Área de Concentração
Doutorado
ENSINO DE HISTÓRIA
Linhas Pesquisa :
› ENSINO DE HISTORIA E POLÍTICAS PUBLICAS
ENSINO DE HISTÓRIA- A linha desenvolve investigações sobre políticas públicas relacionadas ao ensino de história. Considera a construção de conhecimentos sobre as políticas públicas em suas múltiplas dimensões, sua historicidade, parâmetros e marcos legais, programas e instruções que impactam o campo do ensino de história como: ações vinculadas à formação de professores de história, inclusão, direitos humanos, diretrizes curriculares, políticas de avaliação, programas de elaboração e distribuição de materiais didáticos. O campo de estudos e aplicação das políticas públicas tem demonstrado ao longo de sua história seu caráter fortemente multidisciplinar. (Fernandes, 2007; Souza, 2007) História, educação, ciência política, relações internacionais, sociologia, antropologia, direito, psicologia social, demografia, administração pública compõem um amplo espectro de matérias cujas relações são fundamentais tanto para a compreensão do papel do Estado quanto para o entendimento das condições necessárias ao bom desenvolvimento da sociedade. (Marques e Faria, 2013; Lima e Schabbach, 2020) Se, por um lado, essa amplitude disciplinar produz dificuldades para a sistematização do conhecimento produzido em políticas públicas, saberes esses fundamentais para o desenvolvimento da própria área como para o Estado e sociedade civil, por outro lado, essa expansão possibilita que o campo abra espaço para se pensar o ensino em geral e especificamente o de história, não apenas como um reflexo de tomadas de decisões alheias as salas de aula, mas como um ambiente habilitado a propor ações. (Brasil e Capella, 2016). Mais detidamente, visa a linha, portanto, desenvolver investigações sobre políticas públicas relacionadas ao ensino de história. Para tanto, é importante se considerar a construção de conhecimentos sobre as políticas públicas em sua historicidade, isto é, em suas dimensões pretéritas, presente e futura (Pierson, 2004), em seus parâmetros e marcos legais (desde, por exemplo, a Constituição de 1934 à especificidade da EJA), isto é, por meio da análise de decretos, de normas, de resoluções municipais, estaduais e federais, em programas e instruções que impactem o campo do ensino de história. Logo, a linha propõe-se a pesquisar, conforme nos indicam vários autores do tema, desde ações vinculadas à formação de professores de história, com foco nas políticas voltadas para a formação inicial e continuada, que se intensificaram desde os anos 1980, projetos de inclusão, diretrizes curriculares, políticas de avaliação, programas de elaboração e distribuição de materiais didáticos a questões que envolvam planos de gestão urbana e rural, projetos ambientais, redes de sustentabilidade, tecnologias de análise e intervenção social, bem como projetos voltados, via o ensino de história, ao fortalecimento da democracia, da cidadania, do bem-estar social e dos direitos humanos. (Abud, 2009; Caimi, 2017; Silva, 2017; Gabriel, 2019; Ricci, 2019; Oliveira, 2019) Por fim, a linha de Ensino de história e políticas públicas, uma inovação no contexto dos programas existentes no Brasil, pode contribuir decisivamente para a formação de professores da matéria histórica por meio do reconhecimento do que se pode definir como uma dialógica investigativa. Ou seja, uma prática de pesquisa que parte da experiência do docente que atua em sala de aula e que retroage sobre a proposta de pesquisa, cujos resultados espera-se alimentarão, crítica e criativamente, projetos existentes e, simultaneamente, potencializarão novos estudos de políticas públicas para uma educação historiadora comprometida com o saber científico. Do mesmo modo, as experiências dos docentes poderão não apenas analisar políticas públicas, mas também, durante a pesquisa, propor algum tipo de política pública voltada para o ensino de história
› LINGUAGENS E NARRATIVAS HISTÓRICAS: PRODUÇAO E DIFUSAO
