Dissertações/Teses

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2019
Descrição
  • RAFAEL PAIVA DE OLIVEIRA DIAZ
  • MANGUEIRAS, UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA MARAJOARA: ENTRE RIOS, MARES E MARÉS.
    BELÉM – PA

  • Data: 14/03/2019
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  • Esta tese refere-se às populações que habitam os rios, mares e marés
    existentes no litoral amazônico, mais precisamente, no arquipélago do Marajó,
    município de Salvaterra. A comunidade de Mangueiras, um quilombo, formado
    por descendentes de negros africanos e de indígenas que se encontraram na
    Amazônia, entrelaçando seus conhecimentos e formas de vida, possui assim,
    uma organização e uma ontologia “outra”, que dialoga em maior ou menor grau
    com a ontologia “moderna” ou ocidental. Para elaboração desta tese são
    referenciados pressupostos da ecologia e da antropologia, em um movimento de
    se deixar ensinar por essas populações, compreender, para então inferir, sobre
    o quanto essas populações resistem e usam da resiliência, ou seja, enfrentam
    as mudanças e imposições dos processos de desenvolvimento pensados para
    Amazônia e ainda se fazem crescer manejando um território para reprodução da
    vida. Logo, observar a vida como objetivo fundamental do ser vivo seja ele
    humano ou não, logo os conceitos de vida, resistência e resiliência trazem para
    a proximidade acadêmica o que foi possível viver junto à comunidade de
    Mangueiras nestes últimos anos (2013 - 2017), no processo de entender o que
    é a etnografia, experimento e deste modo espero contribuir para uma ecologia
    humana das populações da Amazônia e para o processo de titulação das terras
    quilombolas e reconhecimento de seus direitos.
    Palavras

2018
Descrição
  • GELDES DE CAMPOS CASTRO
  • "O que ocorre em Belo Monte diz respeito a todos nós"
    Proposição Cosmopolítica na arena pública online

  • Data: 23/04/2018
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  • Esta tese está centrada nas discussões e debates sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Estado do Pará, Amazônia brasileira, que ocorreram no âmbito da Internet, no período de 2008 a 2016. Parte do pressuposto que há uma percepção por parte de determinados grupos e indivíduos que reconhecem uma interligação entre fatos, situações e decisões e que muitas dessas situações são mobilizadoras, pois chamam a atenção, seja por conta de riscos provenientes, seja por injustiças consequentes ou outros fatores. Tal forma de pensar é associada a uma reflexão Cosmopolítica, com base na proposição de Stengers (2007) e Latour (2007). Esta percepção ganha aproximação pela existência de uma base material que dá suporte e aproxima os indivíduos, neste caso o desenvolvimento e expansão da Internet, entendida aqui como arena pública online, ancorada na sistematização teórica de Cefaï (2002, 2011). Interessa-me, portanto, perceber os debates que se instalam nos mais diferentes cenários da arena pública online, bem como as proposições cosmopolíticas que são construídas e demonstradas e o lugar que ocupam as populações nesses debates. Reconhece que a expansão da Internet amplia exponencialmente as possibilidades de visibilidade e torna manifestas as demandas de indivíduos e grupos. Mais que isso, evidencia as concepções de vida, as cosmovisões e as possibilidades políticas de construção de formas outras de ser e de viver. Expõe a construção de uma Cosmopolítica a partir dessas discussões e debates em suas mais diversas perspectivas.

  • CLAUDIOMIRO GOMES DE OLIVEIRA
  • DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE CAETÉ-TAPERAÇU, BRAGANÇA, PARÁ: CONSTRUÇÃO DE UM ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

  • Data: 26/03/2018
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  • Produzir indicadores para acompanhar experiências de desenvolvimento sustentável, concebido como promoção de liberdades substantivas, conforme tratou Amartya Sen, é um desafio contínuo. Este tema é aqui analisado na Reserva Extrativista Marinha (RESEX) Caeté-Taperaçu, no município de Bragança, Estado do Pará, Brasil. Aplicou-se o modelo Painel de Sustentabilidade, que mensura o desenvolvimento via indicadores em quatro dimensões, de modo a calcular um Índice de Desenvolvimento Sustentável para Unidades de Conservação (IDS-UC). Este estudo pretende contribuir, assim, para que outras experiências similares disponham de uma metodologia de avaliação por indicadores. Para o IDS-UC foram calculados indicadores obtidos de fontes secundárias (Censo 2010/IBGE) nas dimensões ambiental, econômica, social e institucional. Agregou-se, na dimensão ambiental, uma análise de imagens sobre a ocupação e o uso do solo na RESEX a fim de se calcular um indicador de áreas conservadas. Para a dimensão institucional, elaborou-se um indicador de capital social, com dados de campo obtidos por questionário inspirado no modelo proposto pelo Banco Mundial, levando em consideração as especificidades de gênero.  O IDS para a RESEX foi no geral positivo, em 682 pontos. As dimensões mais favoráveis foram a Natural/Ambiental e a Institucional, respectivamente com 750 e 833 pontos. Assim, a RESEX vem contribuindo para os objetivos de sua criação. O nível de capital social pouco abaixo do médio merece atenção por ser território de gestão compartilhada e requer a participação atenta dos moradores e usuários. O destino inadequado de resíduos também se destacou como problema ambiental. O modelo Painel de Sustentabilidade mostrou-se um bom instrumento de avaliação, apesar da dificuldade de se obter indicadores a nível local. A disponibilização, a apropriação e o debate dos resultados por parte dos atores do território será crucial na formulação de indicadores mais robustos e de modo participativo.

     

     

    Palavras-chave: Indicadores. Desenvolvimento sustentável. RESEX Caeté-Taperaçu. Painel de Sustentabilidade. Capital Social.

  • LIVIA SOUSA DA SILVA
  • O Imaginário Social de Violência Escolar em Belém-Pa: entre narrativas midiáticas e o contexto escolar

  • Data: 12/03/2018
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  • O presente trabalho investiga o imaginário social da violência escolar em Belém-Pa, a partir de suas interfaces entre as narrativas midiáticas e o contexto escolar. Ante tal iniciativa, aponta-se como questão norteadora do estudo, saber: Que relações se estabelecem entre o imaginário social de violência escolar midiatizado e a experiência dos escolares com o fenômeno? Com o objetivo de: a) Situar o que consubstancia o imaginário corrente da violência escolar midiatizado; b) Identificar os discursos produzidos pelos escolares, acerca da violência escolar; c) Ressaltar possíveis relações entre a narrativa midiática e a experiência com o fenômeno no contexto escolar, para a conformação de um imaginário social de violência escolar em Belém-Pa. E, ao conjugar esforços dos pressupostos da pesquisa documental e de campo, o corpus da pesquisa constitui-se de matérias representativas do fenômeno da violência escolar, nos jornais digitalizados “O Liberal” e “Diário do Pará”, no período de 2011-2013. Cuja análise dar-se-á à luz da hermenêutica dialógico-compreensiva em conjunto com aportes epistemológicos próprios do campo dos estudos do imaginário. A partir desta empreitada, percebemos que o espaço escolar dialoga com as narrativas midiáticas, no que diz respeito à personificação da violência na figura do aluno-pobre-de periferia, das ações policiais e policialescas para a contenção da violência escolar e ou do aluno-pobre-de periferia que assim, criminaliza-se socialmente, e cuja família sempre “desestruturada” colabora para sua gênese perigosa e potencialmente criminosa; e ainda, sobre a vitimização exclusiva dos professores em consequência de uma suposta perda de autoridade. Pelo que buscamos problematizar e convidar-nos ao comprometimento ético ante constituições sócio-imaginárias.

2017
Descrição
  • PÂMELA MELO COSTA
  • UM PESQUEIRO REAL: ENTRE ACORDOS E MANEJOS NA RESEX MARINHA DE SOURE.

  • Data: 21/08/2017
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  • Esta tese é fruto do estudo realizado na Vila de Pesqueiro, em Soure no Marajó, onde tal localidade se insere nas memórias de Um Pesqueiro Real, quando dos tempos coloniais e no contexto atual configurada como área pertencente as demarcações da Reserva Extrativista Marinha de Soure. Na perspectiva etnográfica de Malinowisk, Evans-Pritchard e Geertz, fundamentou-se esta pesquisa, em que versou por abordar aspectos culturais locais, as práticas cotidianas de vivência com o meio ambiente, os conflitos sociais de pesca e os conhecimentos do saber pescar e manejar os recursos pesqueiros. Evidenciou-se a busca pela manutenção dos conhecimentos tradicionais no saber-fazer pesca (saber ambiental de Leff) das populações pesqueiras que residem na Vila de Pesqueiro, contracenando com as análises de Dramas Sociais de Victor Turner e suas inserções num contexto de valorização e validação destes conhecimentos tradicionais ambientais nos instrumentos legais na versão de acordos e manejos para a Resex Marinha ao qual se inserem.

  • RACHEL DE OLIVEIRA ABREU
  • “...Oh, pedaço de mim Oh, metade exilada de mim...” Conjunções de Amor & Dor numa interpretação antropológica

  • Data: 23/06/2017
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  • O amor desperta nas pessoas lembranças, sentimentos e emoções prazerosas, associadas a histórias romanescas, mas também suscita memórias dos conflitos que permeiam as relações amorosas. Cotidianamente, o amor é vivido e narrado não apenas a partir do belo, mas, muito, em função dos conflitos que produzem desarmonia, e a dor. Este estudo que busca discutir a relação entre indivíduo e sociedade a partir do olhar das emoções abordando o amor e a dor com significados distintos ou não para homens e mulheres. A pesquisa apresenta como homens e mulheres sentem as emoções, desconstruindo que o sentimento de amar é apenas uma “ocupação” na vida dos homens e a “própria vida” para as mulheres, mesmo havendo o processo silenciador cultural para o masculino. Mediante o complexo cultural, os homens tanto quanto as mulheres sofrem por amor e sucumbem a dor de amar. Logo, se amar e sofrer é um fenômeno feminino, alguns homens também podem apresentar este comportamento, assim como também ambos os gêneros podem tentar se proteger, e evitar a dor. Desta maneira é relevante pensar como a sociedade ensina a ideia de feminino e masculino, entre outras coisas, através do processo contínuo de socialização, a partir das práticas educativas sendo esperado culturalmente que o feminino esteja associado ao amor, aos “valores do coração”, e ao masculino como ser sexual. O peso cultural demarca essa realidade assimétrica fazendo parecer que lidar com sentimentos é ‘coisa de mulher’, quando na verdade a questão é para ambos os sexos, posto que a relação se dá dentro da díade. O estudo se volta para mulheres e homens, heterossexuais e homossexuais, jovens e adultos, privilegiando depoimentos sobre a vivência do sentimento de amor e o desencadear da dor neste processo que possibilitará a observação de como as pessoas se relacionam, quais elementos as aproximam, as separam e como se dão as relações amorosas. Portanto, o objetivo desta tese, é discutir os discursos feminino e masculino em vivência de amores e dores de amor, as tentativas dos sujeitos de se recuperar da dor por vários caminhos, que vão da instancia do sobrenatural às terapias de grupo.

  • ALIDA SWAMY BENTO DE ARAÚJO
  • Jogo do bicho” As dimensões sociológicas que justificam a relação de trabalho de uma atividade ilícita, porém legitimada pelas práticas sociais do cotidiano de Belém do Pará

  • Data: 25/05/2017
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  • Jogo do bicho” As dimensões sociológicas que justificam a relação de trabalho de uma atividade ilícita, porém legitimada pelas práticas sociais do cotidiano de Belém do Pará

  • THALES MAXIMILIANO RAVENA CANETE
  • Antropologia de populações, povos e comunidades que jamais foram tradicionais: experiências etnográficas junto a um coletivo de humanos e não humanos da Amazônia paraense

  • Data: 24/05/2017
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  • Esta tese estudou o esgotamento que determinados conceitos cunhados na modernidade trazem para o trato da relação natureza e cultura em um fazer etnográfico e antropológico. Usou como abordagem principal as discussões que Bruno Latour (2004 a, b; 2013 a, b) faz sobre o tema, privilegiando a problematização “natureza e cultura na modernidade”, assim como relativizou os conceitos de “populações tradicionais”, “povos e comunidades tradicionais”. O desenho da tese se originou a partir da trajetória acadêmica e profissional do autor, à medida em que o mesmo, de maneira paralela, desenvolvia pesquisas empíricas junto à coletivos de humanos e não humanos entendidos pela teoria antropológica como populações povos ou comunidades tradicionais mas, à medida que leituras eram aprofundadas sobre esses coletivos, segundo a teoria antropológica, inconsistências eram encontradas. Este trabalho também problematizou os termos “tradicional”, “moderno”, “cultura”, “natureza” e as PPCTS como pano de fundo. A pesquisa parte de experiências etnográficas vividas no coletivo de Igarapé Grande e, a partir dela, reflete sobre quais as críticas que se podem fazer à teoria antropológica que produziu os conceitos de “populações tradicionais”, “povos e comunidades tradicionais” e “natureza e cultura”. Com efeito, esta tese não é científica (a rigor, dentro das Ciências Humanas, nenhuma tese é), é filosófica, visto que não consegue provar sua hipótese principal, da impropriedade do uso dos termos natureza e cultura, pois constrói abstrações, não se lança na realidade, mas a partir de uma realidade (a “cultura ribeirinha”, a realidade dos moradores de Igarapé Grande), criando um outro mundo possível para além do mundo moderno, entre tantos outros mundos possíveis (VIVEIROS DE CASTRO, 2002 b, 2015). Digno de nota é que o mundo moderno é caracterizado pela não continuidade entre humanos e não humanos, na medida em que os modernos utilizam não humanos como mediadores de suas relações com outros não humanos, sendo que esses não humanos mediadores nunca são localmente fabricados, criando uma situação de total alienação dos modernos em relação ao ambiente de não humanos que os cerca (verifique você, leitor, qual seu vínculo com os não humanos ao seu redor? Provavelmente nenhum, até mesmo o ar que você respira foi refrigerado pelo aparelho de ar condicionado). Por outro lado, os coletivos “tradicionais” fabricam a grande maioria dos seus não humanos e, quando esses não humanos não foram fabricados pelos seus próprios usuários, ao menos foram por humanos que compõem a rede local, ou sofrem periódicas manutenções, reformas e modificações por esses atores locais (penso, por exemplo, nas rabetas, não localmente produzidas, mas que sofre manutenções periódicas por humanos da própria ilha). Assim, este trabalho lançou mão de experiências etnográficas para criticar a teoria antropossociológica das últimas décadas, retornando aos primórdios da antropologia para poder construir uma sociologia da ciência antropológica analisando e posteriormente suspendendo a dicotomia entre cultura e natureza. Esta dicotomia permitiu dar lastro à outras dicotomias explicativas, também analisadas por este trabalho, como tradicionais e modernos (LATOUR, 2013a) e objetividade e subjetividade (LATOUR, 2004a), que, por sua vez, dão origem a um extenso número de outras dicotomias modernas, ou híbridos (LATOUR, 2013a), como rural e urbano, campo e cidade, público e privado, ecologia humana, etnociências, socioambientalismo, entre outras, não analisadas pela tese, mas ao menos citadas.

  • MARIA DE NAZARE DE OLIVEIRA REBELO
  • UM CASO DE RACISMO AMBIENTAL: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E AMBIENTAIS DE POPULAÇÕES QUILOMBOLAS.

  • Data: 11/05/2017
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  • As inúmeras populações tradicionais residentes na Amazônia, em especial as comunidades
    quilombolas, a partir da década de oitenta do século XX, redescobriram e reconstruíram a
    possibilidade de afirmação de suas identidades e de seus direitos e, sob esse enfoque,
    passaram a lutar nessas direções, aos poucos saindo da invisibilidade a qual eram
    submetidas. O processo de redemocratização brasileiro, iniciado nos anos oitenta, e o
    diálogo entre os movimentos sociais e o movimento ambiental foram fundamentais neste
    processo, pois reconheceram a heterogeneidade política, ambiental, socioeconômica e
    cultural de povos indígenas, comunidades quilombolas, ribeirinhos, extrativistas,
    camponeses, pescadores, dentre outras comunidades tradicionais amazônidas e não
    amazônidas. Com essas lutas pelo reconhecimento de seus direitos às terras que ocupam,
    bem como aos recursos naturais nelas existentes, verificaram que a legislação presente não
    apresentava normas que refletissem satisfatoriamente suas experiências de vida e
    organização social, política, ambiental, econômica e cultural. Em virtude dessa constatação,
    a luta pelo estabelecimento de Instrumentos jurídicos inovadores surgiram nesse contexto,
    como exemplo podemos citar unidades de conservação de uso direto e de outras
    modalidades de regularização fundiária de natureza agroecológica. Sob essa perspectiva, a
    experiência das comunidades quilombolas é de fundamental importância, já que a partir
    desse auto-reconhecimento direitos foram alcançados constitucionalmente e em nível de
    legislação infra-constitucional, expresso no Decreto nº 4887, de 2003. Assim, tem-se um
    processo de ocupação das terras permeado por conflitos de interesses, abusos e
    atrocidades contra direitos humanos, uma legislação em vigor repleta de contradições e a
    existência de registros cartoriais de imóveis dominados por inconsistências jurídicas, além
    do racismo ambiental perpetrado contra esses quilombolas. Diante disso, o reconhecimento
    enquanto quilombola foi fundamental para que a luta por direitos, antes suprimidos e
    encobertos pela própria legislação pátria, fosse determinante para a ascensão de uma
    proteção constitucional e infra-constitucional, culminando em segurança jurídica com vistas
    à permanência na terra e ao combate à discriminação racial e de gênero.

  • HOMERO VILAR CORREA
  • RELAÇÃO DE PODER NAS ORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO DOS CONFLITOS MEDIADOS PELA COMISSÃO DE ÉTICA DA UFPA.

  • Data: 05/05/2017
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  • “RELAÇÕES DE PODER NAS ORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO DOS CONFLITOS MEDIADOS PELA

    COMISSÃO DE ÉTICA DA UFPA”.

  • SONIA DA COSTA PASSOS
  • POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E A DINÂMICA ENTRE O IDEAL E O REAL:Um estudo sociológico sobre o reflexo da Formação de Oficiais da PMPA no cotidiano operacional, no período de 1998 a 2014

  • Data: 27/04/2017
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  • PASSOS, Sônia da Costa. POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E A DINÂMICA ENTRE O IDEAL E O REAL: Um estudo sociológico sobre o reflexo da Formação de Oficiais da PMPA no cotidiano operacional, no período de 1998 a 2014. Belém/PA: UFPA, 363f. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Antropologia e Sociologia da UFPA, 2017.
    Esta tese aborda sobre como se dá o processo de formação dos Oficiais da Polícia Militar do Pará, após a implantação da matriz curricular nacional no Estado do Pará e como essa formação se relaciona com a prática no serviço operacional do policial militar. Sua questão norteadora é entender que embora existam inovações nos discursos dos dirigentes das academias de formação das Polícias Militares no que tange o papel da Polícia e sua relação com o trato à sociedade, o curso de formação profissional para os futuros policiais não retratam a concepção do fazer profissional estabelecida pelas políticas públicas propostas pelas diretrizes de formação pela SENASP, implantada a partir de 1998, prevalecendo o modelo de formação tradicional e arcaico, voltado ainda para uma formação militarista. Dentro desse aspecto nos propomos a responder as seguintes perguntas: Quais são as metodologias empregadas no processo de formação do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Pará após a implantação da matriz curricular nacional. Na prática policial as teorias estão tendo aplicabilidade no exercício profissional? Qual é a importância das disciplinas humanísticas como ética, direitos humanos na formação policial militar no Estado do Pará? Quais são os anseios dos policiais sobre o processo de formação e como eles percebem a sensação de medo no trabalho de rua. A pesquisa foi de campo e documental, realizada por meio de aplicação de questionários, utilizando o método dedutivo- indutivo, com ênfase na abordagem quanti-qualitativa descritiva explicativa. A primeira parte da pesquisa foi realizada por meio da aplicação de pré-teste de questionários com 95 alunos do curso de formação de oficiais, os quais serviram para a elaboração do questionários com questões semiabertas, aplicadas a 109 alunos do curso. A segunda parte da pesquisa foi realizada por meio de análise documental dos currículos, regulamentos, normas que regem o processo de formação e a terceira etapa foi feita entrevista semiestruturada com 08 (oito) policiais egressos, no período de 10 a 13 anos de formados. A pesquisa envolveu observação in loco, para compreender os mitos e ritos da cultura militar. Os resultados indicam que a formação ainda é baseada em cultura arcaica e hierarquizada. As diretrizes curriculares propostas pela SENASP ficam apenas no discurso, os professores militares não possuem prática pedagógica no ato de ensinar. Os conhecimentos passados em sala de aula são irreais sem relação com atuação prática no serviço operacional do policial. O processo de formação ainda é permeado pelas relações de poder que influenciam no trato com o cidadão. Ainda é evidente o abuso de autoridade no ambiente de formação, por meio do poder disciplina, onde, as ações são vigiadas e controladas através de punições, humilhações, que são utilizadas pelos militares mais antigos como uma forma de manter o poder sobre o outro. Concluiu-se que embora a Polícia Militar tenha uma diretriz metodológica para fundamentar a formação do policial, de acordo com a pesquisa verificou-se que a MCN fica apenas no discurso e que a formação ainda é de cunho militarista e baseada em uma doutrina que sacraliza a hierarquia e a disciplina, e as práticas de micro violências no ambiente de formação.

  • EDIVANIA SANTOS ALVES
  • REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NA ESTRADA NOVA DE BELÉM: O QUE ESTÁ EM
    JOGO NO PROGRAMA CHÃO LEGAL?

  • Data: 24/04/2017
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  • A tese investiga o processo de regularização fundiária denominado programa Chão Legal,
    executado pela Prefeitura Municipal de Belém, na sub-bacia 1 da Estrada Nova. Partindo dos
    dados coletados e analisados, levanto a seguinte indagação: O que está em jogo no programa
    Chão Legal na Estrada Nova de Belém? Defendo a tese que a execução e gestão dos projetos
    de saneamento e urbanização são expressões da racionalidade classista e racista, segundo a
    lógica do mercado. Nesta lógica, os moradores não são vistos como prioridade dos referidos
    programas, ou seja, a sua permanência no lugar não é considerada um fundamento da política
    urbana. Os moradores são tratados regularmente como entraves a uma reurbanização seletiva,
    que se pretende para a área. A requalificação social e urbanística dessas áreas significa a
    remoção dos moradores originais, pobres e racialmente inferiorizados. A moradia popular não
    está contemplada no processo de saneamento e urbanização, como algo inerente ao projeto, as
    soluções adotadas são precárias e provisórias. O projeto não considera como prioridade a
    manutenção das pessoas nos seus lugares. Portanto, ao contrário da retórica produzida pelo
    Estado de que o saneamento, a urbanização e a regulação do solo urbano melhorarão a vida
    dos moradores, o que ocorre de fato, é uma guerra contra os pobres. Sabe-se em Belém, que
    “baixada saneada não é para os pobres”. Mas é importante indagar: quem são os pobres senão
    aquelas populações que foram historicamente racializadas e inferiorizadas? A essas
    populações, é dado o direito de sonhar com um lugar “legal”, com segurança da posse e sem
    alagamentos? O racismo das elites dominantes em relação às populações das bacias
    hidrográficas de Belém associa três elementos atribuindo-lhes sentidos correlatos e
    imbricados: social, racial e lugar de moradia, com base na hierarquia de superioridade e
    inferioridade. Em outras palavras: ser pobre, preto e morar nos bairros que compõem a bacia
    da Estrada Nova carrega significados pejorativos e preconceituosos, que resultam na produção
    de uma imagem superposta de estigmas onde o sentido de humanidade a essas pessoas é
    negado. Tal negação legitima a barbárie que atinge essa “gente desprezada”. Essa dinâmica
    converte a Estrada Nova em um “vasto território de reserva” a ser apropriado pelo mercado
    legal de terras. Na medida em que as áreas são consolidadas como de interesse do capital
    imobiliário, há forte pressão do mercado sobre os moradores, o que pode resultar na expulsão
    forçada ou assentida, a exemplo do que ocorre(u) em outras cidades do país e mesmo na
    cidade de Belém, em projetos semelhantes. Essa tese é reflexiva, ao oferecer uma cartilha que
    através de sínteses e repertórios pretende contribuir com os populares nos embates em curso e
    os que estão por vir. A cartilha analisa a regularização fundiária na Estrada Nova e indica
    pistas do que está em jogo.

  • KERCIA PRISCILLA FIGUEIREDO PEIXOTO
  • "EU EXISTO": afirmação indígena e nomeação do racismo. Os Borari e os Arapium da Terra Maró, Amazônia.

  • Data: 23/03/2017
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  • "EU EXISTO": afirmação indígena e nomeação do racismo. Os Borari e os Arapium da Terra Maró, Amazônia.

  • JOANA D ARC DO CARMO LIMA
  •  DA ANTIGA PERSEGUIÇÃO AO ASSÉDIO MORAL: O PERCURSO DA VIOLÊNCIA SUBJETIVA A PARTIR DA AUSÊNCIA DE RELAÇÕES DIALÓGICAS E PERCEPÇÃO DE ALTERIDADE EM BUBER E LEVINAS

  • Data: 07/03/2017
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  • O objetivo desta pesquisa é analisar a percepção de 8 (oito) pessoas sobre o assédio moral vivenciado em diferentes contextos das suas interações sociais. A pesquisa é de cunho qualitativa e interpretativa, tendo sido realizada na Região Metropolitana de Belém/ Pará, no período de março a julho de 2014, tendo como base um roteiro de entrevistas formuladas a partir de questões abertas, que permitiram o levantamento de temas relevantes a partir da expressão verbal e não-verbal dos sujeitos. O método utilizado foi o fenomenológico a partir da compreensão de que o assédio moral está presente nas relações sociais em diferentes ambientes, entretanto, este fenômeno tende a se acentuar a partir da complexidade social, principalmente nas relações de trabalho da sociedade atual. Obtivemos também, como suporte metodológico, o relato de 2 (dois)  moradores de uma comunidade ribeirinha, os quais contribuíram bastante para nossa compreensão sobre o fenômeno. A análise dos discursos foi a técnica utilizada para compreensão da linguagem, a partir do relato dos entrevistados. Nossa conclusão é de que o fenômeno do assédio moral vem sofrendo transformações ao longo do desenvolvimento social e emerge hoje, principalmente, pela ausência do diálogo e perda da percepção de alteridade nos relacionamentos, tendo como fundamento as teorias de Buber e Levinas.  A fragmentação social vem acirrando os conflitos nas relações interpessoais, os quais por sua vez afetam a saúde física e psicológica dos indivíduos, rebaixando sua autoestima e trazendo prejuízos para o desenvolvimento emocional das pessoas, além de dificultar sua adaptação ao convívio social saudável. Finalmente, a partir de uma abordagem transdisciplinar, apresentamos sugestões que possibilitem a transformação das relações sociais, reforçando os valores éticos que estimulem a reflexão e o diálogo sobre nossas interações sociais, visando maior participação e cooperação social. 

  • ANTÓNIO DOMINGOS BRAÇO
  • PANA NSANJE PANA MWAMBO: GÊNERO E NARRATIVAS ORAIS DO POVO SENA EM MOÇAMBIQUE.

  • Data: 24/01/2017
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  • Pana nsanje, pana mwambo, traduzido literalmente da língua cisena significa “onde há um dito há uma tradição” é uma descrição sobre as representações coletivas nos processos de construção de gênero. Este estudo é resultado de uma pesquisa etnográfica que foi realizada entre o povo Sena, no distrito de Marromeu, província de Sofala, em Moçambique, no período de 2013 a 2016. Entre os diversos aspetos dos modos de vida e organização social dessas populações, ficou constatado que nas suas narrativas orais – provérbios, contos, ritos, cantos e danças – e nas suas maneiras de apropriações dos espaços físico-geográfico-sociais e culturais, com referência a ocupação do rio Zambeze e seus entornos, estão implícitas ideias que dizem sobre os modos de atuações e os comportamentos sociais. Essas concepções estão inscritas no contexto do jeito Sena de ser, do que se refere às mulheres – pya akasi – e aos homens – pya amuna. A partir dessas imagens, os Sena sugerem quais são as identificações, as diferenciações e as performances culturalmente aceites, do que é feminino e masculino dentro desse contexto.

2016
Descrição
  • ANA CLAUDEISE SILVA DO NASCIMENTO
  • “TECNOLOGIA SOCIAL PARA QUALIDADE DE VIDA EM TERRITÓRIOS DE CONSERVAÇÃO: PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NAS RESERVAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MAMIRAUÁ E AMANÃ

  • Data: 12/12/2016
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  • “TECNOLOGIA SOCIAL PARA QUALIDADE DE VIDA EM TERRITÓRIOS DE CONSERVAÇÃO: PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NAS RESERVAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MAMIRAUÁ E AMANÃ

  • JOSÉ JULIERME FURTADO DOS SANTOS
  • PIRATEIRO É QUEM VENDE: UM ESTUDO SOCIOANTROPOLÓGICO SOBRE OS VENDEDORES DE CDS E DVDS DA FEIRA DO GUAMÁ (BELÉM-PA)

  • Data: 23/11/2016
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  • O objetivo deste trabalho é compreender antropologicamente a vida social e econômica dos Pirateiros do bairro do Guamá, em Belém (PA). Esta pesquisa utilizou como metodologia de pesquisa, recursos etnográficos e questionários com perguntas abertas e fechadas, entrevistas formais e informais, e como técnica, o gravador de voz. Os Pirateiros são antes de tudo sujeitos que vendem mídias de CDs e DVDs “piratas”. A identidade Pirateira não deve ser confundida com a de um simples camelô, ou autônomo, ou pirata. A pesquisa traz ainda uma contextualização do bairro e uma discussão densa sobre o mercado e a dádiva, relacionando a discussão com a Antropologia Econômica, buscando subsídios teóricos e práticos para a compreensão da venda e compra das mídias. Por fim, este trabalho pretende descrever, analisar, explicar e compreender a vida social e cultural dos Pirateiros do Guamá.  

  • RAIMUNDO MIGUEL DOS REIS PEREIRA
  • O QUE ESSA GENTE VEIO FAZER AQUI ...? MIGRAÇÃO E SOCIABILIDADE DA FORÇA DE TRABALHO "DESQUALIFICADA" PARA PARAUAPEBAS. 

  • Data: 18/08/2016
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  • A marcha da migração da força de trabalho para Parauapebas, cidade paraense que tem sofrido desde a década de setenta do século XX intenso processo de mobilidade humana, já motivou deferentes pesquisadores a enfrentarem o desafio de entender com clareza as dimensões sociais que se envolvem atores-sujeitos no cotidiano. A migração é em sua natureza uma forma desordenada de deslocamento humano que, combinada com a ausência de planejamento estatal à recepção dos migrantes, causam um conjunto de problemas sociais que afetam tanto a sociabilidade do migrante, quanto disparam o sentido de estranhamento dos grupos sociais receptores. Assim, torna-se importante a pesquisa, na medida em que esta justificativa trata do perfil social, cultural, econômico e político que pode ser retratado nas relações macro social e inter-relações sociais dos migrantes na região do Sudeste paraense; e a importância teórica do trabalho para a problematização dos conflitos socioculturais; e valorizar a preocupação de outros pesquisadores na construção do estudo na trama sociológica da migração e sociabilidade.

  • ELCIO SANT ANNA
  • "NÃO BRINCA COM SÃO BENEDITO": UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO DAS NARRATIVAS NAS DEVOÇÕES BENEDITINAS DE BRAGANÇA - PA. 

  • Data: 11/08/2016
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  • Este é um estudo sobre as “narrativas de São Benedito nas festividades de Bragança do Pará”,
    que marcam de maneira indelével o calendário da microrregião, de maneira mais acentuada
    entre os 18 a 26 de dezembro há quase de 218 anos. As histórias de São Benedito dariam conta
    de sua franca atividade em que o Santo acionado pela fé, na forma de pedidos, rezas, traria
    benesses, curas e endireitaria a vida dos fieis. A pesquisa se orienta especialmente por uma
    abordagem não reducionista, a fim de evitar dicotomias tais como mito e rito, festividades e
    narrativas. Por isto adota abordagem para pensar um modelo compreensivo, chamado aqui de
    experiências agoráticas que tem por objetivo lançar luzes sobre as imagens vistas na vivência
    etnográfica, de modo a não dissociar as narrativas e festas. Por isto pesquisa, junto aos
    esmoladores e seus Encarregados, as narrativas do Santo no percurso emaranhado das
    esmolação. Resgatar a história da marujada como contexto institucional-festivo para as
    narrativas beneditinas no bojo da esmolações. Deste modo, percebe uma “meshwork” de
    narrativas é formada a partir das viagens dos esmoladores de São Benedito, construindo
    “mapas verbais” da devoção na região dos colonos. E concentra-se em dado momento na
    figura dos Encarregados de Comitivas de Esmolação como “narradores de São Benedito”.
    Além disso, ele apresenta narrativas exemplares, reforçando o impacto do conteúdo da devoção
    dos colonos, deixando clara a competência performativa de contadores de histórias.

  • EUZALINA DA SILVA FERRAO
  • VAQUEIROS, COMPADRES CRIADORES DE GADO E TRANSFORMAÇÕES NOS CAMPOS DO MARAJÓ: RELAÇÕES SOCIAIS EM MUDANÇA. 

  • Data: 18/05/2016
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  • Esta tese tem por objetivo analisar o modo de vida de vaqueiros, compadres, criadores de gado e transformações nos campos do Marajó, a partir das relações sociais em mudança, principalmente no trabalho. O foco da pesquisa concentra-se na população localizada na área do rio Atuá, entre o rio Anabiju e São Miguel, no município de Muaná, parte que compreende a microrregião dos campos da Ilha de Marajó. Abordei esses fenômenos e eventos na longa duração de uma história particular de formação da sociedade marajoara, cuja atividade de criação de gado constituiu a economia local desde os primeiros momentos no século XVII. Analisei processos de organização dos grupos sociais envolvidos para dar conta das mutações imanentes ao movimento de permanência e mudanças na composição dos grupos que manejam as atividades de vaqueiro, com suas relações de compadrio, uma particularidade constituída na dinâmica de um modo de vida. As linguagens, hábitos e costumes estão associados a um contexto físico-social em transfiguração devido à introdução de novos instrumentos de trabalho e comunicação inerentes à sociedade do presente, portanto associadas a elementos como a certificação do gado e a demarcação da terra e do seguro-defeso.
    Palavras-chaves: Vaqueiros, Compadres, Marajó, transformações, trabalho, relações sociais

  • WALDILÉIA RENDEIRO DA SILVA AMARAL
  • NO VAI E VEM DAS MARÉS, O MOVIMENTO DA VIDA: MULHERES, FAMÍLIA E TRABALHO NA ILHA DE QUIANDUBA, ABAETETUBA/PA.

  • Data: 29/04/2016
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  • Neste estudo apresento uma aproximação à dinâmica e variabilidade cultural das
    famílias de um segmento social da Amazônia, historicamente chamado (nem sempre por eles
    mesmos) de ribeirinho, em uma localidade, situada na região das Ilhas de Abaetetuba. A
    partir da relação família & trabalho, sem esquecer as injunções de gênero, com ênfase ao
    protagonismo feminino frente à dinâmica atual da organização familiar, busco compreender
    como se atualizam as configurações de família no tocante ao seu perfil, ao conjunto (mesmo
    variável) de seus membros, os aspectos relevantes que conformam o espaço de convivência
    familiar. Atento para a organização das atividades de homens e mulheres (sem esquecer as
    crianças) quanto ao provimento material e afetivo, o uso do dinheiro, a realização das tarefas
    da casa e da produção, sempre com atenção às formas pelas quais as relações entre os gêneros
    se processam na vida diária, considerando a geração e as etapas do ciclo de vida e, sobretudo,
    o significado que dão, nesse contexto, à experiência vivida.

  • ADERLI GOES TAVARES
  • DOUTORA, EU VIM TENTAR A SORTE: O ATALHAR NO HOSPITAL PÚBLICO JOÃO DE BARROS BARRETO.

  • Data: 26/04/2016
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  • O estudo tomou como objeto o acesso dos usuários aos serviços de saúde pública, neste caso o acesso ao Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) localizado na área urbana, no bairro do Guamá, na cidade de Belém-PA. O foco do estudo foram as redes de relações sociais construídas pelos usuários guamaenses para acessarem às consultas médicas em: Clínica Médica, Pneumologia e Endocrinologia no ambulatório de especialidades do Hospital. O acesso informal foi denominado de “atalho” e configurou-se como uma organização social interna que agrega redes sociais parciais (BARNES, 1987) externas e internas. Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte.

  • ANDRE LUIZ MARTINS DA SILVA
  • EXPERIÊNCIA MÍSTICA COMO NARRATIVA E POESIA (SINCRETISMOS E TRADUÇÕES) NA CULTURA: A CURA PELA LINGUAGEM NA CABALÁ E NO REIKI EM BELÉM E MARITUBA-PA.

