades de trabalho. Em Monforte, enquanto seus moradores pescam tanta tainha e fazem tão pouca farinha, algo sobre como, na prática, o modelo agrícola desejado pelo Diretório dos Índios pôde brotar. Materializando uma paisagem muito diferente da sonhada por este, mas, a partir da qual, a relação entre as pessoas desta vila e suas coisas se fez presente.
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ABRAAO JOSE COELHO DE MORAES
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CAMINHOS DA PRODUÇÃO: RELAÇÕES ECONÔMICAS E POLÍTICAS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MACAPAZINHO
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Data: 28/06/2012
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Esta dissertação teve como objetivo analisar e discutir as relações econômicas na Comunidade Quilombola de Macapazinho. Essa economia é baseada na agricultura, principalmente hortaliças e plantas como mandioca, coco, banana e pimenta do reino. O que inicialmente pode parecer fácil, por tratar-se de uma comunidade pequena, mostrou toda a sua complexidade por envolver na economia comunal relações de parentesco e vizinhança, assim como a importância da política interna nessa economia. Assim, a análise e discussão sobre a produção econômica de Macapazinho se concentrará nesses aspectos internos, mas também em outro espaço utilizado pelos quilombolas, a feira do Ver-O-Peso. Como apoio para o entendimento dessa economia serão discutidos temas como produção familiar e coletiva, as categorias presentes na produção e venda aos feirantes dos produtos e as estratégias de comercialização utilizada tanto em Macapazinho quanto no Ver-O-Peso. Assim, esta dissertação propõe-se a ser, ao final, um instrumento de auxílio para se entender as formas de produção nas comunidades remanescentes de quilombos e, também, nos projetos de identificação dessas mesmas comunidades, utilizando, para isso, as suas formas tradicionais de produção e relação com a terra e o território por elas ocupadas.
Palavras-chave: Comunidade Quilombola; Economia; Produção Coletiva e Familiar, Política; Parentesco.
Esta dissertação teve como objetivo analisar e discutir as relações econômicas na Comunidade Quilombola de Macapazinho. Essa economia é baseada na agricultura, principalmente hortaliças e plantas como mandioca, coco, banana e pimenta do reino. O que inicialmente pode parecer fácil, por tratar-se de uma comunidade pequena, mostrou toda a sua complexidade por envolver na economia comunal relações de parentesco e vizinhança, assim como a importância da política interna nessa economia. Assim, a análise e discussão sobre a produção econômica de Macapazinho se concentrará nesses aspectos internos, mas também em outro espaço utilizado pelos quilombolas, a feira do Ver-O-Peso. Como apoio para o entendimento dessa economia serão discutidos temas como produção familiar e coletiva, as categorias presentes na produção e venda aos feirantes dos produtos e as estratégias de comercialização utilizada tanto em Macapazinho quanto no Ver-O-Peso. Assim, esta dissertação propõe-se a ser, ao final, um instrumento de auxílio para se entender as formas de produção nas comunidades remanescentes de quilombos e, também, nos projetos de identificação dessas mesmas comunidades, utilizando, para isso, as suas formas tradicionais de produção e relação com a terra e o território por elas ocupadas.
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LUCIANA ALMEIDA WILM
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Todo dia é feira: Estudo sobre a circulação de bens e pessoas no comércio jurunense.
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Data: 25/06/2012
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Nessa dissertação aponto alguns dos caminhos que a circulação de bens e pessoas percorre dentro do Complexo de Abastecimento de Alimentos do Jurunas, uma feira localizada em um populoso e secular bairro de periferia de Belém do Pará, chamado Jurunas. Esta circulação, feita por meio de redes de sociabilidades e parentescos, cria inúmeras estratégias de sobrevivências e formas de lidar com uma temporalidade que relaciona fatores ambientais, climáticos e culturais ao cotidiano da cidade. Neste bairro, grande parte de seus moradores são de primeira ou segunda geração de pessoas vindas do interior do Estado que recriam e mantém determinadas práticas da ruralidade amazônica. Assim, a feira pode ser considerada não apenas como responsável pela comercialização de alimentos, mas também como um espaço de manutenção de práticas e vínculos sociais, um lugar de encontro e integração onde são realizadas conversas, trocas de informações e brincadeiras que fortalecem e reafirmam vínculos construídos pelos seus frequentadores, onde o feirante é figura central para este trânsito.
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ANA PAULA MENDES PEREIRA DE VILHENA
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"ELES SÃO OS CONSIDERADOS DO SETOR" UMA ETNOGRAFIA SOBRE SOCIABILIDADE E CONSUMO ENTRE JOVENS DAS EQUIPES NAS FESTAS DE APARELHAGEM EM BELÉM DO PARÁ.
