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Banca de QUALIFICAÇÃO: DANILO GUSTAVO SILVEIRA ASP

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANILO GUSTAVO SILVEIRA ASP
DATA: 06/01/2022
HORA: 14:30
LOCAL: On line
TÍTULO:

CACOS DA MEMÓRIA: FRAGMENTOS DA INTERCULTURALIDADE

AMAZÔNICA NA COMUNIDADE BUÇU (AUGUSTO CORRÊA-PA, BRASIL)


PALAVRAS-CHAVES:

Cultura material. Identidade e memória. Relações étnico-raciais. Sentido de Pertença. Antropologia visual.


PÁGINAS: 135
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

Buçu (ubuçu) é o nome de uma árvore amazônica. A origem etimológica é Tupi, mbusú, todavia, o termo batiza uma comunidade rural em Augusto Corrêa-PA, lócus da pesquisa, território outrora conhecido como Sesmaria de Urumajó. Ali plantam maniva, feijão e açaí dentre outras culturas, mantêm pequenas criações de gado e fazem uma farinha “boa”, pois a mandioca repousa nas límpidas águas do rio Buçu, onde lavam as roupas, banham e pescam. A cerca de 10 km de distância da localidade está Nova Olinda, antiga Aldeia Imboraí (ali viveram indígenas “descidos” e padres jesuítas lusitanos no séc. XVII), onde o Marques do Pombal mandou alocar colonos portugueses (açorianos) em 1753. Mais à oeste, algo em torno de 5 km, encontra-se a Comunidade Peroba, conhecida como “terra de negros”, uma vez que há vestígios históricos a reconhecer a localidade como área de antigos mocambos, onde residem atualmente remanescentes de quilombolas. Sem embargo, em meados de 2018, o agricultor Marciano Corrêa, auto intitulado “pai de família” e “trabalhador da roça”, dizendo-se ser “descendente de portugueses”, dirigiu-se à Universidade e relatou suas inquietações sobre a história do lugar onde vive, trazendo peças materiais encontradas em suas lavouras, quando cavavam um buraco para cerca. A análise preliminar constatou serem cacos de cerâmica indígena decorada, associados a fragmentos ósseos de origem humana. O relato espontâneo e natureza peculiar do “achado fortuito” instigou os pesquisadores a formar uma rede de colaboração para estudo do caso. Em visitas à localidade foram gravadas entrevistas e no trabalho de campo, aquando coletaram-se à superfície lavrada mais artefatos arqueológicos, incluindo ferramentas líticas. Com efeito, as análises e interpretações permitiram entender a história social e cultural das famílias camponesas ribeirinhas buçuzences, enquanto uma construção plenamente intercultural, engendrada sob as camadas de um caldeamento interétnico secular, conformador desta epistemologia cabocla que se observa nos modos vivendi e operandi dos agentes da pesquisa, marcando tanto em sua pertença, sua identidade quanto sua memória.  Portanto, a hipótese de que talvez o que Marciano procura em ‘outros’, os indígenas, se trata de um caminho que o leve a encontrar a si mesmo em seus próprios ‘parentes’, antepassados longínquos, habitantes primitivos do território, antes da chegada de europeus. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1694336 - ROBERTA SA LEITAO BARBOZA
Interno - 3573682 - JOSICLEI DE SOUZA SANTOS
Externo ao Programa - 3342841 - LUIS JUNIOR COSTA SARAIVA
Externo à Instituição - MYRIAN SA LEITAO BARBOZA
Notícia cadastrada em: 21/12/2021 09:27
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