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Banca de DEFESA: MARIA LUCIA FERREIRA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA LUCIA FERREIRA DOS SANTOS
DATA: 26/03/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

PROFESSORA, TEM ERRO AQUI? CARANGUEIJO, SISNEI E ALÇE: consciência fonológica e dificuldades de escrita em alunos do 5o ano de três escolas públicas de Belém-Pará


PALAVRAS-CHAVES:

Consciência fonológica; Erros ortográficos; Escrita; Processos fonético-fonológicos.


PÁGINAS: 253
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

A problemática relacionada à escrita de determinados vocábulos que alguns alunos enfrentam quase que diariamente na hora de realizarem as diversas tarefas escolares, mais especificamente as de Língua Portuguesa, não é fruto somente de suas dificuldades de aprendizagem, mas também do desconhecimento que eles têm do próprio sistema fonológico do Português Brasileiro (doravante PB). Ou seja, pelo fato de este ser bastante complexo, ainda não possuem, nos dizeres de Capovila e Capovilla (2000), a capacidade de identificar, isolar, manipular, combinar e segmentar mentalmente, e de modo preciso, os segmentos fonológicos da língua, habilidade essa denominada de Consciência Fonológica (CF). Logo, quando desconhecem tal habilidade, a tendência é, obviamente, grafarem de forma incorreta palavras que lhes provocam dúvidas quanto à grafia e, como consequência dessa incompreensão, surgem os erros ortográficos, quer seja quando omitem, acrescentam ou trocam letras, quer seja quando transcrevem a fala para a escrita. Assim, partindo da concepção de que a prática da CF estimula avanços no desempenho fonológico de crianças que apresentam ou não problemas de aprendizagem, pretendemos, com esta pesquisa, investigar as dificuldades de aprendizagem de escrita de alunos matriculados no 5o ano, de três escolas públicas localizadas em Belém-Pará, bem como pesquisar se acontece ou não a aplicação da CF nesse nível de escolarização. Objetivamos, também: 1) identificar os erros mais recorrentes na escrita desses alunos, verificando suas maiores necessidades em compreender a relação grafofonêmica; 2) descrever o desempenho deles, a partir de um ditado de palavras isoladas; 3) categorizar os erros ortográficos encontrados em suas escritas; e 4) apresentar uma proposta de intervenção à luz da CF que possa auxiliar o professor para a diminuição da incidência de erros ortográficos em sua sala de aula. Para tanto, duas hipóteses nortearam o desenvolvimento desta investigação: (a) alguns alunos ainda concebem a escrita como essencialmente fonética, por isso, têm dificuldades em segmentar e analisar os sons que compõem as palavras, ou seja, não têm consciência do sistema sonoro da língua; e (b) certas metodologias utilizadas por uma parcela considerável de professores não parecem ser satisfatórias para o ensino da escrita, pelo fato de não estarem fundamentadas em conhecimentos consistentes acerca da natureza do sistema ortográfico. Nossas hipóteses partiram da concepção de que o bom desenvolvimento da CF desempenha um papel importante na aquisição do sistema alfabético. Dessa maneira, é essencial que haja investimento na capacitação de professores, a fim de que eles possam desenvolver as habilidades necessárias para a realização das atividades de CF, não somente nas séries iniciais do Ensino Fundamental I, como também nos demais níveis de escolarização. É uma pesquisa de campo, de cunho quanti-qualitativo. Os erros recorrentes na escrita dos textos selecionados para a análise desta pesquisa são referentes a erros resultantes: i) da troca de letras e fonemas, ii) do acréscimo de letras, iii) da ausência de letras e sílabas, e iv) por metátese. Assim, para a realização da coleta de dados deste estudo, aplicamos uma atividade composta por pequenos textos ilustrados com figuras de vinte e cinco animais. Nesses textos, houve um espaço em branco para que o aluno escrevesse, a partir do ditado, o nome de cada um dos animais da ilustração. Nosso propósito, com isso, foi avaliar a habilidade de codificação ortográfica com base na escrita dos alunos, para, então, fazermos a análise desses dados. O embasamento teórico desta investigação foi pautado em questões sobre fonética e fonologia alicerçado nos trabalhos de Cristófaro-Silva (2015), Bisol (2005), Câmara Jr., (1991); nos aportes da consciência fonológica em pesquisas de Adams et al. (2006), Lamprecht et al. (2004), Capovilla e Capovilla (2000); nas categorizações para análise de erros ortográficos propostas por Bortoni-Ricardo (2005), Morais (2003), Cagliari (2002), Zorzi (1998); e nas principais teorias sobre o desenvolvimento da leitura e da escrita investigadas por Kato (1990), Ferreiro e Teberosky (1999), Bakhtin (2000), Marcuschi (2003), Soares (2018;2020). Dos cinco grupos de erros selecionados para esta pesquisa, os resultados apontaram, em ordem decrescente, que a predominância maior está no grupo troca de letras (476), seguidamente do grupo ausência de letras e sílabas (138), logo após o grupo acréscimo de letras (62) e, por último, metátese (29), resultados que revelam as dificuldades que alguns alunos têm em relação aos usos orais e escritos da língua, ou seja, “a escrita não pode ser tida como uma representação da fala”, pois nem tudo o que está na oralidade, está na escrita ou vice-versa, como bem esclarece Marcuschi (2003, p. 17). Portanto, é essencial que o professor planeje suas aulas, considerando sempre as dificuldades evidenciadas por seus alunos, a fim de organizar tarefas voltadas para a superação desses problemas, as quais deverão contemplar a consciência fonológica.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1658132 - CELIA ZERI DE OLIVEIRA
Presidente - 1721753 - GESSIANE DE FATIMA LOBATO PICANCO
Externo à Instituição - JOSE SUELI DE MAGALHAES
Interno - 1766802 - MARCIA CRISTINA GRECO OHUSCHI
Externo ao Programa - 2216123 - SELMA COSTA PENA
Notícia cadastrada em: 19/03/2021 10:02
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