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NOEMIA MARIA JOSE MAIA RAMOS
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CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA E EPIDEMIOLÓGICA EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO NORDESTE DO PARÁ-AMAZÔNIA, BRASIL
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Data: 19/12/2019
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A trajetória da população negra no contexto histórico brasileiro deu origem as comunidades quilombolas, espaços de resistência contra a escravidão que se consolidou a partir das relações sociais, econômicas e culturais. Tendo como consequência as desigualdades socioeconômicas e ambientais que contribuem com o processo de morbidade, para as doenças ligadas as precárias condições de vida dessas populações. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar os principais problemas socioambientais e epidemiológicos de origem antrópica existentes nas comunidades quilombolas de Taperinha e Sauá-Mirim, no Município de São Domingos do Capim – PA, que pudessem contribuir para um processo de adoecimento dessapopulação. A pesquisa foi realizada através de um estudo quali-quantitativo, e descritivo, através de levantamentos bibliográficos, pesquisa de campo, com a utilização de um questionário aplicado à população em estudo, com perguntas fechadas e abertas, (relacionadas com questões socioeconômicas, epidemiológicas, ambientais, etc.), Chek-list, bem como registros fotográficos. Após a coleta os dados foram armazenados em formato de planilha do programa latex para a elaboração de figuras, gráficos e quadros que serviram para melhor visualização, apresentação e discussão dos resultados, os quais já estão sendo encaminhados para publicação em periódicos. Os resultados mostraram que estas comunidades apresentam um alto índice de pobreza relacionados as questões socioeconômicas, culturais e ambientais responsáveis pelas suas condições de desigualdades sociais. Responsáveis também, pela interferência no modo de vida dos quilombolas e pela reincidência de doenças infecciosas e incidências de doenças crônicas degenerativas, com importantes repercussões epidemiológicas. Por fim, cabe destacar a necessidade da realização de pesquisas como esta, mais aprofundadas no local de estudo, bem como com outros temas foco, para junto com esses resultados encontrados possam contribuir para o desenvolvimento de projetos e uma maior atenção do poder público em relação a essa população.
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JOANA MENEZES CORREA MONTEIRO
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ANTHROPICAL CONDITIONS FOR THE USE OF ANALOGIES IN EXPERIMENTAL RESEARCH IN A SCIENCE CLUB
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Data: 13/12/2019
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This research aimed to analyze the types of analogies manifested by children of the 6th grade of elementary school, in a Science Club during an investigative experimental activity about electrostatic. The same emerged in their searcher's path of formation and reflections during her pedagogical experiences. Thereby, we apply an Investigative Teaching Sequence (SEI), in which we identify the potentialities of the analogy typologies manifested by both the children and the Teacher-monitors. Regarding the speeches of the subjects we verified Cognitive Conceptualization Analogies (ACC), Processing Analogies (ACP) and Experience Analogies (ACE) according to Francisco Junior (2010). The research is characterized from the observation, as a participant, with a qualitative approach, having as research place the Science Club “Prof. Cristovam W. P. Diniz ”, with four Teacher-monitors (PM1, ..., PM4) and eight students (A1, ..., A8). We use as instruments of data constitution the video recordings, photographs, audio recording and notes of the Field diary, and later transcription of the subjects' statements, considering the Content Analysis (BARDIN, 2011). During the analysis it was possible to observe that the use of Analogies by the children of the Science Club is recurrent, and they constitute anthropic and essential elements in a learning situation, since, they consider the previous knowledge of the students, allowing them to survey hypotheses, the problematization and the articulation of common sense knowledge with scientific knowledge. We realized that the potentialities of Analogies manifest themselves mainly in step 7, of Writing and Drawing, where the student easily demonstrates their conceptual evolution. We consider that the study built in this research needs to be shared and discussed for the to strengthen the research on the use of analogies in science teaching, within the investigative experimentation. In addition to the possibility investigated, we believe that the study of the use of Analogies, as an enhancer resource for argumentation in the Investigative Teaching Sequence for knowledge construction, can generate significant results in the learning process. Thus, with these results we intend to contribute within the Amazon context with the valorization of the use of Analogy in Science Teaching, expanding its use within the Planning of the Investigative Teaching Sequence.
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SAULO WILLIAM DA SILVA COSTA
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Perfil Comportamental e Emocional de Mulheres Grávidas Vítimas de Violência Inferido com Auxílio de Ferramenta Computacional
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Data: 19/11/2019
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A violência contra mulheres é uma problemática que a cada dia ganha mais espaço em debates, ações e pesquisas sob os mais diversos enfoques. Esse trabalho aborda a questão a partir de um enfoque interdisciplinar e objetiva identificar, por meio de ferramenta computacional e entrevista com questionário digital, expressões faciais e traços comportamentais de mulheres grávidas atendidas nas Unidades de Saúde do município de Ananindeua, a fim de traçar padrões psicocomportamentais denotadores de violência ao mesmo tempo em que se busca elementos indicativos do desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático entre aquelas que têm um quadro de violência. Para se chegar a esse objetivo, desenvolveu-se uma ferramenta computacional própria a qual se chamou Women’s Health Observer Tool - (WHOT) a qual se mostrou bastante promissora no tocante a comportar os questionários digitais utilizados nas entrevistas, registrar as expressões faciais das entrevistadas, inferir as emoções manifestadas na face de cada uma ao longo dos questionários e estabelecer ligações entre emoções e respostas dadas contribuindo, dessa forma, para traçar os perfis psicocomportamentais. Conclui-se que a WHOT é uma importante ferramenta para auxiliar mulheres grávidas vítimas de violência a exporem sua realidade de violações, especialmente em ambiente de saúde, dados os índices da vivência de violência, situações adversas na infância e transtorno de estresse pós-traumático se mostrarem condizentes com as taxas de estudos anteriores, mesmo se tratando de regiões distintas; igualmente se mostra um promissor dispositivo auxiliar para os profissionais de saúde poderem intervir com eficiência e eficácia no atendimento às vítimas.