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Data: 25/06/2012
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Este trabalho é uma etnografia sobre as formas de sociabilidade e consumo percebidas em alguns grupos de jovens integrantes das chamadas equipes que frequentam festas de aparelhagem em Belém do Pará. A opção por esta investigação deu-se em função da minha percepção da festa de aparelhagem como um ambiente onde o consumo propicia diversas situações que dão o tom às relações ali desenvolvidas. A festa de aparelhagem funciona como um palco onde se estabelecem padrões de sociabilidade influenciados, em grande parte, pelos hábitos de consumo. E vice-versa. Construindo-se assim uma identidade vinculada à aceitação no grupo. A partir dessas duas apreensões sendo o consumo considerado um processo decisivo na formação de vínculos sociais, e a sociabilidade, parte de um jogo social movido por interesses comuns , procuro entender em que medida esses hábitos reorientam sentidos convencionais das práticas de consumo em prol de elementos de reconhecimento de vínculos de sociabilidade.
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MARIO JOSE HENCHEN
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Processo de ambientalização da ação pública no território Xingu: as estratégias dos mediadores camponeses
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Data: 25/06/2012
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Neste trabalho analiso a constituição do processo de ambientalização das ações
públicas no território Xingu. Merecem destaque os projetos e as práticas cotidianas ligadas à
proteção dos recursos naturais, a formulação de estratégias e a construção do discurso de
mediadores camponeses, que demarcam a emergência de projetos e demandas
ambientalizadas. Assim, a emergência do referido processo, no final da década de 1980,
significou, por um lado, a inserção do território no contexto do debate internacional, e, por
outro, forçou a rearticulação das alianças e das forças do campesinato no plano territorial com
vistas a dar suporte a um conjunto de ações de proteção ambiental. Tais projetos e iniciativas
estão inseridos num contexto de mudanças sociais significativas, que sinalizam para a
emergência de novas representações e relações entre humanos e não humanos e para a reafirmação
das populações tradicionais, bem como para a busca de direitos, criação de
instituições de apoio, e, acima de tudo, dão base ao novo processo de territorialização em
curso. Por fim, destaco, no interior da análise, algumas experiências camponesas relativas à
proteção de recursos naturais, dentre estas as roças sem queimar, a produção de cacau
orgânico, mas, e, sobretudo, a criação de estratégias camponesas que deram base para a
emergência de proposições coletivas de proteção da natureza, notadamente, as Reservas
Extrativistas, os Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Assim, analisamos estas
proposições, estratégias e projetos camponeses face aos novos desafios que emergem no
interior do território Xingu, provocados pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, pelas
atividades madeireiras, mineradoras e agropecuárias, que, em grande mediada, colocam em
risco a constituição do processo de ambientalização do território.
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CLELIO PALHETA FERREIRA
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SOCIABILIDADE E ESPAÇO PÚBLICO: EXPERIÊNCIAS DE AÇÕES CULTURAIS EDUCATIVAS NA PASSAGEM PEDREIRINHA DO GUAMÁ – BELÉM-PARÁ.
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Data: 22/06/2012
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Esta dissertação de mestrado analisa formas de sociabilidade e reciprocidade a partir de manifestações da cultura popular na passagem Pedreirinha do Guamá, em Belém do Pará, registradas etnograficamente em eventos festivos carnavalescos, juninos e lúdico-religiosos, considerando suas produções e organizações, os processos de transmissão de saberes e os laços de solidariedade, fidelidade e gratidão que se estabelecem entre indivíduos residentes ou não no local de estudo, num ambiente não totalmente isento de conflitos, e as redes de relações em formas de sociabilidade festiva que ocorrem em espaços públicos e privados onde se desenvolvem experiências de ações culturais educativas que contribuem para as transformações da realidade social e das relações cidadãs dos envolvidos nos processos em análise. O foco desse estudo está pautado num horizonte temporal iniciado na década de 1980 e estende-se até o presente, onde é percebido que as relações de sociabilidade e reciprocidade interferem nas ações dos envolvidos tendo em vista seus interesses em transformarem modos de convivência que começam nos indivíduos e abarcam os interesses coletivos no contexto analisado.
Palavras-chave: sociabilidade, reciprocidade, cultura popular, ações culturais educativas
Esta dissertação de mestrado analisa formas de sociabilidade e reciprocidade a partir de manifestações da cultura popular na passagem Pedreirinha do Guamá, em Belém do Pará, registradas etnograficamente em eventos festivos carnavalescos, juninos e lúdico-religiosos, considerando suas produções e organizações, os processos de transmissão de saberes e os laços de solidariedade, fidelidade e gratidão que se estabelecem entre indivíduos residentes ou não no local de estudo, num ambiente não totalmente isento de conflitos, e as redes de relações em formas de sociabilidade festiva que ocorrem em espaços públicos e privados onde se desenvolvem experiências de ações culturais educativas que contribuem para as transformações da realidade social e das relações cidadãs dos envolvidos nos processos em análise. O foco desse estudo está pautado num horizonte temporal iniciado na década de 1980 e estende-se até o presente, onde é percebido que as relações de sociabilidade e reciprocidade interferem nas ações dos envolvidos tendo em vista seus interesses em transformarem modos de convivência que começam nos indivíduos e abarcam os interesses coletivos no contexto analisado.
