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RONALD VALENTIM GOMES SAMPAIO
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Estoicismo imperial e estética da existência em A hermenêutica do sujeito, de Michel Foucault
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Data: 21/12/2022
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Em seus últimos estudos, Michel Foucault (1926-1984) se debruçou sobre a questão do cuidado de si, retornando à Antiguidade Clássica para (re)pensar a ética moderna nos termos de uma ontologia crítica do momento presente. Foucault nos revela que o processo de subjetivação do indivíduo clássico, na tomada de uma posição ética, caminha na direção de uma estética da vida. Os fundamentos para essa assertiva serão encontrados na leitura e interpretação atenta dos filósofos antigos, sobretudo das principais obras de Sêneca (Séc. I d. C), Epiteto (Séc. I d. C) e Marco Aurélio (Séc. II d. C), conhecidos como filósofos do estoicismo romano imperial, encarando-as como dotadas de função “etopoiética”, isto é, função transformadora do sujeito que as examina. Não obstante ter tratado das práticas éticas dos antigos em outros trabalhos (livros, entrevistas e conferências), é em A Hermenêutica do sujeito (1981-1982) que Foucault apresenta, passo a passo, todo o labor da filosofia antiga, a partir da identificação das “práticas de si”, “técnicas da existência” e “cuidado de si”, na elaboração de um modo de vida pautado em escolhas pessoais capazes de engendrar um estilo de vida como “obra de arte”. Assim, a ética que Foucault extrai dos antigos é uma verdadeira estética da existência, uma liberdade possível no fazer-se existir.
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VICTOR HUGO AMARO MORAES DE LIMA
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A SUSPENSÃO DA EMPIRIA - ESTUDOS SOBRE A PSICOLOGIA DA PROPAGANDA FASCISTA NOS ANOS 1940: Filosofia, Psicanálise e Pesquisa Empírica em Theodor Adorno
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Data: 14/12/2022
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O objetivo desta dissertação é explorar os estudos elaborados pelo Instituto de Pesquisas Sociais sobre o antissemitismo nos anos 1940, com um enfoque nos textos de Theodor W. Adorno sobre a propaganda fascista. Busca-se por meio de três eixos os desdobramentos possíveis na temática específica da propaganda fascista, para relacioná-los de acordo com o sentido geral que as mesmas possuem na obra de Adorno. O primeiro eixo refere-se a importância histórica da pesquisa empírica no cenário intelectual dos anos iniciais da Teoria Crítica ainda em Frankfurt, explorando as primeiras tentativas de projetos e compreensões sobre o tema, e de analisar como a experiência norte-americana de pesquisa afetou o pensamento Adorno sobre tal questão. O segundo eixo se refere a importância da teoria psicanalítica no pensamento de Adorno em suas pesquisas empíricas e teóricas, formalizando uma interpretação que demonstre a ligação entre psicanálise, filosofia e sociologia em seu pensamento, almejando entrelaçar suas principais inflexões teóricas, e como estas se organizam nestas três áreas distintas. E o terceiro eixo busca realizar uma subsequente leitura e interpretação dos textos decorrentes do financiamento da AJC ao Instituto em referência à pesquisa sobre o antissemitismo: “Antissemitismo e propaganda fascista” “Elementos do Antissemitismo” e “Padrão de Propaganda Fascista”, discutindo como os conceitos de Adorno para o problema do ódio aos judeus se desenvolveram ao mesmo tempo em que uma pesquisa empírica e teórica foi realizada entre os anos 43-44, data da escrita dos Elementos do Antissemitismo e da sua participação no projeto empírico, buscando elaborar como a interpretação sociológica de Adorno media o problema da teoria e da empiria pelo prisma de uma teorização crítica da sociedade.
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ROBENARE MARQUES DOS SANTOS CONCEICAO
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FRIEDRICH NIETZSCHE E JOHN COLTRANE: A manifestação das pulsões Apolíneo e Dionisíaco na improvisação musical do Jazz.
