O PROCESSO DE DESMATAMENTO NA FRONTEIRA DE INTENSIFICAÇÃO DA AMAZÔNIA PARAENSE: estratégias territoriais a partir do Atlas Cartográfico da Dinâmica dos Projetos de Assentamento de Novo Repartimento (1985-2020)
Dinâmica de Cobertura da Terra; Fronteira Amazônica; Intensificação da Fronteira; Reforma Agrária.
A ocupação da Amazônia tem sido objeto de intensos debates há mais de quatro décadas, marcados por conflitos entre os objetivos de desenvolvimento econômico e as exigências de conservação ambiental. A partir da década de 1960, políticas governamentais como a Operação Amazônia e o Programa de Integração Nacional (PIN), impulsionaram uma ocupação massiva da região, incentivando a migração e a exploração intensiva dos recursos naturais. Esses processos resultaram em transformações significativas na paisagem, com impactos ambientais severos, como o desmatamento. Nesse contexto, esta tese tem como objetivo analisar a influência do avanço da fronteira agropecuária na Amazônia sobre a dinâmica do desmatamento em projetos de assentamento de Reforma Agrária no município de Novo Repartimento - PA, antes e após a implantação dos assentamentos, compreendendo o período entre 1985 e 2020. A pesquisa utiliza dados geoespaciais e análises quantitativas para compreender o impacto da expansão da fronteira agropecuária e da implementação dos assentamentos sobre a cobertura da terra. Os resultados indicam que os assentamentos foram responsáveis por mais de 50% da perda florestal total no município, com um aumento significativo no desmatamento após sua criação. A pesquisa traz o conceito de “fronteira de intensificação”, que explica como o uso desordenado dos recursos naturais e a pressão por expansão agropecuária aceleram a degradação ambiental, especialmente nas áreas de assentamento. Como principal contribuição, a presente Tese de Doutorado apresenta o Atlas Cartográfico da Dinâmica Territorial dos Projetos de Assentamento de Novo Repartimento (1985-2020), ilustrando de forma detalhada as mudanças no uso da terra na região. O estudo conclui que há uma necessidade urgente de políticas públicas que promovam práticas agrícolas sustentáveis e fortaleçam os mecanismos de controle e monitoramento ambiental nos assentamentos rurais da Amazônia.