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CARLOS EDUARDO CHAVES
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Nas trilhas Irã Ãmrânh: Sobre história e cultura material Mebêngôkre.
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Data: 18/06/2012
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A presente dissertação de mestrado contempla aspectos da trajetória histórica e da cultura material dos índios Mebêngôkre do passado e do presente. Para isso, procuramos pesquisar em fontes escritas e orais sobre os Irã Ãmrãnh, um povo que habitava as margens dos rios Araguaia e Arraias, no sul do Estado do Pará e foi dizimado com a expansão econômica no início do século XX. Para percorrer as trilhas da memória sobre os Irã Ãmrãnh foi preciso levantar informações a partir de vários tipos de materiais e métodos com três focos complementares: em coleções etnográficas, em arquivos históricos e no campo, na aldeia de Moikarakô na Terra Indígena Kayapó. Mostramos que a memória dos Irã Ãmrãnh se mantém viva na tradição oral dos Mebêngôkre de hoje assim como na sua cultura material já que existe um forte reconhecimento na forma de elaborar e usar alguns objetos emblemáticos como a borduna e o tembetá, que são considerados atributos identitários Irã Ãmrãnh.
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HERALDO DE CRISTO MIRANDA
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Michel Foucault e a Antropologia.
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Data: 13/06/2012
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A obra de Michel Foucault, há tempos, vem construindo uma complexa relação com as
ciências humanas, particularmente a antropologia. Mas o que era antes objeto de
indiferença ou desprezo para os antropólogos, adquire a partir de agora o status de
interessante. Inúmeros indícios levam-nos a pensar hoje que sua recepção e sua difusão
evoluem de maneira singular. Se Foucault é hoje utilizado na antropologia é porque ele
oferece alguns “nexos” nas práticas do conhecimento antropológico. Alguns de seus
conceitos entraram no cotidiano da disciplina para serem utilizados como verdadeiras
“palavras de ordem” ao ponto de tornarem-se lugares comuns, ou seja, encontramos
elogios, enfrentamentos, reutilizações conceituais ora na relação de Foucault com a
antropologia, ora da antropologia em relação à Foucault. Para analisar em detalhes essas
modalidades de proximidades e ressalvas em mão-dupla, decidimos pensar três temas:
etnologia do presente, poder e escrita antropológica. Ao mesmo tempo, em vista de
mensurar a especificidade dessa abordagem, seria necessário analisar seu diálogo tanto
com a antropologia clássica (Lévi-Strauss e Geertz, pois construtores de discursividade,
de tradições na antropologia, autores que tornaram possíveis outros textos na
antropologia. Duas tradições, a francesa e a norte-americana, bem como propor uma
série de diálogos com os antropólogos mais comtemporêneos, herdeiros ou não de Lévi-
Strauss e Geertz. O objetivo deste trabalho não é confrontar a filosofia de Foucault à
démarche antropológica em seu conjunto para tentar desassociá-la seja dos aspectos
comuns e divergentes, mas tentar esclarecer, em toda sua riqueza, diversidade e
deslocamentos, os enjeux dessa extensa e plural obra para situar seu real interesse
antropológico. Não se trata de uma simples reconciliação entre o filosófico e o
antropológico, mas compreender as razões dessas proximidades e ressalvas, propondo
uma crítica que ultrapasse a apologia ingênua ou o desprezo analítico.
Palavras-Chaves: Foucault – Antropologia – Presente – Escrita – Poder
A obra de Michel Foucault, há tempos, vem construindo uma complexa relação com asciências humanas, particularmente a antropologia. Mas o que era antes objeto deindiferença ou desprezo para os antropólogos, adquire a partir de agora o status deinteressante. Inúmeros indícios levam-nos a pensar hoje que sua recepção e sua difusãoevoluem de maneira singular. Se Foucault é hoje utilizado na antropologia é porque eleoferece alguns “nexos” nas práticas do conhecimento antropológico. Alguns de seusconceitos entraram no cotidiano da disciplina para serem utilizados como verdadeiras“palavras de ordem” ao ponto de tornarem-se lugares comuns, ou seja, encontramoselogios, enfrentamentos, reutilizações conceituais ora na relação de Foucault com aantropologia, ora da antropologia em relação à Foucault. Para analisar em detalhes essasmodalidades de proximidades e ressalvas em mão-dupla, decidimos pensar três temas:etnologia do presente, poder e escrita antropológica. Ao mesmo tempo, em vista demensurar a especificidade dessa abordagem, seria necessário analisar seu diálogo tantocom a antropologia clássica (Lévi-Strauss e Geertz, pois construtores de discursividade,de tradições na antropologia, autores que tornaram possíveis outros textos naantropologia. Duas tradições, a francesa e a norte-americana, bem como propor umasérie de diálogos com os antropólogos mais comtemporêneos, herdeiros ou não de Lévi-Strauss e Geertz. O objetivo deste trabalho não é confrontar a filosofia de Foucault àdémarche antropológica em seu conjunto para tentar desassociá-la seja dos aspectoscomuns e divergentes, mas tentar esclarecer, em toda sua riqueza, diversidade edeslocamentos, os enjeux dessa extensa e plural obra para situar seu real interesseantropológico. Não se trata de uma simples reconciliação entre o filosófico e oantropológico, mas compreender as razões dessas proximidades e ressalvas, propondouma crítica que ultrapasse a apologia ingênua ou o desprezo analítico.