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PAULO SERGIO BRITO PINHEIRO
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EXPERIÊNCIA DE USO DE UM APLICATIVO EDUCACIONAL PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL - PARÁ
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Data: 08/10/2019
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Este trabalho objetiva avaliar a experiência de uso em sala de aula de um aplicativo educacional executado em dispositivos móveis. A pesquisa configura-se como quantitativa e qualitativa de caráter empírico-exploratório, delineada como estudo de caso. O estudo envolveu um docente e vinte e dois alunos do 6o ano do ensino fundamental de uma escola pública do município de Castanhal (PA) e abordou conteúdo da disciplina de matemática. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados observação participante; gravação de vídeo; e aplicação de questionários após o uso do aplicativo. As análises dos dados coletados por meio dos questionários apontaram que, no contexto da pesquisa, dispositivos móveis se mostraram muito atrativos aos alunos, sendo considerados produtivos para propósitos educacionais. Contudo, se observou que tais dispositivos são pouco explorados como instrumentos para estudo e aprendizagem, o que pode estar associado a cultura de proibição do celular nas escolas e a baixa proposição dos professores para uso destes equipamentos como recurso das disciplinas. A vivencia de atividade educacional realizada por meio de um jogo/aplicativo em dispositivos móveis foi muito apreciada, tendo 100% dos participantes concordado total ou parcialmente com o sentimento de envolvimento pela atividade; 95% sentiram-se motivados para estudar o conteúdo abordado no teste; e 84,4% consideraram a competitividade apresentada durante a atividade como elemento motivador.
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ADNA MAELY DOS SANTOS OLIVEIRA
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Entre as malhas das redes da pesca artesanal: tessituras de narrativas, saberes e experiências.
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Data: 27/09/2019
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O presente trabalho busca investigar através das narrativas orais de pescadores de Curuçazinho – Vigia-PA: - como se desenvolve o processo de transmissão dos saberes locais que entremeiam o cotidiano e o ofício da pesca artesanal na Comunidade? O principal objetivo deste estudo é identificar saberes locais construídos e repassados oralmente pelos pescadores artesanais, nos processos de confecção dos materiais da pesca artesanal mais comuns na localidade, tais como: redes, tarrafas, pulsais, matapis e viveiros. Trata-se assim de uma pesquisa de campo, do método da observação participante e da abertura interdisciplinar, dentro de uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, e também, bibliográfica sob aporte teórico e princípios da Etnografia. O lócus da pesquisa é Comunidade de Curuçazinho-PA, localizada na Cidade de Vigia de Nazaré, (Pará) cuja história e cultura são marcadas pela relação com águas do rio de mesmo nome, nos modos de vida e resistência. Este trabalho visa contribuir ao reconhecimento e valorização dos saberes locais de comunidades pesqueiras da Amazônia.
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JOSIANE NASCIMENTO DA SILVA
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Entre números e narrativas, um estudo sobre o fechamento de escolas em localidades rurais na Amazonia paraense.
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Data: 08/08/2019
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Nesta pesquisa tecemos reflexões sobre o fechamento de escolas em localidades rurais no Pará. Embora recente a visibilidade do problema, estudos apontam que o fenômeno vem crescendo consideravelmente em todo o Brasil, sobretudo a partir da segunda metade da década de 1990, vinculada a políticas de governo de cunho liberal, na contramão dos avanços obtidos em termos de legislação (FERREIRA; BRANDÃO, 2017). Diante do expressivo número de escolas paralisadas e extintas no Pará, o Fórum Paraense de Educação do Campo vem empreendendo nos últimos anos um conjunto de ações, mobilizando diferentes setores da sociedade para discutir as causas e as consequências do fechamento das escolas. Dentre as ações, destacam-se a campanha nenhuma escola a menos e o Disk Denúncia contra o fechamento de escolas do campo, sendo estas, estratégias de atuação junto ao Ministério Público do Estado no apontamento de possíveis irregularidades cometidas por governos nos processos que culminam com o fechamento de escolas do campo, em desacordo com os procedimento estabelecidos na Lei Federal 12.960/2014. Nesta pesquisa, objetivamos refletir o fechamento de escolas, a partir dos números e narrativas produzidas sobre o fenômeno, em cinco municípios paraenses, tendo como referência os dados discutidos pelo FPEC embasados no Disk Denúncia. Para tal, estudamos o contexto de implementação das principais políticas e programas de educação formal direcionadas às populações rurais no Brasil, estabelecendo relações com os índices de fechamento de escolas na atualidade; analisamos o processo técnico de geração dos indicadores oficiais sobre o fechamento de escolas no Sistema Educacenso; descrevemos as estratégias de luta contra o fechamento de escolas no Pará. Adotamos uma abordagem qualitativa na perspectiva do materialismo histórico-dialético, utilizando a pesquisa bibliografica e documental e como complemento a entrevista narrativa. As abordagens estão ancoradas em Fernandes (2009), Ribeiro (2013), Santos (2018), Caldart (2002; 2012), Kollyng, Néry e Molina (1999), Cruz (2010), Hage (2005; 2009), Cruz e Hage (2014; 2015), Ferreira e Brandão (2017), Correia (2018) e Peripolli e Zóia (2011). A análise dos dados revela que o fechamento de escolas no Pará apresenta fatores similares aos indicados em outros estados brasileiros, sendo os indicadores do fechamento constituído majoritariamente por escolas multisseriadas sob dependência administrativa dos municípios. Entre as causas apontadas estão a diminuição de matrículas e a insuficiência de recursos sendo a nucleação escolar com utilização de transporte escolar para o deslocamento de estudantes as estratégias utilizadas para a continuidade da oferta escolar. Aos números do fechamento, apontamos ainda fatores técnicos decorrente da alimentação do Sistema Censo Escolar. Conclui-se que o exercício do direito à educação, apesar dos avanços obtidos nas últimas décadas no Brasil, vem se constituindo em meio a graves condicionantes estruturais, financeiros e políticos, atuando como impeditivos para a plena implementação de políticas públicas no interior dos municípios da Amazônia. Destaca-se ainda que o fechamento de escolas no campo não tende a diminuir, enquanto a política pública de Educação do Campo não for seriamente discutida no interior dos sistemas de ensino e pelos órgãos de controle social mediante diálogo direto com os sujeitos sociais do campo, em luta pela garantia da educação escolar pública, compreendida e afirmada como um direito de todos e dever do Estado.
