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Banca de QUALIFICAÇÃO: RAISSA CRISTINA FERREIRA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAISSA CRISTINA FERREIRA COSTA
DATA: 25/09/2019
HORA: 14:30
LOCAL: Laboratório de História-IFCH-UFPA
TÍTULO:

"Nós, os educandos artífices paraenses": Perfil e trajetória dos aprendizes do Instituto Paraense dos Educandos Artífices (1872-1905).


PALAVRAS-CHAVES:

Instituto, Educação, Educandos, Egressos, Trabalho, Pará.


PÁGINAS: 65
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
SUBÁREA: História do Brasil
ESPECIALIDADE: História Regional do Brasil
RESUMO:

Em novembro de 1884, um egresso do Instituto Paraense de Educando Artífices (IPEA) deixa a capital da Província do Pará no expresso “Marajó”[1] para concorrer ao cargo de mestre encarregado pela abertura das oficinas do Instituto Amazonense de Educandos Artífices, sendo bem-sucedido.  Seu nome era Narciso Ferreira Borges, um dos cinquenta meninos matriculados nas duas primeiras gerações do IPEA, sob a condição de desvalidos, filhos da pobreza.

“O Instituto não tem somente um fim muito nobre de dar educação a meninos pobres, elle tem sobre tudo um fim nobilissimo de preparar artistas habeis e morigerados”[2]. Este trecho retirado do Jornal A constituição em 1876 retrata bem o ideal e os objetivos da criação e o funcionamento do Instituto Paraense de Educandos Artífices, pensado em meio a debates parlamentares no que tangem a “questão servil” e como seria a maneira mais amena de pôr fim ao trabalho escravo sem grandes prejuízos a ordem social e econômica, e baseando-se em correntes pedagógicas visando medidas educacionais que serviram de instrumento legitimador para projetos civilizatórios e de formação de mão de obra.

Assim, foi criado em 31 de outubro de 1870 pela lei nº660 que previa, logo em seu primeiro artigo, o caráter de amparo que aquela instituição teria se ao objetivar a abrigar órfãos desvalidos e aos jovens desfavorecidos de fortuna ofertando a instrução primária e o ensino profissional, esta formação deveria servir a estes menores como um sustento, então os retirando da miséria e os transformando em bons cidadãos e, principalmente, formando mão de obra qualificada para a crescente demanda da cidade.

Existem alguns trabalhos sobre este estabelecimento de ensino que contam muito bem sua história quanto instituição, contudo indivíduos como Narciso permanecem em segundo plano, ou até mesmo invisíveis nestes processos que permeiam o fim do trabalho escravo e construção do trabalho livre. Este e outros nomes, como Clarindo Gomes Franco que serviu por algum tempo o corpo de polícia na década de 1880, João T. Wallace seguiu carreira no serviço público como vigia, Pedro Evangelista Leão que atuava no comércio em 1890, dentre outros; fazem parte desta geração que não permitiam alunos pensionistas - com condições de pagar pelo estudo no Instituto - e tem seu pedido de alistamento eleitoral deferido, na maioria dos casos constando sua profissão como artífice.

A passagem pelo Instituto configurou em alguma mudança na condição social e econômica destes meninos e o objetivo desta pesquisa é entender quais foram essas mudanças e qual o processo em que elas estavam envolvidas. Nesse sentido, também se mostrou necessário entender as suas experiências quanto alunos internos desta instituição, sendo assim, definindo o meu recorte entre 1872, ano de abertura do IPEA, a 1905 ano em que a maioria dos alunos destas primeiras turmas tem analisado seu pedido para se tornar eleitor. Utilizo para realizar esta tarefa um banco de dados com informações básicas (Nome, idade estimada, oficina, atuante na arte escolhida, eleitor ou não, etc.) sobre os indivíduos que tiveram a chance de ingressar nessa instituição, até agora os  50 nomes mostram que é possível fazer um parâmetro dos resultados alcançados neste grupo, mas sem descartar informações adicionais que possam me dar a possibilidade de enxergar além dos sujeitos como grupo, então desconsidero a possibilidade de contar uma ou outra trajetória “completa”.

Até agora, essa pesquisa feita pelo método denominado busca nominativa, mostra que em sua maioria, os alunos das primeiras gerações do IPEA obtiveram uma mudança positiva em sua condição social, atuando quase que todos em sua área de formação artística, Embora, haja casos de empregos em outras ou até mesmo fracassos, como prisões, chama a atenção este resultado quase que igual para a maior parte.



[1] Diário de Belem: Folha politica, noticiosa e comercial. Anno XVII. Nº253. 04/11/1884. pág 02. Col 05. Sessão Passageiros

[2]  Jornal A Constituição, orgão do Partido Conservador. Anno III, Nº 87, 20/04/1876. Escriptorio e Typ. – Rua do Norte, Belém/Para


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1152945 - JOSE MAIA BEZERRA NETO
Interno - 1152877 - FRANCIANE GAMA LACERDA
Externo ao Programa - 2655245 - SIDIANA DA CONSOLACAO FERREIRA DE MACEDO
Notícia cadastrada em: 01/09/2019 10:37
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