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Banca de DEFESA: BRENNDA LUCY FREITAS DE PAULA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRENNDA LUCY FREITAS DE PAULA
DATA: 02/02/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Auditório do Centro de Técnologia da Informação e Comunicação (CTIC)
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UM GEL EXPERIMENTAL DE EXTRATO DE ACMELLA OLERACEA (JAMBU) SOBRE O ESMALTE E CONTROLE DA SENSIBILIDADE DENTÁRIA PÓS-CLAREAMENTO: UM ESTUDO LABORATORIAL E CLÍNICO. 


PALAVRAS-CHAVES:

Acmella oleracea ● Espilantol ● Cromatografia ● Esmalte dental ● Clareamento Dental ● Dor ● Agentes dessensibilizantes dentinários ● Ensaio Clínico Randomizado


PÁGINAS: 169
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO:

ObjetivoDesenvolver e avaliar in vitro o efeito um gel experimental à base de extrato Acmella oleracea (EA) na microdureza Knoop, alteração de cor, morfologia e composição mineral do esmalte dental clareado e in vivo no controle da sensibilidade dentária pós clareamento (SPC) e na alteração de cor com peróxido de hidrogênio a 35% (PH35%). Metodologia: para a formulação do gel experimental, as plantas de Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen (jambu) variedade flor amarela foram utilizadas. As partes aéreas da A. oleracea foram liofilizadas por 24 h, moídas e peneiradas. Para a obtenção do extrato bruto, 224,83 g das partes aéreas secas de A. oleracea (PASA) foram colocadas em frasco de vidro com tampa rosqueável, e extraídas com etanol 95% na proporção 1:9 v / v a 55° C durante 1 h. Posteriormente, o extrato bruto foi concentrado em um evaporador rotativo sob vácuo. A remoção da clorofila do EA foi otimizada seguindo a influência relativa dos íons salinos na estabilidade da clorofila. Foram realizadas análises de clorofila remanescente no sobrenadante por leitura em espectro UV/VIS e análise de quantificação de espilantol presente no sobrenadante por meio de injeção em cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A purificação do EA sem clorofila, seguiu a proporção de hidratação de 30mg de resina (XAD 02) para 4 mL de etanol (2:17 v / v) por 12 h em repouso. Posteriormente foram realizadas lavagens com água ultrapura (2 x 4 mL) a 40° C para a remoção do solvente. O EA sem clorofila foi adsorvido em XAD 02 (razão 2:17 v / v) sob agitação. Foram realizadas duas lavagens com água ultrapura (razão 2:17 v / v) e três lavagens com etanol 30% (razão 2:17 v / v) para remoção de impurezas. Por fim, três dessorções com etanol 96% foram realizadas (razão 2:17 v / v) para a remoção do espilantol. As frações contendo o composto de interesse foram unificadas e concentradas em um evaporador rotativo sob vácuo a 60° C. Para o isolamento do espilantol, o extrato etanólico concentrado (em etanol 48%) foi injetado em cromatógrafo semipreparativo PLC 2020. As injeções coletadas foram unificadas, concentradas em evaporador rotativo sob vácuo a 60°C e liofilizadas para determinar a quantidade de massa seca obtida de espilantol isolado. Para confirmação da concentração padrão ideal, não citotóxica do EA e do espilantol, a linhagem de fibroblastos gengivais humanos (FG-Htert) foi exposta ao EA e ao espilantol nas concentrações de 150, 200, 250, 300 e 350 µg/mL durante 24 h. O grupo controle utilizou apenas o meio de cultivo suplementado. O teste do MTT (Sigma®) foi utilizado para análise da viabilidade celular. Após o período de exposição de 4 h, os cristais de formazan foram solubilizados com DMSO (dimethyl sulfoxide). A quantificação fotométrica da absorbância foi realizada adotando um filtro de medição de 595 nm. A viabilidade celular foi analisada segundo a ISO 10993-5: 2009. Para a obtenção do gel experimental, o Carbopol 940® (1,5% p / p) foi disperso em água purificada q.s.p., o polímero foi mantido sob hidratação por 24 h (24 ̊C). Em seguida, sob agitação, o EA à 10% foi adicionado à solução, posteriormente 5% de propilenoglicol foi incorporado até a homogeneização da formulação. Ainda sob agitação, a trietanolamina foi utilizada para ajustar o pH da preparação (pH=7). Para a avaliação do gel experimental sobre o esmalte dental foram confeccionados 30 espécimes de incisivos dentais bovinos, alocados em 3 grupos (n=10): GC (grupo controle; GPH (grupo clareado com peróxido de hidrogênio à 35% - PH35%) e GE (PH35% associado ao tratamento com A. oleracea). Os dentes foram seccionados (5x5x6mm), inclusos em cano PVC com resina acrílica autopolimerizável e posteriormente foram polidos. Previamente ao clareamento, GE foi submetido a aplicação de A. oleracea durante 10 min. O clareamento foi realizado em 3 sessões, com intervalo de 72 h entre cada sessão. A alteração de cor (ΔE00), microdureza knoop (KHN) e rugosidade superficial (Ra) foram