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NEREU CAVALCANTI COELHO FILHO
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JORNADA AO CENTRO DA COHAB: Pesquisa- ação e Ecopedagogia em Escolas e Conjuntos Habitacionais. (Experiências na Amazônia e no Cerrado).
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Data: 31/07/2019
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Este trabalho acadêmico é uma Jornada ao Centro da COHAB (conjunto habitacional). Nesta jornada são usadas ferramentas da cultura popular e da ciência, em teoria e pratica. As paisagens urbanas periféricas são os espaços que refletimos a geografia urbana da habitação popular, amparados em dados estatísticos sobre a habitação e na visão dos moradores sobre suas casas. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a questão urbana e habitacional no Brasil, concentrando em dois estados: Pará e Minas Gerais, onde foram desenvolvidas as pesquisas em campo nos conjuntos habitacionais de dois municípios (Bragança-PA e Patos de Minas-MG), em dois biomas (Amazônia e Cerrado). Em entrevistas e troca de ideias sustentáveis com os moradores, foram tecidos saberes em colaborações interculturais. Ao pesquisar o déficit habitacional e o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, buscamos entender como este programa foi desenvolvido para sanar a falta da habitação no país. Desenvolvemos práticas de pesquisa-ação e ecopedagogia, tanto como meios de pesquisa, tanto como laboratório didático da criação de materiais e métodos pedagógicos. Posteriormente ao estudo bibliográfico e as pesquisas em campo, são propostas algumas possíveis soluções sustentáveis para habitações de COHABs. São apresentadas técnicas sustentáveis da Permacultura, que propiciam um manejo mais ecológico na ocupação humana. Houve um estudo pratico de algumas destas técnicas em espaço escolar e, com estas experiências foi possível verificar que existem inúmeras possibilidades de ações criativas na educação ecopedagógica, onde várias faixas etárias, em diferentes espaços (salas de aula, praças ou ruas), podem pensar juntos temas relativos à habitação e ecologia. Todos estes processos da pesquisa desaguaram na criação de materiais e métodos pedagógicos, que dinamizaram a alfabetização ecológica e a valorização da etnobiodiversidade. Nesta jornada foi possível a cooperação e a divulgação de técnicas sustentáveis, em um laboratório acadêmico e popular que uniu saberes ao pensar a “casa” e suas dimensões geográficas (filosófica, ambiental e social), exercitando o pensamento coletivo a partir de maquetes e jogos didáticos construídos e refletidos no estudo da moradia de COHAB. A jornada é um giro decolonial no campo do habitar, espaço que é território e lugar de educar.
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ANDRESSA DE JESUS ARAUJO RAMOS
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MARAVILHOSO E ALTERIDADE EM NARRATIVAS DA MATINTAPERERA
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Data: 12/07/2019
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Este trabalho vinculado ao Projeto de Pesquisa Alteridade, Literaturas do Insólito e Psicanálise (ALLIP) objetiva, de modo geral, compreender o maravilhoso a partir da alteridade em narrativas orais da Matintaperera, recolhidas pelo Projeto “O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense” (IFNOPAP). De forma específica, objetivamos verificar aspectos comuns entre A Matintaperera, O Saci-Pererê, O Acauã e A Mula sem cabeça, bem como examinar a ocorrência de Das Unheimliche (O estranho) em narrativas orais da Matintaperera. O referencial teórico deste estudo ampara-se em Bravo (1985), Freud (1919/2017) e Paz (2018). Esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, de natureza qualitativa, cuja a metodologia consistiu em revisão da literatura, em seguida, o exame das narrativas orais da Matintaperera presentes nos livros Santarém conta..., Belém conta..., Abaetetuba conta... e Bragança conta..., além da seleção de contos da Matinta e, por fim, a análise literária das narrativas escolhidas. Os resultados revelaram que é possível compreender o conto maravilhoso da Matintaperera a partir da noção de alteridade em narrativas orais do IFNOPAP, uma vez que a Matinta, em sua constituição humana, pode ser compreendida pela alteridade (mulher-homem), (jovem-velha). No que se refere a metamorfose, a Matintaperera pode se metamorfosear em animais, de classes biologicamente distintas tais como (ave, anfíbio, réptil, mamífero e peixe), o que a possibilitar transitar em meios (aéreos-terrestres), (rural-urbano), podendo ser (quadrúpede ou bípede). O assobio, por sua vez, se estabelece pela alteridade (boca-ânus). Além disso, constatamos que a Matinta possui aspectos comuns com o Saci-Pererê, o Acauã e a Mula sem cabeça, o que nos faz pensá-la não através de uma unidade, mas sim em uma pluralidade cultural. Desse modo, como veremos, os opostos em Matintaperera, assim como o termo alemão Das Unheimliche (O estranho), de Freud não são excludentes, mas se relacionam mutuamente. Sendo assim, acreditamos que esta dissertação trará valiosas contribuições aos estudos das literaturas do insólito, uma vez que amparados em Victor Bravo, compreendemos o conto maravilhoso da Matintaperera a partir da noção de alteridade.
