Primeira República no Pará. Instrução Pública Primária. Administração Escolar

O objetivo deste estudo é analisar a administração do Grupo Escolar Benjamin Constant no período de 1922 a 1927 e sua relação com o contexto social, político e econômico brasileiro da década de 1920. Este trabalho adota uma abordagem qualitativa, a partir de uma pesquisa bibliográfica – materiais já produzidos sobre o assunto – e documental, nesta foram utilizados documentos produzidos na Primeira República, como os Relatórios Administrativos de Aurelia de Seixas Franco, legislações, Mensagem dos Governadores paraenses e jornais. A interpretação de dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (2011). Buscou-se compreender a atuação do Diretor de Grupo Escolar com base no contexto social, político e econômico da época, por meio de autores, como Saviani (2014), Souza (1998) e Nagle (2009). Posteriormente, realizou-se a análise entre os documentos encontrados com os estudos realizados sobre Administração Escolar, como Sander (2007), na busca de elementos para compor o objeto desta investigação. Nesse caminhar foi constatada uma ausência de teorias acerca da Administração Escolar na Primeira República brasileira e por esta razão realizou-se aproximações entre as Teorias da Administração de Taylor e Fayol. Nesse sentido, os relatórios da diretora Aurelia possibilitaram inferir que a administração no Grupo Escolar Benjamin Constant se aproximava dos princípios do Fayolismo e as competências do Diretor eram definidas em lei. Com o diálogo entre os Relatórios e as Mensagens dos Governadores paraenses emergiu mais claramente a conjuntura política e econômica daquele período, fazendo referências, algumas vezes explícitas e outras implícitas à situação de crise financeira do Estado, que afetava a Administração Escolar como um todo e a questão orçamentária da Escola, além de afetar a situação da estrutura disponível nos prédios escolares e a consolidação do ideário republicano, voltado para a sociedade da ordem e do progresso.