Avaliação da eficiência de toxóide recombinante alfa e beta de Clostridium perfringens na imunização de equinos
Vacina, clostridiose, Clostridium perfringens, imunização.
Clostridium perfringens tem sido classificado como principal agente gastrintestinal patogênico em potros neonatos com até 10 dias de idade e gangrena gasosa em animais adultos. Na espécie equina, principalmente pela produção da toxina beta, C. perfringens está associado à enterocolites e diarreias, que podem ser hemorrágicas ou não, de evolução aguda e se manifestam na forma de cólica, distensão abdominal, taquipnéia e choque circulatório. Também podem causar quadros de necrose muscular principalmente por envolvimento da toxina alfa de C. perfringens tipo A. A grande importância desse agente na equinocultura, deve-se a elevada mortalidade e a inexistência de vacinas que garantam a imunização dessa espécie animal. O objetivo deste trabalho é avaliar a resposta imunológica dos equinos aos toxoides recombinantes alfa e beta de Clostridium perfringens, produzidos a partir da expressão dos genes plc, codificador da toxina alfa, e cpb, codificador da toxina beta, em sistema de expressão utilizando Escherichia coli. Serão utilizados 35 equinos adultos, da raça Mangalarga Marcahador, de ambos os sexos, a partir de seis meses de idade e sem histórico vacinal contra clostridioses. Os aniamis serão divididos aleatoriamente em cinco grupos de sete equinos: Grupo Vacina Recombinante 100µg (G1), Grupo Vacina Recombinante 200µg (G2), Grupo Vacina Recombinante 400µg (G3), Grupo Vacina Comercial (G4) e Grupo Controle Negativo (G5). Os equinos do G1, G2 e G3 serão vacinados com a vacina recombinante contendo diferentes concentrações das proteínas alfa e beta recombinantes 100µg, 200µg e 400µg, respectivamente, G4 com vacina comercial e o G5 receberá solução salina estéril (NaCl 0,9%). Todos os animais receberão duas doses (2ml), por via intramuscular, na tábua do pescoço, nos dias zero e 28 após a primeira dose. As amostras de soro sanguíneo serão coletadas nos dias 0, 28, 56, 90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330 e 360 após a primeira vacinação. Os soros serão titulados no Laboratório CEDIVET do Instituto de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pará por meio da técnica de soroneutralização em camundongos. Brevemente, diluições de soro serão misturadas com as toxinas padrão alfa e beta a 37°C por 30 minutos e 0,2 mL de cada diluição será inoculado por via endovenosa em dois camundongos, da raça Swis, linhagem Webster, com peso entre 18 e 22g. Os animais serão observados por 72 horas para morte ou sobrevivência com anotações dos resultados a cada 24 horas. O experimento será conduzido de acordo com as regras do Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Pará. A análise estatística será realizada por meio dos testes de Análise de Variância e Teste de Tukey para identificar diferenças estatisticamente significativas nos títulos de anticorpos entre os grupos.