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Data: 27/10/2022
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Esta pesquisa tem por objetivo mostrar, através da análise abordada em O Nascimento da Tragédia, que a improvisação musical praticada na música instrumental de orientação jazzística é passível de ser pensada como o resultado do emparelhamento das pulsões apolínea e dionisíaca, apontando uma zona de convergência entre Nietzsche e o Jazz. Friedrich Nietzsche é o autor principal a ser pesquisado a partir de sua obra O Nascimento da Tragédia. Ela inaugura um vasto legado que vai perdurar nas décadas seguintes do séc. XIX, marcando o início de um filosofar sem precedentes e o ponto de partida de sua filosofia. Logo, o estudo e a pesquisa a serem apresentados neste trabalho dissertativo, foram os resultados das reflexões em torno da primeira obra publicada do filósofo alemão. No entanto, além de O Nascimento da Tragédia, incluiu-se ao referencial bibliográfico deste trabalho as demais obras de Nietzsche, entre elas: Os Escritos Preparatórios: O Drama Musical Grego, Sócrates e a Tragédia e A Visão Dionisíaca do Mundo; Richard Wagner em Bayreuth; Ecce Homo; A Gaia Ciência; Humano, Demasiado Humano; Crepúsculo dos Ídolos; O Caso Wagner e Nietzsche contra Wagner, além das anotações e as cartas em que Nietzsche trata da música, ademais far-se-á a consulta de trabalhos dissertativos de pesquisadores que se dedicaram ao estudo filosófico sobre a relação entre a filosofia de Nietzsche e a música. Portanto, pretende-se expor uma análise de uma das obras jazzísticas mais importantes na historiografia do jazz – A Love Supreme, gravada em 1964 por John Coltrane, com a finalidade de ser envolvida nesta pesquisa para descrever a relação entre as pulsões geradoras da arte, para, a partir da relação descrita, ser possível de observar uma convergência entre o pensamento de Nietzsche sobre a arte e o artista da antiga tragédia grega com John Coltrane e seu processo criativo musical. Desse modo, além de Friedrich Nietzsche, como interlocutor no estudo e reflexão filosófica na música, é importante mostrar um panorama histórico do saxofonista John Coltrane, conhecido mundialmente nos anos 60 do séc. XX e de grande influência na geração de músicos de jazz que vieram posteriormente e por sua influência na estruturação da improvisação musical. A metodologia a ser utilizada nesta pesquisa é a de abordagem exploratória, por buscar aproximar-se com o fenômeno identificado: a relação entre o pensamento filosófico abordado por Friedrich Nietzsche no Livro O Nascimento da Tragédia e a Improvisação Musical aplicada na música instrumental de orientação jazzística, levando a conhecer mais a seu respeito e, dessa forma, contribuir no desenvolvimento de conceitos e ideias no campo da filosofia, estética e música. Tendo como coleta de dados o levantamento das obras já referenciadas, inserindo-se à exploração do fenômeno a leitura de seus estudiosos como Fernando de Moraes Barros, O Pensamento Musical de Nietzsche; Henry Burnett em seu livro Nietzsche, Adorno e um pouquinho de Brasil e Cinco Prefácios para Cinco Livros Escritos, além de leitura e análise de artigos científicos, trabalhos de dissertação e teses doutorais.
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SUELLEN LIMA DE BRITO
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ÉTICA DO DIÁLOGO E O PRINCÍPIO POLÍTICO DO COMUM
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Data: 16/09/2022
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O presente estudo tem como objetivo analisar a ética do diálogo proposta pelo filósofo judeu Martin Buber (1923) e o princípio político do comum, formulado pelos autores Pierre Dardot e Christian Laval (2017), como alternativa, para compreender a problemática das relações na sociedade neoliberal contemporânea. Buber em sua obra principal intitulada Eu e Tu (1923), apresenta as duas palavras-princípios que fundamentam nossa existência e são inerentes à condição humana, a saber: o Eu-Tu e o Eu-Isso. A primeira apresenta-se como um relacionamento dialógico, um encontro entre dois seres mutuamente, em caráter ontológico e o segundo como um relacionamento monológico, baseado em experiências, utilização e o uso dos indivíduos como meros objetos, com um caráter objetivante. Dessa forma, se o mundo do Isso predominar e orientar as formas dos homens relacionarem-se levam estes à perdição, pois tais homens perdem-se em seu interior, ou seja, desvinculando-os drasticamente das relações interpessoais no círculo da convivência dialógica, ocasionando uma profunda perda do sentimento de comunidade, solidariedade, com relações mercantilizadas e impessoais. Considerando esse cenário, o princípio político do comum mostra-se como uma alternativa ao sistema neoliberal de controle, por tratar-se de um princípio político cuja racionalidade é coletiva, anticapitalista, uma esfera social comum e pertencente a todos, onde não há a descaracterização da humanidade dos homens. Nesse sentido, o princípio político do comum une-se a perspectiva buberiana contra as forças do sistema neoliberal. A partir desse diagnóstico, nosso objetivo é elucidar a necessidade de resgatar a dialogicidade das relações na contemporaneidade buscando caminhos possíveis para uma sociedade saudável e humanizada, propondo como alternativa a inspiração da ética do diálogo formulada por Martin Buber juntamente com o princípio político do comum, formulado pelos autores Pierre Dardot e Christian Laval, como uma nova racionalidade anticapitalista mundial onde o imaginário social é uma realidade de práticas coletivas, opondo-se, portanto, a racionalidade neoliberal que mantém seu sistema à custa de uma vivência descaracterizada em nome do sucesso do capital, onde explora, instiga e legitima um sentimento de competição em detrimento da solidariedade e do companheirismo aprofundando o individualismo contemporâneo. Este estudo implica relacionar autores pertencentes a tradições filosóficas distintas por meio de análises de caráter exploratório, filosófico e bibliográfico para demonstrar que diferente do neoliberalismo, a ética do diálogo e o princípio político do comum aspiram para uma vivência saudável e dialógica.
