BIOMASSA E PRODUTIVIDADE DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE COPÉPODOS NO ESTUÁRIO DO RIO EMBORAÍ VELHO, PARÁ, BRASIL
Produtividade secundária, copépodos, estuário amazônico, biomassa.
O conhecimento das variações espaciais e temporais da dinâmica e distribuição das populações dos copépodos é importante para se compreender o funcionamento dos ecossistemas aquáticos, uma vez que estes organismos exercem papel central na teia alimentar pelágica. Alguns trabalhos recentes foram realizados para se estimar a produção secundária destes organismos em estuários da costa norte do Brasil. Não obstante, mesmo com a intensificação das pesquisas sobre o zooplâncton na região nordeste do Pará, as informações sobre a comunidade zooplanctônica ainda é incipiente em algumas regiões, por se tratar de uma região extensa, de difícil acesso, com características hidrodinâmicas e hidrológicas peculiares, Com isso, o presente estudo tem por objetivo geral determinar, em escala temporal e espacial, a biomassa e a produtividade secundária das principais espécies de copépodos (Acartia tonsa, A. lilljeborgii, Pseudodiaptomus marshi, P. richardi, P. acutus, Oithona oswaldocruzi e O. hebes) em termos de carbono orgânico no estuário do rio Emboraí Velho e avaliar suas inter-relações com as variáveis ambientais. O estuário do rio Emboraí Velho está localizado na costa amazônica oriental, na vila de Nova Olinda (Augusto Corrêa-PA), situado a 48km da cidade de Bragança. Este estuário é classificado como permanente aberto, bem misturado e apresenta elevados valores de turbidez (~ 409,2 UNT). As campanhas foram realizadas em duas estações fixas situadas ao longo do estuário, sendo as amostras contendo o zooplâncton coletadas em janeiro, abril, agosto e novembro de 2018 e abril, junho, setembro e dezembro de 2019, totalizando 144 amostras. Para tal, foram utilizadas redes de plâncton cônicas de 50 cm de diâmetro de boca, aberturas de malha de 120 µm e 200 µm e 1,5 m de comprimento, providas de fluxômetros mecânicos para medir o volume de água filtrada pelas mesmas. As amostragens foram realizadas em intervalos regulares de 3 horas através de arrastos horizontais subsuperficiais com duração de 2 a 3 minutos com embarcações movendo-se à 1,5 nós, aproximadamente.Simultaneamente às coletas de zooplâncton, foram medidos in situ os valores de temperatura, salinidade, turbidez e as concentrações de oxigênio dissolvido na água. Para tal, utilizou-se CTDO’s nas duas estações fixas de amostragem, os quais foram fundeados a aproximadamente 1,5 m de profundidade durante 25 horas, com leituras realizadas em intervalos de 10 minutos. As medidas do comprimento do cefalotórax dos copépodos serão tomadas a partir de imagens fotográficas. Para estas medidas, será utilizada uma máquina fotográfica Canon PowerShot A650 IS e as imagens analisadas através do Software Analisador de Imagens versão 4.5.1 da Medya Cybernetics, sendo a calibração do mesmo realizada com uma régua ocular micrométrica. Análises de Variância serão utilizadas para comparar os dados ambientais e biológicos em escala temporal e espacial, seguidas pelo teste de Fisher-LSD, indicado por ser considerado um teste robusto. Posteriormente, serão realizadas análises aglomerativas hierárquicas, as quais serão conduzidas usando-se o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis. Por fim, uma Análise de Correspondência Canônica (ACC) será utilizada para explorar as relações entre a densidade das espécies e as variáveis ambientais.