avaliadas em T0 (baseline) e T1(72hrs após as intervenções experimentais). Para análise da superficie do esmalte clareado foram realizadas Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Raios X por Dispersão de Energia (EDS). Para a avaliação clínica do efeito do gel experimental, 50 voluntários foram selecionados, os quais foram randomizados em dois diferentes grupos - GE (gel com 10% de A. oleracea) e GP (gel placebo, sem princípio ativo). Os elementos dentais do GE receberam aplicação do gel dessensibilizante experimental nas superfícies vestibulares dos incisivos centrais, incisivos laterais, caninos e pré-molares superiores e inferiores, durante 10 min. O grupo GP também recebeu a aplicação de gel placebo, nas mesmas condições descritas para o gel experimental. Logo após, todos os grupos foram submetidos ao tratamento clareador de consultório com peróxido de hidrogênio a 35%. A SPC foi coletada por meio de um formulário composto pela escala visual analógica (EVA). A medição da cor foi realizada em dois momentos: basal (Ti) e uma semana após a 3ª sessão de clareamento (Tf). Os dados de absorbância (MTT) obtidos foram avaliados através do teste de Kruskal-Wallis. Para as análises de KNH, Ra, ΔE00 e EDS foi utilizado o teste ANOVA com post-hoc de Tukey. Os dados da SPC foram avaliados a partir do teste de Friedman (intragrupo), e Mann-Whitney (intergrupo). Para análise de cor o teste t de Student foi utilizado. Todas as análises consideraram um nível de significância de 5%. Resultados: o processo de extração etanólica de PASA obteve um extrato bruto com 11,96 mg de espilantol / g de PASA. A espectrofotometria UV-VIS detectou um percentual de 94,18% de remoção de clorofila. Enquanto que a concentração de espilantol por HPLC mostrou uma recuperação de espilantol de 98,85% no mesmo processo. No processo de isolamento do espilantol, foram coletadas 30 frações no intervalo entre 12,5 e 15,35 min de eluição, resultando em um volume de 200 mL (49,28 mg de espilantol isolado), com pureza cromatográfica a 95,1% a uma concentração de 197,686 µg de espilantol / mL de etanol. O ensaio MTT, mostrou que tanto o EA purificado, quanto o composto isolado de espilantol não demonstraram efeitos citotóxicos significativos (p=0,992 / p=0,200, respectivamente) nas concentrações testadas, 150-350 µg / mL em FG-Htert após 24 h. A formulação do gel, obteve uma concentração equivalente a 246µg/ml de espilantol (10% de EA purificado). Observou-se que o efeito do gel experimental de A. oleracea no esmalte dental em T1, foram semelhantes para GPH e GE (ΔE00: p=0,256; KNH: p=1,000, Ra:p=0,911) e diferentes de GC (p<0,05). Somente GC não apresentou diferença significativa entre T0 e T1 para KNH (p=0,511) e Ra (p=0,934). A análise MEV mostrou padrões de porosidade superficial no esmalte similares entre GPH e GE. Assim como GC apresentou maiores valores de Ca e P, sendo estatisticamente diferente de GHP e GE (p<0,0001). Durante os 21 dias de acompanhamento do estudo, observou-se que no 1º e 8º dia, referentes a 1a e 2ª sessão clareadora - respectivamente, não houve diferença significativa da sensibilidade registrada para ambos os grupos (1º dia: GP/GE – p=0,107; 8º dia: GP/GE – p=0,699). No entanto, na 3ª sessão clareadora (15º dia) observou-se uma diferença significativa (p=0,05), com menor relato de sensibilidade para o grupo teste GE. Nos demais dias de acompanhamento não houve relato significativo de dor (p ≥ 0,05). Na análise intragrupo, GP mostrou uma diferença significativa entre o 1º, 8º e 15º dia (p<0,001), apresentando uma resposta de dor aumentada a cada sessão clareadora. Enquanto GE manteve uma resposta de dor similar entre a 2º e 3º sessão clareadora (p=0,533). Além disso, o tratamento com o agente dessensibilizante experimental à base de EA não interferiu no resultado clareador (p=0,484). Conclusão: o processo extração e purificação de A. oleracea e do espilantol foi otimizado permitindo a análise dos efeitos citotóxicos em FG-Htert. Tanto o EA, quanto o espilantol isolado não apresentaram efeitos citotóxicos significativos, demonstrando sua segurança para uso terapêutico. O gel contendo 10% de extrato de A. oleracea também não influenciou na microdureza Knoop, alteração de cor, morfologia e composição mineral do esmalte dental clareado. Foi eficaz na redução da sensibilidade pós-clareamento e não influenciou na efetividade do clareamento dentário com PH35%.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 327584 - CECY MARTINS SILVA
Externo à Instituição - CRISTIANE DE MELO ALENCAR
Externo ao Programa - 326568 - MARIA SUELI DA SILVA KATAOKA
Externo à Instituição - Míriam Lacalle Turbino
Externo à Instituição - RAQUEL SANO SUGA TERADA
Notícia cadastrada em: 25/01/2024 10:43
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