Composição de minerais em tecidos de bovinos terminados no período chuvoso nos principais sistemas de criação da Amazônia Oriental
carne bovina, sistemas de criação, minerais, fígado.
Objetivou-se com o presente estudo avaliar a influência dos principais sistemas de criação da Amazônia Oriental no conteúdo mineral da carne e fígado de bovinos terminados no período chuvoso do ano. Foram utilizados quarenta e oito nelores mestiços, abatidos com peso entre 370 e 600 kg, e idades compreendidas entre 24 a 48 meses, criados em pastagem nativa, cultivada e em confinamento. Os tratamentos foram representados por quatro sistemas de criação: Pastagem nativa, em Santa Cruz do Arari (Mesorregião de Marajó); Pastagem nativa de várzea, em Monte Alegre (Mesorregião do Baixo Amazonas); Pastagem cultivada, em terra firme em São Miguel do Guamá (Mesorregião Nordeste Paraense); e Confinamento, em Santa Isabel (Mesorregião Metropolitana de Belém). Foram coletados cerca de 100 g de músculo Longissimus lumborum e tecido hepático de doze bovinos, de cada tratamento, em abatedouros licenciados, seguindo todos os padrões sanitários da legislação vigente para abate comercial de bovinos. Em seguida, as amostras foram armazenadas e congeladas a -80 °C, até a liofilização. Também, foram coletadas amostras de solo, dietas ofertadas (pastagem e concentrado). O preparo das amostras e análises de minerais foram realizadas no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a partir de leituras de espectrometria de emissão óptica de plasma acoplado indutivamente (ICPOES), em Thermo Scientific iCAP 7000. As amostras de solo foram analisadas quanto ao perfil físico-químico e nos alimentos determinou-se a composição centesimal, através da análise bromatológica. Os principais sistemas de criação de bovinos na Amazônia Oriental influenciaram o conteúdo de todos os elementos minerais presentes na carne e fígado bovino. Houve diferença (p<0.05) na concentração dos macrominerais e microminerais presente no músculo dos bovinos, com superioridade dos elementos potássio (K), magnésio (Mg), fósforo (P) e enxofre (S), na carne dos bovinos criados em São Miguel do Guamá. Valores máximos de sódio (Na), 52,16 mg/g, e cálcio (Ca), 10,20 mg/g, foram observados na carne dos animais em sistema extensivo de Santa Cruz do Arari. Teores de microminerais foram destaques no tecido dos animais criados extensivamente, como em Monte Alegre, com valores altos de zinco (Zn), 2,78 mg/g, e ferro (Fe), 1,49 mg/g, e em Santa Cruz do Arari, com níveis elevados de cobre (Cu) e manganês (Mn). O fígado bovino, também, apresentou diferenças (p<0.05) nas concentrações de todos os minerais. Maiores conteúdos de Na, S, Mg, Zn e Fe foram constatados no fígado de bovinos de Santa Cruz do Arari, assim como o Ca, com valor de 8.47 mg/g e o Mn com 1,4 mg/g no tecido hepático de bovinos criados extensivamente em Monte Alegre. Contudo, a concentração de K e P foram evidentes em pastagem cultivada de São Miguel do Guamá. O elemento mineral Cu foi significativamente superior, com valor de 6,0 mg/g, no fígado dos bovinos em sistema intensivo de confinamento. Independente do sistema de criação adotado, a carne e o fígado bovino terminados no período chuvoso na Amazônia Oriental é excelente fonte de minerais.