Caracterização da Diversidade genética de Progênies de Tambaqui (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) pós manejo de reprodutores em piscicultura no nordeste paraense, Amazônia brasileira
Manejo reprodutivo, Chipagem de matrizes, Progênies, Aquicultura.
O tambaqui é a espécie nativa que mais se cultiva no Brasil e a segunda entre todas as espécies cultivadas em território nacional. Isso se deve ao seu grande potencial aquícola, com excelente capacidade de adaptação às condições de cultivo, rusticidade, reprodução induzida, boa aceitação à alimentação artificial, entre outras características que lhe conferem uma grande importância para a piscicultura brasileira, contribuindo significativamente com a segurança alimentar na Amazônia e atenuando a pressão sobre os estoques naturais. O sucesso do cultivo de tambaqui é dependente de diversos fatores, entre os quais se destaca a produção de alevinos de qualidade. Nesse sentido a avaliação da diversidade genética é de grande importância, tendo em vista que é um dos fatores responsáveis por uma melhor adaptação ao ambiente de cultivo e manutenção de características zootécnicas desejáveis. Atualmente as populações de cultivo de tambaqui apresentam baixos níveis de polimorfismo genético, provenientes, entre outros fatores, de manejos de reprodutores inadequados, que favorecem essa redução na diversidade por conta da endogamia. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar a diversidade genética de progênies oriundas de cruzamentos controlados, com parentais não endogâmicos, e comparar os níveis de variação observados, aqueles de indivíduos de populações naturais e de cativeiro, sem manejo genético de reprodutores, a fim de ratificar que o controle da endogamia mantém a diversidade genética em níveis aceitáveis, de modo que a atividade piscícola seja bem-sucedida. Para isso, serão amostrados alevinos obtidos a partir do cruzamento de dois casais não aparentados, sendo 40 alevinos de cada família, bem como 30 indivíduos de populações naturais, além dos indivíduos de cativeiro, utilizados como matrizes. Além disso, após a validação do manejo genético das matrizes, pretende-se gerar um protocolo de manejo de reprodutores, ordenando as etapas necessárias para garantir os cruzamentos não endogâmicos, incluindo desde a marcação dos indivíduos com Chips (Tags) até a seleção dos casais não aparentados. Espera-se que os resultados do presente trabalho incentivem a disseminação de melhores práticas de manejo reprodutivo nas pisciculturas, bem como subsidiem a implementação de programas de melhoramento genético em fazendas de cultivo de tambaqui.