  • Data: 25/04/2016
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  • A tese que aqui apresento trata da questão da mística como fenômeno antropológico,
    pensando o fenômeno da mística na cultura como na linguagem, observando também
    a cura mística, ou seja, a compreensão de um processo de experiência mística na
    narrativa da doença ou da cura em praticantes da Cabalá e do Reiki em Belém e Marituba.
    Busca-se uma compreensão da relação entre mística e a vida, no sentido de uma
    análise antropológica das narrativas e poesias contidas no modo de contar a experiência
    mística dos diferentes agentes místicos. Faz-se também uma discussão para compreender
    de que maneira a etnografia feita pelo antropólogo pode ser afetada pela experiência
    narrativa, isto é, pela etnografia nativa em forma de narrativa mística. Trava-se a discussão
    sobre as injunções entre a etnografia e a literatura. Também se discute o modo como
    mística é tratada na experiência literária de escritores como os poetas e ensaístas
    Fernando Pessoa e Jorge Luis Borges, significando que a experiência mística desses
    escritores se transfigura em suas obras literárias e poéticas. A mística como metalinguagem
    nos possibilita pensarmos a etnografia como metalinguagem à semelhança da literatura,
    mostrando-se a noção de etnografia como metalinguagem em consonância com
    literatura. O trabalho mostra que o campo antropológico da mística não pode ser visto
    como uma manifestação derivada do campo da religião, ou seja, um epifenômeno da
    religião. Ainda que tenha relações com a religião, a mística, observada na Cabalá e no
    Reiki, praticados em Belém e Marituba se distancia do campo da religião e mantem
    intimas relações com o campo da arte, significa dizermos que o domínio da experiência
    mística se dá na transfiguração da vida dos místicos em obra de arte, uma obra vivida na
    linguagem e na oralidade. Os místicos observados tanto Cabalá como no Reiki são narradores
    de suas vidas, obras literárias inscritas na linguagem, na fala, bricolagens de
    múltiplas referências, sincretismo entre mística, vida e mundo. Em alguns casos se observou
    a distância e uma contraposição da experiência mística à experiência religiosa,
    pois mesmo aqueles místicos que se dizem religiosos são na verdade contrapostos a
    religião no sentido de mostrarem em suas narrativas que deve haver um retorno do indivíduo
    a si-mesmo. Uma compreensão de que o Sagrado não está vinculado à instituição
    6
    religiosa, mas, está referida à experiência de busca interior do indivíduo, nesse sentido a
    religiosidade se transforma em ser-místico, que difere de uma identidade religiosa. O
    místico em sua narrativa assume diferentes peles, diferentes pessoas, a narrativa mística
    nos apresenta um ethos místico que não se enquadra na visão de um ethos religioso,
    pois o ethos da mística é flexível e performático.

  • LILIAN SILVA DE SALES
  • EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORAS/ES "EM FORMAÇÃO" E ARTICULAÇÕES DE GÊNERO E RAÇA EM ESCOLAS PÚBLICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM. 

  • Data: 19/04/2016
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  • o trabalho, intitulado Experiências de Professoras/es “em Formação” Articulações e lações de Gênero e Raça nas Escolas Públicas da Região Metropolitana de Belém teve como objetivos analisar as percepções acerca de gênero e raça que professoras/es da rede pública da Região Metropolitana de Belém do Pará apresentam, a partir de suas experiências pedagógicas, no período em que essas/es participavam do curso Gênero e Diversidade na Escola (GDE), realizado em duas edições – 2009 e 2012. Identificar as principais dificuldades e possibilidades encontradas por essas/es docentes na abordagem das temáticas de gênero e raça nos seus contextos escolares, as contribuições das experiências vivenciadas por elas/es no curso para a superação das dificuldades identificadas, além de analisar as estratégias criadas por sete professoras participantes da primeira edição do curso GDE para a efetivação do debate com as temáticas de gênero e raça em suas práticas pedagógicas. Para tanto, coletei dados de fichas de inscrição e avaliação do curso GDE na sua primeira edição, disponibilizadas pela coordenação do curso; em questionário formulado e aplicado por mim aos cursistas que participaram da segunda edição do curso GDE e entrevista realizada no período de abril a julho de 2015 com sete professoras que participaram do curso na edição de 2009. Os relatos das/os professoras/es, presentes nas fichas, questionários e entrevistas, apontam que o debate acadêmico sobre gênero e a sua articulação com raça tem se efetivado de forma pontual, pouco articulada ao trabalho coletivo desenvolvido nas escolas e com maior frequência é fruto de iniciativas individuais de professoras/es, esses são fatores que dificultam superar as resistências e as desigualdades, presentes nesses diversos espaços escolares.
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  • AGNALDO AIRES RABELO
  • MEMÓRIAS EM MOVIMENTO: HISTÓRIAS DE LUTA E RESILIÊNCIA: FACES CABANAS DA IDENTIDADE AMAZÔNICA.

  • Data: 13/04/2016
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  • Memórias em Movimento: Histórias de Luta e Resiliência: Faces Cabanas da Identidade
    Amazônica é a continuidade de uma pesquisa etnográfica, realizada a partir de incursões a
    campo, no vale do rio Capim, no Nordeste do Estado do Pará. Espaço geográfico em que
    encontrei velhos das antigas, que narram histórias sobre os elementos, que para Maués
    (2006), nos permitem compreender a constituição de uma identidade amazônica, entre os
    quais a memória da Cabanagem, que se resignifica, na região com a Revolta do Capim
    ocorrida em 1891. Neste (re)encontro com o passado/presente, faço inicialmente uma revisão
    de faces distintas do movimento, base histórica para os capítulos seguintes. Estes de caráter
    etnográfico, constituem uma proposta de compreensão da Cabanagem e da persistência de
    uma condição permanente cabana, de luta e resiliência, que se faz presente, quando as ruas de
    Belém são tomadas pela invasão de um rio de gente no Círio de Nazaré. Condição similar a
    aristocracia de pé no chão (Dalcídio Jurandir 2008) e aos Alfredos dalcidianos da ilha de
    Santana do Arari, localizada no município de Ponta de Pedras (Marajó), selecionada para a
    pesquisa, entre outras razões históricas, por ter sido um ponto de resistência aos cabanos.
    Desta forma, este trabalho de caráter histórico-literário e etnográfico, tem como objetivo
    principal: compreender as faces de uma identidade amazônica, na perspectiva de Maués
    (2006), aproximando assim, textos e realidades etnoliterários, que apresentam similaridades,
    pois, para além das construções historicistas da mobilização, ou de uma Cabanagem restrita
    ao espaço de cidades, atualmente, cabe estudar a luta dos cabanos que estiveram embrenhados
    nas matas e rios da Amazônia, propondo outra versão dessa história. “Uma versão que mostre
    um território que, desde longa data, abrigou muitos homens e mulheres trabalhadores e que
    está muito distante da imagem do “inferno verde” ou do “vazio demográfico” que foi imposta
    a essa região com claros motivos políticos”. (Ricci 2008, p.169). Considerando-se assim a
    tese: de que as condições históricas de dominação política, exploração socioeconômica e de
    disputas pelo poder, condicionam a eclosão de revoluções populares, e fazem parte de uma
    estrutura de longa duração (Sahlins 2004), e especialmente, da perspectiva gadameriana de
    círculo hermenêutico (2002), pensada segundo os princípios de uma hermenêutica filosófica
    de compreensão do mundo. Estando presente nas cenas da vida amazônica (Veríssimo 2013),
    vivenciadas, ao longo da experiência etnográfica real e das obras etnoliterárias, que buscamos
    incessantemente, na ânsia de compreensão, da realidade amazônica.

  • EDGAR MONTEIRO CHAGAS JUNIOR
  • PELAS RUAS DE BELÉM ... PRODUÇÃO DE SENTIDO E DINÂMICA CULTURAL NOS ARRASTÕES DO PAVULAGEM EM BELÉM DO PARÁ.

  • Data: 01/04/2016
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  • As recentes demandas de grupos de habitantes nos grandes centros urbanos do país sobre
    algumas manifestações culturais compreendidas como tradicionais – estas acessadas
    segundo um modelo de representação cultural cuja dimensão de valor identitário tem sido
    cada vez mais acionado – tem possibilitado algumas reflexões que perpassam a condição
    de uso e apropriação de espaços públicos por citadinos que elaboram e instituem
    diferentes maneiras de se expressar artístico-culturalmente sem necessariamente seguir os
    padrões consolidados dos grandes eventos onde prevalece o distanciamento entre o artista
    e o público. Nas últimas duas décadas, observa-se uma retomada de ações de cunho
    pedagógico sobre os saberes oriundos de antigos folguedos populares que passaram a
    fornecer um referencial para a produção de discursos de ativistas culturais urbanos que se
    notabilizaram diante aos apelos sobre a “degradação” das identidades em um mundo
    economicamente globalizado, reorientando a participação e o consumo dos chamados
    bens culturais e proporcionando uma maneira de mobilização de públicos que passaram
    a (re)assumir a rua como referencial de sentido, de socialização e de experimentação como
    energia motriz de realização de uma ação cultural performaticamente ritualizada. Desta
    forma, Este trabalho se propõe a colaborar com essas discussões ancorado na
    possibilidade de entrelaçamento das noções de patrimônio, ritual e performance motivado
    a partir da observação de um movimento cultural denominado Arrastão do Pavulagem, o
    qual nos seus vinte e oito anos de atuação se consolidou no calendário cultural de Belém
    do Pará como um momento de (re)criação estética e simbólica da festa a partir da atuação
    de músicos, dançarinos, cantores, atores, produtores, que perfazem suas ações em um
    ambiente, ao que sugere, se institui a partir do sentido de participação e experimentação
    do lugar como um dos fundamentos desse movimento mobilizado por interesses diversos
    mas que, no contato com este ambiente, se entrecruzam e performaticamente elaboram
    discursos e visualidades que atuam na possibilidade de (re)interpretação da paisagem
    urbana do Centro Histórico de Belém do Pará.

  • SANDRA SUELY MOREIRA LURINE GUIMARAES
  • "ABUSO INCESTUOSO INFANTIL: O PODER JUDICIÁRIO GARANTE A PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA VÍTIMA?".

  • Data: 31/03/2016
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  •  

    O abuso incestuoso infantil já pode ser considerado um problema de saúde pública em função da elevada incidência e dos graves prejuízos que acarreta para o desenvolvimento da criança. A dinâmica desta forma de violência é complexa e envolve aspectos psicológicos, sociais e jurídicos. O presente estudo visa realizar uma discussão acerca dessa temática a partir da interface social e jurídica. Defenderemos que a prática incestuosa pode comprometer o desenvolvimento equilibrado da criança e assim negar tanto sua condição de sujeito do desejo, quanto a de sujeito de direitos. Em ambas as formas de negações da subjetividade, a criança é vista apenas como objeto. Nosso objetivo consistiu em analisar como o Poder Judiciário brasileiro tem enfrentado os casos de o abuso incestuoso, com o intuito de investigar o tratamento dispensado à criança vítima. Discutimos que o modelo criminal pautado no punitivismo, limita-se a punir o agressor relegando a vítima a um plano secundário, colocando-a como objeto probatório no processo. Em virtude disso sinalizamos que a Justiça Restaurativa por ser uma abordagem centrada na vítima, o que se coaduna com a Vitimologia, é a abordagem adequada para interromper essa modalidade de violência, por se preocupar com a reparação do dano e sobretudo por contribuir com o processo de resiliência da criança vítima.

     

     

     

  • IEDA FERNANDES DA SILVA
  • AS CATEGORIAS DO MAL NO SISTEMA CARCERÁRIO PARAENSE ANALISADAS PELA VIA ONTOFENOMENOLÓGICA DA ÉTICA DE BUBER, RICOEUR E LEVINAS.

  • Data: 29/03/2016
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  • A presente tese tem como propósito investigar as categorias do mal no Sistema Penitenciário do Pará a partir da antropologia filosófica de Martin Buber e Emmanuel Lévinas, da antropologia social de Paul Ricoeur e da antropologia jurídica de Michel Foucault cujos fundamentos apontam para a dignidade da pessoa humana. Com os pressupostos destes grandes pensadores demonstro a não realização das categorias de proteção da condição humana no sistema prisional paraense uma vez que neste espaço de privação de liberdade prevalecem as categorias do mal sobre os apenados impressas nos maus-tratos, nos suplícios, na miserabilidade e na suspensão de direitos neste verdadeiro estado de exceção no qual se tornou o sistema prisional. Discuto os pressupostos dos teóricos já assinalados estabelecendo um diálogo com outros pensadores voltados para as condições de maus-tratos, opressão e desqualificação da existência dentre os quais destaco Hanna Arendt, Teresa Caldeira e Giorgio Agamben. Toda a abordagem disposta nos capítulos desta tese denotam o anacronismo da prisão na contemporaneidade uma vez que a pena de prisão atribuída ao criminoso não realiza sua função de punição e ressocialização. Desta feita o espaço prisional apresenta-se como a mais visível forma de manutenção de vidas matáveis sem que o Sistema Prisional e o Estado que custodia os encarcerados sejam capazes de efetivar políticas públicas que possibilitem a estes sujeitos os direitos assinaladas na Legislação vigente.

    Palavras-chave: Próximo, Prisão, Outro, Rosto, Estado de

  • ROSA LÚCIA LIMA DA SILVA CORREIA
  • "COMO OS NÊGOS DOS PALMARES: UMA NOVA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA NA SERRA DA BARRIGA - AL".

  • Data: 18/03/2016
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  • Esta pesquisa trata da luta pela liberdade dos sitiantes da Serra da Barriga, em União dos Palmares, Alagoas. O espaço abrigou o maior assentamento da América de escravos fugidos, o Quilombo dos Palmares, e por este motivo em 1986 foi reconhecido como patrimônio cultural e natural da nação. Em 1988 recebeu o título de Monumento Nacional, o que levou à desapropriação das terras locais para fins de estudos científicos diversos, reflorestamento e construção de um parque memorial, uma espécie de museu temático que se assemelha em arquitetura e paisagem à antiga edificação quilombola. Desde então os moradores, camponeses da Zona da Mata alagoana, uma das áreas de maior produção sucroalcooleira do Nordeste, estão vivenciando restrições de trabalho e ameaças de expulsão, por parte do Estado e do Movimento Negro. A situação é bem semelhante ao tempo que viviam sob o domínio dos usineiros locais e é significativamente também análoga, como eles mesmos afirmam, à que os negros dos Palmares viveram quando ali se instalaram, há mais de 300 anos, ao fugirem das plantagens de cana de açúcar para viverem em liberdade. A luta é pela sobrevivência, por terra e trabalho, garantias de liberdade para qualquer camponês e que foram negadas desde o tombamento da Serra da Barriga. A investigação etnográfica traz, portanto, as memórias de apropriação do espaço e as formas cotidianas de resistência destes sitiantes em conflito com o patrimônio nacional e a memória coletiva do Movimento Negro. Nessa empreitada, as teorias sobre o campesinato, especialmente no Nordeste, a campesinidade, as formas cotidianas da resistência camponesa e sobre a tríade memória, história e patrimônio foram vitais para essa questão.

  • BRUNO GUILHERME DOS SANTOS BORDA
  • VIVÊNCIAS, TECNOLOGIAS, RITMO E ETNOGRAFIA: UMA VISÃO AFROAMAZÔNICA SOBRE O RAP NACIONAL.

  • Data: 18/03/2016
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  • RESUMO
    BORDA. B. G. S. Vivências, tecnologias, ritmo e etnografia: Uma visão afro amazônica sobre o Rap Nacional. 2016. 141 p. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém-PA, 2016.
    Esta tese, que está vinculada à linha de pesquisa Religião e saúde, simbolismo e poder, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/PPGSA da Universidade Federal do Pará/UFPA, analisa dados referentes a mais de nove anos de pesquisa junto à cultura Hip Hop local (Belém/PA) e nacional, organizando uma interpretação pautada na dialogia e na vivência nativa do fenômeno cultural pesquisado. O processo de Sociação e as práticas de Sociabilidade da cultura de rua no Brasil promoveram mudanças significativas nas identidades juvenis, sobretudo afrodescendentes, nos campos cultural, politico, educacional, artístico e tecnológico, proporcionando a visibilidade tanto da arte, como dos artistas, gerando a possibilidade de compreender a dinâmica social brasileira no que tange às relações raciais e de poder. A construção da história social seletiva do Hip Hop em Belém, se faz a partir das vivências no campo, e da relação com a cultura na sua forma escrita e oral, como também da aproximação entre o fazer científico e o fazer artístico, discutindo a epistemologia dos dois casos, a antropologia e o Rap, para subsidiar minha proposta textual que se pretende alternativa. Com o avanço das “novas tecnologias” de comunicação e produção musical, mostrando o avanço que a conexão em tempo real ocasionou na visibilidade dos artistas deste estilo, demonstro também como estas tecnologias redirecionaram as estratégias frente ao mercado fonográfico do Rap. Todas estas reflexões propõe a franca e massiva utilização dos conhecimentos antropológicos para além do fazer cientifico, criando assim ferramentas intelectuais pedagógicas, e para “homens da ação pratica”, “sacerdotes”, “leigos” e “hip hoppers”.

  • DAYSEANE FERRAZ DA COSTA
  • QUANDO O CAMPO É O MUSEU: UMA ETNOGRAFIA DA RELAÇÃO HOMEM, TEMPO E OS OBJETOS EM BELÉM DO PARÁ.

  • Data: 14/03/2016
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  • xxx

  • RAISSA MOREIRA LIMA MENDES MUSARRA
  • "SALVE O ITAPECURU": ASPECTOS PÚBLICO E POLÍTICO DA EMERGÊNCIA DE UM TERRITÓRIO SOB AS EXIGÊNCIAS DA AMBIENTALIZAÇÃO".

  • Data: 14/03/2016
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  • A elaboração deste trabalho objetivou a compreensão e acompanhamento de dinâmicas que
    envolvem uso e gestão de recursos naturais no estado do Maranhão. Neste contexto destaca-se
    o rio Itapecuru como alvo de dinâmicas da ação pública dirigidas para seu uso e gestão, isto é,
    ações do governo, isoladamente ou em conjunto com os atores privados que tentam responder
    a situações percebidas como ―problema‖. Deste modo, questiona-se: De que maneira, ao
    longo da história antiga e recente, sociedade e Estado vêm fazendo uso das águas do rio
    Itapecuru e como essa utilização comprometeu a vida e a saúde deste rio? Vem o Estado
    materializando ações no sentido de reparar os danos historicamente acumulados na vida do
    rio, de modo a garantir sua perenidade e uso pelas gerações atuais e futuras? Visando
    responder a estas questões a pesquisa efetuou-se a partir de trabalho de campo utilizando-se o
    método etnográfico para caracterizar a configuração social no município Itapecuru-
    Mirim/MA, combinado com a realização de entrevistas semi-estruturadas com agentes do
    poder público estadual. Além disso foram realizadas análises dos quadros normativos e
    procedimentais relacionados às questões observadas. Na abordagem adotada para a
    sistematização da observação de tais dinâmicas de ação pública foi problematizada a
    emergência de um ―problema público‖ envolvendo a mobilização de grupos diretamente
    afetados por uma situação considerada prejudicial aos seus interesses e que é apresentada e
    discutida no espaço público, assim como a emergência de um ―problema político‖ pois
    inscrito em uma agenda governamental, buscando-se compreender quais as condições e os
    efeitos da passagem da questão pública à questão política, questões do domínio da sociologia
    da ação pública (LASCOUMES e LE GALÈS, 2005) especialmente a que se ocupa das
    respostas políticas às questões ambientais (LASCOUMES, 2012). Através da pesquisa
    constatou-se que as questões ambientais escapam às divisões territoriais administrativas
    tradicionais e que da relação entre os atores sociais e entre estes e os recursos emergem
    desafios a exigirem respostas capazes de articular diferentes interesses e perspectivas sobre
    um rio-território sujeito a intervenções políticas, técnicas e econômicas, portanto em
    permanente construção a partir de ações locais. O contexto de precariedade institucional no
    que tange a respostas às exigências da ambientalização é revelado na insuficiência de arenas
    de debates sobre a degradação ambiental a que está exposta a Bacia do rio Itapecuru, na
    sobreposição de ações, ou seja, na ausência de intervenções articulando escalas espaciais e
    territórios diferentes, e na gestão caótica dos recursos, que está fortemente relacionada a
    estruturas de poder pouco democráticas, nos níveis local e estadual, o que dificulta a
    articulação não só entre atores, mas entre políticas que possibilitem a inserção da
    problemática ambiental na gestão do interesse público local e em políticas sociais que
    contemplem a complexidade da ação pública.

  • LUIZ DE JESUS DIAS DA SILVA
  • "PEDRA, REDES E MALHA NA CIRCULAÇÃO DO PESCADO DO VER-O-PESO AO MEIO URBANO DE BELÉM DO PARÁ".

  • Data: 08/03/2016
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  • Neste projeto foi elaborada uma discussão com a respectiva etnografia quanto ao processo de comercialização do pescado que desembarca na enseada do complexo Ver-o-Peso, local denominado popularmente de Pedra e as Redes sociaisaí imbricadas; onde diariamente, nas madrugadas, se estabelece esse evento que resulta na comercialização para toda aMalha urbana da cidade de Beléme em menor quantidade para outras cidades do Estado, de outros estados brasileiros e até –eventualmente - para outros países. São Redes parciais que formam uma grande Rede envolvendo muitas pessoas conectadas umas às outras sendo a princípio rede de comercialização, mas que têm as características de Redes sociais segundo os conceitos de Barnes (1972, 2003, 2010), Mitchell (1969) e Wasserman e Faust (2009). Assim, essa Rede possui dimensões que podem ser vistas conceitualmente (BARNES:2010) na sua totalidade ou nos seus vários fragmentos, seja no entreposto pesqueiro, seja antes desse momento nos locais de pesca ou na fase em que o pescado é levado por um comprador para ser revendido em um mercado, supermercado ou em uma feira de bairro, fazendo com que chegue aos restaurantes e às residências das pessoas comuns que os consomem. Mas é na Pedraou entreposto pesqueiro o lócus onde há uma centralidade dessaRede social, onde há a comercialização e o limiar entre os rios, litorais e o meio urbano ou Malha,para onde o pescado é distribuído. A relação entre as pessoas,tecida em redes de comercialização que estãoenvolvidas nesse processo, no qual há um conflito latente advindo do aceno dado pelo Poder Público ao propor sua retirada para outro local ao norte da Cidade, e o envolvimento direto e indireto que a população de Belémtem com esse pescado, as minúcias nos aspectos econômicos, culturais e sociais, instigam para que se leve a cabo essa pesquisa através de observações direta e participante e cuja importância é a reflexão que permitirá fazer um balanço quanto a sua localidade, operacionalidade, aspectos culturais e relacionais, que ocorrem em forma de redes sociais, aí implicados.

  • EDSON DE JESUS ANTUNES CORREA
  • CONSTRUÇÃO NAVAL ARTESANAL E A METAMORFOSE DO CAPITAL NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO SOBRE CONSTRUTORES DE EMBARCAÇÕES DE MADEIRA EM IGARAPÉ-MIRI (PA).

  • Data: 03/02/2016
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  • Estudo de caso sobre a atividade tradicional da Construção Naval Artesanal dos “construtores de embarcações de madeira” do Município de Igarapé-Miri, estado do Pará e a Metamorfose do Trabalho, Capital na Amazônia. Tem como objetivo investigar as transformações no modo de viver e reprodução social desses trabalhadores no contexto da sociedade envolvente, frente à incorporação progressiva de emergentes tecnologias na produção de embarcações de múltiplos usos no mercado global, identificando as formas de manutenção e reprodução social desta forma de saber tradicional, que, desde sua origem até hoje, mantém centenas de pessoas ocupadas com esta atividade econômica, social e cultural no Pará. Esta atividade apresenta em sua estrutura funcional três segmentos: o carpinteiro naval, o calafate e o pintor naval, sendo a estrutura hierárquica do ofício composta pelo mestre artesão, o artesão profissional e o aprendiz. Os mestres artesãos são o centro do ofício, são os coordenadores e proprietários de estaleiros navais artesanais, detentores de um acervo intelectual tácito passado de geração em geração conseguem manter seus familiares em situações mais adversas devido à remuneração da atividade pertencer à família, e estes têm o compromisso social de mantê-los. Neste aspecto, observa-se nos últimos anos a crescente concentração da produção de embarcações para fabricação dos tipos rabetas e rabetões bem como a inserção da comercialização e produção de rabetas e embarcações de alumínio soldado deste mesmo modelo na cidade de Igarapé-Miri. Isso gerou mudanças que afetam diretamente as relações de produção, renda e oferta de trabalho nos estaleiros navais artesanais, modificando-se e adaptando-se progressivamente o modo de viver e reprodução social dos construtores do ofício. A pesquisa adotou o padrão metodológico das experiências de estudos de caso, utilizando procedimentos metodológicos de diferentes gêneros numa estratégia de pesquisa quantitativa e qualitativa em que o método etnográfico permeia toda a análise.

2015
Descrição
  • DILMA LOPES DA SILVA RIBEIRO
  • "UM MEIO MUNDO DE COISAS": REPRESENTAÇÕES DA ADOLESCÊNCIA EM PARAUAPEBAS, PARÁ, UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA. 

  • Data: 21/12/2015
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  • Este trabalho representa os resultados de uma pesquisa que visou identificar marcadores identitários vivenciados e reconhecidos por indivíduos que se auto-denominam adolescentes, assim como alguns daqueles atribuídos pelo mundo adulto, a partir do trabalho de campo realizado entre 2011 e 2014, centrado na observação e no diálogo com interlocutores residentes no município de Parauapebas (PA), na Amazônia brasileira. Desta forma, ao evidenciar percepções traduzidas de suas ações e discursos, ao mesmo tempo em que identifiquei elaborações que fazem acerca de si-mesmos em nível territorial e também universalizante elaborei esta tradução a qual apresenta uma visada sobre a própria cidade no presente etnográfico. As analises levaram a constatação da imbricação – inevitável – entre suas visões de mundo e elementos constitutivos da configuração sócio espacial, quais sejam: a migração e o trabalho.

  • RONALDO DE OLIVEIRA RODRIGUES
  • ETNOGRAFIA DE MÍDIA: ANALISANDO SIGNIFICADOS DA RELAÇÃO RELIGIÃO-TELEVISÃO COM JOVENS DE BREVES-MARAJÓ-PARÁ.

  • Data: 16/12/2015
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  • O uso das mídias massivas pelas igrejas é um fato. Nas duas últimas décadas várias igrejas têm intensificado os investimentos especialmente em televisão, alcançando os mais recônditos locais. O Marajó não se isola desta realidade. A partir dessas questões é que o objetivo geral dessa tese é analisar como a programação telerreligiosa participa do processo que configura a religiosidade do jovem marajoara brevense, considerando desde situações que partem do consumo de produtos midiáticos até o uso da mídia televisiva pelas instituições religiosas. Para tanto, a partir de uma etnografia de mídia, foram selecionados os programas telerreligiosos que os jovens colaboradores mais assistem, enfatizando as estratégias de marketing e os recursos técnicos e discursivos dos programas no âmbito do consumo como prática cultural na contemporaneidade. Os dados de campo indicam, principalmente, que a TV Nazaré não é tão bem aceita pelos jovens, diferente do caso da TV Canção Nova e dos programas da Assembleia de Deus; os jovens assembleianos são bem mais críticos quanto às suas lideranças que os católicos; há uma “identidade assembleiana” que envolve os jovens desta igreja de forma muito mais enfática que os católicos; os programas assembleianos se aproximam bastante do neopentecostalismo; a música é um elemento comum enquanto mecanismo de evangelização tanto para jovens católicos quanto assembleianos; os jovens não recebem passivamente as mensagens, mesmo considerando a doutrina confessional enraizada nos produtos midiáticos/religiosos e; tanto para católicos quanto assembleianos marajoaras os programas telerreligiosos atuam como mediadores de formação.

  • KÁTIA BÁRBARA DA SILVA SANTOS
  • O CUIDAR DO OUTRO NO DOMICÍLIO: A ÉTICA DA HOSPITALIDADE NO CONTEXTO DO HIV/SIDA EM MAPUTO (MOÇAMBIQUE).

  • Data: 24/11/2015
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  • Esta tese é resultado da pesquisa de campo realizada em Maputo, capital de Moçambique, com a equipe dos Cuidados Domiciliários (CD) (português moçambicano) conduzida por médicos ou enfermeiros com o auxilio de voluntários e ativistas, que presta assistência às pessoas que vivem com HIV/SIDA (PVHS). As discussões sobre as atividades de cuidar dos ativistas e a relação com a alteridade e a ética revelou-se como uma questão central a partir das visitas ao domicilio, das narrativas dos ativistas e das observações de campo. Nas visitas ao domicílio o impacto desta doença é visível na vida das pessoas, não só em nível físico, mas por meio da experiência de sofrimento, que não se reduz somente ao fato da doença não ter cura, ao medo da morte ou da invalidez, porém, a todo contexto que é agregado ao estar doente, neste caso especifico: a dor do abandono, a falta de comida, o afastamento dos membros da família, a perda dos filhos, os conflitos materiais e outras situações que fazem parte do dia a dia dos ativistas. Observei que as atitudes de cuidar permitem a abertura que promove o acolhimento do Outro, como um gesto de hospitalidade. É sob o olhar desta ética que se sustenta esta tese, que envolveu alteridade, abertura para o Outro, subjetividade, responsabilidade, acolhimento e hospitalidade, os quais estão presentes no CD, consequentemente na prática de cuidar dos ativistas a PVHS.

  • FLAVIA LUCIANA GUIMARAES MARCAL PANTOJA DE ARAUJO
  • DIREITO HUMANO À EDUCAÇÃO NA AMAZÔNIA: UMA QUESTÃO DE (IN)JUSTIÇA.

  • Data: 04/11/2015
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  • Partindo da realidade fática da Educação na Amazônia Paraense, este trabalho questiona quais os principais fatores (intra e extraescolares) responsáveis pela não efetividade do Direito Humano à Educação na região e quais (ou quais) os mecanismos que podem ser utilizados/criados em prol da superação deste problema?
    Como hipótese, considera que há uma distribuição desigual de recursos, uma ausência de reconhecimento da importância das populações e dos saberes que compõem a Amazônia, acrescida da invisibilidade/desrespeito quanto às representações na atual estrutura educacional que perpetua diferenças históricas entre as regiões, caracterizando-se como um processo de injustiça, pautado em um modelo de desenvolvimento baseado exclusivamente no desenvolvimento econômico e concentrado. Desse modo, é necessário revisitar os conceitos de equidades e aplica-los através de mecanismos de ações e políticas redistributivas em prol do financiamento e gestão democrática da educação na Amazônia (aqui proposta como o Custo Aluno Qualidade para a Amazônia- CAQ -A), além da garantia do processo de reconhecimento e valoração das representações como mecanismo de emancipação e garantia da efetividade do direito humano à educação, compreendido como um dos fundamentos de uma sociedade justa.
    No que concerne a metodologia, esta encontra-se especificada em um aporte metodológico alocado no inicio deste trabalho. O conjunto de indicadores que foram apresentados com o auxílio de tabelas e gráficos, acompanhados por uma descrição analítica de seus dados, teve a intenção de expor informações particulares sobre a realidade da educação no Brasil e na Amazônia, ressaltando que os dados apresentados não explicam por si os fenômenos que os indicadores procuram traduzir. Cada um dos indicadores, a rigor, traduz o resultado de um conjunto de fatores que, combinados, conduzirão a novas discussões sobre os dados aqui expostos.
    Outrossim, compreendendo as desigualdades que marcam a Amazônia, especialmente a Amazônia Paraense, e sua contextualização com os demais níveis federativos, propomos a criação do Custo Aluno Qualidade Inicial para a Amazônia, como fundamento no maior aporte financeiro de recursos para a região, mas também dotado de instrumentos que garantam o reconhecimento da importância cultural dos saberes aqui produzidos (tanto historicamente, quanto no tempo presente) aliados a uma linha de fortalecimento da gestão democrática da educação. Esta trilogia de redistribuição, reconhecimento e representação, se nos afigura como um possível mecanismo de superação, em longo prazo, das desigualdades e exclusões que marcam a região. Tal análise apresenta-se (por todo arcabouço teórico e fático aqui apresentado) como imprescindível para uma concretização justa e plena do Direito Humano à Educação na Amazônia.

  • ROSIANE FERREIRA MARTINS
  • DA FRONTEIRA À FEIRA: EXPERIÊNCIAS ETNOGRÁFICAS DE UM MERCADO MULTICULTURAL EM CAIENA - GUIANA FRANCESA.

  • Data: 29/10/2015
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  • Neste trabalho desenvolvo uma etnografia sobre as relações tecidas por imigrantes no mercado central de Caiena, trago um olhar sobre a migração internacional e seus
    fluxos na/para Guiana Francesa. Ao estudar os diferentes grupos, com ênfase nos
    brasileiros que se deslocam para o Departamento Ultramarino Francês (DUF)
    identifico e analiso de que modo esse movimento se caracteriza e organiza,
    principalmente no que concerne à clandestinidade; como os imigrantes criam
    estratégias para transportar, comercializar, distribuir e adquirir mercadorias
    provenientes dos mais diferentes lugares. É uma análise acerca do cotidiano e de
    situações vivenciadas por migrantes que, na maioria dos casos, permanecem em um
    espaço periférico, marginalizado. Desse modo apresento na tese um retrato de alguns
    percursos de imigrantes e mercadorias, desde as fronteiras até o departamento,
    efetivamente. Grande parte dos lucros gerados por esse comércio, que funciona
    clandestinamente, contribui para fomentar economias e mercados das mais diferentes
    e aparentemente inexpressivas localidades no mundo, configurando-se com um
    “mercado de sombras”; são fluxos de capitais que atravessam o mundo através de
    pessoas ocultadas pelas matas, mares e políticas Na tese destaco a análise acerca do sentido de peúsbtalicr aosu. viver na migração como
    estrangeiros construídas por meio das trajetórias dos migrantes. Esse cenário
    formado por elementos como fronteiras, migração, controle policial, clandestinidade,
    diversidade, xenofobia e multietnicidade, compõe um amplo quadro sobre a Guiana
    Francesa.
    SMeagrcuhinéd od eo sC taraiejentao:s edsepsadçeo aé ftrnoicnote, ircau làtu freailr ae, asso coibasl. erNvoa çõmeesr cdaedsoe meb oncaa rfaemira nao
    segmentação encontrada no mercado de trabalho guianense cede lugar à
    concentração de todos no mesmo espaço e atividade; o que os torna iguais e
    diferentes simultaneamente; a multietnicidade que marca o lugar também serve de
    base para o estabelecimento de solidariedades, conflitos, fronteiras e
    multiculturalidade. Por fim, na tese busquei mostrar trajetórias, estratégias, e
    articulações identitárias encontradas em uma zona periférica do mundo, apresentando
    um critica etnográfica das territorialidades neocoloniais, de fronteiras e etnicidades a
    partir do ponto de vista dos próprios migrantes que transgredem esses regimes e
    (re)criam seus modos de vida em sociedades de imigração. A transgressão dos
    migrantes extrapola a questão econômica e acentua-se no campo simbólico, algo que
    é fundamental no atual contexto de “crise de migrações” na Europa e no resto do
    mundo.

  • RODRIGO CABRAL DA SILVA
  • SEGUIR MARIA EM PROCISSÃO OU CAMINHAR PARA JESUS? UM ESTUDO SOBRE A MOVIMENTAÇÃO DOS CATÓLICOS PARA A IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS, EM BELÉM DO PARÁ.

  • Data: 27/10/2015
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  • Este trabalho estuda do trânsito religioso de católicos para a doutrina da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) na cidade de Belém do Pará, no norte do Brasil. A cidade é reconhecida pela devoção à Virgem Maria, devido o fenômeno do Círio de Nazaré, uma manifestação popular que transcende a experiência religiosa e movimenta em torno de si aspectos culturais, econômicos e políticos. A pesquisa acompanhou 10 pessoas com esse perfil de conversão, ou seja, que possuem em sua experiência religiosa alguma relação com o Círio e com Nossa Senhora de Nazaré e que, atualmente, seguem a IURD, igreja do segmento neopentecostal, que, assim como os demais evangélicos e protestantes, repudiam a adoração aos santos católicos, em geral.
    A coleta de dados se deu a partir de entrevistas semiestruturadas, realizadas entre os anos de 2014 e 2015, além de observação participante nos cultos da Igreja Universal, para uma etnografia da experiência religiosa nos templos da IURD e estabelecimento de pontos de comparação entre as duas práticas religiosas abordadas neste estudo, bem como para avaliar as motivações do fenômeno de conversão.

  • ANA PATRÍCIA FERREIRA RAMEIRO
  • O LUGAR DO GÊNERO NAS TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DE MULHERES DESEMBARGADORAS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ (TJE-PA).

  • Data: 21/10/2015
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  • Interessada em estudos e debates sobre gênero e poder, e observando que o Pará é o estado brasileiro com maior representação feminina no desembargo (mais alto cargo do Judiciário estadual), senti-me impelida à pesquisa científica (antropológica), com objetivo de conhecer essas mulheres desembargadoras, enfatizando suas trajetórias profissionais e a maneira como situam e apreendem sua situação de gênero. Foram feitas oito entrevistas individuais, diretivas e em profundidade, obtidas conforme a disponibilidade destas para o diálogo no contexto da pesquisa. Trata-se de um grupo de mulheres heterogêneo no que diz respeito à origem social e história de vida, com traços de unidade referentes apenas ao cargo e à experiência profissional no campo do Direito, com marcadores individualistas e meritocráticos. Há traços essencialistas nos seus discursos sobre ser mulher e na sua compreensão sobre o trabalho feminino. Quanto aos custos pessoais presentes nas experiências dessas mulheres, a tendência geral é reconhecê-los, significando-os positivamente para o desenvolvimento de habilidades profissionais e competências. No que concerne ao campo profissional, vivências discriminatórias em razão do gênero são negadas. As experiências entendidas como discriminação são filtradas a partir de outros significados genéricos. Sobre a predominância de cadeiras femininas no desembargo do Tje-Pa, há uma explicação oficial, reproduzida por todas as entrevistadas: nas décadas de 1960 e 1970, os homens não se interessavam pela carreira da magistratura porque, no estado do Pará, o cargo era mal remunerado. Por conta disso, a magistratura paraense passou a ser, pelo menos paritariamente, ocupada por mulheres. O caso do desembargo paraense não parece uma exceção reformuladora de uma regra geral. Incidentes históricos, explicações depreciativas para o gênero feminino ou mesmo atribuições à sorte e contingências são os argumentos mais utilizados e legitimados na explicação desse fenômeno. Não há indicativos locais de perpetuação/manutenção desse modelo de paridade.

     

     

  • ISMAEL FUCKNER
  • "CORPOS SANTOS E SAUDÁVEIS: PRÁTICAS ESPIRITUAIS/TERAPÊUTICAS ENTRE ADVENTISTAS NA AMAZÔNIA".

