LACUNAS PARA A CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES E DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DE MORCEGOS NO BRASIL
chiroptera, unidades de conservação, modelagem de distribuição de espécies
A conservação da biodiversidade tem enfrentado diversos problemas ao longo dos anos em virtude da falta de conhecimento da distribuição geográfica, indisponibilidade de recursos financeiros e a sobreposição de interesses entre a conservação e o desenvolvimento agrícola. Mediante a essa conjuntura, uma forma de diminuir a modificação do uso e cobertura do solo e consequente conservar habitats, espécies e seus serviços ecológicos, é através da criação e manutenção das unidades de conservação. Entretanto, essa proteção nem sempre é completa e, às vezes, ineficiente, uma vez que as áreas para preservação são selecionadas arbitrariamente, impossibilitando que espécies raras não sejam protegidas. Entre os mamíferos, a ordem Chiroptera é a segunda mais diversa: com aproximadamente 1420 espécies no mundo e 180 no Brasil, apresentando significativo papel ecológico através da oferta de recursos ecossistêmicos. De tal modo, essa pesquisa objetiva identificar a contribuição das unidades de conservação brasileiras para a conservação dos morcegos e seus recursos ecossistêmicos. Utilizaremos bancos de dados virtuais para verificar pontos de ocorrência das espécies, além das 19 variáveis bioclimáticas para toda região neotropical. A partir disso, serão gerados mapas de distribuição das espécies através do programa Máxima Entropia (MaxEnt) e avaliados através das curvas características de operação (ROC) pautadas no cálculo da área sobre a curva (AUC) que oferecem medidas de desempenho do modelo. Em última análise, determinaremos em que medida cada tipo de unidade de conservação contribui para a manutenção das espécies, além de entender qual a escala de distribuição dessas espécies para que estejam dentro de uma única unidade. Através desse estudo, poderemos determinar a real contribuição de cada grupo de unidades de conservação para a manutenção das espécies de morcegos e os serviços ecossistêmicos prestados.