Efeito da energia na dieta sobre o desempenho e evolução das características reprodutivas de ovinos jovens Morada Nova
alimentação, cordeiro, desenvolvimento corporal, histomorfometria
O objetivo do trabalho foi estudar a o efeito do uso de alta energia na dieta de cordeiros da raça Morada Nova sobre o desenvolvimento corpóreo e a funcionalidade testicular, considerando características histomorfométricas e a qualidade seminal. Quarenta e dois machos recém-desmamados (90 dias, 16,0±1,0 kg) foram tratados com distintos níveis de energia: Grupo baixa energia (Low, n=21; 80% de volumoso+20% de concentrado; 2,05 Mcal/kg na dieta) e Grupo alta energia (High, n=21; 20% de volumoso+80% de concentrado; 2,37 Mcal/kg na dieta). Os animais foram mantidos em confinamento durante 23 semanas (S0 a S23). Peso e escore corporal diferiram significativamente a partir da S1 (p<0,05). De S5 em diante, perímetro torácico, comprimento corporal, altura de cernelha, altura, largura e comprimento de garupa foram maiores para High (p<0,05). A circunferência escrotal, o comprimento, largura testicular e volume testiculares foram maiores para High a partir da S3 (p<0,05). Apesar dos níveis de testosterona sérica não terem sido afetados (p>0,05) pelos tratamentos, o maior aporte energético incrementou o diâmetro dos túbulos seminíferos e do lúmen tubular, e promoveu maior desenvolvimento do epitélio epididimário (p<0,05). Isto influenciou positivamente a qualidade seminal, reduzindo os defeitos espermáticos menores (21,87 vs. 17,13%; p=0,02) e os defeitos totais (26,34 vs. 21,78%; p=0,01). Assim, é possível empregar maiores níveis de energia na dieta e fazer com que machos Morada Nova jovens expressem maior eficiência produtiva, associada a atributos reprodutivos de alto interesse. Isso pode contribuir para a valorização do genótipo e favorecer o uso deste recurso genético em sistemas de produção ovina.