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SUELI DE CASTRO SILVA
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CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO DE MORADORES DA COMUNIDADE QUILOMBOLA ITABOCA, MUNICÍPIO DE INHANGAPI, ESTADO DO PARÁ.
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Data: 03/07/2019
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Os conhecimentos tradicionais com uso de plantas medicinais em uma comunidade quilombola são temas desta pesquisa, cujo objetivo principal é descrever o conhecimento etnobotânico de moradores da comunidade quilombola Itaboca no contexto das relações socioculturais. O estudo foi desenvolvido a partir de uma abordagem metodológica qualitativa do tipo descritiva, com aplicação de questionários semiestruturados, entrevistas abertas e observação direta. A comunidade Itaboca fica localizada no município de Inhangapi, região nordeste do estado do Pará. Foram entrevistados 24 praticantes da medicina popular e 4 representantes da comunidade. Os resultados revelam um conjunto de saberes e práticas com uso de plantas medicinais cultivadas pelas famílias. Contudo, em função da relação de parentesco, são as matriarcas e anciães da comunidade que concentram maior credibilidade para exercício da medicina popular. No âmbito do conhecimento etnobotânico dos moradores de Itaboca, foram registradas 83 espécies, das quais 41 foram identificadas. As plantas mais citadas foram boldo, hortelãzinho, erva-cidreira. O chá é a forma mais comum de preparação. O tratamento de complicações do aparelho digestivo é o mais indicado. Neste estudo, observou-se um sincretismo religioso de caráter curativo. A finalização do trabalho aponta para o risco de perdas culturais etnobotânicas decorrentes do pouco interesse das gerações mais jovens pela manutenção deste saber. Considera-se que os conhecimentos advindos desse universo, podem fornecer relevantes contribuições para a conservação das tradições culturais e biológicas de comunidade tradicionais, como também, prover subsídios teóricos/práticos aos debates culturais e pesquisas científicas laboratoriais na esfera acadêmica.
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ETIENE MONTEIRO DE ANDRADE
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RAIVA HUMANA E TRANSMISSÃO DO VÍRUS RÁBICO POR MORCEGOS: O QUE SABE E COMO SE INFORMA A POPULAÇÃO DE UM MUNICÍPIO SOB RISCO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
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Data: 01/07/2019
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O objetivo deste estudo foi verificar o que a população de Curuçá, um município na Amazônia paraense, no qual as agressões por morcegos figuram em segundo lugar nos relatos de agressões por animais, sabe sobre a transmissão, prevenção e riscos da raiva, especialmente àquela transmitida por morcegos, assim como identificar os meios de comunicação utilizados pela população para se informar. Foi realizado um estudo observacional transversal, com uma amostra de 377 moradores da cidade, selecionados aleatoriamente por meio de uma amostragem estratificada proporcional, considerando os setores censitários de Curuçá comom estratos. Estes sujeitos responderam a um questionário semiestruturado para avaliar o que tinham de informações sobre a raiva e os meios utilizados para obter essas informações. Como resultados, verificou-se que a maioria dos entrevistados (275;72,9%) declarou saber o que é a raiva, apesar de pouco saber indicar aspectos como os reservatórios, formas de transmissão e sintomas, além de não apresentar práticas de autocuidado para a prevenção. Verificou-se também, que o morcego é o segundo animal mais presente nos relatos de agressões (49;24,6%) e que a maioria dos entrevistados(256;67,9%) não tinham conhecimento sobre os surtos ocorridos no estado nos anos de 2004 e 2005. Quanto às formas de obtenção de informações, observou-se uma preferência dos meios de comunicação que dispensam leitura (rádio, televisão e boca a boca). Esse trabalho aponta quais os conteúdos que precisam estar ao acesso dessa população e os meios de comunicação que seriam mais efetivos nesse contexto sociogeográfico e cultural.
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KARINA BORGES CORDOVIL
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Ka'a name mai já saka: territorialidade e identidade, uma etnografia da resistência cultural alimentar Ka'apor.
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Data: 01/07/2019
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Esta dissertação é uma análise sobre a alimentação Ka’apor, sob a perspectiva decolonial de Mignolo (2008). Pelo caráter interdisciplinar, utilizei o método oral, no qual conversei e entrevistei os moradores da aldeia Gurupiúna, localizada no Maranhão, de forma a complementar a etnografia, além do uso de fontes bibliográficas e primárias – conto e narrativas indígenas. Percebi mudanças e permanências na alimentação dos Ka’apor, devido o contato com a sociedade envolvente. Os indígenas reafirmaram sua resistência frente às problemáticas que envolvem seu território, através da retomada de sua organização social tradicional, com base nos Tuxás e de acordo com sua cosmovisão, o que potencializou suas práticas agrícolas, com o fortalecimento de sua identidade étnica com a reterritorialização do Gurupiúna, garantindo, desta forma, a soberania e a cultura alimentar. Ser Ka’apor, no contexto alimentar, é fazer kupixá puá, paraassegurar o bem viver desta comunidade com a floresta.
