Uso da fauna silvestre como medicina tradicional no Baixo Tocantins, Pará-Brasil
Amazônia; Etnozoologia, Medicina tradicional, Zooterapia.
A zooterapia utiliza produtos e subprodutos de fauna silvestre como medicamento para a prevenção ou tratamento de enfermidades humanas ou animais. Tais tradições e práticas culturais se perpetuam por meio da oralidade; e geram recursos econômicos consideráveis, sobretudo na Ásia, África e América Latina. O uso desses produtos tem um impacto importante na conservação de animais silvestres em vários países, e envolve a rede internacional de tráfico de fauna, um exemplo atual é a caça furtiva de chifres de rinocerontes na África do Sul para abastecer o mercado da medicina tradicional chinesa. Nas comunidades amazônicas, a zooterapia tem importância social e terapêutico muito relevante, seja em grupos indígenas, ribeirinhos ou daqueles que vivem em assentamentos rurais, que estão distantes de grandes centros urbanos. Na ausência de políticas de saúde, ou quando estas se revelam frágeis, a medicina tradicional se torna uma alternativa local e acessível para essas populações. Este trabalho tem por objetivo principal identificar o uso de produtos e subprodutos faunísticos, para fins medicinais humanos, na área urbana e rural do baixo Tocantins, e prever as possíveis implicações desta prática na conservação da fauna local.