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Banca de DEFESA: YAN RAFAEL BATISTA ELMESCANY

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: YAN RAFAEL BATISTA ELMESCANY
DATA: 24/03/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 17, Prédio II, NTPC
TÍTULO:

Competição e Cooperação por Recursos entre Irmãos e Ambiente Parental em Famílias Nucleares


PALAVRAS-CHAVES:

competição; cooperação; recursos; irmãos; ambiente parental; configurações familiares.


PÁGINAS: 69
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Os eventos de competição e cooperação entre irmãos são considerados práticas comuns que envolvem a sua relação durante seu período de desenvolvimento. Através de uma ótica evolutiva, estudos demonstram que a competição entre irmãos, na espécie humana e em espécies não humanas, é fomentada pela disputa de recursos limitados, enquanto a cooperação pode depender da qualidade da coparentalidade promovida pelos pais e do temperamento dos irmãos mais velhos (primogênitos). Dentre os recursos envolvidos na relação fraterna durante a infância, consideramos o compartilhamento de itens pessoais e a disputa pela atenção dos pais voltados para a competição e a proteção e/ou assistência na criação dos irmãos mais novos voltados para a cooperação. A maneira como se constitui a relação entre irmãos desde o seu início depende de fatores ambientais encontrados dentro do seu contexto familiar e protagonizados por seus pais, na forma como ditam as interações entre os indivíduos pertencentes a família. Dessa forma, a compreensão das relações de cooperação e competição entre irmãos passa pela elucidação de como a família está constituída e de como estão estruturadas as relações entre os irmãos, entre eles e os cuidadores e o ambiente parental experienciado. O objetivo desta pesquisa foi avaliar possíveis relações entre variáveis socioeconômicas, de configuração familiar, do ambiente parental (qualidade da relação dos pais e do cuidado do pai), e níveis de competição e cooperação por recursos em irmãos durante a infância a partir da percepção materna. Foram utilizadas medidas indiretas através de instrumentos aplicados às mães, com o objetivo de observar maiores ou menores níveis de competição e cooperação por recursos entre os irmãos durante a fase de desenvolvimento da infância, bem como, seus níveis de envolvimento positivo e negativo. As participantes foram compostas por mães de dois filhos do sexo masculino (até 12 anos de idade), de dois tipos de configurações familiares selecionadas para esta pesquisa, são elas, as Famílias Nucleares compostas por mãe, pai e filhos, e as Famílias Monoparentais Maternas, compostas por mãe e filhos. Os instrumentos foram aplicados em ambiente virtual (Google Forms). Os instrumentos deste estudo são três questionários que foram aplicados às mães, o questionário de caracterização ambiental do desenvolvimento, o questionário de competição e cooperação por recursos (QCCR) e o inventário de comportamento de irmãos (SIB). Após o aceite do Comitê de Ética, a pesquisa foi divulgada amplamente para a população brasileira, nas redes sociais (Facebook, Instagram e Whatsapp) e por meio da indicação de amigos, utilizando o método Bola de Neve. Os dados obtidos, por meio das mães, acerca das variáveis sociodemográficas, de ambiente parental, dos níveis de competição/cooperação e de envolvimento positivo/negativo dos irmãos, foram tratados através dos testes estatísticos de correlação, qui-quadrado e análises post hoc. Houve correlação positiva entre as subescalas de companheirismo e empatia e empatia e ensino, indicando a consistência do fator de envolvimento positivo do SIB já prevista dentro do instrumento e entre a subescala de empatia do SIB com a subescala de cuidado do QCCR, apontando que provavelmente maiores níveis de comportamentos voltados para o cuidado do irmão mais novo redundam em maior o nível de empatia do irmão mais velho pelo mais novo. Encontramos correlações que demonstram haver presença de comportamentos de envolvimento positivo e de cooperação, podendo indicar um cenário onde seja vantajoso para os irmãos em termos de custo/benefício serem empáticos e cooperativos entre si. Contudo, como nosso tamanho amostral é pequeno, não podemos confirmar esse cenário com mais robustez. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de renda apenas em relação aos escores de atenção e não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de renda em relação aos escores de cuidado. Análises post hoc evidenciaram que houve diferença estatisticamente significativa nos escores de competição por atenção dos filhos de mães com rendas entre 3 a 6 salários mínimos e mães com rendas entre 9 a 12 salários mínimos. Foi observado efeito de teto nos escores de cuidado e participação do pai, assim como os escores de qualidade da relação dos pais. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de renda em relação ao cuidado do pai com os filhos e em relação à qualidade do relacionamento dos pais. Sendo os irmãos, expostos a uma renda familiar mais alta, exibiram níveis mais baixos de comportamentos tipificados como problemas de conduta dentro de famílias nucleares e como não foi encontrado diferenças significativas entre renda e cuidado do pai, assim como, entre renda e qualidade do relacionamento do pai com a mãe, presumimos que, além da pequena amostra que temos, o efeito de teto acerca desses dois fatores possam ser associados a constituição de um relacionamento de maior apoio entre os pais e a manutenção de um ambiente doméstico mais saudável para os irmãos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os níveis de cuidado do pai em relação aos escores de competição por brinquedos, por atenção e em relação aos escores de cuidado entre irmãos. Também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os níveis de qualidade da relação do casal em relação aos escores de competição por brinquedos e por atenção, e em relação aos escores de cuidado entre irmãos. Consideravámos que medidas do papel do pai na dinâmica familiar pudessem avaliar a influência da coparentalidade e apoio entre o casal sobre a relação de competição e cooperação entre os irmãos. Portanto, é necessário o desenvolvimento de mais pesquisas que foquem nos aspectos que se relacionam no estudo do complexo fenômeno da relação entre irmãos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FIVIA DE ARAUJO LOPES
Interno - 842.354.202-59 - MAURO DIAS SILVA JUNIOR - UnB
Interno - 1689637 - NATALIA BEZERRA DUTRA
Presidente - 2368178 - RACHEL COELHO RIPARDO TEIXEIRA
Notícia cadastrada em: 24/03/2023 13:42
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