Consumo, digestibilidade de nutrientes e comportamento ingestivo em ovinos alimentados com níveis de crescentes de concentrado em dietas com óleo residual de fritura
alimentação, cordeiros, densidade energética, desempenho
A intensificação da utilização de concentrado nos sistemas de produção de carne ovina, tem promovido o desenvolvimento de pesquisas voltadas a busca de alimentos que possam baratear o custo da alimentação ou adensar os nutrientes na dieta, como a suplementação lipídica. No entanto, é conhecido que há um limite de utilização de extrato etéreo na dieta de ruminantes, pois pode promover efeitos deletérios, principalmente em dietas com menor proporção de concentrado, sendo assim, objetivou-se avaliar os níveis de concentrado (30, 45, 60 e 75%) em dietas contendo óleo residual de fritura (4% com base na MS) na alimentação de cordeiros Santa Inês sobre as variáveis consumo, digestibilidade e comportamento ingestivo. Foram utilizados 24 ovinos, com 4 meses de idade e peso corporal de 22 kg ±2kg, distribuídos em delineamento em blocos ao acaso, de acordo com o peso e confinados em gaiolas metabólicas individuais, onde receberam as dietas experimentais, contendo os níveis crescentes de concentrado. Os consumos de MS, MO e constituintes nutricionais sofreram efeito dos níveis de concentrado, com exceção do CFDN, com média de 1,46% do PV. Houveram aumentos lineares dos CMS, CMO, CPB, CEE e CCNF e redução linear do CFDA à medida que o nível de concentrado foi aumentado, apresentando redução de 0,0054%PV a cada 1% de acréscimo na proporção de concentrado. Os coeficientes de digestibilidade aparente (CD) da MS, MO e CNF não foram alterados pelos níveis de concentrado, ao passo que os CDPB, CDEE, CDFDN e CDFDA diminuíram linearmente com o nível de concentrado na dieta. O tempo de alimentação não foi afetado pela dieta, no entanto houve redução do tempo de ruminação, assim como TMT e o MMtb, aliado ao aumento do tempo dispendido em ócio. As eficiências de alimentação da MS e de ruminação da MS e FDN aumentaram linearmente. Concluiu-se que os níveis até 75% de concentrado em dietas com inclusão de óleo residual de fritura não interferem negativamente nos consumos de nutrientes e, apesar da redução da digestibilidade de alguns nutrientes, houve compensação no consumo, haja vista que a eficiência alimentar e de ruminação foi aumentada.