FARINHA DE INSETO (Nauphoeta cinérea) EM SUBSTITUIÇÃO À FARINHA DE PEIXE EM DIETAS PARA JUVENIS DO PEIXE ORNAMENTAL AMAZÔNICO Pyrrhulina brevis
Farinha de insetos, ingredientes alternativos, nutrição, piscicultura
Avaliar o uso de ingredientes alternativos para dietas de peixes é crucial para a sustentabilidade da aquicultura. A produção de farinhas de peixe impacta os recursos marinhos, tornando importante considerar outras opções. As farinhas de inseto surgem como uma alternativa promissora, pois apresentam níveis de proteína semelhantes à farinha de peixe e perfil de aminoácidos equilibrado. Entre os peixes ornamentais amazônicos, a Pyrrhulina brevis é valorizada na aquariofilia por seu comportamento pacífico e cores intensas, especialmente durante o período reprodutivo. Assim, com o presente estudo objetiva-se avaliar os efeitos da inclusão de farinha de inseto (Nauphoeta cinérea) em substituição à farinha de peixe em dietas para juvenis de P. brevis. Foram utilizados 300 juvenis de P. brevis, (0,21 ± 0,01g e 2,37 ± 0,22cm), distribuídos aleatoriamente em 15 aquários cônicos (30L de água), na densidade de 20 peixes aquário-1. Todos os aquários eram dotados de sistema de aeração individual e sistema de coleta de fezes por decantação. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e três repetições. Os peixes foram alimentados com as dietas experimentais contendo 0, 5, 10, 15 e 20% de inclusão de farinha de inseto, valores correspondentes a 0, 25, 50, 75 e 100% de substituição da farinha de peixe pela farinha de inseto, por 80 dias, na frequência alimentar de quatro vezes ao dia. As coletas de fezes foram realizadas diariamente, antes da primeira alimentação. Ao final do experimento, os peixes foram pesados, medidos e contados para a determinação dos parâmetros de desempenho produtivo e digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e quitina das dietas. Em seguida, os peixes foram eutanasiados para determinação da composição corporal e análise da microbiota intestinal. Os peixes alimentados com a dieta contendo 15% de farinha de inseto apresentaram melhores resultados para os parâmetros de comprimento. Os maiores valores de deposição de proteína foram observados nos peixes alimentados com as dietas contendo 15% e 20% de inclusão. Os juvenis alimentados com a dieta sem farinha de inseto tiveram melhor coeficiente de digestibilidade aparente para proteína. Os peixes alimentados com 15% e 20% de farinha de inseto apresentaram melhor coeficiente de digestibilidade aparente para a matéria seca e a quitina, respectivamente. A contagem de bactérias intestinais foi mais alta nos peixes que receberam dietas com maior inclusão de farinha de inseto. Conclui-se que a farinha de inseto pode ser utilizada como fonte proteica alternativa para substituir parcialmente a farinha de peixe em dietas para P. brevi.