  • Data: 07/10/2015
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  • A tese foi escrita numa perspectiva antropológica simbólica e interpretativista, valorizando-se a interlocução com autores da Região Norte do Brasil. A temática foi abordada a partir de experiência em campo na Igreja Adventista do Marco e no Hospital Adventista de Belém, instituições localizadas na cidade de Belém do Pará (Amazônia). Constatou-se a prática de certos aspectos do estilo de vida saudáveis por meio de hábitos alimentares, no descanso sabático e uso dos ―remédios naturais‖ com o objetivo de manter o corpo santo e saudável para a segunda vinda de Jesus à Terra a qualquer momento. Além disso, percebeu-se uma sacralização do corpo com normas para o uso de vestimentas e de ornamentos e no afastamento do pentecostalismo e do espiritismo. Verificou-se que tais práticas possuem forte influência da cultura estadunidense e os Adventistas do Sétimo Dia, em Belém, buscam modos de adaptarem-se ao ambiente em que vivem. A partir do cumprimento dessas orientações, esses religiosos pretendem construir uma estratégia de evangelização, opções para sociabilidade e formação de uma identidade adventista.
    PALAVRAS-CHAVE: Adventismo, religião, corpo, saúde, comida, sábado, santidade.

  • JOAO SIMOES CARDOSO FILHO
  • "DANÇANDO PRA IEMANJÁ" - RETORNANDO AO FESTIVAL DE IEMANJÁ: 1995 A 2013. DINÂMICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E RELIGIOSAS, NUMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA E UM OLHAR HERMENÊUTICO.

  • Data: 05/10/2015
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  • O Festival de Iemanjá é um ritual das religiões afro brasileiras, ou religiões de Orixás, que mais congrega público em Belém do Pará. Ele acontece nas praias de águas doces em Outeiro, todo dia 8 de dezembro. Este acontecimento religioso foi estudado entre 1995 a 1997, e foi tema central de dissertação de mestrado, “Uma Rosa à Iemanjá”. A importância de estuda-lo novamente, é que toda a configuração de poder no seu campo se transformou nesse período, principalmente depois da morte de várias mães de santo que iniciaram esta maneira única de festejar Iemanjá: nas águas doces, assistido por milhares de pessoas, realizado por vários sacerdotes de linhas distintas como umbanda, mina, omolocô, e candomblé. As dinâmicas sociais acontecem espontaneamente devido às transformações internas que sofrem os agentes que atuam em determinado evento social, neste caso, inúmeros falecimentos. Além disso, por questões mais abrangentes como a política partidária local e nacional; e a causa negra e de identidade africana, este ritual, depois de 1971, ano de sua fundação, vem ganhando mais importância para a mídia e a população brasileira.  Afinal, a população local e nacional vem fazendo ao longo da história da formação do povo brasileiro, novas interpretações ou leituras sobre os eventos produzidos pelas religiões de Orixás. Por isso, foi importante abordar nesta tese a questão da hermenêutica enquanto visão de mundo, e método de estudos; pois também na sociologia, bem como na antropologia encontramos autores que trabalham com a categoria interpretação. Além disso, procurei enfatizar o festival enquanto uma ação religiosa que reforça a identidade negra e/ou afro; e que apresenta lutas por poder interno ao campo religioso afro.

     

  • ALISSON GOMES MONTEIRO
  • JUSTIÇA, ILEGALISMOS E TATURAGENS: O SUBTERRÂNEO DA ATUAÇÃO POLICIAL EM BELÉM.

  • Data: 29/09/2015
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  • Este estudo tenta compreender como a atuação policial, serviço público de caráter essencial para a garantia de direitos, em sua atividade prática viola esse caminho, criando meios próprios e extralegais de resolução das contendas, mesmo com a existência legal de protocolos de atuação. Para imergir nessa temática, a presente pesquisa se debruçou sobre o trabalho da Polícia Militar do Pará, no universo específico da cidade de Belém, particularmente no que tange às percepções do efetivo dos batalhões de policiamento ostensivo, realizando-se análises acerca do comportamento corporativo e individual. A polícia e o Direito foram colocados no mesmo plano e relacionados com o sistema político e econômico dominante no mundo, o qual não se furta a orientar atuação dos órgãos de Estado. Dentro da estruturação neoliberal da sociedade contemporânea, se procurou demonstrar o caminho da Justiça como valor e como sistema formal e aplicação da lei no ocidente, desde a antiguidade até a consolidação da racionalidade neoliberal, incluindo o processo de evolução institucional da polícia. Buscou-se evidenciar que essa polícia pós-moderna no Brasil se instituiu dentro de uma métrica em que a ilegalidade, apesar de formalmente ser afastada, materialmente é algo bastante presente na realidade do serviço de rua, onde se cria um habitus de ilegalidade que permeia as noções de controle, violência e criminalidade. Ao mesmo tempo foi demonstrado que teorias criminológicas como o labeling approach se concretizam de forma contundente no cotidiano policial, com o rótulo de vagabundo sendo direcionado a uma parcela bastante específica da população, a qual passa a ser considerada como irrecuperável. Assim, os resultados da atividade policial são obtidos com a utilização de procedimentos muitas vezes a margem da legislação, materializando-se o fracasso das soluções que foram imaginadas juridicamente para o controle da violência e da criminalidade e a administração da justiça sendo feita, de maneira ilegal, mas oficial, pela polícia na resolução dos casos concretos in loco e sem supervisão da autoridade judiciária, legal e legitimamente constituída. Isso faria surgir um novo tipo de Justiça, aplicada à margem da lei, por encarregados pela aplicação da mesma, construída por meio de valores oriundos de uma subcultura policial que diz que o que se aprende nos cursos de formação não corresponde à realidade das ruas.

  • SONIA CRISTINA DE ALBUQUERQUE VIEIRA
  • SÃO BENEDITO, DOS MONTES DO PALERMO PARA OS "ALTARES" DO MUNDO: A SAGA DE UM SANTO NEGRO.

  • Data: 17/09/2015
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  • Este estudo tem por objetivo entender um fenômeno religioso, São Benedito, um personagem que viveu no sul da Itália, na Sicília, que nasce em 1524 e morre em 1589 e percorre mais tarde os “altares” do mundo todo como sendo um santo que realiza milagres, segundo a devoção popular. Assim, pretendo percorrer, até quanto me foi possível, um pouco da trajetória de significação desta devoção, tal como se dá a partir de uma Irmandade (hoje extinta) dedicada a este santo, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída por escravos no século XIX, no bairro da Campina, em Belém, onde ocorreu uma espécie de deslocamento espacial da devoção, em direção a um outro bairro, o do Jurunas, onde uma “irmandade” que teria sido fundada por membros dissidentes da primeira, realiza, já há quase 60 anos, o que é hoje uma grande festa católica –popular, dedicada a São Benedito na capital do Estado do Pará.

  • IRENE DE JESUS SILVA
  • O MUNDO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: RELAÇÕES ÉTICAS E SOCIAIS TRAVADAS ENTRE OS PROFISSIONAIS EM TORNO DOS RESÍDUOS HOSPITALARESNO ÂMBITO DA INSTITUIÇÃO.

  • Data: 16/09/2015
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  • O estudo, construção social que abordou as relações éticas e sociais experenciadas entre os agentes que atuam no Hospital Ophir Loyola (PA), referencia para o tratamento de câncer. Método etnográfico, cuja análise de interpretação do discurso privilegiou a hermenêutica. Participaram 06 informantes com suas narrativas e outras informações que do tema derivaram. Foram analisadas múltiplas variáveis sócio-antropológicas relacionadas às experiências vividas dos agentes, trabalhadores de higienização em saúde, quanto a exposição e concepção aos riscos em torno da produção e manejo dos resíduos hospitalares e enfrentamentos destes com vistas a compreensão frente a pureza e perigos, advindos destas relações assimétricas. Defendo a tese de que as diferentes ações e concepções socioculturais hierarquizadas são marcadas por significados simbólicos que interferem no gerenciamento do manejo dos resíduos, comprometendo as relações entre os diferentes agentes envolvidos no cotidiano daquela estrutura social. O estudo mostrou sob a ótica da Antropologia com a interseção da Sociologia da Ética que esses fatos sociais, que são morais, a possibilidade de mediação através da ética comprometida com o cuidado do outro, sob a luz do Eu-Tu e do face a face, a fim de viver uma vida boa com e para os outros em instituições justas frente a processos de saúde-doença, cujas manifestações de caráter coletivo, ao privilegiar a cultura, compreende que esta só é apreendida no individuo, o próximo.

  • SANDRA REGINA SMITH NEVES
  • PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E DESEMPREGO DE JOVENS COM ESCOLARIZAÇÃO SUPERIOR NAS CIDADES DE MACAPÁ E SANTANA NA REGIÃO AMAZÔNICA.

  • Data: 11/09/2015
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  • Esta tese aborda os impactos do aumento do desemprego e do subemprego nas duas últimas décadas no Brasil. Sua questão norteadora é entender de que forma a conclusão do curso superior se coloca como mecanismo de enfrentamento do desemprego entre jovens oriundos da classe trabalhadora em Macapá e Santana, Estado do Amapá. Partindo do pressuposto de que a condição de subempregado inclui trabalhadores inseridos em trabalhos precários e temporários, pergunta-se: quais as estratégias de inclusão e sobrevivência encontradas pelos jovens trabalhadores que não conseguem ser inseridos no mercado de trabalho para qual a escolarização superior é condição? Qual a contribuição das redes sociais no contexto do acirramento do desemprego entre jovens com nível superior? Neste sentido, o objetivo principal é analisar o processo de precarização do trabalho e do desemprego no atual contexto capitalista na parcela jovem da população com diploma universitário, nas cidades mencionadas, cujo perfil predominante é de uma economia com alto grau de trabalho informal e com forte expansão de jovens com diploma superior. A pesquisa envolveu observação nos locais de moradia e de trabalho, aplicação de formulários socioeconômicos e realização de entrevistas semi-estruturadas, presenciais. Os resultados indicam que a maioria dos jovens, oriunda de famílias empobrecidas, ainda não conseguiu ser inserida no mercado de trabalho pelo ofício em que foram diplomados e nem em outra atividade que resulte em remuneração qualificada. Os que estão empregados reproduzem as experiências do trabalho precário, vivenciadas antes de realizar o curso superior. A condição de formado sem emprego, ou precariamente inserido, é vivida como sofrimento e percepção de frustração das expectativas da família. O recorte de gênero indica diferenças sutis, porém significativas, nas trajetórias de homens e mulheres jovens. As redes sociais dos jovens demonstram eficácia apenas relativa como mecanismo de acesso a trabalho ou de enfrentamento do desemprego. Finalmente, o estudo apresenta evidências indiretas do descompasso entre a oferta de cursos de nível superior e as demandas do mercado e, também, da necessidade de que a formação prepare criticamente os jovens para atuar naquele contexto.

  • LUIS RICARDO RAVAGNANI
  • A FESTA DE SÃO PEDRO NA VILA DE JOANES, ILHA DE MARAJÓ, AMAZÔNIA.

  • Data: 26/08/2015
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  • A Vila de Joanes é uma vila de pescadores situada no município de Salvaterra, na Ilha de
    Marajó (PA). Historicamente, foi uma aldeia indígena e depois um assentamento religioso e
    militar, ganhando importância e destaque na economia local como um Pesqueiro Real. A vila
    possui o sítio histórico PA-JO-46, que é constituído pelas ruínas da Igreja de Nossa Senhora
    do Rosário e de poços que remetem ao período colonial marcando as transformações no
    tempo. Os pescadores se destacam como um “grupo de ofício” reconhecido e valorizado na
    vila, pela economia que se movimenta através deles e pela cultura que compartilham. No
    presente trabalho o olhar esteve voltado para a “Festa de São Pedro” ou “festa dos
    pescadores”, por constituir meio de representação e sociabilidade do grupo de pescadores.
    Através do método etnográfico procurei descrever os diferentes rituais que compõe a festa e
    compreender as relações de sociabilidade que se estabelecem entre organizadores e
    participantes. Acredito que a festa constitui experiência importante na vida das pessoas e de
    grupos sociais e que através dela seja possível compreender as diversas dimensões da
    sociedade como: política, religião, parentesco, trabalho, lazer e economia, como “fato social
    total” (MAUSS, 1974).

  • RUI JORGE MORAES MARTINS JUNIOR
  • A MODA QUE BROTA DO PARÁ: POR UMA ANTROPOLOGIA CULTURAL DO ETHOS PARAENSE

  • Data: 29/06/2015
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  • Considerando o histórico processo de globalização da cultura de moda, procuro afiançar através de experiências exitosas, que o Pará não estaria incólume a isso. Posteriormente, observo diversos processos criativos a partir de interlocutores pontuais e ligados a produção de moda local, buscando capturar discursos e características nos produtos, assim como apreender ressignificações da cultura amazônica que incidem sobre o ethos paraense. O uso da noção de campo de moda, nesta pesquisa, implicaria num primeiro plano, observar disputas que se reproduzem continuamente entre os agentes no campo, assim como avaliar suas relações de poder, mas também procuro conjeturar diversas complementariedades e interdependências, sobretudo no Amazônia Fashion Week e no Caixa de Criadores. Assim, interessa a apreensão, à luz da problemática da tese, os processos responsáveis pela concepção desse campo no Pará, percebendo ações individuais e conjuntas, para quais chamo de sinergia de moda. O estudo por não seguir uma centralidade metodológica, também lança mão de diversos outros testemunhos: ressonâncias na imprensa, registros visuais, ações institucionais dentre outros. Todos esses elementos revelam agentes sociais ambivalentes, assim como artífices desse processo constitutivo do paraensismo na moda. A observância de outros campos, assim como suas especificidades, não menos patentes, finda o trabalho.

  • SILVIO SILVA BRASIL
  • "CONSTRUÍMOS TANTO PRA SOCIEDADE E MORAMOS EM INVASÃO": SAÚDE, TRABALHO, ACIDENTES NA CONSTRUÇÃO CIVIL E SEUS DETERMINANTES SOCIAIS.

  • Orientador : MARIA JOSE DA SILVA AQUINO TEISSERENC
  • Data: 05/06/2015
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  • Este estudo discute a existência e relevância de determinantes sociais para a saúde do trabalhador. Ao problematizar o fenômeno dos acidentes do trabalho na construção civil aborda criticamente as concepções, ainda predominantes, que atém seus olhares estritamente sobre os chamados fatores de risco presentes no ambiente de trabalho, que, sob essa perspectiva, oferecem uma visão reducionista quanto à gênese dos acidentes do trabalho. Enfatiza a necessidade das abordagens que discutem tal fenômeno de contemplar outros elementos em suas análises, ampliando os fatores a serem considerados; dentre eles, ressalta a importância dos aspectos sociais, bem como as estratégias ideológicas utilizadas pelo capital para se eximir de suas responsabilidades sobre a gestão e organização do trabalho ao transferir os ônus dos prejuízos sociais e econômicos gerados pelos acidentes, bem como o próprio infortúnio para as vítimas, em um processo de culpabilização que captura o imaginário inclusive do trabalhador e se estende no senso comum da sociedade. O estudo busca no depoimento de trabalhadores da construção civil do Município de Belém do Pará compreender como se dão a organização, as relações e o processo de trabalho nos canteiros de obra, visando identificar, a partir de suas falas, a presença e relevância de determinantes sociais cujas origens são exteriores aos tapumes, mas que, sobredeterminando ou conjugando-se aos riscos caraterísticos desse setor produtivo, contribuem para fazer da construção civil uma das atividades que mais geram acidentes e mortes relacionadas ao trabalho dentre os variados setores da produção humana.
    Palavras chave: Trabalho; Saúde do Trabalhador; Determinantes Sociais; Acidentes do
    Trabalho; Construção Civil.

  • MARIA REGINA RIBEIRO REIS
  • "NÓS SOMOS EMPRESÁRIOS DO MAR": UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA PRODUÇÃO E VENDA DE OSTRAS NA RESEX MARINHA "MÃE GRANDE" DE CURUÇÁ. 

  • Data: 09/04/2015
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  • Meus objetivos, propostos nesta tese, foram o de analisar e descrever a organização para a extração de ostras da natureza e o cultivo de ostras, principalmente de sementes, na reserva extrativista marinha “Mãe Grande” de Curuçá, bem como compreender o tecido social que envolve a rede de relações para a venda. Para interpretar em que medida a captação de milheiros de larvas de ostras chamadas de sementes, vendidas para a região nordeste do Brasil, transforma as relações sociais coletiva em pratica individual, procuro subsidiar a problemática construída a partir de várias indagações: como os moradores da Vila de Lauro Sodré se organizam para extração de ostras da natureza e para o cultivo de ostras? Para isso, parto da compreensão de que as disposições costumeiras anteriores tinham como categoria do entendimento o pensar coletivo, a coletividade. Logo, precisaria saber: quem são os moradores da Vila? Verificar até que ponto as transformações das relações sociais estão presentes e como elas chegam? Como os moradores da Vila organizam a vida cotidiana entre a terra (na agricultura) e a maré (na pesca)? Isso estimula uma descrição densa que registra as maneiras de como a produção de subsistência convive com a produção para o mercado, que implica na capacidade cognitiva dos moradores em saber operar dois tipos de conhecimento; um pautado na experiência e outro na tecnologia, uma exigência, e não uma simples organização para a execução de tarefas distintas, mas, a lógica de conviver entre o saber fazer coletivo e o individual. Com isso, as indagações vieram no sentido de perceber até que ponto as afetividades, as coletividades são rompidas a partir da organização social para a produção de ostras cultivadas. Além disso, ao mesmo tempo, contribuir com os estudos sobre agricultores/pescadores e o difícil processo de transformação que estão passando as populações do litoral nordeste do estado do Pará. Nesse sentido, a pesquisa exigiu uma orientação metodológica pautada na etnografia para que a partir da convivência cotidiana constatasse a disposição para a mudança e a intensa valorização do dinheiro, sobretudo a crença/descrença de que são “Empresários do Mar”, entendendo que os ensinamentos do Sebrae é uma ajuda para eles crescerem.

  • ISAAC FONSECA ARAÚJO
  • TERRITÓRIO DE AÇÃO LOCAL: UMA ETNOGRAFIA DA VIDA ASSOCIATIVA NA AMAZÔNIA TOCANTINA.

  • Data: 07/04/2015
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  • A presente dissertação analisa a emergência de ações inerentes ao mundo da vida associativa protagonizadas por atores sociais no Baixo Tocantins a partir de um ambiente particular desse subespaço amazônico – o município de Igarapé-Miri – cuja trajetória é representativa do tecido social, econômico e político do contexto regional que o abriga

  • JOSE MESSIANO TRINDADE RAMOS
  • O MOVIMENTO SOCIAL NO BAIRRO DO GUAMÁ: A EXPERIÊNCIA DO ESPAÇO CULTURAL NOSSA BIBLIOTECA.

  • Data: 01/04/2015
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  • Essa dissertação versa sobre os movimentos sociais do bairro do Guamá, periferia da cidade de Belém do Pará, a partir da atuação dos voluntários do Espaço Cultural Nossa Biblioteca, entidade que possui mais de três décadas de engajamento em favor da organização política e da luta por direitos e cidadania na comunidade local. Uma história marcada, desde suas origens, pela existência de uma biblioteca comunitária, e que hoje, juntamente com outras instituições locais, inclusive a Universidade Federal do Pará, pauta o livro e da leitura como uma política pública de grande transformação social para a cidade. Baseada numa farta documentação e nos relatos de antigos coordenadores da entidade, interlocutores dessa pesquisa, procuro elaborar uma etnografia e uma análise crítica sobre a organização, o que nos possibilita ampliar o mosaico de interpretações e refutar imagens e práticas pejorativas e preconceituosas que historicamente se construiu sobre o bairro e as pessoas que nele vivem.

     

     

     

     

     

     

     

  • BENEDITO ALDO LISBOA FERREIRA
  • COMIDA DE ESQUINA: COMENSALIDADE EM TORNO DOS CARROS DE CACHORRO QUENTE EM BELÉM-PA.

  • Data: 31/03/2015
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  • Este trabalho pretende analisar o processo de construção da comensalidade em torno dos carros de cachorro quente em Belém do Pará. Na intenção de caracterizar as relações de sociabilidades existentes entre clientes/trabalhadores nesses espaços de comensalidade, foi utilizado o método etnográfico junto aos carros “Paraense” e “Lanche do Mário” e seus clientes. Como recurso de coleta de dados, foi feito observação direta, entrevistas semiestruturadas, além do uso da fotografia como recurso para melhor compreender as questões da comensalidade nas ruas e esquinas da cidade. Os carros de cachorro quente estão em Belém há mais de 50 anos. Espalhados do centro à periferia da cidade, fazem parte de um conjunto de práticas alimentares conhecidos como comidas de rua. Eles produzem em seu cotidiano relações que estão além do mercado formal. As relações envolvidas na comensalidade nos carros dão uma ideia de pessoalidade num ambiente de informalidade. Para os frequentadores dos carros, não importa se estão na rua, sentados à beira de sarjetas. O importante é a interação com o “lugar” que caracteriza a cidade. De acordo com os entrevistados, a escolha desses espaços é feita, geralmente, pelo sabor dos alimentos. Contudo, é possível dizer que o sabor está relacionado às interações sociais produzidas no local. Nos carros, as pessoas têm aproximação, interação, fidelidade, sabor, liberdade, rua e muitos outros tipos de relações que somente aqueles que frequentam com tanta assiduidade conseguirão entender.

  • PRISCILLA ROBERTA CAMARGO FERREIRA
  • "YES, NÓS TEMOS CULTURA! A COMUNIDADE DA CIDADE VELHA E O FENÔMENO DA GENTRIFICATION: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O ESPAÇO SÃO JOSÉ LIBERTO EM BELÉM DO PARÁ".

  • Data: 25/03/2015
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  • Esta dissertação tem como foco os diversos usos do Espaço São José Liberto (ESJL) como uma das referências à gestão estadual no que se refere a cultura e turismo, e as relações desenvolvidas pelo bairro da Cidade Velha com este espaço, também percebendo como o fenômeno da gentrification atua no bairro da Cidade Velha. O ESJL já foi ocupado de diversas maneiras como mosteiro, olaria, hospital, cadeia pública, presídio e atualmente abriga um centro cultural multifuncional. Entender como se deu a criação deste centro e como ele se relaciona com a comunidade, foi crucial para perceber a intenção em incluí-lo em uma política cultural e de turismo que busca estabelecer uma imagem exótica, capaz de atrair fluxo turístico e firmar a marca cultural que possa ser materializada através de produtos, espaços e serviços. O processo de gentrification na Cidade Velha não se volta somente para a tomada espacial de uma classe econômica que ali pretende se estabelecer, mas de forças políticas dispostas a pressionar o espaço pelo discurso da apropriação cultural e turística. Entretanto esse fenômeno é claramente percebido pelas associações comunitárias que a qualquer sinal de prejuízo ao bairro ou a comunidade residente, não se acanham em criar frentes de combate a essas ações e em diversas maneira percebem não só como a utilização do espaço deve ser feita, mas questionam organizações privadas e instituições públicas. A presença das Associações se mostra imprescindível para a dinâmica da Cidade Velha.

  • DANIEL HUDSON CARVALHO VIEIRA
  • RELIGIÃO DA CIDADE E RELIGIÃO DO INTERIOR: UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS DO MUNICÍPIO DE ÓBIDOS - PARÁ.

  • Data: 20/03/2015
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  • O presente trabalho é um estudo comparativo de duas manifestações religiosas no município de Óbidos, Pará, que denomino religião da cidade e religião do interior, a manifestação estudada dentro do contexto da cidade é a Festa para Padroeira do Município dedicada a Santa Ana e a manifestação estudada dentro do contexto do interior é a Folia de São Benedito, expressão esta que possui características do catolicismo popular, tendo sua ocorrência na comunidade do Silêncio do Matá, no referido município.  Através da experiência de campo do autor, para elaboração de sua etnografia, foi organizado um percurso da história sócio antropológica dessas duas manifestações onde foi possível identificar e apontar semelhanças e diferenças dessas duas festas, além de analisar a frequência da religiosidade presente nelas. 

    PALAVRAS CHAVE – Folia de São Benedito. Festividade de Senhora Santa Ana. Catolicismo Popular. Religiosidade

  • ALBINO JOSE EUSEBIO
  • CRIME, LEI E CULPABILIDADE: UMA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA SOBRE A REINCIDÊNCIA CRIMINAL

  • Data: 12/03/2015
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  • Neste trabalho de dissertação buscamos fazer, com base em um olhar sobre a concepção que os reclusos reincidentes têm do crime e da culpabilidade, uma análise sociológica sobre a reincidência criminal, um fenômeno que sem dúvida constitui um dos problemas mais preocupantes nas sociedades contemporâneas, concretamente em Moçambique, na medida em que se caracteriza pela efetivação do indivíduo no mundo do crime, fato que contribui para afirmação ou enraizamento da criminalidade e violência na sociedade.  Ao longo do trabalho buscamos explorar as vozes e narrativas dos próprios reincidentes enquanto sujeitos da ação.  Neste contexto, foi realizada uma pesquisa empírica na Cadeia Provincial de Inhambane, província de Inhambane, zona sul da República de Moçambique, que utilizando como principal instrumento de recolha de dados a entrevista buscamos explorar a história de vida e criminal dos reclusos reincidentes, as vivências cotidianas no estabelecimento prisional, as motivações para afirmação no universo do crime, bem como o sentimento de culpa pelas ações praticadas. Constatou-se com base nas entrevistas, que existe um interesse material ‘por traz’ da maioria das ações criminais desenvolvidas pelos reclusos reincidentes da Cadeia Provincial de Inhambane. Um “interesse material” impede um olhar sobre outro, ou faz com que ator criminal, não se importe, eticamente falando, com o impacto ou consequências das suas ações no outro que compartilha consigo uma característica comum que é a humanidade.  Fatores como, a) “o vício de dinheiro”; b) a falta de emprego; c) a satisfação das necessidades, não só, individuais, como também, familiares, d) a limitação econômica e) a “agitação dos amigos”, constituem segundo os próprios reclusos algumas das motivações para sua efetivação no mundo da criminalidade. Nesta conjuntura concluímos que a reincidência constitui um fenômeno que se fundamenta nos fatores externos inerentes a condição social e realidade sociocultural em que apenado vive, e que foram determinantes para a sua entrada no mundo da criminalidade e não simplesmente nos fatores internos inerentes a fragilidade do sistema prisional. Trata-se de um fenômeno não pode ser visto longe de uma conjuntura global de crise de valores que se manifesta por uma indiferença perante o outro, da ética da sobrevivência            que se caracteriza por um olhar que extingue o sujeito, que não o vê como dotado de humanidade numa relação onde os fins justificam os meios até mesmo a eliminação do outro e da supremacia de relação eu- isso que caracteriza o cotidiano dos indivíduos nas sociedades contemporâneas.

     

     

  • SAMMY SILVA SALES
  • NAS VILAS, IGREJAS E FESTAS: UM ESTUDO DAS PRÁTICAS DE COMUNIDADE ENTRE OS TIRADORES DE AÇAÍ NO PAE ILHA QUEIMADA, AFUÁ.

  • Data: 10/03/2015
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  • Nesta dissertação buscamos identificar e compreender os sentidos e as práticas de comunidade construídas pelas famílias de tiradores de açaí no seu cotidiano de vivência e trabalho na comunidade São Lázaro do rio Preto. Tendo em vista que comunidades tradicionais apresentam formas peculiares de organização para o trabalho, assim como em suas manifestações festivas e de religiosidade que preenchem e dão forma ao cotidiano das famílias, realizamos a descrição das práticas sociais a partir da etnografia entre as famílias Monteiro, Carvalho e Porfírio, enfatizando suas histórias de constituição com destaque para os eventos que marcam o estabelecimento das relações entre elas no tempo do trabalho para o patrão até o presente momento. Nesse estudo de caso, portanto, verificamos que a noção e as práticas de comunidade estão diretamente relacionadas às relações de parentesco e que uma comunidade é tanto um tipo de relação que os indivíduos estabelecem conscientemente entre si, quanto o grupo de pessoas que compartilham a herança-memória de um mesmo lugar.

     

     

  • CLAUDIANE DE FÁTIMA MELO DE SOUSA
  • SERÁ MESMO O DIABO? EXPANSÃO DA DENDEICULTURA E O CAMPESINATO NA AMAZÔNIA PARAENSE.

  • Data: 15/01/2015
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  • A partir de 2004, no contexto do Programa Nacional de Produção e uso de biocombustíveis (PNPB) a expansão do dendê na região nordeste paraense recebeu acelerado investimento.

2014
Descrição
  • RIANNE SOUZA ARAUJO
  • VIDA DO PASSADO, CONHECIMENTO DOS ANTIGOS E O TEMPO DOS ÍNDIOS VERDADEIROS - EDUCAÇÃO, CRIANÇAS INDÍGENAS E TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS.

  • Data: 18/12/2014
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  • Esta dissertação versa sobre a temática de educação indígena tendo como foco as crianças da aldeia Kyikatêjê Amtàti, localizada na Terra Indígena Mãe Maria, sudeste do estado do Pará. Para isso procuro refletir qual educação é desenvolvida no interior desta comunidade, considerando a conjuntura na qual estão envolvidos, como proximidade da cidade, incorporação de elementos externos, cisões internas, transformações e ressignificações culturais. O tema da pesquisa insere-se na discussão acerca dos processos de educação próprios das comunidades indígenas e sobre crianças indígenas, desenvolvidas no interior da etnologia indígena brasileira que procuram compreender as diferentes formas de ser criança, vivenciadas nas comunidades, a partir da perspectiva da noção de agência infantil e completude relativizada. O texto traz a proposta de discutir que tanto adultos como crianças são agentes plenos na construção de processos de ensino e aprendizagem, dando importância à atuação de ambos neste processo, ou seja, focaliza o universo das crianças da aldeia kyikatêjê sem descuidar da relevância dos pais, da família e da comunidade.

  • IVANETE AMARAL SILVA
  • OS JOVENS COM FORMAÇÃO SUPERIOR NO MERCADO DE TRABALHO PARAENSE: SUAS PERCEPÇÕES E FORMAS DE ATUAÇÃO.

  • Data: 17/12/2014
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  • Este estudo enfoca jovens egressos do ensino superior no mercado de trabalho na cidade de Belém do Pará. Analisa o trabalho e a maneira como se inserem profissionalmente diante do cenário de transformações do mundo do trabalho, com o aumento da competitividade, da demanda por experiência e por qualificação, principalmente, para quem busca o primeiro emprego. Parte-se do pressuposto de que os egressos universitários são profissionais qualificados, com maiores possibilidades de ascender socialmente no mercado de trabalho. Entretanto, a conexão entre escolaridade e inserção não se dá de forma direta, mas mediada por certas características dos egressos, entre as quais as redes de relações sociais. O estudo fundamenta-se na categoria Redes Sociais, sob a ótica de Mark Granovetter, nos conceitos Capital Social e Capital Cultural, segundo Pierre Bourdieu e, também, nos conceitos de Experiência Social, de François Dubet e de mercado de trabalho, em Claude Dubar. Foram aplicados questionários a 70 jovens na faixa entre 20 e 29 anos de idade, formados em universidades de Belém e que atuam na Região Metropolitana de Belém. Foram também feitas entrevistas em profundidade com 15 desses jovens. Três conclusões se destacaram: a) O trabalho permanece no centro da atenção dos jovens e as práticas relacionadas com a sua qualificação são muito relevantes para o ingresso e permanência no mercado de trabalho, vistas como condição sine qua non; b) As redes de relações informais funcionam como importante recurso para o acesso ao mercado de trabalho; c) As redes, porém, não os mantêm ou sustentam no emprego em sua área de formação, se não tiverem experiência e qualificação adequada ao perfil exigido para o cargo.

  • VANUSA CARLA PEREIRA SANTOS
  • "AURÁ" DO LIXO, DO AMBIENTE E DO DESENVOLVIMENTO LIMPO: RACIONALIDADES E TERRITÓRIO EM QUESTÃO NUMA METRÓPOLE AMAZÔNICA.

  • Data: 12/12/2014
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  • Esta tese traz como objeto um processo territorial na região metropolitana de Belém (PA), envolvendo, fontes de abastecimento de água, destinação dos resíduos sólidos produzidos numa Área de Proteção Ambiental e um empreendimento de exploração de gás vinculado à política de créditos de carbono, ratificada pelo Protocolo de Kyoto como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Nesse processo o destaque foi dado às racionalidades, portanto a interesses, justificativas e estratégias diferenciadas de atores públicos e privados, suas relações e conflitos na coprodução de um local no qual se vive do e se convive com o lixo, se busca a garantia da qualidade da água e a utilização dos resíduos como oportunidade econômica ambientalmente sustentável. A questão que se põe é como se relacionam e o que resulta dessas relações entre atores de interesses e papeis diferenciados, como os órgãos públicos das esferas municipal e estadual com comunidades, comunidades e cooperativas de catadores de materiais recicláveis e uma empresa instalada nesse território, em tese ambientalmente protegido, para o aproveitamento do gás produzido pela decomposição de resíduos sólidos. O desafio é compreender o envolvimento desses atores, na organização de uma “economia do lixo” e na observação de exigências ambientais, em contextos contrários a uma racionalidade ambiental na qual a lógica do mercado não seria a dominante.

     

     

  • WELEDA DE FATIMA FREITAS
  • DECORAÇÃO CORPORAL E EDUCAÇÃO NOS RITUAIS DE PUBERDADE TEMBÉ.

  • Data: 12/12/2014
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  • Esta dissertação versa sobre a formação de jovens Tembé por ocasião de dois momentos rituais de iniciação à vida adulta, a Festa do Mingau e a Festa do Moqueado. Pretendeu-se verificar se a decoração do corpo de meninas e meninos nos rituais de iniciação pode ser identificada enquanto processo específico da educação Tembé. Para isto buscou-se identificar os processos educativos envolvidos na decoração corporal Tembé na ocasião dos rituais de iniciação. Chegou-se ao resultado de que para além de marcador de um novo status social, esses momentos de formação são constituídos por elementos de uma educação específica relacionada com a constituição do ser Tembé que se processa pela construção da corporalidade de meninas e meninos por meio de regras comportamentais, terapêuticas corporais, além da decoração do corpo com o uso de pinturas e adornos.

  • ALESSANDRO RICARDO PINTO CAMPOS
  • CULTURA MATERIAL DE TERREIROS. UM ESTUDO SOBRE A COLEÇÃO ETNOGRÁFICA AFRO-BRASILEIRA DA UFPA. 

  • Data: 14/11/2014
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    Este trabalho é um estudo sobre a cultura material dos terreiros a partir de algumas peças da coleção Afro-Religiosa da reserva técnica da Universidade Federal do Pará (UFPA), que se encontram no Laboratório de Antropologia Arthur Napoleão Figueiredo (LAANF). As peças escolhidas foram alguns instrumentos musicais que fazem parte da coleção etnográfica “População Urbana: Cultos Afro-Brasileiros", que foram coletados pelos professores Arthur Napoleão Figueiredo e Anaíza Vergolino, ainda nos anos de 1960, quando a antropologia era ainda um projeto nesta instituição. Descrevo, a partir de artigos e memórias, a história da antropologia na UFPA e como a formação da Reserva Técnica aconteceu. Sobre as peças, preocupou-se durante a pesquisa em inter-relacionar os objetos e as ideias, comportamentos e significados, bem como suas origens, contando a vida social de cada uma delas, antes de sua atual morada. Do que chamo Orquestra Ritual, as principais peças que estão na reserva são: os tambores, foram fabricados a partir de uma técnica que já não se encontra atualmente, a caixa monóxila de madeira, pois estão sendo substituídos pelo tubo de PVC, por razões que vão desde a falta de especialistas neste tipo de fabricação até pela facilidade de manutenção. Descrevo a fabricação de um tambor nesta nova técnica, que transforma ferro, PVC e couro no mais importante instrumento musical de um terreiro.

     

    Palavras-chave: Reserva técnica; Laboratório de Antropologia Arthur Napoleão Figueiredo; Cultura Material; Religiosidade Afro-brasileira; Antropologia UFPA; Tambor de Mina.

  • DANIEL PANTOJA DANTAS
  • DAMAS DO TRÁFICO: IMAGINÁRIO FEMININO NA PRÁTICA DO TRÁFICO DE DROGAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

  • Data: 24/10/2014
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  • O problema do tráfico de drogas praticado por mulheres na Região Metropolitana de Belém vem se intensificando e sendo observado por meio da mídia e do aumento do número de ocorrências e dados estatísticos junto aos órgãos de Segurança Pública. Muito além da constatação da presença da mulher na prática do tráfico de Drogas na Região Metropolitana de Belém analisamos o imaginário e as representações dessas mulheres em relação ao crime praticado por elas e os valores apreendidos e disseminados em seu cotidiano de prisão e liberdade. A valoração dos filhos influenciou diretamente no processo de ressocialização, pois os mesmos são o elemento motivador no despertar de novos objetivos de vida por parte dessas mulheres, são a esperança de liberdade e da manutenção de uma boa conduta para o cumprimento das regras jurídicas e consequente acesso aos benefícios de licenças/indutos. Demonstram gratidão aos pais e evidenciam a importância dos mesmos, pelos valores transmitidos, principalmente de honestidade e de engrandecimento pessoal pela valorização do trabalho como elemento engrandecedor. Em termos jurídicos, as percepções dessas mulheres alcançam suas próprias experiências em relação ao crime, pois as perspectivas de suas realidades as levam a adotar um posicionamento fiscalizador quanto aos atos adotados por seus defensores, públicos ou particulares, frente a movimentação de seus processos. Suas representações de culpa estão carregadas de arrependimento, frente às próprias consequências sofridas por suas transgressões, porém admitem a prática de seus crimes, admitem suas culpas e seus direcionamentos de forma consciente, em detrimento as adversidades carcerárias. Reprimem a CADEIA como espaço de restrição de direitos, de liberdade, mas não negam suas experiências quanto a processo de ressocialização através dos projetos educacionais de qualificação que alimentam a esperança de uma nova vida social. Moralmente demonstram que a sociedade e seu imaginário coletivo construído em torno da mulher como detenta mostram-se sobrecarregados de muita indiferença e preconceito em relação ao estereótipo criado em decorrência de suas condições de presas. E tal adversidade proveniente do cumprimento de suas penas, alicerçam suas relações intersubjetivas na crença de um ser transcendente, Deus, pois mostram-se convictas de que para vencer as dificuldades e sofrimentos e fortalecer sua própria existência, necessitam do fortalecimento da FÉ em Deus, independentemente de suas religiões.
    Palavras-chave: Imaginário, Representações, Tráfico de Drogas, Mulher.

