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Banca de QUALIFICAÇÃO: MARINA BARREIRA MENDONÇA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARINA BARREIRA MENDONÇA
DATA: 28/04/2016
HORA: 09:00
LOCAL: SALA 10 ANEXA AO AUDITÓRIO PAULO CALVACANTE LOCALIZADO NO CAMPUS DE PESQUISA MPEG
TÍTULO:

“Sistemática de Ituglanis Costa & Bockmann, 1993 (Siluriformes, Trichomycteridae)”.


PALAVRAS-CHAVES:

Sistemática; Ituglanis; Siluriformes; Trichomycteridae


PÁGINAS: 70
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO:

Os peixes da ordem Siluriformes, conhecidos popularmente como “bagres” e “cascudos”, são caracterizados externamente pela presença de barbilhões, corpo desprovido de escamas e revestido por pele espessa ou coberto total ou parcialmente por placas ósseas (Burgess, 1989). Esta ordem está alocada na segunda maior superordem dos teleósteos, os Ostariophysi, que compreendem 68% das espécies de água doce e 28% de todas as espéscies de peixes conhecidas (Nelson, 2006). Dentro de Siluriformes está alocada Loricarioidea (Figura 1), composta por Nematogenidae, Callichthyidae, Scoloplacidae, Astroblepidae e pelas duas famílias mais diversificadas da ordem, Loricariidae com 916 espécies e Trichomycteridae com 284 espécies (Eschemeyer & Fong, 2016).
O nome Trichomycteridae foi proposto por Gill (1872), que alocou a família na ordem Nematognathi (= Siluriformes) que foi caracterizada, no mesmo trabalho, pela fusão de elementos, não especificados pelo autor, do neurocrânio e cintura peitoral.
Trichomyceridae foi nomeada como Pygidiidae durante anos devido a um equívoco deEigenmann & Eigenmann (1890) na interpretação da história taxonômica dos nomes Trichomycterus e Pygidium. Desta forma o nome da família alternou algumas vezes, dependendo do autor (Regan, 1911- Trichomycteridae; Eigenmann, 1918- Pydigiidae; Berg, 1940- Trichomycteridae). Somente com Tchernavin (1944) que a questão nomeclatural foi elucidada. Tchernavin (1944) verificou que os caracteres apresentados por Meyen (1835) para Pygidium não eram observados em Trichomycterus, concluindo que a sinonímia realizada por Eigenmann & Eigenmann
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(1890) não estava correta e revalidou o nome Trichomycteridae. Os erros taxonômicos persistitram durante alguns anos (Myers, 1944; Gosline, 1945), talvez pela proximidade de data com o trabalho de Tchernavin (1944).
Um dos trabalhos revisivos mais completos de Trichomycteridae é o de Eigenmann (1918), tratando ainda como Pygidiidae, que redescreveu todas as espécies até então conhecidas para a família, descreveu novas espécies e propôs seis subfamílias: Nematogenyinae, Pygidiinae (= Trichomycterinae), Pareiodontinae, Vandelliinae, Stegophilinae e Tridentinae. Posteriormente Myers (1944) propôs Glanapteryginae para agrupar Glanapteryx, Pygidianops e Typhlobelus. Sarcoglandinae foi proposta por Myers e Weitzmann (1966) para alocar Sarcoglanis e Malacoglanis. Baskin (1973) sinonimizou Pareiodontinae a Stegophilinae, e Isbrücker (1986), sem maiores comentários, propôs a subfamília Trichogeninae para alocar Trichogenes longipinnis. A última subfamília a ser proposta foi Copionodontinae por de Pinna (1992) para alocar Copionodon e Glaphyropoma, então descritas.
Atualmente Trichomycteridae está composta por oito subfamílias (Eschemeyer & Fong, 2016): Copionodontinae, Trichogeninae, Trichomycterinae, Vandelliinae, Stegophilinae, Tridentinae, Glanapteryginae, Sarcoglandinae. Tricomycterídios são espécies de pequeno porte e popularmente conhecidos como “candirus” (de Pinna, 1998; Wosiacki, 2002). São rotulados como parasitas devido ao hábito alimentar peculiar das espécies de Stegophilinae, que alimentam-se de mucos e escamas (Baskin et al., 1980; Winemiller & Yan, 1989) e Vandelliinae, que alimentam-se de sangue (Kelley & Atz, 1964; Machado & Sazima, 1983). Representantes de Trichomycteridae são distintos dos demais loricarióides, principalmente por uma placa de odontódios no interopérculo que pode ser observada de perspectivas ventral ou ventrolateral (Baskin, 1973; de Pinna, 1998; Wosiacki, 2002; de Pinna & Wosiacki, 2003). Alguns táxons apresentam modificações relacionadas à esta placa, como os Glanapteryginae, que perderam os odontódios interoperculares, mas apresentam um formato alterado, tipicamente encontrado em tricomicterídeos. As especializações nos aparatos opercular e interopercular, além de permitirem o parasitismo citado acima, habilitam os tricomicterídeos a transpor corredeiras, podendo explicar parte de sua ampla distribução.