ENSINO DE HISTÓRIA- A linha de pesquisa agrega estudos sobre a linguagem em interface com as narrativas históricas destinadas ao ensino escolar ou à formação histórica de públicos diversos, considerando diferentes suportes: livros didáticos, livros destinados ao grande público, filmes, séries televisivas, histórias em quadrinhos, exposições sobre temas e/ou personagens históricos, sítios e blogs da Internet que abordem temática histórica, dentre outros. Pelo menos quatro eixos teóricos sustentam as pesquisas da linha, sempre com o foco na formação histórica e seus públicos: teorias da linguagem (Chomsky, 2006), estudos sobre narrativas históricas (Ricoeur, 2007; White, 2014), estudos sobre os públicos e o consumo da história (De Groot, 2009 e 2011) e estudos sobre os diferentes suportes das narrativas, do livro ao cinema, passando pela literatura, pelos programas televisivos, pelas exposições museais, até os jogos e recursos digitais. Considera-se a produção, circulação, difusão / divulgação / popularização e consumo das narrativas históricas como aspectos importantes para a compreensão do ensino, da aprendizagem e da formação histórica em sentido amplo. Nesse sentido, a proposta da linha converge para a investigação sobre os usos públicos da história. O estudo dos processos que sustentam esses usos deve considerar o ensinoaprendizagem escolar, que (in)forma a maior parte da população e também deve estar atento às articulações entre teoria e prática da história como disciplina e como produto cultural sujeito a interferências e demandas diversas, que podem ser políticas, econômicas, educativas etc. A expectativa é que o estudo da linguagem, das múltiplas narrativas históricas e dos públicos possa contribuir, também, para a produção de materiais destinados ao uso escolar e à formação histórica em geral, ao promover um melhor conhecimento das formas de comunicação e expressão, dos públicos e dos tipos de consumo da história, levando em conta a relação entre a história acadêmica e a história “pública(Liddington, 2011; Sayer, 2015), considerada aqui como aquela que circula para além das instituições universitárias e que, por vezes, mantem com elas uma relação de conflito.
› SABERES HISTÓRICOS EM DIFERENTES ESPAÇOS DE MEMÓRIA
ENSINO DE HISTÓRIA- linha abrange pesquisas sobre a produção e aprendizagem da História que se desenvolvem fora dos espaços formais escolares, mas associadas aos objetivos do currículo e do ensino escolar, não se confundindo, assim, com a educação informal. Os docentes da educação básica podem recorrer a diferentes espaços de memória que ampliam a percepção dos estudantes para o seu entorno, o que os incentiva a pensar a história, a memória e o patrimônio, permitindo a problematização da identidade e da cultura (Ricoeur, 2007; Chuva, 2009; Gohn, 2014; Singer, 2015). Os espaços de memória, compreendidos de forma ampla, incluem os museus, prédios históricos, acervos e arquivos. São locais não apenas de armazenamento da cultura material histórica, como de interpretação contínua do passado, por meio de exposições, pesquisas e estabelecimento de novas séries documentais. Do mesmo modo, os espaços de memória são constituídos por monumentos erigidos no espaço público, por paisagens culturais que abrangem bairros ou sistemas de produção e por lugares de trabalho e de lazer da sociedade. O espaço rural ou urbano demanda ser compreendido em sua lógica histórica de criação e transformação, trazendo a oportunidade para a compreensão da história local ou regional e para processos amplos que incluem os modos de morar e de se deslocar pelas cidades, além das múltiplas camadas de historicidade que se sobrepõem e compõem o tecido urbano (Bittencourt, 2004; Siman, 2013; Sant’anna, 2015). Nessa percepção, estão incluídos os percursos considerados “turísticos” (cuja memória sedimentada pode ser questionada) e, também, lugares de patrimônio ainda não reconhecidos pela legislação, mas percebidos como tal. Ainda, é possível investigar espaços de memória que remetem a memórias difíceis ou controversas, como os associados a lugares de exclusão e segregação (prisões, hospitais, manicômios) ou ao recente passado ditatorial, comum aos países do Cone Sul (Meneguello & Pistorello, 2021 Gonçalves, 2015; Krippendorf, 2000). Para além dos espaços físicos, os espaços de memória incluem o patrimônio imaterial, os saberes e modos-de-fazer, asfestas cívicas, as festas de fé e as festas populares. Nessas manifestações efêmeras e tradicionais, as camadas de história e de tradição levam à complexificação da identidade local e nacional, e à compreensão histórica dos laços de pertencimento.
