Ovinocultura de corte no brasil e na Amazônia: produção e mercado
Sistemas de produção, Santa Inês, Conjuntura, Densidade, Microrregiões
A produção ovina no Brasil tem se mostrado uma alternativa de criação para produtores de menor porte que necessita ser melhor mapeada e estudada para a identificação de pontos de crescimento potenciais. Isto contribuirá para subsidiar órgãos governamentais e agentes da cadeia na elaboração políticas públicas e projetos e intensificação das já existentes para o incremento produtivo e valorização da atividade no cenário nacional e internacional. Assim, objetivou-se com este estudo fazer uma análise da ovinocultura de corte destacando as tecnologias utilizadas nos sistemas de produção, conjuntura e aspectos mercadológicos no Brasil, bem como sua distribuição e crescimento na Amazônia Brasileira. Deste modo, em primeira instância foi realizada uma revisão sistemática da literatura fazendo uma busca por artigos indexados nas principais bases de periódicos científicos (Scopus, Web of Science, Periódicos Capes e Scielo) nos últimos cinco anos (2017-2021) realizados no Brasil. Para a análise da conjuntura e mercado de carne ovina no Brasil, bem como, para a distribuição espacial e a dinâmica de crescimento do rebanho ovino na Amazônia brasileira foram obtidos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da base de dados FAOSTAT, envolvendo séries temporais no período de 1990 a 2020. Constatou-se a necessidade de estudos que apresentem tecnologias que impactem a melhoria do bem-estar animal e aquelas relativas à gestão de sistemas de produção com a raça Santa Inês. No entanto, subprodutos agroindustriais têm sido amplamente utilizados como alternativa para alimentação de ovinos Santa Inês. Observou-se que o Brasil ainda possui uma produção ovina incipiente ocupando a 23º posição dentre os países maiores produtores e teve uma oscilação no volume de importação atingindo em 2020 (3,2 mil toneladas) semelhante valor quando comparado a 1990 (3,3 mil toneladas). Os estados que demonstraram maior crescimento durante todo período estudado foram o Distrito Federal (7,88%), Mato Grosso (6,52%) e Pernambuco (6,39%). Quanto ao rebanho na Amazônia Brasileira verificou-se maior concentração no último período analisado (2020) nos estados do Pará, Mato Grosso e Maranhão com uma tendência de declínio do crescimento. Já a maior densidade do rebanho (animais por área) estava especialmente no Maranhão. Identificou-se que a maioria das tecnologias que serão aplicadas em sistemas que utilizam a raça Santa Inês está sendo estudada em estados do Nordeste. Além disso, este estudo demonstrou que a produção de carne ovina brasileira ainda é baixa, contudo, os dados históricos mostraram uma tendência de crescimento ao longo das últimas décadas. Na Amazônia brasileira os pontos potenciais de desenvolvimento identificado (microrregiões do estado do Mato Grosso, Pará, Maranhão, Tocantins e Amazonas) poderão dar suporte a um planejamento estratégico visando o fortalecimento da atividade na região. De modo geral, a pesquisa poderá subsidiar diferentes elos da cadeia produtiva, tanto os produtores, nas decisões sobre a alocação de seus meios de produção, quanto os gestores na formulação e aplicação de políticas públicas e estratégias para o desenvolvimento da ovinocultura.