Estudos sobre contaminação por arsênio (As) e mercúrio (Hg) ainda são escassos na faixa tropical, especialmente na zona costeira amazônica. A Costa Norte do Brasil é densamente habitada e possui regiões bastante sobressaídas de consumo e comercialização de pescado, o que pode ser um risco de exposição indireta ao mercúrio pela ingestão de organismos contaminados. Visto isso, o objetivo geral deste trabalho é mensurar os níveis de Hg e As em peixes marinhos e estuarinos de importância ecológica e comercial na Costa Norte do Brasil, investigando bioacumulação, sazonalidade e exposição à saúde humana (Hg e As), bem como biomagnificação, biocinética e plasticidade em interações tróficas de peixes cartilagenosos (Hg). Para isso, serão realizadas campanhas semestrais durante os embarques pesqueiros ao longo da Costa Norte, além de amostragem em municípios paraenses com presença marcante de atividade pesqueira. As concentrações de mercúrio e arsênio serão determinadas por ICP-MS, e os níveis tróficos das espécies serão determinados por formulas empíricas utilizando a assinatura isotópica do nitrogênio (15N). O projeto já possui aproximadamente 70% do material coletado, sendo o restante garantido por parceria com o CEPNOR. Espera-se encontrar traços de contaminantes nos tecidos dos peixes analisados, em especial no fígado, em concentrações positivamente relacionadas com seus respectivos níveis tróficos. Além disso, espera-se encontrar sazonalidade na concentração de mercúrio e arsênio entre período de cheia e seca, sendo maiores neste ultimo e, portanto, elevando risco de exposição indireta de metais à saúde humana. Por fim, espera-se comprovar a plasticidade das interações tróficas dos peixes cartilaginosos que habitam a Costa Norte do Brasil.