    O problema do tráfico de drogas praticado por mulheres na Região Metropolitana de Belém vem se intensificando e sendo observado por meio da mídia e do aumento do número de ocorrências e dados estatísticos junto aos órgãos de Segurança Pública. Muito além da constatação da presença da mulher na prática do tráfico de Drogas na Região Metropolitana de Belém analisamos o imaginário e as representações dessas mulheres em relação ao crime praticado por elas e os valores apreendidos e disseminados em seu cotidiano de prisão e liberdade. A valoração dos filhos influenciou diretamente no processo de ressocialização, pois os mesmos são o elemento motivador no despertar de novos objetivos de vida por parte dessas mulheres, são a esperança de liberdade e da manutenção de uma boa conduta para o cumprimento das regras jurídicas e consequente acesso aos benefícios de licenças/indutos. Demonstram gratidão aos pais e evidenciam a importância dos mesmos, pelos valores transmitidos, principalmente de honestidade e de engrandecimento pessoal pela valorização do trabalho como elemento engrandecedor. Em termos jurídicos, as percepções dessas mulheres alcançam suas próprias experiências em relação ao crime, pois as perspectivas de suas realidades as levam a adotar um posicionamento fiscalizador quanto aos atos adotados por seus defensores, públicos ou particulares, frente a movimentação de seus processos. Suas representações de culpa estão carregadas de arrependimento, frente às próprias consequências sofridas por suas transgressões, porém admitem a prática de seus crimes, admitem suas culpas e seus direcionamentos de forma consciente, em detrimento as adversidades carcerárias. Reprimem a CADEIA como espaço de restrição de direitos, de liberdade, mas não negam suas experiências quanto a processo de ressocialização através dos projetos educacionais de qualificação que alimentam a esperança de uma nova vida social. Moralmente demonstram que a sociedade e seu imaginário coletivo construído em torno da mulher como detenta mostram-se sobrecarregados de muita indiferença e preconceito em relação ao estereótipo criado em decorrência de suas condições de presas. E tal adversidade proveniente do cumprimento de suas penas, alicerçam suas relações intersubjetivas na crença de um ser transcendente, Deus, pois mostram-se convictas de que para vencer as dificuldades e sofrimentos e fortalecer sua própria existência, necessitam do fortalecimento da FÉ em Deus, independentemente de suas religiões.
    Palavras-chave: Imaginário, Representações, Tráfico de Drogas, Mulher.

  • ANTONIO OSVALDO DA PONTE SOUZA
  • ESTADO E SUBDESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

  • Data: 10/10/2014
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  • Processo de desenvolvimento econômico é historicamente determinado. A tentativa de reproduzi-lo em regiões que não passaram pelo mesmo processo histórico e cultural causa distorções que agravam as mazelas do tecido social. Esta tentativa parte de uma hipótese improvável de que todos os povos do mundo, independente das suas peculiaridades históricas e culturais, são capazes de seguir, mesmo tardiamente, o mesmo projeto sócio-político e econômico da Europa Ocidental. A este modelo de imitação que cria próteses mal feitas do capitalismo hegemônico em áreas que não foram pioneiras e nem beneficiárias diretas da Revolução Industrial, vou chamar de Desenvolvimento do Subdesenvolvimento.

  • LARA THAIS DE SOUZA LAGES
  • AS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS E O MOVIMENTO SOCIAL QUILOMBOLA EM SALVATERRA: POSSIBILIDADE DE REFORÇO NA LUTA POR DIREITOS SOCIOTERRITORIAIS.

  • Data: 01/10/2014
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  • Esta pesquisa propõe-se a analisar de que modo os movimentos quilombolas de Salvaterra constroem suas articulações em rede, interna e externamente, para acessarem direitos socioterritoriais. Para tal, partimos, para tentar desenhar o caminho da rede, da comunidade quilombola de Pau Furado, em Salvaterra, até à Malungu, coordenação estadual que reúne as associações quilombolas de todo o estado e que media as relações das comunidade com outros movimentos e entidades para além das suas fronteiras. A análise se dará, a partir da construção analítica de movimento social, com base em Melucci, e a partir do conceito de rede de movimentos sociais, de Ilse Scherer-Warren. Como recorte, foi escolhida a comunidade de Pau Furado por ser a única ainda em fase de regularização da sua associação em Salvaterra, considerando que, no âmbito das redes de movimentos sociais, a relação entre as diversas associações de Salvaterra é mediada pela Malungu – Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará – por sua vez ligada a movimentos sociais que extrapolam os limites do Estado. A metodologia utilizada se baseou na pesquisa de campo, primordialmente. A relação entre os movimentos em rede e a força que ganham suas lutas não se dá sem tensões. Mapear tais tensões é tentar entender como os sujeitos envolvidos nessas redes interferem-se mutuamente.
    Palavras-chave: direitos socioterritoriais, movimentos sociais, redes, remanescentes de quilombos.

  • PETRONIO MEDEIROS LIMA FILHO
  • ENTRE QUILOMBOS: CIRCUITOS DE FESTAS DE SANTO E A CONSTRUÇÃO DE ALIANÇAS POLÍTICAS ENTRE AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE SALVATERRA.

  • Data: 26/09/2014
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  • Esse estudo é uma interpretação sobre as relações que envolvem festas de santo e a construção de alianças políticas entre as comunidades quilombolas localizadas no município de Salvaterra – Marajó - Pará, tendo como base pesquisa etnográfica realizada na comunidade quilombola de Bacabal. As referidas comunidades quilombolas são: Salvá, Mangueiras, Caldeirão, Bairro Alto, Pau Furado, Bacabal, Santa Luzia, Providencia, Deus Ajude, São Benedito da Ponta, Siricari, Boa Vista, Paixão, União/Campina e Rosário que possuem em comum além da realização e participação nas festas umas das outras, também o fato das mesmas terem se autodefinido[1] comunidades remanescentes de quilombos e estarem lutando pelo reconhecimento e titulação de seus territórios. Para interpretar as relações entre festas e alianças políticas o estudo toma o paradigma do dom[2], ou paradigma da aliança e da associação proposto por Alain Caillé (2002) como referencial teórico principal. As festas, nesse estudo, são interpretadas como dádivas que ao circularem entre comunidades geram vínculos fortes, laços de confiança e fidelidade, e alianças políticas entre as mesmas.

     

  • IRA CARVALHO SAMPAIO
  • A AGRICULTURA FAMILIAR E A AGROINDÚSTRIA DO DENDÊ EM TOMÉ-AÇU/PA: EFEITOS DA AGRICULTURA POR CONTRATO NA PRODUÇÃO E NO TRABALHO FAMILIAR

  • Data: 18/09/2014
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  • Sob o âmbito dos agrocombustíveis, a “recente” expansão da cultura da palma de óleo tem imprimido diversas transformações ao meio rural de vários países, como a Indonésia, a Malásia e a Colômbia. No Brasil, em particular no Nordeste do Estado do Pará, a criação do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PSOP) (2010) tem provocado mudanças ao trabalho e à produção em estabelecimentos da agricultura familiar, sobretudo após sua integração produtiva à “cadeia da palma”. Para identificar tais efeitos foi realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa em 18 estabelecimentos localizados no extremo oeste do Município de Tomé-Açu (PA), onde plantios dessa cultura de empresas agroindustriais se expandem vertiginosamente e vários desses estabelecimentos vêm assinando contratos de dendê. Igualmente foi aplicado um formulário em 18 desses estabelecimentos e feitas 6 entrevistas semiestruturadas com agricultores, buscando identificar as transformações na produção, bem como no trabalho nos seus estabelecimentos. Foram realizadas ainda entrevistas com sindicatos, com representantes de uma empresa do setor (Biopalma da Amazônia S.A), com técnicos de instituições de crédito e especialistas no assunto, tendo em vista verificar suas visões a respeito da integração de agricultores familiares e de seus estabelecimentos a essa cadeia e as mudanças emergentes deste processo. Ao final da pesquisa, observou-se que 1) os sindicatos tiveram participação pouco efetiva nessa integração, 2) a instalação de um contexto de dependência ao mercado e ao sistema financeiro, 3) a falta de informação sobre os contratos e 4) o trabalho familiar nos estabelecimentos mostrou-se aparentemente insuficiente, em decorrência da implantação de mais uma cultura e a migração de agricultores familiares para o trabalho em empresas dendeícultoras “próximas”. Em razão destas implicações, boa parte dos agricultores disse ter aumentado a demanda por trabalhadores temporários, realidade que tem gerado um clima de “concorrência” entre os mesmos e a empresa no local, que por sua vez os mantém na formalidade (carteira assinada). Embora sob este cenário, os agricultores mostraram-se otimistas com o programa e com a cultura da palma de óleo sob contrato, principalmente devido ao acesso ao crédito rural, à assistência técnica, à possibilidade de aumento da renda e da qualidade de vida, o que pode indicar razoáveis perspectivas de inclusão social no campo.

  • VANESSA FRAZAO LIMA
  • O MODO DE VIDA DO MST NO ASSENTAMENTO MÁRTIRES DE ABRIL EM MOSQUEIRO-PA: VALORES, A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE COLETIVA E AS CRISES.

  • Data: 08/09/2014
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  • A presente dissertação apresenta o Modo de Vida dos moradores do Assentamento Mártires de Abril (AMA), entendido como um conjunto de práticas, valores e imaginários, então em curso no assentamento, situado na ilha de Mosqueiro, região metropolitana de Belém-Pa. O modo de vida é analisado a partir de sua construção pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- Terra, numa perspectiva histórica, que considera desde o momento dos trabalhos de base, realizados nas periferias de Belém em 1998, através dos quais aconteceu o cadastro e reunião dos trabalhadores desenraizados, interessados em ingressar na luta social pela posse da terra, no caso, a ocupação da área da antiga fazenda da TABA (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica) em Mosqueiro, ocorrida em 1999; tendo este momento de ocupação e acampamento como o mito de origem, ou mito fundador, do que viria a se tornar o AMA. Nesse sentido, assumem destaque as fases da ocupação, assim entendidas: a separação, momento em que os sujeitos decidem unir-se ao MST, deixando para trás suas vidas em busca de uma nova perspectiva, que vai sendo gradualmente incorporada por meio da formação e vivência na organicidade do Movimento ao longo da fase seguinte, da liminaridade, na qual os sujeitos, já acampados, experimentam o vazio deixado pelo abandono de suas casas e identidades urbanas, e as incertezas com relação ao futuro, posto que, fatores de diversas ordens poderiam impedir que o projeto de assentamento rural acontecesse.  É nesse momento, a fim de dirimir as dúvidas e acolher os acampados, que a mística, através de cantos, encenações e utilização de símbolos promove a última fase, a saber, a reincorporação dos sujeitos a uma nova identidade, construída coletivamente. Entende-se, que, graças a esse processo de construção social, política e cultural, tornou-se possível a existência de um modo de vida peculiar no local, regido pelas relações de vizinhança, reciprocidade e pelos valores imperativos herdados do MST e reafirmados coletivamente, em momentos como a festa de quinze anos do assentamento, onde fica claro a preocupação com a manutenção desse modo de vida, que encontra-se ameaçado pela própria conjuntura política e social do AMA. Para empreender tal análise, utilizo como referenciais teóricos a antropologia rural e sociologia rural com suas contribuições sobre o camponês e campesinato, a antropologia dos símbolos e rituais, como suporte para compreender a materialidade de todo o processo simbólico de construção, significação e pertença dos assentados e a antropologia interpretativa, que me permitiu elaborar um esquema de interpretação e compreensão da realidade estudada.

  • THABATA DE FARIAS SILVA
  • A CIRCULAÇÃO DE CRIANÇAS EM DUAS GERAÇÕES DE UMA FAMÍLIA RURAL NO MUNICÍPIO DE VIZEU-PA.

  • Data: 29/08/2014
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  • O presente trabalho irá explorar o tema trabalho infantil doméstico na vida das crianças da região Amazônica que são dadas pelos pais para outras famílias - transmitindo a responsabilidade de uma família para outra – prática reconhecida como “circulação de crianças”.

  • VALBER DE ALMEIDA PIRES
  • NOVA INFORMALIDADE ENTRE OS VENDEDORES AUTÔNOMOS NO CENTRO COMERCIAL DE BELÉM DO PARÁ E O CASO DO ESPAÇO PALMEIRA.
  • Data: 12/08/2014
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  • Ao longo das últimas duas décadas e meia, o comércio informal de trabalhadores autônomos no Centro Comercial de Belém (CCB), Pará, conheceu importantes transformações. Com base nas teorias da nova informalidade e da reprodução social, este estudo analisa essas transformações. A primeira teoria postula que os novos processos informais estão associados às dinâmicas da globalização, são funcionais à reprodução capitalista e assumiram contornos irreversíveis. A segunda, conforme formulada por Pierre Bourdieu, assinala que às posições objetivas que os agentes sociais ocupam na estrutura social correspondem pontos de vista subjetivos, uma subjetividade prática que, neste estudo, é denominada também de cultura de classe. Buscou-se analisar de que modo as transformações da prática objetiva dos agentes do comércio informal autônomo estão impactando sua subjetividade prática. O estudo foi conduzido no Espaço Palmeira, destinado à prática específica de atividades informais autônomas no CCB e considerado a face mais avançada da nova informalidade na cidade. As transformações no comércio informal no CCB estão diretamente associadas às dinâmicas da economia globalizada. A nova informalidade produziu mudanças nas estratégias reprodutivas dos trabalhadores informais autônomos que envolveram a) adaptações ao mercado altamente competitivo por meio da mudança ou diversificação dos produtos que vendem ou, ainda, dos serviços que prestam, b) a organização política da categoria, c) a afirmação e o fortalecimento de novas disposições (habitus), explicações e valores (representações sociais) próprios à atividade e, e) a construção de novas identidades ocupacionais, com destaque ao empreendedorismo.
  • NELIO RIBEIRO MOREIRA
  • A MÚSICA E A CIDADE: PRÁTICAS SOCIAIS E CULTURAIS NA CENA DA CANÇÃO POPULAR EM BELÉM DO PARÁ.

  • Data: 11/08/2014
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  • Pretende-se aqui expor as perspectivas teóricas e a possibilidades metodológicas que possam sustentar uma pesquisa sobre as práticas socioculturais e as relações de sociabilidade no campo da música popular na cidade de Belém do Pará no decurso da década de 1980. Mais precisamente, o intuito é lidar com a cena pretérita da canção popular na perspectiva analítica de uma etnografia histórica recorrendo, assim, a registros da memória de interlocutores que viveram no período e a informações coligidas em material escrito e iconográfico para perceber as atividades e os inter-relacionamentos efetivados.

  • MARCOS CARMO DE ALMEIDA
  • "PARA ONDE IR?": UM ESTUDO SOBRE DESLOCAMENTO DE POPULAÇÕES E EXPLORAÇÃO MINERAL NO PARÁ.

  • Data: 18/06/2014
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  • evento social do deslocamento compulsório das comunidades ribeirinhas do Rio Capim1 começa a ser gestado a partir da entrada do capital na Amazônia, fato ocorrido com mais evidência a partir das décadas de 60 e 70, sendo este capital predominantemente estrangeiro.

  • VANDERLUCIA DA SILVA PONTE
  • OS TENETEHAR-TEMBÉ DO GUAMÁ E DO GURUPI, POVO VERDADEIRO!: SAÚDE "DIFERENCIADA", TERRITÓRIO E INDIANIDADE NA AÇÃO PÚBLICA LOCAL.
  • Data: 10/06/2014
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  • Neste estudo analisa-se a relação entre saúde “diferenciada”, território e indianidade, utilizando referências conceituais da sociologia da ação pública local, na Terra indígena do alto Rio Guamá (TIARG), nordeste do Pará, território reivindicado por seus habitantes, o povo Tenetehar-Tembé das Aldeias do Guamá e do Gurupi. O processo central observado relaciona a apropriação do discurso da “saúde diferenciada” pelas “lideranças Tembé”, que passam a utilizá-lo como um recurso político em ações pela defesa de uma identidade associada à defesa de seu território. Um território híbrido é então vivenciado e construído em referências simbólicas, cosmológicas específicas de uma cultura singular que se integra em uma ação pública local, cujo sistema de atores aponta uma atuação em esferas de competência abrangentes do ponto de vista do serviço público, neste caso, o da saúde. Entre direitos sociais específicos e direitos sociais universais, as duas aldeias buscam ampliar seus recursos e desenvolver novas estratégias integrando território tradicional às exigências que alcançam níveis globais. Tais estratégias, sobretudo a reedição de rituais tradicionais, são meios que se dão os Tembé para continuar a enfrentar outros interesses em seu território – o de madeireiros, fazendeiros e colonos. Isso tem permitido aos Tembé, tanto do Guamá como do Gurupi, dinamizarem e reinventarem a cultura, imprimindo um caráter eminentemente político às suas ações ao defenderem ao mesmo tempo a indianidade e o território. Comparando os dois blocos de aldeias, observam-se as diferenciações, aprendizados e transmissão de conhecimentos que demonstram os Tembé do Gurupi ao pôr em marcha estratégias e discursos de resistência e defesa do território mais fechados. O grupo do Guamá, mais afetado pelas iniciativas ligadas à exploração da madeira e às fazendas, defende um “novo” território, tipicamente emergente, que guarda, no entanto, correspondências com os limites do território, atualizado na memória coletiva, em que as referências não são exatamente as mesmas.
  • CARMENTILLA DAS CHAGAS MARTINS
  • PARA ALÉM, ATRAVÉS, DA FRONTEIRA E DO ACORDO: INTERAÇÕES SOCIAIS NO OIAPOQUE.
  • Data: 06/06/2014
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  • As populações que habitam os territórios de Oiapoque e da Guiana Francesa mantêm um relacionamento histórico, num contexto interativo possibilitado pelo rio Oiapoque que interliga as coletividades. Muitos grupos sociais de Oiapoque dependem economicamente dessa integração: são comerciantes, catraieiros, carregadores, moradores das comunidades situadas no alto da bacia do rio Oiapoque. Contudo, desde meados da década de 1990, com objetivo de controlar a migração de brasileiros para Guiana Francesa e eliminar os garimpos clandestinos situados em seu território ultramarino, vem o governo da França empreendendo um rigoroso controle sobre a mobilidade e o deslocamento de pessoas em e através da fronteira. Tal situação engendrou diversos conflitos envolvendo brasileiros e policiais franceses. A prática de transcender a fronteira expressa a forma como esses indivíduos interagem, motivo pelo qual se qualificam tais interações como transfronteiriças. Entende-se haver uma condição de transfronteiricidade em Oiapoque referida à Guiana Francesa. Por interação se compreende uma situação em que os indivíduos estabelecem nexos entre si com influências e efeitos recíprocos. O objetivo da tese foi interpretar como se articulam as interações transfronteiriças em escala local e o processo de cooperação fronteiriça franco-brasileira, institucionalizado desde 1996. Neste sentido, o foco da investigação foi a relação entre sociedade local-política internacional, isto é, sobre os novos significados que adquirem as interações entre atores locais no quadro das relações bilaterais franco-brasileiras. A pesquisa, com abordagem qualitativa, foi desenvolvida por meio de levantamento bibliográfico, documental e de campo. Essa última levada a cabo em Macapá (2011, 2013), Oiapoque (novembro de 2007, novembro de 2011, julho de 2013), Caiena (outubro de 2011), Ilha Bela e Vila Brasil (Oiapoque, julho de 2013). Nessas ocasiões foram utilizadas como técnicas de coleta de dados: observação não participante, entrevistas não estruturadas ou semiestruturadas, configurando-se como uma pesquisa descritiva e interpretativa. Afirma-se que para os atores locais a transcendência da fronteira se liga às condições de luta pela sobrevivência, ou seja, em territórios fronteiriços identificam-se territorialidades diversas que se desenrolam alheias à existência da fronteira como limite divisor de soberanias territoriais. Por territorialidades se entendem os conteúdos que determinam os comportamentos dos indivíduos em suas ações no espaço. As interações decorrentes da mobilidade e do deslocamento de pessoas no rio Oiapoque constituem-se – para os grupos destacados na investigação – em meios de alcançar inserção socioeconômica e isso não é apreendido nos quadros da cooperação fronteiriça franco-brasileira. Espera-se que os conhecimentos produzidos nesta pesquisa possam contribuir com conceitos mais adequados à existência prática desses indivíduos, fornecendo subsídios para a formulação de políticas compensatórias destinadas aos grupos atingidos pela restrição à mobilidade e ao deslocamento.
  • JOAO GOMES TAVARES NETO
  • TRABALHO E SOCIABILIDADE: Trajetórias ocupacionais de trabalhadores da indústria de construção

    em um contexto de flexibilidade

  • Data: 23/05/2014
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  • A Tese toma por objeto a vida ocupacional de trabalhadores da indústria de construção civil. Dirigiu-se o foco da pesquisa para as formas de sociabilidade que se instauram em um contexto de mudanças flexíveis no qual se insere o mundo do trabalho entre as décadas de 1980 e 2010. Nossa interpretação toma como ponto de referência as narrativas apresentadas por estes trabalhadores as quais concebemos como histórias contadas por sujeitos “conhecedores” de sua própria existência. A investigação procura delinear trajetórias ocupacionais de trabalhadores pertencentes a duas categorias em atividade na indústria de construção: mestres de obra e engenheiros. Buscou-se identificar e discutir os possíveis pontos de inflexão em suas trajetórias ocupacionais no que se refere às suas relações com o mundo do trabalho e em suas formas de sociabilidade.  Em nossos achados, sublinhou-se o risco e a incerteza que marcam as trajetórias ocupacionais desses sujeitos, bem como o aprimoramento da capacidade de deslocamento que facilitou para eles mudança de cidades, de empresas e de funções em cenários nos quais evidencia-se a centralidade do trabalho em suas existências.  Verificou-se que, embora os sujeitos da pesquisa tenham construído suas trajetórias ocupacionais em contextos macroestruturais marcados pela flexibilidade, isto em geral não parece ter alterado sensivelmente suas relações com o trabalho e suas interações sociáveis, pois na atividade de construção há historicamente uma elasticidade nas relações de trabalho e no que se refere aos vínculos com o emprego, que apontam para a presença do que hoje se costuma identificar como trabalho atípico. Do mesmo modo, demonstraram-se peculiares as formas como cada um deles se posicionou diante dos impactos produzidos pelos contextos referidos, e como isso veio a alterar as formas de suas interações sociais em trajetória.  Este comportamento peculiar atribuiu-se à disposição flexível que cada um conseguiu desenvolver, com maior ou menor intensidade ao longo se sua trajetória, como resultado de suas múltiplas socializações. As redes sociais cultivadas pelos sujeitos da pesquisa caracterizadas por maior ou menor profusão social contribuem para facilitar seu ingresso e permanência no mundo do trabalho em trajetória.

     

  • SUELLEN NASCIMENTO DOS SANTOS
  • NA FEIRA TAMBÉM SE APRENDE: UM ESTUDO SOBRE TRANSMISSÃO DE SABERES NO SETOR DE FARINHAS NO COMPLEXO VER-O-PESO EM BELÉM - PARÁ.
  • Data: 20/05/2014
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  • O trabalho apresenta a pesquisa realizada para a dissertação de mestrado, e tem por objetivo apresentar a feira como um espaço de transmissão de saberes, observando esta como um espaço de aprendizagem. Acostumados a relacionar educação com espaços mais formais como a escola, nos esquecemos de que outros espaços também podem ser lugar de saber, algo que não se aprende na escola, mas no dia a dia, no caso da venda de farinha, um saber que vem com a prática do trabalho. A pesquisa foi realizada no setor de farinhas do Ver-o-Peso, mercado famoso na cidade de Belém, parte da representação simbólica da cidade desde o século XVII, compreendemos ali um rico espaço de saber, uma saber em parte familiar, que como pude observar vem sendo passado de pai para filhos e filhas, marido para esposa, irmãos, primos, amigos, etc.
  • ROSALY DE SEIXAS BRITO
  • DIFERENTES, DESIGUAIS E CONECTADOS(?) - VIVÊNCIAS JUVENIS, REPRESENTAÇÕES MIDIÁTICAS E NEGOCIAÇÃO DE SENTIDOS NA CENA METROPOLITANA

  • Data: 29/04/2014
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  • Em um mundo povoado de olhares sobre a juventude, este trabalho propôs-se a indagar, por meio do diálogo entre a antropologia e a comunicação, quais os significados que jovens das camadas médias e populares de Belém do Pará, segundo maior centro urbano da Amazônia brasileira, atribuem à sua própria experiência. Durante oito meses, em 2012, foram entrevistados em profundidade 16 jovens de bairros centrais e periféricos da cidade. Buscou-se apreender como aspectos diversos de suas vivências cotidianas contrastam e desconstroem as imagens homogeneizantes em torno dos jovens que circulam contemporaneamente, em diferentes searas discursivas, com especial ênfase aos meios de comunicação. Essas representações projetam, ao mesmo tempo, um jovem ideal e seu duplo negativo, o desviante, em discursos impregnados de estereótipos e de marcadores sociais da diferença. Articulando dois níveis principais de pertencimento e formas de inserção na cidade, as comunidades imediatas de significação – a família, o bairro, a vizinhança, escola, a rede de amigos – e as comunidades imaginárias mais amplas, especialmente a mídia e as redes sociais na internet, a pesquisa revelou que os sujeitos interlocutores ativa e intersubjetivamente produzem seu mundo de significados e tecem projetos, negociando e, por vezes, contrapondo-se aos sentidos que se lhes quer atribuir por sistemas institucionais e simbólicos.

  • JOSE NEWTON COSTA
  • AS NOVAS REGRAS DO JOGO PELO ACESSO AOS RECURSOS NATURAIS NA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE TRACUATEUA, NO PARÁ
  • Data: 23/04/2014
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  • A presente tese é fruto do estudo realizado na área de influência da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua (RESEXMT), localizada no município de Tracuateua, região nordeste do Estado do Pará, Amazônia, Brasil. A reserva, criada em maio de 2005 em conjunto com outras três - Caeté-Taperaçu, Araí-Peroba e Gurupi-Piriá - na mesma região, dispõe de uma área aproximada de 27.150 hectares e possui cerca de 2.500 usuários. Na sua área de influência vive uma população de 40 mil pessoas. Este estudo objetiva compreender e explicar as práticas extrativistas dos usuários da área de influência da RESEXMT, considerando as novas regras resultantes de sua criação que regulam o acesso e o uso dos recursos naturais comuns e dos benefícios complementares. Duas hipóteses nortearam este trabalho: que as novas regras resultantes da criação da RESEXMT modificaram as práticas extrativas dos seus usuários e contribuíram para o alcance dos objetivos da sua implementação e que as mudanças introduzidas com a implementação da reserva referem-se mais aos benefícios complementares do que às novas regras determinadas para a regulação das práticas extrativas. Para a elaboração do trabalho, adotou-se uma abordagem qualitativa, sendo utilizados procedimentos metodológicos como consulta a fontes secundárias, pesquisa de campo como observação direta e entrevistas semiestruturada, além de entrevistas informais e de registros fotográficos. Como suportes teóricos, recorreu-se as teorias da ação coletiva, dos recursos naturais comum e dos regimes de direitos de propriedade e buscou-se apoio por meio das categorias analíticas das regras sociais, desvios e conflitos sociais. Os resultados mostram que a criação da RESEXMT não foi fruto de uma mobilização das populações de pescadores e tiradores de caranguejo daquele município, mas, principalmente, de uma oferta social por parte dos técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) representados pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Populações Tradicionais (CNPT). Este fato explica a pouca internalização, pelos usuários, das mudanças criadas pela implementação da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua e de seus instrumentos de cogestão. A maioria não sabe o que é uma Reserva Extrativista Marinha, que afinal é mais relacionada, pelos usuários, aos benefícios complementares, como a construção de casas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) do que a conservação da Biodiversidade. As regras presentes no Plano de Utilização são transgredidas constantemente, pelo fato de não estarem internalizadas pelos usuários e pela ausência de um plano de comunicação dos objetivos e das regras de funcionamento na reserva. Apesar disso, não se observou nenhum tipo de sanção, nem pela Associação da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua (AUREMAT), nem pelo órgão gestor, embora existam dispositivos para tal. As principais mudanças introduzidas com a implementação da reserva referem-se mais aos benefícios complementares do que às novas regras determinadas para a regulação das práticas extrativas.
  • ALEXANDRE MAURICIO FONSECA DE AZEVEDO
  • CRIANÇAS ESPECIAIS NA ILHA DO MARAJÓ: UMA ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA.

  • Data: 14/04/2014
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  • Esta tese intitulada Crianças especiais na Ilha do Marajó: uma abordagem antropológica propõe um estudo etnográfico sobre as experiências sociais de crianças, que apresentam características que possibilitam o seu reconhecimento como pessoas portadoras de deficiência, nas comunidades do Céu e Cajú-Una, situadas no município de Soure, Ilha do Marajó. Nessa abordagem, a antropologia apresenta-se como essencial aos estudos sobre a deficiência, pois interroga o termo na perspectiva de uma construção social, constituindo-se como importante alternativa de reflexão crítica sobre os significantes sociais, que emergem das diferentes interações entre os indivíduos que participam da vida social. Esta pesquisa contribui com os estudos da infância na antropologia, e representa uma nova orientação metodológica que converge à fusão de uma tripla experiência: a experiência das crianças, inclusive de suas próprias criações lúdicas; a experiência delas no contexto familiar ou com pessoas adultas que constituem significativas presenças em suas vidas; e minha própria experiência como antropólogo, no sentido de captar a síntese etnográfica de tais experiências. Proponho um destaque especial ao papel da família e penso uma antropologia da criança que se revigora, permanentemente, na relação com o mundo dos adultos que as circundam.

     

     

     

     

     

     

     

  • DIEGO AMADOR TAVARES
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    ARQUITETURA DO MEDO: MEMÓRIAS DA PAZ E O COTIDIANO DA INSEGURANÇA NO BAIRRO DA SACRAMENTA.

  • Data: 10/04/2014
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  • A presente pesquisa de dissertação foi realizada no bairro da Sacramenta em Belém do Pará, mais precisamente na região que aqui é referida como Zona das Mucajazeiras (trata-se da região onde surgiu a primeira vila de moradores do bairro e o termo utilizado é uma referência a palmeira do Mucajá, que ali havia em abundância até o início do século XX), e buscou compreender o funcionamento do cotidiano do local - que está inserido num contexto de criminalidade e violência - com objetivo de entender o fenômeno da arquitetura da violência ali evidenciado por uma paisagem de casas; pontos comerciais e prédios públicos guarnecidos o tempo inteiro por elementos, como grades e cercas elétricas.

     A observação do campo de pesquisa e os relatos orais obtidos nas entrevistas com os moradores da Zona das Mucajazeiras não comprovaram totalmente a nossa hipótese inicial de pesquisa de que a baixíssima sociabilidade da região e o individualismo nas relações sociais fosse responsável pela intensificação da sensação de insegurança, ao invés disso, revelaram relações sociais muito mais ricas e complexas, uma rede de sociabilidades muito mais densa (embora desgastada) um cotidiano em que as narrativas não versavam apenas sobre o medo, mas variavam e se alternavam entre o terror em frente a violência e a tranquilidade da segurança/apego e da identificação com o local, o mesmo contraste que pode ser também encontrado entre as grades que cercam quase todas as casas (e todos os demais elementos que compõem a arquitetura do medo) em contraste com a atmosfera agradável produzida pelos vizinhos que no fim da tarde “batem papo” sentados na calçada de suas casas. Ou seja, não encontramos o estado de anomia causada pelo medo da violência que imaginamos que encontraríamos. Embora o desgaste da sociabilidade contribua para o aumento da insegurança é justamente a sobrevivência de muitas formas de sociabilidade que ajuda a Zona das Mucajazeiras ser um local onde ainda é possível gozar de certa segurança.

    Assim sendo, com os suportes da história oral bem e de elementos de etnografia urbana, buscamos compreender como as pessoas no dia-a-dia da vida de um bairro se relacionam com dois fenômenos sociais presentes na vida em sociedade –  o cotidiano do medo e a memória da paz – os quais não ocorrem de forma isolada do tempo e do espaço, pois embora a paz apareça com mais frequência nas narrativas sobre o passado e o medo apareça muito mais na narrativas sobre o presente, a segurança e insegurança fizeram, fazem e, provavelmente, farão simultaneamente parte da história de vida dos moradores da Zona das Mucajazeiras.  