Sinapomorfias relacionadas ao aparato opercular foram propostas para a família por de Pinna (1992 e 1998), dentre elas a redução anteroposterior do interopercular,
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larga expansão ventral ou posteroventral no interopercular, e opercular e interopercular conectados por um forte ligamento. Os tricomycterídeos também podem ser caracteriazdos pela presença de um par de barbilhões (maxilar e rictal) no ângulo da boca, um par de barbilhões nasal na narina anterior, ausência de espinho na nadadeira dorsal e do respectivo mecanismo de travamento, nadadeira dorsal localizada na porção posterior do corpo, nadadeira pélvica com i,4 raios e ausência de nadadeira adiposa (de Pinna & Wosiacki, 2003).
As espécies da família são amplamente distribuídas na região Neotropical, ocorrendo desde a Costa Rica até a Patagônia, com representantes Cis e Trans-andinos, com registros de espécies próximos ao nível do mar, na foz de rios litorâneos do Oceano Atlântico, até 4.500m de altitude, no lago Titicaca, Bolívia/Peru (Eigenmann, 1918; Baskin, 1973; de Pinna & Wosiacki, 2003).
O gênero Ituglanis foi proposto por Costa & Bockmann (1993) sem uma proposição de alocação supragenérica, estando provisoriamente em Trichomycterinae (de Pinna & Wosiacki, 2003; Datovo & Bockmann, 2010; Eschemeyer & Fong, 2016). Costa & Bockmann (1993) observaram um grupo de nove espécies, previamente alocadas em Trichomycterus, que compartilham três sinapomorfias relacionadas à osteologia craniana. Com base nestes caracteres, resultaram as seguintes combinações novas: I. amazonicus (Steindachner, 1882), I. eichorniarum (Miranda Ribeiro, 1912), I. gracilior (Eigenmann, 1912), I. herberti (Miranda Ribeiro, 1940), I. laticeps (Kner, 1863), I. metae (Eigenmann, 1917), I. parahybae (Eigenmann, 1918), I. parkoi (Miranda Ribeiro, 1944), I. proops (Miranda Ribeiro, 1908). Atualmente o grupo possui 25 espécies válidas restritas às drenagens da América do Sul (Ferrer et al., 2015). O grupo é extremamente diverso, habitando corredeiras, serrapilheira no fundo dos rios e cavernas onde as espécies troglomófilas I. bambui Bichuette & Trajano, 2004, I. epikarsticus Bichuette & Trajano, 2004, I. mambai Bichuette & Trajano, 2008, I. passensis Fernández & Bichuette, 2002, I. ramiroi Bichuette & Trajano, 2004 e I. boticario Rizzato & Bichuette, 2015 apresentam modificações extremas no corpo para viver em nichos adversos.
Atualmente, o relacionamento de Ituglanis dentro de Trichomycteridae permanece sem consenso (de Pinna, 1998; Wosiacki, 2002; Datovo & Bockmann, 2010; Datovo, 2014), e o relacionamento das espécies do gênero é desconhecido, com algumas hipóteses de agrupamentos, baseados em inferências de caracteres compartilhados (de Pinna & Keith, 2003; Datovo, 2014) que necessitam ser testados. Adicionalmente, problemas taxonômicos, falta de entendimento único na definição da nomenclatura de caracteres, diagnoses imprecisas e subestimativa do número de espécies resultam em um hiato na taxonomia de Ituglanis, dificultando a identificação correta e o reconhecimento de novos táxons.
Desta forma, o presente projeto objetiva a revisão taxonômica do gênero e propor uma hipótese filogenética para Ituglanis, avaliando as relações do gênero na família, bem como as relações interespecíficas do grupo.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 728.427.926-53 - ANA LUCIA DA COSTA PRUDENTE - MPEG
Externo à Instituição - GUILHERME MOREIRA DUTRA
Externo à Instituição - MARCELO JOSE STURARO
Presidente - 561.718.979-49 - WOLMAR BENJAMIN WOSIACKI - MPEG
Notícia cadastrada em: 05/04/2016 13:07
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