INVESTIGAÇÃO DE VARIANTES GENÉTICAS EM GENES PRECURSORES E DO PROCESSAMENTO DE MICRORNA EM ASSOCIAÇÃO COM A TOXICIDADE DURANTE O TRATAMENTO DA LLA EM PACIENTES NA REGIÃO AMAZÔNICA
Farmacogenômica; Leucemia Linfoide Aguda; Medicina de precisa; Toxicidade; População miscigenada; Brasil.
A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) é o tipo de neoplasia maligna infantil mais comum em todo o mundo. Diferentes publicações da literatura relatam que a terapia padrão empregada para o tratamento de LLA apresenta sucesso clínico diferenciado em populações etnicamente distintas. No geral, o sucesso do tratamento clínico é maior em populações europeias e menor em populações hispânicas e com elevada contribuição ameríndia. Nestas populações, o prognóstico desfavorável está relacionado principalmente com a ocorrência de toxidades graves que limitam o tratamento adequado e podem, muitas vezes, levar à morte dos pacientes. As diferenças étnicas observadas no padrão divergente de resposta a fármacos podem ser explicadas, em boa parte, por flutuações nas frequências de importantes variantes funcionais de genes associados com o metabolismo e a decomposição dos fármacos empregados na terapia. Atualmente, muitas variantes funcionais têm sido comumente empregadas na prática clínica como biomarcadores moleculares que permitem definir a melhor conduta no tratamento, com o intuito de estabelecer uma terapia mais eficiente e personalizada. Em todo caso, o conhecimento prévio da variabilidade presente em uma determinada população é fundamental para a escolha dos melhores biomarcadores a serem empregados na prática clínica. Este conhecimento é especialmente necessário quando se trata de populações miscigenadas, como a população brasileira. É mais especial ainda quando se trata de populações amazônicas, formadas com elevada contribuição de Nativos Americanos, grupo étnico para o qual é muito reduzido o conhecimento sobre a variabilidade genética presente. Logo, estudos genômicos capazes de identificar a variabilidade genética de marcadores associados com resposta e toxicidade à terapia da LLA em populações ameríndias e delas derivadas são de grande impacto científico e podem refletir positivamente na saúde pública desses povos. O presente projeto objetiva investigar a variabilidade genômica presente em genes responsáveis pela absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) de fármacos usados no tratamento da LLA em pacientes ameríndios e miscigenados. O presente estudo pretende contribuir para o estabelecimento da medicina de precisão no Brasil, maximizando a eficácia terapêutica e minimizando toxicidades associadas.