  • WILL MONTENEGRO TEIXEIRA
  • LINCHAMENTOS CONTEMPORÂNEOS: UMA ANÁLISE DA PRÁTICA SOCIAL SOB A PERSPECTIVA DOS LINCHADORES NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM.
  • Data: 17/03/2014
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  • O linchamento é uma prática social agressiva que representa a ação coletiva de um grupo de pessoas sobre o suspeito de um crime. Está relacionado com as ideias de justiça popular e punição. Esta pesquisa tem como objetivo compreender os sentidos contemporâneos do linchamento em Belém a partir da perspectiva dos linchadores. Foram entrevistados 20 moradores de Belém selecionados por meio da técnica de snowball, com a indicação como participantes de linchamentos. Foram analisados dados socioeconômicos, os perfis de participação em linchamentos e os sentidos de violência, justiça e crime. A participação em linchamentos foi classificada em 3 modalidades: 1) participantes que agem sempre que presenciam ou tomam conhecimento sobre um crime ou ato infracional; 2) entrevistados que avaliam a situação e decidem pela participação ou não, tendo como critério, primordialmente, se quem cometeu o crime está armado e se há possibilidade de represália do linchado pelo reconhecimento de seus linchadores; e 3) pessoas que participaram pelo menos uma vez de um linchamento. Pode-se afirmar que as condições socioeconômicas não são significativas para definir a participação em linchamentos. Todos os entrevistados narraram ter vivenciado agressões físicas na infância e adolescência, seja como vitimas ou como agressores, além de vítimas de assalto na vida adulta. Os sentidos de violência e crime, para os entrevistados, estão correlacionados, e referem-se, apenas, ao “outro” que é quem os comete e a justiça só é realizada através de punição física do linchado. Os resultados apontaram, também, que a rede de sociabilidade construída entre os vizinhos do bairro é decisiva para a participação na punição através do linchamento. Assim, pode-se afirmar que as práticas sociais analisadas em Belém manifestam uma nova configuração de modalidade de linchamento, hibridas se comparadas as já já analisadas pela literatura sociológica sobre o tema.
  • JAKSON SILVA DA SILVA
  • GENTRIFICAÇÃO E RESISTÊNCIA POPULA NA ESTRADA NOVA DE BELÉM: UM ESPAÇO URBANO EM DISPUTA
  • Data: 17/03/2014
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  • Esta dissertação versa sobre um projeto de intervenção urbana na orla fluvial de Belém, projeto esse administrado pela prefeitura e denominado Portal da Amazônia, que se localiza na parte sul da orla. Por outro lado, a dissertação considera a resistência popular dos atingidos pelo projeto, que reivindicam a permanência de seus espaços e modos de vida. Portanto, a abordagem trata de uma situação de conflito urbano, causada pela intenção de enobrecer ou “gentrificar” um espaço urbano de uso popular, implicando essa gentrificação na remoção dos moradores da Estrada Nova (atual Bernardo Sayão) e usuários do Porto da Palha e do Porto do Açaí.
  • PATRICIA NORAT GUILHON
  • A CURA ENCANTADA: UMA ETNOGRAFIA DOS RITUAIS MÁGICOS DE CURA DO GRUPO CARISMÁTICO DE N. SRA. DAS GRAÇAS EM BELÉM.
  • Data: 18/02/2014
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  • Este trabalho é resultado de uma pesquisa antropológica sobre o grupo carismático de N. Sra. das Graças em Belém-PA. Para explicar o perfil singularmente mágico dos rituais deste grupo, formulei duas hipóteses. A primeira reside no fato de que a capela onde o grupo se reunia era administrada pelo diácono Wallace Viana e sua família com o apoio de alguns agentes leigos, sem a interferência direta de um sacerdote, o que teria supostamente lhe dado maior autonomia e liberdade de gerenciar seus rituais, o que teria permitido a inserção de um grande número de componentes mágicos e de sincretismos religiosos e culturais em suas práticas. A segunda gravita em torno da história do milagre da Santa que teria chorado naquele local, dando origem à capela de N. Sra. das Graças e esse fato teria construído no imaginário popular a crença de que curas e milagres brotariam com muita intensidade neste lugar. A memória do milagre da Santa foi mantida e reafirmada pela família Viana, que, ao aderir ao movimento carismático, trouxe para dentro da capela uma série de concepções e experiências mágicas, que foram ao encontro de um imaginário previamente marcado pela crença em milagres num lugar visto como território privilegiado do sagrado, que Maria escolheu para se manifestar. Atualmente, suas reuniões ocorrem em outro local, mas suas lideranças continuam a recorrer a uma variedade de recursos mágicos, cuja performance faz lembrar a atuação dos magos em suas cerimônias. Nesta pesquisa, estabeleci uma análise comparativa no campo da antropologia da religião entre estes personagens e, para isso, procedi a uma etnografia dos rituais de cura carismáticos, na qual, a partir de um diálogo com autores clássicos e atuais das ciências sociais, evidenciei como o papel desempenhado pelas lideranças carismáticas se assemelha com o papel que os magos assumem nos seus rituais. Neste sentido, enfatizei os aspectos mágicos dos rituais carismáticos e promovi um debate com esses pesquisadores com a finalidade de evidenciar como a magia é um elemento atual e presente nas sociedades “modernas” e “secularizadas”, e busquei fugir de dicotomias clássicas que foram forjadas no interior da própria antropologia. Ressalto que, embora os rituais carismáticos estejam voltados para curar doenças e resolver os problemas de uma forma imediata e concreta, os carismáticos acreditam que a verdadeira cura resulta de um longo e gradual trabalho de aperfeiçoamento espiritual, e que os processos de cura e crescimento espiritual estão ligados porque a doença é vista como um obstáculo ao crescimento espiritual. O sistema de cura é holístico no sentido em que busca integrar, em princípio, todos os aspectos da pessoa, concebida como um compósito tripartite de corpo, espírito e mente. Este princípio holístico é a base de todo o sistema de cura carismático, tornando-se mais visível nos seus rituais particulares de cura ancestral, interior e de libertação. Neste trabalho, me propus a analisar esta concepção carismática à luz do paradigma da fenomenologia proposta por Thomas Csordas, que estuda há muitos anos o movimento carismático nos Estados Unidos, e analisa o processo de constituição de uma nova personalidade entre aqueles que aderem à Renovação Carismática Católica-RCC, demonstrando como, na cura carismática norte-americana, se constrói um self sagrado de modo continuado através da porta da cura. Além disso, esse autor tem chamado atenção para o fato de que os demônios que surgem nos rituais carismáticos de cura ancestral, das memórias e de libertação, para além da sua versão clássica apocalíptica, aparecem como fobias, sentimentos negativos e desvios de comportamento. Este é um dos pontos em comum entre os rituais de cura norte-americanos e os rituais carismáticos do grupo de N. Sra. das Graças.
  • MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS
  • NO ABACATAL (TAMBÉM), UMA FLOR: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE A RELAÇÃO CRIANÇA & TRABALHO
  • Data: 23/01/2014
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  • Nesta tese analiso o tornar-se (“becoming/become”, TOREN, 2004) trabalhador & abacataense visando compreender o significado do “trabalho” na perspectiva das crianças, o qual foi por mim traduzido como sendo suas atividades “obrigatórias” e “espontâneas”, tomando aquilo que elas chamam de (cuidar d’)’as minhas coisas, envolvendo obrigação, dever e gosto, os quais significam ajudar, ou como elas dizem: “a criança trabalha ajudando”. Para isso, busco atender aos seguintes objetivos: quem são as crianças e como estão presentes nesse contexto? Como ser “trabalhador”, categoria autorreferente dos abacataenses, é incorporado pelas crianças e como esse dado se apresenta no dia-a-dia? Tais objetivos estão fundamentados no entendimento de que a criança é sujeito ativo do processo de socialização e, neste processo, produz significados a partir das condições no mundo criadas também com a participação dos adultos. Isto significa dizer que suas ideias lhes pertencem, contudo, são produtos do seu envolvimento intersubjetivo no mundo. Neste sentido, a pesquisa seguiu a orientação metodológica de uma etnografia com e sobre as crianças, a qual possibilitou a organização dos dados em dois eixos de análise interligados: 1- criança-infância-família-organização social; 2- socialização-aprendizagem-trabalho. Ante a pesquisa e a análise realizadas, pareceu-me pertinente afirmar que a socialização e o aprendizado, no e para o trabalho, ou como tornar-se um abacataense, começam na família na mais tenra idade, em suas relações cotidianas, sendo parte de sua “organização social”. O que não significa, consequentemente, tornar-se um(a) trabalhador(a) rural, um(a) camponês(a) ou agricultor(a) familiar, dependente da renda do empreendimento com a terra para o sustento do seu grupo como assim foi por tempos, visando sua reprodução enquanto tal, mas um(a) “trabalhador(a)” que carrega na base de sua formação o conhecimento da lida com a terra e do trabalho doméstico e coletivo (solidário), que também concerne à aquisição de uma consciência política na luta pelo território.
  • LUIZ ROBERTO VIEIRA DE JESUS
  • CABEÇA DE MEDUSA NOS HORIZONTES EPISTÊMICOS DA AMAZÔNIA: A PERIFERIA DO ESPAÇO REAL SE EXPANDINDO PELO CIBERESPAÇO VIRTUAL
  • Data: 09/01/2014
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  • Esta tese teve como propósito compreender e procurar explicar se os atores institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação – CTI, na Amazônia, se apropriam do ciberespaço, tecnologia proporcionada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs, para se relacionar e produzir epistemes virtualmente de forma institucional e mutuamente compartilhada. De modo geral, buscou-se conhecer o campo de CTI na Amazônia, destilando seus processos históricos e formatando um ciberespaço moldado pelas relações virtuais que deveriam se instaurar nos processos de geração de epistemes na região amazônica. Constatou-se que tal proposição não se manifestou, basicamente, devido à ausência de um conjunto de forças epistêmicas gerado pelos recursos multidimensionais da Interweb, não se incorporando, dessa forma, como um traço cibercultural dos atores epistêmicos desta região. A metodologia aplicada se constituiu de um processo conjugado em três tempos: inicialmente, por meio de uma revisão bibliográfica levantou-se o processo histórico do campo de CTI na Amazônia. Em seguida, armou-se o referencial teórico que deu sustentabilidade epistêmica aos propósitos colocados, com destaque para as teorias das redes e grafos e da teoria da cibercultura. Por meio de seu instrumental categórico moldou-se um plano operacional que permitiu implantar as estratégias metodológicas para se apropriar do objeto, das problemáticas e proposições em um conjunto de operações que teve no elemento ‘hiperlink’ sua manifestação central, para a constituição da esfera empírica da investigação. Todo o trabalho de ‘campo’ se deu no ciberespaço, para onde foram deslocados os instrumentos tecnológicos e os recursos cognitivos no escopo de capturar, lapidar e processar os grafos – sociogramas – que permitiram deduzir as estruturas que dão base às relações institucionais dos atores de CTI na Amazônia. A comprovação da hipótese geral foi aceita, uma vez que as periferias epistêmicas espalhadas pelos espaços geográficos da Amazônia estão se expandindo pelo ciberespaço virtual, de modo a transformar as TICs, em verdadeiras cabeças de Medusa para os atores de CTI amazônicos. Ou seja, da mesma forma que as palhoças flutuantes dos ibéricos avançaram sobre as periferias das Américas longínquas, congelando os olhares dos autóctones – e por contiguidade, a suas culturas – o écrã multidimensional da Interweb está congelando os neurônios orgânicos e cibernéticos dos atores da Amazônia, por contiguidade suas ciberculturas.
2013
Descrição
  • ADILASIO PEDRO PEREIRA CRUZ NETO
  • TRABALHO NO SISTEMA DE VENDAS DIRETAS: ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO SEM VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS
  • Data: 17/12/2013
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  • Esta dissertação buscou analisar o trabalho de sujeitos que atuam no sistema de vendas diretas em Belém, especialmente os vendedores ligados a uma empresa que comercializa produtos voltados à alimentação, saúde e bem-estar. No sistema de vendas diretas, a relação entre vendedor e empresa não configura vínculo empregatício, portanto não enseja as obrigações jurídicas inerentes. Contudo, há uma necessidade prática de organizar essa força de trabalho e fazê-la cumprir com os intentos da empresa, mesmo sendo impossível aplicar as mesmas ferramentas de coerção presentes no emprego, pois esses vendedores se caracterizam como trabalhadores autônomos. Para esclarecer essa possibilidade, iniciou-se essa investigação partindo das origens do sistema de vendas diretas no mundo e sua posição no contexto globalizado. Em seguida foi analisada a literatura a respeito das transformações no mundo do trabalho e no terceiro capítulo delimitou-se especificamente às dinâmicas próprias da subjetividade e ideologia, vinculadas ao trabalho. Para realizar a averiguação empírica, foram empreendidas entrevistas assistemáticas com vendedores, observações em três eventos realizados pela empresa, e análise documental, cujo conteúdo visa esclarecer como se dá o funcionamento dos ganhos financeiros, como se distribuem os bônus e demais formas de reconhecimento pelo trabalho, quais as obrigações do vendedor junto à empresa, dentre outros. Esses dados conduziram a uma visão a respeito do trabalho no sistema de vendas diretas, onde as diferentes formas de gerenciamento permeiam-se através de discursos e práticas com caráter ideológico, que conferem o aspecto de realidade coerente à atividade de venda direta, articulando discursos surgidos com as transformações recentes no mundo do trabalho. É assim que a venda direta na empresa analisada reproduz suas práticas e perpetua sua existência.
  • MARINEIDE PEREIRA DE ALMEIDA
  • MULHERES NA PESCA: RELAÇÕES SOCIAIS NA ORGANIZAÇÃO DE NOVOS ESPAÇOS PRODUTIVOS.
  • Data: 17/12/2013
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  • Cooperativas de pesca no Amapá são recentes e expressam mudanças socioambientais, dentre as quais a pressão sobre os recursos pesqueiros e a intensa migração de pescadores de outros Estados para as águas ao largo do Estado. As comunidades locais de pescadores buscam alternativas de melhor renda, dentre as quais as cooperativas. Algumas mulheres tiveram papel de destaque nessa história, mobilizando redes sociais entre pessoas e instituições que aportaram recursos fundamentais para a criação das cooperativas. A pergunta de base do estudo foi: como ocorre a inserção das mulheres pescadoras em ações coletivas dessa categoria socioprofissional no Estado do Amapá? O referencial teórico apoiou-se em leituras feministas sobre divisão sexual do trabalho e relações de gênero, na abordagem relacional conforme a análise de redes e capital social e, finalmente, na história dos movimentos sociais e das organizações dos pescadores artesanais no Brasil, indicando o progressivo reconhecimento das mulheres como sujeitos políticos. Duas cooperativas foram estudadas, uma em Fazendinha, na zona urbana de Macapá, e outra em Calçoene, município palco de operação da frota artesanal e industrial. Constatou-se uma relação positiva, embora tênue, entre participar de cooperativas e se empoderar, seja porque a mulher tende a assumir papéis não almejados originalmente como representantes da categoria, seja porque elas contribuem para formar novas identidades, política, de gênero e classe. Foram entrevistados trinta membros nas duas cooperativas, além de dirigentes e de técnicos de órgãos pertinentes ao setor. Analisou-se a divisão do trabalho doméstico, constatando-se que embora haja participação de ambos os sexos, elas são maioria no assumir as tarefas de cuidado com pessoas e com o lar e, mais recentemente, vêm assumindo a contabilidade das lides de pesca. As cooperativas apresentam debilidades, com o reduzido capital social na forma de confiança entre parceiros e associados, sendo este um desafio maior a ser superado, diante do contexto presente da pesca na região. Não obstante, na escrita dessa história organizativa e na criação dessas novas instituições no Amapá a presença feminina tem feito diferença.
  • IVANA DA COSTA ANJOS RIBEIRO
  • AMBIENTALIZAÇÃO E PODER PÚBLICO: ESTUDO SOBRE A AGENDA 21 E A ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DA COLETA SELETIVA DE BELÉM (PA).

  • Data: 12/12/2013
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  • O objetivo deste trabalho são as relações entre atores envolvidos na organização da coleta seletiva do lixo no município de Belém.

  • ANA CRISTINA DE PAULA MAUES SOARES
  • CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA FEMININA: ESTUDO EM COMUNIDADES NEGRAS E RURAIS DE MACAPÁ-AP.
  • Data: 08/11/2013
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  • O trabalho analisa as ações coletivas de mulheres no meio rural amazônico, em especial aquelas relacionadas ao meio ambiente. A região objeto da pesquisa são os distritos do Coração, Curiaú e Maruanum, localizados no município de Macapá, estado do Amapá. Foram aplicados formulários entre mulheres participantes e não participantes de organizações e movimentos sociais, além da entrevista gravada, pesquisa documental e observação direta. Os resultados apresentam uma caracterização dos aspectos gerais de Macapá. Em seguida, discute-se a situação política e social da mulher. No terceiro momento, o enfoque é voltado para mediação política e ações do Instituto de Mulheres negras do Amapá/IMENA. Dando prosseguimento foi apresentado o perfil dos sujeitos da pesquisa. Por fim, centraliza-se a atenção para a participação política da mulher e suas motivações e para a percepção destas sobre a problemática ambiental. Esses resultados confirmam parcialmente a hipótese de que as mulheres de comunidades negras e rurais de Macapá, estimuladas pelas ações do IMENA, estão se organizando e se mobilizando politicamente para a valorização de suas identidades pessoal e coletiva de gênero e raça. Contudo, essa influência ocorre por meio de uma relação de mediação, através de ativismo midiático e de capacitação das lideranças locais, vem contribuindo para tirar as mulheres da área rural de Macapá do isolamento individual e problematizar sobre a temática ambiental. Conclui-se que a participação da mulher negra tem evoluído nos últimos anos, sugerindo mudanças efetivas que configuram uma nova fase de inserção feminina nas organizações e movimentos sociais locais influenciadas também pela mediação política do IMENA. Quando ao meio ambiente e ao uso racional e sustentável da biodiversidade, existe a percepção de conservar para gerações futuras, pois as formas de conservação ambiental nessas comunidades encontram-se imersas nas culturas locais. Palavras-chave: Meio ambiente, Genero e Participação Política
  • ANDREY FARO DE LIMA
  • "CAIU DO CÉU, SAIU DO MAR ...": O CARIBE E A INVENÇÃO DA MÚSICA PARAENSE.
  • Data: 08/11/2013
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  • Este trabalho, vinculado à linha de pesquisa Populações Amazônicas – Ideias e Práticas Sociais, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais-Antropologia/UFPA, constitui uma proposta de estudo acerca da construção e da reprodução de narrativas em torno da música paraense popular, devidamente pautadas na suposta contribuição musical caribenha. Para compreender o contexto sociocultural em que se deram tais articulações, há o reconhecimentodo nexo de relações e correlações existentes, o que inclui a expansão dos meios de comunicação e a perseverança do pensamento nacionalpopular brasileiro. Isto evidenciou, no caso amazônico e paraense, um dilema característico que acompanha, como uma sina, a retórica regionalista. A afirmação da especificidade regional, ao mesmo tempo em que se constituiu desdobramento do discurso nacional-popular, veio acompanhada de noções contrastivas ancoradas nas ideias de “margem” e “isolamento”, o que permitiu a reprodução de uma narrativa balizada pela busca por uma identidade “fronteiriça” na qual a presença da música caribenha, ética e esteticamente, tornou-se oportuna. Tais referências, ainda que cheguem a se complementar, não deixam de enfatizar aspectos diferenciados de um mesmo fenômeno, ao associarem a influência do Caribe tanto a circunstâncias contextuais historicamente constituídas, quanto a mediações e práticas desempenhadas e estabelecidas por indivíduos e grupos na retroalimentação desta identificação. Nestes termos, considerando que a presença de gêneros musicais caribenhos na Amazônia brasileira representa um indicativo dos fluxos e refluxos que, subsequentemente, marcaram as identificações da região com o Caribe, propus aqui, caminhos que aprofundassem os estudos sobre como, supostamente, tem se configurado e se desenvolvido tais identificações, em âmbito social e simbólico.
  • ADELE TEIXEIRA DOS SANTOS
  • ÁFRICA E LARANJITUBA EM EXPERIÊNCIAS ASSOCIATIVAS: UM ESTUDO SOBRE REDES EM TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL.
  • Data: 07/11/2013
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  • Este trabalho resultou de uma pesquisa qualitativa objetivando compreender e analisar, na perspectiva dos atores, redes e território, como e em que contexto comunidades quilombolas e instituições, cooperam, acessam políticas públicas e desenvolvem estratégias de fortalecimento econômico, político e cultural. As comunidades quilombolas África e Laranjituba, relacionadas aos municípios de Moju e Abaetetuba, no Pará, através de experiências associativas como a AQUIBAC, do projeto social Filhos do Quilombo, e de redes interinstitucionais são aqui percebidospercebidas em ações das quais fazem parte entre outros atores, o SEBRAE e a COPIR. As informações trabalhadas foram adquiridas na interlocução com oas pessoas moradoras das comunidades e com os representantes de agências públicas e de outras instituições envolvidas. O cotidiano destasas comunidades África e LaranjitubaÁfrica e Laranjituba, seu modo de vida, assim como seu processo organizativo foram refletidos a partir da perspectiva da Teoria da Dádiva com vistas a acompanhar a construção de redes sociopolíticas orientadas pela busca de garantias de direitos, sobretudo ao território e seus recursos. Constatou-se dificuldades no acesso e na execução de políticas públicas devido a disputas municipais pelo controle administrativo das terras ocupadas pelas comunidades, dificuldades na geração de renda através de projetos sociais, econômicos e educativos, e parcerias interinstitucionais, que, no entanto constituem-se, enquanto experiências coletivas oportunidades de aprendizado político para novos e antigos agentes locais e suas famílias. Conclui-se que é necessário radicalizar as redes através do compromisso social da participação, das parcerias para efetivamente venham a contribuir com mudanças substantivas nas condições de vida das comunidades quilombolas, com o fortalecimento de sua identidade e territorialidade.
  • SEBASTIAO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR
  • PARTICIPAÇÃO E RELAÇÃO DE PODER NO CONSELHO DELIBERATIVO DA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE CAETÉ-TAPERAÇU, BRAGANÇA-PA.
  • Data: 04/11/2013
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  • A presente tese se refere ao estudo realizado na Reserva Extrativista Marinha de Caeté- Taperaçu, criada em 2005 em conjunto com outras três (Araí-Peroba, Gurupi-Piriá e Tracuateua) na mesma região. Localizada no município de Bragança, região nordeste do estado do Pará, Amazônia, Brasil, a mesma dispõe de uma área de 42 mil hectares, envolvendo uma população de cerca de 40 mil pessoas. A pesquisa teve como objetivo analisar o Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, enquanto instrumento de participação e de poder, verificando se o mesmo contribui para a mudança nas relações de poder entre os agentes técnicos e a população tradicional no que diz respeito à gestão desta Unidade de Conservação. A hipótese que norteou este trabalho foi a seguinte: O Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, enquanto instrumento de participação e de poder, contribui para o estabelecimento de relações mais simétricas entre os agentes técnicos e as populações tradicionais no que diz respeito à gestão desta Unidade de Conservação. O trabalho foi elaborado a partir de uma abordagem qualitativa. Utilizou-se um formulário padronizado, entrevistas semi-estruturadas e informais, bem como observação participante. Como instrumento teórico, usou-se os conceitos de Participação, com base nos estudos Milani (2008), Faundez (1993), Demo (1999), Sayago (2008), Valla (1998) e Bordenave (1994), entre outros. Em relação ao conceito de Poder, baseiou-se nos trabalhos da escola francesa da sociologia das organizações, em especial, Friedberg (1993). Quanto à questão do conceito de Conflito, usou-se as referencias de Birnbaum (1995), Boudon (1993), e Simmel (1983). Conclui-se que não obstante os conflitos políticos, sociais e ambientais expostos e debatidos no conselho, as disputas entre vários conselheiros, as divergências entre as instituições participantes, este se configurou como: um espaço aberto ao debate e proposições; possibilitou a ampliação da participação das populações tradicionais nos processos decisórios, ainda que em pequena abrangência; e, ainda que as relações entre seus atores principais, não tenha sofrido grandes alterações, considera-se que o mesmo foi um espaço fundamental para o processo de democratização das relações entre a sociedade local e as comunidades que vivem dos recursos que a Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu oferece.
  • JULIA GLACIELE DOS SANTOS SOUZA
  • VELHA? EU NÃO! RELATOS DE VIDA DE MULHERES QUE FREQUENTAM UM ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA PARA A "TERCEIRA IDADE" EM BELÉM DO PARÁ.
  • Data: 09/10/2013
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  • Este trabalho é uma análise dos relatos de vida de mulheres que frequentam um ambiente para a “Terceira Idade” em Belém do Pará. A finalidade é entender o motivo pelo qual essas mulheres ingressam em espaços de convivência destinados as pessoas de idades mais avançadas e dentro desse contexto tematizar alguns eventos de sua vida que ganham sentido e significado quando presentificados no momento da entrevista. Aqui se entende que a velhice é uma construção social e que existe uma gama de vocábulos associados a essa fase da vida. A pesquisa ocorreu durante o período de novembro de 2011 a abril de 2013, com oito mulheres entre 50 e 80 anos de idade. Foram realizadas entrevistas temáticas sobre infância, juventude, trabalho, casamento e família levando em consideração o contexto social, econômico e cultural de cada participante. No decorrer do trabalho as subjetividades e diferenças, no que diz respeito a ser ou não ser velha afloraram nas falas das mulheres entrevistadas. Por essa razão é importante compreendermos como as mulheres participantes desta pesquisa pensam e concebem o mundo e por isso, se fez necessária à relação entre gênero e velhice. Os resultados da pesquisa trazem contribuições sobre as percepções da “velhice” levantadas pelas oito entrevistadas que rompem com uma concepção naturalizada de velhice, muitas vezes, imposta pelo social.
  • MARIANA BATISTA SAMPAIO
  • QUANDO A NATUREZA É CULTURA - O SENTIDO DE PATRIMÔNIO FRENTE ÀS REPERCUSSÕES DO PROJETO DE MINERAÇÃO DA ALCOA NO MUNICÍPIO DE JURUTI-PA
  • Data: 30/09/2013
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  • A ideia central desta tese argumenta que os conflitos decorrentes da instalação de grandes empreendimentos em territórios de populações tradicionais são originados por diferentes lógicas de percepção e uso da natureza. Nesse contexto, passa a ser estabelecido um jogo de forças entre empresa e populações locais na disputa pelo território, no qual os moradores do lugar ficam expostos às situações de cerceamento do acesso aos recursos da floresta e até mesmo deslocamentos compulsórios. Tais situações instauram processos de aferição de valor financeiro aos recursos naturais para indenizações, onde a lógica de valoração da natureza acaba sendo transferida da empresa para as populações. A pesquisa está apresentada da seguinte forma: O capítulo I mostra a lógica da empresa, percebendo a natureza como commodity e valendo-se de estratégias de controle e comando do território e das populações que moram no entorno da mina, por meio de um pretenso projeto de desenvolvimento. O capítulo II apresenta a fala de moradores do entorno da mina como interlocutores do processo de expropriação de seu território, apresentando a percepção da natureza enquanto provedora de um modo de vida e a incompatibilidade do projeto de desenvolvimento da empresa com tal perspectiva de vida. Por fim, as conclusões preliminares apontam para a recorrência de “antigos” processos e a emergência de “novos” processos no âmbito da implantação de grandes empreendimentos e projetos de desenvolvimento.
  • PRISCILA RODRIGUES DUQUE
  • AS IMPLICAÇÕES REMUNERATÓRIAS E SUBJETIVAS DAS NOVAS FORMAS DE CONTRATO: UM ESTUDO SOBRE A CONTRATAÇÃO FUNDACIONAL NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO (HUJBB)
  • Data: 27/09/2013
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  • A presente dissertação aborda as transformações no mundo do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Ressalta-se o processo de reestruturação produtiva e a reordenação do trabalho, considerando a transição do regime de acumulação de base taylorista/fordista para um regime de acumulação “flexível”, caracterizado pela flexibilização das relações de trabalho. Para tanto, desenvolve um estudo teórico e empírico sobre os processos de subcontratações e o impacto nas relações de trabalho no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), com o fenômeno da terceirização, a partir da análise de duas formas de contrato para a mesma função, presentes no quadro funcional do hospital: a contratação via Fundação de Amparo à Pesquisa (Fadesp) – terceirização essa irregular, objeto de notificação do Tribunal de Contas da União (TCU) desde 2006 - e a contratação efetiva via concurso público federal, levando em consideração os impactos remuneratórios e subjetivos da diferenciação contratual para os trabalhadores terceirizados. O caminho metodológico percorrido partiu de uma abordagem quantitativa e qualitativa, com vistas a obter os números e sua expressão analítica no processo de terceirização fundacional no HUJBB. Para tal, valeu-se de levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo. A análise empírica revelou o aprofundamento da precarização do emprego e a submissão dos trabalhadores fundacionais à condição periférica em relação aos servidores federais, tanto do ponto de vista das relações interpessoais no ambiente de trabalho e dos benefícios econômicos quanto ao poder de organização de classe.
  • FLAVIO ALVES DOS REIS NETO
  • O JUDICIÁRIO BRASILEIRO PERANTE O DESAFIO DO TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO: O CASO DO ESTADO DO PARÁ.
  • Data: 28/08/2013
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  • Este trabalho tem como eixo central analisar como o sistema Judiciário Brasileiro age em relação ao julgamento dos empregadores que utilizam o trabalho escravo contemporâneo em suas propriedades rurais, visto que, no Brasil existe um histórico bem fundamentado, que as profundas desigualdades sociais existentes em nossa sociedade, também estão presentes no momento em que a Justiça é chamada para dirimir os conflitos sociais existentes na mesma. Neste sentido, para alcançar os objetivos delimitados para a pesquisa, realizou-se um levantamento bibliográfico com vistas a elencar conceitos e categorias relacionadas com o trabalho escravo contemporâneo, principalmente no tocante ao trâmite dos processos na seara judicial. Assim, a fim de reforçar as constatações verificadas no campo teórico, procedeu-se um levantamento documental junto à Justiça Federal do Município de Marabá, com recorte temporal compreendido entre 2004 a 2009, com o intuito de analisar, qualitativamente as etapas que compuseram a tramitação desses processos, desde o momento da apresentação da denúncia pelo Ministério Público Federal até a Sentença em Primeira Instância. Desta maneira, percebeu-se que o trabalho escravo ainda é uma realidade latente na sociedade brasileira e, mais especificamente no Estado do Pará, um dos recordistas nessa prática, pois a morosidade com que os processos são instruídos e finalizados é grande acarretando em benefícios para os réus, que se veem estimulados a continuar sua saga de exploração e desrespeito à dignidade da pessoa humana de seus trabalhadores.
  • MARCOS TRINDADE BORGES
  • DO PORTO À MESA: ETNOGRAFIA DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO, CIRCULAÇÃO E CONSUMO DE AÇAÍ NO BAIRRO DO JURUNAS - BELÉM/PA.
  • Data: 26/08/2013
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  • RESUMO Esta dissertação tem como objetivo analisar e interpretar – através de uma perspectiva antropológica econômica que não vê como antinomias insuperáveis as interfaces entre as noções de mercado, dádiva e reciprocidade – os fluxos de comercialização, circulação e consumo de açaí no bairro do Jurunas, Belém-Pa, de modo a compreender como essas relações interferem na vida cotidiana dos vários atores sociais envolvidos nos trajetos do alimento entre o Porto do Açaí (localizado no mesmo bairro) e a mesa das famílias jurunenses. Tal finalidade, do mesmo modo, expandiu e deu profundidade teórica e analítica ao incipiente Trabalho de Conclusão de Curso realizado em 2008. É válido destacar que os fluxos de pessoas e de objetos são visto nesta pesquisa como processos culturais contínuos, mutáveis, incertos, históricos, locais, globais, etc., ou seja, muito além do sentido de simples corpos estáticos em movimento de um lugar para o outro. Para tanto, foi realizado trabalho de campo, entrevistas, revisão bibliografia, coleta de dados, pesquisas em artigos, dissertações, teses, jornais, anais de encontros científicos, informações colhidas em instituições públicas (SECON, Vigilância Sanitária, AVABEL, etc.), acervos públicos e particulares, assim como, em materiais encontrados em meios eletrônico-digitais (bases de dados, sistemas de buscas e sítios diversos via internet, CD-ROM, etc.).
  • ENDERSON GERALDO DE SOUZA OLIVEIRA
  • INSÓLITOS SONS DA AMAZÔNIA? EXPERIÊNCIA E ESPÍRITO DE ÉPOCA NA CENA E NO CIRCUITO ROCK DE BELÉM DO PARÁ ENTRE 1982 E 1983.
  • Data: 14/08/2013
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  • Nesta dissertação busco discutir e compreender se os relatos atuais das experiências individuais e coletivas dos sujeitos, especialmente músicos, produtores e consumidores de rock em Belém do Pará comunicam algum tipo de relação entre determinado período cronológico (que vai de 1982 a 1993) das cenas musicais (Cf. Straw, 1991) e os circuitos (Cf. Magnani) e um possível “espírito de época” (Zeitgeist). Objetivando evidenciar estas relações, busquei observar e estabelecer um diálogo entre a memória dos sujeitos entrevistados, que vivenciaram aquele período, aos trânsitos específicos pela cidade bem como pela apropriação e atribuição de significado aos espaços e experiências. Indo além, o referido espírito de época não estaria “aprisionado” cronologicamente, mas também pode(ria) ser evocado atualmente através de lugares de fala que singularizam e tornam, retrospectivamente, a década de oitenta um período peculiar. Atento a isto, sei que este trabalho também se constitui em um elemento que colabora e se insere em tais construções, mais que linguísticas, ligadas às experiências dos sujeitos. Este trabalho dialoga com a Comunicação, com a Sociologia Compreensiva, com a História e com a Filosofia de modo bastante próximo, sem deixar de lado, obviamente a Antropologia. Deste modo, o principal para mim no desenvolvimento desta pesquisa foi justamente observar a relação de sujeitos, sua época, sociedade e mesmo temporalidade. Não objetivo apresentar a trajetória ou mesmo gênese do rock em Belém, tampouco esmiuçá-la, mas sim discutir as interrelações entre formação sócio-histórica e conteúdo memorialístico dos sujeitos sobre uma época em que a cena e o circuito musical rocker ganharam impulso.
  • JOSE GUILHERME WADY SANTOS
  • O COTIDIANO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E SUAS INTERFACES COM A GESTÃO DOS PROCESSOS DE TRABALHO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM-PA.
  • Data: 10/07/2013
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  • A reestruturação nos sistemas produtivos na década de 70, nos chamados países de capitalismo avançado, levou ao enfraquecimento do modelo taylorista/fordista, com o crescente desenvolvimento e uso de novas técnicas administrativas. Hoje, a teia tecida naquele momento tem se expandido cada vez mais, inclusive, para áreas mais remotas. Desse modo, todos os setores da economia têm sido atingidos dentro de uma mesma lógica, com a consequente expansão do setor terciário, que tem nos serviços uma de suas expressões e inclui a área da saúde. No Brasil, a proposição e posterior implementação do SUS não deixam de estar atrelados a esse contexto maior, pois desde a sua concepção sofre forte influência dos interesses corporativos de grupos privatistas. Embalada pelos ideais de inovação, eficiência, competitividade, qualidade e modernização da gestão pública, a reforma gerencial de 1995 teve como resultado a flexibilização na gestão de recursos humanos, com consequente promoção de um elevado quadro de precarização do trabalho na área. Atualmente, a reestruturação produtiva tem comparecido, na área da saúde, muito mais pela via das tecnologias não materiais (leve-duras e leves), contexto onde o trabalho vivo em ato exerce supremacia, posto que a produção do cuidado se dá na relação intercessora entre trabalhador-usuário e, por isso, com marcada presença de vinculação afetiva entre eles, característica fundante do trabalho imaterial. A presente pesquisa objetivou analisar as interfaces entre as práticas de gestão dos processos de trabalho e os modos de produção do cuidado em saúde, buscando refletir sobre como operam os arranjos tecnológicos de gestão no cotidiano de profissionais que atuam no HUJBB, bem como sobre os modos de enfrentamento por eles utilizados frente àqueles arranjos. Participaram da pesquisa 45 funcionários lotados na clínica de doenças infecto contagiosas, bem como a coordenação de recursos humanos e a coordenação clínica da unidade pesquisada. Os primeiros responderam a dois instrumentos de coleta de dados, um socioeconômico e outro composto por questões acerca de suas atividades diárias e por outras relativas à centralidade de algumas esferas da vida, como família e trabalho. Também compuseram o instrumento algumas questões sobre as práticas de gestão dos processos de trabalho realizadas no hospital em geral e na clínica em particular. Os segundos responderam, além do questionário socioeconômico, um roteiro que apresentava questões norteadoras que eram abertas e com algumas delas sendo específicas para cada um desses entrevistados em particular. Também foram realizadas observações não sistemáticas do ambiente de trabalho, cujos registros foram feitos em um diário de campo, bem como análise de alguns documentos de gestão. Os resultados mostraram a segmentação dos trabalhadores e a fragmentação dos coletivos, com marcada ausência de espaços onde os profissionais pudessem expressar suas dificuldades e discutir possibilidades de resolução das mesmas. Além disso, as práticas de gestão existentes no HU foram avaliadas de modo desfavorável pela 10 amostra. Os relatos apresentados para ambas as situações denotaram um forte controle dos processos de trabalho, dada a centralização do poder nas mãos das chefias e quase ausência de comunicação horizontal e vertical entre elas. Também denotaram as consequências desfavoráveis que as condições físicas e socioafetivas do trabalho apresentam sobre suas atividades diárias, levando-os à desvinculação/desafetação do outro. Apesar das condições relatadas, quando a centralidade do trabalho foi avaliada, esta ficou atrás apenas da esfera família, com forte relação entre ambas. Nesse sentido, e tendo a centralidade observada como sendo relativa ao trabalho vivo – concreto – e, portanto, operado com certo autogoverno de quem o exerce, considero que a produção do cuidado também está fundamentada na produção e manipulação de afetos próprias do trabalho imaterial, o que parece contribuir para o enfrentamento/subversão dos modos de gestão macro dos processos de trabalho - o que passei a denominar de “rotas-ação” -, que amplia a liberdade dos profissionais na gestão dos próprios atos produtores de saúde.
  • LEILA CRISTINA LEITE FERREIRA
  • "E AI, VAI FICAR DE TOCA? COLA COM NÓS!": LATA NA MÃO, GRAFITEIROS NA RUA, ARTE NAS PAREDES: A JUVENTUDE GRAFITEIRA EM BELÉM.
  • Data: 28/06/2013
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  • A juventude grafiteira de Belém mobiliza uma imensa rede de sociabilidade para realizar seus projetos, principalmente o “Mutirão de Grafite”. Esse projeto leva o grafite e o Movimento Hip Hop para as ruas dos bairros periférico de Belém. E esse trabalho toma esse projeto como ponto de partida para analisar essa juventude e sua rede de sociabilidade. Para isso faço todo um estudo em torno de alguns conceitos como juventude, pichação, grafite, rua, galeria para que assim consiga compreender como se dar essa dinâmica no complexo mundo do grafite. Então, realizei uma pesquisa em espaços importantes para os grafiteiros em todo o processo que antecipa e concretiza o “Mutirão de Grafite”, são esses espaços a “Casa Preta”, a “Casa do Grafite” e o próprio “Mutirão” que se concretiza na rua. Nessas casas os grafiteiros e todos aqueles que fazem parte de sua rede se reúnem para diversos fins, a elaboração de projetos, a discussão em torno de perspectivas para o desenvolvimento desses projetos e simplesmente para conversas e socialização.
  • JOSE LUIZ DE MORAES FRANCO
  • O MOVIMENTO SOCIAL NO BAIRRO DO GUAMÁ (BELÉM): DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO AO COLETIVO RESISTÊNCIA GUAMAZÔNICA E O ESPAÇO CULTURAL NOSSA BIBLIOTECA.
  • Data: 14/06/2013
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  • Esta pesquisa pretende analisar como se deu a luta por direitos e cidadania no bairro do Guamá, por meio dos movimentos sociais, onde se inclui a Comissão de Bairros de Belém (CBB). Pretende-se verificar as relações do movimento com a Igreja Católica, representada pela Teologia da Libertação (TL) e as Comunidades Eclesiais de Base (CEB‟s), alas militantes, inseridas no cotidiano do bairro, por meio de reuniões nos interiores das igrejas e dependências de entidades relacionadas, não deixando de articular-se com outras instituições, como a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH). Essa base institucional representa a raiz, o início do que hoje conhecemos por Coletivo Resistência Guamazônica e o Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), que se articulam com outras entidades populares no bairro. O Guamá é extenso, populoso e heterogêneo, apresentando áreas urbanizadas e outras “desprovidas de tudo”, como é o caso do Igarapé Tucunduba, que atravessa o Guamá e outros bairros de Belém onde a pobreza e a violência marcam a vida das pessoas. A necessidade marca a vida nas partes mais pobres do Guamá, onde desde sempre os moradores clamam por saneamento básico, infra-estrutura, urbanização, segurança pública, postos de saúde, água potável, direito à cidadania, poder ir e vir a qualquer lugar, sem passar por constrangimentos e violência. Quais as articulações, negociações e reivindicações coletivas encaminhadas pelo movimento social do bairro? Como se deu a conhecida luta pela reforma urbana? E a luta pela água, que se arrasta por 30 anos? Como nesses processos se deu a união entre a Teologia da Libertação, as Comunidades Eclesiais de Base (CEB‟s) e a Comissão de Bairro de Belém (CBB)? Importante para a pesquisa é compreender como esse conjunto de entidades compõe uma ação coletiva e como a força de militantes e de novas associações e entidades comprometidas com a questão social foi dando vida ao movimento do bairro e concretizando seus objetivos por meio das articulações e vida cultural.
  • ROSEMBERG BATISTA DE ARAUJO
  • TERRITÓRIO, ATORES, PARTICIPAÇÃO E PROCESSOS: UM ESTUDO SOBRE ENTRE RIOS, ESTADO DO PIAUÍ
  • Data: 21/05/2013
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  • O objeto do presente trabalho é a ação pública da Secretaria de Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário – SDT/MDA –, no Território Entre Rios, centro norte do Estado Piauí, situado ao redor da capital Teresina, no período de 2003 a 2012. Tem como objetivo principal compreender como os atores sociais do território de desenvolvimento rural sustentável Entre Rios percebem, discutem e efetivam as formas de exercício do poder no interior do colegiado territorial. Assim do ponto de vista teórico conceitual, este trabalho, além do conceito de ação pública apresentado por Pierre Lascoumes & Patrick Galés (2010), lança mão do conceito de território, utilizando as contribuições da Geografia (RAFFESTIN, 1993; HAESBAERT 2010, SANTOS 2006 E PORTO-GONÇALVES 2006); da Antropologia (LITTLE, 2002); da Economia (ABRAMOVAY, 2002); e da Sociologia (MORAES, 2000, PECQUEUR 2005 E TEISSERENC 2010). Como a ação se propõe participativa, destaca-se o conceito de participação com as contribuições de Dagnino (2004); Gohn, (2004, 2011); Bonfim (2004); Cornwall, Romano e Shankland (2007) e Machado (1987). E ainda os conceitos de poder (Weber, 2004 e Foucault, 2008 e 2010, percebendo-o como uma relação social a partir da contribuição de Caballero-Arias (2007), Sardan (1995) e Pecqueur (2005). Do ponto de vista metodológico, trabalha-se com uma abordagem qualitativa (BAUER, GASKELL, 1998; Pires, 2008,). Os sujeitos da pesquisa são membros do Colegiado e Núcleo Diretivo do território, agentes públicos federais e estaduais, agentes de organizações da sociedade civil envolvidos nesta ação. A construção dos dados foi realizada a partir da coleta de documentos das instituições públicas e privadas que possuem relações com a ação pública estudada, trabalho de campo com entrevistas e observação não participante em atividades das instâncias colegiadas. A análise dos dados foi feita por meio de categorias construídas com auxilio da teoria e a partir do trabalho empírico, por meio da codificação aberta, destacando varias categorias e suas relações (FLICK, 2009). Em linhas gerais, o estudo permitiu concluir que: a ação pública é resultado de relações entre atores diferenciados, marcadas pelo contexto político e social que lhe é preexistente e pelas relações políticas que se estabelecem também em nível extra-local. No território Entre Rios, a ação da SDT/MDA tem passado por processo de oscilações na consolidação de sua instancia participativa (o Colegiado Territorial) e apresentado poucos resultados concretos na execução de projetos e programas propostos. Em termos de consolidação do Território Entre Rios, não se percebeu um processo social de reforço na identidade territorial que ultrapassasse os membros do colegiado de forma a ser um marco identitário para a maioria da população
  • SAMIR ARAUJO CASSEB
  • A SACRALIDADE DA NATUREZA NA RELIGIOSIDADE JUDAICO-CRISTÃ: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA ÉTICA AMBIENTAL A PARTIR DA HERMENÊUTICA BÍBLICA.
  • Data: 25/04/2013
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  • Estudo sobre temas da ética ambiental de cunho judaico-cristão presentes em algumas passagens bíblicas. A pesquisa se desenvolveu pelo aporte hermenêutico, visto que lidamos com textos que abordam ideias e o imaginário sobre Deus(es), homem e natureza presente desde a Grécia Antiga até a contemporaneidade. Em um primeiro momento, nos detemos nas concepções de natureza forjadas pelos pré-socráticos, por teólogos da Idade Média e pensadores do Renascimento e da Modernidade, estabelecendo um contraponto entre as distintas visões sobre o mundo natural àquelas épocas. Em seguida, abordamos nas novas concepções de natureza elaboradas nas ciências e no ambientalismo dos séculos XVIII, XIX e XX. Em um terceiro momento, destacamos as correntes da ética ambiental, em especial, as referentes ao Judaísmo e ao Cristianismo. Por fim, identificamos na Bíblia Sagrada algumas passagens que se remetem à natureza, interpretando-as a partir das éticas ambientais de orientação judaico-cristã.
  • JORGE OSCAR SANTOS MIRANDA
  • DA VIOLÊNCIA NAS IMAGENS: A NOTÍCIA QUE NÃO SAI NO JORNAL
  • Data: 23/04/2013
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  • A presente pesquisa analisa a construção das noticias de violência urbana publicadas na mídia impressa, tomando como ponto de discussão as imagens fotográficas e através delas busca compreender a percepção sobre violência que delas têm os profissionais da imprensa envolvidos na sua produção. Para realizar este estudo, além de recorrer a aportes teóricos que explicam o surgimento e os possíveis motivos que atraí o público para a leitura dessas notícias, foi preciso ir buscar informações no ambiente de trabalho dos jornalistas, a redação do jornal. Portanto, nos relatos das experiências profissionais dos jornalistas do Jornal Amazônia foi possível descobrir não somente o ponto de vista sobre a produção das notícias de violência, mas também saber que existe um tempo específico na cidade como a festividade do Círio de Nazaré onde há uma experiência profissional diferenciada que “apaga” a lembrança de um contexto imerso na violência a qual precisam produzir as notícias diárias.
  • ANA LUIZA COELHO ARAUJO DA SILVA FERREIRA
  • “NASCIDA EM BERÇO DE OURO” - POR ONDE, POR QUE E COM QUEM CIRCULAM AS CRIANÇAS DAS CAMADAS MÉDIAS ALTAS E ALTAS EM BELÉM.