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MILENE DAYANA PAES LOBATO
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Arthur Schopenhauer e o medo da morte
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Data: 30/06/2022
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Tudo o que se conhece no mundo fenomênico são formas de objetivação da Vontade. A Vontade é tratada por Schopenhauer como cega, arbitrária, tirânica e brutal, sendo responsável por todo o sofrimento da vida. Dentre os diversos medos e temores existenciais, a morte é o maior entre eles, a ideia de finitude é o que mais aterroriza o ser humano. Sabendo disso, Arthur Schopenhauer desenvolveu um pensamento filosófico acerca da morte que fornece uma resposta possível para a referida aflição comum à humanidade. Morte e vida seriam partições do mesmo ciclo no qual existem dois extremos de não-ser: o antes da vida e o pós-morte. Se a vida e a morte formam uma unidade, o que faz o indivíduo temer a morte, porém, não a vida (na mesma intensidade)? O pensamento schopenhaueriano mostra que deveriam da mesma forma temer a vida, visto que ela pode ser ainda pior. A morte para o sujeito é apenas um cessar da consciência, que é somente resultado da vida orgânica e não a causa dela. A falta de consciência da morte e a mera consciência do presente (nunc stans) tem como consequências angústias e frustrações de não conseguir alcançar a eternidade. Sendo assim, o presente trabalho problematiza a “filosofia da morte” em Schopenhauer e a relação com a indestrutibilidade do nosso ser-em-si. Busca indicar possibilidades de amenização do medo da morte através de duas vias: a do autoconhecimento enquanto Vontade (metafísico/conhecimento) e a da busca de uma vida mais suportável e menos infeliz possível (eudemonológica). Assim, percebendo-se enquanto constituinte de um ser-em-si que é impossível de ser aniquilado com a morte, ou aceitando a impossibilidade de uma vida ausente de dores, Schopenhauer mostra vias diretas para a possível superação e amenização do medo de morrer – e de diversos outros medos existenciais.
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IVAL DE ANDRADE PICANCO NETO
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A Recepção de Franz Kafka no Pensamento Político de Hannah Arendt
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Data: 08/06/2022
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Esta pesquisa busca analisar a recepção da obra do escritor judeu Franz Kafka no pensamento político de Hannah Arendt, uma vez que as menções ao autor e aos seus escritos ocorrem em diferentes momentos na obra da pensadora: em Entre o passado e o futuro (1961 – 1968), A vida do espírito (1977) e em ensaios como Franz Kafka: a Revaluation (1944), O judeu como pária (1944) e o ensaio sobre Walter Benjamin (1968). Partiremos do entendimento de que nos diversos momentos em que Kafka surge nas obras de Arendt é para, de alguma forma, elucidar o contexto contemporâneo de perplexidade decorrente da ruptura com a tradição, portanto pretendemos responder a seguinte questão: qual a profundidade desta recepção de Kafka para o pensamento político de Arendt, qual o significado de sua presença e o contexto em que ele surge nas obras da autora? Uma vez que Arendt vê no escritor um representante da tipificação do pária, o pária exemplar, como homem de boa vontade, que, por meio de sua figura e seus escritos, ilustra as diferentes faces e camadas da fragmentação contemporânea.
