Perspectiva sustentável para a exploração da agropecuária no arco do desmatamento da Amazônia: mudanças no uso da terra e os estoques de C e N no solo
Agricultura, 13C abundance, Floresta amazônica, Pastagem tropical, Soil carbon, Uso da terra
O Brasil destaca-se globalmente por ser um dos maiores emissores de dióxido de carbono (CO2) do mundo, associado muitas vezes a mudanças no uso da terra e ao desmatamento principalmente do bioma amazônico. Devido ao aumento no preço das terras agrícolas nas demais regiões do país, nas últimas décadas a maior parte do avanço da fronteira agrícola tem ocorrido em direção a região Norte do Brasil (bioma Amazônico). Essa região de fronteira da Amazônia Legal é caracterizada por áreas suprimidas e conhecida como arco do desmatamento da Amazônia. Nessa região as sucessões típicas do uso da terra, como o uso de pastagens e agricultura podem afetar a dinâmica do carbono e nitrogênio no solo. Diante disso, a capacidade de absorção de C dos solos pode ser aumentada através da adoção de melhores práticas de manejado nos diferentes sistemas agropecuários. Assim consequentemente teríamos um aumento da concentração de C orgânico, melhorias nas propriedades químicas, físicas, biológicas e ecológicas do solo. Portanto, esse trabalho foi dividido em dois capítulos, em que o primeiro é uma revisão para avaliar como as diferentes práticas de uso e manejo da terra (agricultura, pecuária e floresta), afetam os estoques de C do solo na região Amazônica. O segundo possui o objetivo de determinar o efeito na mudança do uso da terra sobre os estoques de C (ECO) e N (ENO) orgânico em solos de áreas de pastagens nominais, agricultura e floresta tropical primária perturbada, no arco do desmatamento da Amazônia. Amostras foram tomadas para avaliar a textura, densidade, concentração de carbono orgânico e nitrogênio do solo. Além disso, foi avaliado estoques de C e N em 30 e 100 cm de profundidade, e abundância de 13C isotópico. Todos os sistemas apresentaram uma textura de solo semelhante para o conteúdo de argila 293,8; 286,7; 240,0 g kg-1. O sistema agrícola apresentou uma maior densidade que os demais apenas nas camadas superficiais (0-30 cm). A concentração de C e N na agricultura foi a menor que nos demais uso da terra. Os sistemas de pasto e floresta não diferiram entre si em relação aos SOC e ENO, mas foram maiores do que a área de agricultura, independente da profundidade. A conversão da floresta em sistemas agrícola causa perdas de C e N. Sistemas de pastagem mantem o C e N armazenado no solo, sendo que parte do C3 oriundo da floresta é substituído pelo C4 em até 100 cm de profundidade do solo.