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AUDREI VIEIRA DE ALENCAR
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"AQUELA ESPERANÇA DE TUDO SE AJEITAR”: CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES NOS CASAMENTOS
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Data: 12/06/2012
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Esta etnografia traz o tema casamento, com o objetivo de compreender ações, valores e mecanismos que levavam às suas continuidades, por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, no município de Bragança, nordeste do estado do Pará. No primeiro capítulo discorro a respeito das minhas relações com o campo. No segundo capítulo, apresento as interlocutoras e os interlocutores da pesquisa com seus relatos de vida. No terceiro capítulo, apresento os quatro motivos principais alegados pelos (as) entrevistados (as) para justificar sua permanência nos casamentos, que são: o medo da solidão, as pressões da sociedade, o status do casamento e a falta de apoio externo ao cônjuge. Por fim, no quarto capítulo destaco quatro fatores que levavam à continuidade nos casamentos, a partir da minha observação em campo e da articulação com o que ouvi e vivenciei: a idéia de indissolubilidade do casamento, a naturalização do sofrimento nas mulheres, o costume na harmonia ou na pseudo harmonia do casal, e o medo da mudança, da solidão e da perda de status.
Palavras-Chave: Casamento; Continuidades; Fatores de Permanência.
Esta etnografia traz o tema casamento, com o objetivo de compreender ações, valores e mecanismos que levavam às suas continuidades, por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, no município de Bragança, nordeste do estado do Pará. No primeiro capítulo discorro a respeito das minhas relações com o campo. No segundo capítulo, apresento as interlocutoras e os interlocutores da pesquisa com seus relatos de vida. No terceiro capítulo, apresento os quatro motivos principais alegados pelos (as) entrevistados (as) para justificar sua permanência nos casamentos, que são: o medo da solidão, as pressões da sociedade, o status do casamento e a falta de apoio externo ao cônjuge. Por fim, no quarto capítulo destaco quatro fatores que levavam à continuidade nos casamentos, a partir da minha observação em campo e da articulação com o que ouvi e vivenciei: a idéia de indissolubilidade do casamento, a naturalização do sofrimento nas mulheres, o costume na harmonia ou na pseudo harmonia do casal, e o medo da mudança, da solidão e da perda de status.
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LUCIENE DIAS FIGUEIREDO
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PRÁTICAS TRADICIONAIS E MERCADO: UM ESTUDO A RESPEITO DA ECONOMIA DAS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU.
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Data: 07/05/2012
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Desde a situação em que a palmeira de babaçu era apenas mais uma árvore no meio de tantas outras na mata pré-amazônica até os dias atuais, onde a comercialização dos produtos desta oleaginosa tem importância central para milhares de famílias que convivem com os babaçuais, mudanças significativas ocorreram e ocorrem na vida de milhares de famílias que convivem e utilizam as dádivas ofertadas por esta espécie nativa. Transformações sociais, políticas, ambientais, de gênero e econômicas perpassam a trajetória de mulheres e homens do campo que lidam com a terra e a floresta nas chamadas regiões de babaçuais. Em meio à necessidade de sobrevivência, ganha força uma identidade política que se projeta pela ação coletiva de mulheres que lidam com a atividade de coleta e quebra do coco babaçu e transformam sua atividade produtiva num grande mutirão por direitos. Da resistência de grupos que se organizam para continuar construindo o ideário do trabalho livre emergem as quebradeiras de coco babaçu e, com elas, o símbolismo da palmeira de babaçu mãe do povo. Pela necessidade de sobreviver, esses grupos sociais aprendem, transmitem, recriam e reapropriam-se de combinações entre suas atividades produtivas, mercados, direitos conquistados e alternativas de geração de renda para fortalecer suas relações sociais e reafirmar seu modo de vida.
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BENILDE DE NAZARE LAMEIRA ROSA
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De "jardim encantado" a "Reino Desencantado das Unidades de Conservação": uma análise de ethos ambientais.