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MARJORE MARIANA LIMA LACERDA
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O fr. 16 de Safo de Lesbos e o Banquete de Platão: a relação entre eros e beleza
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Data: 19/04/2022
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Procuraremos mostrar ao longo desta dissertação que a concepção de eros e de beleza (to kalon), assim como a relação entre esses dois elementos, estão presentes nos materiais poéticos mais antigos gregos, tais quais os fragmentos de Safo de Lesbos, poeta mélica arcaica. Dessa maneira, ao analisarmos o seu Fr. 16, pontuaremos de que modo a concepção erótica se coaduna com a visão tradicional para, enfim, acentuarmos que o diálogo Banquete platônico, ao trazer à baila a conexão de eros com a beleza, resgata temas retratados na tradição, voltando-os, porém, para a filosofia.
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LEANDRO JOSE DOS PASSOS DIAS
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Ciência e Ética em Karl Popper
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Data: 24/03/2022
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Os estudos mais tradicionais acerca da filosofia de Popper têm se concentrado em aspectos de sua teoria da ciência ou de sua filosofia política, ou então em estabelecer elos de ligação entre essas duas vertentes de seu pensamento. Mais recentemente, surgiram novos estudos que têm se direcionado para uma nova hermenêutica que procura evidenciar que a ética está na raiz de sua filosofia. Nosso trabalho, pressupondo que há uma ética na base de seu pensamento, pretende analisá-la sob uma perspectiva mais específica, a da própria ciência. Nesse sentido investigaremos a seguinte questão: podemos afirmar que a concepção de ciência de Popper envolve uma dimensão ética? Ou melhor, há uma relação entre ciência e ética no pensamento do filósofo? Iremos considerar que sua concepção de ciência pressupõe uma ética, que se manifesta, em suas pretensões de demarcar a ciência, nos princípios que a norteiam e nas responsabilidades que ele imputa aos cientistas. Nossa análise da questão pretende, partir do próprio racionalismo popperiano, que ele considera como fruto de uma decisão ética. Nesse sentido pretendemos analisar o seu caráter, distingui-lo de outras formas de racionalismo, contrapô-lo ao irracionalismo e trazer à tona seus fundamentos éticos tendo por base os estudos de Kiesewetter, Artigas e Oliveira. E também, estabelecer suas relações com a ética. Elucidados esses aspectos característico do racionalismo de Popper, procuraremos evidenciar de que forma a ética se faz presente em sua concepção de ciência. Iremos mostrar que o filósofo ao propor seu critério de cientificidade e complementá-lo com certas regras metodológicas, deixa transparecer que a adoção de tais regras envolve decisões dos cientistas pautadas em valores e que geram certos compromissos éticos. Pretendemos mostrar também, que a ética se faz presente nos princípios éticos que norteiam a ciência, como falibilidade, discussão sensata, busca da verdade, honestidade e que tais princípios estão intimamente relacionados à ideia de autocrítica e de tolerância. E por fim, iremos ainda tratar das responsabilidades éticas dos cientistas, dando ênfase, as ciências aplicadas. Iremos mostrar que Popper propõe uma nova ética para a ciência tendo por base o juramento de Hipócrates.
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DIARLENE DA SILVA DUARTE
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O conceito de trágico na Dialética do Esclarecimento
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Data: 18/03/2022
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A pesquisa empreendida tem como objetivo analisar o conceito de trágico segundo a perspectiva dos autores Theodor Adorno e Max Horkheimer. O estudo possui como referência a obra Dialética do Esclarecimento cuja teoria é absolutamente pertinente para interpretação da história da razão, bem como para o contexto e a condição humana na atual sociedade. Sendo assim, a análise pretende compreender as perspectivas de Adorno e Horkheimer quando analisam a ausência do trágico partindo do pressuposto que o processo de esclarecimento foi o principal motivo que conduziu a perda da tragicidade no período contemporâneo. Para tanto, inicialmente propõe-se compreender a relação entre mito e tragédia no período clássico enquanto momento embrionário das tragédias gregas e a base do pensamento trágico. Por conseguinte, intenciona analisar de modo mais específico o processo de esclarecimento a partir do embate dialético entre o pensamento iluminista de Immanuel Kant e a teoria crítica de Adorno e Horkheimer possibilitando, posteriormente, compreender a relação entre esclarecimento e mito. Enfim, o estudo considera pertinente a crítica acerca dos operadores da Indústria cultural e suas implicações para o espectador. Dessa maneira, o esclarecimento mostrou-se não somente ser a causa principal da anulação do trágico no mundo contemporâneo, mas, sobretudo, também evidencia a anulação do próprio sujeito.
