SISTEMAS DE CULTIVO, DENSIDADE E PARASITOLOGIA DE OSTRAS (Crassotrea gasar) CULTIVADAS EM ESTUÁRIOS AMAZÔNICOS
Ostreicultura; Manejo; Crescimento; Fixo e Flutuante
O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos dos sistemas de cultivo, da densidade de estocagem e a parasitologia em ostras cultivadas no Estado do Pará, região norte Brasil. Foram realizados três experimentos para avaliar o crescimento de Crassotrea gasar. No primeiro, um total de 2000 sementes de ostras (altura de 20 mm) foram dispostas em dois sistemas de cultivo: i) sistema flutuante e ii) sistema fixo, com capacidade de 1000 ostras em cada sistema. O experimento foi realizado em um delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos, durante o período de dezembro de 2016 a março de 2018. O crescimento, a sobrevivência dos animais e os custos de produção dos sistemas foram determinados ao final da fase experimental. A altura das ostras foi maior no sistema de mesa flutuante (p<0.05) (70.1±28.24 mm) em relação ao sistema em mesa fixa (70.41±28.24 mm). O custo de implantação foi menor no sistema fixo (R$ 447.00) em relação ao flutuante (R$ 747.9). Portando, observa-se que o sistema fixo pode ser adotado por sem um sistema difundindo na região e de baixo custo de implantação. No segundo experimento, um total de 24.000 sementes (altura de 22.6±1.12 mm), foram distribuídas em dois sistemas de criação (fixo e flutuante), no período de novembro de 2018 a maio de 2019. O delineamento experimental foi em esquema fatorial 2 x 3, com quatro repetições. Sendo o primeiro fator o sistema de criação (sistema flutuante e sistema fixo) e o segundo as diferentes densidades de estocagem (500, 1000 e 1500 indivíduos por travesseiro). As densidades foram ajustadas de acordo com fase de crescimento das ostras (semente e juvenil). Mensalmente, a temperatura e a salinidade foram aferidos, assim como a biometria de 120 ostras em cada densidade e sistema, totalizando 720 ostras, para acompanhamento de crescimento. Os dados foram utilizados para estimar altura (ALT: mm), taxa de crescimento específico (TCE) e a sobrevivência (%). O crescimento em altura das sementes de C. gasar não apresentou interação entre a densidade de estocagem e o tipo de sistema utilizado para criação. Houve interação entre o sistema de criação e a densidade de estocagem para sobrevivência nos dois primeiros meses, onde, as sementes, na densidade de 500 ind./trav. apresentaram 97.3±0.25% e 95.05±2.76 de sobrevivência para os sistemas flutuante e fixo, respectivamente. Não houve interação entre o sistema de cultivo e a densidade de estocagem para o parâmetro crescimento em altura na fase juvenil. Em relação a sobrevivência, observou-se interação entre o sistema de criação e a densidade de estocagem para os dois primeiros meses. Houve correlação positiva na taxa de crescimento especifico em altura (TCE) com a temperatura da água no sistema flutuante para a densidade de 500 ind./trav. (R² = 0.8459, p=0,0338). Em relação a correlação da taxa de crescimento especifico em altura com a salinidade, no sistema flutuante observa-se correlação positiva na densidade de 500 ind./trav. (R² = 0.9507, p=0.0036) e 1000 ind./trav. (R² = 0.8803, p=0.0206). O sistema de criação flutuante pode ser uma alternativa para maior crescimento da ostra nativa C. gasar na fase semente, não influenciando no crescimento dos juvenis, sendo recomendado a densidade de 500 ind./trav.