Subprodutos agroindustriais e óleos essenciais da Amazônia para nutrição de ruminantes: composição, digestibilidade e produção de metano in vitro e efeito na metanogênese
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A Região amazônica possui uma grandiosa biodiversidade, consequentemente
oferta uma gama de produtos vegetais que são extraídos ou cultivados e explorados para
vários fins, desde consumo in natura até os processamentos industriais, que geram
resíduos desse processo. Esses resíduos são opções plausíveis de investigação para uso
na alimentação animal, considerando-se suas vantagens na composição, disponibilidade
regional, redução nos custos produtivos, auxílio no período de baixa produtividade dos
pastos, redução do impacto causado com o acúmulo desses resíduos e, ainda, promover
desenvolvimento sustentável e evolução na nutrição de ruminantes. Além disso, o
interesse da pesquisa animal sobre o uso e efeito de óleos essenciais (OES) na dieta de
ruminantes também pode ser atendido na Amazônia, em virtude da diversidade de
vegetais dos quais podem ser extraídos. Para maioria desses subprodutos e óleos as
informações são inexistentes ou escassas, o que impulsiona as instituições nacionais de
pesquisa na busca por conhecimento e formação de um banco de dados consistente e
confiável, que os tornem ingredientes úteis em balanceamento de rações e, ainda,
ofereça ciência de outros dados importantes como potencial mitigador de metano. A
preocupação com a temática sobre o aquecimento global e aumento das emissões de
gases de efeito estufa, principalmente metano, foi destacada no relatório da FAO de
2013, que responsabilizou o setor de produção (antes da porteira) por 41% das emissões
da cadeia de corte bovina, sendo o restante proveniente do processamento, transporte e
comercialização de produtos de origem animal. Este projeto objetiva levantar e
caracterizar subprodutos agroindustriais disponíveis na região, através da análise
laboratorial detalhada de sua composição química e digestibilidade in vitro, e a partir
deste conhecimento serão avaliados, assim como a inclusão de OES nas dietas, quanto à
produção total de gases, proporção de metano, produção de ácidos graxos, efeito na
modulação da biohidrogenação e, ainda, será extraído o DNA do material para avaliação
do efeito sobre os microrganismos metanogênicos. Para os ensaios in vitro, os alimentos
serão incubados em frascos de vidro contendo líquido ruminal de quatro animais
doadores e soluções tampão, serão vedados e mantidos em temperatura de 39° por até
72 horas, simulando a fermentação ruminal. Em tempos pré-determinados, será
mensurada a pressão gerada pelos gases e posterior transformação para volume,
coletada uma amostra do gás para injeção em cromatógrafo gasoso para proporção de
CH4 e CO2, além de coletas do material para análises de ácidos graxos de cadeia curta
(AGCC) e longa e para extração do DNA, para posteriores análises de produção ruminal
de AGCC, eficiência da biohidrogenação e quantificação de metanogênicas,
respectivamente.