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Banca de DEFESA: ADERSON VICTOR SANTOS DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ADERSON VICTOR SANTOS DE SOUSA
DATA: 30/04/2019
HORA: 10:00
LOCAL: Sala de Aula Teórica (SAT) 01 - ICB UFPA
TÍTULO:

Avaliação dos níveis de mercúrio em peixes e sedimentos da Baía de Portel e no Rio Trombetas no Estado do Pará, Amazônia, Brasil

 


PALAVRAS-CHAVES:

Bioacumulação, biomagnificação, mercúrio na Amazônia, ecotoxicologia.


PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

O emprego do mercúrio em atividades de mineração de ouro, com consequente contaminação do ecossistema, é bem documentado na bacia amazônica. Contudo, estudos realizados em locais sem o histórico da atividade são necessários, pois os solos da região são um importante reservatório natural de mercúrio. O objetivo do estudo é avaliar os níveis de mercúrio total em tecido muscular de peixes e sedimento de fundo provenientes da Baía de Portel e do rio Trombetas no estado do Pará, Amazônia, Brasil. Para a análise de mercúrio total (HgT) nos músculos de peixes e sedimento, foi empregado o método de Espectrometria de Absorção Atômica por Geração de Vapor Frio – CVAAS. Ao todo foram analisados 419 espécimes de peixes, capturados durante o período chuvoso. Destes, 98 exemplares capturados na baía de Portel, com 18 espécies, e 321 no rio Trombetas, com 51 espécies. Também foi coletado sedimento de fundo dos rios, com 12 pontos definidos na baía de Portel (SP1 a SP12) e 20 pontos ao longo do rio Trombetas e lagos da região. As campanhas ocorreram em fevereiro e março de 2017 na baía de Portel e rio Trombetas, respectivamente. Para baía de Portel as espécies foram classificadas em quatro grupos de acordo com o hábito alimentar (piscívoro, carnívoro, onívoro e herbívoro), no qual, os carnívoros apresentaram a maior concentração média de HgT em músculo, com 0,115 µg/g. Jejú (Hoplerythrinus unitaeniatus) foi a espécie com maior concentração média 0.193 µg/g. Em ordem decrescente de concentração média de HgT em músculo de peixes, obteve-se carnívoro>piscívoro>onívoro>herbívoro. O teste de Kruskal-Wallis apontou de que os carnívoros não apresentaram diferencia significativa com os peixes de hábito piscívoro. O mesmo foi observado para a relação das espécies herbívoras e onívoras. No entanto, foi possível observar uma tendência de elevação dos níveis de mercúrio em tecido muscular com relação ao nível trófico, onde espécies carnívoras e piscívoras apresentaram maiores concentrações em comparação com as espécies onívoras e herbívoras. Em relação aos sedimentos, dos 12 pontos de coleta, foi verificado que cinco pontos apresentaram valores acima do preconizado pela legislação brasileira, de 0,17 µg/g (Resolução CONAMA Nº 454/2012), onde forma incluídos no nível 1 (limite do qual há menor probabilidade de efeitos adversos à biota), os demais pontos ficaram abaixo desse valor limite, ou seja, sem riscos adversos a biota. Os peixes capturados no rio Trombetas foram agrupados em cinco grupos (piscívoro, carnívoro, onívoro, detritívoro e herbívoro). Para essa região, os carnívoros também apresentaram maior concentração média de HgT em músculo de peixes, com 0,55 µg/g, estando acima do estabelecido pela legislação. Apesar de apresentarem a seguinte ordem decrescente de concentração média de HgT, carnívoro> piscívoro> onívoro> herbívoro> detritívoro, algumas espécies isoladas apresentaram valores elevados, como os piscívoros Hoplias malabaricus (0.857 µg/g) e Serrasalmus sp. (0.548 µg/g) e o onívoro Tripotheus sp. (1.223 µg/g), que apresentou valor três vezes acima do permitido. Para o compartimento abiótico, foram analisados 20 pontos, desses, 12 registraram concentrações de mercúrio acima dos valores estabelecidos pela legislação de 0,17 mg.kg-1, sendo alocados no nível 1. Os demais pontos apresentaram valores inferiores. Diante dos resultados, podemos concluir que os peixes comercializados na cidade de Portel se apresentam dentro dos critérios de segurança para a população, estando abaixo do valor de 0,5 µg/g estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, muito dos peixes analisados em Oriximiná, principalmente os de hábito carnívoro, apresentam valores acima do permitido, podendo ocasionar risco de exposição a população local, sendo mais relevante para populações que possuem o peixe como fonte principal de proteínas na dieta alimentar, devido a bioacumulação desse metal no organismo. Para o sedimento de fundo das localidades estudadas, de modo geral, não apresentaram riscos ambientais, pois estão abaixo dos valores recomendados pela resolução CONAMA Nº 454/2012, e os pontos que estavam acima de 0,170 mg/Kg, se enquadram no Nível 1, caracterizando áreas com baixa probabilidade de efeitos adversos à biota.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1649237 - LILIAN LUND AMADO
Externo à Instituição - LYGIA SEGA NOGUEIRA
Presidente - 301.091.322-20 - MARCELO DE OLIVEIRA LIMA - IEC
Externo à Instituição - ROSIVALDO DE ALCANTARA MENDES
Externo ao Programa - 1890990 - TATIANA DA SILVA PEREIRA
Interno - 2785417 - TOMMASO GIARRIZZO
Notícia cadastrada em: 02/04/2019 15:45
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