As Exposições de Arte Contemporânea em Edifícios Históricos: Usos e transformações
arte contemporânea; edifícios históricos
A arquitetura secular sempre teve destaque no meio urbano em que fazem parte. Mas sua integração com a urbes se mantem de fato quanto estas construções agregam diferentes usos que lhes são atribuídos ao longo de sua existência. Destes, o que se destaca é sem dúvida o uso enquanto museu, uma vez que se soma a valorização do patrimônio que estas instituições carregam consigo com a história destas edificações. Mas até mesmo o uso museológico sofreu modificações ao longo dos anos, principalmente quando houve o surgimento da arte contemporânea. Tal manifestação artística não se contenta mais em usar o espaço ao seu redor apenas como suporte para os objetos que são as obras em si, mas ela transforma este espaço de maneira que possa usá-lo e fazer dele também uma construção artística. Apesar de existirem projetos arquitetônicos feitos especialmente para a arte contemporânea, o uso de prédios históricos para abrigar e expô-la também é utilizado, existindo assim inúmeros museus voltados para esta arte que estão localizados em construções antigas. Esta relação traz, em parte, benefícios quando se trata da reutilização da edificação posto que dar uma função para a construção pode auxiliar na sua preservação. Contudo há consequências que devem ser levantadas e colocadas em foco como as interferências que ocorrem tanto no que diz respeito a preservação do prédio histórico quanto de leitura de sua arquitetura, já que a arte contemporânea requer muitas vezes um espaço diferenciado para sua exposição. É partindo deste ponto que este trabalho buscará compreender, através do estudo e análise de exemplos que se encontram em Belém - PA, a associação entre prédios históricos e museus de arte contemporânea no âmbito das exposições realizadas por estas instituições e até que ponto uma arte tão inovadora (em materiais, formatos e suportes) está interferindo na preservação destes espaços históricos.