  • Data: 12/04/2013
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  • Este trabalho busca apresentar o processo de ir e vir das crianças das famílias das camadas médias altas e altas, na cidade de Belém, que é denominado de “circulação de crianças”. Esse fenômeno, estudado pela Antropologia, é compreendido como fundamental para a organização familiar dessas e de outras camadas sociais. A preocupação com a “mistura”, a escolha das amizades, o funcionamento da rede de parentesco são pontos importantes para que possamos entender esse processo pelo qual passam as crianças e suas famílias.

  • KIRLA KORINA ANDERSON FERREIRA
  • EDUCAÇÃO COMEÇA EM CASA? FAMÍLIA E SOCIALIZAÇÃO EM BELÉM/PA.
  • Data: 05/04/2013
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  • Objetiva identificar, analisar e compreender antropologicamente significados presentes na socialização, entre famílias de camadas médias na cidade de Belém, estado do Pará, procurando perceber como os valores sociais referentes à família, gênero e geração influenciam as relações na família. Para isso, parte da ideia de que a socialização consiste num processo de interação social, que engloba os mais diversos aspectos da vida em sociedade (família, escola, grupos de amigos) e que acompanha toda a vida do indivíduo, para além do ideal de transmissão cultural. A construção da análise contou com pesquisa bibliográfica sobre família, socialização e camadas sociais; entrevistas com onze pessoas de diferentes posicionamentos na família, além de observações; conversas informais e pesquisa aos dados estatísticos sobre arranjos de família no Brasil. Referida emicamente como educação e/ou criação, a socialização faz parte de um conjunto de idealizações que as famílias constroem, geralmente demarcadas por ideais de certo e errado e bem e mal, no qual a família é tratada como local de aprendizado das relações sociais, embora com especificações em cada contexto familiar. Em se tratando dos responsáveis pelos cuidados, as mulheres (mães, avós, irmãs, tias, babás) aparecem com uma grande responsabilidade pela socialização. Portanto, a socialização é um processo relacional, em que o outro aparece como um espelho, que reflete a rede de relações a que o indivíduo está submetido, o que serve de reflexão para minha pergunta central nesta tese
  • JONES DA SILVA GOMES
  • CIDADE DA ARTE: UMA POÉTICA DA RESISTÊNCIA NAS MARGENS DE ABAETETUBA.
  • Data: 04/04/2013
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  • A cidade ressurge neste trabalho como tema do imaginário mediante a obra de arte e sua expressão nas margens ribeirinhas, razão pela qual a consideramos em sua imagem poética. Observamos que essa poética do imaginário desenvolve partilhas sensíveis no interior das chamadas “urbanidades das águas”, a partir das quais se configura uma Cidade da Arte. Esta seria uma forma de emoção compartilhada, onde um mundo artístico se autoproduz. A esse fenômeno chamamos Comunidade da Arte. Dessa maneira, consideramos os Autos, a Quadra Junina, a Semana de Arte e Folclore e o Festival do Brinquedo de Miriti eventos de arte (realizados no município de Abaetetuba, Pará) que se diferenciam do entretenimento propriamente dito. Significando uma resistência do imaginário nos lugares da memória, esses eventos desenvolvem uma atividade lúdica, simbólica e festiva, que possibilitam uma singularização do que vulgarmente chamamos de arte popular, aqui entendida como manifestação da cultura. Os eventos também remetem às possibilidades cíclicas de reviver uma forma de “estar junto”, mediante uma visualidade estetizada no cenário urbano, agregando à imagem de cidade, um fato sociológico – a comunidade.
  • VERA DE SOUZA PARACAMPO
  • JOÃO PAULO II E O DIÁLOGO FILOSÓFICO CONTEMPORÂNEO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA AÇÃO HUMANIZADORA
  • Data: 02/04/2013
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  • A pesquisa traz uma perspectiva de apreensão do ser em ato, a pessoa que age em João Paulo II, compreendendo o percurso da sua existência como resposta aos dilemas sociais, políticos, econômico, e outros, que emergiram ao longo do seu pontificado. Através de sua postura ética e dialogal proporcionou uma ação humanizadora. A partir da sua experiência vivenciada tomamos a referência em valores, o diálogo filosófico que levou a uma análise sociológica da construção do humano em meio a tantas dificuldades. Trabalhar a personalidade de João Paulo II reforça a perspectiva de compreender e qualificar as possibilidades de diálogo que ele fez, como e por quê? As referências que marcaram esse diálogo; se mostra como problema, explorar o lado personalista de João Paulo II dialogando com o seu tempo, e com outros no mundo. E nos coube dialogar com Mounier para compreender a pessoa que age, doando significado de pessoa para chegar ao sentido que é ontológico. O entusiasmo e motivação pela vivência no Projeto Peregrinos da Paz na UFPA aproximou-nos do tema como um diferencial para análise da ação humanizadora. Para mostrar essa compreensão, a pesquisa foi realizada por meio de levantamento revisão bibliográfica sobre o tema da pessoa que age, como projeto do pontificado de João Paulo II no século XX. O percurso e a importância do seu pensamento na construção da ação humanizadora. Através da hermenêutica de Paul Ricoeur, compreender os desafios, e respostas ao enfrentamento cotidiano dos temas sociais impostos à humanidade. A atitude metodológica acentuou a pluralidade de interpretações relacionadas à leitura da experiência humana de João Paulo II, com a análise e descrição adequada do seu pensamento, textos e viagens foi possível qualificar a ação dialogal como política de transformação da humanidade
  • DEYLANE CORREA PANTOJA BAIA
  • PELO RIO, PELA PONTE, PELO ASFALTO: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO COM JOVENS MORADORES DA VILA DA BARCA EM BELÉM-PA.
  • Data: 27/03/2013
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  • Trata-se de uma etnografia realizada com jovens moradores da Vila da Barca em Belém do Pará. O estudo tem como objetivo apresentar as expectativas e escolhas desse grupo social, enfocando aspectos como educação formal, inserção no mundo do trabalho, relações familiares e estratégias criativas em suas vivências. Ao longo de pouco mais de três anos acompanhou-se o cotidiano dos jovens visando à construção de trajetórias sociais a partir da perspectiva antropológica e ensaiando metodologias alternativas de inserção no campo, tais como a produção colaborativa de um material audiovisual. Ao final do estudo conclui-se que, ao contrário das visões estigmatizadoras acerca do universo dos jovens e de sua condição material, eles elaboram estratégias criativas de superação de sua condição. Além disso, suas vivências colaboram para o fortalecimento do sentimento de pertença ao seu local de origem. Palavras-chave: Juventudes, trajetórias sociais, campo de possibilidades, Vila da Barca
  • GEISA COSTA COELHO
  • DA ESCOLA AO EMBARQUE: MULHERES MERCANTES NO BRASIL
  • Data: 25/03/2013
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  • Esse estudo analisa o processo de formação e inserção das mulheres como oficiais da marinha mercante do Brasil. A investigação focaliza, sob a perspectiva das relações sociais de gênero, os desafios enfrentados por essas mulheres nas escolas de formação e no trabalho nas embarcações. Suas motivações, suas expectativas como estudantes e como oficiais, suas dificuldades e facilidades na inserção em espaço eminentemente masculino foram analisadas a partir da pesquisa documental e pesquisa bibliográfica, cuja ênfase recaiu na produção referente à Antropologia da Educação, do Trabalho e aos Estudos de Gênero. A pesquisa etnográfica foi realizada no navio Carangola, no Centro de Instrução Almirante Brás de Aguiar - CIABA e no Centro de Instrução Almirante Graça Aranha – CIAGA, localizados, respectivamente em Belém/PA e Rio de Janeiro/RJ. Verificou-se que, apesar de avanços em termos de formação e na prática de oficiais, há muito ainda a ser conquistado em termos superação de preconceitos e de conquistas de condições trabalhistas favoráveis à presença da mulher nessa atividade profissional.
  • JANINE DE KASSIA ROCHA BARGAS
  • CONSTRUINDO "UTOPIAS REALISTAS": AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE SALVATERRA E O PROJETO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA.
  • Data: 22/03/2013
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  • Este estudo analisa a experiência de pesquisa do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA) e suas relações sociais com as comunidades quilombolas do município de Salvaterra, na Ilha do Marajó, Pará. Objetivamos analisar os fatores que levaram os pesquisadores do PNCSA a construírem relações com esses grupos sociais, a organização política das comunidades quilombolas de Salvaterra e a configuração das relações entre pesquisadores e pesquisados. Utilizamo-nos de uma metodologia qualitativa, com a observação da realidade social das comunidades quilombolas e entrevistas com os sujeitos envolvidos no mapeamento. Partimos da noção de intelectual coletivo, proposta por Pierre Bourdieu para compreender as relações de pesquisa propostas pelo PNCSA e de outras ferramentas teóricas, como a Teoria do Reconhecimento, para o entendimento sobre as lutas políticas das comunidades quilombolas. Observamos, então, que a postura engajada dos pesquisadores do Projeto, aliada às lutas históricas travadas e atualizadas pelas comunidades quilombolas, gerou o adensamento da luta por direitos socioterritoriais dessas comunidades locais. Consideramos, então, que, as relações sociais entre PNCSA e quilombolas, colocadas na forma de cartografia sociais, se configuram, de um lado, como formas de contestação das modalidades históricas de desrespeito e injustiça e como instrumento de politização do movimento social quilombola. De outro, como afirmação e consolidação acadêmica da prática de pesquisa do Projeto, situada de forma engajada nas realidades sociopolíticas com as quais se ocupa.
  • ROMERO XIMENES PONTE
  • Assahy-yukicé, iassaí, oyasaí, quasey, açãy, jussara, manaca, açaí, acay-berry: rizoma
  • Data: 21/03/2013
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  • A tentativa de investigar o vasto mundo do açaí está integrando um projeto intelectual mais amplo que inclui o estudo dos mitos das Amazonas e os sentidos do boto amazônico
  • MIRIAN APARECIDA TESSEROLLI
  • Saluba Nanã! A venerável mãe ancestral na contemporaneidade brasileira.
  • Data: 18/03/2013
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  • Este trabalho é o resultado de uma pesquisa sobre Nanã, uma divindade africana, que pertence às tradições do Daomé antigo e que foi assimilada no panteão iorubano. São tratadas as diversas ressignificações e representações das religiões africanas no Brasil. Através dos tempos, a terra foi cultuada como divindade ou deusa, sendo, então, abordada Nanã nas diversas faces encontradas durante a pesquisa: a Terra enquanto Mãe geratriz; as divindades que representam a Terra; Nanã no Daomé, atual Benin, na iorubalândia e no Brasil; as características da divindade, suas histórias e interação com outras divindades; a iniciação do neófito; e a relação de Nanã com a morte. Características ditas ‘arcaicas’ dessa divindade levaram a um tratamento do tema da senioridade e da ancianidade
2012
Descrição
  • JACIEL RAMOS MOURA
  • A CRIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES E AS MUDANÇAS NO MODO DE VIDA DOS MORADORES DE TRAVOSA.
  • Data: 20/12/2012
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  • O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM), implementado no ano de 1981, é habitado até hoje por uma população que vive de agricultura, do extrativismo, da pesca, e, desde 2002 com a criação da rodovia MA-402, do turismo. Inicialmente pensado como categoria de proteção integral, que não admite a existência de moradores dentro da área, a ideia dos parques naturais como área sem moradores enfrenta críticas nas últimas duas décadas. Ao contrário do que diz a lei, os moradores do PNLM não foram expulsos de suas áreas, mas enfrentam cada vez mais as restrições que lhes são impostas no uso do seu espaço e dos recursos naturais. Esta situação conflitiva é estudada neste trabalho em nível local no distrito de Travosa, Município de Santo Amaro do Maranhão, maior povoado dentro do parque, por meio de um estudo de caso incluindo a observação direta, entrevistas semi-estruturadas e o registro fotográfico. O objetivo da pesquisa é analisar como a criação do PNLM contribuiu para mudanças no modo de vida dos moradores de Travosa. Os principais aspectos do modo de vida focalizados são as práticas cotidianas, que envolvem a moradia (tipos de residências, relações familiares), o trabalho (atividades extrativistas que desenvolvem e novas ocupações) e a sociabilidade (recreação; atividades lúdicas conjuntas). Os resultados da pesquisa mostram que a criação do PNLM conduziu a mudanças que afetaram o modo de vida dos moradores dentro do parque, que não podem mais realizar novas construções, nem tirar madeira para reconstrução de suas casas e dos barcos de pescaria. Há ainda o controle do tipo de malha a ser usada na pesca e a caça de pássaros e mamíferos é proibida. A sua subsistência é afetada pelo controle imposto à apropriação dos recursos de uso comum, que torna necessário a busca por alternativas de sobrevivência. Embora eles ainda não tenham sido expulsos da área, precisam agora aprender a conviver com as novas regras de controle definidos pelo Plano de Manejo. Diante das ações da fiscalização do parque, cuja responsabilidade passou do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em 2007, e que se tornaram ultimamente mais rigorosas, a frequência de conflitos aumentou criando preocupação entre os moradores do parque quanto ao seu futuro que poderia incluí-los na categoria dos "refugiados da conservação" (DOWIE, 2006).
  • GLAUCIA MACEDO SOUSA
  • Ação Coletiva na Comunidade Santa Ana de Piripindeua: um estudo de caso no Nordeste paraense
  • Data: 22/11/2012
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  • O objetivo desta dissertação é analisar a ação coletiva por meio de um estudo de caso na Comunidade Santa Ana do Priripindeua, Assentamento Itabocal, no Nordeste paraense. A metodologia utilizada foi predominantemente qualitativa e incluiu análise de dados secundários, entrevistas estruturadas, semi-estruturadas e abertas, assim como observação e participação nos eventos cooperativos do grupo. Os principais resultados mostram o entrelaçamento de diferentes formas de ação coletiva como resultado da maneira de cooperação historicamente empreendida nessa comunidade: a partir dos anos 1930, por meio do mutirão e da sua apropriação pela Igreja Católica, depois do ano de 1950 com a criação da Coordenação da Comunidade. Essa iniciativa originou, em 1960, organizações como o Conselho da Comunidade, o Clube de Mães e o Clube Agrícola. A partir dos anos 1990, novas formas de cooperação foram incentivadas pelos órgãos governamentais como pré-requisito para a implementação de políticas públicas para regularização do acesso à terra, como a Associação Integrada de Piripindeua. As relações de reciprocidade estabelecidas por meio dessas organizações são fontes de prestígio social para as famílias. As diferentes formas de cooperação complementam-se para a obtenção das condições necessárias à reprodução social do grupo em estudo, tais como: a garantia da posse da terra, a disponibilização da mão-de-obra, a socialização dos jovens para o trabalho, o desenvolvimento de tecnologias adequadas e o acesso às políticas públicas.
  • LENA CLAUDIA DOS SANTOS AMORIM
  • Os Tembé do rio Guamá e do rio Gurupi: Um estudo etnográfico do conhecimento tradicional sobre o território na construção da identidade.
  • Data: 14/11/2012
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  • O presente trabalho relata o resultado da dissertação de mestrado realizada entre os povos indígena Tembé das aldeias Cajueiro e Sede, localizadas na Terra Indígena Alto rio Guamá. A situação dos povos indígenas atualmente passa por um processo de reflexão principalmente no que se refere a assimilação da cultura do “branco”, pois no decorrer dos anos o povo Tembé tem identificado a necessidade de recorrer aos ritos que mostram a cultura Tembé. A pesquisa aborda o processo identitário Tembé, e como a identidade é uma característica relevante para o grupo assim como o conhecimento tradicional referente às questões territoriais e identitárias existentes nas duas aldeias mencionadas e dessa forma conhecer a importância da cosmologia do grupo expressada em histórias míticas, envolvendo a origem do povo Tembé, e como se configurou a trajetória territorial deste povo. Apesar do contato, alguns ritos ainda persistem e são reavivados todo ano como a Festa da moça (Wyra´u haw). A metodologia utilizada foi o método etnográfico principal ferramenta metodológica da antropologia, a partir das técnicas de pesquisa, tais como observação participante e entrevistas semi-estruturadas. No decorrer da pesquisa constatou que a identidade é reafirmada nas manifestações culturais ocorridas em ambos os campos de pesquisa é que o território esta relacionado diretamente as questões sociais, políticas e culturais que envolvem o povo Tembé.
  • DEUZELIA PATRICIA VALENTE MACHADO
  • AUTOSEGREGAÇÃO URBANA: UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DA SEGURANÇA PRIVADA EM BELÉM/PA.
  • Data: 01/11/2012
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  • O processo de segregação difundido nas grandes cidades brasileiras tem provocado uma espécie de reconfiguração no espaço urbano em nosso país. Como conseqüência desse processo, surge o fenômeno da autosegregação urbana.Uma minoria, com elevado nível financeiro passa a procurar novas formas de moradia com intuito de fugir de tudo que lhe causa desconforto. Deixa o centro da cidade rumo às periferias mais longíquas, à medida que, a criminalidade e a violência tornam-se fatores primordiais para o aumento da sensação de insegurança. A partir de então, os empreendedores imobiliários percebem nessas modificações um excelente meio rentável e passam a investir seriamente na construção de condomínios fechados, exclusivos. A cidade de Belém foi a escolhida, para demonstrar a transformação no espaço urbano, a corrida na construção de condomínios fechados facilitando a especulação imobiliária e consequentemente, o avanço no mercado da segurança privada que surge em meio à tudo isso. A estretégia metodológica ocorreu em dois momentos, levantamento bibliográfico e levantamento de dados, na utilização de questionários com funcionários atuantes na segurança privada na cidade, visando analisar como deu-se o avanço no mercado da segurança privada face ao processo de autosegregação, tais resultados são perceptíveis quanto a aproximação dos dois fenômenos. Palavras-chave: Autosegregação urbana. Condomínios exclusivos. Especulaçãoimobiliária.SegurançaPrivada.
  • SAMARA DE NAZARE BARRIGA DIAS
  • INTRANSIGÊNCIA E VIOLÊNCIA: O CASO DA FAZENDA SANTA MARTA.

  • Data: 31/10/2012
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  • Este estudo objetiva analisar a intransigência e violência no caso de reintegração de posse da fazenda
    Santa Marta, localizada na região do nordeste paraense, na zona rural do Município de Moju/PA e a 20
    km do município de Tailândia. Nossa inquietação está em desvelar a intransigência, esta um
    dispositivo para a violência, através da análise do discurso dos posseiros e familiares, haja vista as
    consecutivas ações de despejos da área ocupada. Assumindo status de categoria de análise, a noção de
    intransigência compõe-se de um cotejo teórico das contribuições de A. Hirshman (1992), M. Bovero
    (2000) e A. Gramsci (2005). O cenário de inflexibilidade que se instalar a cada cumprimento de
    reintegração de posse sinaliza, além do sentimento de revolta decorrido dos depreciativos argumentos
    e acusações apresentadas na peça jurídica, certa unilateralidade, esta que beneficia um e desfavorece
    muitos outros. Despertando-se assim, entre os lados, atitudes de inflexibilidade, de não negociação e a
    disposição em defender com extremo rigor a dignidade do que não tem preço.

  • BRENO AUGUSTO GARCIA SALES
  • IMAGENS, SABERES E PERCEPÇÕES: UM EXERCÍCIO ETNOGRÁFICO COM JOVENS MORADORES DE UMA ´REGIÃO DO ENTORNO´ DO PARQUE ESTADUAL DO UTINGA (BELÉM/ANANINDEUA-PARÁ).
  • Data: 31/10/2012
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  • Esta pesquisa é uma etnografia que trata dos saberes, percepções e imagens que jovens estudantes de uma escola pública de ensino fundamental constroem em suas vidas enquanto moradores das proximidades do Parque Estadual do Utinga (PEUt) - uma área ambientalmente protegida na Região Metropolitana de Belém. A hipótese que norteia a pesquisa é a seguinte: como esses estudantes constroem conhecimentos que contribuem ou que ainda não contribuem para Educação Ambiental própria àquele espaço da cidade? Tratar-se-ia então de constituir um trabalho de “conexões de saberes” entre os conhecimentos partilhados pelos jovens e o conhecimento escolarizado sobre os ambientes do Parque? Para construir os dados da pesquisa, realizei duas oficinas na Escola Lucia Wanderley (bairro da Guanabara, Ananindeua – Pará) cujos resultados foram desenhos e fotografias que aqui são considerados como imagens-textos e compõem a etnografia da mesma forma que as narrativas orais registradas em vídeo e no caderno de campo. Na conclusão, sugiro que a inserção dos interlocutores no espaço do PEUt se encontra dentro de um processo que produz saberes parciais e que deve ter a participação ativa da escola, pois apesar de alguns estudantes desenvolverem sensibilidades ambientais baseadas em suas vivências enquanto moradores do Parque, a escola tem um papel fundamental em apresentar atividades e conteúdos que proporcionem vivências reflexivas acerca da relevância social do PEUt na vida dos moradores do entorno e de toda Região Metropolitana de Belém.
  • ANA PAULA PALHETA SANTANA
  • A cada dos dias - a vida no cárcere feminino.
  • Data: 30/10/2012
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  • O presente trabalho aborda, no âmbito das ciências sociais, as percepções que as mulheres sentenciadas a regime fechado no Centro de Reeducação Feminino (CRF), presídio feminino localizado no estado do Pará, constroem sobre o sistema penal no qual estão inseridas, partindo do que as mesmas se referem/representam como sendo crime, justiça e liberdade ― categorias básicas para a pesquisa que, afinal, serviram, principalmente, para revelar um mundo maior de correlações dentro do espaço pesquisado. A discussão apresentada é proveniente do trabalho de campo realizado no ano de 2010 e no primeiro semestre de 2011, com um grupo de doze interlocutoras, duas agentes prisionais e dois policiais que foram entrevistados no intuito de evidenciar as diferentes relações instituídas a partir da vida no cárcere. Nesta perspectiva, os dados relativos à pesquisa aludem para o fato de que o presídio feminino não é simples espaço onde as interlocutoras estão pela obrigatoriedade do cumprimento da pena; ele é reelaborado e ressignificado cotidianamente, marcando as mudanças de valores, concepções e condutas das mulheres sentenciadas, transformando as certezas da vida anterior ao cárcere em dúvidas recorrentes e que também criam oportunidades de novos arranjos sociais.
  • GLAUCY LEARTE DA SILVA
  • SUBPOLÍTICA E ESTRATÉGIAS DE ACESSO À JUSTIÇA EM BELÉM DO PARÁ: ATUAÇÃO DO MOVIMENTO PELA VIDA - MOVIDA FRENTE À VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL.
  • Data: 26/10/2012
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  • Este estudo busca analisar as estratégias que o Movimento pela Vida- MOVIDA, surgido no ano de 2005 em Belém do Pará e que reúne os familiares das vítimas da Violência Urbana utiliza para ter acesso à justiça. Nossas inquietações voltam-se para as estratégias tomadas por este movimento para ajudar as famílias das vítimas a lutarem por justiça, que nem sempre conseguem a condenação dos réus. Suas manifestações ocorrem em uma Praça Pública da cidade, de modo a pressionar o sistema judiciário a punir as pessoas que cometeram crimes, sejam membros do Estado ou não. Analisaremos a atuação do MOVIDA a partir de casos de violência institucional, tomando como ponto de análise o conceito de Subpolítica, caracterizado pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, termo este proposto para designar uma nova forma de fazer política, a qual se diferencia da política formal ao permitir que agentes externos ao sistema político apareçam no cenário do planejamento social, não somente os agentes sociais coletivos (movimentos sociais entre outros), mas também indivíduos.
  • ALANA DA MOTA SALGADO
  • O trabalho docente do sociólogo: uma análise da intensificação em uma instituição de ensino superior (IES).
  • Data: 01/10/2012
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  • Esta pesquisa objetiva, através do aporte teórico da Sociologia Clássica do trabalho, da ciência da Educação e da Administração fazer a leitura da intensificação do trabalho do sociólogo em uma instituição de ensino superior do setor privado. Ao elucidar as condições do exercício profissional do trabalhador na realidade educacional do setor privado, regida pela lógica do capital, que determina e intensifica o estranhamento do professor em sua prática universitária, procurou-se mostrar o intercurso entre o trabalho do sociólogo e uma instituição de ensino superior que se tocam em um micro-ambiente, em um mesmo espaço organizacional. Trata-se de um estudo descritivo, conduzido por meio de uma abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 04 (quatro) professores do Centro de Ciências Humanas e Educação de uma universidade particular da cidade de Belém-Pará. O método qualitativo utilizou a entrevista semiestruturada, os dados qualitativos foram tratados mediante Análise de conteúdo. Os resultados do trabalho docente vem acompanhadas das restrições impostas pelos políticos educacionais e as relações de poder que atravessam a prática universitária cotidiana. É partilhada pelo grupo de professoras a significação que seu trabalho, além de intensificação, sofre um crescente processo de proletarização que advem de uma maior precarização de suas condições salariais e de trabalho. As vivencias de intensificação do trabalho estão relacionadas a sobrecarga de trabalho, que compromete a vida pessoal e familiar do professor, além de sentimentos de indignação e desvalorização. Os resultados evidenciam que as professoras investigadas estão sujeitas às contradições do contexto de trabalho que geram a intensificação do trabalho docente. Sugere-se como agenda para futuras pesquisas investigar a intensificação do trabalho de diferentes categorias profissionais que congregam no sistema de ensino superior.
  • DOUGLAS DE OLIVEIRA E OLIVEIRA
  • Cotidiano, sofrimento e resistência ética: educar em meio à violência.
  • Data: 11/09/2012
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  • A realidade docente dos ensinos fundamental e médio no Brasil é permeada por caminhos de difícil apreensão quando somente olhada de modo superficial. O quadro atual no qual se encontram inseridos os docentes está repleto de situações violentas de toda a ordem, e estes têm de lidar com eventos cada vez mais complexos no que diz respeito às relações cotidianas em seu locus de atuação. Como, diante dessa situação e do sofrimento que causa, age o docente? Como faz para “manter-se” docente? Como se comporta para resistir e seguir em frente? É justamente diante do sentimento de sofrimento que alguns profissionais docentes encontram forças para persistir em seus intentos e elaborar técnicas e táticas com fins à superação do vazio mecânico e alienado que o cotidiano impõe. Logo, investigar a relação entre o sentimento de sofrimento e a prática docente traz em seu bojo o intento de fomentar uma discussão sociológica sobre a condição do docente na atualidade, visando assim a suscitar alternativas que poderão servir de ponto de partida para uma possível mudança desse quadro, dedicando um olhar cuidadoso sobre os seus modos de implementação da resistência ética.
  • RICARDO NEI DE ARAUJO
  • Da casa a escola: o ir e vir dos estudantes Karajá em Fontoura entre 1990 a 2011, ilha do Bananal (TO).
  • Data: 31/08/2012
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  • RESUMO: Busca-se nesta pesquisa, através da observação antropológica, analisar significado(s) e sentido(s) da presença e da influência da educação escolar entre os Karajá da aldeia Fontoura entre os anos de 1990 a 2011, tendo como enfoque a relação casa/escola para refletir sobre o ir e vir dos estudantes nesta aldeia, quando suas “marcas” fazem parte de um processo contínuo e secular de experiências. Se no passado a escola bem serviu como uma das primeiras ferramentas de conquista, imposta por palavras de ordem e ensino religioso, na atualidade, esta escola é pauta e assunto recorrente em reuniões e conversas informais até mesmo fora da aldeia. Os interlocutores desta pesquisa são professores, alunos e lideranças, dentre outros habitantes da aldeia, aferindo-se com profícua inclinação para a leitura dos avós, pais, tios/tias. Embora não seja interesse deste trabalho dissertar sobre as idiossincrasias de poder do Estado, a experiência em arquivo na Gerência de Educação Indígena no estado do Tocantins revelou alguns desdobramentos sobre a relação do Estado com os Karajá, no que tange o tratamento e a postura do mesmo frente estas demandas. Assim, o contato das sociedades nativas com a educação do tori (do branco) gerou efeitos e reações diversas mesmo antes da presença da escola. Atualmente um número significativo de indígenas frequenta e reage à escola se servindo de alguns direitos e deveres em uma contínua negociação por espaços, serviços e conhecimento.
  • NIRSON MEDEIROS DA SILVA NETO
  • Quebradeiras e carvoeiros: a transformação do extrativismo de coco babaçu nas terras do Araguaia-Tocantins.

  • Data: 31/07/2012
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  • O presente trabalho retrata os efeitos materiais e simbólicos, na vida e no trabalho dos
    extrativistas de coco babaçu fixados nas terras do Araguaia-Tocantins, da instalação de
    indústrias produtoras de ferro-gusa no corredor da Estrada de Ferro Carajás que, desde
    meados da década de 1990, passaram a usar o carvão de coco babaçu como redutor de
    minério de ferro, promovendo assim um fenômeno de mercantilização de uma mercadoria que
    outrora era utilizada mormente para o consumo e reprodução familiar, sendo comercializada
    episodicamente e em pequena escala pelos trabalhadores pesquisados. A mercantilização do
    carvão de babaçu promoveu uma notável desorganização e reorganização do modo de
    produção tradicional de uma população eminentemente camponesa, em sua maioria composta
    por nordestinos migrantes que acompanharam as frentes de expansão agrícola que se
    deslocaram à região amazônica, trazendo consigo formas muito específicas de organização
    social da produção, fundadas em regime de economia doméstica ou familiar agroextrativista.
    Desta forma, acabou por suceder a conversão de trabalhadores que estabeleciam relações
    esporádicas com o mercado e que estavam mormente voltados para a reprodução familiar em
    trabalhadores que começaram a produzir para atender demandas mercadológicas,
    especialmente as de carvão vegetal pela siderurgia. Isto implicou no advento de novos modos
    de produção extrativista de babaçu, que redundaram em outras forças produtivas e relações de
    produção. Diante deste evento, a pesquisa cujos resultados seguem abaixo buscou
    compreender as diferentes formas como o acontecimento da mercantilização do carvão de
    babaçu foi interpretado e recepcionado pelos extrativistas de babaçu, fenômenos que tiveram
    a mediação de estruturas sociais de longa duração que reagiram ao evento de colonização
    capitalista seja resistindo patentemente às inovações e transformações proporcionadas pelos
    modos de produção sobrepostos ao tradicional, seja assimilando quase integralmente as novas
    forças produtivas e relações de produção de feição capitalista, ou ainda transfigurando
    elementos do modo de produção precedente que penetraram, nem sempre reconhecidamente,
    nos sistemas produtivos que se sobrepuseram. A pesquisa, de feição etnográfica, foi realizada
    entre os anos de 2007 e 2011 junto a quebradeiras e carvoeiros residentes em vários povoados
    distribuídos em municípios dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará. No curso da pesquisa
    de campo, constatou-se que a mercantilização do carvão de coco babaçu favoreceu a
    constituição de uma cadeia de terceirização de serviços realizados muitos deles sob a forma
    de trabalho informal e somente alguns raros sob a forma empresarial, no mais das vezes
    miscigenada com relações de produção domésticas e patrono-clientelistas, reproduzindo e
    10
    atualizando estruturas produtivas de longa duração vigentes na zona do babaçu. Assim,
    formou-se, objetivamente, uma enorme rede de produtores e fornecedores de carvão, uns
    vinculados a carvoarias, outros autônomos, em relações de produção bastante diversificadas
    com patrões e atravessadores, que variam desde uma produção no interior de carvoarias,
    passando por uma produção verdadeiramente autônoma – realizada por trabalhadores com
    acesso livre a babaçuais de sua propriedade, em uma unidade de conservação ou terras alheias
    –, até uma organização da produção em que trabalhadores sem terra restaram forçados a pagar
    renda em produção a fim de realizarem o carvoejamento de babaçu em palmeirais de outrem.
    A demanda industrial por carvão de babaçu ainda apresentou como efeito oculto, quase não
    reconhecido, o desencantamento do mundo laboral dos extrativistas pesquisados, isto é, a
    ruptura com o processo de reprodução de suas tradições laborais promovida pela inserção dos
    camponeses em lógicas econômicas e culturais não comprometidos com a continuidade do
    extrativismo tradicional, o que resultou na resistência de muitos trabalhadores, sobretudo das
    quebradeiras de coco babaçu, que se recusaram a aceitar sua conversão em carvoeiros.
    PALAVRAS-CHAVE: EXTRATIVISMO; CAMPESINATO; INDUSTRIALIZAÇÃO.
    O presente trabalho retrata os efeitos materiais e simbólicos, na vida e no trabalho dosextrativistas de coco babaçu fixados nas terras do Araguaia-Tocantins, da instalação deindústrias produtoras de ferro-gusa no corredor da Estrada de Ferro Carajás que, desdemeados da década de 1990, passaram a usar o carvão de coco babaçu como redutor deminério de ferro, promovendo assim um fenômeno de mercantilização de uma mercadoria queoutrora era utilizada mormente para o consumo e reprodução familiar, sendo comercializadaepisodicamente e em pequena escala pelos trabalhadores pesquisados. A mercantilização docarvão de babaçu promoveu uma notável desorganização e reorganização do modo deprodução tradicional de uma população eminentemente camponesa, em sua maioria compostapor nordestinos migrantes que acompanharam as frentes de expansão agrícola que sedeslocaram à região amazônica, trazendo consigo formas muito específicas de organizaçãosocial da produção, fundadas em regime de economia doméstica ou familiar agroextrativista.Desta forma, acabou por suceder a conversão de trabalhadores que estabeleciam relaçõesesporádicas com o mercado e que estavam mormente voltados para a reprodução familiar emtrabalhadores que começaram a produzir para atender demandas mercadológicas,especialmente as de carvão vegetal pela siderurgia. Isto implicou no advento de novos modosde produção extrativista de babaçu, que redundaram em outras forças produtivas e relações deprodução. Diante deste evento, a pesquisa cujos resultados seguem abaixo buscoucompreender as diferentes formas como o acontecimento da mercantilização do carvão debabaçu foi interpretado e recepcionado pelos extrativistas de babaçu, fenômenos que tiverama mediação de estruturas sociais de longa duração que reagiram ao evento de colonizaçãocapitalista seja resistindo patentemente às inovações e transformações proporcionadas pelosmodos de produção sobrepostos ao tradicional, seja assimilando quase integralmente as novasforças produtivas e relações de produção de feição capitalista, ou ainda transfigurandoelementos do modo de produção precedente que penetraram, nem sempre reconhecidamente,nos sistemas produtivos que se sobrepuseram. A pesquisa, de feição etnográfica, foi realizadaentre os anos de 2007 e 2011 junto a quebradeiras e carvoeiros residentes em vários povoadosdistribuídos em municípios dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará. No curso da pesquisade campo, constatou-se que a mercantilização do carvão de coco babaçu favoreceu aconstituição de uma cadeia de terceirização de serviços realizados muitos deles sob a formade trabalho informal e somente alguns raros sob a forma empresarial, no mais das vezesmiscigenada com relações de produção domésticas e patrono-clientelistas, reproduzindo e10atualizando estruturas produtivas de longa duração vigentes na zona do babaçu. Assim,formou-se, objetivamente, uma enorme rede de produtores e fornecedores de carvão, unsvinculados a carvoarias, outros autônomos, em relações de produção bastante diversificadascom patrões e atravessadores, que variam desde uma produção no interior de carvoarias,passando por uma produção verdadeiramente autônoma – realizada por trabalhadores comacesso livre a babaçuais de sua propriedade, em uma unidade de conservação ou terras alheias–, até uma organização da produção em que trabalhadores sem terra restaram forçados a pagarrenda em produção a fim de realizarem o carvoejamento de babaçu em palmeirais de outrem.A demanda industrial por carvão de babaçu ainda apresentou como efeito oculto, quase nãoreconhecido, o desencantamento do mundo laboral dos extrativistas pesquisados, isto é, aruptura com o processo de reprodução de suas tradições laborais promovida pela inserção doscamponeses em lógicas econômicas e culturais não comprometidos com a continuidade doextrativismo tradicional, o que resultou na resistência de muitos trabalhadores, sobretudo dasquebradeiras de coco babaçu, que se recusaram a aceitar sua conversão em carvoeiros.

