Predição de características de carcaça de ovinos
Não invasivo
Regressão
Ovinos
Nutrição
Exigências Nutricionais
Tipificação de carcaça
Qualidade de carne
Objetivou-se com este estudo predizer características de composição tecidual de
carcaças ovinas classificadas e tipificadas de acordo com o Sistema Europeu de
Classificação de Carcaças. Foram avaliadas 72 carcaças de cordeiros machos,
castrados, oriundas de um ensaio experimental realizado com os grupamentos
genéticos Dorper e Santa Inês, e 3 classes de peso inicial (26, 28 e 32 kg), distribuídos
em bloco inteiramente casualizado, considerando como bloco o efeito do tempo de
confinamento (0, 28, 56 e 84 dias), arranjados em ensaio fatorial 2x3 (GG x CP).
Primeiramente, as carcaças foram classificadas e tipificadas de acordo com o Sistema
Europeu. A avaliação dos efeitos de GG, CP e TC sobre as características de carcaça
(quantitativas, qualitativas e composição tecidual) foi realizada utilizando-se Análise
de Variância para as variáveis contínuas, e o teste de Scheirer-Ray-Hare para as
categóricas, a nível de 5% de significância. As variáveis de composição tecidual
foram analisadas seguindo a Classificação de Esquema de Carcaça. As características
qualitativas consideradas foram pH’s inicial e final, temperaturas inicial e final,
textura, cocção, coloração (L, a, b) e perda de resfriamento. As quantitativa foram
Conformação e Acabamento e, as de composição tecidual da carcaça foram totais dos
tecidos e relação entre eles na carcaça e nos cortes. Para análise de associação entre
características foram calculados os coeficientes de correlação de Pearson. Empregou-
se Análises de Agrupamento empregando os algoritmos Ward e Fuzzy, com a
finalidade de agregar os caracteres de composição tecidual. Para obtenção de
equações de predição desses caracteres, aplicou-se a técnica de Regressão de
Mínimos Quadrados Parciais (PLS). 20,83% (15) das carcaças avaliadas foram
classificadas como Esquema de Carcaças Leve (ECL) e 77,17% (57) como Esquema
de Carcaças Pesadas (ECP). Essa classificação foi influenciada pelo tempo de
confinamento, GG e CP. O mesmo ocorreu para PCQ que é a variável determinante
sobre essa classificação. Animais Dorper (16,97 kg) geraram carcaças mais pesadas
que os Santa Inês (16,00 kg). As médias de TC e CP aumentaram gradativamente
conforme o acréscimo dos níveis de cada efeito. Das 15 carcaças consideradas leves,
5 (33,33%) foram Dorper. Nesse esquema de classificação, 20% (3) das carcaças
foram categorizadas como B e 80% (12) como C e, 60% (9) como qualidade 1 e 40%
(6) como 2. Para as características qualitativas da carcaça, não houve efeito
significativo de GG e CP. Já para ECP, houve efeito de TC, GG e GGxCP sobre os
escores de conformação e acabamento. A CP apresentou influência significativa
apenas sobre a conformação. Maiores CP’s geraram carcaças com escores de
conformação mais elevados, bem como animais de grupamentos genéticos Dorper
obtiveram maiores frequências para escores de conformação e acabamento de carcaça
melhores. No ECL, para acabamento, somente a GGxCP foi significativo. Para todas
as variáveis de composição tecidual houve efeito significativo do TC e, de CP para Mt
(músculo total da carcaça) e Ot (osso total da pacarcaça). Para ECL, foram obtidos 3
Cluster’s, que demostraram ser correlacionados positivamente com a variável de
gordura inguinal. Para ECP, foram obtidos 4 Cluster’s para acabamento e 5 Cluster’s
para conformação, ambas correlacionados com as características de composição
tecidual da carcaça. As equações de predição para caraterísticas teciduais a partir de
conformação, acabamento e PCQ mostraram uma boa predição para o músculo e
gordura total da carcaça, com R2=0,91 e R2=0,87, respectivamente, e ruim para
quantidade de osso , R2 = 0,46 para ECP. Para o ECL a partir de acabamento e PCQ,
as equações mostraram uma boa predição para o músculo total, R2=0,89, e ruins para
as de mais variáveis. Os PCQ e conformação e acabamento são bons preditores de
composição tecidual de carcaça de ovinos em ECP.