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Banca de DEFESA: ROMARIO BRITO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROMARIO BRITO DA SILVA
DATA: 22/09/2023
HORA: 08:00
LOCAL: Teleconferência
TÍTULO:

SOBRE AS MARGENS: A PRODUÇÃO DO ESPAÇO TURÍSTICO E COLONIALIDADE NA ILHA DO COMBU, BELÉM-PA.


PALAVRAS-CHAVES:

Turismo; colonialidade; produção do espaço, Ilha do Combu, Belém


PÁGINAS: 178
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO:

A Ilha do Combu é uma APA estadual com ambiente natural consideravelmente preservado e está localizada a minutos do continente de Belém, apenas por via fluvial. Ela apresenta padrões de ocupação e uso do solo que permite o sustento familiar a partir de grandes áreas de floresta para o extrativismo manejado e do acesso direto ao rio. Na última década, alguns fatores provocaram o aumento de visitações turísticas no local : a implantação de energia elétrica; a popularização na mídia das suas características ambientais, culturais e dos produtos lá ofertados; a supressão da cobertura vegetal pública no continente; a proximidade ao centro urbano municipal; e a evolução tecnológica dos transportes e comunicação. Então, este trabalho objetiva entender como o desenvolvimento econômico do turismo no Combu afeta os padrões espaciais extrativistas de várzea e se o espaço turístico na ilha é produzido incorporando processos da colonialidade moderna. Fez-se um resgate histórico da ocupação da ilha para compreender quais agentes e práticas originaram os padrões espaciais de várzea vigentes, identificados por Brito (2019). Para isso, foi feita uma grande revisão bibliográfica sobre o Combu e a mesma foi utilizada para indicar as diversificações tipológicas (Escola Italiana) e as modificações na ocupação do solo, associadas às transformações no uso da terra em função do turismo. A lente colonial também foi necessária, visto que a Amazônia sempre sofreu com a exploração capitalista/colonial, desde as invasões europeias. A pesquisa, então, mostra que os padrões espaciais de várzea na ilha sempre estiveram ligados à produção extrativista, pois a ela cabia a oferta de produtos agrícolas (diversificados, palmito, açaí) ao mercado continental. A evolução das tecnologias de transporte, comunicação e de infraestrutura urbana, permitiu, neste início de século, a exploração da ilha mais intensamente através do turismo. As práticas ligadas a ele se tornaram uma fonte de renda com retorno financeiro mais rápido e por isso tem se transformado na alternativa a ser seguida, em muitos casos, em detrimento das práticas extrativistas. Esta realidade é reforçada pelo discurso, propagado pelo mercado e pelo Estado, de que desenvolvimento para ilha virá a partir do turismo. Então, o espaço para o desenvolvimento desse setor na ilha é materializado através do crescente número de restaurantes; da homogeneização dos espaços e serviços; da mercantilização e fragmentação da terra; e da cenarização da natureza. Por fim, após discorrer como o turismo age sendo uma indústria motriz na produção do espaço e sobre as características próprias da sua espacialidade, as observações no local (BRITO, 2019) e a literatura sobre o Combu revelaram alguns indícios de processos que associam a produção do espaço turístico às estruturas da colonialidade, categorizadas de acordo com a revisão de literatura decolonial, como, a divisão racial do trabalho, os estereótipos sobre o lugar, as referências exógenas na espacialidade e o agravamento de problemas socioambientais, quando o espaço à margem é destinado apenas à exploração econômica.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3176293 - ANA CLAUDIA DUARTE CARDOSO
Interno - 1152946 - JOSE JULIO FERREIRA LIMA
Externo à Instituição - LOUISE BARBALHO PONTES
Notícia cadastrada em: 18/09/2023 16:32
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