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Banca de DEFESA: SILDIANE MARTINS CANTANHEDE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SILDIANE MARTINS CANTANHEDE
DATA: 26/02/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência com avaliação via parecer
TÍTULO:

BIOMARCADORES DE POLUIÇÃO AQUÁTICA EM PEIXES DE RIACHOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL


PALAVRAS-CHAVES:

Alumínio, respostas antioxidantes; lipoperoxidação; parâmetros cardíacos.


PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

A região da Amazônia brasileira ocupa o terceiro lugar na produção mineral de bauxita, minério rico em Alumínio (Al). O Al é um agente pró-oxidante, capaz de induzir estresse oxidativo e causar alterações cardiovasculares nos organismos. Nesse contexto, o objetivo geral desta tese é analisar os efeitos do Al e outros estressores sobre respostas de estresse oxidativo e funções cardíacas da espécie de peixe amazônica Bryconops caudomaculatus. A tese está estruturada em 3 capítulos: Capítulo 1) um estudo de campo, no qual avaliou-se a toxicidade de metais mobilizados pela atividade de mineração de bauxita por meio de biomarcadores de estresse oxidativo na espécie de peixe amazônica B. caudomaculatus, relacionando com os níveis de metais em tecidos, água e sedimento; Capítulo 2) um estudo experimental, onde descreveu-se técnicas de registros eletromiográfico e eletrocardiográfico de respostas normais, durante indução à toxicidade e recuperação a curto prazo na espécie de peixe amazônica B. caudomaculatus. Esta técnica foi desenvolvida para ser aplicada no capítulo três; Capítulo 3) um estudo experimental, no qual avaliou-se os efeitos agudos de diferentes concentrações de Al na espécie de peixe amazônica B. caudomaculatus por meio de biomarcadores de estresse oxidativo e respostas cardíacas. No estudo de campo, os peixes e amostras de água e sedimento foram coletados em riachos de uma área de mineração de bauxita na bacia do rio Capim (PA), Amazônia Oriental, para as análises de metais (Alumínio, Bário, Chumbo, Cromo, Manganês e Níquel) e análises bioquímicas. Para os estudos experimentais, os peixes foram coletados em riachos longe de interferências antrópicas, localizados na bacia do rio Taiassuí (PA), e aclimatados em laboratório para a realização dos experimentos. No capítulo dois a substância utilizada foi o anestésico eugenol e no capítulo três foi o Sulfato de Alumínio. Os biomarcadores de estresse oxidativo medidos foram a capacidade antioxidante total (ACAP), a atividade da enzima Glutationa S-transferase (GST) e a lipoperoxidação (LPO). Os parâmetros cardíacos analisados foram a frequência cardíaca, duração do complexo QRS e dos intervalos PQ, RR e QT. No estudo de campo, as concentrações dos metais no sedimento e na água foram maiores no ponto a montante da mineração. Nos tecidos, foi maior nos pontos do entorno e a montante, principalmente nas brânquias. As concentrações dos metais estavam abaixo dos valores permitidos pela legislação local, exceto o Alumínio, encontrado em altas concentrações em todos os pontos. As brânquias dos peixes tiveram alta ACAP, o fígado teve alta atividade da GST e ambos os órgãos alta LPO, sendo maior nos peixes de dentro da área de mineração. O músculo não foi um órgão responsivo. No estudo experimental do capítulo 2, as técnicas de eletromiograma e eletrocardiograma padronizadas mostraram-se eficientes na avaliação de toxicidade a xenobióticos, as respostas eletrofisiológicas mostraram-se como excelentes biomarcadores e evidenciaram a suscetibilidade da espécie à substância testada. No capítulo 3, a concentração da maioria dos íons se manteve constante e a concentração de Al total e Al dissolvido foi maior nos tratamentos de exposição em todos os tempos experimentais. Não foi observado bioacumulação de Al no músculo dos peixes. A exposição ao Al não gerou estresse oxidativo nas brânquias, fígado e músculo. Mas, causou cardiotoxicidade em B. caudomaculatus. Os peixes expostos a menor concentração de Al apresentaram prolongamento acentuado do intervalo PQ, interferindo no automatismo das células cardíacas e os peixes expostos a maior concentração de Al apresentaram ausência da onda P, causando bloqueio atrioventricular. Em geral, conclui-se que as alterações bioquímicas encontradas nos peixes dos pontos de dentro da mineração indicam que os animais não foram capazes de evitar o estresse oxidativo, demonstrando a interferência direta da atividade mineradora na contaminação química do ambiente aquático. O Al foi altamente tóxico nas funções cardíacas de B. caudomaculatus. Os resultados gerados nesse estudo poderão subsidiar programas de recuperação e gestão ambiental em áreas de mineração da Amazônia, e fornecem informações valiosas sobre a aplicação de espécies de peixes nativas amazônicas como biomonitores em estudos de avaliação toxicológica de produtos químicos.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1718472 - JONATHAN STUART READY
Presidente - 1649237 - LILIAN LUND AMADO
Externo à Instituição - LUIS ANDRÉ LUZ BARBAS
Externo à Instituição - LYGIA SEGA NOGUEIRA
Externo à Instituição - MARIANNA BASSO JORGE
Externo à Instituição - RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA
Interno - 1152695 - ROSSINEIDE MARTINS DA ROCHA
Notícia cadastrada em: 16/02/2021 20:43
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