  • MARIA BERNADETE DOS SANTOS DE OLIVEIRA
  • O SENTIDO DO TRABALHO PARA O SERVIDOR TÉCNICO-ADMINISTRATIVO DA UFPA

  • Data: 29/06/2012
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  • O trabalho é, acima de tudo, o meio pelo qual os seres se humanizam. Por meio do trabalho, as pessoas desejam poder contribuir para a consecução de objetivos sociais e pessoais e percebem que se está aprimorando como ser humano. Como um processo, implica numa finalidade, em um sentido. A dissertação busca identificar a influência da estrutura organizacional da UFPA na percepção do sentido do trabalho para os servidores, a partir da compreensão do processo de trabalho no qual estão inseridos. Para se chegar a este ponto, foi estabelecido como meios, identificar o sentido do trabalho para o servidor técnico-administrativo da Universidade Federal do Pará, identificar a percepção do servidor em relação ao conteúdo da tarefa realizada, ou seja, como o servidor se identifica com o produto final de sua tarefa – com o objetivo de seu trabalho, além de averiguar de que forma as transformações no mundo do trabalho podem interferir na percepção do sentido do trabalho para os servidores técnico-administrativos. Os resultados mostram que o servidor público técnico-administrativo da UFPA percebe seu trabalho como produtivo, percebido como uma forma de realização do ser humano e que contribui para a sociedade. O trabalho está associado à noção de emprego e à condição de receber recompensa que permita garantir a sobrevivência, possibilita ter autonomia e garante segurança. A organização dos processos de trabalho no contexto institucional interfere na forma como trabalho desse servidor é objetivado.
    Palavras-chave: Mundo do Trabalho. Sentido do Trabalho. Servidor Público. Universidade

    O trabalho é, acima de tudo, o meio pelo qual os seres se humanizam. Por meio do trabalho, as pessoas desejam poder contribuir para a consecução de objetivos sociais e pessoais e percebem que se está aprimorando como ser humano. Como um processo, implica numa finalidade, em um sentido. A dissertação busca identificar a influência da estrutura organizacional da UFPA na percepção do sentido do trabalho para os servidores, a partir da compreensão do processo de trabalho no qual estão inseridos. Para se chegar a este ponto, foi estabelecido como meios, identificar o sentido do trabalho para o servidor técnico-administrativo da Universidade Federal do Pará, identificar a percepção do servidor em relação ao conteúdo da tarefa realizada, ou seja, como o servidor se identifica com o produto final de sua tarefa – com o objetivo de seu trabalho, além de averiguar de que forma as transformações no mundo do trabalho podem interferir na percepção do sentido do trabalho para os servidores técnico-administrativos. Os resultados mostram que o servidor público técnico-administrativo da UFPA percebe seu trabalho como produtivo, percebido como uma forma de realização do ser humano e que contribui para a sociedade. O trabalho está associado à noção de emprego e à condição de receber recompensa que permita garantir a sobrevivência, possibilita ter autonomia e garante segurança. A organização dos processos de trabalho no contexto institucional interfere na forma como trabalho desse servidor é objetivado.

  • ALEXANDRE DA SILVA
  • Tanta tainha, pouca farinha: Antropologia Histórica da Vila de Monforte (antiga aldeia de Joanes) nos tempos do Diretório (1759-1769).
  • Data: 28/06/2012
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  • “A obra por fazer”, escreve Balzac no Prefácio à Comédia Humana, ao expor seu plano geral: “deveria ter uma forma tripla: os homens, as mulheres e as coisas, ou seja, as pessoas e a representação material que elas dão a seu pensamento” (BALZAC, 2006;23). A parte as tantas dessemelhanças entre uma obra literária do século XIX e esta dissertação de mestrado escrita no começo do século XXI, há, na essência, um propósito semelhante: refletir sobre as pessoas e as coisas materiais que as cercam, ou, como a vida humana se entrelaça entre estes dois elementos. Para tanto, este trabalho pretende, a partir de uma perspectiva da Antropologia Histórica, apresentar um estudo sobre a Vila de Monforte, na ilha Grande de Joanes durante a segunda metade do século XVIII, acompanhando os conflitos gerados durante a realização de duas atividades de trabalho. Em Monforte, enquanto seus moradores pescam tanta tainha e fazem tão pouca farinha, algo sobre como, na prática, o modelo agrícola desejado pelo Diretório dos Índios pôde brotar. Materializando uma paisagem muito diferente da sonhada por este, mas, a partir da qual, a relação entre as pessoas desta vila e suas coisas se fez presente.
  • ABRAAO JOSE COELHO DE MORAES
  • CAMINHOS DA PRODUÇÃO: RELAÇÕES ECONÔMICAS E POLÍTICAS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MACAPAZINHO

  • Data: 28/06/2012
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  • Esta dissertação teve como objetivo analisar e discutir as relações econômicas na Comunidade Quilombola de Macapazinho. Essa economia é baseada na agricultura, principalmente hortaliças e plantas como mandioca, coco, banana e pimenta do reino. O que inicialmente pode parecer fácil, por tratar-se de uma comunidade pequena, mostrou toda a sua complexidade por envolver na economia comunal relações de parentesco e vizinhança, assim como a importância da política interna nessa economia. Assim, a análise e discussão sobre a produção econômica de Macapazinho se concentrará nesses aspectos internos, mas também em outro espaço utilizado pelos quilombolas, a feira do Ver-O-Peso. Como apoio para o entendimento dessa economia serão discutidos temas como produção familiar e coletiva, as categorias presentes na produção e venda aos feirantes dos produtos e as estratégias de comercialização utilizada tanto em Macapazinho quanto no Ver-O-Peso. Assim, esta dissertação propõe-se a ser, ao final, um instrumento de auxílio para se entender as formas de produção nas comunidades remanescentes de quilombos e, também, nos projetos de identificação dessas mesmas comunidades, utilizando, para isso, as suas formas tradicionais de produção e relação com a terra e o território por elas ocupadas.
    Palavras-chave: Comunidade Quilombola; Economia; Produção Coletiva e Familiar, Política; Parentesco.

    Esta dissertação teve como objetivo analisar e discutir as relações econômicas na Comunidade Quilombola de Macapazinho. Essa economia é baseada na agricultura, principalmente hortaliças e plantas como mandioca, coco, banana e pimenta do reino. O que inicialmente pode parecer fácil, por tratar-se de uma comunidade pequena, mostrou toda a sua complexidade por envolver na economia comunal relações de parentesco e vizinhança, assim como a importância da política interna nessa economia. Assim, a análise e discussão sobre a produção econômica de Macapazinho se concentrará nesses aspectos internos, mas também em outro espaço utilizado pelos quilombolas, a feira do Ver-O-Peso. Como apoio para o entendimento dessa economia serão discutidos temas como produção familiar e coletiva, as categorias presentes na produção e venda aos feirantes dos produtos e as estratégias de comercialização utilizada tanto em Macapazinho quanto no Ver-O-Peso. Assim, esta dissertação propõe-se a ser, ao final, um instrumento de auxílio para se entender as formas de produção nas comunidades remanescentes de quilombos e, também, nos projetos de identificação dessas mesmas comunidades, utilizando, para isso, as suas formas tradicionais de produção e relação com a terra e o território por elas ocupadas.

     

  • LUCIANA ALMEIDA WILM
  • Todo dia é feira: Estudo sobre a circulação de bens e pessoas no comércio jurunense.

  • Data: 25/06/2012
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  • Nessa dissertação aponto alguns dos caminhos que a circulação de bens e pessoas percorre dentro do Complexo de Abastecimento de Alimentos do Jurunas, uma feira localizada em um populoso e secular bairro de periferia de Belém do Pará, chamado Jurunas. Esta circulação, feita por meio de redes de sociabilidades e parentescos, cria inúmeras estratégias de sobrevivências e formas de lidar com uma temporalidade que relaciona fatores ambientais, climáticos e culturais ao cotidiano da cidade. Neste bairro, grande parte de seus moradores são de primeira ou segunda geração de pessoas vindas do interior do Estado que recriam e mantém determinadas práticas da ruralidade amazônica. Assim, a feira pode ser considerada não apenas como responsável pela comercialização de alimentos, mas também como um espaço de manutenção de práticas e vínculos sociais, um lugar de encontro e integração onde são realizadas conversas, trocas de informações e brincadeiras que fortalecem e reafirmam vínculos construídos pelos seus frequentadores, onde o feirante é figura central para este trânsito. 

  • ANA PAULA MENDES PEREIRA DE VILHENA
  • "ELES SÃO OS CONSIDERADOS DO SETOR" UMA ETNOGRAFIA SOBRE SOCIABILIDADE E CONSUMO ENTRE JOVENS DAS EQUIPES NAS FESTAS DE APARELHAGEM EM BELÉM DO PARÁ.
  • Data: 25/06/2012
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  • Este trabalho é uma etnografia sobre as formas de sociabilidade e consumo percebidas em alguns grupos de jovens – integrantes das chamadas “equipes” – que frequentam festas de aparelhagem em Belém do Pará. A opção por esta investigação deu-se em função da minha percepção da festa de aparelhagem como um ambiente onde o consumo propicia diversas situações que dão o tom às relações ali desenvolvidas. A festa de aparelhagem funciona como um palco onde se estabelecem padrões de sociabilidade influenciados, em grande parte, pelos hábitos de consumo. E vice-versa. Construindo-se assim uma identidade vinculada à aceitação no grupo. A partir dessas duas apreensões – sendo o consumo considerado um processo decisivo na formação de vínculos sociais, e a sociabilidade, parte de um jogo social movido por interesses comuns –, procuro entender em que medida esses hábitos reorientam sentidos convencionais das práticas de consumo em prol de elementos de reconhecimento de vínculos de sociabilidade.
  • MARIO JOSE HENCHEN
  • Processo de ambientalização da ação pública no território Xingu: as estratégias dos mediadores camponeses
  • Data: 25/06/2012
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  • Neste trabalho analiso a constituição do processo de ambientalização das ações públicas no território Xingu. Merecem destaque os projetos e as práticas cotidianas ligadas à proteção dos recursos naturais, a formulação de estratégias e a construção do discurso de mediadores camponeses, que demarcam a emergência de projetos e demandas ambientalizadas. Assim, a emergência do referido processo, no final da década de 1980, significou, por um lado, a inserção do território no contexto do debate internacional, e, por outro, forçou a rearticulação das alianças e das forças do campesinato no plano territorial com vistas a dar suporte a um conjunto de ações de proteção ambiental. Tais projetos e iniciativas estão inseridos num contexto de mudanças sociais significativas, que sinalizam para a emergência de novas representações e relações entre humanos e não humanos e para a reafirmação das populações tradicionais, bem como para a busca de direitos, criação de instituições de apoio, e, acima de tudo, dão base ao novo processo de territorialização em curso. Por fim, destaco, no interior da análise, algumas experiências camponesas relativas à proteção de recursos naturais, dentre estas as roças sem queimar, a produção de cacau orgânico, mas, e, sobretudo, a criação de estratégias camponesas que deram base para a emergência de proposições coletivas de proteção da natureza, notadamente, as Reservas Extrativistas, os Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Assim, analisamos estas proposições, estratégias e projetos camponeses face aos novos desafios que emergem no interior do território Xingu, provocados pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, pelas atividades madeireiras, mineradoras e agropecuárias, que, em grande mediada, colocam em risco a constituição do processo de ambientalização do território.
  • CLELIO PALHETA FERREIRA
  • SOCIABILIDADE E ESPAÇO PÚBLICO: EXPERIÊNCIAS DE AÇÕES CULTURAIS EDUCATIVAS NA PASSAGEM PEDREIRINHA DO GUAMÁ – BELÉM-PARÁ.

  • Data: 22/06/2012
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    Esta dissertação de mestrado analisa formas de sociabilidade e reciprocidade a partir de manifestações da cultura popular na passagem Pedreirinha do Guamá, em Belém do Pará, registradas etnograficamente em eventos festivos carnavalescos, juninos e lúdico-religiosos, considerando suas produções e organizações, os processos de transmissão de saberes e os laços de solidariedade, fidelidade e gratidão que se estabelecem entre indivíduos residentes ou não no local de estudo, num ambiente não totalmente isento de conflitos, e as redes de relações em formas de sociabilidade festiva que ocorrem em espaços públicos e privados onde se desenvolvem experiências de ações culturais educativas que contribuem para as transformações da realidade social e das relações cidadãs dos envolvidos nos processos em análise. O foco desse estudo está pautado num horizonte temporal iniciado na década de 1980 e estende-se até o presente, onde é percebido que as relações de sociabilidade e reciprocidade interferem nas ações dos envolvidos tendo em vista seus interesses em transformarem modos de convivência que começam nos indivíduos e abarcam os interesses coletivos no contexto analisado.
    Palavras-chave: sociabilidade, reciprocidade, cultura popular, ações culturais educativas

     

    Esta dissertação de mestrado analisa formas de sociabilidade e reciprocidade a partir de manifestações da cultura popular na passagem Pedreirinha do Guamá, em Belém do Pará, registradas etnograficamente em eventos festivos carnavalescos, juninos e lúdico-religiosos, considerando suas produções e organizações, os processos de transmissão de saberes e os laços de solidariedade, fidelidade e gratidão que se estabelecem entre indivíduos residentes ou não no local de estudo, num ambiente não totalmente isento de conflitos, e as redes de relações em formas de sociabilidade festiva que ocorrem em espaços públicos e privados onde se desenvolvem experiências de ações culturais educativas que contribuem para as transformações da realidade social e das relações cidadãs dos envolvidos nos processos em análise. O foco desse estudo está pautado num horizonte temporal iniciado na década de 1980 e estende-se até o presente, onde é percebido que as relações de sociabilidade e reciprocidade interferem nas ações dos envolvidos tendo em vista seus interesses em transformarem modos de convivência que começam nos indivíduos e abarcam os interesses coletivos no contexto analisado.

  • CARLOS EDUARDO CHAVES
  • Nas trilhas Irã Ãmrânh: Sobre história e cultura material Mebêngôkre.
  • Data: 18/06/2012
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  • A presente dissertação de mestrado contempla aspectos da trajetória histórica e da cultura material dos índios Mebêngôkre do passado e do presente. Para isso, procuramos pesquisar em fontes escritas e orais sobre os Irã Ãmrãnh, um povo que habitava as margens dos rios Araguaia e Arraias, no sul do Estado do Pará e foi “dizimado” com a expansão econômica no início do século XX. Para percorrer as trilhas da memória sobre os Irã Ãmrãnh foi preciso levantar informações a partir de vários tipos de materiais e métodos com três focos complementares: em coleções etnográficas, em arquivos históricos e no “campo”, na aldeia de Moikarakô na Terra Indígena Kayapó. Mostramos que a memória dos Irã Ãmrãnh se mantém viva na tradição oral dos Mebêngôkre de hoje assim como na sua cultura material já que existe um forte reconhecimento na forma de elaborar e usar alguns objetos emblemáticos como a borduna e o tembetá, que são considerados atributos identitários Irã Ãmrãnh.
  • HERALDO DE CRISTO MIRANDA
  • Michel Foucault e a Antropologia.

  • Data: 13/06/2012
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  • A obra de Michel Foucault, há tempos, vem construindo uma complexa relação com as
    ciências humanas, particularmente a antropologia. Mas o que era antes objeto de
    indiferença ou desprezo para os antropólogos, adquire a partir de agora o status de
    interessante. Inúmeros indícios levam-nos a pensar hoje que sua recepção e sua difusão
    evoluem de maneira singular. Se Foucault é hoje utilizado na antropologia é porque ele
    oferece alguns “nexos” nas práticas do conhecimento antropológico. Alguns de seus
    conceitos entraram no cotidiano da disciplina para serem utilizados como verdadeiras
    “palavras de ordem” ao ponto de tornarem-se lugares comuns, ou seja, encontramos
    elogios, enfrentamentos, reutilizações conceituais ora na relação de Foucault com a
    antropologia, ora da antropologia em relação à Foucault. Para analisar em detalhes essas
    modalidades de proximidades e ressalvas em mão-dupla, decidimos pensar três temas:
    etnologia do presente, poder e escrita antropológica. Ao mesmo tempo, em vista de
    mensurar a especificidade dessa abordagem, seria necessário analisar seu diálogo tanto
    com a antropologia clássica (Lévi-Strauss e Geertz, pois construtores de discursividade,
    de tradições na antropologia, autores que tornaram possíveis outros textos na
    antropologia. Duas tradições, a francesa e a norte-americana, bem como propor uma
    série de diálogos com os antropólogos mais comtemporêneos, herdeiros ou não de Lévi-
    Strauss e Geertz. O objetivo deste trabalho não é confrontar a filosofia de Foucault à
    démarche antropológica em seu conjunto para tentar desassociá-la seja dos aspectos
    comuns e divergentes, mas tentar esclarecer, em toda sua riqueza, diversidade e
    deslocamentos, os enjeux dessa extensa e plural obra para situar seu real interesse
    antropológico. Não se trata de uma simples reconciliação entre o filosófico e o
    antropológico, mas compreender as razões dessas proximidades e ressalvas, propondo
    uma crítica que ultrapasse a apologia ingênua ou o desprezo analítico.
    Palavras-Chaves: Foucault – Antropologia – Presente – Escrita – Poder
    A obra de Michel Foucault, há tempos, vem construindo uma complexa relação com asciências humanas, particularmente a antropologia. Mas o que era antes objeto deindiferença ou desprezo para os antropólogos, adquire a partir de agora o status deinteressante. Inúmeros indícios levam-nos a pensar hoje que sua recepção e sua difusãoevoluem de maneira singular. Se Foucault é hoje utilizado na antropologia é porque eleoferece alguns “nexos” nas práticas do conhecimento antropológico. Alguns de seusconceitos entraram no cotidiano da disciplina para serem utilizados como verdadeiras“palavras de ordem” ao ponto de tornarem-se lugares comuns, ou seja, encontramoselogios, enfrentamentos, reutilizações conceituais ora na relação de Foucault com aantropologia, ora da antropologia em relação à Foucault. Para analisar em detalhes essasmodalidades de proximidades e ressalvas em mão-dupla, decidimos pensar três temas:etnologia do presente, poder e escrita antropológica. Ao mesmo tempo, em vista demensurar a especificidade dessa abordagem, seria necessário analisar seu diálogo tantocom a antropologia clássica (Lévi-Strauss e Geertz, pois construtores de discursividade,de tradições na antropologia, autores que tornaram possíveis outros textos naantropologia. Duas tradições, a francesa e a norte-americana, bem como propor umasérie de diálogos com os antropólogos mais comtemporêneos, herdeiros ou não de Lévi-Strauss e Geertz. O objetivo deste trabalho não é confrontar a filosofia de Foucault àdémarche antropológica em seu conjunto para tentar desassociá-la seja dos aspectoscomuns e divergentes, mas tentar esclarecer, em toda sua riqueza, diversidade edeslocamentos, os enjeux dessa extensa e plural obra para situar seu real interesseantropológico. Não se trata de uma simples reconciliação entre o filosófico e oantropológico, mas compreender as razões dessas proximidades e ressalvas, propondouma crítica que ultrapasse a apologia ingênua ou o desprezo analítico.

  • AUDREI VIEIRA DE ALENCAR
  • "AQUELA ESPERANÇA DE TUDO SE AJEITAR”: CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES NOS CASAMENTOS

  • Data: 12/06/2012
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    Esta etnografia traz o tema casamento, com o objetivo de compreender ações, valores e mecanismos que levavam às suas continuidades, por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, no município de Bragança, nordeste do estado do Pará. No primeiro capítulo discorro a respeito das minhas relações com o campo. No segundo capítulo, apresento as interlocutoras e os interlocutores da pesquisa com seus relatos de vida. No terceiro capítulo, apresento os quatro motivos principais alegados pelos (as) entrevistados (as) para justificar sua permanência nos casamentos, que são: o medo da solidão, as pressões da sociedade, o status do casamento e a falta de apoio externo ao cônjuge. Por fim, no quarto capítulo destaco quatro fatores que levavam à continuidade nos casamentos, a partir da minha observação em campo e da articulação com o que ouvi e vivenciei: a idéia de indissolubilidade do casamento, a naturalização do sofrimento nas mulheres, o costume na harmonia ou na pseudo harmonia do casal, e o medo da mudança, da solidão e da perda de status.
    Palavras-Chave: Casamento; Continuidades; Fatores de Permanência.

     

    Esta etnografia traz o tema casamento, com o objetivo de compreender ações, valores e mecanismos que levavam às suas continuidades, por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, no município de Bragança, nordeste do estado do Pará. No primeiro capítulo discorro a respeito das minhas relações com o campo. No segundo capítulo, apresento as interlocutoras e os interlocutores da pesquisa com seus relatos de vida. No terceiro capítulo, apresento os quatro motivos principais alegados pelos (as) entrevistados (as) para justificar sua permanência nos casamentos, que são: o medo da solidão, as pressões da sociedade, o status do casamento e a falta de apoio externo ao cônjuge. Por fim, no quarto capítulo destaco quatro fatores que levavam à continuidade nos casamentos, a partir da minha observação em campo e da articulação com o que ouvi e vivenciei: a idéia de indissolubilidade do casamento, a naturalização do sofrimento nas mulheres, o costume na harmonia ou na pseudo harmonia do casal, e o medo da mudança, da solidão e da perda de status.

  • LUCIENE DIAS FIGUEIREDO
  • PRÁTICAS TRADICIONAIS E MERCADO: UM ESTUDO A RESPEITO DA ECONOMIA DAS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU.
  • Data: 07/05/2012
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  • Desde a situação em que a palmeira de babaçu era apenas mais uma árvore no meio de tantas outras na mata pré-amazônica até os dias atuais, onde a comercialização dos produtos desta oleaginosa tem importância central para milhares de famílias que convivem com os babaçuais, mudanças significativas ocorreram e ocorrem na vida de milhares de famílias que convivem e utilizam as dádivas ofertadas por esta espécie nativa. Transformações sociais, políticas, ambientais, de gênero e econômicas perpassam a trajetória de mulheres e homens do campo que lidam com a terra e a floresta nas chamadas regiões de babaçuais. Em meio à necessidade de sobrevivência, ganha força uma identidade política que se projeta pela ação coletiva de mulheres que lidam com a atividade de coleta e quebra do coco babaçu e transformam sua atividade produtiva num grande mutirão por direitos. Da resistência de grupos que se organizam para continuar construindo o ideário do trabalho livre emergem as quebradeiras de coco babaçu e, com elas, o símbolismo da palmeira de babaçu “mãe do povo”. Pela necessidade de sobreviver, esses grupos sociais aprendem, transmitem, recriam e reapropriam-se de combinações entre suas atividades produtivas, mercados, direitos conquistados e alternativas de geração de renda para fortalecer suas relações sociais e reafirmar seu modo de vida.
  • BENILDE DE NAZARE LAMEIRA ROSA
  • De "jardim encantado" a "Reino Desencantado das Unidades de Conservação": uma análise de ethos ambientais.

  • Data: 25/04/2012
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  • Trata das relações entre agentes sociais cujas racionalidades distintas condicionam os sentidos dados às suas ações no processo de execução da política de Unidades de Conservação (UCs) - no caso, Reserva Extravisitas (RESEXs).

  • SELMA DE SOUSA BRITO
  • Trajetórias religiosas e projetos de vida: engajamento político, social e cultural entre sacerdotes de Candomblé na cidade de Belém-PA.

  • Data: 25/04/2012
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  •  

    O presente trabalho propõe uma reflexão antropológica acerca da dinâmica de ação e atuação de
    alguns sacerdotes – categoria de análise e categoria nativa – de Candomblé, inseridos num campo
    religioso afro-paraense que reúne ainda, mineiros, umbandistas e outras variações de culto. A
    análise é construída metodologicamente a partir da narrativa da trajetória religiosa e história de
    vida de três sacerdotes: Mam’etu Nangetu, Bàbá Edson Catendê e Pai Edson Santana. Esta
    perspectiva justifica-se principalmente porque as trajetórias desses sacerdotes comprovam suas
    percepções e trânsitos dentro do campo religioso, seus engajamentos e ações que envolvem a
    garantia e o direito à prática de suas religiões no campo político, cultural, social ou na mídia
    digital. O Candomblé nos ritos queto e angola de importação baiana, ritos praticados pelos
    sacerdotes da pesquisa, são importantes na análise por conta da mudança que impôs ao campo
    religioso, que se constituía, até um determinado momento, somente de mineiros. Desta forma, a
    entrada do Candomblé em Belém também reflete nas reorientações deste campo, principalmente
    no que diz respeito à noção de legitimidade religiosa, agenciamento social e político a que os
    afrorreligiosos passaram a ter na busca de uma identidade afrorreligiosa para as suas
    Comunidades Tradicionais de Terreiro.
    Palavras-chaves: Campo religioso afro-paraense. Sacerdote. Agentes sociais. Trajetória religiosa.

     

    O presente trabalho propõe uma reflexão antropológica acerca da dinâmica de ação e atuação dealguns sacerdotes – categoria de análise e categoria nativa – de Candomblé, inseridos num camporeligioso afro-paraense que reúne ainda, mineiros, umbandistas e outras variações de culto. Aanálise é construída metodologicamente a partir da narrativa da trajetória religiosa e história devida de três sacerdotes: Mam’etu Nangetu, Bàbá Edson Catendê e Pai Edson Santana. Estaperspectiva justifica-se principalmente porque as trajetórias desses sacerdotes comprovam suaspercepções e trânsitos dentro do campo religioso, seus engajamentos e ações que envolvem agarantia e o direito à prática de suas religiões no campo político, cultural, social ou na mídiadigital. O Candomblé nos ritos queto e angola de importação baiana, ritos praticados pelossacerdotes da pesquisa, são importantes na análise por conta da mudança que impôs ao camporeligioso, que se constituía, até um determinado momento, somente de mineiros. Desta forma, aentrada do Candomblé em Belém também reflete nas reorientações deste campo, principalmenteno que diz respeito à noção de legitimidade religiosa, agenciamento social e político a que osafrorreligiosos passaram a ter na busca de uma identidade afrorreligiosa para as suasComunidades Tradicionais de Terreiro.

  • JOAO CARLOS DA SILVA SANTIAGO
  • Saber operário e os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ´s): A "exploração total" do trabalho no capitalismo contemporâneo

  • Data: 16/04/2012
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem por objeto os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ’s) no
    capitalismo contemporâneo. A partir desse instrumento técnico surgido com o
    toyotismo nossa análise se centra na íntima conexão entre o “saber-operário” e os
    CCQ’s. Nossa pergunta chave é: por que os capitalistas adotaram e incentivaram os
    CCQ’s em todos os ramos de produção, de forma massiva, em todos os continentes,
    a partir da década de 80 do século XX? Tendo como substrato um estudo da
    economia capitalista mundial e suas crises, principalmente a “crise crônica”
    inaugurada no final da década de 60, tenta-se explicar a expansão do toyotismo,
    este novo processo de trabalho surgido no Japão do pós-II guerra para o Ocidente e
    todo o mundo capitalista habitado. Destaca-se que a imposição deste novo processo
    de trabalho só é possível a partir da derrota do movimento operário japonês no pósguerra
    e da contraofensiva neoliberal do capital a nível mundial, principalmente a
    partir da derrubada das ditaduras stalinistas no leste europeu e na ex-URSS pelas
    massas. Sendo partes constitutivas do arsenal técnico do toyotismo na busca do
    Controle de Qualidade Total (CQT), os CCQ’s aparecem como uma nova forma de
    participação operária no chão da fábrica, completamente diferente das experiências
    anteriores impulsionadas pelo capitalismo (co-gestão, comissão tri-partite, etc.), pois
    envolve todo o contingente operário nas fábricas. Baseado em pesquisa bibliográfica
    profunda, participação em convenções nacionais e locais de CCQ’s, em Feiras de
    CCQ’s, em pesquisa de campo com aplicação de questionários, entrevistas com
    operários, o trabalho traz como conclusão, que o giro implementado pelos
    capitalistas para a esfera do capital constante, onde se situam os CCQ’s, acabou
    produzindo uma nova forma de mais-valia, ao juntar o processo de exploração nas
    duas esferas do capital (constante e variável), caracterizando uma “exploração total”
    do trabalho operário no capitalismo contemporâneo.
    PALAVRAS-CHAVE: Toyotismo. Círculos de Controle de Qualidade – Saberoperário.
    Mais-valia Qualificada. Capital Constante. Capital Variável.

    O presente trabalho tem por objeto os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ’s) nocapitalismo contemporâneo. A partir desse instrumento técnico surgido com otoyotismo nossa análise se centra na íntima conexão entre o “saber-operário” e osCCQ’s. Nossa pergunta chave é: por que os capitalistas adotaram e incentivaram osCCQ’s em todos os ramos de produção, de forma massiva, em todos os continentes,a partir da década de 80 do século XX? Tendo como substrato um estudo daeconomia capitalista mundial e suas crises, principalmente a “crise crônica”inaugurada no final da década de 60, tenta-se explicar a expansão do toyotismo,este novo processo de trabalho surgido no Japão do pós-II guerra para o Ocidente etodo o mundo capitalista habitado. Destaca-se que a imposição deste novo processode trabalho só é possível a partir da derrota do movimento operário japonês no pósguerrae da contraofensiva neoliberal do capital a nível mundial, principalmente apartir da derrubada das ditaduras stalinistas no leste europeu e na ex-URSS pelasmassas. Sendo partes constitutivas do arsenal técnico do toyotismo na busca doControle de Qualidade Total (CQT), os CCQ’s aparecem como uma nova forma departicipação operária no chão da fábrica, completamente diferente das experiênciasanteriores impulsionadas pelo capitalismo (co-gestão, comissão tri-partite, etc.), poisenvolve todo o contingente operário nas fábricas. Baseado em pesquisa bibliográficaprofunda, participação em convenções nacionais e locais de CCQ’s, em Feiras deCCQ’s, em pesquisa de campo com aplicação de questionários, entrevistas comoperários, o trabalho traz como conclusão, que o giro implementado peloscapitalistas para a esfera do capital constante, onde se situam os CCQ’s, acabouproduzindo uma nova forma de mais-valia, ao juntar o processo de exploração nasduas esferas do capital (constante e variável), caracterizando uma “exploração total”do trabalho operário no capitalismo contemporâneo.

    PALAVRAS-CHAVE: Toyotismo. Círculos de Controle de Qualidade – Saberoperário.Mais-valia Qualificada. Capital Constante. Capital Variável.

  • ROSA MARIA FERREIRA DA ROCHA
  • Relações sociais e de trabalho: o cotidiano das(os) trabalhadoras(es) na feira de alimentação do Ver-o-Peso em Belém/PA.

  • Data: 29/03/2012
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  • Investigar o significado e a construção histórica do Ver-o-Peso, enquanto Patrimônio histórico e cultural é também refletir sobre as relações sociais construídas e estabelecidas através das mediações que ocorrem no campo do trabalho. É nesse contexto que se forma a base de construção do problema de pesquisa,“Por que os trabalhadores da Feira do Ver-o-Peso se reconhecem diferentemente dos demais feirantes de Belém?” E em que contexto e vivências se expressam?. É essencial que a análise sociológica das relações presentes no objeto de estudo, considere os trabalhadores da feira do Ver-o-Peso, como sujeitos sociais e históricos num contexto macro destas relações. Compor elementos no cenário de análise que estão presente no espaço de seu cotidiano, como: a cidade, o urbano, a comunidade, as lutas e resistência e o território. A abordagem dessa construção incide no questionamento de que a identidade dessas (es) trabalhadoras (es) pode ter um caráter indutor na construção de sua identidade. Nesse sentido, analisamos sob o prisma de dois fatores: cultural e político. No âmbito cultural reside em procurar identificar até que ponto a “aura” de símbolo cultural da cidade e a chancela de Patrimônio Histórico corroboram para que as (os) trabalhadores (as) manifestem o sentimento de pertencimento e afetividade com o espaço de trabalho. A análise evidencia as relações de trabalho e de sociabilidade no âmbito da Feira de Alimentação, onde os vários elementos estão expostos no trato dos capítulos tornam-se imprescindíveis para apreender o objeto de pesquisa a “Feira de Alimentação do Ver-o-Peso”. 

  • VALBER OLIVEIRA DE BRITO
  • Educação e diálogo: o papel do educador em meio a esperança.

  • Data: 28/03/2012
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  • O presente trabalho traz os resultados da investigação teórica e empírica em torno de quais as relações intersubjetivas que envolvem o sentimento de esperança vivenciado pelos educadores, e que são construídas no universo escolar, especialmente em meio à violência em que se encontra a escola nos tempos atuais. Para isso recorremos, em especial, à noção de diálogo presente, sobretudo, em Martin Buber e à noção de esperança, como compreendida por Gabriel Marcel. Ao mesmo tempo buscamos verificar a validade da questão do diálogo de Martin Buber para a análise dos tempos atuais com várias formas de violência. Em especial, neste trabalho, a violência existente no universo escolar. Tangenciando essa discussão, analisamos empiricamente a relação que existe entre o papel do educador e a tensão existente entre pessoa e instituição, tendo como foco teórico Emmanuel Mounier e Paul Ricoeur. As análises dos relatos dos educadores entrevistados mostram que há esperança em meio ao caos e a violência que muitas vezes acomete o ambiente institucional escolar.

     

     

     

  • REGINA DE FATIMA MENDONCA ALVES
  •  

    O manto, a mitra e o microfone:
    a midiatização do Círio de Nazaré em Belém do Pará

     

  • Data: 21/03/2012
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  •  

    Estuda o Círio de Nazaré utilizando a perspectiva da midiatização da religião para atualizar a reflexão sobre as tensões entre o catolicismo oficial e o catolicismo popular, que marcam a Festa de Nazaré desde sua origem. Registra o início da construção do espetáculo midiático da romaria pela TV Marajoara, em 1961. Analisa a produção e transmissão do Círio pela TV Nazaré, usando as emissões da TV Liberal para efeito de comparação. Recupera historicamente as intervenções disciplinadoras verificadas na manifestação e apresenta resultados de observações de campo realizadas no período 2007-2009, pelas quais é possível verificar significativas mudanças na organização da Festa de Nazaré e de sua romaria principal.
    Palavras-chaves:
    Círio de Nazaré; Festa de Nazaré; Mídia e religião; Midiatização; TV Nazaré; TV Liberal; TV Marajoara; Televisão; Transmissão direta.
    ABSTRACT

     

    Estuda o Círio de Nazaré utilizando a perspectiva da midiatização da religião para atualizar a reflexão sobre as tensões entre o catolicismo oficial e o catolicismo popular, que marcam a Festa de Nazaré desde sua origem. Registra o início da construção do espetáculo midiático da romaria pela TV Marajoara, em 1961. Analisa a produção e transmissão do Círio pela TV Nazaré, usando as emissões da TV Liberal para efeito de comparação. Recupera historicamente as intervenções disciplinadoras verificadas na manifestação e apresenta resultados de observações de campo realizadas no período 2007-2009, pelas quais é possível verificar significativas mudanças na organização da Festa de Nazaré e de sua romaria principal.

  • LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA
  • Mulheres provedoras: Trajetórias amorosas, trabalho e família.
  • Data: 13/03/2012
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  • O estudo lança o olhar às famílias de camada popular que contam exclusivamente, ou principalmente, com a figura feminina como provedora. Para tanto, objetiva descrever as condições de vida dessas mulheres, seu trabalho, assim como, as estratégias de sobrevivência, individuais e coletivas, formuladas pelas mesmas, e ainda, compreender como esta condição social é construída, percebida e sentida por estas mulheres a partir de um contexto de carência econômica e social, acentuada, ou não, pela ausência do provedor masculino e pela própria situação de desigualdade de gênero em que a mulher se encontra perante a sociedade. Resulta de pesquisa quanti-qualitativa realizada por meio de questionários e entrevistas semi-estrutruradas apresentando o relato de dezessete mulheres provedoras nos municípios de Belém e Ananindeua. A história dessas mulheres revela a interseção entre os marcadores gênero, raça e classe na Amazônia paraense. Os resultados revelam que o espaço doméstico, tradicionalmente relacionado ao sexo feminino, apresenta-se como paradoxal, pois abriga relações de desigualdade e poder feminino. A situação socioeconômica desfavorável em que tais famílias se encontram produz um cenário de vulnerabilidade social, econômica e histórica que acompanha essas mulheres desde a infância e em diferentes modalidades. Enquanto trabalhadoras essas mulheres encontram-se inseridas em um quadro de precariedade, informalidade e femininização das atividades. Os cuidados com os filhos e a casa continuam sob a responsabilidade da mulher, configurando a dupla jornada de trabalho. A violência doméstica também é repertoriada entre as entrevistadas, porém, não assinalando uma situação de passividade feminina, mas ao contrário, as reações à violência são diversas, desde práticas moderadas até as mais imprevisíveis. Para finalizar, considera-se que as desigualdades sociais e de gênero não as caracteriza de modo vitimizado, visto que, elas assumem estratégias de resistência e poder seja nas condições socioeconômicas ou nas relações de gênero na esfera doméstica, assumindo comportamentos que, concomitantemente, sinalizam para a manutenção e redefinição de valores tradicionais.
  • MILTON RIBEIRO DA SILVA FILHO
  • Na rua, na praça, na boate: uma etnografia da sociabilidade LGBT no circuito GLS de Belém-PA.
  • Data: 09/03/2012
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  • Esta dissertação é resultado da etnografia urbana realizada na cidade de Belém, Pará, onde propus tensionar os aspectos relacionados às questões de gênero e sexualidade no interior do circuito GLS. A partir da pesquisa de campo na mancha de sociabilidade e lazer, da observação direta e participante nos bares e boates e das entrevistas, com ênfase nas histórias de vida das/dos interlocutores/as, destaco os aspectos relacionados às formas de sociabilidade, modos e estilos de vida, “modos de viver”, (ab)usos do “meio”, relações com o “armário” e produção de subjetividades. Entendendo que o “armário” age com dispositivo na produção desses sujeitos dissidentes, seja na família, entre amigos e nos espaços destinados aos momentos de lazer. Tendo em vista essas questões, percebi que na luta por visibilidade, pessoas marcadas pelo estigma das sexualidades e gêneros não-(hetero)normativos tendem a manifestar-se através do grito/escândalo ou da reclusão total – manter-se no armário, na reserva/invisibilidade –, que servem como estratégias diferenciadas de proteção e defesa às manifestações de preconceito, discriminação e homo-lesbo-transfobia. No entanto, existem inúmeras maneiras de se construir e vivenciar gêneros e sexualidades dissidentes, seja na vida off-line – partindo das redes de amizade, das vivências nos bares e boates, praças ou em qualquer lugar que possibilite a “pegação” –, seja online, através da internet.
  • RAMON PEREIRA DOS REIS
  • ENCONTROS E DESENCONTROS: Uma etnografia das relações entre homens homossexuais em espaços desociabilidade homossexual de Belém, Pará.

