ANÁLISE ESPACIAL E MONITORAMENTO OPERACIONAL EM MUNICÍPIO HIPERENDÊMICO DO MARANHÃO COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE E COMBATE À HANSENÍASE
Hanseníase, Análise Espacial, Estratégia Saúde da Família
INTRODUÇÃO: O Brasil é o segundo país em número de casos de hanseníase. O estado do Maranhão é considerado hiperendêmico, assim como o município de Imperatriz – MA, que é um cluster importante, reportando no período de 2015 a 2019 uma taxa média de detecção de casos novos da população geral de 59,62/100 mil hab e em menores de 15 anos de idade 30,25/ 100 mil. OBJETIVO: Correlacionar a epidemiologia espacial da hanseníase à cobertura, distribuição espacial dos territórios da Estratégia Saúde da Família (ESF) e qualidade do serviço de controle da doença em um município hiperendêmico do Maranhão. MÉTODO: Estudo exploratório, analítico, ecológico, com abordagem quantitativa de investigação. Desenvolvido no município de Imperatriz, abrangendo as equipes da ESF, os profissionais ligados ao Programa de Controle da Hanseníase e os indivíduos notificados com hanseníase no período de 2001 a 2020. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foram coletados e analisados, tanto as variáveis epidemiológicas quanto a localização geográfica dos casos. Os casos foram georreferenciados e analisados para identificação dos aglomerados espaciais. As ações de controle da hanseníase do município foram avaliadas por meio do Exercício do Monitoramento de Eliminação da Hanseníase (LEM). RESULTADOS PRELIMINARES: No período de 2001 a 2020, foram notificados 6.726 casos no município de Imperatriz, destes 6.657 eram pacientes residentes em Imperatriz, 5.925 foram georreferenciados, o que representa 89% do total. A análise estatística espacial evidenciou a formação de aglomerados estatisticamente significantes em 65 dentre 218 setores censitários do município. Até o ano de 2020 o município de Imperatriz contava com 49 equipes de ESF, sendo 41 na zona urbana do município, o que representava 60% de cobertura de ESF. Foi coletado o registro fotográfico do mapa de cobertura de 40 equipes (97,5% das equipes implantadas na zona urbana até o ano em questão), e georreferenciadas. Na sobreposição do mapa de pontos com o mapa da cobertura da ESF do município, é possível a identificação de áreas com aglomerados de casos de hanseníase fora da área de atuação das equipes, o que possibilita a identificação dos focos de alto risco para transmissão da hanseníase sem o acompanhamento e orientação de agentes comunitários de saúde. As Unidades Básicas de Saúde incluídas no estudo representam 61% do total de unidades e foram examinados 74% dos prontuários de pacientes notificados em 2019 e 2020. Como também, 43,3% dos casos notificados em 2020 foram entrevistados, permitindo conhecer as dificuldades enfrentadas pelos pacientes durante o período de tratamento.