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Banca de DEFESA: ROSINELE LEMOS E LEMOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSINELE LEMOS E LEMOS
DATA: 19/05/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

PADRÃO GEOPROSÓDICO DO PORTUGUÊS FALADO NA AMAZÔNIA ORIENTAL: ANÁLISE COMPARATIVA DAS VARIEDADES DE BELÉM, MACAPÁ E SÃO LUÍS


PALAVRAS-CHAVES:

Prosódia; Entoação Modal; Análise Acústica; Português Brasileiro; Projeto AMPER.


PÁGINAS: 159
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

A presente tese tem como objetivo principal proceder a um mapeamento geoprosódico de três variedades do português brasileiro (PB) falado na Amazônia Oriental: Belém/PA, Macapá/AP e São Luís/MA, tomando como objeto de análise a entoação modal. Trata-se de um estudo com base nos pressupostos da Sociofonética (THOMAS, 2011) por compreender uma análise acústica da fala que considera a atuação dos fatores sociais como sexo e escolaridade, na descrição do fenômeno analisado. A comparação interdialetal das três variedades compreende uma análise acústica dos parâmetros físicos de frequência fundamental (em ST), duração (em Z-score) e intensidade (em Z-score), observados em sentenças declarativas neutras e interrogativas totais. Para a coleta dos dados utilizou-se a metodologia estabelecida pelo projeto Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico (AMPER). O tratamento dos dados consistiu em várias etapas, sendo que duas delas estão em consonância com a metodologia AMPER: a) codificação dos dados; b) isolamento dos áudios em arquivos individuais. As outras etapas foram realizadas com o suporte de scripts criados por Albert Rilliard (LIMSI- CNRS), utilizados na segmentação automática dos dados, a saber: c) scriptlance_batch_easyalign_v3.praat para obter o textgrid dos arquivos .wav; d) script de correção_segmentação.praat para a segmentação fonética no programa Praat 6.0.39, e) scriptAMPER_Textgrid2Txt_V3_boucle_DepoisEasyAlign_v2.praat que gerou os arquivos com os parâmetros acústicos; f) normalização dos parâmetros acústicos. Com os dados tratados, obtiveram-se as medidas acústicas dos parâmetros de frequência fundamental (f0), duração e intensidade, as quais foram organizadas em uma planilha do Excel para posterior tratamento estatístico e elaboração de gráficos no software R. Visando validar as análises acústicas, foram aplicados os testes estatísticos não paramétricos de Kruskal-Wallis e de Wilcoxon. Para esta pesquisa coletaram-se amostras de fala de dezoito locutores, estratificados em sexo, escolaridade (ensino fundamental, médio e superior) e variedade. O corpus total foi composto por 33 sentenças declarativas neutras e 33 interrogativas totais, sendo que os vocábulos utilizados para compor as frases contemplaram as três pautas acentuais do português (oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas), e a extensão das frases contém 10, 13 ou 14 vogais, com as sentenças repetidas seis vezes por cada locutor. No total, contou-se com 3.564 dados analisados (33 sentenças x 2 modalidades x 3 melhores repetições x 6 locutores x 3 variedades). As análises acústicas dos parâmetros de f0 normalizados (em ST), duração (em Z-score) e intensidade (Z-score) são relevantes na caracterização das variedades, observadas na sílaba tônica do último vocábulo da parte nuclear da sentença. As variações de f0, duração e intensidade verificadas na análise acústica interdialetal foram apontadas como significativas, com (p-valor ≤ 0,05) nos testes de Wilcoxon e Kruskal-Wallis. Isso demonstra que há diferenças significativas tanto para o fator variedade quanto para os fatores sociais (sexo e escolaridade dos locutores). As variedades confrontadas registraram um padrão prosódico similar com relação às variações de f0 na caracterização acústica das sentenças declarativas neutras e interrogativas totais. Os resultados apontaram que as variedades-alvo faladas nas capitais paraense, macapaense e ludovicense acompanharam o padrão entoacional descrito para o PB, com elevação do pico entoacional na pretônica e queda de f0 na sílaba tônica na modalidade declarativa neutra (SILVESTRE, 2012). Já as interrogativas totais apresentaram valores de f0 mais baixos nas pretônicas com elevação nas tônicas finais, seguido de queda nas postônicas quando existiram, como o padrão circunflexo descrito por Moraes (1993) para o PB. Com relação ao contorno entoacional observado nas três variedades da Amazônia Oriental, Macapá apresentou contornos mais altos de f0 nas sílabas tônicas finais, nas três pautas acentuais, para as duas modalidades frasais; e Belém registrou contornos de f0 mais baixos em relação às outras capitais. Os resultados das análises acústicas do fator escolaridade mostraram que Macapá apresentou maior variação na altura de f0 nos três níveis de escolaridade, nas três pautas acentuais do português para as duas modalidades frasais. O parâmetro da duração atestou valores mais altos nas tônicas, com tempo de produção semelhante nas duas modalidades frasais, nas três variedades mapeadas, o que não se trata de uma particularidade da entoação modal, mas que está ligada ao acento lexical. Comportamento similar foi atestado com relação ao parâmetro da intensidade que mostrou uma maior concentração de energia na sílaba tônica final tanto nas declarativas neutras quanto nas interrogativas totais. Portanto, o padrão prosódico das variedades-alvo constatado neste estudo tem comportamento semelhante ao PB, uma vez que não houve diferença do ponto de vista da entoação modal entre o padrão verificado no PB e o português falado nas três capitais da Amazônia Oriental.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1945974 - ANGELA FABIOLA ALVES CHAGAS
Externo ao Programa - 2321894 - DORIEDSON DO SOCORRO RODRIGUES
Externo à Instituição - MARIA HELENA DIAS REBELO
Externo ao Programa - 1766027 - RAQUEL MARIA DA SILVA COSTA
Presidente - 1153554 - REGINA CELIA FERNANDES CRUZ
Notícia cadastrada em: 24/03/2021 09:13
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