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Data: 25/04/2012
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Trata das relações entre agentes sociais cujas racionalidades distintas condicionam os sentidos dados às suas ações no processo de execução da política de Unidades de Conservação (UCs) - no caso, Reserva Extravisitas (RESEXs).
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SELMA DE SOUSA BRITO
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Trajetórias religiosas e projetos de vida: engajamento político, social e cultural entre sacerdotes de Candomblé na cidade de Belém-PA.
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Data: 25/04/2012
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O presente trabalho propõe uma reflexão antropológica acerca da dinâmica de ação e atuação de
alguns sacerdotes – categoria de análise e categoria nativa – de Candomblé, inseridos num campo
religioso afro-paraense que reúne ainda, mineiros, umbandistas e outras variações de culto. A
análise é construída metodologicamente a partir da narrativa da trajetória religiosa e história de
vida de três sacerdotes: Mam’etu Nangetu, Bàbá Edson Catendê e Pai Edson Santana. Esta
perspectiva justifica-se principalmente porque as trajetórias desses sacerdotes comprovam suas
percepções e trânsitos dentro do campo religioso, seus engajamentos e ações que envolvem a
garantia e o direito à prática de suas religiões no campo político, cultural, social ou na mídia
digital. O Candomblé nos ritos queto e angola de importação baiana, ritos praticados pelos
sacerdotes da pesquisa, são importantes na análise por conta da mudança que impôs ao campo
religioso, que se constituía, até um determinado momento, somente de mineiros. Desta forma, a
entrada do Candomblé em Belém também reflete nas reorientações deste campo, principalmente
no que diz respeito à noção de legitimidade religiosa, agenciamento social e político a que os
afrorreligiosos passaram a ter na busca de uma identidade afrorreligiosa para as suas
Comunidades Tradicionais de Terreiro.
Palavras-chaves: Campo religioso afro-paraense. Sacerdote. Agentes sociais. Trajetória religiosa.
O presente trabalho propõe uma reflexão antropológica acerca da dinâmica de ação e atuação dealguns sacerdotes – categoria de análise e categoria nativa – de Candomblé, inseridos num camporeligioso afro-paraense que reúne ainda, mineiros, umbandistas e outras variações de culto. Aanálise é construída metodologicamente a partir da narrativa da trajetória religiosa e história devida de três sacerdotes: Mam’etu Nangetu, Bàbá Edson Catendê e Pai Edson Santana. Estaperspectiva justifica-se principalmente porque as trajetórias desses sacerdotes comprovam suaspercepções e trânsitos dentro do campo religioso, seus engajamentos e ações que envolvem agarantia e o direito à prática de suas religiões no campo político, cultural, social ou na mídiadigital. O Candomblé nos ritos queto e angola de importação baiana, ritos praticados pelossacerdotes da pesquisa, são importantes na análise por conta da mudança que impôs ao camporeligioso, que se constituía, até um determinado momento, somente de mineiros. Desta forma, aentrada do Candomblé em Belém também reflete nas reorientações deste campo, principalmenteno que diz respeito à noção de legitimidade religiosa, agenciamento social e político a que osafrorreligiosos passaram a ter na busca de uma identidade afrorreligiosa para as suasComunidades Tradicionais de Terreiro.
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JOAO CARLOS DA SILVA SANTIAGO
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Saber operário e os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ´s): A "exploração total" do trabalho no capitalismo contemporâneo
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Data: 16/04/2012
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O presente trabalho tem por objeto os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ’s) no
capitalismo contemporâneo. A partir desse instrumento técnico surgido com o
toyotismo nossa análise se centra na íntima conexão entre o “saber-operário” e os
CCQ’s. Nossa pergunta chave é: por que os capitalistas adotaram e incentivaram os
CCQ’s em todos os ramos de produção, de forma massiva, em todos os continentes,
a partir da década de 80 do século XX? Tendo como substrato um estudo da
economia capitalista mundial e suas crises, principalmente a “crise crônica”
inaugurada no final da década de 60, tenta-se explicar a expansão do toyotismo,
este novo processo de trabalho surgido no Japão do pós-II guerra para o Ocidente e
todo o mundo capitalista habitado. Destaca-se que a imposição deste novo processo
de trabalho só é possível a partir da derrota do movimento operário japonês no pósguerra
e da contraofensiva neoliberal do capital a nível mundial, principalmente a
partir da derrubada das ditaduras stalinistas no leste europeu e na ex-URSS pelas
massas. Sendo partes constitutivas do arsenal técnico do toyotismo na busca do
Controle de Qualidade Total (CQT), os CCQ’s aparecem como uma nova forma de
participação operária no chão da fábrica, completamente diferente das experiências
anteriores impulsionadas pelo capitalismo (co-gestão, comissão tri-partite, etc.), pois
envolve todo o contingente operário nas fábricas. Baseado em pesquisa bibliográfica
profunda, participação em convenções nacionais e locais de CCQ’s, em Feiras de
CCQ’s, em pesquisa de campo com aplicação de questionários, entrevistas com
operários, o trabalho traz como conclusão, que o giro implementado pelos
capitalistas para a esfera do capital constante, onde se situam os CCQ’s, acabou
produzindo uma nova forma de mais-valia, ao juntar o processo de exploração nas
duas esferas do capital (constante e variável), caracterizando uma “exploração total”
do trabalho operário no capitalismo contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Toyotismo. Círculos de Controle de Qualidade – Saberoperário.
