Abstração, Moeda e Dívida: uma análise das relações sociais capitalistas a partir de O Anti-Édipo de Deleuze e Guattari
relações sociais; capitalismo; abstração; moeda; dívida
No capítulo apresentado buscamos mostrar que a noção de “socius”, utilizada por Deleuze e Guattari em O Anti-Édipo, está diretamente relacionada com a concepção de uma história universal das contingências, possibilitando a formulação de um modelo interpretativo da sociedade baseado na prevalência das práticas de inscrição dos fluxos sociais. Para isso, reconstruímos as influências de Genealogia da Moral sobre o terceiro capítulo de O Anti-Édipo, com o intuito de determinar como a problemática deste é colocada no sentido da realização de uma história universal a contrario. Em seguida, remontamos à concepção de sociedade na obra de Lévi-Strauss, produto do estruturalismo em antropologia, e à importância do Ensaio sobre a Dádiva para a formulação da noção de sociedade enquanto um sistema de trocas recíprocas. Por fim, mostramos como Deleuze e Guattari se valem de um modelo físico, que se reparte entre um espaço intensivo e um espaço extensivo, para descrever a sociedade como um corpo de relações sociais fundamentado sobre relações de dívida e que tem a inscrição como prática essencial.