› SABERES HISTÓRICOS NO ESPAÇO ESCOLAR
ENSINO DE HISTÓRIA- A linha desenvolve pesquisas sobre os processos de ensino e aprendizagem da história, considerando as especificidades dos saberes e práticas instituídos na escola. As investigações tomam a escola como espaço de produção de cultura, configurada por um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar; e pelas práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos (Julia, 2001; ViñaoFrago, 2007; Faria Filho e outros, 2004). A escola é compreendida como produto histórico das interações entre dispositivos de normatização pedagógica (prescrições curriculares, prescrições de técnicas e métodos de pedagogização de saberes) e práticas dos agentes que deles se apropriam (Carvalho, 2003). Nesse sentido, interessa para a linha de pesquisa a historicização das práticas constitutivas da sociabilidade escolar e dos modos escolares de transmissão da cultura em geral e da cultura histórica em particular; interessa, também, a materialidade dos processos de difusão e imposição de saberes históricos/pedagógicos e a materialidade das práticas dos sujeitos escolares que deles se apropriam (Carvalho, 2003). A linha deve reunir, sob essas perspectivas, pesquisas que visam analisar as dinâmicas do fazer do ofício do professor de história e de sua cultura - fundamentais para a construção da história da disciplina escolar história -; assim como da história dos saberes históricos que circulam nessa instituição. Devem considerar os discursos que implicam a escola (sua memória e suas finalidades) na configuração da cultura escolar; os impressos (e outras mídias) de destinação escolar e seus usos. A investigação sobre o ensino de história evoca um conjunto de conhecimentos acadêmicos e pedagógicos aprendidos na formação do professor, valores e princípios que requisitam uma permanente e tensa síntese, diante das demandas da escola, em seu presente, por parte dos professores em sua atividade, constituindo os seus saberes. Moniot sustenta que ocorre um debate tenso entre ambos, no âmbito da pesquisa histórica e da historiografia, da formação do professor e do momento de suaprática docente (Moniot, 2004). É fundamental, nessa linha de pesquisa, problematizar as culturas dos estudantes e de suas comunidades para se compreender os modos peculiares com os quais os estudantes se apropriam dos saberes históricos oferecidos na escola ou dos saberes históricos que trazem para a escola (consonantes ou dissonantes; divergentes ou convergentes). Essa última dimensão - a possibilidade de alunos de diferentes idades, em contextos sociais e escolares diversos, aprenderem essa disciplina - tem sido objeto de pesquisas em âmbito mundial, considerando a cultura histórica que dialoga com a história escolar (Sanches, 2009). Caminhos na fronteira entre educação e a história, seja no âmbito da linguística, da pedagogia, da psicologia ou da educação histórica, para considerar o aluno que aprende, estão permanentemente no campo de discussão (Monteiro; Penna, 2011). Considerando as inescapáveis interfaces entre História e Educação para tratar dos saberes históricos no espaço escolar, a proposta desta linha é reunir os estudos e pesquisas com a complexidade deste panorama, em diálogo permanente com a historiografia e a teoria da história.
Mestrado
ENSINO DE HISTÓRIA
Linhas Pesquisa :
› SABERES HISTÓRICOS NO ESPAÇO ESCOLAR
ENSINO DE HISTÓRIA- A Linha de Pesquisa desenvolve pesquisas sobre o processo de ensino e aprendizagem da história, considerando as especificidades dos saberes e práticas mobilizados na escola. O foco recai sobre as condições de formação do estudante e do professor e o exercício do ensino de História na escola, pensada como lugar de produção e transmissão de conteúdos, que atende a formas de organização e de classificação do conhecimento histórico por meio do currículo. Esse último é compreendido como conhecimento historicamente constituído, uma forma de regulação social e disciplinar.
› LINGUAGENS E NARRATIVAS HISTÓRICAS: PRODUÇÃO E DIFUSÃO
ENSINO DE HISTÓRIA- A Linha de Pesquisa desenvolve estudos sobre a questão da linguagem e da narrativa histórica, considerando diferentes tipos de suportes, tais como livros, filmes, programas televisivos, sítios da Internet, mapas, fotografias etc. A partir da problematização do uso da linguagem, o objetivo é produzir materiais destinados ao uso educativo, considerando também as possibilidades de difusão científica da História.
› SABERES HISTÓRICOS EM DIFERENTES ESPAÇOS DE MEMÓRIA
ENSINO DE HISTÓRIA- A Linha de Pesquisa desenvolve investigações sobre a produção e aprendizagem da História fora do espaço escolar, considerando lugares distintos como os museus, o teatro, os centros culturais e o espaço urbano em geral. Identificando a história como prática sociocultural de referência, o foco recai sobre as variadas formas de representação e usos do passado no espaço público, com características distintas daquelas observadas na escola, a saber: o turismo de caráter histórico, os monumentos, as festas cívicas, as exposições, entre outras.
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