Mais-valia Qualificada. Capital Constante. Capital Variável.
O presente trabalho tem por objeto os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ’s) nocapitalismo contemporâneo. A partir desse instrumento técnico surgido com otoyotismo nossa análise se centra na íntima conexão entre o “saber-operário” e osCCQ’s. Nossa pergunta chave é: por que os capitalistas adotaram e incentivaram osCCQ’s em todos os ramos de produção, de forma massiva, em todos os continentes,a partir da década de 80 do século XX? Tendo como substrato um estudo daeconomia capitalista mundial e suas crises, principalmente a “crise crônica”inaugurada no final da década de 60, tenta-se explicar a expansão do toyotismo,este novo processo de trabalho surgido no Japão do pós-II guerra para o Ocidente etodo o mundo capitalista habitado. Destaca-se que a imposição deste novo processode trabalho só é possível a partir da derrota do movimento operário japonês no pósguerrae da contraofensiva neoliberal do capital a nível mundial, principalmente apartir da derrubada das ditaduras stalinistas no leste europeu e na ex-URSS pelasmassas. Sendo partes constitutivas do arsenal técnico do toyotismo na busca doControle de Qualidade Total (CQT), os CCQ’s aparecem como uma nova forma departicipação operária no chão da fábrica, completamente diferente das experiênciasanteriores impulsionadas pelo capitalismo (co-gestão, comissão tri-partite, etc.), poisenvolve todo o contingente operário nas fábricas. Baseado em pesquisa bibliográficaprofunda, participação em convenções nacionais e locais de CCQ’s, em Feiras deCCQ’s, em pesquisa de campo com aplicação de questionários, entrevistas comoperários, o trabalho traz como conclusão, que o giro implementado peloscapitalistas para a esfera do capital constante, onde se situam os CCQ’s, acabouproduzindo uma nova forma de mais-valia, ao juntar o processo de exploração nasduas esferas do capital (constante e variável), caracterizando uma “exploração total”do trabalho operário no capitalismo contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Toyotismo. Círculos de Controle de Qualidade – Saberoperário.Mais-valia Qualificada. Capital Constante. Capital Variável.
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ROSA MARIA FERREIRA DA ROCHA
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Relações sociais e de trabalho: o cotidiano das(os) trabalhadoras(es) na feira de alimentação do Ver-o-Peso em Belém/PA.
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Data: 29/03/2012
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Investigar o significado e a construção histórica do Ver-o-Peso, enquanto Patrimônio histórico e cultural é também refletir sobre as relações sociais construídas e estabelecidas através das mediações que ocorrem no campo do trabalho. É nesse contexto que se forma a base de construção do problema de pesquisa,“Por que os trabalhadores da Feira do Ver-o-Peso se reconhecem diferentemente dos demais feirantes de Belém?” E em que contexto e vivências se expressam?. É essencial que a análise sociológica das relações presentes no objeto de estudo, considere os trabalhadores da feira do Ver-o-Peso, como sujeitos sociais e históricos num contexto macro destas relações. Compor elementos no cenário de análise que estão presente no espaço de seu cotidiano, como: a cidade, o urbano, a comunidade, as lutas e resistência e o território. A abordagem dessa construção incide no questionamento de que a identidade dessas (es) trabalhadoras (es) pode ter um caráter indutor na construção de sua identidade. Nesse sentido, analisamos sob o prisma de dois fatores: cultural e político. No âmbito cultural reside em procurar identificar até que ponto a “aura” de símbolo cultural da cidade e a chancela de Patrimônio Histórico corroboram para que as (os) trabalhadores (as) manifestem o sentimento de pertencimento e afetividade com o espaço de trabalho. A análise evidencia as relações de trabalho e de sociabilidade no âmbito da Feira de Alimentação, onde os vários elementos estão expostos no trato dos capítulos tornam-se imprescindíveis para apreender o objeto de pesquisa a “Feira de Alimentação do Ver-o-Peso”.
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VALBER OLIVEIRA DE BRITO
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Educação e diálogo: o papel do educador em meio a esperança.