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MAYRA ADRIANA DA COSTA CAVALCANTE
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MITO E ALEGORIA EM A ASA E A SERPENTE: O GÉRMEN DO LIVRO INVISÍVEL DE VICENTE FRANZ CECIM
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Data: 27/06/2019
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Este estudo centra-se na investigação do elemento seminal da invisibilidade presente na primeira obra do ciclo literário do escritor paraense Vicente Franz Cecim. Ele transfigura a Amazônia em Andara, região imaginária e metáfora da vida, universo onírico permeado de alegorias. Em 1979, com a escritura de A asa e a serpente, o escritor deu início a sua obra cíclica Viagem a Andara: O livro invisível, onde o natural e sobrenatural convivem de maneira harmoniosa e em mútua epifania. Para contextualização da pesquisa, faremos uma análise de viés literário, filosófico e antropológico acerca do mito e suas representações, ressaltando as postulações de estudiosos como Jean-Pierre Vernant (1992), Mircea Eliade (2006) e Ernst Cassirer (1998). Abordaremos as concepções de literatura, alteridade e real maravilhoso em Victor Bravo (1985), Irlemar Chiampi (1980) e Alejo Carpentier (1975) e empreenderemos uma investigação quanto ao gérmen dos livros invisíveis de Vicente Franz Cecim presente na obra literária primeira. Para entrarmos no universo insólito e alegórico de Andara, recorreremos aos conceitos do estudioso Flávio García (2012) em Vertentes teóricas e ficcionais do insólito e Tzvetan Todorov em seu clássico estudo Introdução a Literatura Fantástica (2010). Acerca das construções alegóricas, trazemos as proposições de Hansen (2006) em Alegoria: construção e interpretação da metáfora e Walter Benjamin (1984) em Origem do Drama Barroco Alemão. Desse modo, pretende-se que os resultados da pesquisa possam contribuir para os estudos interdisciplinares e literários, evidenciando as narrativas do insólito e o caráter da invisibilidade na literatura de Vicente Franz Cecim.
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MARIA DO PERPETUO SOCORRO RAMOS XAVIER
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ESTUDO SOBRE PERSISTÊNCIA E EVASÃO ESCOLAR EM EJA NO NORDESTE, CASTANHAL-PA: ANÁLISE E PROPOSIÇÕES.
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Data: 27/06/2019
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A educação de Jovens e Adultos é uma modalidade específica da Educação Básica que se destina à inclusão escolar de um público que foi excluído da educação durante sua infância ou adolescência. Pensando nessa temática, elaborou-se um estudo intitulado “Persistência e evasão escolar em EJA no nordeste, Castanhal-PA: análise e proposições”. Com ele, buscaram-se identificar os fatores que contribuem para a persistência e a evasão desses sujeitos sociais matriculados no ensino fundamental na modalidade EJA, no nordeste paraense, em três escolas municipais situadas em bairros periféricos, cuja clientela é formada também por estudantes da zona rural. A pesquisa foi realizada com estudantes, professores, gestores e especialistas em educação. Partiu-se da hipótese de que a utilização de TDICs e metodologias diferenciadas de forma contextualizada em escolas que ofertam a EJA tendem a decrescer o índice de evasão escolar. O aporte teórico desse estudo, ancorou-se em autores, como Arroyo, Bourdieu, Freire, Patto e Fazenda, que dialogam sobre os sujeitos inseridos em diversos contextos sociais, os quais são fundamentais para ressignificar as relações humanas, justas e solidárias, e Fernandes, Pires, Ramos e Seruffo, que têm “desenhado” uma prática pedagógica no contexto amazônico dos atores sociais EJA, enfatizando a alteridade do estudante, vislumbrando o trabalho social e o trabalho docente na dinâmica das Instituições. Os dados foram adquiridos por meio de pesquisa quali-quanti, selecionados e analisados, mostrando quais escolas apresentam maiores índices de evasão e/ou persistência escolar. Utilizou-se a Rede Bayesiana, usada enquanto estratégia de inteligência computacional, por meio da qual se verificaram as variáveis que devem ser levadas em consideração para se identificar com sucesso os motivos da evasão e/ou persistência escolar dos estudantes da EJA em Castanhal-PA. Os resultados alcançados mostram fatores que mais contribuem para a evasão destes sujeitos EJA na escola, como “notas baixas”, “falta de interesse”, por motivo de “doença” e de “trabalho”, bem como a distribuição de frequência do perfil dos estudantes avaliados, entre outros. Constatou-se, também, que a utilização de metodologias diferenciadas dentro de uma perspectiva interdisciplinar e a utilização das TDICs em salas de aula tendem a decrescer a evasão escolar, aumentando a persistência de estudantes, possibilitando a conclusão de seus estudos na educação básica e, com isso, proporcionando-lhes a aprendizagem da leitura e da escrita, o desenvolvimento da habilidade em resolver situações-problema e a busca pela qualificação profissional para uma inserção social.
