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Banca de DEFESA: PAULA SABRINA ARRUDA COELHO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PAULA SABRINA ARRUDA COELHO
DATA: 06/06/2022
HORA: 09:30
LOCAL: Plataforma Zoom
TÍTULO:

Avalição dos efeitos do sulfato de hidroxicloroquina na produção in vitro de embriões bovinos


PALAVRAS-CHAVES:

PIVE, bovinos, cloroquina, autofagia


PÁGINAS: 36
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
RESUMO:

A produção in vitro de embriões (PIVE) bovinos, é uma biotécnica de reprodução assistida bem caracterizada e difundia pelo mundo inteiro, sendo uma das principais metodologias aplicadas para a obtenção de animais zootecnicamente superiores, visando a otimização dos sistemas de criação e rentabilidade dos rebanhos (MOORE & HASLER, 2017); (CAVALIERE et al., 2018). A PIVE constitui-se de três etapas laboratoriais: maturação in vitro (MIV), fertilização in vitro (FIV) e cultivo in vitro (CIV), as quais tem sido amplamente utilizadas não somente no âmbito comercial, mas também na pesquisa científica, pois a biotécnica possibilita diversos estudos relativos aos gametas e embriões de várias espécies. Dentre estes estudos, uma linha interessante é a dos estudos voltados para a avaliação de efeito toxicológico de drogas sob os gametas feminino e masculino, bem como sobre o embrião pré-implantação, utilizando modelos animais para se obter dados que podem ser extrapolados/ discutidos em relação a humanos(WALTERS; PRATHER, 2013); (KIM et al., 2015); (MIAO et al., 2019); (MAISONNASSE et al., 2020).

Atualmente, a emergência do novo coronavírus (COVID-19), tem provocado uma busca sem precedentes para descobrir um medicamento barato, eficiente e seguro no tratamento da doença, a partir de drogas existentes (CHEN et al., 2021); (COLSON et al., 2020); (YAO et al., 2020); (BONAM et al., 2020); (ELAVARASI et al., 2020). Dentro dessa abordagem, a cloroquina (CQ) e a hidroxicloroquina (HCQ), drogas antimaláricas amplamente conhecidas, foram utilizadas para o tratamento de pessoas acometidas pela COVID-19 em diversos países, mesmo com estudos insuficientes e inconclusivos acerca da sua eficácia (MAISONNASSE et al., 2020); (HOFFMANN et al., 2020); (MEHRA et al., 2020). A dose efetiva e mecanismo de ação da CQ e da HCQ para uso clínico e terapêutico contra o Coronavírus permanecem desconhecidos, tendo sido propostos protocolos terapêuticos com base em protocolos para o tratamento de doenças para as quais as drogas já são utilizadas (BRASIL, 2020); (ALANAGREH; ALZOUGHOOL; ATOUM, 2020) e como já mencionado, os resultados obtidos pelo uso destes protocolos terapêuticos em pacientes durante a pandemia da COVID-19, tem sido contraditórios e alvo de muitas críticas no mundo todo (SELF et al., 2020); (HERNANDEZ et al., 2020); (ABELLA et al., 2021).

A motivação principal do uso clínico da CQ e da HCQ se originou a partir dos primeiros relatos de testes in vitrodestas duas drogas em células infectadas com o Coronavirus. Um desses estudos, em que se utilizou CQ ou HCQ (50 μM), foi observado que 50% as concentrações citotóxicas (CC50) de ambas as drogas não são significativamente divergentes, correspondendo à 273,20 μM para CQ e 249,50 μM para HCQ (LIU et al., 2020). Em um outro estudo, também realizado in vitro, a EC 50 da cloroquina na inibição da SAR-CoV-2 variou 2,71 a 23,9 μM, enquanto a da hidroxicloroquina variou de 4,06 a 17,31 μM (HOFFMANN et al., 2020).

É sabido que tanto a CQ e a HCQ podem desencadear uma série de efeitos adversos tais como cardiopatias, distúrbios gastrointestinais, transtornos psiquiátricos, distúrbios do sistema nervoso e retinopatia, e até mesmo, transtornos relacionados aos aspectos reprodutivos (OKANLAWON & ASHIRU, 1992); (NICOLA et al., 1997); (ELGNDY et al., 2017); (CLEWELL et al., 2019); (FUNCK-BRENTANO; SALEM, 2020). Em particular, a CQ é uma droga inicialmente desenvolvida para tratar malária, no entanto, foi observado que a droga apresentava altos níveis de toxicidade em pacientes que faziam uso desta, sendo necessário desenvolver uma forma menos tóxica da droga, deste modo, a HCQ foi sintetizada, sendo menos tóxica e mais solúvel do que seu composto original (BAKER et al., 2018); (BROWNING, 2014). Logo, sendo observado a eficácia no tratamento da doença para qual a droga era direcionada, outros destes surgiram a partir do redirecionamento da HCQ para outras doenças parasitárias (BAKER et al., 2018); (BONAM et al., 2020). 

Além do tratamento antimalárico, o uso do dessas drogas é também feito em doenças autoimunes, como Lúpus eritematoso (LES) e Artrite reumatóide (AR), nas quais também tem apresentado boa eficácia no controle da doença (WALLACE, 1996); (LEE et al., 2011); (GIES el al., 2020). Mais recentemente, inclusive há relatos da avaliação da CQ e HCQ no tratamento do câncer, como tratamento prévio capaz de potencializar o efeito anticâncer da radioterapia e quimioterapia (HUANG et al., 2021); (ZHOU et al., 2020). Particularmente interessante são os resultados obtidos neste modelo de uso dessas drogas na oncologia é que tanto a CQ quanto a HCQ tem mostrado capacidade de inibição da autofagia das células neoplásicas as tornando mais sensíveis aos tratamentos quimioterápicos, uma vez que a autofagia é considerada um dos mecanismos de resistência destas células às terapias (MANIC et al., 2014); (LI et al., 2018); (XU et al., 2018); (FERREIRA et al., 2021).

Portanto a avaliação e o eventual redirecionamento de fármacos utilizados para o tratamento eficaz de uma determinada enfermidade é algo potencialmente útil em saúde pública humana, porém diversos estudos devem ser feitos de modo a comprovar a máxima eficácia com o menor malefício antes de uma ampla preconização de seu uso. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1747255 - MOYSES DOS SANTOS MIRANDA
Interno - 329.073.508-70 - DIÓGENES HENRIQUE DE SIQUEIRA SILVA - UNIFESSPA
Externo à Instituição - FABIOLA FREITAS DE PAULA LOPES
Notícia cadastrada em: 04/06/2022 07:59
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