Arte e Filosofia em Schelling
Arte; Reflexão; Teoria do conhecimento.
A presente pesquisa tem em vista a questão da importância da arte para a filosofia, no contexto das preleções intituladas Filosofia da arte de autoria de F.W.J Schelling. Como se esclarece na obra de Walter Benjamin, intitulada O conceito de crítica de arte no romantismo alemão, com as teorias concebidas pelos movimentos do idealismo e do romantismo alemão, a arte assume uma função de ampliação da reflexão filosófica. Com efeito, o propósito da dissertação é esclarecer que por “reflexão” (Reflexion) - na medida em que esse conceito se relaciona com o sistema de Schelling - deve-se compreender o desenvolvimento do que Kant demonstrou em sua Crítica do Juízo em relação a uma das capacidades superiores do conhecimento, nomeada Urteilskraft, a qual será destinada à arte. Nesse sentido, busca-se esclarecer na Philosophie der Kunst não somente o vínculo com a doutrina kantiana, mas até a condição de possibilidade de um relação de objetividade entre arte e filosofia. Essa tarefa impõe o reconhecimento do modo como a doutrina de Schelling não é uma teoria a partir da qual a arte poderia ser considerada como um objeto particular, o que seria contraditório para o seu projeto, na medida em que a tendência a ser seguida após a terceira crítica kantiana é a de recuperar, por assim dizer, o Absoluto ou o incondicionado (Unbedingte) para o território (territorium) da filosofia. Para a possibilidade de uma filosofia da arte, portanto, o produto estético deve ser, assim como a filosofia, absoluto, isto é, não pode existir em função de um fim fora dele. No entanto, o fato de a arte ser alheia à completa abstração, tal como Kant já o reconhece de certo modo na Crítica do Juízo, impõe ao filósofo uma questão que o conduz ao próprio método com o qual perfaz o seu saber.