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Banca de DEFESA: DIANA PRISCILA SA ALBERTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DIANA PRISCILA SA ALBERTO
DATA: 04/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Laboratório de História
TÍTULO:

EMÍLIA SNETHLAGE E HELOÍSA ALBERTO TORRES: Gênero, Ciência e Turismo na Amazônia do século XX


PALAVRAS-CHAVES:

História das Ciências. Gênero. Turismo. Mulheres Cientistas. Amazônia.


PÁGINAS: 260
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
SUBÁREA: História do Brasil
RESUMO:

A presença das mulheres na história da ciência, em especial no mundo Ocidental, confunde-se com a própria constituição dessa área do saber, contudo, por muito tempo elas ficaram nas sombras da atuação masculina. A ciência histórica desde seu nascimento, demarcou o “homem” como o personagem central das narrativas e, mesmo que alguns estudiosos assinalassem que a mulher estava inclusa nesse ser histórico, o campo disciplinar da história as afastou do palco de formação sociocultural da humanidade. As viagens cientificas a partir do século XIX mostraram-se caminho rico para problematizar essa visão e sentidos dos seus silêncios, permitindo conexões interpretativas entre ciência, gênero e turismo. A história da participação feminina na história das ciências na Amazônia no século XX, focalizando a atuação e legado de duas mulheres cientistas, uma alemã e uma brasileira, Emília Snethlage (1868-1929) do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG e Heloísa Alberto Torres (1895-1977) do Museu Nacional do Rio de Janeiro – MNRJ, é a temática central dessa tese. Essas cientistas ao vivenciarem experiência em regiões do Brasil, especialmente na Amazônia, utilizaram-se de táticas para construir um caminho importante em suas áreas de atuação nas ciências naturais (ornitologia) e humanas (antropologia). As expedições por elas realizadas deixaram pistas importantes para a investigação da história do turismo na região, por apresentar elementos que compunham o fenômeno turístico moderno, tais como: hospedagem, alimentação e transporte. A partir dessa contextualização, o objetivo desse trabalho foi investigar, à luz dos estudos da história das ciências, do gênero e do turismo, a participação feminina desempenhada, em particular, por Emília Snethlage e Heloísa Alberto Torres, na construção do conhecimento científico na Amazônia no começo de século XX, adentrando em suas trajetórias profissionais, estratégias e seus respectivos universos. Com relação a problemática questionou-se qual  a importância da atuação das mulheres na história das ciências no Brasil e como se deu a participação específica dessas cientistas na Amazônia? A pesquisa fundamentou-se em Edward P. Thompson com a História Social e suas reflexões sobre a experiência e as táticas no cotidiano; Carlo Ginzburg com a Micro-História ao adentrar nos indícios de outros caminhos feitos por elas; Michelle Perrot, Londa Schiebinger e Anne McClintock ao referendarem o papel da mulher no campo científico, ajudando a inquirir formas de colonialidade vivenciadas no cotidiano de vida e trabalho de Emília e Heloisa. No que tange aos estudos do turismo, dialogou-se com Paulo de Assunção, Alexandre Panosso Netto e Helena. Doris. A. B. Quaresma ao tratarem acerca da reflexão do fenômeno turístico e suas aberturas na história e pesquisa na Amazônia. O percurso metodológico rastreou pistas da atuação dessas mulheres da ciência no Museu Paraense Emílio Goeldi, Arquivo Guilherme de La Penha. Buscou-se também arquivos sobre Emília Snethlage em meio virtual na Biblioteca Nacional Digital e no Museu de Astronomia e Ciências Afins, onde foi encontrado acervo sobre Heloísa Alberto Torres. A pesquisa documental encetou em 2018 e foi até meados de 2022, principalmente por ambiente virtual, em virtude da pandemia de Covid-19. Para responder a problemática da tese, a pesquisa mapeou e analisou evidências em jornais, artigos produzidos por essas cientistas, cartas pessoais, institucionais e romances, que visibilizaram vivências e práticas dessas cientistas em suas instituições e no cotidiano de pesquisas na Amazônia. Com base nesses achados, a tese demonstra que Emília e Heloísa tiveram papel fundamental na construção da ciência na Amazônia, por suas ações e “sensibilidades de mundo”, numa época de plena hegemonia do domínio masculino no campo científico. Essas mulheres construíram suas trajetórias na ornitologia e na antropologia de forma que suas publicações e realizações científicas espraiaram-se para além de suas instituições, marcando espaço na história das ciências no Brasil e no exterior. Outrossim, as viagens revelaram novos rumos para se compreender o fenômeno turístico na região amazônica, já que se utilizaram de elementos constituintes da prática na atividade. Assim, contribuíram para pensar a emergência de uma nova epistemologia sobre viagens turísticas.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ADELIA MARIA MIGLIEVICH RIBEIRO
Presidente - 1805399 - AGENOR SARRAF PACHECO
Interno - 1152703 - CRISTINA DONZA CANCELA
Externo à Instituição - HELENA DORIS DE ALMEIDA BARBOSA
Interno - 301.010.692-00 - NELSON RODRIGUES SANJAD - MPEG
Notícia cadastrada em: 15/07/2022 19:25
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