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ILDETE DA SILVA FALCAO
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O ENFRENTAMENTO DO ANALFABETISMO DE MULHERES VELHAS NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL, NA AMAZÔNIA PARAENSE: A VELHICE NEGADA E A EDUCAÇÃO “GARANTIDA”
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Orientador : JOAO BATISTA SANTIAGO RAMOS
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Data: 19/06/2019
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O enfrentamento do analfabetismo de mulheres velhas no Município de Castanhal, na Amazônia Paraense, configurou-se objeto desta pesquisa ao despertar em nós a problematização e a vontade de investigar sobre esse fenômeno, pelo muito que ele exclui nesta região, particularmente em Castanhal, no Estado do Pará, onde está localizado o Campus Castanhal da Universidade Federal do Pará (UFPA), que, por meio da extensão universitária, desenvolve o programa Grupo de Educação na Terceira Idade (GETI), lócus desta pesquisa. O estudo foi realizado com 12 sujeitas, alunas e ex-alunas das turmas de 2ª etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA), resultantes da parceria entre o Campus e a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), objetivando investigar os fatores determinantes para o enfrentamento do analfabetismo pelas mulheres velhas que frequentam o programa GETI. Na condição de pesquisadora, professora e mulher velha, nosso interesse pelo estudo configurou-se de caráter teórico, político e existencial. Nesse sentido, realizamos uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo-exploratória, a qual forjou alguns procedimentos metodológicos, a saber: o levantamento bibliográfico, com a leitura das/os teóricas/os que versam sobre o tema, a imersão no arquivo do programa GETI e a necessária escuta das sujeitas por meio de entrevistas semiestruturadas. Para analisar os dados das entrevistas nos utilizamos da Análise de Conteúdo, com base em Bardin (2016) e Franco (2018). O estudo revelou a situação de prejuízo socioeconômico e cultural das mulheres velhas investigadas, como consequência do longo período da vida em condição de analfabetismo ou baixa escolaridade. Evidenciou, ainda, o protagonismo quando da superação de tal condição pela revelação de atitudes de independência e autonomia adquiridas pelo processo de alfabetização. Aclara-se, também, que os sistemas de ensino atuais não estão preparados para atender às especificidades das pessoas idosas, o que exige das/os governantes a implementação das determinações legais, concernentes ao direito da pessoa idosa com adequada estrutura física e pedagógica, no sentido de garantir com que estas/es cidadãs/os sejam acolhidas/os com segurança física e emocional, por meio de intervenções pedagógicas críticas, dialógicas e respeitosas, em uma perspectiva de oportunizar aprendizagens significativas ao longo da vida.
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LUCIANE DE SENA CAMOES
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“ELAS JOGAM, TOCAM E CANTAM”: PRÁTICAS E DISCURSOS SOBRE A EXPERIÊNCIA HISTÓRICA DE MULHERES CAPOEIRISTAS NO PARÁ.
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Data: 07/06/2019
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Este trabalho busca discutir as experiências históricas de algumas mulheres capoeiristas envolvidas na prática de “vadiagem” em algumas cidades do Pará, suas experiências foram analisadas a partir dos discursos construídos sobre o feminino e as relações de gênero geradas por tais concepções. De modo específico, buscamos traçar perfis das mulheres capoeiristas de algumas cidades do Pará, conhecer e discutir sobre suas experiências na capoeira; analisar o processo de inserção das capoeiristas nos grupos e suas formações; verificar a importância dos coletivos de capoeira; refletir sobre as questões ligadas as especificidades do feminino como gravidez, TPM e outras; e refletir sobre o saber-fazer na capoeira. A partir da análise de dados, pretende-se entender a trajetória das capoeiristas, suas experiências e vivências nos grupos de capoeira, e como estes grupos podem contribuir com o protagonismo destas mulheres. A pesquisa baseia-se em análise qualitativa de dados obtidos a partir de entrevistas semiestruturadas, diário de campo e questionário aberto aplicado a 19 mulheres do Pará (Belém, Abaetetuba, Bragança, Castanhal e Cametá), onde discussões são realizadas a partir de escritos sobre gênero, feminismo negro e capoeira. Na contação de história oral é possível buscar contribuições da etnografia e de teóricos que realizam estas reflexões. A partir das narrativas obtidas durante a pesquisa foi possível perceber que: as mulheres vivenciam frequentemente situações em que há reprodução do machismo, sexismo e violência. Os coletivos feministas de capoeiras estão realizando ações de protagonismo feminino como: rodas feministas; oficinas; rodas de conversa; atos públicos; e cartas de repúdio. É possível perceber que as mulheres estão avançando nas graduações. Entretanto as relações entre homens e mulheres na capoeira continuam muito desiguais. Sendo necessário a desconstrução de discursos e práticas. Este processo de pesquisa poderá contribuir para construção de novos diálogos sobre a participação de mulheres na capoeira e sobretudo, contribuir com o protagonismo, a visibilidade e a construção de lugares de fala das mulheres na capoeira, Contribuir com a reflexão sobre a
participação das mulheres nos grupos de capoeira e problematizar suas práticas construídas, visto que são aspectos importantes para ocupação da figura feminina nos seus espaços.
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MARCUS DOS REIS FERREIRA
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“Da Natureza ao Carnaval. Um estudo sobre o movimento do Pretinhos do Mangue na cidade de Curuçá-PA, Amazônia.”
