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Banca de DEFESA: ROGERIO LOPES CARVALHO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROGERIO LOPES CARVALHO
DATA: 10/07/2014
HORA: 14:00
LOCAL: PPGCAN - UFPA - Guamá
TÍTULO: O caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus 1763): Da Captura à Comercialização no Âmbito das Comunidades Quilombolas Cacau e Terra Amarela, Ilha de Colares, Pará, Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Tiradores de caranguejo; manguezais; Ucides cordatus; extrativismo; litoral paraense
PÁGINAS: 75
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca
SUBÁREA: Recursos Pesqueiros Marinhos
ESPECIALIDADE: Manejo e Conservação de Recursos Pesqueiros Marinhos
RESUMO: Este estudo foi realizado nas comunidades quilombolas Cacau e Terra Amarela, Município de Colares, Estado do Pará. Como objetivo geral, buscou-se obter, de forma participativa, um diagnóstico da explotação e comercialização do caranguejo-uçá (Ucides cordatus), levando em conta a socioeconomia, técnicas, estratégias e áreas de produção, bem como as formas de comercialização do crustáceo nessas localidades quilombolas, em comparação com outras populações tradicionais relacionadas com a atividade. Foram aplicados questionários, e realizados observação direta e fluxogramas participativos, desenvolvidos ao longo do ano de 2013. Este diagnóstico definiu as atividades de extrativismo como sendo as principais ocupações dos moradores, e a tiração de caranguejos como a mais importante delas. Em Cacau e Terra Amarela as famílias possuem médias de 4,3 e 4,9 indivíduos por moradia, respectivamente, habitando, em sua maioria, moradia própria, construída em alvenaria na maior parte dos casos. Porém, vivem em más condições de vida e sem quase nenhum acesso aos serviços públicos. Em geral, os tiradores abandonaram o estudo cedo nas duas comunidades, apresentando a maioria ( 72 e 82%) apenas o ensino fundamental incompleto. Além disso, foi registrada uma renda familiar mensal baixa, em sua maioria variando de menos de meio a um salário mínimo. A atividade é exercida quase que pelo ano todo, havendo preferencia por capturas durante os meses do período seco na região, na chamada “safra do caranguejo branco”, aonde são utilizadas as técnicas do laço e braceamento como principais meios de produção. Há, entretanto, um uso majoritário do laço durante esse período de safra. Em média dedicam-se à captura por braceamento por aproximadamente quatro dias por semana (no período de cheia), e alocam 12 dias por mês na captura por laço (período de seca). São produzidos em média na comunidade do Cacau, no período da cheia e da seca, respectivamente, 52 ± 15 e 110 ± 56 caranguejos por dia de trabalho; e na comunidade de Terra Amarela, médias de, respectivamente, 56 ± 24 e 150 ± 72 caranguejos por dia de trabalho no mangal. Comercializam sua produção diretamente com marreteiros (ou intermediários) da região, na forma in natura, inteiro e com animais ainda vivos. Geralmente são acondicionados para o transporte em cofos na comunidade do Cacau e em sacos de polipropileno no caso de Terra Amarela. O escoamento para o mercado mais próximo é feito por meio do barco da comunidade ou rabetas na comunidade do Cacau. Na comunidade de Terra Amarela o escoamento é realizado apenas através de rabetas. Os caranguejos são negociados por preços que oscilam ao longo do ano todo, de R$ 40,00 a R$ 80,00 o cento (100 unidades). A baixa remuneração, associada ao baixo nível de escolaridade, a deficiência da infraestrutura e tecnologia de produção, e à ausência do poder público local para prover serviços são alguns dos principais responsáveis pela baixa qualidade de vida dessas famílias das comunidades estudadas, e também pela manutenção de uma atividade de tão baixo valor agregado. Tais condições mostraram-se bastante semelhantes às de outras comunidades tradicionais não-quilombolas que vivem e trabalham em condições semelhantes na região costeira do Pará. No tocante aos aspectos da extração e comercialização de caranguejo-uçá de Cacau e Terra Amarela, eles são em muito semelhantes à maioria das comunidades tradicionais que exploram este recurso junto aos manguezais da costa paraense e de outras regiões. Por outro lado, foram identificadas diferenças significativas entre as duas comunidades estudadas, que representam pequenas variações deste padrão geral descrito. Estas diferenças estão provavelmente relacionadas às variações tecnológicas existentes, e à abundância local do recurso. Estas diferenças, por sua vez, se observam também nos custos da atividade e, portanto, na sua lucratividade, e na qualidade de vida dos tiradores de Cacau e de Terra Amarela. É importante e necessário que se conheçam bem estas diferenças, e suas reais causas, e as maneiras pelas quais elas influenciam o modo como os tiradores se organizam no seu trabalho extrativista. Somente assim será possível o planejamento de medidas de intervenção visando o aperfeiçoamento da atividade, e o incremento da qualidade de vida destas populações pelos agentes públicos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 245.207.131-53 - HELDER LIMA DE QUEIROZ - UFPA
Externo ao Programa - 2434430 - JUSSARA MORETTO MARTINELLI LEMOS
Externo ao Programa - 1296134 - MARCUS EMANUEL BARRONCAS FERNANDES
Externo ao Programa - 3185045 - VOYNER RAVENA
Notícia cadastrada em: 01/07/2014 10:51
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