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BENEDITO DA CONCEIÇÃO MONTEIRO NETO
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DA EPISTEMOLOGIA MODERNA À EPISTEMOLOGIA COMPLEXA DE EDGAR MORIN: REPERCUSSÕES SOBRE O HUMANISMO
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Data: 08/03/2022
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Nosso objetivo, no presente trabalho, dedica-se a demonstrar os principais elementos epistemológicos da complexidade elaborado por Edgar Morin em contraste geral com os princípios do método moderno de Descartes. Partimos das seguintes questões norteadoras: como ocorre a passagem do conhecimento ordenado moderno para o conhecimento organizado complexo e de que maneira esses conhecimentos culminam em uma concepção de humanismo? A hipótese que defendemos é que os princípios da complexidade de Morin são expostos como um diálogo crítico sobre as limitações do método moderno, apontando de que modo este último repercute de forma ambivalente na ciência e na sociedade a título de um humanismo degenerado e de um humanismo regenerado. Metodologicamente, dissertamos, em primeiro lugar, sobre a concepção da ciência e do método na modernidade, iniciando pelos argumentos que precedem e formulam a organização de um método quantitativo do conhecimento, tendo como eixo central as contribuições de Descartes em suas principais obras (1952). A segunda parte do texto volta-se para a concepção de ciência e método segundo as contribuições da epistemologia da complexidade, proposta por Edgar Morin (1996, 2011, 2015, 2016), onde apresentamos as principais inteligibilidades da sua teoria: o princípio dialógico, o princípio recursivo, o princípio hologramático. Na terceira e última parte do texto, fazemos o cotejo entre o pensamento complexo e a modernidade tomando por base o conceito do humanismo. Inicialmente, expomos a leitura da modernidade pela complexidade, destacando a categoria de racionalização. Em seguida, explanamos o modo como método moderno repercute na contemporaneidade com o advento da ecologia da ação. Por último, apresentamos uma reconstrução de um método e de um conhecimento alternativo, capaz de lidar com as incertezas culminando com a proposta de uma regeneração o humanismo.
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JONAS MATHEUS SOUSA DA SILVA
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ALEGRIA E POBREZA NAS REPRESENTAÇÕES SANFRANCISCANAS DE DANTE E GIOTTO
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Data: 22/02/2022
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Parte-se, no primeiro capítulo, de cunho historiográfico e filológico, de uma apresentação positiva do século XIII na Itália e do contexto do mecenato, passando por um status quaestionis sobre estética medieval e S. Boaventura, no qual se apresenta as suas obras Itinerarium Mentis in Deum, o argumento central da De Triplici Via, alias Incendium Amoris e o contexto histórico da Legenda Sancti Francisci, para evidenciar a recepção desses escritos em Giotto e Dante. A seguir, apresenta-se a historiografia sobre S. Francisco em Le Goff e em Auerbach; averigua-se o que seja alegria e pobreza nos Escritos de S. Francisco e nas Fontes Franciscanas; vai-se à análise de M. Cacciari sobre as ocorrências de tais conceitos nas representações sanfrancicanas de Dante e de Giotto e chega-se à reflexão do motivo da cruz como ponto de intercessão da pobreza e da alegria. O capítulo seguinte discorre sobre a recepção da figura de S. Francisco na Commedia de Dante e sobre a novidade dessa representação. Expõe-se a biografia de Dante no seu contexto político; segue-se para a apresentação de aspectos da literatura dantesca conforme o intelectual italiano Francesco de Sanctis, na sua História da literatura italiana; evidencia-se a representação de S. Francisco na Commedia, sobretudo em Paradiso XI, e se conclui com a reflexão sobre o motivo da cruz nessa obra. O ultimo capítulo trata da representação de S. Francisco nos 28 afrescos de Giotto no ciclo da Basílica Superior de Assis. Nele se ressalta a biografia de Giotto no seu contexto cultural; averigua-se na representação pictórica de S. Francisco no mencionado ciclo giottesco, as representações dos motivos de alegria e pobreza e a presença do motivo da cruz; culmina-se com hermenêuticas desses motivos nos afrescos do ciclo: Francisco escuta o crucifixo de São Damião, o Natal em Greccio e, a recepção dos estigmas.
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