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Data: 07/06/2019
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Este trabalho busca tratar da ideia de natureza manifestada pelo bloco Pretinhos do Mangue, no Carnaval de Curuçá – Região do Salgado Paraense. Para discutir as ideias de natureza dos brincantes-curuçaenses, parto das orientações teóricas da Historia Ambiental, onde estabeleço diálogo com a Antropologia, como caminho para experimentar as formas de habitar o ambiente presentes no movimento do bloco. Deste modo, os organizadores trazem alegorias de não humanos que habitam o ambiente (os carros do Caranguejo, do Guará e da Ostra) para o desfile, bem como a experiência do pescador artesanal, com o carro da Barraca do Avoado. Assim, experimentar a ideia de natureza a partir da percepção do ambiente dos brincantes-curuçaenses, torna-se o foco da investigação porque essas produções e a prática de passar a lama (tijuco e tabatinga) no corpo, remetem a ideia de preservação da natureza. Essa experiência com manguezal tem fomentado cada vez mais o deslocamento de turistas para participar do bloco que, por sua vez, tem contribuído para economia local. Ademais, os meios de comunicação de massa têm divulgado a ideia de preservação da natureza do bloco, atraindo mais pessoas para participar do desfile. Com isso, o Pretinhos do Mangue busca trazer a experiência do salgado paraense para as ruas, cujo objetivo é mostrar essa experiência para todos. Cabe ressaltar, que as alegorias não são simples acessórios para o desfile, mas trata da ideia de natureza elaborada através da percepção de ambiente dos curuçaenses. Logo, torna-se um caminho a mais para estabelecer discussões acerca do que de fato está na lista de prioridades dos curuçaenses, saber qual a sua ideia de bem- estar social e ambiental.
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RAFAEL SANTOS RIBEIRO
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"A TEUCY é uma Nação Própria": Transnação e Malha Ritual no Culto às Folhas na Tenda Espírita de Umbanda Cabloca Yacira- Ananindeua-PA.
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Data: 06/06/2019
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A vida nas religiões afro-brasileiras está na expressão e vivência da natureza. Os adeptos dos diversos segmentos desta religião não percebem o mundo como algo distante ou separado de si, mas, como fluxos circulatórios ligados ao mesmo tecido, chamado por eles de ayê (terra). Este movimento e inserção no mundo dialoga com o que Tim Ingold (2012; 2017) chama de malha de linhas entrelaçadas de crescimento e movimento. Todo esse processo está longe de uma percepção do ambiente enquanto fator material, mas o percebe enquanto materialidade, ou seja, elementos que não estão em um lugar, mas ao longo do caminho e, principalmente, estão vivos. Partindo desta perspectiva, busca-se compreender neste trabalho o espaço da folha nos cultos litúrgicos de matriz africana, especificamente na Tenda Espírita de Umbanda Cabocla Yacira (T.E.U.C.Y.), localizada na cidade de Ananindeua-PA. Entende-se que o espaço da folha nestes cultos não é vivido dentro de um ambiente, mas através dele, peregrinando, criando vida, perpetuando a materialidade do culto na própria folha, assim, à folha não possui o poder apenas de cura, através de banhos, garrafadas, ebós, mas é importante na ordenação da produção de conhecimento, na base epistemológica do ambiente do terreiro.
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JUCIMEIRE ROCHA MACEDO
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DESASTRE SOCIOAMBIENTAL EM BARCARENA: A PERCEPÇÃO DOS MORADORES DE VILA DO CONDE SOBRE O NAUFRÁGIO HAIDAR
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Data: 14/05/2019
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A pesquisa possui como delimitação temática o estudo acerca dos desastres socioambientais na região da Amazônia, e traz como proposta central de investigaçãocompreender os impactos socioambientais gerados pelo naufrágio da embarcação Haidar aos moradores de Vila do Conde - uma comunidade costeira da Amazônia brasileira. O desastre socioambiental ocorreu no dia 06 de Outubro de 2015, em que um navio cargueiro de bandeira libanesa carregado com, aproximadamente, 5 mil bois vivos, afundou no porto de Vila do Conde, ocasionando a morte dos animais mediante intenso sofrimento, o derramamento de 700 toneladas de óleo combustível no Rio Pará, 90 toneladas de fardo de feno e 50 toneladas de fardos de arroz destinados à alimentação dos animais durante a viagem. A hipótese do estudo está imbricada de fatos que sucederam-se após o ocorrido, tais como 1) Contato direto e indireto dos moradores com animais mortos na areia da praia e igarapés. 2) Saída dos moradores que residem às margens do rio 3) Interdição da praia para o banho e demais atividades turísticas e de recreação no local. Desse modo, a hipótese construída prediz que o desastre provocou alterações no modo de vida da população que sofreu impactos diretos na economia, saúde, lazer, organização sociocultural. O objeto de estudo são as alterações no modo de vida da população de Vila do Conde após o desastre. O Objetivo Geral que norteou o estudo buscou compreender os impactos socioambientais e na saúde dos moradores de Vila do Conde gerados pelo naufrágio Haidar. Os Objetivos Específicos estão pautados em 1) Analisar como se constituía o modo de vida dos moradores de Vila do Conde em um breve recorte histórico;2) Caracterizar os impactos socioambientais decorrentes do desastre 3) Analisar os impactos na saúde dos moradores a partir do naufrágio Haidar eIdentificar as estratégias adotadas pelos moradores inseridos nesse espaço para garantir o seu modo de vida. O caminho trilhado para compreender o fenômeno possui referências teóricas embasadas em autores como Artaxo (2014) sobre as transformações planetárias; Henri Ascelrad (2002), Andréa Zhouri e Klemens Laschefski (2014) atuantes no tema de conflitos socioambientais que evocam reflexões à respeito da legitimidade para as questões ambientais e desigualdade social e Nascimento (2010) que elucida sobre os desastres socioambientais ocorrentes e recorrentes no município de Barcarena. Compreendendo a complexidade do estudo a abordagem utilizada é a Pesquisa quanti-qualitativa. Quanto aos procedimentos optou-se pela pesquisa de campo. As técnicas aplicadas para a coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas, aplicação de questionários, diário de campo e análise de documentos. Os dados recolhidos foram analisados em um recorte temporal, antes e após o desastre. Os resultados no estudo demostraram que o desastre socioambiental acarretou uma série de desequilíbrios no tocante à saúde, lazer, economia e organização sociocultural dos moradores de Vila do Conde.