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Data: 28/03/2012
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O presente trabalho traz os resultados da investigação teórica e empírica em torno de quais as relações intersubjetivas que envolvem o sentimento de esperança vivenciado pelos educadores, e que são construídas no universo escolar, especialmente em meio à violência em que se encontra a escola nos tempos atuais. Para isso recorremos, em especial, à noção de diálogo presente, sobretudo, em Martin Buber e à noção de esperança, como compreendida por Gabriel Marcel. Ao mesmo tempo buscamos verificar a validade da questão do diálogo de Martin Buber para a análise dos tempos atuais com várias formas de violência. Em especial, neste trabalho, a violência existente no universo escolar. Tangenciando essa discussão, analisamos empiricamente a relação que existe entre o papel do educador e a tensão existente entre pessoa e instituição, tendo como foco teórico Emmanuel Mounier e Paul Ricoeur. As análises dos relatos dos educadores entrevistados mostram que há esperança em meio ao caos e a violência que muitas vezes acomete o ambiente institucional escolar.
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REGINA DE FATIMA MENDONCA ALVES
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O manto, a mitra e o microfone:
a midiatização do Círio de Nazaré em Belém do Pará
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Data: 21/03/2012
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Estuda o Círio de Nazaré utilizando a perspectiva da midiatização da religião para atualizar a reflexão sobre as tensões entre o catolicismo oficial e o catolicismo popular, que marcam a Festa de Nazaré desde sua origem. Registra o início da construção do espetáculo midiático da romaria pela TV Marajoara, em 1961. Analisa a produção e transmissão do Círio pela TV Nazaré, usando as emissões da TV Liberal para efeito de comparação. Recupera historicamente as intervenções disciplinadoras verificadas na manifestação e apresenta resultados de observações de campo realizadas no período 2007-2009, pelas quais é possível verificar significativas mudanças na organização da Festa de Nazaré e de sua romaria principal.
Palavras-chaves:
Círio de Nazaré; Festa de Nazaré; Mídia e religião; Midiatização; TV Nazaré; TV Liberal; TV Marajoara; Televisão; Transmissão direta.
ABSTRACT
Estuda o Círio de Nazaré utilizando a perspectiva da midiatização da religião para atualizar a reflexão sobre as tensões entre o catolicismo oficial e o catolicismo popular, que marcam a Festa de Nazaré desde sua origem. Registra o início da construção do espetáculo midiático da romaria pela TV Marajoara, em 1961. Analisa a produção e transmissão do Círio pela TV Nazaré, usando as emissões da TV Liberal para efeito de comparação. Recupera historicamente as intervenções disciplinadoras verificadas na manifestação e apresenta resultados de observações de campo realizadas no período 2007-2009, pelas quais é possível verificar significativas mudanças na organização da Festa de Nazaré e de sua romaria principal.
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LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA
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Mulheres provedoras: Trajetórias amorosas, trabalho e família.
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Data: 13/03/2012
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O estudo lança o olhar às famílias de camada popular que contam exclusivamente, ou
principalmente, com a figura feminina como provedora. Para tanto, objetiva descrever
as condições de vida dessas mulheres, seu trabalho, assim como, as estratégias de
sobrevivência, individuais e coletivas, formuladas pelas mesmas, e ainda, compreender
como esta condição social é construída, percebida e sentida por estas mulheres a partir
de um contexto de carência econômica e social, acentuada, ou não, pela ausência do
provedor masculino e pela própria situação de desigualdade de gênero em que a mulher
se encontra perante a sociedade. Resulta de pesquisa quanti-qualitativa realizada por
meio de questionários e entrevistas semi-estrutruradas apresentando o relato de
dezessete mulheres provedoras nos municípios de Belém e Ananindeua. A história
dessas mulheres revela a interseção entre os marcadores gênero, raça e classe na
Amazônia paraense. Os resultados revelam que o espaço doméstico, tradicionalmente
relacionado ao sexo feminino, apresenta-se como paradoxal, pois abriga relações de
desigualdade e poder feminino. A situação socioeconômica desfavorável em que tais
famílias se encontram produz um cenário de vulnerabilidade social, econômica e
histórica que acompanha essas mulheres desde a infância e em diferentes modalidades.
Enquanto trabalhadoras essas mulheres encontram-se inseridas em um quadro de
precariedade, informalidade e femininização das atividades. Os cuidados com os filhos
e a casa continuam sob a responsabilidade da mulher, configurando a dupla jornada de
trabalho. A violência doméstica também é repertoriada entre as entrevistadas, porém,
não assinalando uma situação de passividade feminina, mas ao contrário, as reações à
violência são diversas, desde práticas moderadas até as mais imprevisíveis. Para
finalizar, considera-se que as desigualdades sociais e de gênero não as caracteriza de
modo vitimizado, visto que, elas assumem estratégias de resistência e poder seja nas
condições socioeconômicas ou nas relações de gênero na esfera doméstica, assumindo
comportamentos que, concomitantemente, sinalizam para a manutenção e redefinição de
valores tradicionais.
