EFEITOS DA NUTRIÇÃO MATERNA DURANTE A GESTAÇÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO REPRODUTIVO DE BORREGAS E DESEMPENHO DA PROLE AO DESMAME
Palavras chave: Desempenho, Desenvolvimento fetal, Nutrição materna, Ovinos, Programação Fetal.
Os efeitos da má nutrição materna, tanto a subalimentação quanto a sobrealimentação durante a gestação, tornou-se um assunto de grande interesse dentro da indústria pecuária. O estado nutricional materno implica na programação da partição de nutrientes e, em última análise, no crescimento, desenvolvimento e função dos principais sistemas de órgãos fetais, e a trajetória de crescimento pré-natal é sensível aos efeitos diretos e indiretos da ingestão dietética materna. Esse estudo será realizado para avaliar os comportamentos reprodutivo e produtivo de borregas puras e mestiças de raças de corte (Santa Inês, Dorper, Ile de France e Texel), oriundas de gestações cujas ovelhas matrizes foram suplementadas sob diferentes estratégias nutricionais durante o período da gestação. Serão utilizadas ovelhas da raça Santa Inês-SI (n=152), Dorper-D (n=38), Ile de France-I (n=38) e Texel-T (n=38), totalizando 266 matrizes. As matrizes passarão por protocolo hormonal para sincronização dos estros e serão acasaladas por monta controlada, com carneiros das raças Santa Inês, ou Dorper, ou Ile de France, ou Texel, para formação dos animais puros Santa Inês e dos animais meios sangue (F1), respectivamente. Ao alcançarem o 50º dia de gestação, as ovelhas serão distribuídas em um dos três tratamentos nutricionais. Os tratamentos serão formados pelo Grupo Controle (CON, n=70), Grupo Sobrealimentação 1 (SA120, n=70) e Grupo Sobrealimentação 2 (SA140, n=70). Os efeitos dos diferentes tratamentos serão avaliados apenas nas borregas. As borregas serão pesadas e avaliadas quanto ao escore de condição corporal, peso ao nascer (PN), peso ao desmame (PD), ganho de peso pós-desmame (GPpós) e o ganho de peso diário (GPD). Mensalmente, as borregas também passaram por avalições morfometricas. Após o estabelecimento da puberdade, as borregas serão inseridas em estação de monta. Após a detecção da primeira monta, serão determinados o peso à 1ª cobertura (P1Cob), peso à 1ª concepção (P1Con), peso ao 1° parto (P1Par), a taxa de fecundidade (TF), a taxa de concepção (TC) e taxa de parição (TP). O desenvolvimento placentário e fetal será avaliado em todas as borregas por ultrassonografia transabdominal, aos dias 50, 95 e 140 da gestação. Após o parto, as fêmeas serão avaliadas quanto aos indicadores de peso ao desmame (POD), número de cordeiros mortos por ovelha do nascimento aos 30 dias (NCM30) e do nascimento aos 60 dias (NCM 60) e escore de Apgar dos cordeiros. Serão colhidas amostras de sangue em intervalos mensais de todas as borregas a partir do dia 15 da gestação para análises de hormônios e metabolitos (concentrações séricas de GH, IGF-I, leptina, insulina, glicose, triglicéridos e colesterol total). O delineamento experimental adotado será inteiramente casualizado em esquema fatorial, com 21 tratamentos (7 grupamentos genotípicos e 3 dietas, com 210 unidades experimentais). Será usada ANOVA em medidas repetidas, ajustadas para a melhor estrutura de variância-covariância. Os dados serão testados quanto aos efeitos linear e quadrático da inclusão energética na dieta pelo. O valor de probabilidade, que denota significância estatística, será P≤ 0,05, e os valores tendentes à significância serão discutidos a 0,05 <P <0,10.