  • Data: 09/03/2012
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  •  

    Procura-se compreender como se dá a dinâmica das relações entre homens
    homossexuais, dentro de dois espaços de sociabilidade homossexual de Belém: Lux e
    Malícia. Enquanto problemática, questiona-se se o fato de um homem homossexual
    freqüentar algum desses lugares é relevante, ou não, na busca por parceiros. Utilizamse,
    para compor análises interseccionais, alguns recortes, por exemplo, de: geração
    (idade), classe social e performance de gênero, procurando entender de que modo
    influenciam nas escolhas, expectativas e trajetos: dificultando, facilitando, limitando ou
    abrindo possibilidades ao estabelecimento de relações entre homens homossexuais. A
    escolha dos entrevistados partiu do que chamei de grau de variação sócio-cultural:
    “negros”, “brancos”, de classes sociais distintas, velhos, novos, com performance de
    gênero masculina, com performance de gênero feminina. Entre outras palavras, a
    intenção foi abarcar a maior diversidade de pessoas: moradores de bairros centrais ou
    periféricos, que consumissem produtos distintos, com grau de escolaridade variado, que
    estivessem em diversas fases da vida. A guisa de finalizações, o que se pode perceber é
    a não-dicotomização - ficar ou namorar? - por meio das interações dentro e fora dos
    espaços supracitados; por maior que seja o interesse em estabelecer vínculos maiores de
    afeto, sexo etc. Contudo, existem outros pontos de destaque: encontrar amigos,
    participar de festas temáticas, diversão, música, ambiente, pessoas etc.
    Palavras-chave: Belém; Espaços de Sociabilidade Homossexual; Homens
    Homossexuais;

     

    Procura-se compreender como se dá a dinâmica das relações entre homenshomossexuais, dentro de dois espaços de sociabilidade homossexual de Belém: Lux eMalícia. Enquanto problemática, questiona-se se o fato de um homem homossexualfreqüentar algum desses lugares é relevante, ou não, na busca por parceiros. Utilizamse,para compor análises interseccionais, alguns recortes, por exemplo, de: geração(idade), classe social e performance de gênero, procurando entender de que modoinfluenciam nas escolhas, expectativas e trajetos: dificultando, facilitando, limitando ouabrindo possibilidades ao estabelecimento de relações entre homens homossexuais. Aescolha dos entrevistados partiu do que chamei de grau de variação sócio-cultural:“negros”, “brancos”, de classes sociais distintas, velhos, novos, com performance degênero masculina, com performance de gênero feminina. Entre outras palavras, aintenção foi abarcar a maior diversidade de pessoas: moradores de bairros centrais ouperiféricos, que consumissem produtos distintos, com grau de escolaridade variado, queestivessem em diversas fases da vida. A guisa de finalizações, o que se pode perceber éa não-dicotomização - ficar ou namorar? - por meio das interações dentro e fora dosespaços supracitados; por maior que seja o interesse em estabelecer vínculos maiores deafeto, sexo etc. Contudo, existem outros pontos de destaque: encontrar amigos, participar de festas temáticas, diversão, música, ambiente, pessoas etc

2011
Descrição
  • LIVIA ALEXANDRA NEGRAO BRAGA
  • Identidades musicais no curso de licenciatura em música das Universidades do Estado do Pará: uma composição em acordes dissonantes.
  • Orientador : ANTONIO MAURICIO DIAS DA COSTA
  • Data: 05/12/2011

  • MONICA LIZARDO DE MORAES
  • Uma comunidade ribeirinha: sobre cotidiano e marretagem no interior do Marajó
  • Orientador : KATIA MARLY LEITE MENDONCA
  • Data: 29/10/2011
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  • Uma comunidade ribeirinha: sobre cotidiano e marretagem no interior do Marajó
  • GISELA MACAMBIRA VILLACORTA
  • ROSA AZUL: UMA XAMÃ NA METRÓPOLE DA AMAZÔNIA.

  • Data: 16/10/2011
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  • Esta tese traça a trajetória de uma xamã, Roseana Gil. Este percurso é o fio condutor para a
    minha reflexão sobre a “pajelança cabocla no contexto da Nova Consciência Religiosa”. A
    pajelança cabocla é uma forma de xamanismo muito praticada por populações ribeirinhas na
    Amazônia paraense, tendo sido bastante pesquisada por antropólogos mais clássicos e
    retomada, recentemente, nos estudos antropológicos. O primeiro cenário que compõe a
    etnografia da trajetória desta xamã se inicia com a chegada dos “hippies” em Colares, uma
    ilha de pescadores situada ao nordeste do Pará, que na década de 1970 passa a ser frequentada
    por pequenos grupos citadinos tomados pelo “espírito de época” da contracultura no Brasil. O
    segundo cenário está entrelaçado a uma espécie de “mito de origem”, narrado pela própria
    xamã, para demarcar o seu “dom xamanístico” e a decisão de ir morar em Colares, onde viveu
    durante vinte anos. A partir deste contexto é que Roseana Gil entra em contato com a
    pajelança cabocla, fazendo desta mais um elemento para a sua bricolage, no sentido Lévisstraussiano,
    ou seja, a organização de um universo de representação simbólica através da
    reelaboração de diferentes sistemas religiosos. A característica mais marcante desta xamã está
    no seu discurso ecológico, isto é, de “preservação e proteção da natureza” a partir de uma
    “pajelança ecológica”. O “desfecho” da cena é Roseana Gil atuando como uma xamã urbana
    na cidade de Belém, metrópole da Amazônia, acentuando a sua tendência para a “errância” e
    “mobilidade” religiosa, deixando sempre uma possibilidade de abertura para o acaso e a
    improvisação. Estas tendências reforçaram a minha idéia de que a mesma faz parte de um
    movimento mais amplo, onde “xamanismo tradicional” e “Xamanismo urbano” se encontram
    proporcionando as mais variadas traduções e reinvenções neste contexto do “religioso na
    modernidade”.

  • ELCIMAR MARIA DE OLIVEIRA LIMA
  • Polícia e policiamento: as ambivalências da formação profissional e as práticas policiais na periferia de Belém
  • Orientador : DANIEL CHAVES DE BRITO
  • Data: 14/10/2011

  • JORGE ALBERTO RAMOS SARMENTO
  • Cidadania na Modernidade: as ambivalências conceituais na multiplicidade discursiva das ciências sociais
  • Orientador : DANIEL CHAVES DE BRITO
  • Data: 14/10/2011

  • ANSELMO DO AMARAL PAES
  • O corpo da alma: cosmos, casa e corpo espírita kardecista
  • Data: 27/09/2011

  • HENRY WILLIANS SILVA DA SILVA
  • Discursos do conflito entre os diferentes agentes mediadores dos movimentos envolvidos no caso Eldorado de Carajás: Novas tendências e práticas políticas
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 25/08/2011

  • FELIPE RIBEIRO SILVA
  • Bullying, vitimização e agressividade juvenil: um estudo de caso
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 08/07/2011

  • RENATA MARIA VALENTE MORAES
  • Um estudo sobre as práticas cotidianas no mercado central de Marituba/PA.
  • Orientador : CRISTINA DONZA CANCELA
  • Data: 28/06/2011

  • ELIANE SUELEN OLIVEIRA DA SILVA
  • É brincando que se voa: entre imagens e performances do Pássaro Tucano de Belém - PA

  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 02/06/2011
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  • É brincando que se voa: entre imagens e performances do Pássaro Tucano de Belém - PA

  • HELIO FIGUEIREDO DA SERRA NETTO
  • O corpo como espaço imaginativo: tatuagem, práticas sociais e simbolismo.
  • Orientador : MARIA ANGELICA MOTTA MAUES
  • Data: 01/06/2011

  • FERNANDO AUGUSTO DE OLIVEIRA E SILVA FILHO
  • UM ESTRANHO NO ESPELHO: CONSTRUÇÃO E REPRODUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOBRE O CABOCLO DA AMAZÔNIA, ENVOLVENDO A DICOTOMIA ENTRE CIVILIZADOS E BÁRBAROS.

  • Data: 31/05/2011
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  • XXX

  • FERNANDO AUGUSTO DE OLIVEIRA E SILVA FILHO
  • UM ESTRANHO NO ESPELHO: CONSTRUÇÃO E REPRODUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOBRE O CABOCLO DA AMAZÔNIA, ENVOLVENDO A DICOTOMIA ENTRE CIVILIZADOS E BÁRBAROS.

  • Data: 31/05/2011
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  • XXX

  • JORGE LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS
  • Menino que faz menino ainda é menino? Homens jovens e pais construindo o seu protagonismo.
  • Orientador : CRISTINA DONZA CANCELA
  • Data: 06/05/2011

  • ARIADNE DA COSTA PERES
  • Estudo antropológico de uma comunidade no entorno da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu (Bragança - Pará - Brasil).
  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 29/04/2011

  • VANDA MARIA LEITE PANTOJA
  • Santo e espírito santo, ou católicos e evangélicos na Amazônia Marajoara.
  • Data: 07/04/2011

  • BRENO RODRIGO DE OLIVEIRA ALENCAR
  • Entre a regra e as estratégias: uma abordagem antropológica do processo de seleção do cônjuge.
  • Orientador : CARMEM IZABEL RODRIGUES
  • Data: 30/03/2011

  • MARIANA PAMPLONA XIMENES PONTE
  • No primeiro ela dorme, no segundo a gente reza: etnografia de um grupo de peregrinações de Nazaré no bairro do Umarizal em Belém-Pará.
  • Orientador : CARMEM IZABEL RODRIGUES
  • Data: 28/03/2011

  • RELIVALDO PINHO DE OLIVEIRA
  • Antropologia e filosofia: experiência e estética na literatura e no cinema da Amazônia
  • Orientador : ERNANI PINHEIRO CHAVES
  • Data: 25/03/2011

  • ALAN AUGUSTO MORAES RIBEIRO
  • Entre o "Zaca" e o "Madre': ofensas raciais, processos identitários e discursos de mestiçagem em duas escolas de Belém
  • Orientador : MARILU MARCIA CAMPELO
  • Data: 18/03/2011

  • TELMA AMARAL GONCALVES
  • Falando de amor: discursos sobre o amor e práticas amorosas na contemporaneidade
  • Orientador : MARIA ANGELICA MOTTA MAUES
  • Data: 16/03/2011

  • LARISSA MARIA DE ALMEIDA GUIMARAES
  • O que podeis comer: Hábitos e práticas alimentares entre judeus em Belém do Pará.
  • Data: 11/03/2011

  • JOSE ELIADA CUNHA BARBOSA
  • Gestão coletiva de bens comuns: regimes de propriedades e conflitos na Reserva Extrativista Marinha de Maracanã
  • Orientador : HERIBERT SCHMITZ
  • Data: 01/03/2011
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  • Este trabalho objetiva compreender e explicar a gestão coletiva de bens comuns assim como sua relação com regimes de propriedade e conflitos que ocorrem na Reserva Extrativista Marinha (RESEXMAR) de Maracanã, especialmente, em sua Zona de Amortecimento (ZA). Procurando identificar e caracterizar os tipos de gestões realizados no interior de territórios conservados, temos como alvo de estudo a RESEXMAR de Maracanã localizada no estado do Pará. Criada em 2002, a reserva totaliza 30 mil hectares, sendo sua vegetação composta por mata de terra firme, florestas secundárias, vegetação de várzea e manguezais. A RESEXMAR envolve 75 comunidades ribeirinhas, com cerca de 1500 famílias, sendo que mais de 5 mil usuários sobrevivem dos recursos naturais explorados tanto em áreas de mangue e marinhas quanto em áreas de terra firme, esta ultima localizada na zona de amortecimento. Para alcançar o objetivo proposto utilizamos procedimentos metodológicos como consulta a fontes secundárias (livros, artigos, jornais, revistas etc.), pesquisa de campo mediante observação participante e uso de formulários semi-estruturados, além de entrevistas informais. Foram realizadas entrevistas na área urbana do município de Maracanã e em três comunidades rurais que se localizam nos arredores da reserva: São Tomé, Aricuru e Espírito Santo (ou Mangueirão). Como resultados, foram encontrados três tipos de gestões: oficial, comunitária e consuetudinária. Estas gestões fazem parte do que chamamos de gestão coletiva de bens comuns. Além destes tipos de gestões identificamos e caracterizamos conflitos e regimes de propriedade que estão relacionados às formas como os indivíduos interpretam o bem comum. Afirmamos, então, que o conceito de gestão coletiva de bens comuns, operacionalizado nesta pesquisa, envolve os três tipos de gestão anteriormente descritos, os regimes de propriedade e os conflitos inerentes ao processo de interação social entre atores internos e externos.
  • JOSE ELIADA CUNHA BARBOSA
  • Gestão coletiva de bens comuns: regimes de propriedades e conflitos na Reserva Extrativista Marinha de Maracanã
  • Orientador : HERIBERT SCHMITZ
  • Data: 01/03/2011
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  • Este trabalho objetiva compreender e explicar a gestão coletiva de bens comuns assim como sua relação com regimes de propriedade e conflitos que ocorrem na Reserva Extrativista Marinha (RESEXMAR) de Maracanã, especialmente, em sua Zona de Amortecimento (ZA). Procurando identificar e caracterizar os tipos de gestões realizados no interior de territórios conservados, temos como alvo de estudo a RESEXMAR de Maracanã localizada no estado do Pará. Criada em 2002, a reserva totaliza 30 mil hectares, sendo sua vegetação composta por mata de terra firme, florestas secundárias, vegetação de várzea e manguezais. A RESEXMAR envolve 75 comunidades ribeirinhas, com cerca de 1500 famílias, sendo que mais de 5 mil usuários sobrevivem dos recursos naturais explorados tanto em áreas de mangue e marinhas quanto em áreas de terra firme, esta ultima localizada na zona de amortecimento. Para alcançar o objetivo proposto utilizamos procedimentos metodológicos como consulta a fontes secundárias (livros, artigos, jornais, revistas etc.), pesquisa de campo mediante observação participante e uso de formulários semi-estruturados, além de entrevistas informais. Foram realizadas entrevistas na área urbana do município de Maracanã e em três comunidades rurais que se localizam nos arredores da reserva: São Tomé, Aricuru e Espírito Santo (ou Mangueirão). Como resultados, foram encontrados três tipos de gestões: oficial, comunitária e consuetudinária. Estas gestões fazem parte do que chamamos de gestão coletiva de bens comuns. Além destes tipos de gestões identificamos e caracterizamos conflitos e regimes de propriedade que estão relacionados às formas como os indivíduos interpretam o bem comum. Afirmamos, então, que o conceito de gestão coletiva de bens comuns, operacionalizado nesta pesquisa, envolve os três tipos de gestão anteriormente descritos, os regimes de propriedade e os conflitos inerentes ao processo de interação social entre atores internos e externos.
  • TEREZINHA DE FATIMA RIBEIRO BASSALO
  • Dialogos com a metrópole: um estudo antropológico sobre moradores da Ilha do Maracujá em relação de proximidade com Belém (PA).
  • Data: 31/01/2011
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  • o presente trabalho expõe os resultados da pesquisa etnográfica realizada junto aos moradores da Ilha do Maracujá, evidenciando a sua relaçao de proximidade com o município de Belém, tendo como locus a área que se estende do Porto do Açaí, localizado no bairro do Jurunas em Belém até a ilha do Maracujá, enfatizando nessa relação aspectos relativos ao deslocamento diário entre as margens.
  • JULIANA LANDO CANGA BUZA
  • No fútila, no Mayombe: modernidade, desenvolvimento e risco no "tempo de paz" em Cabinda (Angola).
  • Orientador : MARIA JOSE DA SILVA AQUINO TEISSERENC
  • Data: 14/01/2011

2010
Descrição
  • ANA RENATA ROSARIO DE LIMA PANTOJA
  • Terra de revolta: campesinato, experiências sócio-culturais e memórias cabanas entre a voz e a letra
  • Data: 20/12/2010

  • RENILDA DO ROSARIO MOREIRA RODRIGUES
  • As três margens do rio: travessias, memóris e história do bairro Alto de Curuçá - PA.
  • Orientador : MARILU MARCIA CAMPELO
  • Data: 05/11/2010

  • EDSON PAIVA SOARES NETO
  • O empregado intra-empreendedor, uma nova gestao do trabalho no capitalismo no século XXI - Novos métodos para fomentar a eficiência produtiva nas organizações empresariais.
  • Orientador : MARIA ANGELICA ALBERTO DO ESPIRITO SANTO
  • Data: 18/10/2010

  • BRUNA HERONDINA DA SILVA MENEZES
  • Justiça marginal: sociabilidades complexas subjacentes às práticas de linchamento.
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 05/10/2010

  • DAGUINETE MARIA CHAVES BRITO
  • Conflitos sócioambientais na gestão de unidades de conservação: o caso da Reserva Biológica do Lago Piratuba/AP.
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 15/09/2010

  • ANGELA MARIA TRINDADE PAIVA
  • Das águas do rio, as mulheres em movimento na defesa do Xingu: A resistência contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte em Altamira - Oeste do Pará.
  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 14/09/2010

  • CARMEM PRICILA VIRGOLINO TEIXEIRA
  • NAS VOLTAS QUE O MUNDO DEU, NAS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ: UM ESTUDO SOBRE RITUAL E PERFORMANCE NA CAPOEIRA ANGOLA EM BELÉM.

  • Data: 03/09/2010
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  • XXXX

  • ALDA CRISTINA SILVA DA COSTA
  • O embate entre o visível e o invisível: a construção social da violência no jornalismo e na política.
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 31/08/2010

  • KATIA SOLANGE DO NASCIMENTO DEMEDA
  • Quanto vale uma "Onça"? Os significados das relações entre os brasilienses e as suas paisagens na região do Tapajós, Oeste do Pará.
  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 29/07/2010

  • ROGERIO GONCALVES DE FREITAS
  • As condições de vida no trabalho e a saúde de professores de educação física no município de Belém-PA.
  • Orientador : MARIA ANGELICA ALBERTO DO ESPIRITO SANTO
  • Data: 02/07/2010

  • ALCIONE DO SOCORRO ANDRADE COSTA
  • Quando mudar é condição para permanecer: A escola Casa Familiar Rural e as estratégias de reprodução social do campesinato na Transamazônica (Pará-Amazônia).
  • Orientador : SONIA MARIA SIMOES BARBOSA MAGALHAES SANTOS
  • Data: 28/06/2010

  • GELDES DE CAMPOS CASTRO
  • A ponte, o porto, a floresta: organizações ambientalistas e aspectos de ação local em um território de Belém
  • Orientador : MARIA JOSE DA SILVA AQUINO TEISSERENC
  • Data: 24/06/2010

  • MARLUCE RIBEIRO DE MENDONCA
  • Desenvolvimento, participação e alternativas econômicas: em discussão manejo de peixes ornamentais como meio de vida na RDS Amanã (AM).
  • Orientador : MARIA JOSE DA SILVA AQUINO TEISSERENC
  • Data: 18/06/2010

  • DAVILA SUELEN SOUZA CORREA
  • Modo de vida na várzea: políticas sociais e nova ruralidade estudo em uma localidade da reserva de desenvolvimento sustentável Mamirauá.
  • Orientador : EDILA ARNAUD FERREIRA MOURA
  • Data: 17/06/2010

  • ROSIANE FERREIRA MARTINS
  • Brasileiros em situação clandestina na Guiana Francesa: uma etnografia das relações e representações sociais entre migrantes.
  • Orientador : CARMEM IZABEL RODRIGUES
  • Data: 15/06/2010

  • ED CARLOS DE SOUSA GUIMARAES
  • A violência desnuda: Justiça penal e pistolagem no Pará.
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 11/06/2010

  • ZULEIDE PAMPLONA XIMENES PONTE
  • Amazônia, projeto desenvolvimentista, dissimulação e barbárie
  • Orientador : VIOLETA REFKALEFSKY LOUREIRO
  • Data: 21/05/2010

  • TAISSA TAVERNARD DE LUCA
  • "Tem Branco na Guma": A Nobreza Européia Montou Corte na Encantaria Mineira
  • Orientador : MARILU MARCIA CAMPELO
  • Data: 26/03/2010

  • ANDRE LUIZ TORQUATO CARNEIRO
  • Um passado persistente: O sistema de aviamento na extração madeireira da Ilha do Mututi, município de Breves/PA.
  • Data: 23/03/2010

  • JULIA CONSTANCA PEREIRA CAMELO
  • Ocultar e preservar: a saga da civilidade em São Luís do Maranhão
  • Orientador : KATIA MARLY LEITE MENDONCA
  • Data: 22/03/2010

  • AGNALDO AIRES RABELO
  • Os meandros da memória: Um mergulho no imaginário às margens do rio Capim.
  • Data: 15/03/2010

  • LICIA TATIANA AZEVEDO DO NASCIMENTO
  • Sociabilidades no mercado de peixe do Ver-o-Peso durante o Círio de Nazaré.
  • Orientador : CARMEM IZABEL RODRIGUES
  • Data: 12/03/2010

  • DILMA LOPES DA SILVA RIBEIRO
  • A busca de si numa religião hoasqueira - Oralidade, memória e conhecimento na união do vegetal.
  • Orientador : MARILU MARCIA CAMPELO
  • Data: 04/03/2010

2009
Descrição
  • MARIA DO SOCORRO LACERDA LIMA
  • O "caminho da volta" vivenciado pelos Juruna/Yudjá da aldeia Boa Vista,
  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 21/12/2009

  • IVANA DE OLIVEIRA GOMES E SILVA
  • De Awaete a Assurini: Histórias do Contato (1971-1991).
  • Data: 06/11/2009

  • JOSE MARIA MENDES DE ANDRADE
  • Ipy´a pe ukwa katu te´e - Ele sabe por si mesmo. Uma etnografia do saber-fazer cotidiano e ritual na formação da pessoa Ka´apor
  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 06/11/2009

  • KEILA DE SOUSA AGUIAR
  • Quando é da família, é melhor!": Família e casamento entre cearenses em Santarém-Pará.
  • Orientador : CRISTINA DONZA CANCELA
  • Data: 23/10/2009

  • RAQUEL DA SILVA LOPES
  • O Letramento Selvagem: Um estudo sócio-antropológico da apropriação da escrita por trabalhadores rurais assentados em área de reforma agrária na região da Transamazônica.
  • Orientador : DIANA ANTONAZ
  • Data: 23/10/2009

  • YARA YONARA DA SILVA LIMA
  • NAS TRINCHEIRAS DO ENFRENTAMENTO: ESTUDO DE CASO, PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DOCENTES VOLTADAS PARA AS CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.

  • Data: 20/10/2009
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  • O presente trabalho traz como tema a violência doméstica contra a criança.

  • EVANILDE GOMES FRANCO
  • Da fala da rua à fala dos tribunais; a retórica jurídica e seus impactos nas relações sociais
  • Orientador : VIOLETA REFKALEFSKY LOUREIRO
  • Data: 28/09/2009

  • ANGELICA HOMOBONO NOBRE
  • Atravessando fronteiras: viagens rumo à saúde tradicional.
  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 25/09/2009

  • MARIA DO SOCORRO MICHIKO AIHARA
  • Paisagens nipo-brasileiras na cidade de Tomé-Açú - PA. Estudo antropológico das memórias da família Onuma.
  • Orientador : FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • Data: 16/09/2009

  • SUZANA CLAUDIA MOREIRA CORREA
  • Tecnologias Informacionais e Qualificação: A percepção do trabalhador
  • Orientador : ANDREA BITTENCOURT PIRES CHAVES
  • Data: 15/09/2009

  • SILVIO SILVA BRASIL
  • Trabalho, adoecimento e saúde: aspectos sociais da pesca artesanal no Pará
  • Orientador : MARIA JOSE DA SILVA AQUINO TEISSERENC
  • Data: 07/08/2009

  • ELIANE DA SILVA SOUSA
  • O Potencial Interpretativo dos Artefatos Cerâmicos: A Tradição Tupiguarani na Amazônia
  • Orientador : DENISE PAHL SCHAAN
  • Data: 01/07/2009

  • JOHN DA SILVA ARAUJO
  • O "Oriente" no "Ocidente": Observando o Islã no Suriname.
  • Data: 17/06/2009

  • JONAS FERNANDES COSTA
  • Modernidade reflexiva: Giddens, Beck e as limitações da segunda modernidade.
  • Orientador : DANIEL CHAVES DE BRITO
  • Data: 15/05/2009

  • IDA LENIR MARIA PENA GONCALVES
  • "A gente tem uma vida lá fora ...". Relações entre gestão de recursos humanos e sociabilidade das pesssoas empregadas nos supermercados da região metropolitana de Belém.
  • Orientador : MARIA CRISTINA ALVES MANESCHY
  • Data: 04/05/2009

  • AMADEU DE FARIAS CAVALCANTE JUNIOR
  • Estado, Punição e Religião: Pentecostais e Neopentecostais entre Secularização da Ressocialização no Cárcere.
  • Orientador : WILSON JOSE BARP
  • Data: 31/03/2009

  • JOSE DE RIBAMAR MIRANDA MARINHO
  • Mudanças sociais e energia elétrica: um estudo a partir da Vila de São Sebastião, interior do Pará.
  • Orientador : MARIA JOSE DA SILVA AQUINO TEISSERENC
  • Data: 31/03/2009

  • ENEIDA CANEDO GUIMARAES DOS SANTOS
  • Mulher Comerciária e Sindicalismo: Relações de Gênero, Relações de Poder (um estudo de caso em Belém do Pará).
  • Orientador : MARIA LUZIA MIRANDA ALVARES
  • Data: 30/03/2009

2008
Descrição
  • ZELIA AMADOR DE DEUS
  • Os Herdeiros de Ananse: movimento negro, ações afirmativas, cotas para negros na universidade.
  • Data: 19/12/2008
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  • Ananse, a metamorfose em aranha da deusa Aranã, procedente da cultura fanthi-ashanti, da região do Benin na África ocidental, configura-se, neste trabalho na metáfora símbolo das ações de resistência empreendidas pelos africanos e seus descendentes no continente americano, particularmente no Brasil. Dessa maneira, apresenta um relato etnográfico da saga dos herdeiros da deusa Aranã em luta contra o racismo. A estrutura desta narrativa é a de um Auto Teatral em que o personagem antagonista é o Racismo e o protagonista são os herdeiros de Ananse. A composição dessa narrativa parte da premissa de que as diversas culturas trazidas pelo protagonista exerceram importância fundamental, para alimentar a luta dos africanos e seus herdeiros, frente à astúcia de um antagonista capaz de se travestir, no tempo e no espaço, de várias personas (máscaras) para desorientar e enfraquecer os discursos do protagonista. Entretanto, o protagonista também é astucioso na elaboração de suas teias. No tecido desta narrativa recupero as teias elaboradas por este personagem para inserir na agenda do estado brasileiro o reconhecimento da existência do racismo e da discriminação racial, na sociedade e as políticas públicas de ação afirmativa, em especial, o emprego do sistema de cotas para negros na universidade. O embate é uma narrativa com características épicas que privilegia o papel do fio/ação movimento negro.
  • VERONICA DO COUTO ABREU
  • A CONTRIBUIÇÃO DO PENSAMENTO DE EMMANUEL MOUNIER PARA UMA REFLEXÃO ÉTICO-CRISTÃ-PERSONALISTA DA PESSOA NA CONTEMPORANEIDADE.
  • Data: 02/12/2008
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  • A presente tese explicita a proposta da filosofia s ocial, política, cristã e ética de Emmanuel Mounier, a partir de sua antropologia filosófica, c ujo fundamento é a pessoa concebida não somente em sua pessoalidade, vocação essencial de s ua existência, mas, sobretudo, na sua dimensão comunitária, social/ política e transcende ntal e na compreensão da pessoa como um ser-com-o-outro, chegando-se à idéia de comunidade como a estrutura social que melhor permite ao homem realizar sua natureza relacional. Com esses pressupostos discuto suas principais idéias, articulando com autores que infl uenciaram e fundamentaram sua filosófica como Paul Louis Landsberg, Gabriel Marcel, Max Sche ler, Paul Ricoeur, indo também ao encontro de Buber no que se refere alguns conceitos discutidos por ele e que guardam grandes aproximações com o pensamento de Mounier. Os elemen tos essenciais da idéia de Mounier são a existência incorporada e encarnada no mundo, a comunicação, a vocação e a liberdade. Logo, o modelo político que melhor poderia favorece r esse tipo de comunidade é a sua proposta de um projeto personalista, cuja estrutura social, política e econômica tivesse como primazia a pessoa, acima das instituições ou proces so político e econômico, a qual está sedimentada no ser comunitário. O caminho para se c hegar a esse modelo seria uma revolução permanente, sobretudo, uma revolução espiritual, fr uto de uma descentralização social e econômica que reestruturaria toda a sociedade. Palavras-chave
  • ANDRE LUIZ MARTINS DA SILVA
  • SER-PARA-O-MUNDO, SALVAÇÃO PELA POLÍTICA: UM ESTUDO SOBRE A VONTADE DE SALVAÇÃO PELA POLÍTICA NO MOVIMENTO ECUMÊNICO EM BELÉM-PA.
  • Data: 04/11/2008
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  • Esta dissertação tem como objeto de estudo o movimento ecumênico formado por igrejas cristãs na cidade de Belém. Foi enfocado mais especificamente o surgimento histórico do movimento nesta cidade . A descrição aqui feita se utilizou da antropologia simbólica como metodologia de inte rpretação dos dados . Parte - se do evento da prisão de padres e poss eiros, da cidade de São Geraldo na década de 80 do século XX, como evento fundador do movimento ecumênico. A história é tratada de um ponto de vista de sua relação com a cultura, sendo assim a história adquire um sentido simbólico para a prática religiosa do ecumenismo entre igrejas cristãs.
  • MICHELLY DE JESUS MARTINS
  • Waldemar Henrique: só Deus sabe porquê. Uma análise antropológica a respeito da construção da trajetória de um músico paraense.
  • Orientador : DIANA ANTONAZ
  • Data: 28/10/2008

  • DANIEL HUDSON CARVALHO VIEIRA
  • FOLIA DE SÃO BENEDITO: UM ESTUDO DE MUDANÇA EM UMA MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA NA COMUNIDADE DO SILÊNCIO DO MATÁ.
  • Data: 21/10/2008

  • LILIANE VIEIRA MORAES
  • A INSERÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM DE 2000 - 2006.

  • Data: 18/09/2008
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  • Investiga a inserção de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho

  • DANIEL DOS SANTOS FERNANDES
  • BENEDICTU PLACERE: UMA CAMPANHA NA AMAZÔNIA PARAENSE.
  • Data: 10/09/2008
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  • Este trabalho é uma análise antropológica a partir da relação autor/obra da literatura dita ficcional, levando em consideração o percurso do autor e da obra no campo social, o que poderia ser confundido com um estudo de crítica literária, de tez mais sociológica. Esta última, pode levar-nos a, por exemplo, um estudo de gêneros literários, análise do uso da linguagem literária, e suas utilizações dentro de um determinado momento sócio-histórico. No entanto, todos esses matizes não chegam a romper com a visão da literatura que parte da individualidade criadora, levando-nos a uma apreensão ingênua do texto literário. Na tentativa de irmos além destas questões, utilizamos o texto literário como mais um instrumento do qual o homem faz uso para tentar entender a sua época. Situando o texto literário a partir das características que ratificam sua escrita, em seu tempo-espaço. Assim, analisamos o percurso do autor, Benedicto Monteiro, um dos representantes da intelectualidade na Amazônia, a partir de seus textos literários “Verdevagomundo”, “O minossauro”, “A terceira margem” e “Aquele Um”, denominados Tetralogia Amazônica. Fazendo contrapontos com seu texto autobiográfico Transtempo, e suas falas através de entrevistas entre o autor/agente-objeto de pesquisa/autor, a procura de mediações, também construídas em outros espaços sociais, que podem tornar o autor e seus textos literários, uma maneira a mais de lermos a década de 70 do século XX, momento de intensa incursão do governo militar na Amazônia, que, no texto desse escritor, é pontuado na Amazônia Paraense, Baixo-Amazonas.
  • MARIA IVONETE COUTINHO DA SILVA
  • MULHERES NA TRANSAMAZÔNICA: CONSTRUÇÃO DA OCUPAÇÃO E DO FAZER POLÍTICA
  • Data: 22/08/2008
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  • O presente trabalho faz uma análise sócio-antropológica sobre as mulheres migrantes da região da Transamazônica que integraram junto com suas famílias um projeto de colonização e de desenvolvimento nacional, empreendido pelo Governo Federal na década de setenta. Este projeto de ocupação se efetivou com abertura da Rodovia Transamazônica (BR 230) no sentido Altamira/Itaituba do Estado Pará e a migração de milhares de famílias para essa região, que foram impelidas, pelos órgãos governamentais, a ocuparem as terras situadas ao longo dessa Rodovia e de suas estradas transversais. Neste contexto, esta pesquisa faz uma releitura da história de ocupação e organização social da Transamazônica através das trajetórias individuais e coletivas das mulheres migrantes, assinalando que a construção dos diversos espaços sociais nesta região foi/é marcada pela presença da mulher. É, portanto, a efetiva contribuição feminina na construção e manutenção da vida, seja no âmbito familiar, seja na esfera mais coletiva, como, por exemplo, sua atuação nas Comunidades Eclesiais de Base, nos movimentos sociais e nas instâncias governamentais, a questão que atravessa e orienta este trabalho.
  • ROSILENE DA SILVA VIEIRA
  • EMPREENDEDORISMO: UM ESTUDO SOBRE A SUSTENTABILIDADE SOCIAL, CULTURAL E AMBIENTAL DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS NO MUNICÍPIO DE BELÉM - PARÁ.

  • Data: 19/08/2008
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  • ZZZZ

  • BRUNO GUILHERME DOS SANTOS BORDA
  • Palavras sagradas, rimas e experiências: uma tentativa de compreensão sobre Cristianismo Pentecostal, Rap e Antropologia.
  • Data: 03/04/2008

  • MAURO CELSO FEITOSA MAIA
  • Música e Sociedade: a performance midiática do tecnobrega de Belém, do Pará.
  • Orientador : ERNANI PINHEIRO CHAVES
  • Data: 17/03/2008

2007
Descrição
  • ANA LIDIA NAUAR PANTOJA
  • SENDO MÃE, SENDO PAI: SEXUALIDADE, REPRODUÇÃO E AFETIVIDADE ENTRE ADOLESCENTES DE GRUPOS POPULARES EM BELÉM.

  • Data: 23/11/2007
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo focaliza os eventos relacionados às trajetórias afetivo-sexuais de jovens (homens e mulheres) de camadas populares, em sua maioria, estudantes de uma escola da rede pública (estadual) de ensino

  • RAIDA RENATA REIS TRINDADE
  • AQUI, A CURA É DE VERDADE": REFLEXÕES EM TORNO DE UMA CURA XAMÂNICA EM SÃO CAETANO DE ODIVELAS - PA.
  • Data: 30/03/2007
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  • Este estudo mostra como se conforma a religião em São Caetano de Odivelas-PA, a partir do elemento que lá é definido como cura, procurando entendê-la no âmbito das práticas xamânicas. Nessa compreensão, esta cura é o espaço em que se concretizam variadas relações que partem do curador para com o pesquisador; seus adeptos; os ajudantes, referidos como serventes; familiares e dos curadores para com o mundo sobrenatural. Estas relações foram o primeiro elemento, isto é, os vínculos pessoais e sobrenaturais, que têm origem no curador, que me chamaram a atenção. O modo de construí-los e sustentá-los acabam por funcionar como um aspecto que influencia os curadores a querer se diferenciar entre si, considerando especificamente os vários discursos que constroem para tal. Dentre estas alocuções parte do título do trabalho, e que é a fala constante dos curadores que convivi, ‘aqui, a cura é de verdade’ já procura expressar o caráter das diferenciações que estes agentes procuram manifestar.
2006
Descrição
  • MARIA ROSEANE CORREA PINTO LIMA
  • INGLESES PRETOS, BARBADIANOS NEGROS, BRASILEIROS MORENOS? IDENTIDADES E MEMÓRIAS (BELÉM, SÉCULOS XX E XXI).

  • Data: 06/03/2006
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  • Este trabalho discorre sobre a imigração de negros do Caribe Inglês para
    Belém, ocorrida nas primeiras décadas do século XX, mais precisamente dos
    chamados, de modo geral, de barbadianos. Discute os contornos desta identificação em
    Belém, analisando os relatos de histórias de vida dos descendentes de segunda e
    terceira gerações. Procura discutir os contextos e situações nas quais os sinais de suas
    identificações foram manipulados para marcar distinções, por eles e pelos outros, em
    função dos símbolos (de prestígio e de estigma) das identidades inglesa, brasileira e
    barbadiana, quando postas em relação, perpassadas pelo processo de demarcação da
    alteridade, mas também pelo racismo.

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