Consumo, cinética ruminal e produção de metano em búfalas suplementadas com níveis crescentes de torta de palmiste no Bioma Amazônia
ruminantes, in situ, oferta, gás de efeito estufa, oleaginosas
Com o objetivo de avaliar os efeitos da torta de palmiste, ofertada em níveis crescentes (0%; 0,25%; 0,5% e 1,0%) em relação ao peso corporal (PC) de búfalas, sem raça definida, secas e vazias, sendo associado a cada nível das dietas a inclusão 0,15% (PC) de farelo de trigo em todos os tratamentos. Mensurou-se o consumo voluntário, o comportamento ingestivo, a degradabilidade ruminal das dietas e a produção entérica de metano de bubalinos no Bioma Amazônia, onde foram conduzidos três experimentos na Embrapa Amazônia Oriental, Belém/PA. O experimento 1 (Consumo voluntário e comportamento ingestivo) foi desenvolvido no período de junho de 2013 a setembro de 2014, com 24 búfalas, que ficaram em piquetes de Brachiaria brizantha cv. Marandu, criadas em sistema de pastejo intermitente, com acesso a água e mistura mineral ad libitum. O experimento 2 (Degradabilidade ruminal in situ) ocorreu no período de agosto a novembro de 2014, com 04 búfalas portadoras de cânula ruminal, criadas nas mesmas condições do experimento 1. Conduziu-se no período de abril a novembro de 2015, o experimento 3 (Emissão entérica de metano), com 20 búfalas, nas quais os animais foram manejados em sistema de confinamento, divididos em baias individuais, onde receberam a silagem de milho (volumoso) e a suplementação energética, com acesso a água e mistura mineral ad libitum. O primeiro experimento, que gerou o Artigo 1, objetivou avaliar o consumo voluntário e o comportamento ingestivo (através do método de varredura instantânea por 24 horas) de fêmeas bubalinas, onde receberam as ofertas dos níveis crescentes da torta de palmiste e mantidas em sistema de lotação intermitente. Foram calculadas as dietas e coletadas as sobras diariamente, durante o período experimental. Os animais receberam alimentação diária, em cochos individuais e a dieta foi ajustada, mediante a novo ciclo de pesagem dos animais, a cada 28 dias. Observou-se que o nível máximo de consumo da torta de palmiste na dieta de búfalas é de 0,7 % do PC, e, não houve influência nos parâmetros de desempenho nos níveis ofertados de suplementação. Os níveis de ofertas experimentais não alteram o comportamento ingestivo (pastejo, ruminação, ócio) de búfalas criadas a pasto. A degradabilidade ruminal da Brachiaria brizantha cv. Marandu, do farelo de trigo e da torta de palmiste, avaliadas no segundo experimento, na qual gerou o Artigo 2, utilizando a técnica do saco in situ no rúmen. Foram utilizadas 04 búfalas mestiças com cânula ruminal, em quadrado latino 4 x 4 (4 períodos e 4 tratamentos), onde foram suplementas com os mesmos níveis de oferta da torta de palmiste citados e acesso aos piquetes de Brachiaria brizantha cv. Marandu, em 4 períodos experimentais de 25 dias cada, com 21 dias de adaptação dos animais às dietas e incubação in situ dos alimentos por um período de quatro dias, sendo utilizados os seguintes tempos de incubação: 0, 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, a exceção do farelo de trigo que foi incubado até as 48 horas, sendo os sacos colocados em ordem inversa, para serem retirados todos ao mesmo tempo. A suplementação da torta de palmiste não afeta a degradabilidade da matéria seca da gramínea experimental, apesar de ter promovido uma melhor degradação da fração fibrosa. O terceiro experimento, que gerou o Artigo 3, visou avaliar os efeitos dos níveis de oferta da torta de palmiste na produção de metano entérico (CH4) em búfalos na Amazônia. As análises deste experimento mostraram variação na produção de metano quanto aos diferentes níveis de oferta da torta de palmiste. A emissão de CH4 foi menor no tratamento com o maior nível de oferta da torta de palmiste (1,0%) em relação ao PC (26,43 kg/ano) quando comparado ao grupo controle que produziu média de (66,04 Kg/ano). Concluiu-se que o nível máximo de torta de palmiste consumida pelas búfalas criadas em pasto de Brachiaria brizantha cv. Marandu foi de 0,7% do PC, não afetando o consumo e o desempenho animal, a suplementação das dietas experimentais não influencia no comportamento ingestivo das búfalas e não afeta a degradabilidade da MS da Brachiaria brizantha cv. Marandu, e, a oferta em níveis acima de 0,5% do PC de torta de palmiste na dieta diminui a emissão de metano de bubalinos.