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ROSILENE ILMA RIBEIRO DE FREITAS
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ANEMIA FERROPRIVA EM CRIANÇAS DAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS NA ILHA DO COMBU, PARÁ
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Data: 14/05/2019
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O presente estudo almejou caracterizar a população infantil ribeirinha da Ilha do Combu, de Zero (0) a 12 anos de idade, quanto à ocorrência de anemia ferropriva, identificando a prevalência e a possível interferência dos hábitos alimentares das crianças nesta condição clínica. O estudo se desenvolveu em três etapas e foi
caracterizado como qualitativo e quantitativo de natureza descritiva epidemiológica, realizado na Estratégia de Saúde da Família (ESF) na Ilha do Combu com as comunidades igarapé Combu e igarapé Piriquitaquara no período de outubro de 2018 a fevereiro de 2019 e incluiu 153 crianças. Os critérios investigativos foram avaliados por três medidas antropométricas (peso/idade/estatura) utilizando-se a referência antropométrica do WHO/MS. O diagnóstico da anemia foi realizado em duas etapas: 1) coleta de hemoglobina de polpa digital, 2) por meio da determinação da concentração de hemoglobina e da concentração de ferro sérico e ferritina sérica. Foram consideradas crianças anêmicas aquelas que apresentaram concentração de hemoglobina conforme o consenso da Sociedade Brasileira de Pediatria e Ministério da Saúde, RN*até 15dias (17.0 μg/L), 16 dias a 11 meses (9,5. a 14.1 μg/L); 1 a 2 anos (8.9 a 13.5μg/L); 3 a 9 anos (10 a 14.8μg/L); 10 a 12 anos (11.1 a 15.7 μg/L). Informações sobre anemia na gravidez da mãe, suplementação de ferro oral, uso de remédio caseiro para anemia, uso de medicamentos contendo ferro e práticas alimentares, também foram estudadas. A amostra abrangeu a faixa etária de 19 dias a 12 anos de idade, sendo que 4% dos lactentes tinham menos de 12 meses. A prevalência de anemia ferropriva encontrada neste estudo foi de 10%, sendo que a classificação da gravidade dos anêmicos ficou entre leve (Hb=9,5g/dl) e moderada (Hb=7,2g/dl), e nenhum caso de anemia grave (Hb < 7g/dl) nem muito grave (Hb <4g/dl). Ressalta-se que 44% das crianças avaliadas recebiam suplementação com sais de ferro no momento da pesquisa. Referente aos alimentos consumidos no café da manhã constatou-se que todos os grupos etários, com a predominância do grupo de 5 a 6 anos, consomem café/pão/leite, ou seja, com baixa biodisponibilidade em ferro. Quanto ao almoço e jantar, constatou-se que o alimento mais consumido, por 98% das crianças, é a bebida açaí, consumida como alimento principal no almoço e jantar, e em forma de mingau no café. Há grande controvérsia na literatura quanto à biodisponibilidade de ferro havendo diferença de 8,1 mg/100g. Por fim, crianças que consomem ferro animal (ferro heme) no almoço (93%) e no jantar (74%), acompanhados de ferro vegetal (ferro não heme), no almoço (95%) e jantar (92%) ambos fundamentais para a formação do indivíduo, pois o ferro faz parte do transporte de oxigênio, produção de energia, metabolismo de substâncias externas, síntese imune, formação do sangue. O ferro vegetal necessita de acompanhamento de vitamina C (ácido ascórbico) para ser transportado para dentro da célula, porém, ambos são fundamentais para o equilíbrio orgânico. Conclui-se então, que no presente estudo a prevalência de anemia ferropriva foi relativamente menor comparada àquelas encontradas nas demais regiões do país, provavelmente pelo fato das crianças terem acesso ao protocolo do Ministério da saúde com suplementação de ferro e adaptação orgânica ao hábito alimentar.
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ANTONIELLY OLIVEIRA DA SILVA
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O RIO APEÚ E O SENTIDO DE LUGAR – VILA DO APEÚ, CASTANHAL/PA
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Data: 25/04/2019
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As mudanças e transformações sempre estiveram presentes na vida das pessoas, no entanto, com o processo da modernização e os avanços tecnológicos, característicos das sociedades globalizadas, estas tornam-se mais evidentes no dia a dia, estando presentes na educação, na economia, na cultura, na organização social, nas estruturas e também nos espaços. Com tantas transformações nos espaços, os mesmos vão se tornando sem significado e identidade para a grande maioria da população que habita a cidade, fazendo com que alguns espaços percam seu valor enquanto “lugar”. Nesse caso, o “lugar” aqui referido corresponde à categoria desenvolvida pelo geógrafo Yi-Fu Tuan, no sentido de topofilia (1980). A presente pesquisa foi realizada no município de Castanhal, tendo como lócus a Vila do Apeú e teve como objetivo geral, analisar as vivências dos moradores no rio Apeú como possibilidade de transformação do sentido de espaço em “lugar”. A metodologia utilizada teve cunho qualitativo, ancorada na História oral, com utilização de observações e entrevistas semiestruturadas. Como resultado, percebeu-se a forte ligação da população com o referido rio, os usos diversos, as memórias negativas e positivas ali construídas, o sentimento de pertencimento e o sentido de “lugar”, demonstrado por meio das narrativas dos moradores do local.
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