DIVERSIDADE MICROBIANA ISOLADOS DA CLOACA de Kinosternon scorpioides CRIADOS EM CATIVEIRO
Kinosternon scorpioides, bactérias intestinais, zoonoses, fauna silvestre, consumo.
As elevadas densidades populacionais humanas e de animais domésticos promovem cada vez mais um contato maior com espécies silvestres. Este contato aproxima agentes infecciosos e/ou parasitários no sentido de encontrarem novos hospedeiros e novos ambientes nos quais existem condições de manutenção, multiplicação e transmissão dos mesmos. Os quelônios, assim como outros répteis, são considerados reservatórios regulares para certas bactérias patogênicas aos seres humanos. Por serem um alimento muito apreciado na culinária da Amazônia, as espécies sofrem intenso impacto antrópico, e entre as espécies de quelônios mais exploradas no Brasil, destaca-se o muçuã (Kinosternon scorpioides). Este trabalho teve como objetivo principal verificar a ocorrência das principais bactérias com potencial zoonótico presentes na cloaca de muçuãs (K. scorpioides) criados em cativeiro. Com a finalidade de verificar a microbiota de K. scorpiodes, foram colhidas amostras cloacais de 66 indivíduos desta espécie do criatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Amazônia Oriental (7310/2014-SEMAS-PA), localizado em Salvaterra Ilha de Marajó-PA. As amostras foram semeadas em placas de petri contendo Ágar MacConkey e Agar Xilose Lisina incubadas à temperatura de 37°C por 24-48h em estufa bacteriológica. Adicionalmente, as colônias foram replicadas em Ágar nutriente à temperatura de 37°C por 24h. A identificação das características morfológicas das colônias bacterianas foi realizada por meio de testes tintoriais e provas bioquímicas. Foram identificados 10 gêneros bacterianos, tendo com destaque para Escherichia coli, Proteus sp. e Edwarsiella sp. Os resultados revelam que os muçuãs atuam significativamente como reservatórios de bactérias gram negativas causadoras de toxi-infecções de importância na saúde pública.