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MILTON RIBEIRO DA SILVA FILHO
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Na rua, na praça, na boate: uma etnografia da sociabilidade LGBT no circuito GLS de Belém-PA.
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Data: 09/03/2012
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Esta dissertação é resultado da etnografia urbana realizada na cidade de Belém, Pará, onde propus tensionar os aspectos relacionados às questões de gênero e sexualidade no interior do circuito GLS. A partir da pesquisa de campo na mancha de sociabilidade e lazer, da observação direta e participante nos bares e boates e das entrevistas, com ênfase nas histórias de vida das/dos interlocutores/as, destaco os aspectos relacionados às formas de sociabilidade, modos e estilos de vida, modos de viver, (ab)usos do meio, relações com o armário e produção de subjetividades.
Entendendo que o armário age com dispositivo na produção desses sujeitos
dissidentes, seja na família, entre amigos e nos espaços destinados aos momentos de lazer. Tendo em vista essas questões, percebi que na luta por visibilidade, pessoas marcadas pelo estigma das sexualidades e gêneros não-(hetero)normativos tendem a
manifestar-se através do grito/escândalo ou da reclusão total manter-se no armário, na reserva/invisibilidade , que servem como estratégias diferenciadas de proteção e defesa às manifestações de preconceito, discriminação e homo-lesbo-transfobia. No entanto, existem inúmeras maneiras de se construir e vivenciar gêneros e sexualidades dissidentes, seja na vida off-line partindo das redes de amizade, das vivências nos bares e boates, praças ou em qualquer lugar que possibilite a pegação , seja online, através da internet.
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RAMON PEREIRA DOS REIS
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ENCONTROS E DESENCONTROS: Uma etnografia das relações entre homens homossexuais em espaços desociabilidade homossexual de Belém, Pará.
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Data: 09/03/2012
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Procura-se compreender como se dá a dinâmica das relações entre homens
homossexuais, dentro de dois espaços de sociabilidade homossexual de Belém: Lux e
Malícia. Enquanto problemática, questiona-se se o fato de um homem homossexual
freqüentar algum desses lugares é relevante, ou não, na busca por parceiros. Utilizamse,
para compor análises interseccionais, alguns recortes, por exemplo, de: geração
(idade), classe social e performance de gênero, procurando entender de que modo
influenciam nas escolhas, expectativas e trajetos: dificultando, facilitando, limitando ou
abrindo possibilidades ao estabelecimento de relações entre homens homossexuais. A
escolha dos entrevistados partiu do que chamei de grau de variação sócio-cultural:
“negros”, “brancos”, de classes sociais distintas, velhos, novos, com performance de
gênero masculina, com performance de gênero feminina. Entre outras palavras, a
intenção foi abarcar a maior diversidade de pessoas: moradores de bairros centrais ou
periféricos, que consumissem produtos distintos, com grau de escolaridade variado, que
estivessem em diversas fases da vida. A guisa de finalizações, o que se pode perceber é
a não-dicotomização - ficar ou namorar? - por meio das interações dentro e fora dos
espaços supracitados; por maior que seja o interesse em estabelecer vínculos maiores de
afeto, sexo etc. Contudo, existem outros pontos de destaque: encontrar amigos,
participar de festas temáticas, diversão, música, ambiente, pessoas etc.
Palavras-chave: Belém; Espaços de Sociabilidade Homossexual; Homens
Homossexuais;
Procura-se compreender como se dá a dinâmica das relações entre homenshomossexuais, dentro de dois espaços de sociabilidade homossexual de Belém: Lux eMalícia. Enquanto problemática, questiona-se se o fato de um homem homossexualfreqüentar algum desses lugares é relevante, ou não, na busca por parceiros. Utilizamse,para compor análises interseccionais, alguns recortes, por exemplo, de: geração(idade), classe social e performance de gênero, procurando entender de que modoinfluenciam nas escolhas, expectativas e trajetos: dificultando, facilitando, limitando ouabrindo possibilidades ao estabelecimento de relações entre homens homossexuais. Aescolha dos entrevistados partiu do que chamei de grau de variação sócio-cultural:“negros”, “brancos”, de classes sociais distintas, velhos, novos, com performance degênero masculina, com performance de gênero feminina. Entre outras palavras, aintenção foi abarcar a maior diversidade de pessoas: moradores de bairros centrais ouperiféricos, que consumissem produtos distintos, com grau de escolaridade variado, queestivessem em diversas fases da vida. A guisa de finalizações, o que se pode perceber éa não-dicotomização - ficar ou namorar? - por meio das interações dentro e fora dosespaços supracitados; por maior que seja o interesse em estabelecer vínculos maiores deafeto, sexo etc. Contudo, existem outros pontos de destaque: encontrar amigos, participar de festas temáticas, diversão, música, ambiente, pessoas etc
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