PANC na visão de estudantes de Ciências Biológicas da Amazônia.
Etnobotânica, Plantas alimentícias, Agrobiodiversidade, Ensino de Biologia, Soberania alimentar.
As plantas alimentícias não convencionais são todas aquelas plantas ou partes de plantas que possuem aproveitamento para alimentação humana, no entanto muitas vezes são inexploradas ou subutilizadas. O presente trabalho verificou o conhecimento e a utilização de plantas alimentícias não convencionais por estudantes de Ciências Biológicas da região Amazônica. A coleta das respostas foi realizada de março a junho de 2022 por meio de formulário eletrônico no Google Forms®. Obteve-se um número de 82 participantes de 10 Universidades Públicas Federais, sendo prevalente o gênero feminino. O conhecimento do termo PANC (plantas alimentícias não convencionais) foi relatado por 56% dos participantes. Foram registradas 112 espécies de plantas, dessas a maioria nativa com alto percentual de consumo (71%) dentre as espécies mais citadas apareceram: Manihot esculenta Crantz (mandioca), Xanthosoma sagittifolium (taioba), Acmella oleracea (jambu) e Physalis angulata (camapu) onde os principais lugares de obtenção foram: quintais, hortas, sítios e feiras. As partes vegetais mais utilizadas por categorias foram os frutos (77%), raízes e caules (76%), folhas (68%) e flores ou sementes (61%). O potencial alimentício é elevado na forma in natura para frutos, flores e sementes. A origem do conhecimento sobre as PANC é predominantemente familiar (42%) seguida de professores (22%). A relevância desse conhecimento para área de estudo segundo os estudantes se dá pelas questões de qualidade de vida e possibilidades de ensino uma vez que as consideram mais importantes do ponto de vista alimentar e científico. Apesar de conhecidas, ainda são negligenciadas e carecem de melhor divulgação e popularização.