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Banca de DEFESA: LETICIA RIBEIRO VICENTE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LETICIA RIBEIRO VICENTE
DATA: 28/03/2022
HORA: 08:30
LOCAL: Vídeo conferência
TÍTULO:

O Espaço Periurbano de Belém (PA): Entre transformações, resistências e re-existências


PALAVRAS-CHAVES:

espaço periurbano; Belém (PA), Amazônia.


PÁGINAS: 180
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO:

Entende-se que os espaços periurbanos das cidades na Amazônia são hoje espaços de fronteira, onde é possível perceber disputas e coexistências entre diferentes atividades produtivas e diferentes modos de vida, que passam por rápidas transformações nas últimas décadas. Áreas de expansão urbana, empreendimentos e instalações de porte industrial coexistem com áreas entendidas como tradicionais, ocupadas por comunidades ribeirinhas, camponesas, indígenas, quilombolas. Percebe-se, então, por um lado o movimento de transformações (chegada do novo/moderno, desarticulações), e, por outro, de resistências (manutenção do antigo/tradicional, busca pela manutenção de modos de vida ligados à natureza). À primeira vista estes movimentos funcionam como opostos, ou como dupla negação, tese e antítese. Mas, há também sínteses, que são manifestações da culminância de diversas re-existências, nas quais coexistem aparentes dicotomias e residem as possibilidades de caminhos possíveis para a Amazônia. Para o entendimento das transformações e resistências locais utilizaram-se os estágios de urbanização (espaço-temporais) apresentados por Lefebvre (1999), divididos nas eras rural, do urbano-industrial e da urbano-utopia. A partir de uma perspectiva dialética a era rural funciona como tese. Essa era está presente hoje através de manifestações entendidas nesta dissertação como resistências. Como antítese tem-se o segundo estágio de urbanização, a era do urbano-industrial, marcada pelo que aqui é entendido como transformações. Como síntese apresenta-se a era da urbano-utopia como possibilidade de vislumbre do que se chamou de re-existências. Na tentativa de contemplar um pouco da diversidade regional, o objeto de estudo desta dissertação se constrói em torno do espaço periurbano de Belém (PA), cidade (e município) que funciona como um exemplo significativo por desempenhar historicamente a função de metrópole amazônica. Para tal, analisou-se o espaço periurbano de Belém (PA) considerando as transformações e resistências que permeiam sua produção socioespacial ao longo da história, bem como foram visibilizadas as re-existências contemporâneas que demonstram o potencial de emancipação e fortalecimento de comunidades que dependem do manejo da natureza. Apresentou-se a discussão sobre os espaços periurbanos em contextos diversos, aproximando-a a das cidades amazônicas. Analisou-se a formação do espaço periurbano de Belém (PA), concluindo-se que historicamente o espaço periurbano de Belém se constituiu como espaço periurbano estendido regional, pois Belém possuiu grande centralidade política e econômica, o que a possibilitou articular e interagir de forma direta com diversos locais dentro da Amazônia. Ao mesmo tempo em que o espaço periurbano estendido regional de Belém foi utilizado para exploração natural e de mão de obra, o mesmo possibilitou o acesso a terras livres, permitindo a sobrevivência de diversos grupos que viviam e vivem a partir de práticas agroextrativistas. Considera-se, entretanto, que a partir da segunda metade do século XX diversos processos nacionais e internacionais, diminuíram a centralidade de Belém e sua capacidade de exercer influência regionalmente. Notou-se na escala local que a disponibilidade de terras no espaço periurbano de Belém faz com que se misturem o periférico, a área de expansão e as comunidades que dependem do manejo da natureza. Através de alguns estudos de caso selecionados investigaram-se e analisaram-se também as re-existências que permeiam a produção socioespacial do espaço periurbano de Belém. As re-existências possibilitaram visualizar que a constituição do espaço periurbano de Belém está por um lado diretamente ligada a imposições econômicas, políticas e culturais de lugares distantes, e ao mesmo tempo, apresenta um enorme potencial de emancipação das comunidades locais, que emerge da aliança entre cultura, natureza, e justiça social. Aponta-se também o reconhecimento da alteridade como caminho para a era da urbano-utopia.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3176293 - ANA CLAUDIA DUARTE CARDOSO
Interno - 1152946 - JOSE JULIO FERREIRA LIMA
Externo à Instituição - Livia Izabel Bezerra de Miranda
Notícia cadastrada em: 21/03/2022 10:37
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