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Banca de QUALIFICAÇÃO: LYWOUTY REYMOND DE SOUZA NASCIMENTO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LYWOUTY REYMOND DE SOUZA NASCIMENTO
DATA: 09/03/2015
HORA: 09:00
LOCAL: SALA 06 ANEXA AO AUDITORIO PAULO CAVALCANTE-MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI
TÍTULO:

“Revisão Taxonômica das espécies do complexo Micrurus
spixii (Serpentes, Elapidae)”


PALAVRAS-CHAVES:

Micrurus, taxonomia, morfologia.


PÁGINAS: 35
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO:

O gênero Micrurus descrito por Wagler em 1824 apresenta aproximadamente 79 táxons, com ocorrência desde o sudeste dos Estados Unidos ao Sul da América do Sul (região central da Argentina) (Roze, 1996; Silva Jr. & Sites, 2001; Harvey et al., 2003; Campbell & Lamar, 2004; Di Bernardo et. al., 2007; Avila-Pires et al., 2010; Bérnils & Costa, 2013; Uetz & Hozek, 2014). As espécies do gênero são conhecidas popularmente como cobras corais verdadeiras e se caracterizam pela seguinte combinação de caracteres: ausência de loreal, presença de dois pares de mentonianas, subcaudais divididas, 15 escamas dorsais sem redução, fossetas apicais ausentes, dentição proteróglifa e padrão de desenho e coloração bicolor ou tricolor, a última em mônades ou tríades. (Slowinski, 1995; Roze, 1996; Harvey et al., 2003 Campbell & Lamar, 2004).

Roze (1983), com base em caracteres de coloração e morfologia hemipeniana, subdividiu o gênero em dois grupos: o primeiro composto por espécies com hemipênis curto, bilobado e coloração em tríades; e o segundo formado por espécies com hemipênis longo, fortemente bifurcado e coloração em mônades. Posteriormente, Roze (1989), analisando o hemipênis de M. dissoleucus meridensis, propôs a existência de um grupo intermediário para alocar as espécies que apresentam hemipênis com lóbulos moderadamente longos.

A primeira hipótese de relacionamento entre as espécies de Micrurus foi proposta por Slowinski (1995), utilizando como base caracteres bioquímicos e morfológicos, (hemipenianos e cranianos) de 18 espécies.

Uma década depois, Campbell e Lamar (2004) propuseram a classificação das espécies de Micrurus em quatro grupos distintos, com base no padrão de coloração, comprimento da cauda e principalmente na morfologia hemipeniana: 1) grupo monadal, com cauda bicolor e hemipênis delgado fortemente bilobado (44 espécies); 2) grupo centro-americano com coloração em tríades, com hemipênis delgado fortemente bilobado (2 espécies); 3) grupo bicolor, com hemipênis delgado fortemente bilobado e  lóbulos distintos da base (4 espécies); e 4) grupo sul-americano com padrão em tríades, com hemipênis curto e bilobado, podendo ser capitado ou não capitado (mais de 20 espécies). 

Entre as espécies com padrão em tríades, quatro subespécies podem ser reconhecidas no complexo M. spixii: Micrurus spixii spixii Wagler, 1824; Micrurus spixii martiusi Schmidt, 1953; Micrurus spixii obscurus (Jan e Sordelli 1872) e Micrurus spixii princeps (Boulenger, 1905), (Roze, 1996) (Fig. 1).

 

 

Figura 1. Imagens das espécies que compões o complexo Micrurus spixii. (A) Micrurus spixii spixii (Foto: Jorge H. Valencia); (B) Micrurus spixii martiusi (Foto: Renato Gaia); (C) Micrurus spixii obscurus (Foto: Jairo Maldonado) e (D) Micrurus spixii princeps (Foto: Jairo Maldonado).

Trabalhos anteriores apontam possíveis falhas na identificação dos táxons relacionados ao complexo. Harvey et al. (2003) sinonimizaram M. spixii martiusi com M. spixii em seguida, Campbell e Lamar (2004) desconsiderando a posição de Harveryet al. (2003), retornaram o táxon à categoria de subespécie de M. spixii. Feitosa e Prudente (2005) compararam a morfologia externa e hemipeniana de M. s. spixii e M. s. martiusi e não encontraram diferenças significativas entre os táxons. Harvery et al. (2003) revisando as Micrurus da Bolívia, sinonimizaram M. s. princeps com M. s. obscurus e elevaram esta à categoria de espécie. Campbell e Lamar (2004) desconsideraram a proposta de Harvery et al. (2003), reconheceram como uma subespécie de M. spixii.

Tendo como base os trabalhos acerca dos táxons que compões o complexo Micrurus spixii, percebe-se que é necessária uma posição final e objetiva no que diz respeito ao status taxonômico das subespécies do grupo, desta forma este trabalho irá propor uma revisão taxonômica do complexo Micrurus spixii, definido os limites de cada táxon incluído a ampliação dos caracteres externos (merísticos e morfométricos), junto a descrições mais detalhadas do padrão de desenho e coloração e de dados sobre a distribuição geográfica, estão sendo incluídos também dados acerca dos caracteres internos (hemipênis e crânio) que fornecerão informações inéditas com as quais estão sendo possíveis melhores comparações possibilitando uma delimitação mais precisa dos limites de táxons dentro do grupo.

Estão sendo analisados espécimes pertencentes ao complexo M. spixii (incluindo a série tipo) depositados em coleções herpetológicas de museus nacionais e internacionais. Estão sendo realizadas contagem de escamas ventrais, subcaudais, número de tríades e escutelação cefálica. Os caracteres morfométricos das escamas cefálicas, corpo, cauda e tríades de referência estão sendo aferidos em milímetros, com auxilio de fita métrica e paquímetro digital. O padrão de coloração dorsal e ventral será representado por meio de fotografias das regiões dorsal, ventral e caudal, além de desenhos esquemáticos. Para analisar a variação dos dados merísticos e morfométricos e verificar a presença ou ausência de dimorfismo sexual será empregadas análises de variância univariada (ANOVA). A normalidade dos dados será testada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. Quando os dados não obtiverem uma distribuição normal será utilizado o teste-T multivariado de Hotelling para verificar a existência de dimorfismo sexual. Estão sendo preparados hemipênis e crânios para comparação dos caracteres, a representações da morfologia dos crânios e hemipênis estão baseando-se em fotografias em alta resolução com a finalidade de melhor representar e descrever as estruturas analisadas. Finalmente estão sendo produzidos mapas de distribuição geográfica com auxilio de softwares.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 728.427.926-53 - ANA LUCIA DA COSTA PRUDENTE - MPEG
Interno - 2034498 - ANDRE LUIZ NETTO FERREIRA
Externo à Instituição - FLÁVIA RODRIGUES FERNANDES
Externo à Instituição - PEDRO LUIZ VIEIRA DEL PELOSO
Notícia cadastrada em: 04/03/2015 16:13
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